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São Paulo
2019
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GEOVANNA CURTOLO
Trabalho de Psicologia do
Desenvolvimento: Ciclo Vital apresentado à
Universidade Paulista – UNIP,
como requisito para obtenção de nota.
São Paulo
2019
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 4
2 DESENVOLVIMENTO TEÓRICO.................................................................... 5
1. INTRODUÇÃO
Autores como Vygotsky, Piaget, Wallon e Nérici foram consultados para contribuir
com os estudos, que serão discutidos na tentativa de adquirir um parecer e uma
possível solução para o problema.
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2. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO
do estresse emocional dos pais, dificultam para a criança manter seus pensamentos
voltados à escola.
O papel dos pais na vida dos filhos não é substituído pelo ambiente escolar. É de
responsabilidade deles, proporcionar a devida educação, construindo o caráter e
personalidade da criança. Mesmo em processo de separação é recomendado que
eles se unam com a finalidade de se atentar aos cuidados que a criança necessita
neste momento.
A escola precisa ter os devidos cuidados, a fim de entender o que ocorre com seus
alunos, alertando os pais sobre seu comportamento e rendimento escolar,
buscando, se necessário, os devidos encaminhamentos para reduzir o efeito do
divórcio na vida dessa criança.
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Na fase dos 08 anos podemos notar mais claramente um indivíduo singular que
interage, atua e participa juntamente a outras pessoas do mundo e suas relações.
Sua personalidade é mais expressiva, os seus gestos são mais seus e consciente
de si mesma como pessoa, possibilitando-o assim a reconhecer alguma das
diferenças em relação aos outros e expõe – nas.
São menos pensativos e reflexivos, porém são mais rápidos nas suas reações e
atitudes. Pensam mais em “si mesmo” e costumam sentir-se o centro das atenções,
gostam de receber atenção constantemente e em vista disso tornam-se dramáticas.
Carecem de uma devida ajuda para fazer melhor as suas tarefas, necessitam
receber elogios e encorajamentos. São sensíveis as críticas, principalmente feitas
pela mãe, que geralmente são mais apegados. Estão inclinados a serem
impacientes, especialmente consigo mesmo, pois querem que as coisas aconteçam
rapidamente e não conseguem esperar. Querem que o adulto faça parte do seu
mundo e por isso, apresenta exigências e quer que ele aja de acordo com a sua
vontade.
Os pais querem sempre o melhor para seus filhos e por isso, acabam depositando
todos os seus planos e expectativas em cima deles. Nesse contexto, ser filho único
pode ser um grande desafio, uma vez que toda essa pressão recai apenas sobre
ele.
Segundo o psiquiatra e educador Içami Tiba, pessoas que não têm irmãos podem
apresentar um distúrbio de relacionamento chamado de Síndrome do Filho Único
(SFU), que consiste na manifestação de um conjunto de sinais e sofrimentos
associados aos relacionamentos entre mãe e filho único ou pai e filho único.
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Quanto mais novo é o filho, mais explícitos são os sinais de sofrimento. Conforme o
desenvolvimento e amadurecimento do filho, este sofrimento se torna menor, visto
que ele passa a pensar por si mesmo e assumir escolhas individuais, muitas vezes
independente do desejo dos pais. Os principais responsáveis pela SFU são os
próprios pais, pois o filho nasce como nasceria qualquer outra criança. Essa
síndrome nada mais é do que uma consequência dos comportamentos dos pais
para com o filho, normalmente com superproteção, excesso de mimos e cuidados e
aceitações em momentos em que estas não poderiam acontecer.
Quem possui a SFU geralmente não sabe ouvir os outros ou seguir regras,
passando por cima de qualquer coisa para obter o que deseja. Além disso, este é
um indivíduo que tem dificuldade para socializar e, desde a infância já apresenta
sinais de que não sabe dividir seus brinquedos e atenção de outras pessoas.
Crianças com SFU também tendem a crescer mais rapidamente, pois a ausência de
irmãos da sua idade faz com que elas tenham apenas os adultos para se espelhar.
Na vida adulta, quem sofreu com a Síndrome espera apenas uma coisa do mundo e
das pessoas: a mesma exclusividade e atenção que era recebida de seus pais
durante a infância. Como consequência, esses indivíduos podem se tornar pessoas
egoístas e que apresentam dificuldade para dividir e ceder.
Como sempre tinham tudo não mão, podem se tornar pessoas inseguras, que não
se sentem capazes de realizar nada sozinhas, sofrendo com problemas de
autoestima e dependência emocional. A tendência é que se tornem pessoas frágeis
e tímidas, ou o contrário disso rebeldes e egoístas. A adolescência também é um
período importante para superar a SFU, pois as amizades tornam-se mais próximas
e importantes.
3. SITUAÇÃO PROBLEMA
O trabalho apresentado tem por objetivo analisar o caso do menino Salim, levando
em consideração as dificuldades familiares e escolares devido ao fato dos pais do
mesmo, estarem em processo de divórcio. Segue a situação problema:
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“Salomão e Romana vão à sua procura para tentar resolver um problema prático
com seu filho Salim que tem atualmente 8 anos. O casal resolveu se separar e
busca uma orientação sobre o filho, pois têm dúvidas se ele conseguirá aceitar esse
momento.
Para poder orientá-los, você necessita saber algumas informações sobre como foi o
desenvolvimento da criança até aquele momento, para conhecê-lo melhor.
Os pais contam que aos três anos Salim, sempre que possível buscava dormir na
cama com eles. Para isso ele insistia muito, com suplícios e soluços. Após 03 ou 04
noites, os pais cediam, pois acabavam com pena da criança. Quando não cediam,
ele dormia no próprio quarto, mas ao longo da madrugada, Salim mudava-se para a
cama dos pais, entre os dois e os mesmos, muito sonolentos, nada faziam.
Aos 05 anos ele começou a frequentar a escola. Todos os dias selecionava quem ia
busca-lo: ora a mãe, ora o pai. E se caso os pais trocavam na hora de pega-lo, ele
armava um gritaria na porta da escola e não queria ir embora para casa enquanto a
pessoa desejada não chegasse. As professoras e a direção da escola achavam tudo
muito estranho, pois no dia-a-dia das atividades ele se saia muito bem.
O casal sempre deu todos os presentes que o filho solicitava. Agora com a
separação sabem que o padrão econômico de vida de ambos irá ser reduzido pela
metade e com isso estão preocupados em não poder atender todas as necessidades
do filho. E há uma grande probabilidade de Salomão ser transferido de cidade,
sendo essa uma das principais razões da separação, pois Romana não quer
abandonar os pais a quem dedica boa parte do seu tempo, mesmo estes não tendo
nenhum problema.
Atualmente, Salim está no 3º ano do ensino fundamental, mas a coordenação da
escola já comunicou que se ele não se dedicar mais, provavelmente será retido, já
que no ano anterior foi aprovado pelo conselho de classe que considerou as
dificuldades dos pais na sua educação. Vem apresentando problemas em
matemática (não consegue compreender multiplicação e divisão) e em Português
troca letras e na escrita troca “p com q” e “b com d”. Quando vai ler algo em sala,
gagueja e troca também algumas letras.
Possui alguns amigos, mas nas brincadeiras é ele quem sempre determina as
regras. Quando alguma criança propõe algo diferente, ele afirma que essa não é a
forma correta, que deve ser outro jogo e ele não quer.”
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Com base nos dados fornecidos no texto, devem ser identificados aspectos de vida
do Salim e de seus pais, elaborando uma reflexão com uma visão crítica
fundamentada.
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4. DISCUSSÃO
Percebe-se que a família possui problemas internos, como por exemplo, o fato dos
pais não demonstrarem ter uma relação muito amorosa entre os dois e/ou com o
próprio menino. Com isso, ambos, talvez por se sentirem culpados pela ausência,
sempre presenteavam e atendiam suas “necessidades”, achando que isso
compensaria, fazendo com que o menor não soubesse dar valor ao que realmente é
necessário.
Neste sentido, a participação dos pais na educação da criança deve ser constante e
consciente. Nos aspectos da vida de Salim, presume-se que Salomão e Romana
possuem pouca participação na vida escolar do menino, resultando assim em uma
ausência afetiva, tanto em casa quanto na escola.
O modo de vida atual, como o excesso de trabalho, fez com que as relações entre
os responsáveis e seus filhos se estreitassem cada vez mais, que
consequentemente, como o caso analisado, é suprido com a realização dos desejos
materiais do filho.
Depois dos 10 anos fica difícil converter a situação, porém os pais podem tentar
ajudar o filho, fazendo com que essas manias e exigências se transformem em
obediência e respeito pelos pais e pelas pessoas, pois sabemos que na
adolescência passamos por processos que ajudam a criar e/ou transformar nossa
personalidade, principalmente no sentido educativo.
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5. CONCLUSÃO
Por tanto, recomenda-se que os pais procurem ajuda profissional para que o menor
não seja prejudicado futuramente com aspectos que poderiam ter sido tratados
anteriormente. A ajuda de um psicólogo seria de extrema importância para que a
construção social e a psicologia de Salim sejam trabalhadas e que obtenha
resultados satisfatórios do momento em diante. A interação entre a família e a
instituição escolar deve-se permanecer constante, para que seu progresso de
aprendizagem seja avaliado de maneira adequada de acordo com as influências
causadas pelo divórcio.
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6. BIBLIOGRAFIA
CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Gente, 2001.
ZAGURY, Tânia, Escola sem conflitos: parceria com os pais – Rio de Janeiro:
Record, 2008.