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A gramática é o meio pelo qual estruturamos nossos pensamentos.

É o conjunto de condições de
linguagem que permite a relação harmônica e coerente entre as palavras de um idioma. É a disciplina
que orienta e regula o uso linguístico, estabelecendo um padrão de fala e escrita. A língua evolui, o
que leva a um distanciamento entre o uso cotidiano do idioma e os padrões consagrados como
correntes numa comunidade.
O desafio aqui é apresentar alguns dos principais temas de português exigidos no cotidiano, no
mercado de trabalho e em exames vestibulares e concursos do país. Os itens a seguir foram
pensados como um estimulador, para a descoberta de aspectos que, sozinhos, talvez não
percebamos de imediato.

DICAS DE GRAMÁTICA. 20 erros mais comuns de português e dicas para escrever


corretamente.
Português

Dica 1- Uso de “A” ou “HÁ”.


O HÁ indica tempo que já passou, como no exemplo:
“Eu parei de fumar há algum tempo”.
O A indica o tempo que ainda vai passar, como no exemplo: “Daqui a alguns anos, eu morrerei”.

Dica 2- Uso de “A CERCA DE”, “HÁ CERCA DE” ou “ACERCA DE”


A CERCA DE indica distância, como na frase “Trabalho a cerca de 10 quilômetros da minha casa”;
HÁ CERCA DE indica tempo aproximado, como no exemplo “Te conheço há cerca de 20 anos”
ACERCA DE é o mesmo que A RESPEITO DE, como no exemplo “Na reunião falamos acerca
de seu desempenho”.

Dica 3 – Uso de AO ENCONTRO DE ou DE ENCONTRO A:


AO ENCONTRO DE é utilizado em uma situação favorável, como na frase “Sua oferta vai ao
encontro de minhas expectativas. Aceito!”
DE ENCONTRO A indica uma situação de oposição, como no exemplo “Seus interesses vão de
encontro aos meus. Não dá certo!”

Dica 4 – Uso de “AFIM” ou “A FIM”


AFIM é um adjetivo que passa a ideia de igualdade, semelhança, afinidade. Exemplo: “Somos amigos
pois temos ideias afins”
A FIM é o mesmo que “para”, e indica finalidade. Exemplo: “Saí na balada a fim de diversão”

Dica 5 – Uso de “AO INVÉS DE” ou “EM VEZ DE”.

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EM VEZ DE indica substituição, como no exemplo: “Coma verduras e legumes em vez de frituras
para ter uma boa saúde”.
AO INVÉS DE apresenta ideia contrária, uma oposição. Por exemplo: “Você deve falar ao invés
de só escutar”
Dica: se está na dúvida, use a expressão EM VEZ DE, já que pode ser utilizada em qualquer situação,
em qualquer sentido.

Dica 6 – Uso de “AO NÍVEL DE” ou “EM NÍVEL DE”


AO NÍVEL DE significa “à mesma altura”, como no exemplo “A cidade do Rio de Janeiro fica ao nível
do mar, enquanto Brasília é mais alto”
EM NÍVEL DE é o mesmo que “no âmbito de” e indica escopo. Exemplo: “A decisão foi tomada em
nível de direção, não cabe recurso”
Dica: por favor, aprenda que não existe a expressão “a nível de” como muitos gostam de falar por
aí.

Dica 7 – Uso de “AONDE” ou “ONDE”


AONDE é utilizado com verbos que indicam movimento, como na frase “Aonde estamos indo?”
ONDE é utilizado com verbos estáticos, como em “Onde está a minha carteira?”
Dica: o termo “onde” é utilizado para se referir a espaços físicos, como em “A sala onde ficará a
equipe”. NUNCA utilize frases do tipo “O item da proposta onde é tratado o assunto…”. O correto
seria “O item da proposta em que é tratado este assunto…”

Dica 8 – Uso de “A PRINCÍPIO” ou “EM PRINCÍPIO”


EM PRINCÍPIO é o mesmo que “em tese”, “de um modo geral”, como na frase “Em princípio, achei
você uma pessoa muito legal”
A PRINCÍPIO significa “começo”, “início”, como na frase “A princípio, achei você uma pessoa muito
legal. Mas depois percebi que me enganei.”

Dica 9 – Uso de “DEMAIS” ou “DE MAIS”


DEMAIS pode ser usado como advérbio de intensidade no sentido de “muito”, e também como
pronome indefinido no sentido de “outros”. Como na frase “A situação deixou os demais candidatos
chateados demais!”
DE MAIS é o oposto de “de menos” e são sempre referidos a um substantivo ou pronome. Exemplo:
“Existem candidatos de mais para eleitores de menos“.

Dica 10 – Uso de “EM FACE DE” ou “FACE A”


Não existe a expressão “FACE A” na língua portuguesa. Dessa forma, apenas é permitido utilizar
a expressão EM FACE A. Exemplo: “Em face do aumento do dólar, não vou viajar para o exterior”

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Dica 11 – Uso de “DENTRE” ou “ENTRE”
ENTRE é utilizado nos casos em que o verbo não exige a preposição de, como no exemplo: “Entre as
pessoas desta sala, tenho mais chance.”
DENTRE já tem o uso mais limitado. Significa “no meio de” e é fruto da união das
preposições de + entre. Mas para que esta união ocorra, o verbo precisa exigir a preposição de. Veja
exemplos:
Ex 1 – “Ele ressurgiu dentre as pessoas” – quem ressurge, ressurge de algum lugar. Neste caso,
de onde? De entre as pessoas, ou do meio das pessoas.
Ex 2 – “Os músicos saíram dentre as primeiras filas” – quem sai, sai de algum lugar. De onde? Do
meio das primeiras filas

Dica 12 – Uso de “ESTE”, “ESSE” ou “AQUELE”


Os pronomes demonstrativos ESTE, ESSE e AQUELE precisam de um pouco de atenção no seu
uso, cujas diferenças recorrem ao espaço em relação às três pessoas do discurso, o tempo verbal e
a proximidade com os termos da oração.
- Pronome ESTE
 Espaço: Indica o que está próximo da pessoa que fala – “Esta proposta é excelente!”
 Tempo: atual – “Esta semana ligarei para você.”
 Proximidade com Termos: refere-se ao termo mais próximo – “Joana e Angélica estiveram
aqui. Esta (Angélica) é mais inteligente.”
- Pronome ESSE
 Espaço: indica o que está próximo da pessoa com quem se fala – “Esse desafio vai mexer com
você!”
 Tempo: passado próximo – “Casei em 2006. Nesse ano meu filho nasceu.”
 Proximidade com Termos: refere-se à ideia mais mencionada – “Leia o Minha Gestão. Esse site é
fantástico.”
- Pronome AQUELE
 Espaço: indica o que mais distante da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala –
“Aquela proposta que perdeu era muito ruim!”
 Tempo: passado distante – “Os carros daquela época eram muito melhores.”
 Proximidade com Termos: refere-se ao termo mais distante – “Me formei em duas faculdades,
medicina e direito. Aquela (medicina) foi muito mais difícil.”
Dica: o pronome este também pode indicar uma ideia que ainda vamos mencionar, como no
exemplo: “Vamos debater este assunto: ganhar dinheiro.”

Dica 13 – Uso de “HAJA VISTA” ou “HAJA VISTO”

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HAJA VISTA é a única expressão correta, pois neste contexto a palavra “vista” é invariável. Mas o
verbo “haver” admite concordância com o substantivo a que se refere.
- Ex 1: “Haja vista o ocorrido, não irei trabalhar”
- Ex 2: “Hajam vista os acontecimentos, não irei trabalhar”
Dica: como a expressão “Haja Visto” não existe, deve-se dar a preferência ao uso da forma
invariável HAJA VISTA.

Dica 14 – Uso de “MAIS”, “MAS” ou “MÁS”


MAIS é utilizado tanto como advérbio de intensidade – “Eu sou mais bonito que você” – como
pronome indefinido – “Eu quero mais amor”.
MAS é uma conjunção adversativa e indica oposição, como no exemplo: “Eu saí, mas não cheguei
lá”
MÁS é um adjetivo, e utilizado como antônimo de “boas”: “As más ações levam você para o inferno”.

Dica 15 – Uso de “MAU” ou “MAL”


MAU é o oposto de “bom”, como no exemplo: “Eu sou mau. Vou para o inferno”
MAL é o oposto de “bem”, como no exemplo: “Ele fala muito mal“

Dica 16 – Uso de “POR” ou “PÔR”


POR é preposição: “Por favor, reze por mim”
PÔR é verbo, o mesmo que “colocar”: “Vou pôr o livro sobre a estante”

Dica 17 – Uso de “POR QUE”, “PORQUE”, “POR QUÊ” ou “PORQUÊ”


O uso dos porquês não é tão simples, precisa de um pouco de atenção. Para facilitar o seu
entendimento, podemos usar o eficiente mecanismo de substituição:
Usa-se o POR QUÊ se puder substituir por “por qual motivo”, como no final da frase “Você me odeia
tanto por quê?”
Usa-se o PORQUÊ se puder substituir por “o motivo”, como na frase “Não sei porquê tenho que
estudar tanto!”
Usa-se o POR QUE se puder substituir por “por que motivo”, como na frase “Eu sei por que você
não me liga mais!”
Usa-se o PORQUE se puder substituir por “porquanto”, como na frase “Não vi porque sou cego.”

Dica 18 – Uso de “SE NÃO” ou “SENÃO”


SE NÃO é o mesmo que “caso não”, como na frase “Se não dormir mais cedo, vou acordar mais
tarde”
SENÃO é o mesmo que “do contrário”, como na frase “Eu estava dormindo, senão atenderia”; ou o
mesmo que “a não ser”, como na frase “Não faço outra coisa senão amar você”

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Dica 19 – Uso de “TÃO POUCO” ou “TAMPOUCO”
TÃO POUCO é o mesmo que “muito pouco”, como no exemplo “Ganho tão pouco que não dá nem
pro cafezinho”
TAMPOUCO é o mesmo que “também não”, como no exemplo “Não comi a salada tampouco a
sobremesa”

Dica 20 – Uso de “TODO” ou “TODO O”


TODO indica “qualquer”, como na frase “Todo homem gosta de futebol”; ou é o mesmo que “muito”,
como no exemplo “Fiquei todo molhando andando na chuva”
TODO O significa “inteiro” ou “total”, e pode ser observado no exemplo “Todo o jantar foi servido e
consumido”

Crase rápida

■ Só há fusão de vogais com o encontro da preposição "a" com


o artigo "a" e na presença da preposição ante os pronomes
demonstrativos "aquela", "aquele", "aquilo" e o demonstrativo
"a".

■ Não há crase antes de verbos e palavras masculinas:


"Amanhã iremos ao colégio" = "Amanhã iremos à escola"

■ Há crase quando o [a] equivale a "para a", "na", "pela", "com


a".
"Ofereci ajuda à coordenadora." = "Ofereci ajuda para a
coordenadora."
Mas: "Ofereci ajuda a ela." = "Ofereci ajuda para ela."

■ A crase é facultativa antes de pronomes possessivos e nomes próprios femininos.

■ Não há crase quando não há a fusão das vogais: "Levei à ela toda a papelada"
Aqui, o pronome pessoal "ela" não admite artigo. Levei a + ela.

■ Se intuímos a regra de que só se usa crase diante de palavras femininas quando há


preposição seguida de artigo, evitamos ocorrências como "à 80 km", "à correr" ou "à Pedro".
Afinal, nunca pensamos em crase com palavras masculinas ou verbos: daí não haver "a lápis",
"a contragosto", "a custo".

■ Se lembrarmos que o sinal grave também elimina ambiguidades, evitamos tirar a crase em
contextos que a pedem, por exemplo, "à beira", "à boca miúda", "à caça".

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"Haver" e "fazer"

No sentido de "existir" e "ocorrer" são impessoais (não flexionados quando indicam tempo
passado ou fenômeno meteorológico).

Equivocado: Correto:

■ Houveram fatos inusitados na reunião. ■ Houve fatos inusitados na reunião.


■ Houveram muitas chuvas no mês de ■ Houve muitas chuvas no mês de
novembro. novembro.
■ Haviam muitas pessoas na palestra. ■ Havia muitas pessoas na palestra.
■ Fazem quatro meses que trabalho aqui. ■ Faz quatro meses que trabalho aqui.
■ Fazem anos que não a vejo. ■ Faz anos que não a vejo.

O verbo com porcentagem

1. Quando uma expressão modifica o sujeito numeral, o verbo concorda de preferência


com a expressão, chamada "partitivo" (grifada):
34% do público veio. (Ou, menos usado, 34% do público vieram.);
14% das pessoas vieram.

2. Sem partitivo, o verbo concorda com o número:


34% roubam. 1% rouba. 90% são safados. 1% é honesto.

3. Partitivo antes, o verbo concorda com o número:


Do Congresso, 10% trabalham. Dos congressistas, 1% merece aplauso.

4. O verbo antes da porcentagem concorda com o número:


Trabalha 1% dos congressistas. Flauteiam 90% dos congressistas.

5. Se a porcentagem for qualificada ou determinada, o verbo concorda com o número e a


qualificação ou determinação (aqueles, o restante):
Aqueles 87% do Congresso defendem a si próprios. O restante 1% dos congressistas trabalha
com dignidade.

Concordância verbal

A concordância é uma das propriedades que indicam a capacidade de conexão entre os


elementos de uma frase, e é expressa pela morfologia disponível no sistema gramatical. Como
no português brasileiro está havendo um processo de enfraquecimento morfológico (estamos
perdendo formas, como "tu" e "vós"), a concordância tem deixado de se expressar em muitos

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casos.

Na gramática tradicional há seis combinações possíveis de pessoa e número: 1ª, 2ª e 3ª


pessoas do singular e do plural. Só de olhar a desinência verbal (a terminação das formas dos
verbos), já é possível identificar o sujeito, mesmo oculto. Basta escrever "canto" para indicar
que o sujeito é "eu" ou "cantas" para dizer que é "tu". Já uma gramática que substitui "tu" por
"você" e "vós" por "vocês" mantém os 6 pronomes, mas com morfologia verbal reduzida, pois
não são usadas mais as 6 desinências e, sim, 4: não há mais "cantas", só "canta", e não há
"cantais", mas "cantam".

Alguns casos de concordância verbal representam mais exceção do que outros. A


concordância ideológica, ou silepse, por exemplo, é a que se faz com o sentido, a ideia das
palavras - não com sua forma. Nisso difere da concordância verbal bem comportada, em que o
predicado (verbo) concorda com o sujeito em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª e 3ª).
A silepse deveria referir-se só à concordância de número, mas acabou se estendendo a
qualquer fenômeno da concordância ideológica.

De número
"A multidão cercou o palácio, e logo começaram a gritar palavras de ordem."
Aqui o emprego de "começaram" em vez de "começou" se justifica porque o redator considera
a ideia plural contida no coletivo "multidão".

"A assembleia age no impulso e acabam se descontrolando."


"Acabam" em lugar de "acaba" registra o mesmo fenômeno de concordância ideológica de
número do exemplo anterior.

De gênero
"Sua Santidade é fofo."
A expressão de tratamento de forma gramatical feminina está aplicada a adjetivo representativo
do sexo masculino. Uso assegurado pelo padrão culto do idioma.

"A gente fica irritado com certas manobras."


À pessoa do sexo masculino é usado o coletivo feminino "gente".

De pessoa
"Os milhões de brasileiros esperamos por vida melhor."
"Esperamos" em vez de "esperam" é justificado pelo fato de que o declarante se inclui no
sujeito enunciado na 3ª pessoa.

"Naquela tarde, ficamos reunidos alguns eleitores."


"Ficamos" é usado no lugar de "ficaram" porque o declarante se inclui entre os eleitores.

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Interpretar

Semântica é o estudo do significado das


palavras, seus componentes, expressões e
construções de frase, e as mudanças de
sentido conforme o contexto.

É importante estar atento a textos que


intencionalmente tiram proveito do fato de as
palavras terem mais de um sentido. Figuras de
palavras, principalmente metáfora e metonímia,
são recursos originariamente literários que
colaboram para a construção do sentido global
de um texto.

É preciso atenção redobrada para os


expedientes responsáveis pelos sentidos
implícitos. O cartum ao lado, de Quino (Mafalda
2. São Paulo: Martins Fontes, 2002), tira
proveito da polissemia de "veículo" para produzir efeito cômico e crítico. No quadrinho 1, o
duplo sentido do substantivo "veículo" permite que, inicialmente, na fala do garoto, ele tenha o
sentido de "mídia", recurso para transmissão da cultura. No quadrinho 3, na fala de Mafalda, a
palavra é interpretada com o sentido de "meio de locomoção". Ao recomendar que a cultura
dispense esse meio em favor da locomoção a pé, o texto sugere que a programação televisiva,
tomada pela violência, em vez de estar a serviço da cultura, propagaria a barbárie.

A formação das palavras

Há dois processos para criar palavras a partir de termos primitivos que sofrem derivação ou
composição. Uma derivada é a que usa um radical primitivo + sufixo e/ou prefixo para ganhar
novo sentido: "embarcar" vem de "barco". Já a palavra composta é formada por dois outros
vocábulos de sentido próprio, como "lobisomem" (lobo + homem). Troca de termos com outros
idiomas, empréstimos e neologismos como "deletar" (do inglês to delete, apagar) estão na
categoria de formação de palavras.

Releitura e reescrita

> O que é claro para uma pessoa nem sempre o é para outra.

> Se o redator quer ser compreendido, precisa reler o próprio discurso, imaginando como será

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recebido.

> É preciso fingir ser o próprio leitor, para buscar as questões que o rascunho deixou de fora.

> Traduza o sentido de um período. Busque dizer de modo mais simples, trocar palavras por
termos diferentes, mas que traduzem a mesma ideia. Contudo, a paráfrase é "pobre" quando
há mera mudança de sinônimos.

> Passagens com truncamentos, ambiguidades ou lacunas levam a imprecisões conceituais ou


hiatos de sentido; se não impedem a leitura, indicam precário domínio da linguagem.

Variação linguística

As variantes linguísticas são códigos de expressão que mudam


de acordo com a região, o grupo social, a época e a situação
na qual o falante se encontra. A variação ocorre porque a
sociedade não é uniforme: há os que habitam regiões
diferentes das nossas; há os mais idosos e os mais jovens; há
os que pertencem a um ou outro grupo social; os que têm esta
ou aquela profissão e assim por diante.

A língua representa diferentes tipos de comportamento, variando no interior de uma sociedade


e estreitando os laços entre indivíduos, cujos modos de falar os aproximam uns dos outros,
criando uma consciência de grupo. Por isso, defende-se que não há uma maneira errada de
falar, só a necessidade de adequação da variante ao público, ambiente e ocasião. Em "Deixe a
menina", de Chico Buarque, o pronome pessoal "ela" está em desacordo com o padrão: "Por
isso, para o seu bem, / Ou tire ela da cabeça, / Ou mereça a moça que você tem." Pelo padrão
culto, deveria ter sido usada a forma oblíqua [a] ("Ou tire-a da cabeça"), pois, na função de
objeto direto, não se aplicariam os pronomes retos. Apesar disso, esse uso é justificável. A
adequação à norma culta afetaria a musicalidade do texto: o verso perderia uma sílaba poética.

A coesão

Coesão são as ligações concretas que dão coerência aos elementos de uma mensagem. Todo
escrito se organiza em torno de um elemento de referência. A partir dele, todo o resto se
posiciona. Uma ideia deve levar à próxima, sem sobressaltos. Uma afirmação relaciona-se à
anterior e à seguinte. Um texto bem escrito não provoca perguntas de preenchimento, em que
o leitor tem de voltar ao mesmo trecho para entender o que foi dito. Ser coeso em um texto é
assumir o compromisso da manutenção de um tema do começo ao fim. A desordem nas ideias
prejudica o entendimento.

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Clareza

Clareza é a qualidade de uma mensagem que não deixa dúvidas razoáveis sobre seu sentido.
Quando escrevemos, metas se impôem. É preciso ordenar as ideias e os termos da oração
(sujeito, predicado, complementos), ter cuidado na escolha de palavras e usá-las em
construções sintáticas o mais simples.

Claro é o texto entendido da maneira mais imediata. Há quem escreva truncado como se
usasse um escudo que, protetor, também o camufla. A maioria, no entanto, patina por falta de
familiaridade com o idioma. Aí é preciso querer ser claro, trabalhar para sê-lo, pôr-se no papel
de leitor, até que o sentido surja cristalino.

Há clareza a ser cultivada antes mesmo do primeiro esboço. Afinal, um leitor também "lê" com
a memória: ao fim da leitura, improvável que se tenha o texto inteiro radiografado na mente,
palavra por palavra. Tende-se a fazer pausas, para que nossa memória de curto prazo forme
um resumo do lido até ali. É com essa síntese mental que avançamos a leitura.

Muitos incisos e elementos intercalados fazem o leitor não saber o momento da pausa
necessária a seu resumo. Daí o problema com frases longas, excesso de apostos e fatos
acumulados, sobreposição de protagonistas e de números. Eles atrapalham a síntese mental.

Passo a passo

> Tenha em mente o projeto de texto que você se propõe.


> Confira se texto flui ponto a ponto.
> Verifique se afirmações se antecipam a eventuais indagações do leitor.
> Corte o que for irrelevante.
> Não omita informações; não exagere nos detalhes.
> Não insista em fatos que o leitor já disponha.
> Melhor dispor de forma linear os elementos da frase.
> Não se desvie do assunto.
> Veja se os trechos não devem ser distribuídos noutro ponto do texto.
> Use palavras de compreensão imediata
> Evite jargão, expressões especializadas ou acessíveis com dificuldade.
> Não repita conectores, muitos "que" para iniciar explicações ou restrições a termos já
expostos.
> Evite usar termos como se fossem sinônimos ou antônimos, mas que não têm real relação
semântica.
> Quanto terminar, pare.

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Boa sorte é ótimo estudo!

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