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do Ensino Religioso
É um fato a educação depender da cosmovisão, do modo de se conhecer e projetar a vida.
A concepção de mundo da cultura ocidental é a dos séculos XVI e XVII, que muda radicalmente a
noção de um universo orgânico vivo e espiritual da Idade Média e estabelece a noção de mundo, de vida,
como máquina pronta, estática e manipulável, da mesma forma que o mecanismo de um relógio.
Essa cosmovisão da Era Moderna, determinada pela mudança na Física e na Astronomia, através
de revoluções como as de Copérnico, Galilei e Newton, tem, com o considerado fundador da Filosofia
Moderna, Descartes, a ênfase no pensamento racional e no conhecimento científico como único.
A partir do pensamento de Descartes, o filósofo do “penso, logo existo”, a cultura ocidental pas-
sa a ser marcada pela visão linear, concentrada, fragmentária, que recoloca o Ser Humano no centro
do universo, estimula a competição, legitima a exploração e a manipulação no e do planeta. O “penso
logo existo”, com o passar dos tempos, foi se ampliando e ganhando espaços: “se penso, posso”, “se
posso, conquisto”, “se conquisto, possuo...”.
A filosofia cartesiana e a consequente cosmovisão têm suporte na certeza do conhecimento
científico.
Essa crença na Ciência, a partir de Descartes, que enfatiza o pensamento racional e induz à
visão linear e concentrada, é, ainda hoje, muito difundida, chegando ao cientificismo que caracteriza
a cultura ocidental.
Os efeitos dessa visão repercutem na Escola, instituição socialmente organizada a partir das
necessidades de padronizar a forma sistematizada de ensinar os conhecimentos historicamente acu-
mulados. Assim, tanto o que se ensina como o modo de ensinar da Escola estão fundamentados na
Ciência. E o método analítico da Ciência centra-se no intelecto: discriminar, medir, classificar cada
parte para chegar ao todo.
A Escola, com a finalidade de ensinar, pedagogicamente fragmenta ainda mais o conhecimento
dito científico, e o resultado do ensino fica reduzido a conclusões, soluções e conceitos fixos, no qual
o processo dialético das inter-relações é desconhecido. E o desenvolvimento das capacidades cognos-
citivas, a formação intelectual, dá-se apenas pela apropriação de conhecimentos já sistematizados.
Considerando que o Ensino Religioso se desenvolve nessa realidade de Escola, há algumas
questões a ele relacionadas que se coimplicam, como:
a carência de uma fundamentação nas diferentes ciências, não só afins do Ensino Religioso –
Psicologia, Filosofia, Sociologia e Teologia – como também a Física, a Química, a Biologia,
dos últimos tempos;
a identificação histórica do Ensino Religioso como Ensino de Religião, seus princípios, sua
doutrina e normas, em que fica explícita a separação entre esse Ensino e a Ciência;
a ausência científica da Didática, já que esse modelo de Ensino Religioso como Ensino de Reli-
gião dispensa princípios norteadores que consideram as interdependências e as inter-relações.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
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Fundamentos Epistemológicos do Ensino Religioso
Essa posição contrária à Ciência, não como forma de questionar o seu cien-
tificismo, mas como atitude de incompatibilidade entre Fé e Ciência, está presente
no Ensino Religioso. Daí que, frente ao significado de ensinar, que compreende
ações, meios e condições para formação intelectual, em nível teórico, o Ensino
Religioso se apresenta como formação da dimensão religiosa. Mas, por força de
sua caracterização de ensino, ele necessita propiciar que experiências, conheci-
mentos, valores e qualidades veiculadas tornem-se princípios reguladores da ação
humana de educadores e educandos, e que são vivenciados em convicções e ati-
tudes reais no cotidiano.
A questão do epistemológico no Ensino Religioso, portanto, passa não apenas
pelo suporte científico na evidência desse ensino, como pela forma de sua operacio-
nalização. Nela, prepondera a aquisição de conhecimentos via intelecto, racional, e
não via imaginário, no qual o numinoso (termo assumido por Jung para designar o
religioso como segurança para a pessoa) se desenvolve. Assim, urge, no Ensino Re-
ligioso, suprir a carência epistemológica desse Ensino via imaginário, para que sua
prática não se esvazie em “pedagogias” que buscam explicitar a construção lógica
do conhecimento, a ampliação do universo, a busca na pesquisa etc., todas voltadas
mais para o desenvolvimento do intelecto, do racional dos educandos.
E, nesse sentido, há muito que percorrer ainda com o Ensino Religioso, vis-
to que ele se fundamenta e se sustenta basicamente no teórico de currículos, livros
didáticos, programas e projetos preestabelecidos, repletos de elementos e compo-
nentes técnicos do modelo escolar... Decorre daí que a prática acaba se transfor-
mando num ritualismo desatualizado, superficial, inadequado, inconsciente e até
mesmo inconsequente.
Portanto, a prática pedagógica no e do Ensino Religioso, em sua relação
epistemológica, é perpassada pelo cientificismo cultural e pelo modelo de Escola,
donde decorrem outros aspectos, como a linguagem, a avaliação, o fazer e agir do
profissional, as relações de enfoques da realidade etc.
Na medida em que o Ensino Religioso assume a caracterização de Ensino
nas múltiplas relações do bio-psico-racional-imaginário, a sua prática pedagógica
adquire uma unidade fundamentada muito mais na perspectiva do ato de conhe-
cer do que adquirir conhecimentos, de facilitar, de criar condições favoráveis para
se aprender a caminhar, “de dar as razões de sua esperança, sua vida”.
Lei 4.024/61
Art. 97. O Ensino Religioso constitui disciplina dos horários normais
das escolas oficiais, é de matrícula facultativa e será ministrado sem ônus
para os poderes públicos, de acordo com a confissão religiosa do aluno, mani-
festada por ele, se for capaz, ou pelo seu representante legal ou responsável.
§1.º – A formação de classe para o ensino independe de número mínimo
de alunos.
§2.º – O registro de professores de Ensino Religioso será realizado
perante a autoridade religiosa, respectiva.
Lei 5.692/71
Art. 7.º [...]
Parágrafo único. O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, consti-
tuirá disciplina dos horários normais dos estabelecimentos de 1.º e 2.º graus.
Lei 9.394/96
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui discipli-
na dos horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, sendo
oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências
manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter:
I – confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu
responsável, ministrado por professores ou orientadores religiosos
preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou entidades re-
ligiosas; ou
II – interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades
religiosas, que se responsabilizarão pela elaboração do respectivo
programa.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1.º O art. 33 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vi-
gorar com a seguinte redação:
Art. 33. O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante
da formação básica do cidadão, constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurado o respeito à diversidade
cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo.
§1.º – Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para
a definição dos conteúdos do Ensino Religioso e estabelecerão as
normas para a habilitação e admissão dos professores.
§2.º – Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas
diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos
do ensino religioso.
Acredito que o Ensino Religioso, focalizado sob essa ética, evita o pro-
selitismo, que é vedado nos termos da lei, e facilita o diálogo inter-religioso,
essencial para assegurar o respeito à diversidade cultural e religiosa. A orga-
nização de conteúdos de ensino religioso em torno dessa ética possibilitará aos
sistemas de ensino atingir os objetivos maiores que determinaram a inclusão
do ensino religioso nos sistemas educacionais.”
O Ensino Religioso é
disciplina dos sistemas de ensino
“É inegável a incapacidade dos atuais sistemas educacionais de preen-
cherem o vazio mencionado acima. Na organização curricular em disciplinas
a que as escolas estão subordinadas, não há espaço para essas reflexões. Isso
não está nos programas! Uma organização escolar transdisciplinar, na qual a
construção do conhecimento repousa sobre a conjugação da dimensão senso-
rial, intuitiva, emocional e racional, contempla naturalmente essas reflexões.
Porém, a educação transdisciplinar é ainda restrita a poucas escolas experi-
mentais. A quase totalidade das escolas está subordinada ao esquema disci-
plinar. Assim, foi necessário criar, por lei, o Ensino Religioso, com o objetivo
explícito de recuperar o aspecto espiritual da existência humana. Equivalente-
mente, de preencher o vazio mencionado acima.
Na verdade, o que se quer é reincorporar a espiritualidade/transcendên-
cia como elemento indispensável na formação integral do ser humano. Sobre-
tudo no decorrer deste século XX, os sistemas escolares vêm dando prioridade
à formação do indivíduo para a vida diária, para as profissões e para a expli-
cação das coisas ao seu redor, animadas e inanimadas. Daí a ênfase, desde a
escola primária, no ler, escrever e contar, e a apresentação dessas práticas e
habilidades via esquemas racionais, formalizados.
As teorias de aprendizado mais correntes privilegiam desmesuradamen-
te o racional, ignorando a dimensão sensorial, a intuitiva e a emocional na
construção do conhecimento.
Ao privilegiar o racional, abre-se a possibilidade de o aspecto material
da existência humana ser o dominante nos sistemas escolares. Novas teorias
de aprendizado, como inteligências múltiplas e mesmo inteligência emocional,
que procuram quebrar a dominância, quase exclusiva, do aspecto racional na
construção do conhecimento, têm sido ainda pouco aceitas em educação.
Sobretudo com o advento da imprensa, e principalmente da televisão,
a criança sabe de fatos e assiste a cenas que não se constituem parte do que
estuda na escola. Muitas vezes, procura-se evitar esses assuntos. A vida em
família oferece pouco espaço para discutir temas que impactam, e obviamente
preocupam a criança de hoje.”
Para você, qual(is) a(s) novidade(s) mais significativa(s) apontada(s) pela nova redação do art. 33
da nossa LDBEN?
Tente redigir sua resposta na forma de “Você sabia?”
Relacione um ou mais valores da Vida Cidadã que perpassam o Ensino Religioso em sua escola.
Nem aula de “Dentro do espírito da nova lei do Ensino Religioso, é preciso ter presen-
te que não se deseja dar catequese na escola pública, mas fazer um ensino que
religião nem respeite a pluralidade cultural e a diversidade religiosa inerente à maior parte
de nossa população estudantil. Não é função da escola pública educar a fé,
catequese. nem fazer proselitismo, isto é, propaganda de uma outra confissão religiosa. O
objetivo é apresentar o transcendente, tal como é concebido nas mais variadas
culturas e tradições religiosas.”
O Conhecimento Religioso
O conhecimento é a maneira como cada pessoa capta, aprende e explica
todos os acontecimentos da vida: o trabalho, as relações pessoais, grupais e so-
ciais, os fenômenos (sejam físicos, naturais, químicos, culturais ou religiosos), os
valores, enfim, a própria vida. Todos têm a sua explicação dos fatos, dos aconte-
cimentos, justamente porque todos pensam e refletem sobre eles a partir de sua
experiência de vida.
Assim, a construção do conhecimento na escola necessita contemplar todas
as dimensões que constituem a totalidade humana, sem supervalorizar o cogniti-
vo e/ou o racional, pois:
reduzir o ser humano à razão significa deixar de captar toda a complexi-
dade que o caracteriza;
reduzir o conhecimento ao cognitivo significa deixar de captar toda a
complexidade que caracteriza o processo de aprender a criar e ignorar
que a construção de saberes pode tanto ser incentivada como bloqueada
pela intuição e imaginação, assim como pelos sentimentos, desejos, afe-
to, corpo, prazer etc.
Trabalhar o conhecimento religioso é pensar, refletir com base em fun-
damentos epistemológicos. Logo, conhecimento religioso tem a ver com episte-
mologia e não com apreensão de conteúdos programados anteriormente.
Epistemologia
“A epistemologia é um ramo particular da pesquisa filosófica que tem por
objeto os problemas mais gerais colocados pelo saber científico, tanto nas formas
das disciplinas lógicas e matemáticas, quanto nas formas das ciências naturais e
humanas (física, química, biologia, psicologia, sociologia, historiografia etc.).
Considerada, em sentido rigoroso, como pesquisa (ela própria é de natureza
científica), a epistemologia é uma disciplina relativamente recente (séc. XIX). Isso
não significa que antes de tal período não sejam encontradas antecipações preci-
sas da atual problemática epistemológica:
a discussão platônica acerca dos caracteres distintivos da episteme (co-
nhecimento fundamental) com relação à doxa (opinião);
a doutrina aristotélica da ciência: técnica (filosofia, matemática);
a doutrina do método, elaborada entre o séc. XVI e XVII por autores
como Francis Bacon, Galileu e Descartes;
todo o debate metodológico que acompanhou o nascimento e desen
volvimento da ciência moderna;
e, enfim, o tipo de pesquisa gnosiológica ou crítica desenvolvida por
Kant (Prolegômeno a qualquer futura metafísica, Primeiros princí-
pios de uma ciência da natureza, Crítica da Razão pura).
Conhecimento
(Objetivo)
“A escola, por sua natureza histórica, tem uma dupla função: trabalhar com
os conhecimentos humanos sistematizados, historicamente produzidos e acumu-
lados e criar novos conhecimentos. Os conhecimentos humanos são produtos da
experiência individual (senso comum), da Ciência, Filosofia e Teologia.
Todo conhecimento humano, independente da forma como foi produzido,
uma vez elaborado, torna-se patrimônio da humanidade.
Como todo conhecimento humano é sempre patrimônio da humanidade e está
disponível à escola, o conhecimento religioso, por ser um conhecimento humano,
deve também estar disponível a todos os que a ele queiram ter acesso. Contudo, por
questões éticas e religiosas, e pela própria natureza da escola, não é função de sua res-
ponsabilidade propor aos alunos a adesão e vivência desses conhecimentos enquanto
princípios de conduta religiosa e confessional, já que esses conhecimentos revelados
(que supõem adesão de fé) são sempre propriedades de uma determinada religião.
A escola é o espaço de construção de conhecimentos, mas, principalmente,
de socialização dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados.
E... “nenhum ser humano, por mais cético que seja, consegue permanecer
sempre na dúvida”. (Carbonari e Zimmermann)
As respostas
Respostas específicas
Cada pergunta requer uma resposta específica. Para ser aceita a resposta,
a pessoa estabelece condições. Exige que as respostas sejam legítimas. A veraci-
dade, critério para se aceitar um conhecimento, fica condicionada à legitimidade.
Ora, quem pode conceder respostas? Não podemos esquecer que as respostas são
sempre conhecimentos. A questão pode ser colocada da seguinte maneira: ‘Quem
possui conhecimentos sobre o mistério?’ Para esclarecer a questão, tentaremos
verificar os níveis de conhecimento.
O primeiro nível de conhecimento indica a existência de conhecimentos
adquiridos pela experiência pessoal, que denominaremos práticos; e conhecimen-
tos adquiridos através da informação, referidos como teóricos. Os primeiros são
legitimados pela evidência da experiência. Esta evidência pode ser posta em dú-
vida, na medida em que for possível formular outras perguntas sobre o objeto já
experienciado, ou quando a própria estrutura da experiência é posta em dúvida no
sentido de tornar-se problemática.
A autoridade, enquanto legítima, é aceita como fonte reveladora de conhe-
cimento, na qual é depositado o ato daquele que pergunta. É por isso que neste
nível de conhecimento aparecem com muito vigor os sábios, as lideranças e as
autoridades instituídas política e socialmente como fonte de conhecimento.
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Fundamentos Epistemológicos do Ensino Religioso
A concepção do mundo
Cada pergunta requer uma resposta. Como as perguntas nascem de um con-
texto específico, as respostas também são específicas. A prática cotidiana mostra
existirem muitas respostas para uma mesma pergunta, dependendo de quem ofe-
rece a resposta. Por isso, muitas respostas não conseguem construir coerência en-
tre si por serem contraditórias. Há assim necessidade de uma ‘instância’ que seja
capaz de ordenar os conhecimentos recebidos como resposta e possibilitar uma
visão global do mundo. Podemos chamar a essa potência (instância) de ‘concep-
ção do mundo’. A concepção do mundo é a maneira como cada ser humano com-
preende o mundo. A concepção do mundo assume o encargo de acolher ou rejeitar
as respostas que se enquadram ou não na compreensão que temos do mundo. A
religião, a política e a ideologia se apresentam como estruturantes da concepção
do mundo. Em algumas pessoas, a concepção do mundo se apresenta com muita
rigidez e inflexibilidade; noutras, mais aberta e sem critérios de julgamento. Em
determinados momentos, a religião aparece como determinante da estrutura da
concepção do mundo; noutros, aparece a ideologia, a política ou a tradição e o
contexto sociocultural.
Buscar coerência na compreensão que cada um de nós possui do mundo não
significa abdicar dos fundamentos estruturantes da concepção do mundo, como
no caso da religião e da cultura. Ao contrário, a própria religião, a cultura e a ide-
ologia necessitam da reflexão para purificar suas contradições.
Parece haver uma ação evidente entre a insegurança do ser humano, pro-
vocada pelo mistério ou pelo caos, com a necessidade de respostas dogmatizadas
através de uma autoridade legítima, detentora do conhecimento sobre o mistério.
É evidente também o fenômeno de apossamento dos objetos e do domínio sobre o
mistério através do conhecimento.”
Pe. Elli Beninca
Reprodução Ressignificação
Aula Experienciação
dos conteúdos dos conteúdos
Antropologia Fenomenologia
Ciência fundante Teologia
religiosa religiosa
Você deve ter acompanhado os diferentes modelos de Ensino Religioso, como aluno(a),
professor(a) e/ou pais ou cidadão(ã).
Pense nos conteúdos veiculados e relacione-os aqui.
a) Ensino Religioso = aula de religião.
Fenômeno Religioso:
objeto do Estudo Religioso
Assim, a disciplina de Ensino Religioso tem como objeto de estudo o fenô-
meno religioso.
Ensino Religioso
Fenômeno Religioso
Diálogo e Reverência
cultura, ou seja, o lugar da falta supõe necessariamente o reconhecimento do outro em sua diferença,
a falta é lugar possibilitador da alteridade e também do diálogo, então. Creio ser graças a ela que
podemos sair de nós mesmos, em gestos de generosidade, compaixão, comiseração, solidariedade e
comunhão pelo outro (outro semelhante, outro natureza, outro cultura, outro universo, outro absolu-
to), bem como de diálogo com esse outro que sempre é diferente e distinto.
A falta, enquanto lugar possibilitador da alteridade e do diálogo, é também lugar de solidão e
de silêncio. Solidão e silêncio são lugares do reconhecimento da “miséria e da indigência ontológica”.
Também a solidão e o silêncio são, epistemologicamente falando, lugares de conhecimento do misté-
rio da realidade do outro enquanto outro e sempre de relação dialógica (cabem aqui todos os níveis de
alteridade; e as ciências e saberes e o modo como se organizam hoje devem reconhecer e aprender a
noção de falta, solidão e silêncio, como lugar-fundante, pois o universo em expansão também é cons-
tituído por esse lugar-fundante).
Falar da cultura, culto e religião como um sistema de proteção, em nenhum momento, supõe o
ter de negar ou descartar o dado da falta. Mesmo em um sistema de proteção, a falta é uma realidade,
ela é real .
“Há sempre uma crença, um mito, um ‘deus’ por trás das criações
culturais da humanidade – sejam elas ilustres ou desconhecidas. E tais
crenças são como o ar que respiramos. A sensação que temos é a de ter de
levá-las para onde quer que andemos...”
Esse sistema complexo de rede de linguagens que possibilita a aproximação do outro funcionou
e funciona como um sistema de proteção. Assim, John Bonker fala que cultura, culto e religião for-
mam o mais antigo sistema de proteção. Prossegue ele dizendo que: “E ele funcionou: aqui estamos
nós; e, sem uma boa proteção no passado, hoje poderíamos estar como os dinossauros ou dodôs –
extintos.”
Por mais que a religião seja um sistema de proteção, ela já também é fundamentalmente – como
também em outras formas simbólicas da cultura (a linguagem, a arte, a história, a ciência, o poder, a
família, as instituições, enfim) –, o lugar da falta. Mais, a religião é o lugar enquanto a ausência do
outro grande absoluto.
A religião é o lugar do deus absconditus (deus oculto).
O deus absconditus é já o próprio mistério. Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino
Religioso assim apresentam esta realidade: “A esse desconhecido que está além-horizonte denomi-
namos mistério.”
Veja, falar que a religião é um complexo sistema simbólico e o lugar, enquanto a ausência do ou-
tro grande absoluto, não é negar a existência desse outro grande absoluto. Não. Mas é falar justamente
que Deus é impossível desde a medida do homem e a medida do mundo. E que o homem e o mundo
são imagens e ao mesmo tempo realidades escondidas também.
A religião, então, mais do que resolver e solucionar, aprofunda e agrava muito mais o mistério
que é Deus, o homem e o próprio mundo. Diante desta perspectiva, não se pode concordar que ela
seja “ópio”, “consolo”, “amuleto” etc. É bem verdade que a religião, bem como os demais sistemas de
linguagem, pode prestar-se à alienação, e a práticas holocáusticas ao longo da história da espécie. Os
exemplos não faltam.
O Ensino Religioso pluralista deve apresentar uma visão positiva da diversidade religiosa, situ-
ando-a como parte de um contexto democrático, no qual a liberdade de pensamento e de credo pode
se expressar. Nesse sentido, deve estimular o diálogo e a interação entre os alunos de diferentes tradi-
ções religiosas, buscando superar os preconceitos e revelar seus pontos de convergência.
A seguir, uma tentativa de caracterizar a cultura no Oriente e Ocidente, tendo a consciência de
que é uma tentativa, pois o assunto é muito complexo.
Ocidente Oriente
Percebe a realidade como fatos. Percebe os fatos como elementos secundários
dentro da realidade.
Considera o universo a partir dos aspectos Considera o universo a partir dos aspectos
externos. internos.
Concebe o transcendente como o altíssimo que Há um princípio que tudo controla a partir de
governa o mundo das alturas, através de leis dentro.
divinas que são repassadas aos homens.
Tem uma visão dualista e mecanicista do mundo, Tem uma visão de mundo orgânica, todos os fatos
do ser humano e da vida. A razão é fonte do percebidos pelos sentidos estão inter-relacionados,
conhecimento; corpo e mente não constituem sendo aspectos diversos de uma mesma realidade.
uma só realidade. O ser humano se percebe O cosmo é uma realidade inseparável, em eterno
como superior à natureza e não como parte dela. movimento, vivo, orgânico, espiritual e material
Reducionismo científico (reduzir o complexo ao mesmo tempo; visão holística (compreender a
para o simples, a fim de poder compreendê-lo – parte a partir do todo).
compreender o todo a partir das partes).
O fenômeno religioso
Instituição
Indivíduo Grupo Comunidade
Religiosa
Experiência Experiência Experiência Experiência
Espiritual Religiosa Comunitária Institucional
Definição de Religião
Do ponto de vista da sociologia, é possível enumerar múltiplas definições do
que é ou de como se apresenta o fato religioso na vida coletiva dos grupos sociais.
A dificuldade começa com a própria palavra religião. Só uma coisa é certa:
vem do latim religio; o resto é discutível.
Cícero utiliza-a como relegere, significando refletir, meditar sobre coisas
importantes, recolher-se e também cumprir escrupulosamente os deveres para
com a autoridade superior.
Lactâncio, por sua vez, a utiliza como religare, tratando-se, então, de uma
relação, um liame com a divindade.
Na China, a religião se diz kiao, isto é, doutrina.
Na Índia, gharma, a imutável ordem cósmica.
Entre os árabes, din, o que é devido.
A Regra de Ouro
“O que vós não quereis que vos façam,
não façais aos outros.”
(Jesus Cristo)
“Tudo aquilo, portanto, que quereis que
os outros vos façam, fazei-o vós a eles.”
(Jesus Cristo)
“Não firais aos outros com o que vos
fere.”
(Buda)
“Nenhum de vós sois um crente até devotar pelo
próximo o amor que devotares a vós mesmos.”
(Maomé) “Eis a súmula de todo dever: não façais
aos outros o que, se fosse feito a vós, vos
causaria dor.”
Ressurreição
Ação de voltar à vida. Deve ser entendida como a sobrevivência do mesmo
sujeito, não precisamente com as mesmas células, as quais se corrompem no se-
pulcro (além do que, durante a vida, elas vão se renovando), de modo que, após
sete ou oito anos, desaparece tudo o que temos como corpo.
A Ressurreição é crença nas Tradições Religiosas:
Judaísmo;
Cristianismo;
Islamismo.
No Judaísmo
A esperança de um ressuscitamento para uma existência de constituição
corporal após a morte constitui uma doutrina central.
Visto que a Antropologia vétero-israelita-hebraica não conhece um dualis-
mo de corpo e alma, mas concebe o ser humano em sua participação em esferas de
vida e de morte, não admira que encontremos afirmações sobre o ressuscitamento
para uma nova vida no contexto de cura, nascimento, crescimento vegetativo ou
reconstituição política do povo.
A partir de quando essas afirmações, para além de seu sentido literal, têm a
função de interpretações de uma fé na ressurreição é uma questão que dificilmen-
te se pode distinguir em seus pormenores. No confronto em torno da significação
do corpo, fica claro o interesse central dos rabinos pela integridade e pelo caráter
definitivo da responsabilidade humana.
Assim Iehuda Ha-Nasi responde à pergunta se um dia o corpo ou a alma
serão julgados, como na parábola do rei que fez um coxo e um cego vigiarem seu
pomar. Ao ser inquirido a respeito das frutas que haviam sido roubadas durante
a ausência do rei, o coxo respondeu: “Acaso tenho pés com os quais pudesse an-
dar?” Da mesma maneira lhe respondeu o cego: “Acaso tenho olhos com os quais
o pudesse ver?” O que fez o rei então? Colocou o coxo sobre o cego e os julgou
em conjunto. “Assim também o Santo, louvado seja Ele, faz a alma voltar para o
corpo e os julga em conjunto” (bSanh 911a-b).
No Cristianismo
O termo ressurreição, em forma verbal: “ressurgir, ressuscitar, elevar”,
compreende uma matéria à qual se tem um acesso apenas incompleto, com a ex-
pressão ressurreição a partir “de mortos”/“dos mortos”.
Na perspectiva cristã, o enunciado da ressurreição obtém seu significado a
partir da confissão da ressurreição de Jesus.
Na confissão da ressurreição de Jesus, o túmulo vazio não é suficiente, mes-
mo que o consideremos não histórico (Atos dos Apóstolos 2:24-32).
A razão ou base histórica para expressar a confissão deve ter-se refletido
nos assim chamados relatos de aparição (l Carta aos Coríntios 15:5-8; Lucas
24-34; Mateus 28:9s; At 9:1-8) e na fórmula ôphthê neles contida, já que o enun-
ciado da ressurreição significa primeiramente a confissão do Deus que agiu em
Jesus (l Carta aos Coríntios 15:15); a fórmula ôphthê também deveria ser tradu-
zida por “ele (Deus) o (Jesus) fez ser visto”, o que então contém o “fazer-se ver
(de Jesus)”.2
No Islamismo
A fé na ressurreição dos seres humanos para o juízo faz parte dos conteúdos
mais importantes do credo islâmico.
Em muitas passagens, o Corão adverte: Deus “certamente vos congregará
para o dia da ressurreição, do qual não é possível duvidar”. (cf. 4, 87 e, entre ou-
tras, 23,15-16; 6,12.36.38, 2,113; 3,9.25 etc.).
Os teólogos muçulmanos altercaram a respeito da questão se é ressuscitado
só o corpo separado da alma através da morte ou o ser humano todo, que, na opi-
nião de muitos eruditos, compõe-se de um corpo e de uma outra parte material
mais fina (= alma). Em todo caso, a ressurreição, segundo a opinião corrente, 2 As indicações feitas
abrangerá o corpo e a alma, pois, em sua atuação, a alma depende do corpo, e o são dos textos da Bíblia
(Novo Testamento – parte
ser humano só está completo quando seu corpo e sua alma são reunidos. dos cristãos).
Reencarnação
Existem duas concepções de reencarnação: a oriental, que prega a evolução
e involução espiritual, e a ocidental (do espiritismo), que prega a evolução como
único caminho de iluminação do espírito.
Podemos definir a reencarnação como crença doutrinal em que todo indiví-
duo possui um elemento, independente de seu ser físico, que, após a morte, pode
renascer em outro corpo, num processo de expiação, evolução e autorredenção.
A doutrina da reencarnação afirma que as vidas do ser humano são como
elos de uma corrente; a cada vez, ele retoma a sua evolução, involução ou estag-
nação, dependendo da medida em que viveu sua vida anterior.
As religiões orientais desenvolveram, em associação com a doutrina da re-
encarnação, a doutrina do carma/karma, que passou a representar um princípio
de retribuição moral com implicações físicas, segundo a qual as ações humanas
acarretam consequências inevitáveis, tanto na ordem moral como física, deter-
minando o ciclo das reencarnações futuras que podem ser tanto evolutivas como
regressivas, vindo o espírito a reencarnar em estado animal ou mesmo mineral.
Concepções de reencarnação, renascimento, transmigração, palingenesia e
metempsicose são encontradas em diversos estágios de reflexão teórica em muitas
culturas (vinculadas a concepções animistas, crenças totêmicas). Foram elabora-
das sistematicamente, principalmente no Hinduísmo, Budismo e na Grécia.
O Espiritismo (religião codificada por Allan Kardec no séc. XIX) não admi-
te a regressão ou involução espiritual. Algumas correntes defendem a estagnação,
outras não admitem nem a estagnação, partindo do argumento de que a vida é
um processo tão dinâmico que dificilmente um espírito encarnado deixaria de
construir algo positivo.
Para o espiritismo, a prática do amor e da caridade são condições essenciais
para o caminho da iluminação.
Ancestral
Crença de que há algo no ser humano que sobrevive à morte. Com essa
crença se associa, em primeiro lugar, a noção de que os mortos considerados
“poderosos” exercem uma influência positiva ou negativa, que deve ser garantida
ou rechaçada com oferendas sacrificiais. Em segundo lugar, a maneira como se
concebe esta sobrevivência determina as respectivas formas de sepultamento ou
conservação do corpo dos mortos.
Devido à crença de que os mortos, e respectivamente suas almas, continuam
vivos e influenciam o destino dos vivos (dando proteção aos familiares, promo-
vendo ações de vingança contra os inimigos), os mortos são enterrados com as
mais diversas oferendas de sepultamento: recursos de que necessitam para em-
preender a difícil viagem para o além, repleta de perigos até o local de descanso
definitivo, onde serão assumidos pela entidade maior.
Que tal você elaborar um glossário com a explicação de temas cujos conceitos foram aqui tra-
tados, como:
conhecimento teológico;
cultura;
tradição religiosa;
ressurreição;
ancestralidade;
conhecimento religioso;
religião;
fenômeno religioso;
reencarnação;
religiosidade;
e outras que para você são novidades?
Religiosidade
Tradução prática da atitude religiosa. A atitude é o fundo religioso da pes-
soa; a religiosidade é a expressão dessa atitude, que sempre está também condicio-
nada por fatores externos, como o caráter pessoal e o meio cultural.
Religiosidade horizontal
Conceito que indica um relacionamento indireto e mediato com Deus e o
mundo sobrenatural, onde predominam os aspectos político e racional: político,
porque a fé exige uma atitude de engajamento e compromisso com relação à his-
tória dos homens; racional, porque todo comportamento religioso passa por um
processo de racionalização ou conscientização, não se impondo mais a lei pela lei
ou a tradição pela tradição. O comportamento do fiel nesta religiosidade é o de
uma consciência histórica, comunitária e positiva.
Religiosidade vertical
Conceito que indica um relacionamento direto e imediato com Deus e com
o mundo sobrenatural. São três os seus aspectos predominantes:
milagreiro – porque visa primordialmente à obtenção de graças ou mila-
gres, mediante a apresentação de alguma dádiva pessoal;
pietista – porque busca a santificação pessoal da vida mediante a ob-
servância fiel dos ritos e das devoções tradicionais, prescritos pela pie-
dade;
penitente – porque a vida religiosa requer ascese e penitência, não per-
mitindo qualquer mácula da parte do mundo sujo ou mundano. O com-
portamento do fiel, nesta religiosidade, é passivo, individualista e nega-
tivista.
Religiosidade popular
Forma cultural que um povo adota em relação a uma religião. Ela é vivida
de preferência pelas camadas mais simples do povo. Os valores da religiosidade
popular possuem capacidade de responder às grandes interrogações da existência
humana e de poder sintetizar o divino e o humano, comunhão e instituição, pessoa
e comunidade, fé e pátria, inteligência e afeto. Esta religiosidade se expressa em
forma de festas e romarias, numa piedade popular dependente de Deus e do culto
aos santos.
A religiosidade popular se manifesta, geralmente, de maneira indiferente
e passiva diante de problemas públicos e da ordem social. Ela se retrai dentro do
recinto sagrado da pessoa e ou dos santuários, sem conseguir encarnar-se na vida
pública de cada dia. É desta religiosidade que derivam as devoções – rosário, no-
venas, peregrinações, celebrações sacramentais etc.
Esta religiosidade (se não for devidamente trabalhada pelo credo) não pro-
porciona a verdadeira adesão de fé, podendo facilmente transformar-se em novas
superstições e até seitas.
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Religiosidade ontográfica
Tipo de religiosidade popular, que busca intermediários bem acessíveis e sensíveis para mante-
rem relacionamento com o sobrenatural. Recorre ao uso de imagens, medalhas, rosários, patuás, ben-
tinhos e fitas. É assídua à prática das benzeções. Defende-se, com ritos, contra doenças, quebranto,
macumba, feitiço, mau-olhado e outras superstições. Reza orações fortes contra os inimigos. Cumpre
promessas e mantém certo relacionamento temeroso com as almas do além, num misto de respeito
e piedade.
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