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MODELOS DE FORMAÇÃO DO CONTRATO DE CONSUMO

A matéria da formação de contrato tem como referência o negócio jurídico, partindo do


modelo de formação dominante de proposta seguida de aceitação. O modelo alternativo mais
utilizado consiste na celebração do contrato através da elaboração de um documento escrito,
assinado ou não pelas partes, que contém as cláusulas que regem a relação contratual. Sendo
este ultimo o modelo a que se recorre quando a lei impõe uma forma especial para a
celebração do contrato.
Estes contratos distinguem-se dos contratos em que a lei impõe a confirmação por escrito de
um contrato celebrado anteriormente na sequência da aceitação de uma proposta (exemplo:
contratos celebrados à distância em que se exige o envio ao consumidor de um documento
contido num suporte duradouro que inclua as principais clausulas do contrato já celebrado –
6º DL 24/2014).
O profissional é, em regra, a pessoa que redige o documento (ou dispõe de um documento
contendo cláusulas contratuais gerais, que apresenta a todos os clientes). Nestes casos o
consumidor limita-se a aceitar a proposta e a assinar.

Modelos alternativos:

 Diálogo concentrado no tempo – as partes comunicam entre si até à realização do


contrato, após concordarem em todas as clausulas sobre as quais tenham julgado
necessário haver acordo (232ºCC);
 Propostas cruzadas – permitem concluir sobre a existência de consenso entre as partes
(232ºCC);
 Promoção de concurso por um profissional – atribuição de um prémio que não é a
celebração de contrato;
 Contrato real quod constitutionem – contrato em que a tradição da coisa é relevante
para a celebração do contrato, sendo o último ato do processo de formação, um dos
elementos do processo de formação é a tradição. A celebração do contrato depende
ainda de aceitação. A aceitação pode consistir na tradição da coisa ou no pagamento
do preço.

MODELO PREDOMINANTE: PROPOSTA SEGUIDA DE ACEITAÇÃO


O modelo de formação de contrato dominante pressupõe a existência de duas declarações
contratuais: a proposta e a aceitação. O contrato celebra-se quando a aceitação se torna
eficaz.

REQUISITOS DA PROPOSTA
Uma declaração constitui uma proposta contratual se dor completa, precisa, firme e
formalmente adequada.
Uma vez que o ato de aceitação não permite a inclusão de novas cláusulas contratuais, têm de
resultar da proposta todas as cláusulas que ambas as partes consideram necessárias para a
obtenção de um acordo (232ºCC).
Quanto ao preço, a lei contém critérios supletivos para determinar o mesmo quando não
resulte do contrato (883º e 1211ºCC).
A proposta deve ser precisa, não permitindo, com a aceitação, que resultem dúvidas acerca da
formação e do conteúdo do contrato.
A proposta deve ser firma ou reveladora de intenção inequívoca de contratar, de forma que da
aceitação resulte a celebração do contrato.
A proposta deve revestir a forma exigida para o contrato. A forma é em regra livre, exceto se
se tratar de contrato sujeito à forma escrita, nesse caso a proposta tem de ser escrita e
assinada pelo proponente.
A inobservância da forma legalmente exigida só pode ser invocada pelo consumidor.
Preenchidos os requisitos para que uma declaração negocial constitua proposta contratual, o
proponente fica, a partir do momento em que esta se torna eficaz, numa situação de sujeição,
tendo o seu destinatário o direito potestativo de aceitação e de formação do contrato
(224ºCC).

PROPOSTA E CONVITE PARA CONTRATAR


O convite distingue-se da proposta para contratual por não reunir os requisitos
supramencionados. A declaração pode não ser completa, por faltarem os elementos sobre os
quais o emitente ainda julgue ser necessário negociar, ou pode não ser formalmente adequada
à formação de contrato. O convite pode gerar responsabilidade pré-contratual e o seu
conteúdo pode constituir uma parte significativa do conteúdo de um futuro contrato
celebrado na sequência da sua emissão. Exemplo: pedido de orçamento por parte do
consumidor.

PROPOSTA AO PÚBLICO
Modalidade de proposta contratual e tem como principal caraterística a indeterminação dos
destinatários. Consiste numa declaração negocial completa, precisa, firme e formalmente
adequada, bastando a aceitação do destinatário para a conclusão do contrato. Distingue-se do
artigo 225ºCC. Está consagrada no artigo 230º nº3CC. Trata-se de uma prática comum cujo
objetivo é o de celebração do maior número de contratos no mais curto período de tempo.

ACEITAÇÃO
A aceitação é uma declaração dirigida ao proponente, que reflete uma concordância com
todos os aspetos contratualmente relevantes da proposta apresentada, tendo como principal
efeito a celebração do contrato. A declaração só tem valor de aceitação se cumprir 2
requisitos: conformidade com a proposta e adequação formal.

Na sequência da proposta e da aceitação, o essencial é que as partes tenham acordado em


todas as cláusulas sobre as quais qualquer delas tenha julgado necessário acordo (232ºCC). A
aceitação não pode modificar os termos da proposta, aumentando ou restringindo o seu
âmbito. Se o destinatário da proposta concordar com todos os aspetos menos um, mesmo que
não seja essencial, não se verifica a aceitação da proposta. Nos termos do 233º, a aceitação
com aditamentos, limitações ou outras modificações importa a rejeição da proposta.

No entanto, a modificação da proposta inicial pode ser precisa ao ponto de equivaler a uma
nova proposta, contanto que outro sentido não resulte da declaração (233º), o que se designa
por contraproposta. Esta tem de cumprir todos os requisitos da proposta.

A aceitação deve ainda ser formalmente adequada, ou seja, se o contrato estiver sujeito a
forma especial, a aceitação tem de revestir essa forma para ser eficaz.
A aceitação pode ser tácita (217º nº1 CC), o que sucede nos casos do artigo 234ºCC.
Deste modo, tem-se por concluído o contrato assim que a conduta da outra parte mostre a
intenção de aceitar a proposta. Deve considerar-se que a aceitação é tácita nos casos em que
se verifica o consumo de um bem ou a utilização de um serviço, ou se dá inicio ao contrato
através do pagamento do preço.

COMUNICAÇÃO DO CONTEÚDO DA DECLARAÇÃO PROFISSIONAL


Nas relações jurídicas de consumo, a iniciativa contratual parte, regra geral, do profissional. A
lei impõe a este um dever acrescido de comunicação do conteúdo da sua declaração, proposta
ou convite para contratar (artigo 8º nº1 LDC). Este artigo impõe um especial dever de
informação no que respeita às principais cláusulas do contrato a celebrar, aplicando-se a todos
os contratos de consumo. Também o DL 57/2008 se refere ao conteúdo da declaração negocial
do profissional no artigo 9º nº1 e 10º.

Nota: só integram o contrato as cláusulas sobre as quais tiver havido acordo entre as partes.
As cláusulas não comunicadas não podem ser objeto de acordo, pelo que as normas referidas
não assentam num dever de informação mas sim num ónus que incumbe ao profissional de
comunicar as cláusulas do contrato ao consumidor, fazendo-o da forma prevista. Se não o
fizer, é atribuído ao consumidor o direito de resolver o contrato (8º nº4 LDC) ou de pedir a sua
anulação (14º nº1 DL 57/2008), para além de que as cláusulas não comunicadas de forma
adequada não integram o contrato.

PREÇO
O profissional tem ampla liberdade de estipulação do preço dos bens ou serviços. Existem, no
entanto, duas exceções:

 Caso em que se impõe a fixação de um preço pelo produtor, devendo os vendedores


respeitar esse preço;
 Caso em que a própria lei fixa o preço máximo do bem ou serviço ou o seu modo de
cálculo, com o objetivo de garantir o acesso de um maior número de cidadãos a esse
bem ou serviço.

INDICAÇÃO DE PREÇOS
Artigo 8º nº1 LDC – impõe ao profissional, durante a fase de negociação do contrato, a
indicação de forma clara, objetiva e adequada do preço total do bem ou do serviço, incluindo
taxas e impostos e quaisquer encargos suplementares, se for o caso, podendo o consumidor,
em caso de incumprimento deste dever, além de exigir o pagamento de um indemnização,
resolver o contrato (8º nº4).
O DL 138/90 no seu artigo 1º trata especificamente do preço dos bens no comércio a retalho
(ver também artigo 3º, 5º, 8º, 10º, 11º).
O DL 57/2008 das práticas comerciais desleais considera enganosa a prática comercial que
omita uma informação essencial para a decisão do consumidor (artigo 9º e 10º c).

As normais especiais que impõem um dever pré-contratual de indicação do preço não podem
ser invocadas posteriormente pelo profissional que as incumpriu, omitindo o peço, para obstar
à qualificação da sua declaração como proposta contratual.

Quando ocorra um erro de cálculo ou de escrita do preço pelo profissional, procede-se, por via
de interpretação, à sua retificação (249ºCC). O regime do erro na declaração (247ºCC) não
deve ser aplicado nestes casos.
Também importante o artigo 9º-A da LDC relativo a pagamentos adicionais a efetuar pelo
consumidor.

PRÁTICAS COMERCIAIS COM REDUÇÃO DE PREÇOS


A problemática da comercialização de bens ou serviços com redução de preço encontra-se
prevista no DL 70/2007 e DL 10/2015 (alteração). Analisando o artigo 3º nº1 b), a designação
promoções contém dois requisitos: a promoção de um bem ou serviço a um preço inferior ou
com condições mais vantajosas, e a promoção ter o objetivo de potenciar a comercialização de
determinado bem ou serviço.
O diploma aplica-se se existir uma promoção em forma de desconto ou em forma de
condições mais vantajosas (oferta de uma maior quantidade do bem/serviço pelo mesmo
preço, facilidades no modo de pagamento que possam ser avaliadas em dinheiro, como o
pagamento total diferido ou pagamento a prestações sem juros).
De acordo com o artigo 11º, é proibida a realização de promoções ao mesmo tempo que
saldos, uma vez que os objetivos das duas práticas são diversos.

O DL 10/2015 alterou significativamente a lógica dos saldos, deixando estes de se realizarem


no fim de estação, em datas predefinidas pela lei, podendo agora realizar-se em qualquer
altura do ano, desde que não ultrapassem, no total, quatro meses por ano (10º nº1). Os saldos
têm como objetivo o escoamento acelerado de bens ou serviços (3º nº1 a)). Nos saldos, é
ilícito ao profissional adquirir bens para esse efeito, considerando-se que foram recebidos para
esse efeito os bens recebidos até um mês antes do início do período da redução de preços (10º
nº2). Tal não se aplica às promoções em forma de desconto. Aplicam-se aos saldos as normas
gerais dos artigos 4º a 9º do DL 70/2007.

Liquidação (3º nº1 c): tem caráter excecional, visa o escoamento acelerado de bens ou
serviços e tem de resultar de motivos que determinem a interrupção da atividade. Só pode ser
efetuada nos seguintes casos (12º nº1):

 Comercialização efetuada no cumprimento de uma decisão judicial;


 Cessação total ou parcial da atividade comercial;
 Mudança de ramo;
 Trespasse ou cessão de exploração do estabelecimento comercial;
 Realização de obras que impeçam o funcionamento do estabelecimento;
 Danos provocados nas existências por motivo de força maior.

Alegar que se está perante liquidação quando não existe motivo, constitui uma prática
comercial enganosa, proibida nos termos do 8º s) DL 57/2008, que implica sanções
contraordenacionais e a possibilidade de o consumidor anular o contrato (14º).
A liquidação deve ser efetuada no estabelecimento onde os bens/serviços são normalmente
comercializados (13º nº3).

OFERTAS E CONTRATOS PROMOCIONAIS


Distinguir entre:

 Contrato promocional, no qual é oferecido gratuitamente ao consumidor um bem ou


serviço aquando da celebração de um contrato oneroso;
 Oferta gratuita de bens ou serviços propriamente dita, na sequência da qual o
consumidor adquire um bem ou beneficia de um serviço sem qualquer contrapartida
financeira, independentemente da celebração de um contrato oneroso;
 Oferta de bens ou serviços por efeito da acumulação de pontos em cartão de
fidelização/cliente;
 Oferta de bens ou serviços no âmbito de um concurso ou sorteio promovido por um
profissional.

CONTRATOS PROMOCIONAIS COM OBJETO PLURAL


Os contratos com objeto plural são também designados por contratos promocionais. Trata-se
de uma prática comum, na qual o profissional promove a celebração de contratos pela
inclusão de vários bens ou serviços no objeto do contrato, com a indicação de que um ou
vários são oferecidos. A suposta oferta gratuita depende da aquisição de um outro bem ou
serviço no âmbito do mesmo negócio, pelo que se trata de um só contrato e a contrapartida
consiste no pagamento de um preço global (exemplo: três pacotes de leite pelo preço de dois).
O profissional não pode, sob a aparência de um contrato promocional, contornar a proibição
de celebração de contratos ligados (27º DL24/2014 – contratos ligados: são celebrados dois
contratos, impondo o profissional que para a celebração de um deles também seja celebrado o
outro).

OFERTA GRATUITA DE BENS E SERVIÇOS


Oferta de bens ou serviços DIFERENTE de fornecimento de bens ou serviços não solicitados (9º
nº4 LDC e 12º f) DL 57/2008). O fornecimento de bens ou serviços não solicitados pressupõe a
exigência do pagamento do preço por parte do profissional, a oferta constitui um contrato
gratuito. É proibido em Portugal a oferta de produtos do tabaco, alguns medicamentos e
fórmulas para lactentes. No caso do artigo 8º z) do DL 57/2008 não se trata da oferta de um
bem ou serviço, mas da indução do consumidor em erro quanto à gratuitidade de um bem ou
serviço. Um contrato celebrado na sequencia desta prática é anulável, nos termos do artigo
14º.

Trata-se de um contrato

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