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Atividade 1

A vedação da assim denominada ‘decisão-surpresa’ encontra lastro no art. 10,


do CPC/15, reforçando não apenas o direito ao contraditório, mas o dever de
diálogo (ou consulta) do julgador para com as partes, o que também é uma
decorrência do direito à colaboração processual. À luz dessas considerações, o
aluno deverá examinar criticamente o seguinte julgado, proferido no âmbito do
Superior Tribunal de Justiça, identificando se ele está adequado ao dispositivo
legal mencionado (art. 10, CPC/15) e aos conceitos de causa de pedir, pedido e
fundamentação da decisão:

“O "fundamento" ao qual se refere o art. 10 do CPC/2015 é o fundamento


jurídico - circunstância de fato qualificada pelo direito, em que se baseia a
pretensão ou a defesa, ou que possa ter influência no julgamento, mesmo que
superveniente ao ajuizamento da ação - não se confundindo com o fundamento
legal (dispositivo de lei regente da matéria). A aplicação do princípio da não
surpresa não impõe, portanto, ao julgador que informe previamente às partes
quais os dispositivos legais passíveis de aplicação para o exame da causa. O
conhecimento geral da lei é presunção jure et de jure” (STJ– Quarta Turma, EDcl
nos EREsp 1280825, rel. Min. MARIA ISABEL GALLOTTI, j. 27.6.2017).

Crítica
A Ministra Maria Isabel Galloti se equivocou ao vedar a “decisão-surpresa”.
Com a sua decisão a mesma vai de contra partida com o Art. 10 do CPC/15,
impossibilitando o direito das partes ao contraditório.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de
jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre
a qual deva decidir de ofício.
Sendo assim, a ministra se equivoca pois ainda que o juíz possa decidir sobre
matéria de direito que não tenham sido trazidas pelas partes, é dever do mesmo
oportunizar que as partes se pronunciem sobre aquilo que possa influenciar na
decisão da causa, assim validando a aplicação da Iura Novit Curia (o tribunal
conhece a lei).i
A nova ideia de contraditório trazida no novo CPC/15, deixa de lado a ideia de
que cabe ao juiz aplicar o direito e as partes apenas de relatar os fatos, portanto
na sua fundamentação, que o juiz deverá analisar as questões de fatos e direitos
trazidos pelas partes. ii
A fundamentação da decisão é um pressuposto do devido processo legal,
então ao fundamentar a sua decisão analisando os argumentos relevantes
trazidos pelas partes, o juiz garante o direito ao contraditório dando ao cidadão
segurança jurídica dos atos jurisdicionais tutelados pelo Estado.iii

i
MARINONI, L.; ARENHART S.; MITIDIERO, D.; Novo Código de Processo Civil
Comentado. 1. ed. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais Ltda, 2015. 109 p.
ii
MARINONI, L.; ARENHART S.; MITIDIERO, D.; Novo Código de Processo Civil
Comentado. 1. ed. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais Ltda, 2015. 110 p.
iii
MARINONI, L.; ARENHART S.; MITIDIERO, D.; Novo Código de Processo Civil
Comentado. 1. ed. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais Ltda, 2015. 110, 492 e 493
p.

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