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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE HISTÓRIA
CAMPUS SAMAMBAIA

Análise do texto “Representação: A palavra, a idéia, a coisa” de Carlo Ginzburg.

MARCOS BRICCIUS

GOIÂNIA
MAIO – 2018
MARCOS BRICCIUS

Análise do texto “Representação: A palavra, a idéia, a coisa” de Carlo Ginzburg.

Trabalho apresentado à Professora Drª.


Ana Teresa Marques Gonçalves da
disciplina Memória, Identidades e
Imaginários Sociais, turno Noturno do
curso de Bacharelado em História.

UFG
GOIÂNIA – 2018
Representação: A palavra, a idéia, a coisa

Enquanto nosso contemporâneo, Carlo Ginzburg, pode ele mesmo nos falar
sobre sua vida

Nasci em Turim em 1939, numa família de judeus assimilados e intelectuais,


tanto do lado paterno quanto materno. Meu pai, Leone Ginzburg, nasceu em
Odessa e foi para a Itália criança. [...] Meu pai era professor de literatura russa,
mas em 1932, quando os fascistas exigiram que os professores jurassem
fidelidade ao regime, pediu demissão. [...] Minha mãe, Natalia Ginzburg, Levi
em solteira, era filha de um histologista muito conhecido e importante,
professor da Universidade de Turim. [... Natalia] É uma romancista muito
conhecida, e seus livros foram traduzidos em vários países, inclusive no Brasil.
[...] Nasci portanto nessa família de intelectuais, o que sem dúvida representou
um privilégio cultural. Ao mesmo tempo, há o fato de que éramos judeus e de
que, um pouco devido à guerra, conservei uma lembrança muito nítida da
perseguição sofrida. Tenho assim essa dupla marca. Não chega a ser uma
ambigüidade, no fundo é algo muito ligado à questão judaica, comum aos
intelectuais judeus. (ABREU; GOMES; OLIVEIRA, 1990, p.254-255).

Enquanto sua formação

Comecei meus estudos em Turim, depois Roma, e fiz a universidade em Pisa,


na Scuola Normale Superiore, que era uma espécie de cópia da École Normale
Supérieure francesa. Era o mesmo tipo de instituição, extremamente seleta do
ponto de vista cultural, com um rigoroso concurso de admissão. A escola
oferecia seminários nas áreas de matemática, física, letras ou humanidades.
Não eram ciências humanas, porque não havia sociologia ou antropologia. Mas
havia história. Acontece que os alunos da Scuola Normale seguiam também os
cursos da Universidade de Pisa. Além dos exames na universidade, havia os
seminários da escola, era um programa muito puxado. Eu freqüentava a
Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Pisa, mas fiz minha
dissertação em história. (ABREU; GOMES; OLIVEIRA, 1990, p.255).

Abordando o tema “Representação”, Carlo Ginzburg utiliza o exemplo dos


manequins dos reis franceses e ingleses, que eram usados para representar o monarca
falecido (2001, p.86).

Para compreendermos esse conceito, o autor que é teórico da Micro História,


lança-nos 3 questões:

1. "Mas como surgiu o hábito de exibir ambos?" (GINZBURG, 2001,


p.86).
2. "Porquê? E por que essa inovação seria adotada na França um século
depois, prolongando-se por tanto tempo em ambos os reinos?"
(GINZBURG, 2001, p.87).
3. "As imagens de cera utilizadas durante os funerais dos imperadores
romanos dos séculos II e II eram muito semelhantes [...] àquelas de
cera, madeira ou couro dos reis franceses e ingleses exibidas em
circunstâncias análogas. Devemos supor uma filiação ou uma
redescoberta espontânea?" (GINZBURG, 2001, p.87).

Em resposta à primeira pergunta, sobre o hábito de exibir ambos, que a partir


de 1215 o dogma da transubstanciação da eucaristia teria um papel decisivo

É a presença real, concreta, corpórea de Cristo no sacramento que possibilita,


entre o fim do Duzentos e o princípio do Trezentos, a cristalização do objeto
extraordinário de que parti, até fazer dele o símbolo concreto da abstração do
Estado: a efígie do rei denominada representação. (GINZBURG, 2001, p.103).

Ginzburg afirma, em resposta a segunda pergunta o porquê do uso dos dois


corpos (o verdadeiro e o manequim)

O imperador era consagrado deus; o rei, em virtude da afirmação da perenidade


da função monárquica, não morria nunca As imagens imperiais de cera e as
efígies reais, que consumavam a morte dos imperadores como processo social
(GINZBURG, 2001, p.89).

Embora Ginzburg afirma que “em teoria, os soberanos defuntos conservavam o poder [...]
imediatamente precedente à coroação do novo rei (2001, p90); o autor ressalta que “como
salientaram vigorosamente March Bloch e Claude Lévi-Strauss à propósito de questões
totalmente distintas, o contato (se é que houve contato, o que neste caso não é seguro)
não explicaria a permanência” (GINZBURG, 2001, p.91).

Para encerrar as suas questões, no que tange as analogias da antiguidade entre


os romanos ele não acredita que seja “totalmente independentes dos usos romanos”
(GINZBURG, 2001, p.90) além de “um misto de distância e filiação, que nossa cultura
mantém com a grega” (GINZBURG, 2001, p.95).
Referências

GINZBURG, Carlo. Representação: A palavra, a idéia, a coisa. In: GINZBURG, Carlo.


Olhos de Madeira: Nove reflexões sobre a distância. Tradução de Eduardo Brandão.
2.reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. Cap. III, p.85-103.

ABREU, Alzira Alves de; GOMES, Ângela de Castro; OLIVEIRA, Lucia Lippi. História
e Cultura: Conversa com Carlo Ginzburg. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.3, n.6,
1990, p.254-263.

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