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Introdução a Vénus

O avanço na ciência consegue-se sobrepondo tijolo após tijolo, e não


erigindo subitamente palácios fantásticos.
- J. S. Huxley

Introdução a Vénus Vénus, a jóia do céu, era conhecida


pelos primeiros astrónomos
Introdução
como estrela da manhã e estrela da
Estatísticas de Vénus
Animações de Vénus
tarde. Esses astrónomos pensavam que
Vistas de Vénus Vénus era composta por dois corpos
Referências distintos. Vénus, a deusa romana do
Crateras de Impacto Venusianas amor e da beleza, está coberta por uma
Formações Vulcânicas de Vénus espessa camada de nuvens em turbilhão.
Missão Magalhães a Vénus
Cronologia da Exploração de Vénus Os astrónomos referem-se a Vénus como
o planeta irmão da Terra. São ambos
Galeria de Imagens e Animações de Vénus
Icosaedros Planetários semelhantes em dimensão, massa,
densidade e volume. Ambos foram
Recursos de Vénus formados mais ou menos ao mesmo
A Face de Vénus
tempo e condensados a partir da
mesmanebulosa. Contudo, nos últimos
anos os cientistas descobriram que as
semelhanças terminam aqui. Vénus é muito diferente da Terra. Não tem
oceanos e está envolto por uma atmosfera pesada composta principalmente
por dióxido de carbono e quase sem vapor de água. As suas nuvens são
compostas por gotas de ácido sulfúrico. Na superfície, a pressão atmosférica é
92 vezes a da Terra ao nível do mar.

Vénus é queimado por uma temperatura à superfície de aproximadamente


482° C (900° F). Esta elevada temperatura deve-se principalmente a uma
rápido efeito estufa originado pela pesada atmosfera de dióxido de carbono. A
luz do Sol passa pela atmosfera e aquece a superfície do planeta. O calor é
irradiado mas fica aprisionado pela densa atmosfera que não permite a sua
fuga para o espaço. Isto torna Vénus mais quente que Mercúrio.

Um dia Venusiano tem 243 dias Terrestres e é mais longo que o seu ano de
225 dias. Curiosamente, Vénus gira de leste para oeste. Para um observador
em Vénus, o Sol nasceria a oeste e teria o seu ocaso a leste.

Até há pouco tempo, a densa cobertura de nuvens de Vénus impediu a


observação aos cientistas da natureza geológica da sua superfície. O
aperfeiçoamento dos rádio-telescópios e sistemas de radares de imagem
orbitando o planeta tornaram possível ver a superfície através do patamar de
nuvens. Quatro das mais bem sucedidas missões a revelarem a superfície
Venusiana são a Missão Pioneer Vénus da NASA (1978), as missões
Soviéticas Venera 15 e 16 (1983-1984), e a missão Magalhães de mapeamento
por radar da NASA (1990-1994). À medida que estas sondas começaram a
mapear o planeta, uma outra imagem de Vénus se revelou.

A superfície de Vénus é relativamente nova, geologicamente falando. Parece


ter sido refeita completamente há 300 a 500 milhões de anos atrás. Os
cientistas debatem o como e porquê deste acontecimento. A topografia
Venusiana é composta de vastas planícies cobertas de correntes de lava e
montanhas ou regiões montanhosas deformadas por actividade geológica. O
Maxwell Montes em Ishtar Terra é o pico mais alto de Vénus. A região
montanhosa de Aphrodite Terra estende-se por quase metade de todo o
equador. As imagens da missão Magalhães das regiões montanhosas acima de
2.5 quilómetros são habitualmente brilhantes, característica de um solo
húmido. Contudo, água em estado líquido não existe à superfície e não é a
responsável pelo brilho característico das regiões montanhosas. Uma teoria
sugere que a matéria brilhante possa ser uma formação de compostos
metálicos. Estudos feitos revelaram que o material poderá ser pirite (também
conhecida por ouro dos trouxas). Este é instável nas planícies mas poderá ser
estável nas regiões montanhosas. Este material poderá também ser algum tipo
de material exótico que daria os mesmos resultados mas em concentrações
mais baixas.

Vénus está marcado por numerosas crateras de impacto distribuídas


aleatoriamente pela superfície. Pequenas crateras com menos de 2 quilómetros
são praticamente inexistentes graças à pesada atmosfera Venusianas. As
excepções ocorrem quando grandes meteoritos se fraccionam pouco antes do
impacto, criandoaglomerados de crateras. Vulcões e formações vulcânicas são
ainda mais numerosas. Pelo menos 85% da superfície de Vénus está coberta
de rocha vulcânica. Gigantescas correntes de lava, que se estendem por
centenas de quilómetros, inundaram as zonas de baixo relevo criando vastas
planícies. Mais de 100.000 pequenos vulcões preenchem a superfície
juntamente com centenas de grandes vulcões. As correntes dos vulcões
abriram longos e sinuosos canais que se prolongam por centenas de
quilómetros, tendo um deles aproximadamente 7.000 quilómetros.

Foram encontradas, em Vénus, gigantescas caldeiras, com mais de 100


quilómetros de diâmetro. Algumas formações de Vénus são únicas, como as
coronae e as aracnóides. Coronae são grandes formações ovais, rodeadas de
penhascos com centenas de quilómetros de diâmetro. Pensa-se que são
elevações do manto expressos na superfície. Aracnóides são formações
circulares ou alongadas semelhantes às coronae. Ambas poderão ter aparecido
como resultado de rochas fundidas deslizando pelas fracturas da superfície,
produzindo sistemas de diques e fracturas radiais.

Estatísticas de Vénus
Massa (kg) 4.869e+24
Massa (Terra = 1) .81476
Raio equatorial (km) 6,051.8
Raio equatorial (Terra = 1) .94886
Densidade média (gm/cm^3) 5.25

Distância média do Sol (km) 108,200,000


Distância média do Sol (Terra = 1) 0.7233
Período de rotação (dias) -243.0187
Período orbital (dias) 224.701
Velocidade orbital média(km/s) 35.02

Excentricidade orbital 0.0068


Inclinação do eixo (graus) 177.36
Inclinação orbital (graus) 3.394

Gravidade equatorial na superfície (m/seg^2) 8.87


Velocidade de escape no equador(km/seg) 10.36

Albedo geométrico visual 0.65


Magnitude (Vo) -4.4
Temperatura média na superfície 482°C
Pressão Atmosférica (bars) 92
Composição atmosférica
Dióxido de Carbono 96%
Nitrogénio 3+%
Vestígios de : Dióxido de enxofre,
vapor de água, monóxido de carbono,
árgon, hélio, neón, cloreto de
hidrogénio e fluoreto de hidrogénio.

Animações de Vénus
• Filme da rotação de Vénus.
• Animação da Topografia de Vénus.
• Vista artística de Vénus.
• Filme da rotação Terra/Vénus.
• Magalhães - Mapeando o planeta Vénus.
• Voo sobre Atla Regio Ocidental.
• Voo sobre Artemis.
• Voo sobre Alpha Regio.
• Voo sobre Eistla Regio Ocidental.
• Visão dramática da Lua com Vénus à distância.

Vistas de Vénus
Imagem de Vénus pela Mariner 10
Esta bonita imagem de Vénus é um mosaico de três imagens tiradas
pela Mariner 10 em 5 de Fevereiro de 1974. Mostra-nos a espessa cobertura
de nuvens que impede a observação óptica da superfície de Vénus. Somente
através do mapeamento por radar é que a superfície se revela. (Copyright
Calvin J. Hamilton)

Imagem de Vénus pela Galileo


Em 10 de Fevereiro de 1990 a sonda Galileo obteve esta imagem de Vénus.
Apenas se observa a sua camada de nuvens. (Copyright Calvin J. Hamilton)

Imagem de Vénus pelo Hubble


Esta é uma imagem de Vénus em luz ultravioleta tirada pelo Telescópio
Espacial Hubble a 24 de Janeiro de 1995, quando Vénus estava a uma
distância de 113,6 milhões de quilómetros da Terra. Em comprimentos de
onda ultravioleta as formações de nuvens tornam-se distintas. Em especial,
uma formação em "Y" horizontal vista próximo do equador. As regiões
polares são mais brilhantes, possivelmente mostrando uma neblina de
pequenas partículas sobrepondo-se às nuvens. As regiões escuras mostram a
localização de dióxido de enxofre aumentado junto ao tecto de nuvens. De
missões anteriores, os astrónomos sabem que tais formações viajam de Este
para Oeste com os ventos predominantes de Vénus, dando uma volta completa
ao planeta em quatro dias. (Crédito: L. Esposito, University of Colorado,
Boulder, and NASA)

Vénus
Esta é uma vista global da superfície de Vénus, centrada a 180 graus longitude
Este. A cor simulada serve para evidenciar estruturas de pequena
escala. (Cortesia NASA/JPL)

Cinco Vistas globais


A superfície de Vénus é apresentada em cinco vistas globais. A imagem ao
centro (A) está centrada sobre o pólo norte de Vénus. As restantes estão
centradas sobre o equador de Vénus a (B) 0 graus longitude, (C) a 90 graus
Este, (D) a 180 graus e (E) a 270 graus. A região brilhante perto do centro da
vista polar é Maxwell Montes, a mais alta cadeia de montanhas de
Vénus. Ovda Regio aparece centrada na vista (C) 90 graus Este. Atla
Regio é proeminentemente observada na vista (D) 180 graus. (Cortesia
NASA/JPL)

Vista Hemisférica de Vénus


A vista hemisférica de Vénus, revelada por mais de uma década de
investigações radar que culminaram com a missão Magalhães em 1990-
1994, está centrada a 0 graus Este de longitude. A resolução real desta
imagem é de 3 quilómetros. Foi processada para melhorar o contraste e dar
ênfase a pequenas formações, e codificada por cor para representar as
elevações. (Cortesia NASA/USGS)

Vistas Hemisféricas Adicionais de Vénus

• Vista a 90°E longitude.


• Vista a 180°E longitude.
• Vista a 90°O longitude.
• Vista centrada sobre o pólo norte.
• Vista centrada sobre o pólo sul.

Mapa Venusiano
Esta imagem é uma projecção Mercator da topografia Venusiana. Foram
atribuídos nomes a muitas das diferentes regiões. O mapa estende-se de -66,5
a 66,5 graus em latitude e começa a 240 graus longitude. (Copyright Calvin J.
Hamilton)

Mapa Topográfico Venusiano


Este é outra projecção de Mercator da topografia Venusiana. O mapa estende-
se de -66,5 a 66,5 graus em latitude e começa a 240 graus longitude. A versão
a Preto & Branco desta imagem também está disponível. (Cortesia A.Tayfun
Oner)

Topografia Venusiana
Esta imagem é uma projecção de Mercator da topografia Venusiana das
regiões montanhosas, tais como Ishtar Terra, Aphrodite Terra, Alpha Region e
Beta Regio, mostradas em amarelo e laranja. As regiões baixas estão
representadas em azul. (Courtesy NASA/JPL)

Mapa Cilíndrico de Vénus


Vénus é mostrado neste simples mapa cilíndrico da superfície. Os limites
esquerdo e direito da imagem estão a 240 graus Este longitude. O topo e
fundo da imagem estão a 90 graus Norte latitude e 90 graus Sul latitude,
respectivamente. A região brilhante no topo esquerdo ao centro é Maxwell
Montes, a mais alta cadeia montanhosa de Vénus. Aphrodite Terra, grande
região de terras altas, estende-se do equador ao centro direita. Os sinais
escuros espalhados na imagem são halos que rodeiam crateras mais
recentes. A globalidade destes dados revelam um número de crateras
consistente com a idade média da superfície de Vénus de 300 milhões a
500 milhões de anos. (Cortesia NASA/JPL)

Gula Mons e Cratera Cunitz


Uma parte de Eistla Regio Ocidental é mostrada nesta imagem
tridimensional, em perspectiva, da superfície de Vénus. O ponto de vista está
situado a 1.310 quilómetros a sudoeste de Gula Mons numa elevação de 0,78
quilómetros. O ponto de vista aponta para Noroeste, com Gula Mons
aparecendo no horizonte. Gula Mons, um vulcão com 3 quilómetros de altura,
está localizado aproximadamente a 22 graus Norte de latitude, 359 graus Este
de longitude. A cratera de impacto Cunitz, nome da astrónoma e matemática
Maria Cunitz, é visível no centro da imagem. A cratera tem 48,5 quilómetros
de diâmetro e está a 215 quilómetros do ponto de vista do observador.
(Cortesia NASA/JPL)

Eistla Regio - Vale em Fenda


Uma parte de Eistla Regio Ocidental é mostrada nesta imagem tridimensional,
em prespectiva, da superfície de Vénus. O ponto de vista está localizado a 725
quilómetros a Sudeste de Gula Mons. Um Vale em Fenda, em primeiro plano,
estende-se até à base de Gula Mons, um vulcão com 3 quilómetros de altura.
Esta vista está de frente para Noroeste, com Gula Mons aparecendo à direita
no horizonte. Sif Mons, um vulcão com 300 quilómetros de diâmetro, e com 2
quilómetros de altura, aparece à esquerda de Gula Mons, ao fundo.(Cortesia
NASA/JPL)

Eistla Regio
Uma parte de Eistla Regio é mostrada nesta imagem tridimencional, em
prespectiva, da superfície de Vénus. O ponto de vista está localizado a 1.100
quilómetros a Noroeste de Gula Mons, numa elevação de 7,5 quilómetros.
Correntes de lava estendem-se por centenas de quilómetros pelas planícies
fracturadas, em primeiro plano, até à base de Gula Mons. Esta imagem mostra
o Sudoeste com Gula Mons aparecendo à esquerda, logo abaixo da linha de
horizonte. Sif Mons aparece à direita de Gula Mons. A distância entre Sif
Mons e Gula Mons é de, aproximadamente, 730 quilómetros. (Cortesia
NASA/JPL)

Planalto Lakshmi
As escarpas sul e enseadas Ocidentais de Ishtar Terra são mostradas nesta
imagem tridimensional, em prespectiva. Ishtar Terra Ocidental é,
aproximadamente, do tamanho da Austrália, e é um dos maiores focos de
investigações da Magalhães. A região montanhosa está situada entre 2,5 e 4
quilómetros de altitude, no centro de um planalto chamado Planalto Lakshmi
que pode ser visto à distância, à direita. Aqui, a superfície do planalto cai
precipitadamente para as planícies limítrofes, com declives cuja
inclinação excede os 5% em 50 quilómetros. (Cortesia NASA/JPL)

Imagem Tridimensional, em Prespectiva, de Alpha


Regio
Uma parte de Alpha Regio é mostrada nesta imagem
tridimensional, em prespectiva, da superfície de Vénus.
Alpha Regio, elevação topográfica com
aproximadamente 1.300 quilómetros de extensão, está
centrada a 25 graus de latitude Sul, 4 graus de longitude Este. Em 1963, Alpha
Regio foi a primeira região a ser identificada por radar da Terra. As zonas
brilhantes da imagem de Alpha Regio são caracterizadas por múltiplos
conjuntos de intersecções compostas de sulcos, gargantas, que originam
formas poligonais. Mesmo a Sul deste complexo terreno está uma grande
formação ovoide chamada Eve. O ponto brilhante da imagem de radar,
centralizada em Eve, marca a localização do primeiro meridiano de
Vénus. (Cortesia NASA/JPL)

Arachnoids
Arachnoids são uma das mais espantosas formações encontradas em Vénus.
Elas são vistas, no radar, como planos escuros na imagem da Magalhães, num
mosaico da região de Fortuna. Tal como o nome sugere, Arachnoids são
formações ovais, com anéis concentricos e uma complexa rede de fracturas
estendendo-se para fora. Os Arachnoids variam em tamanho de,
aproximadamente, 50 a 230 quilómetros de diâmetro. Arachnoids são
similares em forma, mas geralmente menores, que as Coronae (estruturas
vulcânicas circulares cercadas por cordilheiras e sulcos, bem como linhas
radiais). Uma teoria, no que diz respeito à sua origem, diz que elas são
precursoras da formação Coronae. As linhas brilhantes, que o radar mostra,
estendendo-se por muitos quilómetros, podem ter resultado da magma elevado
do interior do planeta, e que empurrou a superfície para cima formando
"fendas". Correntes de lava brilhantes, no radar, estão presentes na 1. e 3.
imagens, e também indicam actividade vulcânica nesta área. Algumas das
fracturas atravessam estas correntes, indicando que as correntes ocorreram
antes das fracturas surgirem. Tal relação entre diferentes estruturas fornecem
boas evidências para uma relativa datação dos eventos. (Cortesia NASA/JPL)

Linhas Paralelas
São visíveis dois grupos de formações paralelas que se intersectam quase em
ângulos rectos. A regularidade deste terreno fez com que os cientistas o
alcunhassem de terreno papel gráfico. Os fracos delineados são espaçados em
intervalos de 1 quilómetro e estendem-se além dos limites da imagem. Os
mais brilhantes e mais dominantes delineados, são menos regulares e
frequentemente parecem iniciar e terminar onde interceptam os
delineados mais fracos. Ainda não é claro onde os dois conjuntos de
delineados representam falhas ou fracturas porém, em áreas fora da
imagem, os delineados brilhantes estão associados com crateras e outras
formações vulcânicas. (Cortesia Calvin J. Hamilton)

Fotografias da Superfície pelas Venera 9 e 10


As sondas Soviéticas Venera 9 e 10 foram lançadas a 8 e 14 de Junho de
1975, respectivamente, para fazer algo sem precedentes: pousar na superfície
de Vénus e obter fotografias. A Venera 9 tocou a superfície de Vénus a 22 de
Outubro de 1975 às 17.13 horas, a cerca de 32 graus Sul, 291 graus Este, com
o Sol perto do zénite. Funcionou durante 53 minutos, permitindo a obtenção
de uma única fotografia. A Venera 9 pousou num declive com uma inclinação
de cerca de 30 graus em relação ao horizonte. A parte branca na base da
imagem é parte da sonda. A distorção é provocada pelo sistema de imagem da
Venera. Pedras angulares, de tamanhos com 30 a 40 centímetros, dominam a
paisagem, muitas semi-enterradas no solo. O horizonte é visível nos cantos
superiores, tanto à esquerda como à direita.

A Venera 10 (em baixo) tocou a superfície de Vénus a 25 de Outubro de 1975


às 17.17 horas, a cerca de 16 graus Norte, 291 graus Este. A sonda ficou com
uma inclinação de 8 graus. Devolveu à Terra esta imagem durante os 65
minutos que operou na superfície. O Sol estava perto do zénite durante esse
tempo, e a luz era semelhante a um dia de Verão na Terra. Os objectos na
parte inferior da imagem são peças da sonda. A imagem mostra lajes de rocha,
parcialmente cobertas por uma fina camada de material, não muito diferente a
uma área vulcânica na Terra. A grande laje em fundo estende-se por mais de 2
metros.

Fotografias Coloridas da Superfície pela Venera 13


A 1 de Março de 1982 a Venera 13 tocou na superfície de Vénus a 7,5 graus
Sul, 303 graus Este, a Este de Phoebe Regio. Foi a primeira missão Venera a
incluir uma câmara de televisão a cores. A Venera 13 resistiu na superfície por
2 horas e 7 minutos, tempo suficiente para obter 14 imagens. Esta imagem foi
conseguida usando filtros de cor azul, verde e vermelho, com uma resolução
de 4 a 5 minutos. Parte da sonda é visível na base da imagem. Estão visíveis
lajes e solo. A verdadeira cor é difícil de avaliar, dado que a atmosfera de
Vénus filtra a luz azul. A composição da superfície é semelhante ao basalto da
Terra. No terreno ao fundo está a tampa da lente. Esta imagem é a metade
esquerda da fotografia da Venera 13.

• Fotografias da Superfície pela Venera 13.


• Fotografias da Superfície pela Venera 14.
Vénus
Vénus é o objecto mais brilhante do firmamento a seguir à Lua e ao Sol, pelo que despertou a
atenção do Homem desde os tempos mais remotos. Tal como no caso de Mercúrio, até ao
auge da astronomia grega pensava-se que a estrela da manhã e a estrela da tarde eram dois
corpos diferentes: Eosphorus e Hesperus.

Galileu foi o primeiro a observar que Vénus apresenta fases, como a Lua (e, aliás, como
Mercúrio). Na verdade, todos os planetas apresentam a fase gibosa, mas só Mercúrio e Vénus
podem apresentar as fases falcadas. A observação, por Galileu, das fases de Vénus foi um dos
principais suportes do heliocentrismo.

A razão por que Vénus tem um albedo tão alto (é tão brilhante) é que este planeta se encontra
coberto por uma espessa e densa camada quase uniforme de nuvens, compostas
predominantemente por ácido sulfúrico e dióxido de carbono, que reflectem a luz solar (Figura
1).

Figura 1 – O crescente de Vénus visto pelo telescópio espacial Hubble. Notem-se os


padrões de circulação atmosférica definidos pelas nuvens. NASA.

A pressão atmosférica à superfície de Vénus é da ordem das 90 atmosferas, idêntica à pressão


a 1 km de profundidade nos oceanos terrestres.

A atmosfera de Vénus produz um intensíssimo efeito de estufa, o que explica que a


temperatura à superfície do planeta varie pouco à volta dos 470ºC - mais quente que Mercúrio,
apesar de estar quase ao dobro da distância do Sol. A exploração de Vénus vai seguramente
ajudar-nos a compreender o efeito de estufa na Terra.

A espessa camada de nuvens que cobre todo o planeta levou a que só em 1962 se
conhecessem as características da sua rotação, por observação de ecos radar a partir da
Terra. Descobriu-se, com surpresa, que Vénus roda no sentido retrógrado (o Sol nasce a
ocidente) e que o dia venusiano é mais extenso que o ano (243 contra 224 dias terrestres).

Apesar destas condições quase “infernais”, Vénus é o planeta mais semelhante à Terra: tem
uma atmosfera, tem cerca de 95% do diâmetro da Terra e 80% da sua massa - o que indica
uma composição semelhante, que foi confirmada pelas sondas soviéticas Venera. Além disso,
ambos os planetas têm poucas crateras de grande dimensão, um sinal de superfícies
relativamente jovens. A técnica de contagem de crateras na superfície venusiana, e a
comparação desses dados com contagens de crateras e datações radiométricas da Lua,
sugerem que os terrenos mais antigos de Vénus não terão mais de 800 MA (milhões de anos).
Isto só é explicável por um extenso vulcanismo e, de facto, as imagens da sonda Magellan
(Magalhães) mostraram inúmeros vulcões, de tipos distintos. Encontram-se grandes vulcões-
escudo, como o Monte Sif (Figura 2), semelhantes aos do Havai, na Terra ou o monte Olimpo e
os montes Tharsis, de Marte, associados a vulcanismo basáltico. Muito interessantemente,
também se encontram vulcões-panqueca, por vezes em alinhamentos, (Figura 3) que
aparentam ter tido expulsão de lavas viscosas, o que indica serem de composição intermédia a
ácida. Este tipo de vulcanismo muito diferenciado associa-se na Terra a limites convergentes
de placas tectónicas. Pode-se inferir, portanto, que Vénus já deve ter tido uma tectónica activa.
Dados recentes indicam que pode haver ainda vulcanismo activo em Vénus.

Figura 2 – O monte Sif, em imagem de cores falsas, obtida pela sonda Magellan.
NASA.

Figura 3 – Vulcões-panqueca. NASA.

A estrutura interna de Vénus também deve ser análoga à da Terra: uma crosta, por vezes
espessa (da ordem dos 100 km), um manto silicatado parcialmente fluído e um núcleo metálico
sólido, com cerca de 6000 km de diâmetro (Figura 4).

Figura 4 – Estrutura interna de Vénus. C. Hamilton.

Esta estrutura é a necessária para haver um campo magnético dipolar mas a verdade é que
Vénus não o possui; a baixa velocidade de rotação tem sido apontada como a causa desta
ausência de magnetismo.

É claro que só a sismologia poderá esclarecer definitivamente a estrutura interna de Vénus,


como a de todos os planetas, pelo que se espera que próximas missões possam fazer
experiências nesta área.
Figura 5 – Fotomosaico radar obtido pela sonda Magellan. Cores
calibradas a partir das imagens Venera 13 (Figura 7). A zona central mais clara é Aphrodite Terra, a mais alta e extensa região
montanhosa de Vénus. NASA.

Figura 6 – Altimetria. NASA.

Figura 7 – Panorâmica do solo de


Vénus, a leste de Phoebe Regio (7.5° S, 303° E), obtido pela câmara a bordo da sonda Venera 13. NASA.

VÉNUS
Dados Astronómicos
Orbita Sol

Distância média ao Sol (UA) 0.72333

Excentricidade orbital 0.0067

Período sideral (dias) 224.701

Inclinação orbital 3.39º

Velocidade orbital média (km/s) 35.02

Período de rotação (dias) -243.686

Inclinação do eixo de rotação 177.36º

Magnitude visual máxima -4.4


Número de Satélites 0
Dados Físicos
Raio equatorial (km) 6051.8

Massa (kg) 4.8685 X 1024

Volume (km3) 92.843 X 1010


3
Densidade média (g/cm ) 5.243
2
Gravidade à superfície no equador (m/s ) 8.87

Velocidade de escape equatorial (km/s) 10.36

Temperatura média à superfície (K) 737

Albedo normal 0.65


3
Momento magnético dipolar (Gauss R ) 0

Pressão atmosférica à superfície (mbar) 92 000

Composição da atmosfera (vol%) CO2(96.5), N2(3.5)


Dados Históricos
Descobridor -

Data -

Missões espaciais Venera 1-16; Mariner 10;


Pioneer 12,13; Vega 1,2;
Galileo; Magellan

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