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Jorge Hamada
Universidade Estadual Paulista, Bauru, Brasil, joha@feb.unesp.br
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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.
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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.
valores, para diferentes locais e situações de Tabela 2. Valores de resistividade típicos para o aterro
contaminação. Elis (2003) procurou relacionar de resíduos sólidos urbanos estudado, com base nos
resultados dos ensaios de campo e laboratório realizados
alguns valores de resistividade típicos para o
por Lago (2004), Ustra (2008) e Mondelli (2008).
entorno do aterro estudado, a partir de Resistividade (ohm.m)
sondagens elétricas verticais realizadas Materiais
min máx
superficialmente, como mostra a Tabela 1. Esses Solos locais + chorume 1 29
resultados incluem solos arenosos encontrados Arenito - Form. Marília 10 24
superficialmente no entorno do aterro, além da Resíduos + chorume 1 18
zona saturada e a possível presença de chorume.
Resíduos 1 20
Os solos residuais assim como o arenito Bauru,
Zona saturada 1 75
existentes em maiores profundidades e em
Pluma de Contaminação 1 55
regiões especificas do aterro, não foram inclusos Solos residuais da Form. 11 50
nessa tabela. Adamantina saturados
Zona de capilaridade 50 82
Após a realização de novos ensaios de campo
Solos Residuais do arenito 25 150
e laboratório com medidas de resistividade, contaminados
Camadas argilosas de 100 150
conforme descrito por Mondelli (2008), a aluvião não-saturadas
Solos residuais do arenito 190 600
Tabela 2 apresenta valores típicos de
Solos superficiais a oeste 300 900
resistividade encontrados no aterro estudado,
Solos residuais 1000 8000
integrando-se os resultados dos ensaios superficiais saturados a
geofísicos, geofísica 3-D, piezocone de
resistividade e resistividade em laboratório. A Figura 2 apresenta a localização dos poços
de monitoramento (PP), assim como das linhas
Tabela 1. Valores de resistividade propostos a partir das de caminhamento elétrico e sondagens elétricas
sondagens elétricas verticais realizadas no entorno do verticais (SEV) executadas no aterro estudado.
aterro de resíduos sólidos urbanos (Elis, 2003).
Camada Espessura Interpretação Resistividade
(m) (ohm.m)
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1 0,75 - 1,59 Solo 26,4 - 3136
superficial
2 0,78 - 5,93 Solo seco 24,3 - 566 3.1 Eletrorresistividade
3 1,77 - 3,37 Solo seco 82,4 - 670
3,14 - 4,58 Solo + 11,0 - 11,7 As Figuras 3 e 4 apresentam as seções obtidas a
chorume partir dos caminhamentos elétricos (Linhas 1 e
4 2,61 - 6,52 Zona de 17,4 - 81,3
2, respectivamente) realizados no aterro de
capilaridade
5 - Zona 10,4 - 22,3 resíduos sólidos por Elis (2003) e Lago (2004),
saturada re-interpretados utilizando-se o software
RES2DINV (Loke, 1998), com base na
2.2 Poços de Monitoramento topografia levantada em 2002 (Figura 2) e com
base nos valores de resistividade apresentados
A Figura 1 apresenta o perfil típico e as nas Tabelas 1 e 2.
características construtivas dos 16 poços de Observa-se nas Figuras 3 e 4 que foi possível
monitoramento permanentes construídos ao integrar os resultados dos diferentes ensaios
redor do aterro pela empresa responsável pela realizados, de modo que possibilitassem a
operação do mesmo, utilizando-se perfuração à identificação dos diferentes materiais, assim
percussão e coleta de amostras de solos como condições de saturação e contaminação
deformadas saturadas. As amostras de água existentes na área.
foram coletadas com bailer, após o esgotamento Com poucos ensaios intrusivos e diretos que
dos poços, a cada 6 meses, sendo sempre uma atingissem a zona saturada a leste do aterro, a
coleta durante o verão (estação chuvosa) e outra Linha 1 (Figura 3) teve como objetivo
no inverno (estação seca). caracterizar o perfil geológico-geotécnico a
montante do sentindo do fluxo subterrâneo
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0,80m
Caixa de proteção
de alvenaria
SEM ESCALA
0,178 m
Figura 1. Perfil construtivo típico dos poços de monitoramento permanentes instalados no aterro.
A 3a
SEV-10
ÍSICA
SPT-15
FÍSIC
SPT-6
LINHA GEOF
7537700
A
GEO
LINH
SEV-2
EROSÃO 2 SPT-4
SPT-13
2
PP-1 SPT-18
A
LIMITE DO ATERRO
SPT-2 SEV-3 RCPTU-15
FÍSIC
7537600 (PROJETO)
A
EROSÃO 1 PP-9
SPT-1 LINHA
LINH
GEO
AÇUDE 1
7537200 PP-10
RCPTU-16
RCPTU-13
NASCENTE
7537100
691600 691700 691800PP-6691900 692000 692100 692200 692300
Figura 2. Topografia e localização de todos os ensaios realizados no aterro de resíduos estudado por Mondelli, 2008.
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Arenito a Solo
Solo
Residual
Residual
Contaminado
Contamina Zona Capilar
Zona Saturada Pluma
NE S
Resíduos
hospitalares
Solos Resíduos + Chorume +
Residuais Solo de Compactação
Zona Capilar Zona Capilar
Arenito
Zona Saturada
Zona Saturada Pluma Pluma
A interpretação da Linha 2 (Figura 4), mais internos à linha de projeção do aterro, com
realizada sobre os resíduos, confirmou o valores de resistividade menores que 50 ohm.m.
comprometimento do aqüífero freático a cerca Os elevados valores de resistividade (>150
de apenas 2 m de profundidade da base do ohm.m) a leste do aterro indicam a condição não
aterro em alguns pontos, assim como uma saturada do solo, não contaminado, a 10 m de
mancha de baixa resistividade à direita da profundidade.
Figuras 4. Essa “mancha” foi interpretada como Considerando que não existem mais resíduos
o arenito que aflora nessa região, ao sul do e praticamente todas as regiões dos mapas da
aterro, conforme comprovado através de Figura 6 encontram-se saturadas a 22 m de
investigação visual in-situ. profundidade, foi possível identificar e avaliar a
A Figura 5 apresenta o mapa de extensão da pluma de contaminação causada
resistitividade interpolado para 10 m de pelos resíduos dispostos entre 0 e 15 m de
profundidade, utilizando o programa Surfer profundidade. Este fato indica a importância do
Version 8.0(Golden Software,2002). Esta figura conhecimento hidrogeológico, topográfico, do
indica que não são todos os solos que estão projeto e do histórico de operação e de
saturados nesta profundidade. Além disso, a disposição dos resíduos na área para
área preenchida com os resíduos é menor que a interpretação desses mapas. Plumas de
área da projeção do aterro, uma vez que a altura contaminação com diferentes concentrações,
do mesmo é maior na região central, quando os variando de 5 ohm.m no centro da área de
resíduos preenchem o vale natural existente no projeção do aterro, até 50 ohm.m, fora e a oeste
centro do aterro e ultrapassam a altura de 10 m do aterro (solos arenosos). Valores de
para cerca de 15 m. Estando o nível d’água mais resistividade menores que 5 ohm.m a leste e
raso a oeste do aterro (menos que 10 m de sobre a Linha 1, próxima ao poço PP-4, que
profundidade), é possível visualizar a formação havia apresentado contaminacao na água,
da pluma de contaminação a partir dos resíduos confirmam a contaminação e a influência das
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P: Pluma de contaminação
SS: Solos arenosos saturados
RS: Solos residuais saturados
A: Arenito
SS
P A
SS
R RS
P P SS
A
P P P P P
P
P P SS
SS P P
RS RS
SS P
P A RS
A
A
RS SS
RS
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monitoramento. 7537600
PP-1
PP-5A PP-4
aterro, com base em alguns parâmetros físico- 95
químicos analisados durante as duas últimas PP-3A 90
PP-11
85
80
monitoramento: Agosto de 2007, quando as 7537300 75
70
maiores concentrações foram verificadas para LAGOS
PP-10 65
PP-12
É importante destacar a limitação dessa PP-11
nível de profundidade, além da diluição dos 691600 691700 691800 691900 692000 692100 692200
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