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O Sistema Nacional de Energia Elétrica

Brasília-DF.
Elaboração

Juan Sebastian Toquica Arenas

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4

ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................... 5

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7

UNIDADE I
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO................................................................................... 9

CAPITULO 1
VISÃO GERAL DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO.......................................................................... 9

CAPITULO 2
AGENTES ECONÔMICOS E INSTITUCIONAIS.............................................................................. 14

CAPITULO 3
A ESTRUTURA DO NOVO MODELO PARA O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO................................... 27

UNIDADE II
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL...................... 43

CAPITULO 1
ENERGIA HIDRELÉTRICA........................................................................................................... 45

CAPITULO 2
A GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DE BIOMASSA.................................................................... 50

CAPITULO 3
A ENERGIA EÓLICA................................................................................................................. 59

CAPITULO 4
A ENERGIA SOLAR................................................................................................................... 61

CAPITULO 5
A ENERGIA GEOTÉRMICA........................................................................................................ 65

CAPITULO 6
A ENERGIA OCEÂNICA........................................................................................................... 68

CAPITULO 7
INOVAÇÃO E PESQUISA EM ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL ............................................... 73

REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 75
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos


conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica
impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

6
Introdução
A evolução em um país depende de vários fatores tais como o econômico, social, politico,
industrial, acadêmico etc. associados entre si para atingir metas projetadas em curto e
longo prazo segundo as estratégias governamentais e as necessidades latentes da sociedade
em geral. Dessa forma quando existem furos em alguns desses fatores de crescimento
da sociedade automaticamente se sente as consequências, o que automaticamente gera
incerteza e desconforto enquanto o curso que esta tendo o país segundo as decisões dos
dirigentes. Furos ou incertezas na estrutura politica federal que depois de identificados
estimularam o desenvolvimento e estruturação de políticas pública que permitiram o
avanço da sociedade brasileira na parte do Sistema Elétrico Nacional.

Desde 1995 o Brasil sofreu bastantes alterações econômicas especialmente no setor da


energia elétrica, devido a que antes dessa data o Estado era o soberano como gerenciador
autônomo da eletricidade, mas com as mudanças empreendidas para a inserção do setor
privado para delegar a exploração do potencial energético do país evidenciando uma
adequada prestação dos serviços públicos vinculados com o setor elétrico (BASTOS,
2012). No entanto o país teve que sofrer as consequências de um setor centralizado por
meio de um racionamento de energia no ano 2001, devido a falta de planejamento com
o equilíbrio que deve ter a oferta e a demanda da energia elétrica num país.

Com a experiência brasileira foi evidenciada a necessidade de que a estrutura institucional


existente do setor elétrico devia ser modificada e planejada. O Novo Modelo do setor
teria oferecer três objetivos mínimos orientados a qualquer serviço associado com a
prestação de energia elétrica como: confiabilidade de suprimento, controle tarifário e a
universalidade do serviço.

Segundo os objetivos projetados para a consolidação do Novo Modelo, teve como princípio
quatro pilares fundamentais na reforma institucional: criação de dois ambientes
para a contratação e a modificação de modo de contratação de energia por parte das
distribuidoras, planejamento do setor, criação de programas efetivos de universalização
e uma reorganização institucional (TOLMASQUIM, 2011).

Com a inserção do Novo Modelo os agentes distribuidores da energia elétrica no território


brasileiro recentemente podem repassar os custos e tarifas dos consumidores finais e
os custos relativos a aquisição de energia elétrica, desde que a aquisição dessa energia
tenha sido realizada de maneira eficiente por meio da nova estrutura de contratação,
levando em consideração aspectos associados a regulamentação do setor elétrico do
Brasil (CUBEROS, 2008).
7
Objetivos
»» Apresentar de forma detalhada os acontecimentos mais relevantes antes
do desenvolvimento do Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro.

»» Expor a nível geral as causas associadas e as responsabilidades para o


surgimento do Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro.

»» Mostrar claramente as características básicas e os atores do Novo Modelo


do Setor Elétrico Brasileiro.

»» Apresentar as principais tecnologias baseadas em fontes de energia


renováveis, assim como a relevância na matriz energética brasileira.

»» Desenvolver uma perspectiva critica segundo o caminho percorrido para


estabelecer o atual modelo do sistema nacional de energia elétrica, permitindo
ter uma concepção extensa dos desafios para a expansão do setor.

8
NOVO MODELO DO
SETOR ELÉTRICO UNIDADE I
BRASILEIRO
A presente unidade tem como objetivo apresentar os aspectos gerais do Novo Modelo
do Setor Elétrico Brasileiro, desde as atividades que foram antecessoras, as causas
para a elaboração e concepção desde o governo, assim como os agentes institucionais
e econômicos envolvidos desse Novo Modelo para o setor. De igual forma são
apresentados os modelos de contratação surgidos desde a nova estrutura do setor
elétrico brasileiro o que facilito a inserção da inversão privada. Finalmente se
apresenta uma comparação de forma generalizada baseada no Novo Modelo para o
setor da gerencia dos recursos energéticos e os esforços que foram o eixo da operação
do Sistema Elétrico Brasileiro.

CAPÍTULO 1
Visão Geral do Setor Elétrico Brasileiro

No presente capítulo são apresentados os principais eventos como parte de uma


evolução histórica até o século XX do Sistema Nacional de Energia Elétrica no Brasil,
os quais datam desde finais do século XIX até o acontecimento da crise de fornecimento
de energia elétrica no território brasileiro, causa fundamental do surgimento do Novo
Modelo para o setor (GUASCOR, 2008):

»» 1879 – Inauguração da iluminação da Estação Central da Estrada de


Ferro D. Pedro II, atualmente Central do Brasil, localizada na cidade do
Rio de Janeiro.

»» 1881 – Iluminação da Praça XV e Praça da República

»» 1883 – Primeiro serviço público de iluminação elétrica do Brasil e no


América do Sul.

»» 1885 – Primeiro serviço de iluminação em São Paulo

»» 1887 – Início na operação da Termelétrica do Fiat Lux

9
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

»» 1889 – Inicio na operação Usina Marmelos Zero, a primeira hidrelétrica


de grande porte no país.

»» 1899 – Criação de São Paulo Light. Entrada do capital estrangeiro no setor.

»» 1905 – Criação de Rio Light, do mesmo grupo financeiro de São Paulo


Light

»» 1907 – Inicio na operação da Usina São de Fontes de Rio Light, a maior


no mundo nesse momento.

»» 1920 – Capacidade instalada do sistema elétrico no Brasil: 360 MW

»» 1927 – Iniciaram as atividades do grupo Americano Amforp.

»» 1930 – Essa época foi marcada pelo inicio da era de Getúlio Vargas
(1930 a 1945), quem promoveu a centralização político-administrativa
e o robustecimento do poder da ação do estado no país. Gerando uma
centralização das decisões associadas aos recursos naturais para
exploração industrial (PIÑA; VALDEBENITO, 2006). Nessa época a
capacidade instalada da energia elétrica no Brasil era de 780 MW.

»» 1934 – Promulgação do Código de Águas por meio do Ministério


de Agricultura, atribuindo á União competência única como poder
concedente, para os benefícios hidroelétricos destinados ao serviço
público. Finalizando os anos 1930 foi criado o Conselho Nacional de
Águas e Energia Elétrica (CNAEE), assim permitiu continuar reforçando
a regulamentação dos serviços da energia elétrica.

»» 1939 – É constituído o CNAEE para reforçar a regulamentação dos


serviços de eletricidade. Esse conselho foi a principal entidade do governo
brasileiro para a política setorial até a criação do Ministério de Minas e
Energia (MME) e Eletrobras (PIÑA; VALDEBENITO, 2006).

»» 1940 - Capacidade instalada de energia elétrica no Brasil: 1.250 MW

»» 1943 – Inicia a criação de varias empresas estaduais e federais do setor:


CEEE (RS), Chesf (MG), Cemig (MG), Copel (PR), Celesc (SC), Celg (GO),
Cemat (MG), Escelsa (ES), Furnas (Sudeste), Cemar (MA), Coelba (BA),
Ceal (AL), Energipe (SC) além de outras.

»» 1950 – Capacidade instalada da energia elétrica no Brasil era de 1.900 MW

»» 1960 – Criação do Ministério de Minas e Energia, tendo uma capacidade


instalada de energia elétrica no Brasil: 4.800 MW

10
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

»» 1961 – Criação de Eletrobras, que foi constituída legalmente no ano 1962

»» 1963 – Inicio das operações da Usina de Furnas, permitindo a interligação


de Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

»» 1964 – Aquisição das empresas do Grupo Amforp pelo Governo Federal.

»» 1968 – Constituição do Comité Coordenador da Operação Interligada.

»» 1970 – Capacidade instalada de energia elétrica no Brasil: 11.460 MW.

»» 1973 – Criação dos Grupos Coordenadores da Operação Interligada.

»» 1979 – Compra de Light Serviços de Eletricidade pelo Governo Federal.

»» 1980 – Capacidade instalada de energia elétrica no Brasil: 31.300 MW.

»» 1982 – Criação do Grupo Coordenador de Planificação dos Sistemas


Elétricos (GCPS). Começo do Programa Nuclear Brasileiro chamada
Usina Nuclear Angra I, em operação experimental só em março desse
mesmo ano.

»» 1984 – Inicio de operações da planta de Itaipu, a maior hidrelétrica


do mundo até esse momento. Finalizou a construção do Sistema
Interconectado Norte e Noroeste

»» 1985 – Criação de Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica


(PROCEL). Operação comercial de Angra I.

»» 1986 – Entrada em operação do Sistema Interligado Sul e Sistema


Interligado Sul-Sudeste

»» 1990 – Capacidade instalada de energia elétrica do Brasil era de 53.000


MW.

»» 1996 – Constituição da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

»» 1998 – Constituição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o


Mercado Maiorista de Energia Elétrica (MAE)

»» 2000 – Capacidade instalada de energia elétrica no Brasil: 72.200 MW.


Inicio operação comercial Angra II.

»» 2001 – Crises no abastecimento de energia elétrica e racionamento de


energia elétrica no Sudeste, Centro Oeste, Nordeste e Norte até 2002.
Com o objetivo de agilizar as soluções para suportar a insuficiência elétrica,
o Governo Federal instituiu o dia 24 de maio do ano 2001 a Câmara de

11
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Gestão da Crise de Energia Elétrica (CGE), para propor e implantar as


medidas de emergência, segundo a situação hidrológica tinha o país,
permitindo equilibrar a demanda e oferta de energia elétrica, evitando
interrupções imprevistas no fornecimento de energia elétrica no país.

Dessa forma é possível observar na gráfico 1 a evolução associada com a capacidade


instalada do setor segundo as atividades desenvolvidas ao longo da estruturação do
sistema de energia elétrica no território brasileiro desde a década dos 1980 até o momento
que teve que ser concebido o Novo Modelo do setor, como uma medida de emergia pela
demanda crescente de eletricidade que não foi contemplada através do tempo.

Gráfico 1. Evolução da capacidade instalada.

Fonte: (CUBEROS, 2008).

É possível notar no gráfico anterior que o período compreendido entre 1980 e 2000,
a evolução do gasto de energia no Brasil excedeu consideravelmente a capacidade
instalada no mesmo período (CUBEROS, 2008), gerando assim a concepção da Câmara
de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), por meio da Medida Provisória nº 2.147,
de 15/5/2001. Em 1 de junho de 2001, o governo foi obrigado a decretar o racionamento
de energia elétrica nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e o Nordeste do Brasil, a
causa de um déficit de oferta de energia (TOLMASQUIM, 2011).

A causa principal para a ocorrência da crise foi o atraso da entrada em operação de obras
de geração e de transmissão e a ausência de novos mecanismos de geração. Desta forma a
demanda de energia elétrica cresceu como estava projetado, mas não houve um aumento
paralelo da oferta. No ano 2001 foi criada a Comissão de Analise do Sistema Hidrotérmico

12
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

de Energia Elétrica, mediante o Decreto da Presidência no dia 22 de maio. O objetivo


principal da Comissão foi avaliar a existente politica de geração de energia elétrica e
dessa forma permitir identificar as causas do desequilíbrio energético entre a oferta e a
demanda em um período de tempo de 60 dias. Como foi verificada pela comissão a crise
no Sistema Elétrico Brasileiro deveria ter sido antecipada, devido a que o sistema tinha
um desequilíbrio evidente desde o ano 1999 (TOLMASQUIM, 2011).

Outro dos fatores que geraram a crise do setor elétrico brasileiro foi a reforma dos anos
1990 em que o Governo Federal achava que o mercado de energia no Brasil poderia
operar de forma semelhante com os mercados da Europa, e segundo esta tentativa
falida as consequências foram a falta de estimulo para o investimento no setor, e
adicionalmente á falta de chuvas levou ao uso sem controle dos reservatórios de água
nas usinas hidrelétricas existentes o que iminentemente originou o racionamento
(CASTRO; BRANDÃO; ROSENTAL; DORADO, 2015).

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CAPITULO 2
Agentes Econômicos e Institucionais

Seguidamente são apresentadas as funções dos atores responsáveis da geração, transmissão


e fornecimento da energia elétrica em Brasil segundo as bases do Novo Modelo para o
Setor Elétrico no Território Brasileiro, sustentado pelas Leis nº 10.847 e 10.848 o dia 15
de março de 2004; e pelo Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004 (CUBEROS, 2008).

Agentes Institucionais
Na atualidade, sob o esquema do Novo Modelo o setor elétrico brasileiro agrupa um
conjunto de agentes institucionais, com jurisdições e atribuições muito bem definidas,
para dessa forma garantir o funcionamento eficiente a nível setorial e assim alcançar
os objetivos esperados pelo Novo Modelo, competência tarifaria, segurança no
fornecimento e acesso aberto e sem restrições (TOLMASQUIM, 2011).

A diferença entre as atividades desenvolvidas pelo governo e as de caráter regulatório


teve importância no setor elétrico desde metade da década de 1990, com a concepção
das agências reguladoras para o Brasil. Essa distinção de funções procura distinguir a
separação do exercício das competências associadas ao poder politico, o governo, do
exercício das competências concernentes ao poder regulatório, o Estado (TOLMASQUIM,
2011). Na figura 1 são apresentados os agentes institucionais e as relações entre eles.
Seguidamente são detalhadas as informações de cada um dos agentes no Novo Modelo
do setor de energia elétrica no Brasil.

Figura 1. Distribuição dos agentes institucionais.

Fonte: (TOLMASQUIM, 2011).

14
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

Conselho Nacional de Politica Energética (CNPE)

É um conselho de consulta entre os Ministérios para o serviço do Presidente. Suas principais


responsabilidades são a formulação de políticas associadas com a energia e com as
diretrizes de garantia do subministro de matérias primas usadas na geração em zonas
afastadas do Brasil.

No segundo semestre de 1997 por meio da Lei nº 9.478 foi estabelecido o Conselho
Nacional de Política Energética (CNPE), o qual foi vinculado à Presidência da
República e com regulação estatal do Ministério de Minas e Energia (MME), com o
objetivo principal de gerar propostas ao Presidente da República para o beneficio das
políticas nacionais e o setor. Posteriormente junto com o Decreto nº 6.685/2008, em
relação aos artículos 2º e 4º do Decreto nº 3.520/2000, o qual tem como disposição o
detalhe da estrutura e a operação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)
(BASTOS, 2012).

Cabe ao CNPE indicar medidas especificas destinada a promover o aproveitamento


consequente dos recursos energéticos do país; garantir, em função dos atributos
regionais, o fornecimento de insumos energéticos ás áreas mais remotas, submetendo
as medidas especificas ao Congresso Nacional, quando sugerirem criação de subsídios;
analisar periodicamente as matrizes energéticas das diferentes regiões do país,
atendendo as fontes convencionais e alternativas e as tecnologias acessíveis; constituir
diretrizes para programas particulares, como os de uso de fontes alternativas; constituir
diretrizes para importação e exportação, de modo a atender ás necessidades de gasto
interno de petróleo e os derivados, gás natural e condensado, para afiançar o adequado
funcionamento do Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis e efetuar o Plano
Anual de Estoques Estratégicos de Combustíveis; gerar diretrizes para o uso de gás
natural como matéria prima industrial, mediante regulamentação de condições e
critérios característicos, visando a utilização eficiente e compatível com os mercados
externos e internos (TOLMASQUIM, 2011).

Ministério de Minas e Energia (MME)

Responsável pela formulação e implementação de politicas energéticas no Brasil


segundo com as diretrizes feitas pela CNPE, suas principais atribuições são a gestão de
estudos de inventários e subastas de projetos, além da fiscalização das obras.

Foi criado no ano de 1960, por meio da Lei nº 3.782 assinada e emitida o 22 de julho
de 1960. Antes do surgimento de serem identificadas as necessidades para a criação do
Ministério, os temas associados a minas e energia eram unicamente responsabilidade
do Ministério da Agricultura. No ano de 1990, a Lei nº 8.028 suprimiu o MME e

15
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

transferindo todas as competências e responsabilidades diretamente ao Ministério da


Infraestrutura, o qual surgiu por meio da mesma Lei. Esse Ministério também passou a
ter atribuições dos setores de comunicações e de transportes. Depois da concepção do
Novo Modelo para o setor da energia elétrica o Ministério de Minas e Energia foi criado
novamente no ano de 1992, mediante a Lei nº 8.422 (BASTOS, 2012).

A partir do Novo Modelo do Setor Elétrico, no qual se procurou estabelecer com clareza
a distinção entre atividades de governo e atividades regulatórias, o MME foi dotado de
novas competências, próprias do exercício do Poder Concedente e de funções políticas
e de planejamento. O afastamento entre as atividades do governo e regulatórias serve
para dividir duas funções prioritárias no Novo Modelo com uma orientação política e
de atividades que continuam estáveis e autônomas (TOLMASQUIM, 2011).

O MME tem atualmente como empresas associadas a Eletrobras e a Petrobras, essas duas
com uma economia mista. Também tem vinculada a Empresa de Pesquisa Energética
(EPE). Da mesma forma existem as agências nacionais vinculadas ao Ministério como
a Agência de Energia Elétrica (ANEEL) assim como a Agência Nacional do Petróleo
(ANP), por ultimo também está vinculado o Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) (BASTOS, 2012).

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE)

Sendo um conselho consultivo, sob a coordenação do MME, o CMSE faz a supervisão


e avaliação da segurança e continuidade do fornecimento de energia elétrica em todo
o Brasil. No momento de identificar problemas e obstáculos que possam afeitar a
regularidade na execução dos projetos e na segurança do abastecimento, o comitê deve
propor ajustes e ações preventivas.

No ano 2004 foi constituído por meio da Lei nº 10.848 o Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE), com o objetivo de seguir e fazer avaliações de forma constante
em beneficio da operação contínua e a garantia do fornecimento eletro-energético ao
longo do território brasileiro (BASTOS, 2012).

O CMSE tem que realizar periodicamente uma análise unificada de segurança de


fornecimento e atendimento aos mercados associados a energia elétrica, gás natural,
petróleo e derivados, buscando reconhecer dificuldades e limitações de caráter técnico,
ambiental, comercial, institucional e outros que afeitem a regularidade e a segurança
de abastecimento, tanto como o atendimento ás necessidades de expansão dos vários
setores energéticos. Quando o CMSE identifica uma situação de risco de abastecimento
em qualquer setor, deve preparar propostas de ajustes, soluções e sugestões de ações

16
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

preventivas ou saneadoras dessas situações, visando a manter ou a restaurar a segurança


no fornecimento e no atendimento energético. Essas propostas devem ser enviadas ao
CNPE (TOLMASQUIM, 2011).

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

Uma das decisões com o Novo Modelo para o setor foi descentralizar varias empresas
que operavam em setores vinculados com os bens dos mercados. A descentralização
foi feita na metade da década de 1990 e obrigou em alguns setores com atributos de
monopólio natural, a concepção de atores para a regulação que tiveram autonomia
técnica e política, visando à fiscalização e regulação dos serviços fornecidos. Dessa
forma foi necessário o fortalecimento ou a criação de entidades com a capacidade de
regular o fornecimento de serviços públicos e atividades associadas, tempo depois
da supressão de monopólios vinculados ao setor e da transferência a instituições
privadas para a execução desses serviços por meio de concessões ou autorizações
(TOLMASQUIM, 2011).

Entidade que permite a regulação e supervisão da produção, transmissão, distribuição


e venda da eletricidade, garantindo a qualidade dos serviços fornecidos e o aceso
universal aá eletricidade. É responsável também na determinação dos custos para os
consumidores finais, para que sejam mantidas as viabilidades econômicas e financeiras
dos atores do setor energético e da indústria no Brasil.

Em janeiro de 2003 com a projeção do Novo Modelo foi fortalecido o papel da ANEEL
para que fosse uma agência reguladora e fiscalizadora, o que permitiu a ampliação das
competências tais como (TOLMASQUIM, 2011):

»» Implementar as politicas e diretrizes do governo brasileiro para a


exploração da energia elétrica, assim como para o aproveitamento de
potenciais hidráulicos, emitindo os atos regulamentares indispensáveis
ao cumprimento das normas legais.

»» Promover os processos licitatórios para contratar cessionárias e


permissionárias de serviço público para a produção, transmissão
e fornecimento de energia elétrica e para outorga de concessão a
aproveitamentos de potenciais hidráulicos.

»» Articular com a ANP critérios para a fixação das tarifas de transporte


de combustíveis, destinados á geração de energia elétrica, e para o
arbitramento de seus valores, nos casos de negociação frustrada entre os
agentes implicados.

17
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

»» Cuidar pelo cumprimento da legislação de defensa da concorrência,


monitorando e seguindo as práticas de mercado dos agentes do setor
energético do país.

»» Admitir as regras e os procedimentos para a comercialização de energia


elétrica, contratada de forma regulada e aberta.

»» Constituir mecanismos de regulação e inspeção para garantir o atendimento


à totalidade do mercado de cada ator de distribuição e de negociação de
energia elétrica.

A partir do direcionamento do governo para a execução das estratégias da ANEEL, são


elaborados mapas de operação estratégica o que se denomina como Agenda de Desafios
Estratégicos. Essas operações são projetadas em períodos de cada 3 anos. A figura 2
apresenta as estratégias concebidas desde a ANEEL para alcançar a missão essencial
da entidade, o qual tem vigência no período de 2009 até 2012. A execução da Agenda
de Desafios Estratégicos se efetua num Plano de Metas Bienais, em que se constituem
as preferências e as consequências necessárias para cumprir à missão e as imputações
institucionais da ANEEL. Esse é um documento de uso interno ao qual apenas têm
acesso os funcionários da agência. As metas estratégicas são uma referência, para:
detalhar o planejamento operacional, materializado no Plano Gerencial da ANEEL;
definir as metas para permitir a avaliação das funções institucionais; assim como definir
as metas anuais para o Contrato de Gestão entre a União (BASTOS, 2012)

Figura 2. Missão estratégica da ANEEL no período 2009-2012.

Fonte: (BASTOS, 2012).

18
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)


Vinculada como uma pessoa jurídica com direito privado, com a forma de associação
civil, totalmente sem fins lucrativos, o qual foi constituído no dia 26 de agosto de 1998
por meio da Lei nº 9.648/1998, com mudanças incluídas mediante a Lei nº 10.848/2004
e com regulamentação pelo Decreto nº 5.081/2004 (BASTOS, 2012).

Entidade de direito privado, sem fins lucrativos, responsável pela coordenação e controlar
a operabilidade das instalações de geração e da transmissão do Sistema Interligado
Nacional (SIN). As principais funções do ONS são as seguintes (TOLMASQUIM, 2011):

»» Planejar e programar a operação e o fornecimento centralizado da geração


com a responsabilidade da operação aperfeiçoada do SIN.

»» Fazer supervisão e coordenação dos centros de operação de sistemas


elétricos.

»» Fiscalizar e controlar a operação do SIN e das interligações internacionais


associadas.

»» Contratar e governar os serviços de transmissão de energia elétrica e as


condições de acesso vinculadas, assim como os serviços auxiliares.

»» Propor melhoras ao “Poder Concedente” dos sistemas existentes os quais


devem ser considerados no projeto da expansão dos futuros sistemas de
transmissão.

»» Gerar propostas claras para regulamentar a operação da Rede Básica do


SIN, as quais devem ser estudadas e aprovadas pelo ANEEL.

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica


(CCEE)
É uma empresa privada de direito civil, integrada por agentes do setor da eletricidade,
faz operações de contratação de compra e venda de eletricidade no SIN, para os ambientes
livres e regulamentados, e para o mercado local.

Iniciou as operações o dia 10 de novembro de 2004, regulamentada por meio do


Decreto nº 5.177, do dia 12 de agosto de 2004, recebendo as atribuições diretamente
do Mercado Atacadista de Energia (MAE). As principais responsabilidades da CCEE
são (BASTOS, 2012):

»» Controlar o registro de todos os contratos celebrados dentro do Mercado


de Curto Prazo especificamente nos Ambientes de Contratação Regulada
(ACR) e de Contratação Livre (ACL).

19
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

»» Garantir a avaliação e registro das informações associadas á geração e


consumo de dos diferentes Agentes vinculados com a CCEE.

»» Agilizar o cálculo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) associado


ao Mercado de Curto Prazo mediante submercados.

»» Garantir as informações dos montantes do setor associados à quantidade


de eletricidade comercializada dentro do Mercado de Curto Prazo.

»» Encontrar o incumprimento de limites de contratação de energia elétrica


e outro tipo de violações e de ser necessário com autorização da ANEEL,
e sob as condições da Convenção de Comercialização, executar as
penalidades correspondentes.

»» Verificar os valores e solicitar as ações respetivas para a concretização de


Garantias Financeiras, associadas às Liquidações Financeiras do Mercado
de Curto Prazo, segundo as condições da Convenção de Comercialização.

»» Coordenar os Leilões para a compra e venda de eletricidade, com


autorização e fiscalização da ANEEL.

»» Garantir o monitoramento contínuo das funções empreendidas pelos


diferentes agentes vinculados ao CCEE, com o objetivo de verificar a
correspondência com as regras e métodos para a comercialização,
assim com outras instâncias regulatórias, segundo o que foi definido
pela ANEEL.

»» Realizar outras tarefas, determinadas diretamente pela ANEEL, por


meio da Assembleia Geral ou por determinação legal, conforme o artigo
terceiro do Estatuto Social da CCEE.

Os agentes da CCEE são segmentados especificamente em três partes: geração,


transmissão e comercialização. A categoria geração compreende três classes de
atores: os geradores concessionários de serviço público, os produtores independentes
e autoprodutores. Na categoria de distribuição é integrada pela classe dos agentes
de distribuição, titulares de concessão, a autorização dos serviços e instalações de
transmissão para fornecer energia elétrica o consumidor final somente de forma
regulada. Finalmente a categoria de comercialização abrange três classes de agentes:
importadores e exportadores, comercializadores e consumidores livres. A CCEE é
integrada pelos seguintes órgãos: Assembleia Geral, Conselho Fiscal, Conselho de
Administração e a Superintendência (TOLMASQUIM, 2011).

20
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

Empresa de Pesquisa Energética (EPE)

Em 2004 e por meio da Lei nº 10.847, foi aprovada a instituição da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), empresa do Estado diretamente associada ao Ministério de Minas e
Energia (MME) que faz estudos e pesquisas em toda a área energética para o Ministério,
fornecendo informação detalhada e necessária para as atividades de planificação do
setor energético brasileiro. Da mesma forma é responsável da coordenação de esforços
para a obtenção de licencias previas ambiental para a construção das hidrelétricas e
linhas de transmissão.

No artigo segundo da lei mencionada anteriormente é estabelecido que a EPE tem o


objetivo de proporcionar serviços no campo de estudos científicos e pesquisas orientadas
a auxiliar o planejamento do setor de energia elétrica, além do setor de petróleo e o gás
natural assim como seus derivados, carvão mineral, fontes renováveis de energia etc.
O Decreto nº 5.184 do ano 2004, concebe a EPE, e admite o Estatuto Social associado
e outorga outro tipo de providências (BASTOS, 2012).

No ambiente para retomar o planejamento e estruturar eficientemente a institucionalidade


do setor, assim como para garantir a função de planejar o contexto eletro-energético
setorial, foi criada uma nova instituição denominada inicialmente como Fundação de
Estudos e Planejamento Energético (FEPE), integrada por pessoal especializado e uma
serie de responsabilidades coordenadas, coordenadas pelo MME. Posteriormente foi
autorizada a criação da EPE sem o caráter de fundação para atuar como empresa
pública partindo da necessidade de contar com instrumentos governamentais que
permitam o planejamento e estudo da matriz energética nacional, a expansão do
sistema energético e minimizar os riscos dos racionamentos. Para concretizar essas
atividades em beneficio do setor foram atribuídas algumas competências que permitam
(TOLMASQUIM, 2011):

»» Gerar e administrar estudos e projeções baseados na matriz energética


do Sistema Elétrico Brasileiro.

»» Realizar e fazer a publicações periódicas do balanço energético no Brasil.

»» Estudar, identificar, validar e quantificar os potenciais de recursos energéticos


para o beneficio do setor.

»» Brindar suporte e estar presente nas articulações que permitam o


aproveitamento as fontes hídricas compartilhadas com países contíguos.

»» Concretizar estudos específicos que permitam determinar as aplicações


energéticas dos diferentes potenciais hídricos do território brasileiro.

21
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

»» Realizar as gestões necessárias para ter disponíveis as licenças ambientais


e as declarações de disponibilidade do recurso hídrico, as quais são
indispensáveis nas licitações de empreendimentos hidrelétricos avaliados
pela EPE.

»» Preparar e publicar estudos detalhados que permitam conhecer o


inventario do potencial da energia elétrica derivada de fontes renováveis
de energia.

Cabe como responsabilidade da EPE a produção dos seguintes produtos: o Plano


Decenal de Energia (PDE), o Plano Nacional de Energia (PNE) e o Balanço Energético
Nacional (BEN). O PDE deve ser publicado anualmente e com uma projeção para 10
anos, enquanto o PNE pretende ser um instrumento para o planejamento energético,
direcionando as decisões associadas ao equilíbrio, assim como ao crescimento da
economia do Brasil (BASTOS, 2012).

Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobras)

A maior empresa de eletricidade em América Latina está no Brasil, tem operação nos
mercados de energia de forma rentável e sustentável, e tem um foco principal na geração
de eletricidade. Responsável de um 27% da capacidade instalada no Brasil no ano 2009
é uma empresa estatal, de economia mista e capital aberto. A Eletrobras atualmente
tem como subsidiárias a Eletrosul, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf),
a Eletronorte, Furnas assim como a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica
(CGTEE). Essa empresa tem a metade do capital da hidrelétrica de Itaipu Binacional.
Atualmente esta integrada pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e
executa os programas do Governo Federal no campo de energia tais como o Reluz, o
Procel e o Luz no Campo (ANEEL, 2008).

Em conversações desde o ano 1954 e no governo do presidente Getúlio Vargas, o Governo


brasileiro foi aprovado por lei para permitir a criação da Eletrobras até o ano de 1961 e,
dessa forma, iniciar operações em 1962. A responsabilidade principal foi de promover
estudos especializados, projetos de edificação e operação especificamente de usinas
geradoras de eletricidade, linhas de transmissão e subestações dedicadas ao fornecimento
de eletricidade do país. Desde então se converteu em uma entidade para fomentar a
expansão da oferta de energia elétrica no território brasileiro (BASTOS, 2012).

Agentes Econômicos

São assim designados: os consumidores de eletricidade e os agentes titulares de


concessões, permissões ou autorizações para empreender atividades especifica tais
22
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

como a geração, a transmissão, a distribuição ou a comercialização. Os agentes de


transmissão e distribuição operam especificamente em mercados em que a concorrência
restringe o desempenho ou a eficiência econômica, e por esse motivo são chamados de
“monopólios naturais”. Nesse caso, o regime do monopólio é estritamente de interesse
social, mas a forma fundamental dos serviços de energia elétrica impõe a necessidade
de ter para o regime uma serie de regras de ordem pública até na definição de tarifas
pela Agência Reguladora. Já na parte da geração e a comercialização de energia elétrica
são denominados competitivos, dessa forma a regulação incide com menos intensidade,
especialmente em assuntos de valor. Geralmente, o legislador não aborda tais segmentos
como os serviços públicos, mas como resoluções de atividades de titularidade da União,
também denominadas “atividades reservadas à União” (TOLMASQUIM, 2011).

Agentes de Geração

Esse tipo de agentes também é conhecido como de produção de energia elétrica sendo
publicamente definido pelo Decreto nº 41.019/1957 como a transformação de qualquer
outra forma de energia em eletricidade, seja qual for a procedência. Em outras palavras,
a geração de energia elétrica é a alteração de uma fonte primaria de energia, sendo
água, gás natural, sol, biomassa, em uma fonte secundaria que é a eletricidade.

Sendo a eletricidade um bem fungível a qual esta em capacidade de ser transmitida a


amplas distâncias, não é acertado afirmar, desde a perspectiva do consumidor, saber
como e onde foi gerada. Dessa forma, por exemplo, a energia produzida na região Sudeste
do território brasileiro pode ser aproveitada em qualquer outra região do Brasil, graças
a uma grande malha de transmissão de energia elétrica que cobre a maior parte do país.

Agentes de Transmissão

Dentro da atividade de transmissão de eletricidade, definida publicamente no Decreto


nº 41.019, do dia 26 de fevereiro de 1957, se refere ao transporte da energia elétrica desde
o sistema produtor às subestações fornecedoras, ou na interligação de dois ou mais
sistemas de geração. A transmissão de energia elétrica envolve também: o transporte
pelas linhas de transmissão secundária que devem existir entre as subestações de
distribuição; e o fornecimento de energia elétrica a usuários finais em alta tensão, por
meio de suprimentos diretos das linhas de transmissão, assim como de subtransmissão
(BASTOS, 2012).

A transmissão é definida basicamente como um monopólio natural, e desta forma é


fortemente regulada. As transmissoras de eletricidade são concessionárias de serviço ao
público e dessa forma subscrevem contratos de concessão diretamente com a ANEEL,
e assim esta atuando como um emissário do poder concedente. Além desse, existem

23
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

outras quatro ferramentas contratuais para a atividade associada com a transmissão,


como é apresentado na figura 3: Contrato de Prestação de Serviço de Transmissão
(CPST); Contrato de Uso de Sistemas de Transmissão (CUST); Contratos de Conexão
ao Sistema de Transmissão (CCT); e finalmente Contrato de Compartilhamento de
Instalações (CCI). Esses tipos de contratação estão retificados segundo as Leis nos 8.987
de 1995, 9.074 de 1995 e 9.648 de 1998 (TOLMASQUIM, 2011).

Figura 3. Relações contratuais dos agentes de transmissão.

Fonte: (TOLMASQUIM, 2011).

Já no segmento de transmissão no território brasileiro era composto anteriormente


por aproximadamente 90 mil quilômetros de linhas e era operado por exatamente 64
concessionárias. Essas empresas, que conseguiram as concessões ao tomar parte e
participar de leilões públicos promovidos e coordenados pela ANEEL, são responsáveis
para a implantação e intervenção da rede que agrupa as usinas, as fontes de geração,
às instalações das corporações distribuidoras localizadas em diferentes centros
consumidores, tecnicamente conhecidos como centros de carga (ANEEL, 2008).

Agentes de Distribuição

A distribuição é a última fase na cadeia de fornecimento do setor elétrico, e tem como


objetivo principal levar a energia para que seja entregue pelo sistema de transmissão até
os usuários finais como: residências, comércios ou indústrias. Funciona basicamente
como um elo entre o setor de energia elétrica e a sociedade em geral.

A distribuição é caracteristicamente conhecida como um monopólio natural, sendo


dessa forma intensamente regulada. As diferentes distribuidoras são concessionárias
de serviço público. Além dessas também existem as cooperativas de eletrificação rural,
as quais são entidades de pequeno porte que transmitem e fornecem energia elétrica
24
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

unicamente aos usuários associados. Essas cooperativas de eletrificação rural são


fornecedoras de serviço público (BASTOS, 2012).

Agentes de Comercialização

Esses tipos de agentes comercializadores de energia elétrica são os que têm um título
jurídico de autorização para desempenhar a atividade de compra e venda de energia
elétrica dentro do SIN. A forma do comercializador foi designada pela Lei nº 9.648 de
1998, na reforma da década de 1990, quando foi criada também a figura do consumidor
livre de energia, e dessa forma a comercialização passou a incidir no regime de livre
negociação. Exercem a função de intermediários entre os geradores e consumidores, com
o objetivo principal de reduzir os gastos de transação e assim permitir o atendimento
aos consumidores segundo com suas necessidades na compra de energia elétrica. São
importantes também para gerar estabilidade ao custo da energia elétrica no mercado
(TOLMASQUIM, 2011).

Segmento de Consumo

O consumo é o objetivo final da cadeia de fornecimento de energia elétrica. A ANEEL


tem como uma de suas básicas jurisdições o atendimento das necessidades dos
consumidores de eletricidade. A Resolução da ANEEL com número 456/2000 define o
consumidor como “pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato de direito, legalmente
representada, que no momento de solicitar a concessionaria o abastecimento de
eletricidade esta assumindo a responsabilidade pela cobertura das faturas e outro tipo
de obrigações fixadas especificamente nas normas e regulamentos da ANEEL, e dessa
forma vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão, segundo cada
caso”. Nesse contexto e sob o Novo Modelo do setor de energia elétrica no Brasil foram
instituídas as categorias de consumidores conforme o tipo de contratação tais como
(TOLMASQUIM, 2011):

»» Consumidores livres: antes do ano 1995, só tinha a figura do consumidor


“cativo” o qual estava obrigado a comprar a energia elétrica unicamente
da distribuidora local existente. No ano 1995, na elaboração para a
reforma na década de 1990, foi designada a figura do consumidor livre.
O qual se pode definir como aquele que é atendido em qualquer faixa
de tensão, praticou a opção de compra de energia elétrica, segundo as
condições dispostas nos artigos 15 e 16 da Lei no 9.074 de1995. Segundo
com tais escritos públicos a carga tem de ser de 3 MW ou maior, ligados
diretamente ao SIN após 7 de julho de 1995, não estão sujeitos ao limite
de tensão.

25
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

»» Consumidores potencialmente livres: no Novo Modelo do setor, o


consumidor desse tipo é aquele que com a responsabilidade de cumprir
as condições mencionadas anteriormente, prefere por ser acolhido de
forma regulada. A escolha que o consumidor potencialmente livre tem
direito para desempenhar a compra de toda a carga elétrica de sua unidade
consumidora, ou só uma parte, garantido dessa forma o pleno atendimento
por meio de contratos. Cabe a ANEEL fiscalizar essas práticas de mercado.

»» Consumidores especiais: esse tipo de consumidores são um conjunto


de consumidores agrupados por comunhão de interesse, seja de fato
ou de direito, com uma carga mínima de 500 kW ou maior, e podem
contratar dentro do Ambiente de Contratação Livre (ACL) quando a
energia contratada seja derivada de fontes incentivadas.

»» Consumidores cativos: esse tipo de consumidores celebram contratos


de adesão dentro do entorno de contratação Ambiente de Contratação
Regulado (ACR), diretamente com o fornecedor de energia elétrica da
região onde estiverem localizados. A semelhança entre o consumidor
denominado cativo e o fornecedor de energia elétrica da região, segundo
seja o caso, recebe uma especial atenção da legislação consumerista.
Existi a aplicação do Código de Defensa do Consumidor exclusivamente
quando o consumidor seja o destinatário final do serviço de eletricidade,
como acontece com a eletricidade consumida por pessoa física para o
uso residencial ou por uma pessoa jurídica que não desenvolve nenhuma
atividade de caráter empresarial.

26
CAPÍTULO 3
A Estrutura do Novo Modelo para o
Setor Elétrico Brasileiro

Em 2004 foi implantado o Novo Modelo do Setor Elétrico no Brasil, desta forma o
Governo a traves das leis nºs 10.847/2004 e 10.848/2004, conservou a formulação
de políticas publicas para o setor de energia elétrica como uma atribuição do Poder
Executivo, através do Ministério de Minas e Energia (MME) e com a assessoria do
Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e do Congresso Nacional. Dessa forma
foram criados novos atores, entre esses é a Empresa de Pesquisa Energética (EPE),
responsável pela realização dos estudos necessários no planejamento para expandir
o sistema elétrico no Brasil. Outro dos novos atores criados com o Novo Modelo
foi a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável na
negociação da energia no mercado aberto. O Novo Modelo do Setor Elétrico manteve
a agência reguladora ANEEL, assim como o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), responsável por coordenar e supervisionar a operação integrada do Sistema
Interligado Brasileiro (SIB). Foi estabelecido o Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSE) para garantir a continuidade e a segurança do fornecimento elétrico
(ANEEL, 2008).

O modelo em vigor do setor elétrico no Brasil tem três objetivos principais (TOLMASQUIM,
2011):

»» Garantir a segurança do fornecimento de energia elétrica.

»» Promover a competência tarifária.

»» Promover a inclusão social no Setor Elétrico Brasileiro, particularmente


pelos programas de universalização do atendimento.

O modelo antecipa uma série de medidas a ser observada pelos Agentes, como a exigência
para a contratação do total da demanda por parte das distribuidoras e dos consumidores
de condição livre, uma metodologia nova de cálculo do lastro para venda de geração,
contratação das usinas hidrelétricas e as termelétricas em proporções que afiancem
equilíbrio entre garantia e o custo de suprimento. Além da permanente supervisão
da continuidade e da segurança do fornecimento, detectando instabilidade entre oferta e
demanda da energia elétrica (CCEE, 2010).

27
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Figura 4. Estrutura institucional do setor elétrico.

Fonte: (ANEEL, 2008)

Depois da elaboração e implantação do Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro,


houve a necessidade da criação de um ambiente onde fossem feitas as operações de
contabilização e liquidação financeira que envolva o mercado de curto prazo. Assim foi
criado em 1998 o Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE). Já em novembro de
2004, a ANEEL foi reorientada em suas funcionalidades e atribuições, recebendo uma
nova denominação: Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Durante a
transição do MAE para a CCEE, o Ministério de Minas e Energia projetou as principais
atribuições da CCEE alterou significativamente a forma de atuação dessa entidade,
atribuindo a novas funções. Entre as funções principais do CCEE estão:

»» Promover os leilões de compra e venda de energia elétrica, por mandato


da ANEEL.

»» Conservar os registros de todos os contratos feitos no âmbito do Ambiente


de Contratação Regulada (ACR) e do Ambiente de Contratação Livre
(ACL), abarcando os respectivos montantes de potência e energia, e suas
mudanças.

»» Gerar a medição e o registro dos dados associados às operações de compra


e venda e outros dados essenciais aos serviços de energia elétrica.

»» Realizar a contabilização dos diferentes montantes de energia elétrica,


comercializados assim como a liquidação financeira dos valores resultantes
28
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

das operações de compra e venda de energia elétrica concretizadas no


Mercado de Curto Prazo.

»» Aperfeiçoar os mecanismos para evitar o descumprimento de limites na


contratação de energia elétrica e outras violações e, quando for necessário,
por delegação da ANEEL, dentro dos termos da Convenção, aplicar as
penalidades concernentes;

»» Promover as ações mandatórias para a realização do depósito, da custódia


e do cumprimento de Garantias Financeiras associadas às Liquidações
Financeiras do Mercado de Curto Prazo, sob os termos da Convenção;

Em resumo é apresentada a seguir uma tabela com as principais diferenças entre o


modelo vigente antes do ano de 1998 e o modelo do setor elétrico atualmente implantado
a nível nacional no território brasileiro (TAVARES, 2010).

Tabela 1. Comparação dos modelos do setor elétrico brasileiro.

Modelo Antigo Modelo Novo


Financiamento unicamente mediante recursos públicos. Financiamentos mistos mediante recursos públicos e recursos privados.
Empresas divididas por atividades baseadas em grupos específicos como:
»» geração;
Empresas com umas estruturas organizacionais totalmente
»» transmissão;
verticalizadas.
»» distribuição;
»» comercialização.
Empresas exclusivamente do Estado. Abertura do mercado para empresas privadas, assim como do governo.
Existência de Monopólios. Não existia a competição no setor. Surgiu a concorrência para a geração e comercialização no setor.
Unicamente consumidores cativos. Presença no mercado de consumidores livres e cativos.
Valores livremente negociados para geração e comercialização de
Tarifas reguladas em todos os segmentos do mercado elétrico.
energia elétrica.

Fonte: Tavares, 2010.

O Mercado de Curto Prazo


É um ambiente em que os agentes de mercado negociam por meio de contratos bilaterais
negociados abertamente, a compra ou venda de energia, os quais tem que estar com
registro na CCEE. Esse registro liga a contratação de longo e médio prazo ao mercado
de curto prazo, devido á toda e qualquer transação de energia não registrada através
contratos esta sujeita á liquidação (TOLMASQUIM, 2011).

Existe um processo de contabilização em que é possível estimar as diferenças ente


os volumes contratados e os efetivamente usados, o qual faz parte das atribuições da

29
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

CCEE. Desta forma é possível que as partes “zerem” suas posições por meio de conpra
ou venda de energia elétrica, mensalmente, pelo valor do mercado de curto prazo ou
chamada também de Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) (TOLMASQUIM, 2011).

Esse mecanismo de funcionamento permite aos agentes de mercado formular estratégias


de atuação no mercado livre dependendo de vários fatores, como por exemplo, o estado
do PLD, previsão de afluências dos rios, nível de contratação das empresas etc. Para cada
estratégia existe um risco associado, que pode ser maior ou menor dependendo dos
fatores envolvidos (CUBEROS, 2008).

Para garantir a expansão da oferta, o governo instituiu a contratação obrigatória,


antecipada e integral da demanda projetada dos distribuidores, e dessa forma segmentou
o mercado de demanda em dois ambientes: Ambiente de Contratação Regulada (ACR)
e Ambiente de Contratação Livre (ACL), como são apresentados na figura 5, além de
destacar a Energia de Reserva prevista na Lei nº 10.848/2004.

Figura 5. Ambientes de Contratação de Energia no Brasil.

Fonte: Tolmasquim, 2011.

Ambiente de Contratação Livre (ACL)

Nesse ambiente a energia elétrica é comercializada entre as concessionárias de geração,


produtores de energia independentes, autoprodutores, agentes de comercialização,
importadores de energia e livres consumidores (PIÑA; VALDEBENITO, 2006).
Os contratos associados de compra e venda de energia elétrica são abertamente negociados
entre as partes, e homologados e registrados na ANEEL e na CCEE. Esse ambiente
30
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

corresponde a 20% do mercado de energia brasileiro, segundo dados da CCEE.


Existem regras específicas para atuação no ambiente de contratação aberta do mercado de
energia, sendo que não são necessariamente as mesmas regras utilizadas na atmosfera
da contratação regulada (CUBEROS, 2008).

A opção pela condição de consumidor livre exige o acesso aberto aos sistemas de
transmissão e de distribuição, assegurado por contratos de conexão e de uso (mínimo
de 3 MW) desses sistemas. Essa opção não o desobriga de encargos de caráter sistêmico
(RGR, CDE, taxa de fiscalização da ANEEL, obrigações de energia de reserva etc.),
cobrados por meio das tarifas de fio (TUSD e TUST) (TOLMASQUIM, 2011).

Ambiente de Contratação Regulada (ACR)


Nesse ambiente participam todas as distribuidoras de energia assim como as compradoras,
além dos geradores como vendedores. Qualquer tipo de compra e venda de energia
elétrica é feita por meio de Leilões de energia promovidos pela CCEE. As distribuidoras
devem fornecer a totalidade da carga mediante leilões, e executar os Contratos de
Compra e Venda de Energia Elétrica no Ambiente Regulado (CCEAR), estando sujeito as
penalidades previstas na legislação, caso isso não aconteça (CUBEROS, 2008).

A principal regra do Ambiente de Contratação Regulada (ACR), que integra o próprio


conceito, é a obrigatoriedade de licitação para a compra de energia elétrica por parte dos
atores de distribuição do SIN. Desde o ano 2004 com a implementação do Novo Modelo, os
distribuidores não podem mais comercializar energia com consumidores livres. Nesse caso
só exercem apenas a função de provedores de rede e, por esse serviço, recebem valores
definidos nas Tarifas de uso do Sistema de Distribuição (TUSD). Para a redução da tarifa
da energia elétrica a compra é feita obrigatoriamente e de forma conjunta por parte das
distribuidoras ou também conhecidas na comercialização como pool de compradores, por
meio de leilões de uma tarifa menor como se apresenta na figura 6 (TOLMASQUIM, 2011).

Figura 6. Comercialização de energia no ACR.

Fonte: Tolmasquim, 2011.

31
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Os leilões têm como objetivo principal assegurar o atendimento total da demanda de


energia elétrica, definida por meio das diferentes distribuidoras, o qual se estabelece
como a principal condição de menor preço por Megawatt-hora (MWh) utilizado para
definir as empresas ofertantes vencedoras. Nos leilões associados de energia elétrica,
existe um preço-teto estabelecido pelo governo nacional para os tipos energia elétrica
fornecida, segundo o tipo de fonte (hidráulica, eólica, biomassa), dessa forma é possível
reduzir os custos para o consumidor final e promover a competitividade tarifária no
setor (PIRES; HOLTZ, 2012).

Contratação da Energia de Reserva


Tem por objetivo nesse tipo de contratações aumentarem à segurança no abastecimento de
energia elétrica ao SIN. A energia de reserva é aquela proveniente de usinas especialmente
contratadas com esse fim e não agrega lastro comercial para venda aos agentes de
consumo. Por esse motivo, não permitida sua revenda. A modalidade de contratação
para a energia de reserva no mercado de curto prazo é legalizada mediante a realização
dos denominados Contratos de Energia de Reserva (CER) entre os diferentes atores
vendedores nos leilões e a CCEE, a qual representa legalmente aos consumidores, como
os consumidores livres, consumidores especiais e os autoprodutores. Existe um encargo
obrigatório nesse processo de contratação chamado Encargo de Energia de Reserva (EER),
o qual é cobrado a todos os usuários integrantes do SIN mediante a denominada Conta
de Energia de Reserva (CONER). Os usuários ativos da energia de reserva devem realizar
com a CCEE contratos de uso da energia de reserva. Esse processo para a contratação da
energia de reserva é apresentado na figura 7 (TOLMASQUIM, 2011).

Figura 7. Compra e venda da energia de reserva.

Fonte: Tolmasquim, 2011.

32
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

A Energia de Reserva busca equilibrar a totalidade de energia vendida pelas usinas (garantia
física) e o que foi disponibilizado no SIN, reduzindo assim o risco de desequilíbrio entre
a oferta e a demanda de energia elétrica no território brasileiro devido a atrasos de obras
e situações hidrológicas críticas (BORIN; PASSOS, 2016).

Segundo a categoria e classe do agente econômico que foram mencionados


anteriormente, pode atuar no Ambiente de Contratação Livre (ACL), no Ambiente de
Contratação Regulada (ACR), ou também nos dois ambientes, conforme é apresentado
na figura 8.

Figura 8. Agentes econômicos nos ambientes de contratação.

Fonte: Cuberos, 2008.

Além dos atores fundamentais para o modelo do sistema elétrico no Brasil existem
atores fundamentais no inicio e o final da cadeia da geração e o consumo da energia
elétrica. Esses atores são os distribuidores e consumidores. Os primeiros tem a função
de elo entre o setor da energia elétrica e a sociedade brasileira. Nas redes de transmissão
a energia elétrica viaja em tensão que muda de 88 kV a 750 kV. Para chegar à unidade
final para os consumidores com uma tensão de 127 e 220 volts é necessário um sistema
composto geralmente por fios, postes e transformadores. Na figura 9 é possível observar
a semelhança entre os agentes de operação e consumo do setor elétrico no Brasil
(TOLMASQUIM, 2011).

33
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Figura 9. Atores na transmissão e geração de energia elétrica.

Fonte: ANEEL, 2008.

Até finais dos anos 1990 existia uma tarifa exclusiva de energia elétrica no Brasil, a qual
garantia o pagamento das concessionárias, independentemente do nível de eficiência.
Esse sistema não tinha como prioridade o desempenho por parte da distribuidora
(ANEEL, 2008). No ano 1993, com a edição da Lei no 8.631, as tarifas passaram a ser
implantadas pela empresa, como se observa na figura 10.

Figura 10. Sistema de tarifas por empresa.

Fonte: ANEEL, 2008.

Sistemas Isolados

Esses tipos de sistemas são abastecidos especialmente por usinas com tecnologia térmica
acionadas mediante diesel e combustível, embora também são beneficiadas de algumas
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) assim
como usinas termelétricas acionadas com biomassa.

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NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

Esses tipos de sistemas estão localizados, sobretudo na região Norte do país: nos Estados
de Roraima, Amazonas, Amapá, Acre e Rondônia. São chamados dessa forma devido a
não estar ligados ao SIN e também por não permitir o intercâmbio de eletricidade com
outras regiões, segundo as características geográficas da região onde estão instalados.
Segundo dados da empresa Eletrobras, atendem uma área de aproximadamente 45%
do Brasil o que é cerca de 3% da população brasileira, aproximadamente 1,3 milhão
de consumidores em 380 localidades. Um dos exemplos de um sistema isolado é dos
Estados do Acre-Rondônia (figura 11), o qual está ligado ao SIN como é a tendência
para esses tipos de sistemas (ANEEL, 2008).

Figura 11. Sistema isolado Acre-Rondônia conectado ao SIN.

Fonte: ANEEL, 2008.

Encargos e tributos
Os diferentes encargos a nível setorial são valores incluídos sobre o valor total da tarifa
de eletricidade, isso é como forma de subsídio, para dessa forma conseguir desenvolver
e bancar financeiramente programas do setor elétrico definidos pelo Governo Federal.
Os valores são formados através de Resoluções ou Despachos associados diretamente
á ANEEL, facilitando o recolhimento por parte das concessionárias dos montantes
cobrados aos consumidores mediante as tarifas de energia elétrica. Finalizando o ano
2007 representou um valor aproximado aos 11 bilhões de reais. No gráfico 2 apresenta
a composição da tarifa mensal da energia elétrica (TOLMASQUIM, 2011).

35
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Os tributos são definidos como os pagamentos obrigatórios associados ao Poder Público,


com base na indicação legal, são os recursos que asseguram o desenvolvimento de
atividades próprias do Governo. Segundo as faturas mensais de energia elétrica estão
presentes os seguintes tributos: Programas de Integração Social (PIS) e Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS); Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação
Pública (CIP) (ANEEL, 2008).

Gráfico 2. Composição da conta da energia elétrica.

Fonte: ANEEL, 2008.

O Sistema Interligado Nacional (SIN)

O SIN compreende as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste assim como uma parte
do Norte do Brasil. Em 2008 foi responsável pela concentração de aproximadamente 900
linhas de transmissão que aumentam 89,2 mil quilômetros nas tensões de 230, 345, 440,
500 e 750 kV. Adicionalmente ostenta 96,6% da capacidade total de produção de energia
elétrica do país – procedente de fontes internas ou de importações, principalmente do
Paraguai devido o controle compartilhado da usina hidrelétrica localizada em Itaipu
(ANEEL, 2008).

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) como foi mencionado anteriormente é


responsável pela organização e controle da operação do SIN, por médio das companhias
geradoras e transmissoras, com a fiscalização e regulação da ANEEL. Um dos benefícios
dessa relação e a operação coordenada estão a troca de energia elétrica entre as diferentes
regiões do Brasil (ANEEL, 2008).

Outro dos benefícios é conhecer e gerar tarifas adequadas segundo o tipo de fonte
geradora da energia elétrica, assim como garantir que a capacidade de oferta do sistema,
seja igual ou superior à demanda dos consumidores. No gráfico 3 são apresentados os
valores no custo de produção de energia elétrica segundo a tecnologia usada.
36
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

Gráfico 3. Custos de produção de energia elétrica.

Fonte: ANEEL, 2008.

A seguir são apresentadas as características do SIN segundo sua estrutura de funcionamento


na atualidade, assim como algumas características propostas para sua expansão
especificamente nos sistemas de geração e transmissão de eletricidade:

O sistema de Geração no SIN

Finalizando o ano 2009 o sistema para a geração de eletricidade no Brasil tinha uma
capacidade instalada de aproximadamente 116.75 GW de potência elétrica, a qual
estava distribuída em um total de 2.228 usinas ao longo da região. Essa capacidade era
gerada por 674 usinas hidrelétricas o equivalente a 76% do total da potência disponível
para o SIN. Existe uma porcentagem aproximada de 17% da capacidade total instalada
derivada de 719 termelétricas (TOLMASQUIM, 2011).

Segundo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) proposto até o ano 2019 e


baseado no consumo na rede do SIN e a estimação do índice de perdas na carga de
energia. É necessário esclarecer que essas perdas devem ser compensadas devido o
impacto das perdas dos sistemas isolados que estão conectados ao SIN.

Em relação as projeções do PDE a capacidade instalada do SIN em um período de


10 anos é garantir uma expansão para cerca de 61%, tendo prioridade a geração de
eletricidade por meio de hidrelétricas. No gráfico 4YYY se apresenta os indicadores
projetados para o consumo da rede de energia elétrica, assim como as perdas estimadas
no sistema. O consumo per capita no Brasil que em 2010 foi de 2.345 kWh/habitante
será de aproximadamente 3.447 kWh/habitante no ano 2019 (MME/EPE, 2010).

37
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Gráfico 4. Carga de energia projetada 2010-2019.

Fonte: MME/EPE, 2010.

A expansão estimada para a geração propõe a inclusão de usinas contratadas nos leiloes,
as quais tiveram que entrar em operação antes do ano 2013 mediante os leilões para a
compra de energia elétrica celebrados como data limite em dezembro de 2009. Dessa
forma a expansão do Sistema para o período projetado de 2009 até o 2019 que tem um
total de potência aproximada de 63.5 GW, quase um 70% desse valor está contratada
com dados de 2011.

O sistema de Transmissão do SIN

A estrutura geral do SIN para o território brasileiro é complexa e também extensa,


assim como é observado na figura 12 o sistema de transmissão chamado também Rede
Básica o qual é operado pelo ONS, em que para o final do ano 2009 a rede total de
transmissão somava aproximadamente 95.582 km de extensão (CASTRO; BRANDÃO;
ROSENTAL; DORADO, 2015).

A extensão do sistema mencionado anteriormente retrata as caraterísticas no continente


do país, o nível da cobertura espacial das fontes de energia elétrica e as distâncias
continuamente em crescimento associados aos centros de carga e as futuras usinas
hidrelétricas. Outro aspecto importante do sistema de transmissão é a quantidade
de agentes envolvidos para o segmento de transmissão no Brasil, operado por 64
concessionárias as quais obtiveram essas concessões por meio de leilões divulgados e
coordenados pela ANEEL. Em consequência deve existir alta coordenação e esforço por
parte do ONS, iniciando desde a fase de projeção até a operação no sistema, incluindo
também a fiscalização que devera ser feita pela ANEEL. Dessa forma a regulamentação
técnica para a transmissão de energia elétrica no Brasil é muito detalhada e
constantemente revisada devido a uma continua evolução da complexidade da rede
(TOLMASQUIM, 2011).
38
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

O sistema de transmissão associado ao SIN está integrado pela Rede Básica e as Demais
Instalações de Transmissão (DIT), segundo a Resolução da ANEEL nº 67/2004. Já na
rede básica, deve acatar aos seguintes padrões: primeiro: ter linhas de transmissão,
barramentos, transformadores de potência, assim como equipamentos de subestações
em tensão parecida ou superior a 230 kV; segunda: ter transformadores de potência
com tensão primária igual ou superior a 230 kV, assim como tensões secundárias e
terciárias inferiores a 230 kV, além de ter as correspondentes conexões e outros tipos
de equipamentos ligados ao sistema terciário. O anterior com vigência desde o dia
primeiro de julho de 2004 (BASTOS, 2012).

Figura 12. Sistema de transmissão no Brasil – 2009.

Fonte: Castro; Brandão; Rosental; Dorado, 2015.

Desde o final do século XX foram concretizados 15 leilões equivalente a 67 projetos


licitados, o que gerou cerca de 21.317 km de linhas de transmissão. Os leilões realizados
incentivaram o capital privado e o publico, com relevância do capital privado, garantindo

39
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

dessa forma alta concorrência para o controle das tarifas, evitando altos valores no
lucro adicional para o monopólio natural. Com a constante e crescente demanda de
energia elétrica no Brasil é necessário uma projeção para a evolução do sistema de
transmissão, o qual está contemplado no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE)
do ano 2019. Existe uma estimação de crescimento aproximado em extensão de 37 mil
km nas linhas de transmissão, equivalente a 38% da cobertura presente no ano 2009
(TOLMASQUIM, 2011). A seguir são apresentadas as estimativas de evolução do SIN.

Tabela 2. Evolução projetada das linhas de transmissão do SIN (km).

Tensão 750 kV 600 kV 500 kV 440 kV 345 kV 230 kV


Existente em 2009 2.698 1.612 33.507 6.791 9.394 41.580
Evolução até 2019 - 9.350 16.146 17 538 10.746
Estimativa 2019 2.698 10.962 49.653 6.808 9.932 52.326
Total instalado em 2009 95.582 km
Total para 2019 132.379 km

Fonte: MME/EPE, 2010.

Obstáculos e oportunidades para o setor

A crescente investigação por serviços e tecnologias com melhor desempenho a nível geral,
assim como a busca de poucos impactos ambientais, no procedimento para a geração,
transmissão ou a distribuição de eletricidade, os quais são integrados aos investimentos
que permitam a ampliação da capacidade instalada no setor elétrico do território
brasileiro, tem deixado a geração distribuída de eletricidade como uma alternativa as
diferentes dificuldades associadas ao aumento da demanda da energia elétrica. Essa nova
perspectiva para a geração e o consumo de eletricidade, gerou uma serie de novos desafios
para permitir a inclusão de novas fontes geradoras para um sistema tradicionalmente
centralizado. A figura 13 apresenta as relações e diferentes barreias para o setor.

Figura 13. Principais barreiras para o avanço do setor elétrico.

Fonte: Socco; Pereira; Celeste; Coura; Chaves, 2016.

40
NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO │ UNIDADE I

A seguir são descritas a barreiras apresentadas na figura anterior o que permite ter um
panorama mais claro do setor e os desafios (SOCCOL; PEREIRA; CELESTE; COURA;
CHAVES, 2016):

»» As barreiras econômicas: traduzidas como um extenso período de tempo


para conseguir amortizar os investimentos feitos para permitir e garantir
a instalação de quaisquer sistemas para a geração de energia elétrica.
Como causa principal ao mencionado anteriormente esta a deficiência
para a compreensão, devido a inexistência de informação clara por parte
dos atores do setor, associado aos sistemas de geração distribuída de
eletricidade assim como os sistemas de pequeno porte. Adicionalmente
falta estruturação nos sistemas de informação como normativas no setor
para as tarifas e valores que não agrupam os subsídios à energia, os custos
marginais e a definição dos custos para as agências do governo.

»» As barreiras técnicas: definidas como dificuldades para o acesso eficiente


e com segurança à rede de energia elétrica com uma série de condições
justas, provocando dessa forma uma total ausência de conhecimentos
técnicos por parte dos diferentes usuários finais ou consumidores, o
que permitiria avaliar os distintos custos, tarifas, valores e benefícios
para a adesão ao chamado regime de compensação. Também existem as
dificuldades para estabelecer metodologias e diretrizes econômicas que
permitam uma avaliação clara e transparente de projetos associados a
novos sistemas que deverão ser operados. Outra das dificuldades técnicas
no setor e a falta de padronização das diferentes tecnologias e parâmetros
aceitados e empregados na rede de geração e fornecimento de eletricidade.
Finalmente é necessário controlar os níveis para o controle da tensão, dos
curtos circuitos, e o gerenciamento para o fluxo de carga.

»» As barreiras ambientais: são geradas pela deficiência de informação a


respeito de assuntos associados às consequências socioeconômicas e também
ambientais, assim como a influência nas diversas atividades do ser humano.
Cabe mencionar que os benefícios ambientais e os distintos benefícios
relativos à rede de distribuição não tem uma relevância proporcional.

»» As barreiras administrativas e regulatórias: são causadas pela ausência


total ou parcial de estímulos fiscais para os usuários finais que escolhem
pela geração a pequena escala, também conhecida como mini ou micro
geração, especialmente causada pelas tarifas não reguladas, assim como
pela necessidade de manter a matriz energética atual com um caráter
sustentável. Outra das causas para os obstáculos a nível administrativo

41
UNIDADE I │ NOVO MODELO DO SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

é a deficiência de regulamentos e normativas para contratos associados


a interconexão. Existe também uma oposição marcada, mas não oficial
por meio do monopólio suportado pelas grandes empresas. Finalmente
existem importantes processos burocráticos interrompendo a operação
para o inicio do projeto em fases inicias como o planejamento, o
financiamento e a execução.

»» As barreiras políticas: geradas principalmente pela modificação das tarifas


associadas à quantidade de energia elétrica injetada na rede do sistema
segundo com a produção mensal, permitindo traduzir uma fraqueza de
políticas governamentais para o setor.

»» As barreiras econômicas: estão associadas ao preço relativamente


alto para permitir a implementação dos sistemas, ou seja, o valor da
instalação para a adequada operação da rede de energia elétrica que é
de responsabilidade total do consumidor final. Outra causa do obstáculo
financeiro é o retorno do valor investido em um longo prazo. Outra causa
que afeita tudo o setor, principalmente aos usuários finais, é a cobrança
sem proporção de impostos. Finalmente a nível financeiro existe uma
completa deficiência de alternativas para os financiamentos.

»» As barreiras de infraestrutura: deficiência de estruturas adequadas


para a distribuição de energia elétrica gerando falta de redes elétricas
minimamente desenvolvidas para o fornecimento de energia elétrica.

»» As barreiras de mercado: existe no setor uma concorrência com pouca


equidade, dessa forma o preço das tecnologias usadas em fontes renováveis
de energia comumente é maior em relação ao custo das fontes tradicionais ou
convencionais. O mercado atualmente está pouco definido para os futuros
investidores e junto com a pouca maturidade do mercado, prevalece uma
pouca concorrência e dessa forma as tarifas são altas. Finalmente existe
uma carência na definição de normativas regulatórias para indicadores de
desempenho assim como a falta de incentivos fiscais para o ingresso ou
desenvolvimento de equipamento especializado no mercado.

42
PRINCIPAIS
TECNOLOGIAS BASEADAS UNIDADE II
EM FONTES DE ENERGIAS
RENOVÁVEIS NO BRASIL
Na presente unidade são apresentadas as tecnologias usadas e informação detalhada
das fontes de geração de energia elétrica baseadas em energias renováveis ou também
chamadas de limpas, assim como o impacto na matriz energética do Brasil.

No gráfico 5 é possível observar a matriz energética associada ao Brasil com as fontes


para a produção de energia elétrica renovável até o ano 2009, o que posiciona ao Brasil
como uns dos países no mundo com maior geração de energia elétrica com fontes limpas
além das tecnologias desenvolvidas que são associadas a esse tipo de transformações
energéticas (LIMA, 2011).

Gráfico 5. Matriz de geração de energia elétrica segundo as fontes.

Fonte: Lima, 2011.

As fontes renováveis para a geração de energia elétrica são procedentes de ciclos


naturais de conversão da radiação do sol, são praticamente “inesgotáveis” e não
alteram o balanço energético/térmico do planeta, e se comportam como um conjunto
de fontes de energia que podem ser chamadas como não convencionais. É possível

43
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

incluir nessa categoria a energia eólica, biomassa e solar, estas são formas de energia
que se regeneram ciclicamente em uma escala de tempo baixa (PACHECO, 2006).
As fontes de energia renováveis foram usadas devido ao aumento da demanda energética
e levando em conta a disponibilidade limitada dos recursos naturais.

44
CAPÍTULO 1
Energia Hidrelétrica

No Brasil desde finais do século XIX foi implementando em sua matriz energética
tecnologias que permitiram usar fontes renováveis para fornecer a demanda do
consumo da energia elétrica no país, permitindo aproveitar a riqueza hidrográfica para
a produção de energia por meio da tecnologia hidroelétrica. No gráfico 6 é possível
observar a evolução de algumas zonas no território brasileiro desde a década de 1990 por
meio de reformas institucionais diretamente no setor elétrico para promover o capital
privado (TOLMASQUIM, 2016). O Brasil até o ano 2004 só estava em capacidade de
usar o 25% do potencial hidrelétrico presente, o qual é muito baixo em comparação
com países desenvolvidos como os Estados Unidos que utilizam cerca do 80% da
capacidade hídrica disponível (ROSA, 2007), o que devera gerar esforços do Estado e
entidades privadas para estabelecer políticas públicas de investimento para aproveitar
a capacidade possível dos recursos hídricos para gerar energia elétrica, principalmente
nos estados do norte do Brasil.

Gráfico 6. Evolução hidrelétrica por região geográfica.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

Inúmeras pesquisas concluem que a hidroeletricidade, como um campo econômico em


crescimento e com grande potencial para amplos investimentos. Desde uma perspectiva
energética, a também chamada hidráulica é aquela derivada do movimento das correntes
da água e pode ser transformada em forma de energia mecânica mediante turbinas
hidráulicas ou anteriormente com moinhos de água. A energia baseada em recursos
hídricos utiliza a força cinética (em movimento) das águas do rio ou mar e a converte através
de sistemas mecânicos em energia elétrica, com a rotação de uma turbina hidráulica.
A energia elétrica é gerada através do aproveitamento do potencial hidráulico, utilizando

45
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

desníveis naturais, tais como quedas de água, naturais ou artificiais, produzidos pelo
desvio do curso original da corrente de água. A energia de origem hídrica é atualmente a
segunda maior fonte de energia elétrica no mundo (LIMA, 2011).

A energia hidráulica tem duas partes fundamentais para permitir sua geração, como a
irradiação do sol e da energia potencial da gravidade. O sol e a gravidade são condições
para permitir a evaporação, a condensação e a precipitação da água sobre a Terra.
A diferença de altitude entre grandes volumes de água proporcionados pelas falhas
naturais ou artificiais da superfície terrestre representa um potencial energético que
é aproveitado diretamente pelas usinas hidrelétricas (TOLMASQUIM, 2016). De tal
modo a potência de uma usina hidrelétrica pode ser conseguida com a equação:

P=p∙g∙Q∙H∙η
Onde:

P = é a potência elétrica nos bornes de tensão do gerador [W]


p = a massa específica da água [kg/m3]
g = aceleração da gravidade [m/s²]
Q = é a vazão turbinada [m³/s]
H = queda líquida (diferença entre os níveis de montante e jusante) [m.c.a.].
η = rendimento próprio do conjunto turbina-gerado.

Conforme a potência instalada é possível determinar se a usina é de grande ou médio


porte ou é uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). A Agência Nacional de Energia
Elétrica (ANEEL) aceita três tipos de categorias: Centrais Geradoras Hidrelétricas (até
1 MW de potência instalada), Pequenas Centrais Hidrelétricas (entre 1,1 MW e 30 MW
de potência instalada) e Usina Hidrelétrica de Energia (UHE, com mais de 30 MW de
potência instalada).

Geralmente a usina hidrelétrica esta integrada, de barragem, de sistemas de captação e


adução de água, de casa de força e de vertedouros. Cada elemento dessas partes obriga
a construção de obras e instalações que devem ser projetadas para um funcionamento
integrado. A ação da barragem é interromper o curso normal da água num rio, formando
um lago artificial chamado de reservatório. A barragem ajusta o desnível de água gerando
um potencial energético. A localização do eixo da barragem assim como do circuito
de geração é uma das variáveis indispensáveis para a seleção do arranjo econômico
em rios com desníveis agrupados. Em geral, o eixo da barragem deve estar na altura
da montante da queda concentrada reduzindo dessa forma a altura das estruturas e,
deste modo, o custo do empreendimento. Na figura 14 é apresentada a configuração
geral de uma usina para a geração de energia elétrica mediante o fluxo da agua com os
componentes descritos anteriormente (TOLMASQUIM, 2016).
46
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

Figura 14. Esquema geral usina hidrelétrica.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

A água que é segurada no reservatório é desviada até as turbinas encontradas na casa de


força, através de túneis, condutos metálicos, canais, ou por meio da passagem hidráulica
da turbina assim como é o caso das turbinas tipo Bulbo e Kapla. A casa de força tem
as unidades geradoras assim como os equipamentos secundários como sistemas para
o resfriamento, acumuladores de óleo, filtros, possuindo equipamentos dedicados aos
serviços de desmontagem e montagem das unidades de geração.

Nos reservatórios de água nas hidrelétricas existem dois tipos: acumulação e o fio de
água. Os do primeiro tipo são usados geralmente na cabeceira dos rios, em locais de
altas quedas de água, dado o grande porte admitem a acumulação de quantidade de
água em grandes proporções e operam como estoques a serem utilizados em períodos
da época da seca. Os reservatórios chamados de fio de água produzem energia com o
fluxo de água do rio, ou melhor, pela vazão com um mínimo ou nenhum tipo de recurso
hídrico (ANEEL, 2008). Um exemplo dos reservatórios chamados de acumulação esta
na hidrelétrica de Marimbondo a qual é possível observar na figura 15.

Figura 15. Usina hidrelétrica de Marimbondo.

Fonte: ANEEL, 2008.

47
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Existe outro tipo de usinas hidrelétricas chamadas reversíveis (UHR) as quais permitem
armazenar energia potencial gravitacional na forma de água em um reservatório
elevado, a qual é bombeada de um reservatório em um nível inferior. O ciclo tradicional
de operação compreende a geração de energia elétrica durante períodos de alta
demanda de eletricidade, por meio da liberação da água para ativar as turbinas, mas
nos períodos de baixa demanda a água é bombeada para o reservatório no nível superior
(TOLMASQUIM, 2016). Na figura 16 é possível observar as duas fases de operação da
usina UHR mencionadas anteriormente.

Figura 16. Operação básica de uma usina reversível.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

Atualmente pelo menos 140 gigawatts (GW) esta instalada em redes elétricas do mundo.
A maioria dessa capacidade, aproximadamente o 99%, é compreendida por tecnologias de
usina tipo UHR, o outro porcentagem inclui outro tipo de tecnologia de armazenamento
como é apresentado na figura 17 (IEA, 2014).

Figura 17. Capacidade instalada de armazenamento de energia elétrica no mundo.

Fonte: Canales; Beluco; Bulhões Mendes, 2015.

Um dos benefícios no uso das UHR é que permite tirar um melhor desempenho da energia
elétrica produzida a partir de fontes de energia renováveis, assim como a radiação solar
48
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

e o vento, as quais proporcionam uma disponibilidade variável. Outros benefícios como


eficiência de conversão, capacidade de armazenamento e tempo necessário para passar
do bombeamento para geração deixam estes tipos de usinas como uma das opções, a
serem utilizadas no futuro (CANALES; BELUCO; MENDES, 2015).

49
CAPÍTULO 2
A Geração de Energia através
de Biomassa

Este tipo de geração de energia consiste em aquela que é fornecida por materiais de
origem vegetal renovável ou obtida pela decomposição de dejetos. A totalidade dos
organismos biológicos que podem ser aproveitados como fontes de energia são chamados
de Biomassa, por exemplo: cana-de-açúcar, eucalipto, beterraba, biogás (produzido por
meio da degradação anaeróbica existente nos dejetos orgânicos), lenha e carvão vegetal,
óleos vegetais (amendoim, soja, dendê) etc. (SOARES; CARNEIRO; GONÇALVES;
LELLES, 2006). A biomassa, sendo de origem vegetal ou animal, é o modelo de matéria
prima para o suprimento da demanda energética de uma forma sustentável para a
produção de eletricidade, também como para a produção de combustíveis, precursores,
solventes e alguns tipos de insumos industriais (SME, 2016). Na figura 18 é possível
observar alguns exemplos de materiais orgânicos usados na biomassa.

Figura 18. Exemplos de fontes para biomassa.

Fonte: SME, 2016.

Várias rotas tecnológicas existem para a aquisição de energia elétrica desde a biomassa.
Todas as rotas antecipam a conversão da matéria prima em um produto intermediário
o qual será empregado em uma máquina motriz. A máquina proverá a energia
mecânica que ativará a geração de energia elétrica. As principais rotas tecnológicas são
consideradas no estudo sobre biomassa como parte do Plano Nacional de Energia 2030
e indicadas a seguir (ANEEL, 2008):

»» Ciclos a vapor de contrapressão: o processo produtivo efetua o


papel de condensador do vapor, forçando a uma integração entre as

50
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

dimensões da geração de vapor e do processo produtivo. A biomassa é


incinerada diretamente em caldeiras e a energia térmica derivada é usada
na produção de vapor. Esse vapor produzido deve estar em capacidade
de ativar as turbinas empregadas no trabalho mecânico exigido nas
unidades de produção e as turbinas para a geração de energia elétrica.
Dessa forma o vapor que é libertado na atmosfera após a finalização dos
processos devera ser dirigido para o atendimento das exigências térmicas
do processo de produção. O processo está maduro desde a perspectiva
comercial e é o mais usado atualmente (EPE, 2007).

»» Ciclo a vapor com turbinas de condensação e extração: representa


a condensação parcial ou total do vapor ao final da execução do trabalho
na turbina para o fornecimento energético às atividades mecânicas ou
térmicas do processo produtivo. Com um dispositivo de condensação é
possível a operação fora do período da safra, quando a eficiência do ciclo
é ainda maior, além de oferecer maior flexibilidade nas relações entre
a quantidade de vapor gerado e consumido pelo processo produtivo.
Os sistemas com condensação em escalas como as projetadas para as
usinas do setor sucroalcooleiro demandam quantidade significativa
de água, podendo introduzir limitações de localização à sua instalação
(ANEEL, 2008).

»» Ciclo combinado vinculado à gaseificação da biomassa: no caso


da gaseificação, é a conversão de algum combustível em gás energético
através da oxidação parcial por meio de uma temperatura elevada.
A conversão feita em gaseificadores gera um tipo de gás combustível
utilizado em usinas térmicas movimentadas com gás para a produção de
energia elétrica. Assim, a tecnologia de gaseificação aproveitada em maior
escala transforma a biomassa em uma fonte primária de diferentes centrais
de geração de energia termelétrica de grande potência (ANEEL, 2008).

A conversão da energia química contida na biomassa para a aquisição de energia


elétrica ocorre por meio de tecnologias que usam ciclos termodinâmicos. A fonte de
biomassa precisa de procedimentos prévios como a evaporação para ser convertida
em uma fonte de energia apropriada para a geração de energia elétrica baseada em
matéria prima orgânica. Da mesma forma é possível conseguir hidrogênio desde
processos termoquímicos, usando células a combustível para geração de eletricidade.
Esse tipo de tecnologia esta em desenvolvimento (TOLMASQUIM, 2016). Na figura
19 é possível observar de forma simplificada as rotas para a conversão de biomassa
em energia elétrica.

51
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Figura 19. Rotas de aproveitamento da biomassa.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

O uso da biomassa como uma fonte renovável de energia elétrica tem sido progressivo no
território brasileiro, sobretudo em sistemas de cogeração na qual é possível gerar energia
térmica e elétrica, alusiva aos setores industriais e de serviços associados. No ano 2007
foi responsável pela oferta de aproximadamente 18 TWh (terawatts-hora), conforme
o Balanço Energético Nacional do ano 2008. A quantidade gerada foi 21% superior ao
ano 2006 e, correspondente a 3,7% da oferta nacional de energia elétrica. A relação das
fontes de geração de eletricidade, a biomassa foi superada somente pela hidroeletricidade
(ANEEL, 2008). A analise mencionada anteriormente é apresentado na gráfico 7.

Gráfico 7. Oferta de energia elétrica no Brasil em 2007.

Fonte: ANEEL, 2008.

52
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

Principais insumos de Biomassa

A diferença dos diferentes recursos energéticos de origem mineral, como o petróleo,


o carvão, o gás natural e o urânio, os quais formam as limitadas reservas físicas, a
disponibilidade da biomassa está associada em função das atividades urbanas e atividades
rurais como agrícola, pecuarista e florestal. Por isso, o potencial na disponibilidade de
recursos de biomassa para geração de eletricidade é seguida como as quantidades que
foram projetadas no Plano Nacional de Energia para o ano 2050, o qual ponderou a
expansão da oferta desses recursos consistentemente com as diferentes restrições sociais,
ambientais, econômicas e técnicas de cada uma das fontes (TOLMASQUIM, 2016).

Biomassa florestal

O fragmento biodegradável dos produtos com origem na floresta e que são processados
para objetivos energéticos é conhecida como biomassa florestal primária, e a matéria
orgânica residual (costaneiros, licores negros, recortes, aparas etc.) é conhecida como
biomassa florestal secundária e procede dos processos de transformação da madeira nas
diferentes indústrias de serrações, fábricas de celulose e de contraplacados, carpintarias
e indústrias de mobiliário (SME, 2016). Na figura 20 se apresenta a coleta deste tipo
de insumos.

Figura 20. Coleta biomassa florestal.

Fonte: SME, 2016

Esse tipo de biomassa é aproveitado para a geração de energia, inclui varias tipos de
espécies assim como de componentes (folhas, galhos, madeira, casca), diferem muito em
relação às suas propriedades físicas e químicas. A função da estocagem e dos processos
de secagem, a partir da colheita até a utilização, é importante, mas as características
diferenciadas da biomassa tornam a escolha de uma única forma de estocagem.
No período do armazenamento, os atributos do material mudam devido a processos
físicos, químicos e microbiológicos (BRAND; BOLZON, 2012).
53
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Capim-elefante

É uma gramínea perene com altura media entre os três e os cinco metros. Foi trazida
da África para servir de pastagem e é usada especialmente na criação de gado de corte
e leiteiro. Suas principais características são: um crescimento rápido; aguenta solos de
nutrientes baixos e produz uma quantidade maior de biomassa por área (MONTEIRO,
2012). Na figura 21 é apresentado um plantio deste recurso energético.

Figura 21. Plantio do capim-elefante.

Fonte: (ME, 2016)Este tipo de insumo para a biomassa pode ser colhido seis meses depois do plantio e permite de dois a
quatro colheitas cada ano, possibilitando o fornecimento de biomassa ao longo do ano. Uma das vantagens do capim-
elefante é ter uma alta eficiência na fixação de CO2 atmosférico durante o processo de fotossíntese para a geração da
biomassa vegetal, contribuindo assim na diminuição do efeito estufa (MONTEIRO, 2012).

Cana-de-açúcar

Trazida da Ásia e cultivada desde o século XVI em diversos estados do Brasil, a


cana-de-açúcar tem relevância nos avanços dos biocombustíveis no País e contribui a
uma das atividades com maior lucro da economia brasileira nos últimos anos (SME,
2016). A produção da energia proveniente da biomassa da cana-de-açúcar faz desse
produto a segunda maior fonte de eletricidade na matriz energética brasileira, sendo
considerada atualmente como a mais limpa do mundo (LIMA, 2014).

Figura 22. Cana-de-açúcar usada como biomassa.

Fonte: SME, 2016.

Uma boa quantidade das usinas de açúcar e álcool instaladas no país é autossuficiente
eletricamente de acordo à utilização do bagaço da cana-de-açúcar como matéria-prima

54
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

para a produção de eletricidade com pouco impacto no ecossistema. Isso é possível por
meio da cogeração que é a produção simultânea de energia elétrica ou mecânica e energia
térmica útil a partir de uma fonte de energia, tal como a biomassa (LIMA, 2014).

Maravalha de madeira

É um tipo de biomassa gerada a partir da madeira de descarte, sobra de serrarias, galhos


de árvores etc. São maiores do que as serragens e podem ser usadas na proteção de
vazamento de produtos infláveis ou também do combustível. O tamanho é determinado
pelos raspadores e outras máquinas e sua forma comumente é em espiral. Na figura 23
é possível observar como esta apresentada este tipo de material usado na biomassa.

Figura 23. Maravalha usada na produção de energia elétrica.

Fonte: SME, 2016.

A maravalha seca é o mais valioso resíduo disponível no mercado atualmente. A maravalha


tem como principal destinação a venda aos fabricantes rurais, para o uso na confecção
de estábulos e camas de aviário. Os resíduos de maravalha pode na indústria madeireira
chegar a 20% do total da matéria-prima desperdiçada (SCHMATZ, 2013).

Lenha

A lenha foi uma das primeiras fontes energéticas usadas pelo homem para a geração
do fogo, que depois passou a ser usada para aquecer e iluminar o ambiente, da mesma
forma como para cozinhar os alimentos e até para se defender dos animais (SME, 2016).
A madeira, na sua forma básica como a lenha ou o derivado, o mesmo carvão vegetal, é
um combustível fundamental para preparar os alimentos de um número considerável de
famílias e comunidades em distintas regiões do mundo. Estima-se que, a cada seis pessoas,
duas usam a madeira como a base principal para a geração de energia, principalmente para
famílias em países em desenvolvimento, apoiando processos de secagens, cozimentos,
fermentações, geração de eletricidade etc. (SILVA; ALBUQUERQUE; SILVA; SANTOS
FILHO; BARBOSA, 2008).

55
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Figura 24. Lenha como base para a produção de Biomassa.

Fonte: SME, 2016.

A lenha é um recurso energético de ampla importância social para determinadas regiões


afastadas da energia elétrica no Brasil, por exemplo, na região do Rio Grande do Norte,
como consequência da grande quantidade de pessoas envolvidas nos processos de:
desbaste; cata; corte e coleta da lenha (ANEEL, 2008).

Resíduos rurais

Os resíduos da criação dos animais podem ser utilizados como uma fonte energética,
conforme demonstram diversos experimentos em curso nos mais variados países do
mundo. Com as mudanças climáticas, estas fontes não convencionais passaram a ter
maior importância, pois além de serem renováveis – derivadas da biomassa cultivada,
uma vez que os animais consomem os alimentos produzidos continuamente e
naturalmente –, seu aproveitamento evita a decomposição dos dejetos, que provocaria
a emissão de metano para a atmosfera assim como o chorume para o solo, assim como
é possível substituir os combustíveis fósseis que seriam utilizados para gerar uma
quantidade de energia semelhante (TOLMASQUIM, 2014).

Figura 25. Resíduos rurais usados como Biomassa.

Fonte: SME, 2016.

56
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

Resíduos urbanos

O termo “resíduo” abarca os vários elementos usados pela humanidade que tenham perdido
a utilidade para cumprir com o fim a que foram designados desde um inicio. Os resíduos
podem ser sólidos e líquidos. São derivados de casas, atividades industriais, varrição de
ruas, podas de árvores e semelhantes (TOLMASQUIM, 2014). O gerenciamento desse
tipo de resíduos sólidos no território brasileiro ainda é um processo em aprimoramento
em todas as diferentes etapas tais como: a coleta, o transporte, o tratamento e o destino
final ambientalmente apropriado. Nas grandes cidades, não é provável uma coleta seletiva
e eficaz que permita uma adequada separação dos resíduos conforme o valor econômico.
De tal modo, a contaminação ambiental dos resíduos ainda é a norma geral no panorama
nacional, o que diminui o potencial de aproveitamento (FERREIRA, 2012).

Figura 26. Resíduos urbanos tratados para gerar eletricidade com Biomassa.

Fonte: SME, 2016.

Resíduos industriais

Considerados os resíduos derivados especialmente de produtos agrícolas e florestais,


assim como os resíduos do uso de carvão vegetal no campo siderúrgico de aço e ferro
principalmente (SME, 2016). Industrialmente, muitos resíduos sólidos podem ser
classificados como biomassas e a utilização desses como uma fonte de energia para
reduz os custos com disposição, além de que a queima para aproveitamento energético
ou simples incineração pode reduzir a emissão de poluentes perigosos que geralmente
são emitidos através de combustíveis fósseis. Porem com tantas vantagens, deve ser
levado em conta a composição dos gases de exaustão liberados na atmosfera a partir da
combustão da biomassa gerada (Floriani, 2007).
57
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Figura 27. Resíduos industriais usados como Biomassa.

Fonte: SME, 2016.

58
CAPÍTULO 3
A Energia Eólica

O uso do vento para objetivos elétricos é moderadamente recente no planeta, data de


finais do século XIX nos Estados Unidos e na Dinamarca, associado com a utilização de
máquinas que geravam eletricidade mediante o vento, ou chamados de “aerogeradores”.
O uso da eletricidade com finalidades comerciais, data aproximadamente dos finais do
século XIX. Um século depois, assim que a eletricidade era altamente gerada por meio de
combustíveis fósseis, ocorre a crise do petróleo no ano 1973, induzindo ao governo dos
Estados Unidos investimento para a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias para a
geração de energia baseada no aproveitamento da forca do vento (TOLMASQUIM, 2016).

A energia eólica se define como a energia cinética própria das massas de ar (corrente de
vento) geradas pelo aquecimento desigual sobre a Terra. A energia eólica é atualmente
uma das grandes alternativas na constituição da matriz energética de vários países.
Principalmente no Brasil, essa fonte de energia tem se mostrado como uma extraordinária
saída na procura de formas alternativas de geração de energia para a parte do Nordeste
do Brasil. É assim, uma vasta fonte de energia renovável, limpa e disponível em todas as
partes do planeta (PACHECO, 2006).

O Brasil é beneficiado em termos de grandes correntes de vento, caracterizadas por


uma presença duas vezes maior à média mundial e pela volatilidade de quase 5% (da
oscilação da velocidade), o que oferece maior previsibilidade ao volume a ser gerado.
Além disso, como a velocidade acostuma a ser maior em épocas de estiagem, é factível
operar as usinas eólicas como sistemas complementares para as usinas hidrelétricas,
e desta forma preservar a água dos reservatórios em estações de chuvas reduzidas
(ANEEL, 2008). Na figura 28 é apresentada a turbina eólica com os componentes que
são partes do sistema para a geração de energia elétrica.

Figura 28. Configuração de uma Turbina Eólica.

Fonte: Salino, 2011.

59
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

A potência elétrica gerada em um ambiente eólico medido em watts é uma função da


velocidade ao cubo do vento, dada através de (RÜNCOS; CARLSON; KUO-PENG;
VOLTOLINI; BATISTELA, 2000):

1
�� � ��� � � �� � � ��� � � ���� � � � � � �
2
Onde:

η = é a eficiência do aerogerador, ou seja, o desempenho considerando as perdas no


conjunto das transmissões mecânicas e as perdas associadas no gerador.
Cp = é o coeficiente aerodinâmico de potência associado ao rotor.
γ = representa a massa específica do ar.
R = representa o raio do rotor associado à turbina em metros.
v = é a velocidade dos ventos em metros por segundo.

Com a rápida expansão das estações eólicas no mundo atualmente, os geradores


eólicos se acham em livre desenvolvimento tecnológico, tendo como objetivo essencial
o aumento progressivo e dinâmico nas dimensões e as capacidades de geração das
turbinas (RÜNCOS; CARLSON; KUO-PENG; VOLTOLINI; BATISTELA, 2000).

As regiões com maior influência de potencial medido no Brasil são: a região Nordeste,
especialmente no litoral (75 GW); aregião Sudeste, especialmente no Vale do
Jequitinhonha (29,7 GW); e a região Sul (22,8 GW), onde está instalado o maior parque
eólico do Brasil, o de Osório, localizado no Rio Grande do Sul, com 150 MW de potência.

As correntes do vento são usadas principalmente para gerar energia mecânica utilizada
no bombeamento de água para a irrigação (ANEEL, 2008). Na figura 28 é apresentado
o potencial eólico brasileiro nas diferentes regiões do país.

Figura 29. Potencial Eólico Brasileiro em 2007.

Fonte: ANEEL, 2008.

60
CAPÍTULO 4
A Energia Solar

Para a geração de energia elétrica existem dois sistemas recentemente usados: o


hélio-térmico e o fotovoltaico. No primeiro, a irradiação solar é transformada em calor
o qual é utilizado em usinas termelétricas para a geração de energia elétrica. O processo
em sua totalidade abarca comumente quatro etapas: a coleta da irradiação, a conversão
em calor, o transporte e armazenamento e, por fim, a conversão em energia elétrica.
Para conseguir o aproveitamento da energia hélio-térmica é indispensável um local com
alta incidência da irradiação solar direta, o que traduz em pouca presença de nuvens e
baixos indicadores pluviométricos, como sucede no semiárido brasileiro (ANEEL, 2008).

No segundo sistema a geração de eletricidade por meio do bom emprego da radiação solar é
obtida pelo efeito fotovoltaico. A radiação solar incide sobre materiais semicondutores
e é transformada posteriormente em corrente contínua. Para transformar a corrente
contínua em corrente alternada para uso residencial ou industrial, são utilizados
aparelhos denominados inversores. Os painéis fotovoltaicos estão integrados por um
conjunto de células fotovoltaicas e podem ser interligados para permitir a montagem de
arranjos modulares que podem aumentar a capacidade de geração de eletricidade por
meio da radiação do sol (SILVA, 2015).

A irradiação solar é variável e esta em função da posição terrestre ou ângulo de incidência


dos raios do sol em uma região em particular do planeta. A figura 30 apresenta alguns
exemplos da incidência dos raios solares em relação à posição geográfica terrestre.

Figura 30. Intendência dos raios solares segundo a posição geográfica.

Fonte: Tolmasquim, 2016

Para maximizar a obtenção da irradiação do sol sobre uma superfície compreende


em fazê-la seguir o posicionamento do Sol, por meio de mecanismos e estruturas de
61
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

seguimento de um ou dois eixos tal como se apresenta na figura 30. Essa é a alternativa
mais implementada em centrais fotovoltaicas, nas quais os diferentes módulos estão
localizados sobre o solo.

Figura 30. Sistema de captação dos raios solares


a) um eixo c-b) dois eixos

Fonte: Tolmasquim, 2016.

Iniciando com um silício puro usado nas células fotovoltaicas, foram colocados átomos
de boro em uma parte e de fósforo na outra parte, dessa forma será formado o que se
distingue como uma junção pn.

O que acontece nesse tipo de junção é que elétrons livres da parte n se transportam ao
lado p onde se localizam os “buracos” que deveram ser ocupados; isto faz que exista um
acúmulo de elétrons perto à interface, na parte p, polarizando essa região com carga
negativa, e uma diminuição de elétrons na parte da interface do lado n, o que converte
essa parte eletricamente positiva. Essas cargas dão procedência a um campo elétrico
estável que atrapalha a transferência de elétrons da parte n para a parte p; esse processo
consegue um equilíbrio quando o campo elétrico faz uma barreira adequada para
impedir a movimentação dos elétrons livres remanentes na parte n (TOLMASQUIM,
2016). Desta forma é possível ter uma diferença de potencias o que gera energia elétrica,
particularmente energia direta. Este processo é apresentado na figura 31.

Figura 31. Efeito fotovoltaico em uma célula.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

62
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

A diferença de potencial na junção pn pode ser calculada em função da temperatura por


meio da seguinte equação (TAVARES; GALDINO, 2014):

��� �� � ��
�� ��� ≅ � � �� � �
� �� �

Onde:

Vo (t) = diferença de potencial na junção;


ni = concentração de portadores intrínsecos no material;
nd = concentração do dopante tipo n;
na = concentração do dopante tipo p;
q = carga do eléctron (1.6 × 10-23 J/K);
k = constante de Boltzmann (1.38 × 10-23) J/K)
t = temperatura absoluta (K)

Os componentes principais num sistema de absorção de energia solar são os dispositivos


que irão consumir a energia elétrica e o gerador fotovoltaico como é apresentada na figura
32. Este tipo de sistemas é usado geralmente em casas residenciais onde o consumo tem
que ser proporcional a radiação solar durante o dia, especialmente em dias ensolarados.
Um dos componentes básico neste tipo de sistemas é o acumulador ou bateria, responsável
por disponibilizar energia em algum momento do dia (TAVARES; GALDINO, 2014).

Figura 33. Sistema residencial fotovoltaico.

Fonte: Tavares; Galdino, 2014.

63
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

O Brasil tem o privilegio de contar com boa capacidade de radiação solar. O Plano
Nacional de Energia 2030 reporta dados do Atlas Solarimétrico do Brasil e registra que
essa radiação solar esta entre 8 e 22 MJ (megajoules), por metro quadrado (m2) no dia,
levando em conta que as menores variações de radiação acontecem nos meses de maio a
julho, mudando de 8 a 18 MJ/m2. O Nordeste do Brasil tem uma radiação comparável às
melhores regiões do mundo nesse tipo de variável energética, como a cidade de Dongola,
no deserto do Sudão, e a região de Dagget, localizada no Deserto de Mojave, Califórnia.
No entanto, isso não acontece com outras localidades mais afastadas da linha do Equador,
como por exemplo, a região Sul do país, onde se concentra a maior parte da atividade
econômica. A figura 34 apresenta a variação da incidência da radiação no Brasil.

Figura 34. Variação da radiação do sol no Brasil em 2007.

Fonte: ANEEL, 2008.

Um dos obstáculos a superar na implantação da energia elétrica gerada através da


energia solar é associado ao custo na aquisição dos equipamentos especializados como
a principal causa do ainda elevado preço da energia elétrica gerada por fonte solar.
O investimento inicial não é um problema significativo quando a energia solar é usada
para aquecimento de água. Existem estimativas que o prazo de retorno aproximado do
investimento é curto, mesmo para famílias de baixa renda, quando o chuveiro elétrico
é substituído por esses tipos de tecnologia limpa (SILVA, 2015).
64
CAPÍTULO 5
A Energia Geotérmica

Na parte interna do planeta Terra existe uma temperatura que oscila entre poucos graus
Celsius até uns 5.000°C. Esta integrada de um núcleo interno em forma sólida, também
um núcleo externo líquido assim como um manto líquido de rochas fundidas, como é
apresentado na figura 34. A elevada temperatura presente é associada, sobretudo ao calor
desprendido pelo decaimento radioativo de vários tipos de isótopos tais como o Potássio
(40), Tório (232) e o Urânio (235). A crosta/casca terrestre é integrada por placas,
chamadas de “placas tectônicas”, que descansam sobre esse manto (CEMIG, 2012).

Figura 35. Estrutura interna do planeta Terra.

Fonte: CEMIG, 2012.

A energia gerada com fontes renováveis de característica geotérmica é a que é produzida


pelo calor existente no interior das camadas da Terra. Nesse caso, os principais recursos
para a geração de energia são os chamados gêiseres, ou fontes de vapor na parte interna
da Terra que tem erupções recorrentes e, através do calor presente na parte interna das
rochas para o respetivo aquecimento da água. A partir dessa água com uma elevada
temperatura como característica fundamental é gerado o vapor usado nas usinas
termelétricas, assim como é apresentado na figura 35. Existe uma alternativa adicional
como o uso de vapor quente e seco para acionar as turbinas. Essa última tecnologia
é muito pouco aproveitada, mas atualmente é desenvolvida e usada em países como
Itália e no México (ANEEL, 2008).

65
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Figura 36. Reserva geotérmica com elevada temperatura.

Fonte: ANEEL, 2008.

De uma perspectiva diz-se que o território brasileiro é privilegiado por estar localizado
longe das zonas de influência para os terremotos e vulcanismos, estando no meio de
uma placa tectônica, mas de outra parte, isso se torna como uma fraqueza na perspectiva
da utilização da energia geotérmica. Dessa forma existe uma informação importante
como é o indicador do gradiente geotérmico da região do Brasil, o que significa que
é possível conhecer quantos graus aumenta a variável de temperatura do solo a cada
quilometro que é escavado. Já foram detectados alguns pontos do território brasileiro
onde o gradiente geotérmico foi de 70°C/Km. A figura 37 apresenta o mapa geotérmico
do Brasil em função do fluxo geotérmico (CEMIG, 2012).

Figura 37. O mapa geotérmico no território brasileiro.

Fonte: CEMIG, 2012.

66
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

Por exemplo, no Brasil atualmente não tem nenhuma unidade em operação baseada nesse
tipo de tecnologia, nem de forma experimental, sendo que os gradientes de temperatura
existentes são bem superiores à media mundial. Atualmente são feitas pesquisas em
diversas universidades federais com investimento de empresas privadas os quais estão
orientados em avaliar os recursos geotérmicos disponíveis e os custos de geração desse
tipo de energia renovável em algumas regiões do território brasileiro (CAMPOS, 2014).

67
CAPÍTULO 6
A Energia Oceânica

O oceano é considerado como um grande reservatório de fonte de energia renovável


principalmente é possível aproveitar a térmica e mecânica. No entanto, de acordo à
baixa qualidade do calor presente no espaço marinho, a existência de uma elevada
entropia, e com o nível na atualidade do desenvolvimento tecnológico, somente pode
ser aproveitada a energia mecânica eficientemente (TOLMASQUIM, 2016). A potência
para a geração de energia elétrica a partir do recurso hídrico marino contém o bom
emprego das correntes marítimas, marés, ondas, gradientes de salinidade e energia
térmica, segundo um estudo sobre as Fontes Alternativas ou Renováveis, fornecida
pelo Plano Nacional de Energia 2030. A energia elétrica tem como ser gerada mediante
a energia cinética causada pelo movimento da água ou também por meio da energia
resultante da diferença do nível do mar. Na figura 38 é apresentada a operação básica
de uma usina oceânica ou também chamada de usina mare-motriz.

Figura 38. Turbina baseada nas correntes marítimas.

Fonte: ANEEL, 2008.

Finalizando o ano de 2014, a capacidade total instalada em projetos de geração de


energia oceânica a nível mundial era de aproximadamente 534 MW. Essa quantidade
de potência elétrica está agrupada principalmente em dois grandes projetos ao longo
do planeta Terra, um desses está localizado na França com uma capacidade instalada
própria de aproximadamente 240 MW, o qual entrou em operação no ano de 1966, o
outro projeto com alto valor energético por meio da energia mecânica aproveitada no
Oceano esta localizada na Coréia do Sul com uma capacidade total instalada de 254 MW,
a qual iniciou a operação no ano de 2011. Dessa forma é possível observar no gráfico 8 a
capacidade instalada no mundo até o ano 2014 diferenciando claramente os dois projetos
mencionados anteriormente localizados na Europa e no continente Asiático.

68
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

Gráfico 8. Capacidade instalada no mundo de geração oceânica.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

Já no contexto dentro do território brasileiro, os estudos feitos mediante a Coordenação


dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), por meio da Universidade
Federal do Rio de Janeiro indicam um potencial de aproximadamente de 40 GW de
potência. Dessa forma essa entidade, está a uma etapa para a implantação de um projeto
a nível experimental para geração de energia a partir das ondas no litoral da região do
Ceará. Efetivado com a parceria do governo local e com o financiamento da Eletrobras,
assim como pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq). A proposta consiste basicamente em construir uma usina integrada por 20
módulos, com capacidade de geração de aproximadamente uns 500 kW (ANEEL,
2008).

Outro projeto um pouco mais conhecido é baseado em um conversor de ondas, instalado


no porto de Pecém, com uma capacidade instalada de aproximadamente 100 kW.
Esse projeto teve o financiamento da Tractebel Energia na área do programa de P&D da
entidade do Governo Federal ANEEL, o qual foi concluído em 2012. Atualmente, existe
outro projeto em desenvolvimento no âmbito do Programa P&D da ANEEL, o qual é um
conversor de ondas, que antecipa a instalação de um protótipo em uma profundidade
aproximada de até os 30 metros, localizado no litoral do Rio de Janeiro. Nesse projeto,
a energia elétrica gerada devera ser transmitida através de cabos submarinos para o
fornecimento para a região. É financiado por Furnas, e tem como executora a empresa
brasileira Seahorse Wave Energy e a participação da entidade acadêmica COPPE da
UFRJ (TOLMASQUIM, 2016).

A energia proveniente do oceano tem diferentes fontes para ser aproveitada. Para o
beneficio do setor elétrico as que têm maior importância são a energia produzida por
ondas, por mares e por correntes, e em uma menor escala a energia que é obtida pelas

69
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

variações térmicas e o nível de salinidade. A seguir são apresentadas as diferentes


formas de aproveitar a energia contida no oceano para a geração de energia elétrica
(TOLMASQUIM, 2016).

»» Energia das ondas: esse tipo de formas de água e energia definida como
ondas são o resultado da transferência da energia do ar através de uma
o varias regiões sobre a superfície dos oceanos. Dessa forma é pertinente
dizer que a energia presente nas ondas é uma representação da energia
solar, mas com maior concentração. A proporção da unificação da energia
solar associada à formação do vento varia entre duas a seis vezes, enquanto
que a proporção de acumulação da energia do tipo eólica nas ondas é cerca
de cinco vezes. Dessa forma, a energia presente nas ondas do ar é de dez
a trinta vezes maior que a energia solar. Portanto, para uma quantidade
de energia igual, é necessária uma área menor à área necessária para
aproveitar a energia solar e eólica para transformar a energia das ondas em
eletricidade. A energia presente nas ondas do mar está dividas em energia
cinética e potencial associada às partículas da água como se observa na
figura 39.

Figura 39. Energia presente nas ondas do mar.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

»» Energia das marés: esse tipo de energia está associado aos movimentos
oscilatórios do nível do mar, na linha da costa, como na região do
oceano, como o resultado da interação entre as marés astronômica e a
meteorológica. A maré astronômica é gerada principalmente pelas forças
gravitacionais resultantes do sistema integrado entre o Sol, a Terra e
a Lua, dependendo diretamente das massas dos corpos assim como
das distâncias entre eles. A maré com grande amplitude acontece nos
períodos de lua nova e lua cheia, no momento que existe o alinhamento
entre o Sol, a Terra e a Lua e, e dessa forma as forças gravitacionais que
tem influência nas massas de água da terra são adicionadas.

70
PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL │ UNIDADE II

»» Energia das correntes: esses tipos de energia estão comumente


classificados para geração de energia elétrica em correntes marítimas e
de maré. As denominadas correntes marítimas são mudanças contínuas
das águas do mar, tendo como caraterística principal o mesmo sentido e a
mesma velocidade. As amplas massas de água que viajam pela superfície
do oceano e que em partes de alta profundidade na qual a densidade
é variável devido as diferenças de temperatura e nível de salinidade.
Dessa forma as temperaturas muito baixas na região polar o qual gera
correntes frias e intensas. Portanto, existe o movimento de água com
elevadas temperaturas na direção de altas latitudes permitindo ocupar o
espaço deixado pelas correntes frias.

As ondas no oceano brasileiro têm vários sistemas característicos para sua alteração: a
primeira é denominada pelos ventos chamados de alísios e é constante ao longo do ano; o
outro tipo é a ondulação a qual está determinada por entradas de correntes frias. No Brasil
as regiões da parte Sul e o Sudeste são caraterizadas por ondulações com maior nível de
energia, e no litoral do nordeste são características as ondulações com menor potência,
mas são constantes ao longo do ano, as quais são originadas pelos ventos alísios.
Na figura 40 é apresentado o potencial estimado produzido pelas ondas e marés.

Figura 41. Potencial brasileiro para a geração de eletricidade com energia oceânica.

Fonte: Tolmasquim, 2016.

71
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

Para permitir o aproveitamento da energia proveniente da maré podem ser implementadas


as usinas maremotrizes, as quais precisam de características básicas para a operação
como uma alta amplitude de maré, assim como uma serie de condições especiais e
favoráveis para a instalação, como estar localizadas em estuários, baías, áreas fluviais
etc. Essas condições mínimas estão presentes no litoral norte do território brasileiro.
Uma alternativa para aproveitar a energia presente na maré é o bom emprego das
correntes geradas ou a energia cinética, sem ter que usar uma barragem, tendo como
locais potenciais para esse aproveitamento o litoral das regiões Norte e Nordeste, devido
a alta amplitude da maré (TOLMASQUIM, 2016).

72
CAPÍTULO 7
Inovação e Pesquisa em Energias
Renováveis no Brasil

Hoje mundialmente é muito bem sabido o amplo potencial do território brasileiro para
a geração de energia renovável, especialmente com o potencial hídrico, a capacidade de
fabricação de biomassa para os diferentes biocombustíveis e derivados, assim como das
oportunidades para geração de eletricidade no uso das fontes de energia solar e eólica.
A geração de eletricidade, nas duas primeiras fontes, vem desde o início do século
XX, sendo a pesquisa estritamente vinculada às universidades e, assim, a instituições
públicas e privadas do Brasil. A evolução da pesquisa científica na área da geração de
energia elétrica a partir de fontes renováveis, no Brasil como em outros países, sucede
como parte as preocupações ambientais e a segurança energética, desde a década de
1960 (SANTOS, 2014).

Nos investimentos do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação (CTI), o setor da energia


é avaliado como estratégico desde o Governo Federal, destacando a ênfase pelas energias
limpas ou renováveis, a pesquisa assim como a inovação para etanol, as plataformas
reesposáveis para a gaseificação da biomassa, o aproveitamento energético dos
diferentes resíduos no setor da agropecuária, também a produção sustentável do carvão
vegetal, a energia fotovoltaica, as fontes hidrelétricas, transmissão e redes inteligentes
de energia elétrica são alguns dos pontos para atingir desde a integração da academia
com o setor privado até politicas governamentais (SILVEIRA; CARVALHO; KUNZLER;
CAVALCANTE; CUNHA, 2016)

O financiamento à pesquisa aponta diretamente ao setor público como o principal


responsável pelos recursos econômicos, devido à quantidade dos respondentes que são
vinculados a instituições públicas. A Petrobras tem uma grande ênfase no financiamento
do setor de pesquisa, o quase 22% dos recursos, a participação da empresa no modelo
global a qual alcançou cerca de 23% do lucro das 1.760 infraestruturas. Especificamente
para o caso de energias renováveis, a vinculação da Petrobras é uma das maiores
empresas na produção e avanço cientifico em biocombustíveis a nível local e mundial,
de acordo ao Plano de Negócios 2013-2017 assim como ao Plano Estratégico 2030
(SANTOS, 2014).

Brasil tem determinadas experiências para incentivos associadas às fontes renováveis


para a geração de energia elétrica. Uma das experiências mais significativas é o Programa
de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica definida como PROINFA. O qual

73
UNIDADE II │ PRINCIPAIS TECNOLOGIAS BASEADAS EM FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NO BRASIL

foi fundado no ano de 2002, e que posteriormente passou a operar no ano 2004 com a
finalidade de melhorar e contribuir com a participação das fontes alternativas de energia
diretamente no Sistema Interligado Nacional (SIN). Em uma primeira fase, o programa
promoveu as fontes renováveis especificamente às tecnologias: biomassa, eólicas, e
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), com o objetivo de produzir melhores indicadores
em nível de escala e aprendizagem técnica e tecnológica, aumentar a concorrência
industrial dentro do setor e, principalmente, consolidar os benefícios ambientais, técnicos
e socioeconômicos de projetos de geração de energia elétrica a partir das fontes renováveis
mencionadas anteriormente (WWF-BRASIL, 2012).

Com a experiência do PROINFA, o governo brasileiro concentrou os esforços para


o investimento de recursos em infraestrutura física e deixou a parte de aquisição e
produção de conhecimento em um segundo plano com o investimento em pesquisa e
desenvolvimento (P&D). Porém o governo brasileiro conseguiu perceber a relevância
e importância a geração de energia por meio de recursos renováveis refletida nas
políticas orientadas ao desenvolvimento industrial, o desenvolvimento setorial, assim
como no Plano Nacional de Energia 2030, em que claramente existem estratégias com
a necessidade de aumentar a importância e dessa forma o investimento em P&D para
garantir a expansão e o uso eficiente das energias renováveis no Brasil. Atualmente
as infraestruturas de pesquisa para o desenvolvimento de conteúdos científicos como
aporte relevante às energias renováveis é limitada, devido a existência de uma media de
3.5 pesquisadores com uma dedicação de tempo parcial (SOUSA, 2016).

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