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CLIMA

◦ A interação entre o clima e a edificação ◦

A interação entre o clima e a edificação -1-


CLIMA

INTRODUÇÃO A implantação de uma edificação em um ambiente não edificado dá


origem a modificações de natureza radiativa, térmica, de umidade e
aerodinâmica no ambiente que a rodeia. Os efeitos radiativos mais
importantes são: o decréscimo na quantidade de radiação solar
recebida por áreas à sombra da nova edificação; acréscimo na
quantidade de radiação em locais expostos à radiação refletida por
paredes ao sol; e uma redução no balanço de radiação de superfícies
próximas às edificações, tanto devido à redução na emissão - devido
à obstrução do céu provocada pela edificação -, como devido ao
acréscimo de radiação recebida - originária circundantes, usualmente
quentes. Da mesma forma, próximo a edificações, as temperaturas do
solo e do ar são, freqüentemente, mais elevadas do que em áreas
desobstruídas, tanto devido a perdas de calor pelas edificações,
quanto pela proteção criada nestes locais ao abrigo do vento.

AERODINÂMICA DAS A aerodinâmica das edificações estuda a interação do vento com o


EDIFICAÇÕES ambiente construído. Ela envolve o estudo da distribuição de
velocidades de vento em torno de edificações de diferentes formas e
dos padrões de pressão resultantes em tais edificações. Estes padrões
de pressão são importantes para uma série de considerações de
projeto, tais quais o carregamento de estruturas e a ventilação
natural. O vento também desempenha um papel importante em
processos de transferência de massa envolvidos no transporte da
precipitação em direção às superfícies verticais e inclinadas das
edificações. O estudo da aerodinâmica das construções é importante,
pois, no estudo da chuva dirigida, deposição de neve e formação de
gelo em estruturas. O efeito do vento sobre a edificação e o efeito da
edificação sobre o vento tem ambos que ser considerados. Pedestres,
por exemplo, podem ser adversamente afetados por ventos de alta
velocidade, causados por edificações altas. O papel da circulação do
ar na efetiva dispersão de poluentes gerados em edifícios e pelo
tráfego também é crítico.

O USO DE TÚNEIS DE O estudo da aerodinâmica das edificações à campo é muito difícil


VENTO NA AERODINÂMICA devido à natureza extremamente complexa do vento na camada
DAS EDIFICAÇÕES limite urbana, e, com isso, uma considerável confiança tem sido
depositada em túneis de vento, que proporcionam uma avaliação
experimental melhor controlada. Uma atenção considerável, porém,
deve ser dispensada à reprodução das principais características de
fluxo da camada limite urbana em túneis de vento. Os gradientes
de velocidade de vento verticais corretos necessitam ser assegurados
e, se possível, as mesmas características de turbulência ocorrentes no
vento natural. Existem algumas dificuldades no que tange ao efeito de
escala. Os estudos de turbulência são particularmente importantes
nos casos de carregamentos dinâmicos, onde sérios problemas podem
emergir, devido à ressonância em determinadas estruturas, que, em
ocasiões, são levadas ao colapso por ventos de relativa baixa
velocidade.

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Figura 1. Túnel de vento fechado.

Poucos estudos sistemáticos têm sido orientados no sentido de se


conhecer o fluxo de ventos abaixo do nível dos telhados de um
conjunto habitacional, o qual consiste em uma composição de ondas,
deflexões e afunilamentos. Estudos desta natureza requerem um
detalhado levantamento das condições de vento em áreas urbanas,
tais qual o desenvolvido pelo Building Research Establishment (UK),
através da instalação de um mastro em um veículo amostrador de
vento urbano em diferentes circunstâncias. Na Universidade de
Sheffield (UK), foram desenvolvidos estudos paramétricos, em túnel
de vento, investigando a interação do vento com edificações baixas,
dispostas em forma de matrizes, que permitem avaliar a influência da
densidade e da distribuição das casas na matriz. Os pátios internos,
uma solução tradicional em muitas regiões quentes do mundo,
também possuem uma aerodinâmica complexa, que precisa ser bem
compreendida para a otimização do conforto humano, tanto no
exterior como no interior das edificações.
O FLUXO DE AR EM TORNO
DAS EDIFICAÇÕES
A variação da velocidade do vento na vertical e a sua turbulência são
críticas para a determinação do real fluxo de ar em torno das
edificações. Ocorre também o problema da interação entre diferentes
edificações, já que as edificações à barlavento podem determinar
deflexões substanciais na corrente de ar, antes de sua incidência na
edificação em estudo.
As principais características de um típico padrão de fluxo estão
caracterizadas na figura acima. Pode-se observar a existência de um
ponto de estagnação na face à barlavento e que boa parte do ar
incidente desce ao longo desta face da edificação, formando um
vórtice no lado exposto ao vento. Este vórtice pode se tornar estável
com a presença de um edifício baixo desfavoravelmente localizado,
em uma posição à barlavento, assim intensificando a velocidade do
vento na base da edificação. Pode-se observar que neste vórtice o
vento ao nível do solo sopra em direção oposta à do vento incidente
sobre a edificação. A velocidade do vento nesta zona pode ser dupla
da velocidade ocorrente na ausência do edifício, e, como a pressão
varia com o quadrado da velocidade, as conseqüências sobre os
pedestres são, freqüentemente, sérias. Atrás da edificação forma-se
uma onda de turbulência, que pode se estender até 15 vezes a altura
do edifício. A previsão em termos teóricos do provável padrão de
fluxo de vento, ao nível do solo, é muito difícil, mas um uso crescente
vem sendo feito de modelos urbanos em túneis de vento, para
estudar o efeito da forma sobre o conforto de pedestres e segurança
PRESSÕES EM ESTRUTURAS do tráfego.
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Em climatologia de edificações, um grande interesse é concentrado no


estudo das pressões atuantes em edificações, as quais são críticas
quando as mesmas são expostas a ventos de alta velocidade. A
informação também é relevante em muitos outros problemas, tal qual
o projeto de ventilação. O normal, na consideração das pressões
exercidas pelo vento, é expressar as pressões locais de vento de uma
forma adimensional, usando coeficientes de pressão. A velocidade do
vento é primeiramente convertida em pressão dinâmica g, usando a
relação:
q = δ v2 / 2g ,

onde δ é a densidade do fluido à temperatura de medição; g, a


aceleração da gravidade; e v, a velocidade de incidência do vento. A
razão entre a pressão medida no local e a pressão dinâmica é definida
como coeficiente de pressão. A velocidade do vento a uma altura
igual à altura do topo da estrutura é normalmente utilizada para
calcular o coeficiente de pressão. Os coeficientes de pressão assim
obtidos são, em primeira instância, independentes da velocidade do
vento e podem, assim, ser usados em projetos. Os coeficientes de
pressão nas faces à barlavento, normalmente são positivos, mas atrás
dos diversos pontos de separação ocorrem pressões negativas. Os
coeficientes de pressão exatos dependem do formato da edificação,
mas coeficientes de pressão da ordem de -1 ou menos, podem
ocorrer em áreas extensas de telhados horizontais. Eles tendem a
diminuir em valor absoluto à medida que a inclinação do telhado
aumenta, e tornam-se positivos nas faces à barlavento, em telhados
mais inclinados.
PRECIPITAÇÃO E VENTO

A chuva e a neve são carregadas de encontro a uma edificação pelo


vento, mas, à medida que o fluxo de vento é modificado pela
edificação, também a direção das gotas ou flocos são alteradas. Em
certas partes da edificação ocorrerá uma forte componente vertical do
fluxo de vento e, se esta componente vertical da força de arrasto
exceder ao peso da gota d’água, esta observará um movimento
resultante para cima. Próximo à borda da face frontal de um edifício
de seção retangular, o movimento da gota é lateral. Os padrões de
deposição de água em edificações são complexos, mas os depósitos
de água tendem a se concentrar próximo aos pontos de separação. As
pequenas gotas tendem a ser carregadas em torno do edifício mais
facilmente que as gotas maiores; assim, uma grande proporção das
gotas grandes incidem sobre a edificação, em razão de sua inércia
maior.

Figura 3. Fluxo de ar junto à face ao vento, visualizado através da


deflexão de fumaça emanando em um túnel de vento.
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Em vista das dificuldades de qualquer avaliação aerodinâmica, um


procedimento relativamente simples é usualmente utilizado afim de
estimar a exposição de edificações à chuva dirigida. No Reino Unido e
Escandinávia, por exemplo, o produto da precipitação média anual em
qualquer localidade pela velocidade média anual de vento neste local
foi denominado de índice de chuva dirigida, tendo sido preparados
mapas para mostrar a exposição relativa de diferentes áreas à chuva
dirigida. Estes mapas foram suplementados através de rosas-de-
vento de chuva dirigida para estações representativas dos diversos
climas caracterizados nestes países.
A figura abaixo ilustra os resultados de um modelo teórico
desenvolvido com base em estudos de vento. Os dados são utilizados
por um programa de computador, que prevê as trajetórias de gotas
de diferentes tamanhos, quando elas são dirigidas pelo vento em
direção à edificação. O modelo faz uso de estudos de distribuição de
gotas d’água em chuvas, para determinar as taxas de chuva dirigida
que são depositadas em pontos particulares da fachada das
edificações. O método ilustra claramente que as gotas pequenas
respondem mais prontamente a mudanças no fluxo de vento e são
depositadas sobre ou próximo do telhado das edificações. A figura
mostra os padrões de chuva dirigida computados para a linha central
de uma edificação com 36 m de altura, 50 m de largura e 12 m de
profundidade, para um vento incidindo perpendicularmente à maior
fachada. A intensidade da chuva é de 10 mm/h e os resultados
correspondentes a ventos de 1, 6 e 21 m/s. Observou-se que, à
medida que a velocidade do vento cresce, a face frontal do edifício
coleta mais chuva e que a maior taxa de chuva dirigida ocorre
próximo ao topo da edificação. Estas conclusões conferem com
medições de campo.

Figura 4. Intensidade de chuva dirigida estimada, incidente sobre um


edifício alto, para uma intensidade de chuva de 10 mm/h e
velocidades de vento de 1, 6 e 21 m/s.
TROCAS DE ENERGIA
ENTRE A EDIFICAÇÃO E O
AMBIENTE EXTERNO O resultado das trocas de energia entre a edificação e o ambiente
externo é expresso em termos das temperaturas resultantes nos
vários componentes da edificação e da temperatura do ar interior. A
troca de energia entre o ambiente externo e o ambiente interno pode
se processar por três caminhos:
• Através de trocas de energia junto à superfície externa, com a
energia sendo passada ao interior, por condução térmica e/ou
transferência de umidade através dos materiais que formam o
envelope da edificação;
• Por meio de ganhos de radiação transmitida através de
materiais transparentes, tais quais o vidro. A radiação que ingressa
no ambiente é então absorvida pelas superfícies internas e
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subseqüentemente ocorrem trocas de energia entre o ar interior, as


superfícies internas irradiadas e as outras superfícies da edificação;
• Por fluxos de massa envolvendo as trocas de ar interior com o
ar externo; por exemplo, através de ventilação mecânica ou através
dos materiais dos componentes porosos. Esta troca energia envolve
trocas, tanto de calor sensível, quanto de calor latente.

Os ganhos de radiação solar desempenham um papel dominante em


dias claros, e o estudos destes ganhos é particularmente importante
para se prever o comportamento de edificações em dias quentes
ensolarados e para o projeto de sistemas de ar condicionado. Em
situações onde o aquecimento é requerido, a radiação solar assume
uma importância menor, porquanto o sol usualmente está ausente
nas situações de dias frios e a condição mais desfavorável ocorre à
noite. Em ambos os problemas, a radiação emitida para a atmosfera é
muito importante, já que são as trocas líquidas junto à superfície
externa que são vitais. O albedo das superfícies externas da
edificação, no que concerne à radiação de onda curta é assim crítico,
da mesma forma como o é a emissividade de radiação de onda longa.
No caso de materiais transparentes, as características de
direcionalidade na transmissão de radiação por parte de diferentes
materiais, para comprimentos de onda diversos, são muito
importantes e, recentemente, tem-se observado o desenvolvimento
de uma série de materiais alternativos para vidraças, alguns baseados
na absorção preferencial da porção infravermelha do espectro solar,
outros baseados na reflexão para o exterior de uma proporção
significativa da energia incidente e alguns baseados em aplicações de
películas, que são transparentes na faixa do visível e reflexivas, no
infravermelho.

Figura 5. Características de absortividade e refletividade apresentadas


por distintos tipos de vidro.

Um entendimento do papel desempenhado pelos vários parâmetros


meteorológicos, no processo de trocas de energia é facilitado pela
consideração do balanço de calor detalhado da superfície externa de
uma edificação.
O calor pode ser transferido para (ou a partir da superfície externa de

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uma edificação, através de qualquer um dos seguintes processos:


• Condução e convecção, a partir do ar externo;
• Radiação direta do sol;
• Radiação difusa do céu;
• Radiação difusa, refletida pelo solo e outras superfícies;
• Radiação de onda longa oriunda do céu e solo;
• Radiação de onda longa emitida pela superfície;
• Absorção ou evaporação de umidade da superfície, ou
redistribuição interna da umidade, em direção à superfície;
• Condução térmica, através dos materiais de construção, abaixo
da superfície externa;

A energia absorvida junto à superfície externa é dissipada, parte para


o exterior e parte para o interior. O estudo dos padrões de
transferência dinâmica de calor para o interior, resultante dos ganhos
variáveis de energia no exterior é muito importante. Os elementos
externos da edificação tendem a amortecer a magnitude da onda de
temperatura externa e defasá-la no tempo. A magnitude do
amortecimento e do defasamento são função da espessura da parede.
Paredes de alvenaria típicas causam retardos entre seis e dez horas.
O estudo climatológico do desempenho térmico de janelas é similar
ao estudo de transferência de calor através de paredes, mas se torna
muito complexo quando incorpora dispositivos de sombreamento com
vidros especiais, devido a inter-reflexões e re-radiação térmica da
radiação de onda curta incidente.
O PAPEL DA VENTILAÇÃO
NATURAL
A transferência de calor por ventilação é um fator crítico para a
determinação das condições ambientais. A sua predição é,
naturalmente, dependente do conhecimento da aerodinâmica da
edificação. O fluxo de massa efetivamente ocorrente na ventilação
depende das diferenças de pressão estabelecidas através das várias
aberturas e do tamanhos destas aberturas. As diferenças de pressão
atuantes resultam tanto de forças exercidas pelo vento, como do
efeito chaminé, devido a diferenças térmicas entre o ar externo e o
interno. Se a força do vento e a força devida ao efeito chaminé
puderem ser feitas operar na mesma direção, elas auxiliarão no
estabelecimento de um ambiente fresco.
ILHAS DE CALOR URBANAS

A expressão ilhas de calor urbanas, sugerindo ilhas aquecidas em


meio a um oceano de temperatura mais baixa, sugerem o típico
aquecimento diferenciado das cidades, em relação ao meio rural que
lhes são adjacentes. O fenômeno tem sido extensivamente estudado
e documentado em cidades de todo o mundo usando dados coletados
por equipes motorizadas móveis, aviões e até satélites. A forma exata
deste fenômeno varia no tempo e espaço, em função de
características meteorológicas locais e urbanas.

A figura acima mostra a variação característica de temperatura do ar


com a distância, ao efetuar-se um deslocamento, desde zonas rurais
até o centro de uma área urbana. Neste caso específico foi
considerado um céu sem nuvens e ventos fracos. A figura demonstra
a adequação da analogia geomorfológica com uma ilha, pois o relativo
aquecimento da cidade se destaca de modo distinto por sobre o
oceano fresco do meio circundante. O limite rural/urbano exibe um
gradiente de temperatura íngreme, ou penhasco em relação à ilha
de calor urbana. Nesta área o gradiente horizontal pode chegar a
4ºC/km. A maior parte do restante da área urbana aparece como um
platô de ar com um gradiente uniforme, embora mais fraco, com
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temperaturas crescentes em direção ao centro. A uniformidade do


platô é interrompida pela influência de usos de solo intra-urbanos
distintos, tais como parques, lagos e áreas abertas (frescas), bem
como por áreas comerciais, industriais ou de alta densidade de
edificações (quentes). O centro da área urbana exibe um pico onde é
encontrada a temperatura máxima da ilha urbana. A diferença entre
este valor e a temperatura rural define a intensidade da ilha de
calor urbana (∆tu-r).
Admitindo-se condições meteorológicas razoavelmente constantes, a
intensidade da ilha de calor mostra uma variação ao longo do dia, o
máximo ocorrendo logo após o por-do-sol e o mínimo ao meio-dia. O
crescimento de ∆tu-r é particularmente rápido após o por-do-sol em
função da diferença entre as velocidades de resfriamento das cidades
e das áreas rurais.
A intensidade da ilha de calor urbana é função das condições
atmosféricas e do tamanho da cidade. O valor de ∆tu-r está
inversamente relacionado com a velocidade do vento e com a
nebulosidade, sendo, pois, máxima em condições de céu descoberto e
ventos fracos. A intensidade da ilha de calor é ainda proporcional ao
logaritmo da população da cidade.

Figura 7. Relação entre a máxima intensidade de ilha de calor


observada (∆Tu-tmax) e a população.

Estudos mostram que, mesmo vilarejos, com população em torno de


1.000 pessoas, apresentam uma ilha de calor e até shopping
centers e pequenos grupos de edificações são mais quentes que os
arredores. No outro extremo da escala, a máxima modificação
térmica se situa em torno dos 12ºC.
A existência da ilha de calor urbana tem uma série de implicações.
Sob o ponto de vista do conforto térmico, o calor adicional gerado nas
cidades localizadas em países de clima quente é causador de stress.
Do ponto de vista econômico, a ilha de calor é benéfica por reduzir as
necessidades de calefação, mas desvantajosa por incrementar a
demanda de ar condicionado no verão. O calor adicional também
acelera o processo de deterioração de muitos materiais de
construção.
O EFEITO ESTUFA

Um problema típico em edificações localizadas em zonas de médias


latitudes, nos anos 60, era o encontrado em edificações onde os
escritórios possuíam, pelo menos, uma parede completamente
envidraçada. Estas possuíam vidro duplo para reduzir as perdas de
calor por condução, e uma persiana entre os dois vidros, para,
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teoricamente, reduzir o ofuscamento e os ganhos de calor por


irradiação. As janelas eram inadequadas para a ventilação cruzada, já
que eram projetadas para impedir o distúrbio de papéis sobre as
mesmas e para reduzir o ruído causado pela vibração das persianas
ao vento. O excesso de calor devido ao, assim chamado, efeito
estufa, podia se tornar insuportável, mesmo no inverno.

Figura 8. Taxas de resfriamento médio horário (∆T/ t) e intensidade


de ilha de calor urbana (∆tu-r), para duas cidades canadenses.

Mesmo se admitindo que, para um determinado local, a orientação é


pré-determinada e que a solução de edificação alta é ditada por
razões econômicas, muitíssima pouca atenção - na maioria das vezes
- é dada ao ambiente interno. As formas e detalhes de tais edifícios
foram, além disso, impensadamente repetidos em todos os climas. A
variedade de vidros especiais hoje disponíveis, cujo objetivo é o de
possibilitar às fachadas inteiramente envidraçadas rejeitar alguma
radiação solar, embora com reduzido controle positivo, pode ter sido,
no mínimo, uma reação parcial ao pânico causado pela enxurrada de
desastres provocados pelo envidraçamento excessivo.
A LUZ E O SOM COMO
ELEMENTOS CLIMÁTICOS
Os problemas térmicos não são tudo; a luz e o som também são
formas de energia dentro do clima global. Eles são usados por
aqueles que se utilizam da edificação e podem ser inaceitáveis se
forem excessivos, inadequados ou estiverem no local errado. Além
disso, deve-se usar o envelope da edificação como uma primeira
defesa para controlá-los, com o recurso dos controles mecânicos,
para o ajuste fino ou para proporcioná-los, onde eles estejam
ausentes e se façam desejáveis.
Não pode haver dúvidas de que o som seja um fator ponderável no
caráter de uma catedral, por exemplo, se pensarmos na sonoridade
da música litúrgica, ou no de passos em um edifício vazio. Mesmo
assim, o som raramente é considerado como um elemento climático,
embora estejamos mais conscientes do ruído como um poluente, mais
facilmente produzido que controlado, e um acompanhante crescente
da civilização industrial.
As relações entre o som e o projeto de edificações são complexos.
Eles se estendem desde o distúrbio causado pela operação de acender
uma lâmpada no apartamento vizinho, até a fantástica performance
de uma orquestra, em um salão de concertos, cercado por rodovias
(e, possivelmente, situado sobre uma linha de metrô e também sob a
rota de aviões). O sucesso da edificação, com relação a sons
desejáveis e indesejáveis serão determinados, como para os demais
elementos climáticos, pelas condições existentes no exterior da
edificação, pelas condições desejáveis para o seu interior, e pela
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capacidade da forma da edificação e seus materiais, componentes e


sistemas, em manter diferenças aceitáveis entre eles.
A luz disponível ao projetista variará em composição, quantidade e
direção, em grande parte, em função de condicionantes geográficos.
As zonas de médias latitudes freqüentemente produzem uma luz
difusa, devido à nebulosidade, enquanto que em zonas tropicais uma
forte fonte direcional é comum, com frequência suplementada por
uma fonte secundária de luz refletida. A luz visível é normalmente
acompanhada por energia radiante não-visível, usualmente em
quantidades úteis, ou então excessivas. Aqueles que trabalham em
horticultura conhecem e usam estes fatores há séculos; os projetistas
de edificações muito freqüentemente os descobrem acidentalmente e,
por vezes, tentam administrá-los, mas têm resultados desastrosos.
BIBLIOGRAFIA

OKE, T.R. Boundary layer climates. Methuen & Co., London, 1978.
PAGE, J.K. Application of building climatology to the problems of
housing and building for human settlements. Technical Note Nº 150,
WMO, Geneva. 1976.
SEALEY, A. Introduction to building climatology. Commonwealth
Association of Architects, London. 1979.
QUESTIONÁRIO

1. Comente sobre a importância do estudo da aerodinâmica de


edificações.
2. Identifique, através de uma figura, as diferentes velocidades
relativas do vento em torno de uma edificação alta, que tem a
barlavento um edifício baixo.
3. O que se entende por índice de chuva dirigida?
4. Quais as formas de troca de energia que ocorrem entre uma
edificação e o ambiente externo a ela?
5. Explique, através de uma esquema, o que você entende por
ilha de calor urbana.
6. Explique o que você entende por efeito estufa.
7. Comente sobre a inclusão da luz e do som entre os elementos
climáticos.

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