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UNIDADE I – CONCEITOS
Teologia:
Uma palavra de origem simples: theos (Deus) e logos (palavra). “Portanto, a
‘teologia’ é o discursar sobre Deus”1. O termo foi usado inicialmente pelo cristianismo
para retratar a doutrina de Deus. Com o declínio do politeísmo, o termo era usado
quase exclusivamente para designar o Deus dos cristãos. Somente nos séculos XII e
XIII, com o desenvolvimento da Universidade de Paris, é que o termo passou a ser
usado para retratar “a disciplina da ciência sagrada” que abrangia a totalidade da
doutrina cristã, e não somente a doutrina de Deus2.
Teologia bíblica:
Alguns empregam o termo “teologia bíblica” para referir-se à teologia de livros ou
de porções específicas da Bíblia (e.g., a teologia de Mateus, a teologia de Paulo).
Outros a usam para referir-se à teologia da Bíblia quando a Bíblia é estudada
diacronicamente3, em contraste com a teologia sistemática, que tende a ser organizada
tópica e sincronicamente. Como subconjuntos desta última categoria, existem ainda
duas distinções. Quando alguns ouvem a expressão “teologia bíblica”, pensam em
como é possível acompanhar vários temas ao longo da Bíblia ou ao longo de várias
1
McGRATH, Alister E. Teologia sistemática, histórica e filosófica - Uma introdução à teologia cristã. São Paulo:
Shedd Publicações, 2005, p. 175.
2
Idem.
3
Significado de “diacrônico”: relativo ao estudo ou à compreensão de um fato ou de um conjunto de fatos em sua
evolução no tempo.
1
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partes dela. Esses temas constituem os ligamentos que dão unidade ao cânon:
descanso, templo, sacrifício, sacerdócio, reino, aliança, e assim por diante. Outros
refletem sobre aquilo que D. A. Carson denomina “os grandes pontos decisivos da
história da redenção”. Evidentemente, aqueles que estão comprometidos com o estudo
fenomenológico da Bíblia e negam que exista um Deus por traz de tudo duvidam que é
possível uma teologia bíblica nestes últimos sentidos. Dizem que sempre resultam
numa asfixia da exuberante diversidade que constitui a Bíblia.4
Missão:
Até o século XVI, o termo “Missão” foi usado exclusivamente com referência à
doutrina trinitária, isto é, o envio do Espírito Santo pelo Pai e pelo Filho, cuja
interpretação missiológica deu origem à doutrina chamada na história de “Filioque”.
Essa interpretação, contanto que aceita como doutrina básica da Igreja Cristã, foi um
dos motivos da cisão do cristianismo medieval no ano de 1054.
No século XVI, os jesuítas foram os primeiros a utilizarem a terminologia
“Missão” como a propagação da fé cristã entre os povos não-cristãos, ou seja, a
disseminação da fé entre os povos não-católicos (os protestantes foram vistos como
indivíduos a serem alcançados). Este sentido estava intimamente associado com a
expansão colonial do mundo ocidental aos demais povos (atualmente chamado de
terceiro mundo). Com o tratado de Tordesilhas feito pelo Papa Alexandre VI com as
nações católicas (Portugal e Espanha – 1494), a missão passava a estar atrelada ao
patronato das nações colonialistas e a autoridade real permaneceu, por longo tempo, o
elemento constitutivo para a legitimação do empreendimento missionário.
Desde os meados do século XX, no entanto, tem havido uma escala sempre
crescente do uso do termo “missão”, outorgando-lhe os mais variados e múltiplos
sentidos, os quais variam do mais estreito ao mais amplo significado possível. O
missiólogo Karl Muller em sua obra Mission Theology: An Introduction, apresenta-nos a
seguinte lista de conceitos:
1) Missão é o envio de missionários para um designado território;
2) Missão tem a ver com as atividades realizadas por tais missionários;
3) Missão é a área geográfica onde missionários realizam seus ministérios;
4) Missão é a agência missionária responsável pela logística e pelo envio dos
missionários aos seus respectivos campos;
4
CARSON, D. A. Cristo e Cultura: uma releitura. São Paulo: Vida Nova, 2012, p.48.
2
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A compreensão da missão como missio Dei foi adotada praticamente por todas
as ramificações cristãs – primeiro pelo protestantismo ligado ao CMI, mas,
subsequentemente, também por outros agrupamentos eclesiásticos, como os
ortodoxos orientais e muitos evangelicais. Ela também foi endossada na
teologia missionária católica, particularmente em alguns dos documentos do
7
Concílio Vaticano Segundo (1962-1965) .
5
GONZÁLEZ, Justo L. e ORLANDI, Carlos Cardoza. História do Movimento Missionário. São Paulo: Hagnos,
2008, p. 23.
6
BOSCH, David J. Missão Transformadora. Mudanças de paradigma na teologia da missão. 2ª ed. São
Leopoldo/RS: EST, Sinodal, 2002, p. 467.
7
Ibid., p. 468.
3
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Apesar da diversidade do uso do conceito da missio Dei, ele foi útil, como o
próprio Bosch conclui, para ajudar “a articular a convicção de que nem a igreja nem
qualquer outro agente humano pode, alguma vez, ser considerado o autor ou o
portador da missão”8. Pois,
a missão possui sua origem no coração de Deus. Deus é uma fonte de amor
que envia. Esse é o manancial mais profundo da missão... Reconhecer que a
missão é de Deus representa um avanço crucial em relação aos séculos
precedentes. É inconcebível que pudéssemos voltar a uma concepção estreita
9
e eclesiocêntrica de missão .
A Missio Dei envolve o supremo propósito do Senhor com a vinda do seu reino e
a glória do seu nome. Como ele é o único responsável e capaz de fazê-lo, “a missão da
igreja é servi-lo, ou seja, participar da sua missão, cumprir seus propósitos”10. Desta
forma, assumindo a Missio Dei como base de sua missão, a igreja não vive para
satisfazer seus próprios interesses nem procura na comunidade a motivação para seu
serviço. Mas, foca seu olhar nos propósitos eternos de Deus e se move pelas
Escrituras Sagradas11.
Missões:
O termo “missões” em muitos momentos se confunde com o termo “missão” em
seu uso. O termo
refere-se à atividade do povo de Deus na comunicação do evangelho.
Tradicionalmente, esse termo cria uma imagem de movimento unidirecional: do
mundo cristão ao mundo não-cristão. Por essa razão, por muito tempo, as
missões associavam-se a uma prática missionária eclesiocêntrica, na qual a
12
igreja era protagonista da missão .
8
BOSCH, Ibid, p. 470.
9
BOSCH, p. 140.
10
LIDÓRIO, Ronado. Plantando Igrejas: teologia bíblica, princípios e estratégias de plantio de igrejas. São Paulo:
Casa Editora Presbiteriana, 2007, p. 54.
11
Idem.
12
GONZÁLEZ, Justo L. e ORLANDI, Carlos Cardoza. História do Movimento Missionário. São Paulo: Hagnos,
2008, p. 23.
4
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13
Idem.
14
As definições de “teologia de missões” apresentadas nesta apostila têm por base uma análise das definições de
Charles Van Engen em: Mission on the Way. Baker Books, GR. 1996.
15
Recomendo a leitura das partes introdutórias de: BOSCH, David J. Missão Transformadora – mudanças de
paradigma na teologia da missão. São Leopoldo/RS: Sinodal, 2002, p.26-29. Grande parte desta porção é um resumo
do material de David Bosch.
5
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Neil, Stephen, Gerald H. Anderson, and John Goodwin (eds.). Concise dictionary of the Christian world mission.
Nashville: Abingdon, 1971, p. 594.
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8
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A missiologia é multidisciplinar:
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Definição retirada de material ministrado em sala de aula por Valdeci dos Santos no curso: Teologia
Contemporânea de Missões Aplicada ao Contexto Urbano - PMU – 407 – Centro de Pós-Graduação Andrew
Jumper, 2013.
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Dois problemas:
1) Ausência de fundamento teológico em estudos sobre plantio de igrejas (na
missiologia): Um trabalho missionário sem um sólido fundamento teológico se
distancia da mente de Deus. A teologia de missões necessita de um campo
multidisciplinar que leia as Escrituras com seriedade e que seja comprometido em
redirecionar a igreja em seu envolvimento com a Missio Dei.
Os tempos atuais são marcados pelos grandes desafios para a tarefa missionária.
Crescimento populacional
o 5.000 a.C. a população não passava de poucos milhões.
o 1 d.C. – 250 milhões de habitantes.
o 1.600 – a população não passava de 500 milhões.
o 1.850 – a população atingiu 1 bilhão de pessoas.
o 1.950 – atingiu 2,5 bilhões de pessoas.
o 1.990 – chega ao impressionante número de 5,2 bilhões.
o A partir de 2.000 – já somava mais de 6 bilhões.
o 2.008 – 6,7 bilhões.
o 2.010 – 6,9 bilhões.
o 2.050 – espera-se que atinja 9,2 bilhões.
Movimento populacional – o movimento populacional decorrente da explosão
demográfica.
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GREENWAY, Roger - Ide e fazei discípulos: uma introdução às missões cristãs. São Paulo: Editora Cultura
Cristã, 2001, cap. 2 e 3.
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o Urbanização
o Migração entre países
o Refugiados
o Movimento estudantil internacional
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A igreja não pode ser orientada a se envolver com neste mundo. Ela já
faz parte dele. É o seu mundo. É a sua casa. É a sua vida. A igreja tão
somente precisa optar como quer se mover neste mundo que é seu. Ela
pode estar sendo conduzida por ele. Ou ser agente condutor dele. Ela
pode se deixar moldar pelo mundo. Ou pode optar por moldar o mundo.
A CRIAÇÃO:
As primeiras indicações da graça redentora de Deus para a humanidade
aparecem no contexto de seus atos criativos. Ao criar a vida humana tal como
a percebemos e experimentamos, Deus se move em direção ao coração do
homem. Movido por bondade e puro amor, Deus cria o homem à sua imagem e
semelhança. Deus não tinha nenhum motivo para criar, ou seja, Deus não
precisava criar. Simplesmente o fez. Ele desejou se revelar e relacionar com
outros além da deidade. Gerard van Groningen afirma que: “Deus queria
comunhão – um relacionamento íntimo, bom e amoroso. Isso tornou-se
possível especialmente pela criação de macho e fêmea à sua imagem e
semelhança” (van Groningen, 28).
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A QUEDA:
Criado como fruto da bondade de Deus, o homem era o centro e a
finalidade da criação. Não compreendendo sua centralidade e finalidade,
o homem se aliena de Deus e abdica-se da comunhão com o criador
arrastando consigo toda a criação.
Seu mundo desmorona-se, seu coração se corrompe. Ele perde o
controle de seu mundo. Deus se move em direção ao seu coração com
juízo e muito rigor. O homem é expulso da santa e doce presença do
Criador.
Rompe-se a comunhão. Quebra-se o encanto e a doçura. Do suor de
seu rosto o homem passa a sobreviver. Com dor a mulher passa a dar a
luz. Com “guerras”, a vida se estrutura nas tensões entre “semente de
satanás” e a “semente da mulher”.
O Criador manifesta a sua graça e promete a vitória final do
“descendente da mulher” (relação estreita de Gn 3 com Ap 12).
O proto-evangelho.
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REDENÇÃO:
O CHAMADO DE ABRÃO: Até esta altura, Deus relacionava-se com a
humanidade de forma generalizada. Quando dispersa a humanidade
(Gênesis 11), cria as nações. Cria os povos com suas línguas e culturas
distintas.
Neste contexto, a graça mais uma vez se manifesta, Deus chama Abrão
dentre as nações e o coloca diante delas e promete: “Abençoarei os que
te abençoarem, e amaldiçoarei os que ti amaldiçoarem. Por ti serão
benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12:3).
Deus convoca Israel como nação e a envia para as nações. Johannes
Blauw observa: “a história de Israel nada mais é do que a continuação
do trato de Deus com as nações..., portanto, a história de Israel só pode
ser entendida na perspectiva do problema não resolvido da relação de
Deus com as nações” (Blauw, 19).
A história do povo de Deus é o mover de Deus em direção ao coração
do homem. É o caminho do redentor sendo preparado.
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ISRAEL: UMA NAÇÃO ENTRE MUITAS NAÇÕES (o plano divino para formar
um povo missionário)
Quem era a nação de Israel no contexto das nações que acabavam de
ser criadas?
Israel foi um dos primeiros povos a reconhecerem que era apenas uma
nação na história.
Enquanto impérios como Egito, Babilônia, Pérsia e outros, pensavam
sobre si como o universo, Israel se encontrou como apenas mais uma
nação.
Deus se move em direção ao coração do homem do ponto de vista do
oprimido. Deus não faz aliança com o opressor. Deus socorre ao que
clama. Aquele que faz parte do todo sofredor.
O desenvolvimento do relacionamento de Deus com seu povo se deu na
caminhada e todos os picos da revelação divina foram adendos na
jornada.
Ninguém foi chamado para fundar uma religião. Criar um compêndio
teológico ou coisa parecida. Deus desafiou seu povo a caminhar. E
enquanto caminhava, Deus se revelou a ele. Deus deu terra para o povo
trabalhar, e enquanto trabalhava, Deus se relacionou com ele e
continuou a se revelar. Deus deu guerra para o seu povo guerrear, e
enquanto lutava, Deus o livrou e se revelou a ele. Deus se revelou no
caminho.
ÊXODO-JOSUÉ:
A revelação do Deus pessoal a Moisés – o chamamento de Moisés e de
Israel demonstra a necessidade da vocação divina para a obra
missionária.
o A missão se inicia com a grande libertação.
o A missão é uma obra maior que o povo.
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1º) Evangelizadora
Voltando à discussão inicial, a evangelização, por sua fez, não pode ser
negligenciada na definição de “missão”. Pois ela é parte essencial da missão
da igreja. Evangelização (euangelizomai) comunica literalmente “trazer ou
anunciar o euangelion, as boa novas” (STEUERNAGEL, 1992, 62). Apesar da
palavra aparecer no Novo Testamento para retratar notícias comuns, o seu
maior emprego sempre apresentar o sentido de trazer as boas novas cristãs.
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2º) Kerigmática
Ao exercer sua missão a igreja também precisa ter uma postura
kerigmática. Qual a diferença entre “evangelizadora” e “kerigmática”? Quando
uma igreja está evangelizando ela tem um objetivo específico de anunciar as
boas novas ao pecador que sofre sem visualizar a solução que Deus proveu na
cruz. No entanto, esta não é uma postura única para a igreja. Os pecadores
são “sofredores” que carecem da graça de Deus, mas também são ímpios que
estão debaixo do juízo de Deus. Uma igreja é “kerigmática” quando ela se torna
um arauto da justiça e da integridade. A igreja não pode se abdicar de ser luz e
sal do mundo. Quando uma igreja apenas evangeliza, ela centra sua atenção
nos resultados e espiritualiza sua esfera de atuação. Mas a igreja não foi
chamada para as suas fronteiras. Ela é guardiã da moral e da justiça. Se a
igreja se calar, o mundo não verá a luz. As instituições humanas são
humanamente contaminadas com o pecado. A igreja precisa alçar sua voz e
condenar, como profeta que é, as ações de exploração e degradação da
sociedade em que está inserida. Isto também faz parte da missão da igreja.
3º) Martírica
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4º) Koinônica
Por fim, não pode haver missões sem que a igreja experimente o puro amor do
Senhor em seu coração. Uma igreja que ama ao Senhor acima de todas as
coisas aprende a amar o reino de Deus e entende que a primeira motivação
para a tarefa missionária é a obediência amorosa ao Senhor que envia. Sem
amar a Jesus, uma igreja não pode demonstrar amor internamente, nem
mesmo pelos perdidos que vagam pelo mundo. Toda postura de comunhão na
igreja, só é comunhão espiritual se brotar da comunhão que a igreja tem com
Cristo. Ou seja, se somos irmãos, o somos por estarmos ligados por laços
eternos de amor divino. Sem o amor de Deus não há comunhão. E uma igreja
que não tem comunhão não pode realizar sua tarefa missionária.
Simplesmente pelo fato desta igreja não estar inserida no corpo de Cristo, ou
seja, é apenas um grupo reunido. O que faz uma igreja ser igreja não é a tarefa
missionária, mas o Espírito Santo que a liga a Cristo por meio da Palavra da
Cruz. Somente nesta condição a tarefa missionária não será fazia e desprovida
de significado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CARRIKER, Timóteo. Missão Integral: uma teologia bíblica. São Paulo: SEPAL,
1992.
CARSON, D. A. Cristo e Cultura: uma releitura. São Paulo: Vida Nova, 2012.
VAN ENGEN, Charles. Mission on the Way. Baker Books, GR, 1996.
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