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IDP - Instituto Brasiliense de Direito Público

Nome: Jezyel da Silva Rocha


RA: 1911781
Professor: Henrique Smidt Simon
Turma: DIR_1N Sala: 105 (Noturno)

O contratualismo de Rousseau

Rousseau foi quem trouxe a primeira crise da modernidade do direito natural em seus
pensamentos. Ele contrapõe Hobbes, Locke e outros filósofos e rejeita importante
elementos do pensamento clássico que os seus antecessores modernos ainda tinham
preservado. Diferente de Hobbes que tinha o uso de uma autoridade da razão em
contrapartida da paixão, Rousseau afirma q a paixão assume a iniciativa e toma lugar da
razão.

Segundo Strauss, Rousseau criticou a modernidade baseado em duas vertentes clássicas:


a cidade e a virtude, por um lado, e a natureza, por outro. Ele diz que os políticos do
passado falavam em demasia de costumes e virtudes; já os políticos atuais falam senão
de comércio e dinheiro. O Estado moderno surgiu artificialmente por convenção e se
apresentou como meio de sanar as deficiências do estado de natureza. O filosofo induziu
o retorno desse mundo de artificialidade e convencionalismo ao estado de natureza, à
natureza. Ele chamava o “homem de natureza”, o selvagem pré-político, contra a própria
cidade clássica. Essa aflição entre o retorno à cidade e o retorno ao estado de natureza é
originada pelo pensamento de Rousseau.

Rousseau, a priori, defende entusiasmado os direitos dos indivíduos contra os limites de


toda autoridade. Contudo, em seguida, defende com igual entusiasmo a submissão
completa do indivíduo à sociedade ou ao Estado em nome da disciplina moral e social.
Desse modo, para o filosofo o retorno ao estado de natureza continua sendo uma
possibilidade legitima.

O filosofo, no seu Primeiro discurso, lança um ataque em desfavor da ciência e das artes
em nome da virtude. A virtude é incialmente a virtude política, a virtude do patriota ou a
virtude de um povo, segundo Rousseau. Pois uma sociedade livre pressupõe a virtude.
Os modelos clássicos são afastados em dois pontos para o Rousseau. Ele vê a virtude
como o princípio da democracia seguindo a ideia de Montesquieu que a virtude é
inseparável da igualdade. Em segundo lugar, ele afirma que o conhecimento para adquirir
a virtude é proporcionado não pela razão, mas pela “consciência”, pelo sentimento, pelo
instinto. Dessa forma, Rousseau era inclinado pela democracia e pela preferência ao
sentimento do que pela razão.

Conforme o Rousseau, a sociedade civil é uma sociedade fechada e particular, pois ele
sustentava que só se alcançava a saúde na sociedade civil com características próprias o
que se adquire com instituições nacionais e exclusivas. No entanto, essas instituições
devem ser pautadas por uma “filosofia” nacional que não é transferível para outras
sociedades, diferente da ciência ou filosofia que são, essencialmente, universais.
Contudo, enquanto a ciência é cosmopolita, a sociedade é animada por um espírito
patriota. Desse modo, para Rousseau, a filosofia ou a ciência, em contrapartida,
compromete o espírito guerreiro. Conclui-se, segundo as ideias de Rousseau, que o
verdadeiro cidadão está voltado para o dever, em contrapartida que o filosofo ou cientista
está inclinado de maneira egoísta ao seu prazer apenas. Assim, uma sociedade libre supõe
que os membros abriram mão de sua liberdade natural em face da liberdade convencional,
ou seja, da obediência às leis da comunidade ou às regras de conduta uniformes. Essa
sociedade civil exige a transformação do homem natural em um cidadão. Porém o filosofo
ou cientista continua a seguir seu “próprio gênio” e sem nenhuma obrigação de seguir a
vontade geral. Logo, há uma substituição da desigualdade natural pela igualdade
convencional.

Através da ciência e da filosofia que Rousseau afirmou em sua tese que a ciência ou a
filosofia não se compatibiliza com a sociedade livre e a virtude. Dessa maneira, ele
tacitamente admite que a ciência ou filosofia são compatíveis com a virtude. Diante dessa
contradição, Rousseau traz três soluções. A primeira ele afirma que a ciência é ruim para
a boa sociedade e boa para a má sociedade. Dessa forma, numa sociedade corrupta a
ciência pode propiciar algum consolo. A segunda solução de Rousseau diz que a ciência
é boa para os indivíduos seletos, ou seja, para os pequenos grupos de verdadeiros filósofos
e o qual ele se inclui, mas ruim para o público comum. Dessa maneira, ele lançou um
ataque contra a ciência popularizada, contra a difusão do conhecimento científico. Nessa
ideia de Rousseau, a impressão q se tem é que ele buscou restaurar a ideia clássica de
filosofia em face ao iluminismo, pois ele reafirma a importância crucial da desigualdade
natural dos homens no que tange os dons intelectuais. Assim, quando o filosofo assume
essa concepção clássica, ele rebaixa novamente às ideias que tentou se livrar. Rousseau
soluciona essa contradição quanto ao valor da ciência exposta no seu primeiro discurso
na terceira proposta por meio da distinção entre os dois tipos de público a que a ciência
se dirige. Os dois tipos de ciência que é alcançada pela terceira proposta é um que é
incompatível com a virtude (“metafísica”) e outro que é compatível com a virtude
(“sabedoria socrática”). Entende-se por sabedoria socrática o autoconhecimento, ou seja,
o conhecimento da sua própria ignorância.

No segundo discurso, Rousseau retrata uma “história” do homem baseado na


interpretação apresentada por Lucrécio. Este afirmava que o destino humano pode ser
compreendido sem a interferência da atividade divina. Já Rousseau traduz a história do
homem com o intuito de descobrir qual a ordem política é conforme ao direito natural. O
filosofo prefere seguir Descartes no que cerne a ideia que ele assume que os animais são
maquinas e que o homem transcende o mecanismo geral em prol da espiritualidade de
sua alma. Ao coadunar com essa concepção de que os animais são maquinas, ele deixa
transparecer que existe apenas uma diferença de grau entre os homens e os animais no
que se refere ao entendimento que é o poder de escolha que os homens tem e a sua
liberdade o que traduz a espiritualidade de sua alma. Diante disso, Rousseau está certo de
que, para estabelecer o direito natural, é preciso retornar ao estado de natureza. Ele aceita
as premissas de Hobbes e por isso se afasta de Hobbes por aceita-las.

A concepção de que o homem é bom por natureza assim compreendida por Rousseau
deve ser entendida à luz da sua concepção de que o homem é subumano por natureza, ou
seja, ele é bom por natureza porque é, por natureza, um subumano capaz de ser bom ou
mau. Desse modo, o homem é por natureza infinitamente maleável. Logo, se o homem é
maleável e essa humanidade é adquirida, então essa aquisição deve, então, ser explicada.
Assim, segundo Rousseau, o abandono do estado de natureza para a sociedade civil não
se deve a um bom ou mau uso da liberdade e nem a uma necessidade essencial, mas se
deve a uma causalidade mecânica ou a uma série de acidentes naturais. Desse modo, o
homem tem que buscar o aprendizado e o conhecimento para sobreviver.

A partir da doutrina do estado de natureza por Rousseau, a doutrina moderna chega a um


estágio crítico. Mas Rousseau se viu diante da necessidade de abandonar essa doutrina,
pois, se o estão de natureza é subumano, então é irracional retroceder ao estado de
natureza para encontrar a norma humana. Ele concluiu que a característica humana não é
uma dádiva da natureza, mas um resultado da ação forçada ou não do homem para superar
ou mudar a natureza. Rousseau também concluiu que o processo histórico é acidental e
dessa forma não pode fornecer um padrão. Para se alcançar esse sentido, o processo
histórico deve trazer um conhecimento do verdadeiro direito público, pois sem ele não se
oferece o verdadeiro padrão ao homem.

Diante do exposto, os resultados que Rousseau extraiu do estado de natureza em relação


as premissas hobbesianas sugeriu um retorno à concepção do homem como um animal
social. Contudo, ele se recusou essa ideia porque se preocupou com a independência
radical do indivíduo. Logo, conservou a noção de estado de natureza para garantir essa
independência radical do indivíduo. Segundo o filosofo, deve-se identificar a liberdade
como uma virtude ou uma bondade que consiste em obedecer à lei que a pessoa deu a si
mesma e também considera a liberdade não como uma condição ou uma consequência da
virtude, mas a própria virtude. Daí surgiu a origem da “filosofia da liberdade” de
Rousseau. Rousseau afirma que a vida excelente consiste na maior proximidade que se
possa estabelecer com o estado de natureza no nível da humanidade. Para Strauss,
Rousseau se diferencia dos demais pois ele enxergava uma desigualdade entre essas
liberdades e as exigências da sociedade civil.

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