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olhando para si mesmo como personagem que viveu os

3º SIMULADO acontecimentos narrados, recriados pelas lembranças suas


e dos outros. É possível reconhecer quando o autor se
coloca como narrador das memórias pelo uso da primeira
1ª SÉRIE pessoa: "eu me lembro", "vivi numa época que...". Podemos
reconhecer o narrador-personagem nas memórias quando
o autor descreve suas sensações e emoções narrando
fatos dos quais ele é o centro, mas que envolvem outros
LÍNGUA personagens das memórias. Veja os exemplos, retirados de
"Viver para contar", de Gabriel Garcia Márquez: "Minha mãe
disse assim: `Que bom que você ficou amigo de seu pai.'" e
PORTUGUESA "O zelador riu da minha inocência". Quando é narrador, o
autor fala das lembranças como um todo; quando é
narrador-personagem, fala de si, muitas vezes pela voz de

BLOCO 3 outros personagens que evoca.

https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/biblioteca/noss
as-publicacoes/revista/artigos/artigo/1339/o-genero-memorias-
QUESTÃO 01 (Descritor 1) literarias.Fragmento.

EXPERIÊNCIA E REFLEXÃO No trecho em destaque, o pronome sublinhado substitui o


termo
.
“No extremo verdor dos anos presumimos muito de nós, e
(A) amigo.
nada, ou quase nada, nos parece escabroso ou impossível.
Mas o tempo, que é bom mestre, vem nos diminuir tamanha (B) autor.
confiança, deixando-nos apenas o que é indispensável a todo (C) pai.
homem, e dissipando a outra, a confiança pérfida e cega. Com (D) personagem.
o tempo, adquire a reflexão o seu império e eu incluo no tempo (E) narrador.
a condição do estudo, sem o qual o espirito fica em perpetua
infância. Dá-se então o contrário do que era dantes. Quanto COMENTÁRIO DO GABARITO
mais versamos os modelos, penetramos as leis do gosto e da As habilidades avaliadas pelo descritor 02 contemplam a
arte, compreendemos a extensão da responsabilidade, tanto capacidade do estudante em reconhecer a função dos
mais e nos acanham as mãos e o espirito, posto que isto elementos que dão coesão ao texto. Dessa maneira, o
mesmo nos desperte a ambição, não já presunçosa, senão estudante será avaliado quanto à sua habilidade de
refletida. Esta não é talvez a lei dos gênios, a quem a natureza identificar qual ou quais palavras foram substituídas ou
deu o poder quase inconsciente das supremas audácias; mas repetidas no texto permitindo assim sua continuidade e
é, penso eu, a lei das aptidões médias, a regra geral das melhor compreensão.
inteligências mínimas. ” Sabendo que o artigo acima fala de memórias literárias,
gênero que menciona fatos vivenciados pelo escritor (“fatos
Machado de Assis aput R. Magalhães Jr), in Ideias e imagens de
dos quais ele é o centro”), percebemos que o termo
Machado de Assis, p.78. Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, destacado se refere ao próprio autor, informação que
1956. também está anteposta em “quando o autor descreve suas
sensações e emoções”. Dessa forma, a alternativa B
Segundo o texto, o que permite o espírito ficar em perpétua apresenta-se como gabarito.
infância?

(A) A confiança. QUESTÃO 03 (Descritor 3)


(B) A ambição
(C) O estudo. CONTO: CAPÍTULO DOS CHAPÉUS
(D) O tempo.
(E) O poder. [...] A sala do dentista tinha já algumas freguesas. Mariana
não achou entre elas uma só cara conhecida, e para fugir
COMENTÁRIO DO GABARITO ao exame das pessoas estranhas, foi para a janela. Da
Este item contempla o descritor 01 que avalia a habilidade de janela podia gozar a rua, sem atropelo. Recostou-se; Sofia
localizar informações que estejam explícitas no texto, ou seja, veio ter com ela. Alguns chapéus masculinos, parados,
ao estudante lhe é permitido retomar o texto e localizar a começaram a fitá-las; outros, passando, faziam a mesma
informação que é pedida claramente no comando do item. Ao coisa. Mariana aborreceu-se da insistência; mas, notando
buscar pistas no texto-base fica claro que o que permite ao que fitavam principalmente a amiga, dissolveu-se lhe o tédio
espírito ficar em perpétua infância é “a condição do estudo”. numa espécie de inveja.
Logo, a alternativa C apresenta-se como gabarito do item em Disponível em:
http://www.passeiweb.com/estudos/livros/capitulo_
análise. dos_chapeus_contoMachado de Assis. Fragmento.

QUESTÃO 02 (Descritor 2) A partir do trecho destacado, podemos dizer que:


O ESCRITOR DE MEMÓRIAS (A) A rua continha coisas que deixavam Mariana tediosa.
(B) A rua tinha várias coisas que confortaram Mariana.
.... Ao escrever suas memórias, o autor se desdobra em (C) A janela foi uma espécie de refúgio para Mariana.
narrador e personagem, num jogo literário muito sutil, narrando (D) A janela era o melhor lugar para avistar as coisas.
os fatos de uma época, olhando-a do ponto de vista de (E) A rua que Mariana avistava era movimentada.
observador geral dos momentos que narra, mas também
COMENTÁRIO DO GABARITO QUESTÃO 05 (Descritor 5)
O descritor 03 avalia a habilidade de percepção do sentido de
uma palavra ou expressão. A partir da leitura do conto,
verificamos que Mariana estava incomodada por estar somente
com pessoas estranhas na sala do dentista e buscou na janela
uma fuga, refúgio para o fato de não se sentir à vontade. Assim,
temos a alternativa C como gabarito.

QUESTÃO 04 (Descritor 4)

VIAGEM DE NOVEMBRO
Foi uma vez
Numa triste tarde de novembro
Logo eu parti
Disponível em: http://jboscocartuns.blogspot.com.br/2017/01/.
E aos poucos te perdi de vista
E viajar foi como morrer
Só em saber que na manhã Observando os aspectos da linguagem verbal e não verbal
Seguinte estaria assim tão distante da charge podemos dizer que
E não veria mais teu sorriso
A morte rondou minha cabeça (A) critica o carnaval, pois seus resíduos contribuem para
E conter tanta dor foi preciso agravar os problemas causados pelos mosquitos.
Amanheci (B) contrasta o valor dado ao carnaval com a pouca
Era um dia triste ainda importância dispensada à proliferação dos mosquitos.
Em novembro (C) alerta a população sobre os problemas causados por
Te busquei em vão mosquitos no carnaval.
E aos poucos lembrei da viagem (D) avisa sobre a propagação dos mosquitos durante o
Mas estar aqui é como nem estar período carnavalesco.
Pois estás sempre comigo (E) reflete sobre as condições de higiene das
Aqui no meu coração cidades durante o carnaval.
O pensamento guiando
A saudade voa qualquer légua COMENTÁRIO DO GABARITO
Pra estar com as pessoas O item avalia a habilidade de articulação das
Que mais amo linguagens verbal e não verbal para uma leitura
Estar aqui é como... global do texto. Na imagem, observamos duas
pessoas com comportamentos diferentes. À
(Carlinhos Veloz)(Disponível em: esquerda, vê-se um homem despreocupado,
https://www.letras.mus.br/carlinhos-veloz/72343/) aproveitando o período carnavalesco e, do outro
lado, um atormentado pelos mosquitos, mostrando o
Deduz-se do texto que, a dor do eu lírico é contraste existente no nosso país. Além disso, o
próprio título “País do Carnaval” reforça a ideia de
que o mais importante no contexto apresentado pela
(A) a viagem inesperada.
charge é a festividade. Logo, temos a alternativa B
(B) a lembrança da viagem. como gabarito.
(C) a distância da terra natal.
(D) a morte de um ente querido. QUESTÃO 06 (Descritor 6)
(E) a separação da pessoa amada.
QUANTOS ANOS TENS?
COMENTÁRIO DO GABARITO
Este item avalia a habilidade de inferir informações implícitas
Em certa ocasião alguém perguntou a Galileu
no texto, ou seja, informações que não se encontram
Galilei:
claramente na base textual, porém, podem ser percebidas pela
- Quantos anos tens?
construção de inferências do leitor em relação ao texto. O eu
- Oito ou dez, respondeu Galileu, em
lírico, no decorrer da canção, menciona a saudade que sentia evidente contradição com sua barba branca.
da pessoa amada, a partir da viagem que teve que fazer. “ E E logo explicou:
viajar foi como morrer/ Só em saber que na manhã/ Seguinte
- Tenho, na verdade, os anos que me restam de
estaria assim tão distante/E não veria mais teu sorriso/ A morte vida, porque os já vividos não os tenho mais.
rondou minha cabeça/ E conter tanta dor foi preciso. ” Logo, o
sofrimento é justamente pela separação/distância da amante, Desconhecido. Disponível em:
indicando a alternativa E como gabarito. http://www.muraljoia.com.br/02hiquantosanos.htm.

O assunto do texto é a

(A) aproximação da velhice.


(B) valorização do tempo vivido.
(C) omissão da verdadeira idade.
(D) percepção da passagem do tempo.
(E) preocupação com a aparência física.
COMENTÁRIO DO GABARITO série de benefícios aos pescadores de Mato Grosso do Sul,
Este item verifica a habilidade de o estudante em identificar o entre eles a pesca com petrechos antes considerados
tema do texto. Portanto, com uma leitura mais atenta, o proibidos, como anzol de galho e redes, para qualquer
estudante verificará que além de falar da idade, o texto enfatiza pescador munido de carteira profissional.
uma reflexão sobre a passagem do tempo, indicando a A aprovação foi quase unânime, 20 votos favoráveis
alternativa D como gabarito. contra apenas três contrários. Mesmo assim, a “Lei da
Pesca” gerou muita polêmica entre deputados e os mais de
400 pescadores que acompanharam de perto o plenário.
QUESTÃO 07 (Descritor 7)
Um dos deputados opositores mais ferrenhos da nova
lei disse que a liberação da pesca com petrechos irá
MEU AMBIENTE DE TRABALHO acelerar em poucos meses o processo de extermínio de
algumas espécies que antes podiam ser capturadas
Falar da minha escola não é só falar de plano de aula, apenas pelos ribeirinhos. Em seu discurso de defesa à
pedagogos, colegas professores, coordenadores, gestores, proibição aos petrechos, ele destacou que o artigo 24 da
funcionários auxiliares, horário de aula.... Falar da minha Constituição Federal diz que quando existem conflitos
escola é também falar de jovens e adolescentes com seus entre interesses econômicos e ambientais, o ambiental
comportamentos, muitas vezes, inadequados, em razão de deve sempre prevalecer.
não terem uma boa formação na educação infantil, na O Presidente da Associação de Pescadores de Isca
educação fundamental e familiar. Artesanal de Miranda (MS), Liesé Francisco Xavier, no
Por isso, nós professores, somos exemplos para esses entanto, é favorável à liberação dos petrechos. “Nós só
adolescentes e jovens, principalmente, porque nossa escola queremos trabalhar conforme está na Constituição Federal,
recebe alunos de todas as camadas sociais e, com eles, que libera o uso dos petrechos nos rios”, argumenta ele.
muitos problemas de ordem social, econômica e familiar.
Pesca & Companhia. nov. 2009. Fragmento. *Adaptado: Reforma
Hoje, nossa escola vive um certo dilema, sem saber se Ortográfica.
dá ênfase ao social ou ao científico, em razão dos muitos
problemas do nosso alunado. E nesse contexto, a O argumento que de defende a tese de que os
responsabilidade aumenta a cada dia, pesando, interesses ambientais devem sempre prevalecer é
principalmente, sobre os ombros dos professores, algumas
responsabilidades que antes eram da família. (A) “a pesca com petrechos antes considerados
É necessário um trabalho especial, voltado para as proibidos, como anzol de galho e redes, para
famílias dos nossos alunos, com o objetivo de unir, de forma qualquer pescador munido de carteira profissional”
significativa, escola e família, pois só assim teremos uma (ℓ. 5-7)
aprendizagem melhor, em que os problemas não superem (B) “A aprovação foi quase unânime, 20 votos
o ensino-aprendizagem. favoráveis contra apenas três contrários”. (ℓ. 8-9)
(C) “irá acelerar em poucos meses o processo de
Disponível em http//www.google. Blog de Leitura Elba extermínio de algumas espécies que antes podiam
Gomes. ser capturadas apenas pelos ribeirinhos.”(ℓ. 13-15)
(D) “Em seu discurso de defesa à proibição aos
A tese defendida no texto é a de que petrechos, ele destacou que o artigo 24 da
Constituição Federal.” (ℓ. 16-17)
(A) famílias transferem suas responsabilidades para a (E) “Nós só queremos trabalhar conforme está na
escola. Constituição Federal... (ℓ. 22-23)
(B) escolas dão mais ênfase ao social do que ao científico.
(C) professores são bons exemplos para os adolescentes. COMENTÁRIO DO GABARITO
(D) professor e gestor têm maior responsabilidade na O descritor a que o item se refere avalia a habilidade do
educação dos alunos. estudante em reconhecer a relação entre a tese, ou seja, a
(E) escola e família devem ser parceiras para melhorar a ideia defendida pelo autor do texto e seus argumentos. O
aprendizagem dos alunos. estudante deverá ser capaz de compreender que a tese
está apoiada em argumentos que a sustentam. Lendo o 4º
COMENTÁRIO DO GABARITO parágrafo, onde apresenta-se a ideia principal do texto em
Este descritor visa avaliar a capacidade do estudante de questão, vemos a justificativa para que os interesses
perceber a ideia defendida pelo autor. Nos primeiros ambientais sejam prioritários, mencionada na alternativa C.
parágrafos, o autor expõe o que pensa sobre sua escola,
argumenta e cita fatos do seu ambiente de trabalho. QUESTÃO 09 (Descritor 9)
Somente no último parágrafo, no qual há uma sugestão,
visualizamos um fechamento para a problemática e assunto
tratado ao longo do texto, o que leva o estudante a concluir O TRÂNSITO NO MUNDO
que a alternativa E é o gabarito.
Em 2009, o trânsito matou 1,3 milhão de pessoas e
deixou outras 50 milhões feridas.
QUESTÃO 08 (Descritor 8) Se nada for feito, essas mortes chegarão a 1,9
milhão, em 2020.Essa projeção está diretamente
PROJETO DE LEI DA PESCA É APROVADO E CAUSA relacionada ao aumento do número de veículos em
POLÊMICA NO MS países pobres e emergentes, sem equivalente
investimento na segurança viária.
Lei da Pesca libera o uso de petrechos, como redes e Acidentes de trânsito são a 1ª causa de morte na
anzol de galho, para qualquer tipo de pescador. faixa de
15 a 29 anos e geram um custo global de US$ 518
Foi aprovada na manhã desta terça-feira, 24, o projeto de bilhões por ano.
lei estadual nº 119/09, a “Lei da Pesca”, na Assembleia Os países de média e baixa renda possuem as taxas
Legislativa de Campo Grande. O documento concede uma mais altas de mortalidade no trânsito. Apesar de terem
menos da metade da frota de veículos registrada, eles
concentram 90% dos óbitos. (ABRAMOVICH, FANNY.IN: OLHOS VERMELHOS.
SÃO PAULO: MODERNA ,1995.)
Fonte: Organização Mundial de Saúde (Oms).
(https://www.google.com.br/search?q=texto+informativo+sobre+o+transito O principal conflito do personagem Edu após a morte do
&rlz =1C2VSNC_enBR607BR607&tbm=isch&tbo=u&source hamster foi a
=univ&sa=X&ved=0ahUKE wjj5I-
(A) reclusão em seu quarto.
A informação principal do texto é? (B) indiferença em relação aos pais.
(C) tristeza após a morte do amigo.
(A) O elevado número de mortes causado por acidentes (D) falta de local apropriado para o enterro.
de trânsito. (E) ideia de que não se pode brincar após a morte.
(B) Os índices de mortalidade, no trânsito, em países de
baixa renda.
(C) O aumento de veículos em países pobres COMENTÁRIO DO GABARITO
emergentes. A habilidade avaliada pelo descritor 10 está em o estudante
(D) Os altos custos gerados pelos acidentes de trânsito. reconhecer fatos que causam ou motivam determinadas
(E) O pouco investimento na segurança viária. ações das personagens, dando continuidade ao enredo do
texto. Neste item, o estudante deve perceber o que o
COMENTÁRIO DO GABARITO acontecimento (morte do hámster) gera para a personagem,
Este descritor avalia a habilidade de o estudante diferenciar as ao longo do enredo. Logo, chega-se à conclusão de que a
partes principais das partes secundárias que compõem um alternativa C seja gabarito, visto que abrange de forma
texto. Logo, deverá reconhecer a estrutura do texto e localizar mais completa o que ocorre na narrativa.
a informação principal contida nele para então distingui-la das
demais. Dessa forma, o gabarito apontado deve ser a
alternativa A, visto que é em função dela que as outras
informações são acrescentadas.

QUESTÃO 10 (Descritor 10)

A DESPEDIDA

Zeca entendeu tudo na hora. Deu um grande abraço no


irmão. Trocaram um olhar, e meio que combinaram tudo, sem
dizer nenhuma palavra. Foram detrás do prédio. Não acharam
nenhum lugar de que gostassem. Caminharam um pouco mais
e chegaram num terreno baldio. Pararam perto duma árvore,
cavaram a terra com as pazinhas que tinham trazido.
Enterraram o hamster no maior silêncio.
Cobriram a cova com a terra. Com tristeza, com dor, Zeca
fez uma cruz com dois paus de madeira que encontrou pelo
caminho e amarrou com elástico. Com uma caneta
escreveram: “Olhos vermelhos. Dez meses de idade.
Saudades de Edu e Zeca.”
Voltaram para casa chorando. Edu se apoiava em Zeca,
que caminhava devagarinho, sentindo que a ocasião não era
pra nenhuma estanabação. Deu o tempo que o Edu precisava.
Não disse nada, nem ouviu nada. Só silêncio e lágrimas
rolando.
Em casa, Edu se trancou no quarto. Não quis saber de mais
nada. Nem de jantar, muito menos de conversar ou ver tevê.
Zeca até emprestou o seu videogame, mas nem isso animou o
Edu. Deitado na cama, olhos fechados, coberto até o pescoço,
porque estava sentindo frio, só pensava na falta que Olhos
Vermelhos ia fazer. Chorou até dormir. Dormiu de cansaço.
Edu sofria, Zeca chamava o irmão pra ler suas revistinhas,
mas Edu nem se interessava... A mãe insistia pra que ele fosse
dar umas voltas, brincar com os amigos, jogar futebol, apostar
corrida, pedalar na bicicleta. Ele só queria ficar em casa.
Pensando.
Resolveu desenhar num caderno grosso tudo o que
lembrava as aprontações e da carinha marota de Olhos
Vermelhos. Ficava horas nisso...Tinha perdido alguém que
adorava! E quem perde alguém tão querido não sai dando
voltas por aí, procurando um jogo de futebol ou tomando
sorvete na esquina. Os pais tinham que entender que perder o
melhor amigo era duro. Muito duro. Talvez mais tarde
encontrasse alguma coisa que o consolasse. Agora, por
enquanto, nesse momento, não tinha nada, nadinha! Só um
coração vazio.
Pedro Filho (mestre inesquecível) sempre nos
surpreendia e encantava-nos com o fantástico de suas
LÍNGUA histórias. Certa vez, um desafeto dele o surpreendeu –
depois de longa discussão – com um soco no rosto,
provocando um grande hematoma na região ocular.

PORTUGUESA No dia seguinte, estávamos eu e dois


confrades (sabedores do ocorrido), [...] no saudoso Bar
da Eliete quando o mestre impoluto chega. Um dos
BLOCO 4 confrades levanta-se atordoado e lança a isca.
– O que foi isso, Pedro Filho?
– Meus filhos, eu nem vou contar.
QUESTÃO 01 (Descritor 11) Conta. Pedimos todos ao mesmo tempo, com
muito cuidado.
DIFERENÇAS – Ah! Eu não vou contar, porque sei que vocês não
vão acreditar.
Conta. Pediu carinhosamente, o confrade
Yufá era um menino tonto e desajeitado. Certa vez
atordoado.
foi visitar os vizinhos numa fazenda. Como viram mal-
arrumado, soltaram os cães em cima dele. Sua mãe se – Descia eu e o Luís Henrique na Rua das
entristeceu e lhe arrumou um lindo casacão, uma calça Cajazeiras. Eu no varão da bicicleta. Escutem bem!
e um jaleco de veludo. Vestido como um cavalheiro. Estávamos em frente à casa da professora Ana
Yufá retornou à fazenda onde tinha sido mal recebido. Cristina, quando do nada, atravessa no meio do nosso
Acolheram-no muito bem, convidaram-no para o caminho uma porca.
almoço e cobriram-no de elogios. Quando trouxeram a – Uma porca?
comida, Yufá a levava à boca e a punha nos bolsos e – Sim, Filhos, uma porca enorme. Uma porca maior
no chapéu, dizendo: Comam, comam minhas que o jumento do Manoel Velho. O Luís foi para a
roupinhas, pois vocês é que foram convidadas, não eu. direita e a porca também foi para a direita. Ele voltou-
nos para esquerda; com a mesma velocidade, ela nos
Isto é. São Paulo: Três, n. 1- 382.
acompanhou. Eu, prevendo o acidente, pedi a ele que
centralizasse nosso veículo no meio da rua.
O que aconteceu nesse momento, Pedro?
A causa da atitude de Yufá ter colocado as comidas nos Provocou o atordoado.
bolsos e no chapéu foi a de
– Ora, a porca foi para o meio da rua – não tinha
(A) ser um menino tonto. mais solução. Embolamo-nos eu, Luís Henrique e a
porca. A porca, Luís Henrique e eu. No final daquele
(B) estar com roupas bonitas.
vale tudo ninguém sabia quem era quem. Vejam esse
(C) ficar à vontade juntos a todos. carvão em meu olho. Foi tudo que me restou. Pode uma
(D) encontrar boas pessoas no sitio. coisa dessas? Pode?
(E) ter sido mal recebido na fazenda.
RODRIGUES, Paulo. Crônicas da cidade e outras narrativas.
São Luís, 360° Gráfica e Editora, p. 59, 2014

COMENTÁRIO DO GABARITO
Através deste descritor podemos avaliar a habilidade A finalidade do texto é
do estudante em reconhecer relações entre os
elementos presentes no texto e como estes se
(A) descrever a habilidade literária do autor.
organizam para estabelecer uma correspondência de
(B) mostrar a descrença dos amigos em relação à
causa e consequência ou até uma relação de problema
história.
e solução entre as partes do mesmo. Neste item é
solicitado aos estudantes reconhecer o que motivou a (C) convencer os leitores da verdadeira origem do
atitude de Yufá: ".... Comam, comam minhas roupinhas, hematoma.
pois vocês é que foram convidadas, não eu." Percebe- (D) narrar um caso fantástico vivenciado pelo
se, pela conjunção “pois”, que algo aconteceu para ter personagem.
originado tal atitude. Fazendo uma leitura mais (E) informar aos confrades do protagonista o
profunda do texto, o estudante perceberá que a causa resultado da discussão.
de Yufá ter sido mal recebido na fazenda foi a roupa
que vestia. Marcando assim a alternativa E como COMENTÁRIO DO GABARITO
gabarito. Por meio deste descritor avalia-se a habilidade de o
estudante reconhecer a finalidade do texto: se é
QUESTÃO 02 (Descritor 12) informar, convencer, advertir, instruir, explicar,
comentar, divertir, solicitar, recomendar, etc.
Identificando essa finalidade, o estudante é capaz de
O MARAVILHOSO EM PEDRO FILHO
reconhecer o gênero do texto também. Neste item, o
estudante deve compreender que o texto tem a
O maravilhoso é aquele acontecimento literário finalidade de contar uma sucessão de fatos e relacioná-
que não encontra explicação em nenhum ramo do los a determinado acontecimento, logo apresenta-se
saber, isto é, as ciências de maneira geral não como um texto narrativo, o que lhe permitir marcar a
conseguem explicá-lo. Só pode mesmo acontecer na alternativa D como gabarito.
linguagem ‘erguida’ do texto literário.
conseguiu lembrar do que o povo dizia: “Onça não ataca
QUESTÃO 03 (Descritor 13) de frente, porque tem medo do rosto da pessoa. Quem
quiser se ver livre dela, basta encarar a danada e não
ASSUM PRETO lhe dar as costas. ”

Tudo em vorta é só beleza TOMAZ, Cristina Macedo. De boca em boca. São Paulo: Salesiana,
2002.
Sol de abril e a mata em frô
Mas assum preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor O trecho que sinaliza uma opinião do narrador em
Tarvez por ignorança relação ao fato contado é
Ou mardade das pió
Furaro os óio do assum preto (A) “Esta história aconteceu com a minha bisavó
Pra ele assim, ai, cantá mió paterna...” (ℓ. 1)
Assum preto veve sorto (B) “Quando criança, minha bisavó morava num
Mas num pode avuá sítio.” (ℓ. 3).
Mil veiz a sina de uma gaiola (C) “Todos os dias, ... um lugar longe de casa.” (ℓ
Desde que o céu, ai, pudesse oiá 4-6).
(D) “Minha bisavó foi muito corajosa, ...” (ℓ. 22-23).
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. (E) “Onça não ataca de frente, ...” (ℓ. 24).
Disponível em:
www.luizgonzaga.mus.br. Acesso em: 30
jul. 2012 COMENTÁRIO DO GABARITO
Este item avalia a habilidade de distinguir um fato da
No texto, as marcas linguísticas evidenciadas são opinião relativa a esse fato. Portanto, se o estudante
próprias da variação consegue distinguir o que são afirmações baseadas em
valores (opiniões) e afirmações baseadas em
(A) histórico-cultural. evidências (fatos) presentes no texto compreendeu que
(B) socioeconômica. o narrador revela uma opinião no trecho: “Minha bisavó
(C) situacional. foi muito corajosa ...” (l. 22-23), por isso indicou a
(D) padrão. alternativa “D” como gabarito, demonstrando assim
(E) técnica. ser um leitor eficaz.

COMENTÁRIO DO GABARITO QUESTÃO 05 (Descritor 15)


Este item visa identificar as marcas linguísticas que
evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. A ZOO
escolha pela alternativa B, gabarito do item, evidencia
que o estudante reconhece que o emprego dos termos: Uma cascavel, nas encolhas. Sua massa infame.
“vorta”, “frô”, “mardade”..., revelam as variações
Crime: prenderam, na gaiola da cascavel, um
linguísticas como: a socioeconômica. ratinho branco. O pobrinho se comprime num dos
cantos do alto da parede de tela, no lugar mais longe
QUESTÃO 04 (Descritor 14)
que pôde.
Olha para fora, transido, arrepiado, não ousando
A MENINA CORAJOSA
choramingar. Periodicamente, treme. A cobra ainda
dorme.
Esta história aconteceu com a minha bisavó Meu Deus, que pelo menos a morte do ratinho
paterna, e foi contada pela filha dela, que é minha avó. branco seja instantânea!
Quando criança, minha bisavó morava num sítio. Seu Tenho de subornar um guarda, para que liberte o
pai sustentava a família na roça. Todos os dias, ela ia ratinho branco da jaula da cascavel. Talvez ainda não
levar comida para o pai no roçado, um lugar longe de seja tarde.
casa. Sua cachorrinha sempre ia com ela. Mas, ainda que eu salve o ratinho branco, outro
Um dia, quando levava a marmita para o pai, terá de morrer em seu lugar. E, deste outro, terei sido
andando bem tranquila pela trilheira, num lugar onde a eu o culpado.
mata era fechada, viu que a cachorrinha começou a
choramingar e a se enrolar nas próprias pernas. A Disponível em:
menina percebeu que alguma coisa estranha estava http://educaterra.terra.com.br/vestibular/fuvest/prova1_fase1.pdf
acontecendo. Olhou para os lados e viu uma onça bem
grande, com o bote armado, a ponto de pular do
capinzeiro em cima dela. No que viu a onça, a menina A expressão em destaque estabelece uma relação de
ficou encarando a danada. Pouco a pouco, sempre
olhando para o bicho, ela foi se afastando para trás sem (A) condição.
se virar. Quando pegou uma boa distância, a menina (B) concessão.
correu em disparada até se sentir segura.
(C) contradição.
Quando chegou em casa, estava sem voz. Depois
(D) conformidade.
de muito tempo é que conseguiu falar. Os homens da
(E) consequência.
fazenda pegaram as armas e foram procurar a onça.
Mas não a encontraram. Minha bisavó foi muito
corajosa, porque, na hora em que ela viu a onça,
COMENTÁRIO DO GABARITO
O descritor 15 avalia a habilidade de estabelecer LUFT, Lya. Múltipla escolha. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 47.
relações lógico-discursivas presentes no texto, Fragmento
marcadas por conjunções, advérbios, etc. No último
parágrafo, a conjunção (ainda que) estabelece uma No trecho, “Velhice é apenas outra fase”, escrito em
quebra de expectativa, pois, mesmo que se salve o itálico, indica
ratinho branco, outro morrerá - um ciclo interminável de
ratos sendo salvos e mortos. Assim, o estudante que (A) um argumento.
marcou a alternativa B como gabarito percebeu que há (B) uma análise.
uma relação de concessão no termo destacado. (C) um assunto.
(D) uma crítica.
Observação: Embora o gabarito oficial tenha (E) uma ênfase.
sinalizado a alternativa A como correta, considerar-se-
á a alternativa B como gabarito. Desta forma, no
boletim de desempenho por URE, este item, não COMENTÁRIO DO GABARITO
influenciará no cálculo da média, não prejudicando, Este item avalia a habilidade de identificar o efeito de
portanto, o desempenho da escola. sentido decorrente do uso da pontuação e de outras
notações. O estudante marcou a alternativa “E”, como
QUESTÃO 06 (Descritor 16) gabarito, porque reconheceu que o destaque em itálico,
do trecho: “Velhice é apenas outra fase”, indica uma
DÚVIDA ênfase sobre a temática do texto lido.

Dois compadres viajavam de carro por uma estrada QUESTÃO 08 (Descritor 18)
de fazenda quando um bicho cruzou a frente do carro.
Um dos compadres falou: PAISAGEM URBANA
- Passou um largato ali? O outro perguntou:
- Lagarto ou largato? O primeiro respondeu: São cinco horas da manhã e a garoa fina cai branca
- Num sei não, o bicho passou muito rápido. como leite, fria como gelo. Milhões de gotinhas d’água
brilham em trilhos de ferro.
Disponível em: “Bom dia”, diz Um Homem para o Outro Homem.
http://educacao.globo.com/provas/enem- “Bom dia, por quê?”, pensa o Outro, olhando para o
2013/questoes/132.html
Um. Um Homem quieto e parado é um poste, que
espera o trem na estação quase vazia. [...]
No texto, o efeito de humor ocorre porque um dos
personagens A máquina aparece na curva e vem lenta, grave,
forte, grande, imensa. Para a máquina, desce um
(A) conhece a norma padrão da língua. branco, uma mulata, o gordo e o magro, dois meninos
(B) desconhece a espécie de animal avistado. maluquinhos. Chegada de uns, partida de outros. No
(C) responde de forma inusitada à pergunta do meio de um cheiro áspero de fumaça e óleo diesel, o
Outro Homem entra no trem.
amigo.
(D) constata o fato de um bicho cruzar a frente do Um homem continua um poste. Rígido. Concreto. E
carro. é só quando uma moça desce a escada do vagão
carregando uma mala, cabelo preso com fita e olhar de
(E) mostra duas possibilidades de pronúncia para
busca, que o homem-poste tem um sobressalto. Os
uma palavra.
olhares se encontram. O trem vai e os olhares vêm. O
mundo é assim... Outro Homem se foi. Um Homem está
COMENTÁRIO DO GABARITO
feliz.
Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade FERNANDES, Maria ; HAILER, Marco Antônio. Alp novo: Análise,
do estudante em reconhecer os efeitos de ironia ou Linguagem e
humor causados por expressões diferenciadas Pensamento. V. 4. São Paulo: FTD, 2000. p. 152.
utilizadas no texto pelo autor. No caso deste item, o que * Adaptado: Reforma
Ortográfica
se pretende é que o estudante reconheça o fato que
provocou o efeito de ironia a partir de marcas do texto A expressão em destaque sugere que o homem está
e do conhecimento de situações que estão explícitas e
que devem ser inferidas a partir de sua formação, de
(A) observando o movimento da estação de trem.
seu universo cultural e de seu conhecimento de mundo.
(B) desligado da realidade que o circunda.
O estudante quando aponta a alternativa “C”, como
(C) desnorteado com a beleza da moça.
gabarito, é porque conseguiu desenvolver a habilidade
(D) preocupado com a vida dele.
esperada pelo descritor.
(E) cansado de esperar o trem.
QUESTÃO 07 (Descritor 17)
COMENTÁRIO DO GABARITO
Este item avalia a habilidade de reconhecer o efeito de
MÚLTIPLA ESCOLHA sentido decorrente da escolha de uma determinada
palavra ou expressão. No texto lido, a palavra ”homem-
Velhice é apenas outra fase: mas, como se ela fosse poste” é usada para fazer uma referência ao estado de
algo estanque, um setor final, procuramos esquecer- desatenção em que o homem se encontra a tudo que
nos dela no nosso baú de enganos, a chave guardada está ao seu redor. Portanto, se o estudante consegue
por algum duende que ri de nós (a gente finge não ver).
perceber que a palavra em destaque foi utilizada com QUESTÃO 10 (Descritor 20)
essa intenção, no texto, ele escolhe a alternativa B,
como gabarito. Texto 1

QUESTÃO 09 (Descritor 19) A VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE


BRASILEIRA
O ÚLTIMO ANDAR
Além de ser um constrangimento físico ou moral, a
No último andar é mais bonito: violência é um ato vergonhoso que acontece
do último andar se vê o mar. diariamente, em todos os lugares do Brasil e no mundo.
É lá que eu quero morar. Ninguém sai mais
à rua seguro de que vai voltar ao seu lar, muitas
O último andar é muito longe: pessoas morrem e deixam famílias em sofrimento, por
custa-se muito a chegar. causa de um assalto, uma bala perdida ou outra causa
Mas é lá que eu quero morar. de violência.
Ao andar pelas ruas, ninguém mais confia em
Todo o céu fica a noite inteira ninguém, todos ao se aproximar de qualquer pessoa já
sobre o último andar. ficam preocupadíssimos, sempre achando que irão ser
É lá que eu quero morar. assaltados ou coisa pior(...).
Disponível em: http://www.coladaweb.com/sociologia/a-
violencia-na-sociedade-brasileira
Quando faz lua, no terraço
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.
Texto 2
Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar:
no último andar.

De lá se avista o mundo inteiro:


Tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero
morar: no último
andar.”

(Cecília Meireles. Disponível em:


http:www.lusografias.wordpress.com)

A repetição da expressão “É lá que eu quero morar”,


ao longo do poema

(A) estabelecer novos sentidos ao verbo “morar”.


(B) destacar a beleza incomparável do último andar. Disponível em <http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/melhores-
charges-sobre-violencia>. Acesso em 30/06/2017
(C) indicar o ponto de vista do eu lírico sobre o último
andar.
(D) apresentar argumentos acerca do lugar ideal para Os textos 1 e 2 diferenciam-se, quanto ao
morar.
(E) enfatizar os anseios do eu lírico sobre o melhor (A) gênero textual.
lugar para morar. (B) tema abordado.
(C) objetivo do tema.
COMENTÁRIO DO GABARITO (D) nível de linguagem.
O item avalia a habilidade de reconhecer o efeito de (E) público a que se destinam.
sentido decorrente da exploração de recursos
ortográficos e /ou morfossintáticos. No texto, “O último COMENTÁRIO DO GABARITO
andar”, observa-se a estratégia da repetição lexical: “É Este descritor avaliar a habilidade do estudante em
lá que eu quero morar” com o intuito de indicar o ponto reconhecer as diferenças entre textos que tratam do
de vista do eu lírico sobre o último andar. O estudante mesmo assunto, em função do leitor-alvo, da ideologia,
que escolheu alternativa C como gabarito, conseguiu da época em que foi produzido e das suas intenções
desenvolver a habilidade esperada pelo descritor. comunicativas, utilizados como recurso para análises
críticas de problemas do cotidiano. Ao marcar a
alternativa A como gabarito, o estudante consegue
compreender essa habilidade.

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