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Lentes esféricas
Lente esférica é um meio material transparente limitado por duas superfícies esféricas, ou por
uma superfície esférica e uma superfície plana. Uma lente esférica é uma associação de dois
dioptros esféricos, ou de um dioptro esférico e um plano.
A luz ao encontrar a primeira superfície da lente sofre uma refracção, e este raio refractado ao
incidir na segunda superfície toma uma nova direcção, refractando-se novamente.
nA
Construção da imagem P’Q’ de um objecto linear PQ, dada por uma lente esférica.
A superfície 1 da lente corresponde a um dioptro esférico que separa o meio A do meio B (por
exemplo o ar do vidro); a superfície 2 da lente corresponde ao dioptro que separa o meio B do
meio A (vidro/ar).
O centro de curvatura da superfície 1, C 1, encontra-se à direita da lente; o centro de curvatura
do segundo dioptro, C2, encontra-se à esquerda da lente. A linha a tracejado N 1, corresponde à
normal à superfície 1 no ponto de incidência do raio paralelo ao eixo óptico – esta linha passa
pelo ponto de incidência e pelo centro de curvatura C 1; a linha N2, corresponde à normal à
superfície 2 no ponto de incidência – esta linha passa pelo ponto de incidência na superfície 2 e
pelo centro de curvatura C2.
Observando a figura 4.1, verifica-se que os dois raios luminosos provenientes do ponto P,
incidentes nos pontos I1 e I2, são refractados na primeira face da lente. Se não existisse a
segunda face da lente, estes dois raios formariam uma imagem no ponto P’’ (ponto P mais à
direita da fig.4.1) - imagem de P. Numa associação de componentes ópticas, neste caso de dois
dioptros, a imagem P’’ dada pelo primeiro dioptro (face 1 da lente) funciona como objecto
(virtual) para a segunda superfície da lente (dioptro vidro-ar).
No entanto, os dois raios refractados, no seu percurso para o exterior da lente, encontram a
segunda face desta, refractando-se de novo, convergindo num ponto P’, que é a imagem de P’’,
dada por esta segunda superfície da lente; o traçado deste raio é feito à custa da normal à
superfície 2 no ponto de incidência – na passagem para o exterior os raios afastam-se da
normal uma vez que são refractados para um meio menos refringente (menos denso). A
imagem dada pela lente do ponto objecto P é o ponto imagem P’; neste caso trata-se de uma
imagem real uma vez que resulta da intersecção directa dos raios refractados.
É deste modo possível analisar o trajecto de raios luminosos ao atravessarem uma lente
esférica.
Lente divergente ou negativa é a lente que faz com que os raios luminosos paralelos nela
incidentes formem um feixe divergente, ao emergirem da sua segunda superfície.
As duas lentes mais à esquerda são lentes convergentes. São lentes menos espessas nos
bordos do que no centro, como se vê na figura 4.2 As duas mais à direita são lentes
divergentes, sendo mais espessas nos bordos do que no centro.