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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0111830-94.2016.8.05.0001

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : ANA LUCIA MOREIRA SILVA

Recorrido(s) : BANCO SANTANDER BRASIL S A

Origem : 7ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
G
VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. NEGATIVAÇÃO INDEVIDA.


ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. AUSÊNCIA
DE CONTRATAÇÃO. RÉU QUE NÃO JUNTA AOS AUTOS
INSTRUMENTO CONTRATUAL, NEM ELEMENTOS INDICATIVOS DA
REGULAR AVENÇA. (ART.373, INCISO I DO NCPC). COBRANÇA
INDEVIDA. INSCRIÇÃO DO NOME DA PARTE AUTORA NOS
CADASTROS DE PROTEÇÃO DE CRÉDITO. DANO MORAL IN RE
IPSA. QUANTUM A SER ARBITRADO. SENTENÇA REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


improcedente a ação, por entender o magistrado sentenciante que “ Assim é que,
não vindo aos autos a verossimilhança das alegações da parte autora,
não há que se falar em inversão do ônus da prova e, por via de
consequência, não tendo a parte Autora feito a prova dos fatos
constitutivos do direito perseguido, postulando à margem da regra
extraída do art. 373, I do Código de Processo Civil, outra sorte não
merece a sua pretensão senão a sua improcedência, restando
prejudicado todos os demais pedidos que orbitam em torno da
suscitada e incomprovada ilegalidade da cobrança.”
2. Alega a recorrente que tivera o seu nome negativado nos órgãos de
proteção ao crédito em virtude de dívida que desconhece, sustentando portanto a
inexistência de relação jurídica com a parte ré. Requer indenização oriunda da
negativação, pelos danos morais sofridos, na modalidade in re ipsa. A recorrente
busca a reforma da sentença, no tocante ao quantum fixado a título de danos
morais, por entende-lo insuficiente para recompor o dano causado.
3. A despeito das alegações da acionada sobre a legalidade da anotação
realizada, não apresenta documentação que corrobore suas alegações. Com
efeito, tendo a parte autora alegado que não firmara o contrato em tela, incumbia à
parte ré não somente a prova acera da existência da relação jurídica, através da
juntada do instrumento contratual com a assinatura da parte autora, como também
de que a inclusão do seu nome ocorrera em virtude de dívida regularmente
constituída, o que todavia não fora feito na hipótese. A ré não junta provas
suficientes da existência da relação jurídica, não colacionando qualquer documento
que contivesse a assinatura da acionante.
4. Como sabido, as instituições bancárias possuem o dever de atuar com
diligência no ato da contratação de seus serviços, verificando os dados
pessoais daqueles que manifestam a intenção de contratar, através da
solicitação dos documentos de identificação, bem como arquivando as
cópias dos instrumentos, ou registrando por outros meios de prova o ato da
contratação, de modo a evitar fraudes que corriqueiramente ocorrem no
mercado de consumo, bem como para evitar falha na prestação de seus
serviços, que venham a causar danos aos consumidores
5. A parte autora, por sua vez, colaciona aos autos consulta do órgão de
proteção ao crédito no evento 01, em que consta o apontamento indevido, por
solicitação da demandada, desincumbindo-se assim do ônus de provar o fato
constitutivo de seu direito , nos termos do art.373, inciso I do CPC. É cediço
na jurisprudência pátria que a negativação do nome do consumidor nos
cadastros de proteção ao crédito por cobrança indevida gera dano moral in re
ipsa, que prescinde de comprovação.
6. . O valor da reparação do dano moral deve ser fixado de acordo com os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, os quais, em síntese apertada
querem significar, aquilo que é justo e na medida certa.
7. Da mesma forma, a fixação do montante indenizatório deve guardar uma
equivalência entre as situações que tragam semelhante colorido fático. As
variações nos valores das indenizações existem conforme as circunstâncias fáticas
que envolvam o evento.

8. Isto posto, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO e


DOU-LHE PROVIMENTO, para condenar o réu em R$ 3.000,00 (três mil reais) a
título de danos morais, corrigidos desde a data do arbitramento, nos termos da
súmula 362 do STJ e juros de mora desde o evento danoso, nos termos da súmula
54 do STJ. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte
no recurso.

9. Salvador, Sala das Sessões, 06 de JULHO de 2017


10.BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
11. Juíza Relatora
12.BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
13.Juíza Presidente
14.

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0111830-94.2016.8.05.0001

Classe : RECURSO INOMINADO


Recorrente(s) : ANA LUCIA MOREIRA SILVA

Recorrido(s) : BANCO SANTANDER BRASIL S A

Origem : 7ª VSJE DO CONSUMIDOR (MATUTINO


Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do
julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios por ser a parte
beneficiária da justiça gratuita. Sem custas processuais e honorários advocatícios,
pelo êxito da parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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