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Modelos alternativos:
REQUISITOS DA PROPOSTA
Uma declaração constitui uma proposta contratual se dor completa, precisa, firme e
formalmente adequada.
Uma vez que o ato de aceitação não permite a inclusão de novas cláusulas contratuais, têm de
resultar da proposta todas as cláusulas que ambas as partes consideram necessárias para a
obtenção de um acordo (232ºCC).
Quanto ao preço, a lei contém critérios supletivos para determinar o mesmo quando não
resulte do contrato (883º e 1211ºCC).
A proposta deve ser precisa, não permitindo, com a aceitação, que resultem dúvidas acerca da
formação e do conteúdo do contrato.
A proposta deve ser firma ou reveladora de intenção inequívoca de contratar, de forma que da
aceitação resulte a celebração do contrato.
A proposta deve revestir a forma exigida para o contrato. A forma é em regra livre, exceto se
se tratar de contrato sujeito à forma escrita, nesse caso a proposta tem de ser escrita e
assinada pelo proponente.
A inobservância da forma legalmente exigida só pode ser invocada pelo consumidor.
Preenchidos os requisitos para que uma declaração negocial constitua proposta contratual, o
proponente fica, a partir do momento em que esta se torna eficaz, numa situação de sujeição,
tendo o seu destinatário o direito potestativo de aceitação e de formação do contrato
(224ºCC).
PROPOSTA AO PÚBLICO
Modalidade de proposta contratual e tem como principal caraterística a indeterminação dos
destinatários. Consiste numa declaração negocial completa, precisa, firme e formalmente
adequada, bastando a aceitação do destinatário para a conclusão do contrato. Distingue-se do
artigo 225ºCC. Está consagrada no artigo 230º nº3CC. Trata-se de uma prática comum cujo
objetivo é o de celebração do maior número de contratos no mais curto período de tempo.
ACEITAÇÃO
A aceitação é uma declaração dirigida ao proponente, que reflete uma concordância com
todos os aspetos contratualmente relevantes da proposta apresentada, tendo como principal
efeito a celebração do contrato. A declaração só tem valor de aceitação se cumprir 2
requisitos: conformidade com a proposta e adequação formal.
No entanto, a modificação da proposta inicial pode ser precisa ao ponto de equivaler a uma
nova proposta, contanto que outro sentido não resulte da declaração (233º), o que se designa
por contraproposta. Esta tem de cumprir todos os requisitos da proposta.
A aceitação deve ainda ser formalmente adequada, ou seja, se o contrato estiver sujeito a
forma especial, a aceitação tem de revestir essa forma para ser eficaz.
A aceitação pode ser tácita (217º nº1 CC), o que sucede nos casos do artigo 234ºCC.
Deste modo, tem-se por concluído o contrato assim que a conduta da outra parte mostre a
intenção de aceitar a proposta. Deve considerar-se que a aceitação é tácita nos casos em que
se verifica o consumo de um bem ou a utilização de um serviço, ou se dá inicio ao contrato
através do pagamento do preço.
Nota: só integram o contrato as cláusulas sobre as quais tiver havido acordo entre as partes.
As cláusulas não comunicadas não podem ser objeto de acordo, pelo que as normas referidas
não assentam num dever de informação mas sim num ónus que incumbe ao profissional de
comunicar as cláusulas do contrato ao consumidor, fazendo-o da forma prevista. Se não o
fizer, é atribuído ao consumidor o direito de resolver o contrato (8º nº4 LDC) ou de pedir a sua
anulação (14º nº1 DL 57/2008), para além de que as cláusulas não comunicadas de forma
adequada não integram o contrato.
PREÇO
O profissional tem ampla liberdade de estipulação do preço dos bens ou serviços. Existem, no
entanto, duas exceções:
INDICAÇÃO DE PREÇOS
Artigo 8º nº1 LDC – impõe ao profissional, durante a fase de negociação do contrato, a
indicação de forma clara, objetiva e adequada do preço total do bem ou do serviço, incluindo
taxas e impostos e quaisquer encargos suplementares, se for o caso, podendo o consumidor,
em caso de incumprimento deste dever, além de exigir o pagamento de um indemnização,
resolver o contrato (8º nº4).
O DL 138/90 no seu artigo 1º trata especificamente do preço dos bens no comércio a retalho
(ver também artigo 3º, 5º, 8º, 10º, 11º).
O DL 57/2008 das práticas comerciais desleais considera enganosa a prática comercial que
omita uma informação essencial para a decisão do consumidor (artigo 9º e 10º c).
As normais especiais que impõem um dever pré-contratual de indicação do preço não podem
ser invocadas posteriormente pelo profissional que as incumpriu, omitindo o peço, para obstar
à qualificação da sua declaração como proposta contratual.
Quando ocorra um erro de cálculo ou de escrita do preço pelo profissional, procede-se, por via
de interpretação, à sua retificação (249ºCC). O regime do erro na declaração (247ºCC) não
deve ser aplicado nestes casos.
Também importante o artigo 9º-A da LDC relativo a pagamentos adicionais a efetuar pelo
consumidor.
Liquidação (3º nº1 c): tem caráter excecional, visa o escoamento acelerado de bens ou
serviços e tem de resultar de motivos que determinem a interrupção da atividade. Só pode ser
efetuada nos seguintes casos (12º nº1):
Alegar que se está perante liquidação quando não existe motivo, constitui uma prática
comercial enganosa, proibida nos termos do 8º s) DL 57/2008, que implica sanções
contraordenacionais e a possibilidade de o consumidor anular o contrato (14º).
A liquidação deve ser efetuada no estabelecimento onde os bens/serviços são normalmente
comercializados (13º nº3).
Trata-se de um contrato