A VERDADEIRA

ESPIRITUALIDADE
O DISCÍPULO E A EVANGELIZAÇÃO
Estudo 2

O CONTEÚDO DA
MENSAGEM
EVANGELÍSTICA
 Evangelização, o que é isso, mesmo? É impossível ser um discípulo de Jesus
sem compartilhar essa bênção.

Roteiro de Aula

Aula 1. O que é Evangelização?

Aula 2. O conteúdo da mensagem evangelística

Aula 3. A necessidade desesperadora do homem

Aula 4. A solução para o pecado do homem

Aula 5. A soberania de Deus na Evangelização

Aula 6. A Oração e sua Importância na evangelização

Aula 7. Qualidades Indispensáveis ao Evangelista

Aula 8. Obstáculos à evangelização

Aula 9. Estratégias de Evangelização

Aula 10. O Espírito e a Igreja em Missão

Aula 11. A Igreja Discipuladora

Aula 12. O Discipulado sob Jesus

Aula 13. A importância da Apologética para a Evangelização

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EBD – Classe de adultos . Aula 1 “O que é Evangelização?”
 O conteúdo da Mensagem Evangelística
Texto básico: Romanos 1.16

INTRODUÇÃO
Vimos na aula anterior que evangelizar é pregar o evangelho. O
convite deve ser feito a todas as pessoas. Mas qual é o conteúdo da
mensagem a ser apresentada? Romanos 1.16 afirma: “(...) não me
envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego”. Esse
evangelho poderoso levanta o caído, restaura o pecador e dá nova vida
àquele que está morto em seus delitos e pecados (Ef 2.1-2).
Na aula de hoje vamos estudar cinco aspectos do evangelho que
precisam ser apresentados, definindo-o (cf. Evangelização e a soberania
de Deus, J.I. Packer, Cultura Cristã).
Mensagem sobre o caráter de Deus
Deus é o Senhor criador e soberano do universo (Êx 20.11, At 4.24).
Como legislador e juiz (Tg 4.12), ele estabeleceu as leis morais pelas quais
todos devem viver. Ele é igualmente santo e justo e nos responsabiliza pela
desobediência a suas leis.
Deus é amoroso e misericordioso ( o 4.8), e também santo e justo, por
isso não pode deixar de punir o pecador (Êx 34.7; Ez 18.4). Ele é um Deus de
amor que nunca abre mão da sua justiça.
Quando evangelizamos, precisamos deixar claro que, se os juízes
humanos têm obrigação de julgar e condenar o culpado, o Deus Santo
tem ainda mais o direito de punir os desobedientes (At 17.31; Rm 2.5; Ap
6.12,17). Por sermos pecadores, todos nós temos uma grande dívida
espiritual com Deus (Cl 2.13-14) e essa dívida será cobrada. Vamos prestar
contas de todos os nossos atos perante o justo Juiz (Mt 12.36; Ap 20.11-12).
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Mensagem sobre a gravidade do pecado
“(...) todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Na
prática evangelística precisamos mostrar às pessoas como estamos todos
aquém dos padrões divinos (Evangelização e a soberania de Deus, J.I.
Packer). Quebramos as leis de Deus e por isso nos tomamos culpados (Rm
5.8; lTm 1.15).
É impossível pregar as Boas Novas de salvação sem falar da gravidade
dos nossos pecados. Por isso os apóstolos sempre apresentavam o pecado
dos seus ouvintes: “(…) vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos”
(At 2.23); “(…) matastes o Autor da vida” (At 3.15); “(…) Homens de dura
cerviz e incircuncisos de coração” (At 7.51). A consequência desse pecado
é a morte física, espiritual e eterna: “O salário do pecado é a morte” (Rm
6.23).
O pecado não é problema de um indivíduo apenas, mas de todos os
seres humanos (Rm 5.12-19; 3.10-18). Falar contra o pecado soa como
mensagem ofensiva para a sociedade moderna. Mas é preciso falar. Isso
porque a recusa do ser humano em admitir sua condição de pecador
impede que ele trate do verdadeiro problema de sua alma. Só deseja o
remédio quem admite estar doente. Na próxima aula vamos estudar sobre
“a necessidade desesperadora do homem”, quando então esse ponto
ficará bem mais claro.
Mensagem sobre quem é Jesus
Evangelizar não é apresentar Cristo como um amigo, alguém que está
sempre pronto a ajudar, sem qualquer referência a sua pessoa e sua obra
redentora. Uma evangelização eficaz e sadia prega a mensagem certa ( I
C o 15.3-4). Jesus é a solução necessária e suficiente para o pecado
humano. E preciso pregar quem é Jesus e o que ele fez.
Jesus é o Filho de Deus e verdadeiro Deus (Jo 1.1; Fp 2.6), foi concebido
por obra do Espírito Santo assumindo uma natureza humana (Jo 1.14) e,
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como verdadeiro homem, nasceu da virgem Maria. Viveu uma vida sem
pecado (Hb 7.26), pregando, ensinando e realizando muitos milagres.
O que Jesus fez? Ao final de sua vida obediente, ele foi crucificado e
levou sobre si os nossos pecados ( l P e 2 .2 4 ; Is 53.6; Cl 2.14), morrendo a
morte que nós merecíamos (Hb 2.9,14-15). Quando foi crucificado, Cristo
removeu o escrito de dívida que era contra nós (Cl 2.14-15).
Só Jesus Cristo salva do pecado e da morte: “(...) não há salvação em
nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado
entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Por isso
Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai
senão por mim” (Jo 14.6). Cristo é o salvador suficiente para nos perdoar de
todos os nossos pecados e nos livrar da ira vindoura. Muitas pessoas sabem
que Jesus morreu na cruz. Poucas sabem e compreendem o significado da
sua morte.
Mensagem sobre fé e arrependimento
Você provavelmente já ouviu alguém dizer: “Não importa no que você
crê, desde que seja sincero ”. Nada mais longe da verdade. Não é isso que
a Bíblia ensina. É claro que importa em que se crê. A salvação não
acontece simplesmente por meio da sinceridade. Podemos ser sinceros,
mas ao mesmo tempo errados.
O apóstolo Paulo, falando dos seus compatriotas judeus, admitia que
eles eram honestos e sinceros. Em Romanos 10.2, ele afirmou: “(…) lhes dou
testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém, não com
entendimento”. O problema dos judeus não cristãos não era falta de
sinceridade. Eles eram sinceros e zelosos em sua religiosidade, mas estavam
errados, pois tinham zelo sem entendimento. Ainda hoje é assim. Uma
pessoa pode ser sincera, mas estar errada sobre a salvação.
Não basta sinceridade. E preciso que a fé tenha o conteúdo e o objeto
certos. Quando os ouvintes de Jesus lhe perguntaram, o que é que eles
deveriam fazer para “realizar as obras de Deus”, nosso Senhor lhes
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respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi
enviado” (Jo 6.29). Em João 3.23, lemos: “(…) o seu mandamento é este:
que creiais em o nome de seu Filho, Jesus Cristo (…)”. Lemos ainda em Atos
10.43: “Por meio de seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão
dos pecados” e em João 3.16: “(…) Deus amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho uni- gênito, para que todo o que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna”.
Mas o que é fé? Não se trata de um mero sentimento otimista. É mais
do que acreditar; ela é essencialmente confiar e descansar nas promessas
de Cristo. Semelhantemente, o arrependimento significa mais do que
apenas entristecer-se pelo passado. Arrependimento implica uma
mudança de opinião e de atitude, representa uma vida nova que
se volta para Jesus, reconhecendo-o como Senhor e Salvador. A mera
crença sem confiança e o mero remorso sem verdadeiro arrependimento,
não salvam ninguém. “Até os demônios creem e tremem” (Tg 2.19).
Ao pregarem, os apóstolos faziam um apelo ao arrependimento e à fé
em Cristo: “Arrependei-vos (…) e convertei-vos para serem cancelados os
vossos pecados” (At 3.19). Esse arrependimento contempla três aspectos
importantes:
Aspecto intelectual (Mt 12.41; Lc 11.32; 15.7,10). Ou seja, o
arrependimento começa com um reconhecimento do pecado, da
santidade de Deus (Is 6.5), e a compreensão de que os nossos pecados são
uma afronta a Deus.
Aspecto emocional (Mt 21.29-32; 2 6 .7 -1 0 ). O arrependimento envolve
tristeza. A tristeza em si e por si mesma não é arrependimento, pois uma
pessoa pode se entristecer ou se envergonhar e ainda assim não estar
arrependida. Veja os exemplos de Judas (Mt 27.3) e do jovem rico (Mt
19.22).
Aspecto volitivo (Mt 13.15; Lc 17.4; 22.32). O arrependimento inclui
mudança de direção, transformação da vontade. Amu- dança de
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comportamento não é em si mesma arrependimento, mas é o seu fruto
inevitável.
Mensagem sobre a graça divina
“(…) pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9).
A Escritura ensina que a salvação é pela graça. Mas as pessoas têm
dificuldade em entender o que isso significa. A maioria continua pensando
que precisa conquistar a salvação. A salvação, porém, não pode ser
conquistada pelas boas obras ou pelo cumprimento da lei. Esse não é o
caminho proposto por Deus, até porque, ninguém
O conteúdo da mensagem evangelística 7 jamais conseguiria cumprir
plenamente a lei (Rm 3.10; Tg2.10). Ela é um presente de Deus e, por isso,
quem não for salvo pela graça, não será salvo de maneira alguma. A
salvação não é uma questão de merecimento. É dádiva de Deus e não
conquista humana. Em nossa tarefa evangelística precisam os deixar claro
aos nossos ouvintes que a salvação é um ato sobrenatural de Deus,
originado em seu amor e sua misericórdia, fruto de sua graça e de sua
bondade.
Quando o carcereiro de Filipos, consciente de seus pecados,
perguntou a Paulo e Silas como poderia ser salvo, eles lhe responderam:
“Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.29-31). Nada
mais é exigido dele. Isso porque “(…) pela graça sois salvos, mediante a fé;
e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8).
CONCLUSÃO
Evangelizar é apresentar as boas-novas confiando em Deus para
converter as pessoas. Essas boas-novas precisam expor pelo menos cinco
aspectos: o caráter santo de Deus, a gravidade do pecado, a necessidade
da fé e do arrependimento, quem é Jesus e o que ele fez, e por último, a
graça salvadora.
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 APLICAÇÃO
1. Converse com colegas sobre como o estudo de hoje pode ajudá-los
a compartilhar o evangelho com outras pessoas.
2. Como apresentar o evangelho que fala da vida eterna no céu para
o homem moderno que está preocupado só com a vida na terra?
3. Faça um esboço desses cinco pontos e coloque-o dentro da sua
Bíblia. Quem sabe numa próxima oportunidade você o usará para
evangelizar alguém. Não esqueça de anotar ao lado as referências bíblicas
e lê-las, para que a pessoa seja convencida pela Palavra, e não por seus
argumentos

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