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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA DA

_______ DO FORO DE SP.

ANA LUIZA SILVA BARRETO, brasileira, solteira, modelo, portadora da cédula de


identidade 54.937.389-5 e CPF 450.627.398-72, analu.barreto@gmail.com,
residente domiciliada na Av. Paulista, n° 326 – Cerqueira Cesar, São Paulo/
SP,CEP: 05207-730, por intermédio de seu advogado (documento em anexo) vem a
presença de Vossa Excelência propor AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS
MORAIS E MATERIAIS, em face de CLÍNICA MÉDICA MARIA AUGUSTA LTDA,
inscrita no CNPJ sob n° 54.789.987/0001-76 com sede na Rua Guaianases, 1385 -
Campos Elíseos, São Paulo - SP, CEP: 01204-001, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos.
I – DOS FATOS

A autora, no dia 13 de Abril de 2019 por volta das 15 horas, foi efetuar a
primeira sessão do procedimento de estética chamado CRIOLIPÓLISE, que tem
como efeito a eliminação de gordura acumulada na região do abdômen, em uma das
filias da CLÍNICA MÉDICA MARIA AUGUSTA LTDA, inquilina na Av. Cidade Jardim
nº 510, Shopping Cidade Jardim – São Paulo/SP. O tratamento foi realizado sem
custos em dinheiro, pois a requerente o fez em troca de publicidade, por meio de
postagens que beneficiavam a imagem da empresa para seguidores do seu perfil da
rede social Instagram, conforme consta no contrato (DOCUMENTO EM ANEXO).
O tratamento utiliza um aparelho com uma ponteira, semelhante a um aspirador,
que promove uma sucção a vácuo no corpo, podendo chegar a -10º C. Para proteger a
pele, uma manta que libera calor foi colocada na região abdominal de Ana Luiza. No
entanto, após 20 minutos que fora iniciado o procedimento, a mesma começou a
sentir sua pele queimar e avisou o profissional que realizava a Criolipólise. Ele não
se atentou às reclamações da paciente e somente desligou o aparelho cerca de 10
minutos depois.
Após a retirada da manta, Ana Luiza notou que, na região onde fora realizado
o procedimento, havia uma mancha avermelhada e pequenas bolhas, além da
sensação de queimação. Ao ser questionado, o profissional alegou que tal fato era
normal nesse tipo de intervenção e que a única providência que poderia tomar era
dar-lhe uma pomada. Uma das clientes, _________, que esperava para ser
atendida, presenciou todo dialogo e também viu a lesão na pele da autora.
Após observar que as bolhas haviam crescido, a requerente, por volta das 17
horas, foi imediatamente ao HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, onde
recebeu o diagnostico de queimadura de 3º grau, como consta no laudo médico
(DOCUMENTO EM ANEXO). Assim que foi liberada pelo hospital, Ana Luiza se
dirigiu a 89º DP do Morumbi e prestou um boletim de ocorrência (DOCUMENTO EM
ANEXO).
Com o corpo lesionado, a autora precisou ficar afastada mais de um mês de
seu trabalho, perdendo contratos com nove importantes empresas que a
patrocinavam. O tratamento e as cicatrizes no seu corpo, seu principal instrumento
de trabalho, impediram a continuidade efetiva de suas funções, sabendo que o
número de anúncios e seguidores que tinha antes do ocorrido havia diminuído, e
que assim perdera cerca de 60% de sua renda, usada não somente em seus
afazeres comuns como também no tratamento e cirurgias para corrigir as cicatrizes e
problemas posteriores.
Além dos danos físicos, todo o sofrimento causado desde o inicio do ocorrido,
bem como os comentários maldosos sobre sua aparência, levaram Ana Luiza a
começar a fazer terapia com um psicólogo, que diagnosticou sequelas do trauma
sofrido por ela como dito no laudo médico (DOCUMENTO EM ANEXO).
Desta forma, considerando todos os transtornos sofridos por Ana Luiza
durante o procedimento estético e após ele, tanto pela lesão grave em sua pele,
quanto pelas sequelas psicológicas sofridas, deve a CLÍNICA MÉDICA MARIA
AUGUSTA LTDA indenizar a requerente pelos danos materiais e morais sofridos.
O fato no caso é a queimadura de 3º grau sofrida pela autora durante o
procedimento de CRIOLIPÓLISE decorrida pela irresponsabilidade e falta de aptidão
da clinica e de seus funcionários. A ocorrência do dano foi danificação de seu
instrumento de trabalho (o corpo), que por sua vez ocasionou a perda da renda,
além debilitar sua saúde mental. Quanto ao nexo de causalidade, diz a teoria da
causalidade adequada que, um fato é causa de um dano quando este seja
consequência normalmente previsível daquele.
II – DOS DIREITOS

O Ordenamento Jurídico Pátrio tem como enfoque a proteção à pessoa


humana. Esta é a razão que justifica a própria existência do Estado.

Quando a dignidade da pessoa humana é vilipendiada há a necessidade da


devida reparação integral a vítima tomando como parâmetros no caso concreto a
extensão da lesão, os direitos fundamentais violados, as condições pessoais dos
sujeitos da relação jurídica, afim que seja alcançado o aspecto pedagógico, punitivo
e compensatório na indenização arbitrada.

O quotidiano forense tem encerrado a discussão sobre responsabilidade civil


consagrando o dano material, moral e estético, inclusive com a possibilidade de
cumular os mesmos no caso concreto, sem caracterizar um bis idem.

Acentuou-se a necessidade de trazer roupagem própria para o dano à saúde


(art. 6º, 196 da CF), vez que a classificação encerrada em dano material, moral e
estético não era a adequada para a reparação integral, causando prejuízos
incomensuráveis à pessoa humana.

O dano à saúde encontra respaldo na jurisprudência italiana como dano


autônomo, entretanto a doutrina nacional e os Tribunais Pátrios tem enquadrado o
assunto como dano estético, fundamentando tal premissa no teor da súmula 387 do
STJ.

Dano moral é toda ofensa causada aos direitos morais da pessoa humana,
correspondentes à integridade moral da pessoa humana, sejam eles, direito à
identidade, à honra, ao respeito, ao decoro, às criações intelectuais, ou aos direitos
ao corpo, que não ligados diretamente à pessoa de seu titular.

A Constituição de 1988 admite a plausibilidade da indenização por danos


morais, inclusive de forma autônoma ao dano material. Senão vejamos

V- É assegurado o direito de resposta, proporcional ao


agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;

X- São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra


e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. (Art.
5º, V,X, CF/88)

Em matéria jurisprudencial, a Súmula 37 do STJ consagra a independência


do dano moral frente ao dano material, como se depreende, in verbis:

São cumuláveis as indenizações por dano material e


dano moral oriundos do mesmo fato. (Súmula 37 do STJ)
Em matéria conceitual, traz-se alguns autores que tentam melhor definir a
dimensão da extensão do dano moral. Senão vejamos.

Para Carlos Roberto Gonçalves dano moral é uma lesão aos direitos da
personalidade, in verbis:

Dano moral é a lesão aos direitos de personalidade,


tais como honra, a dignidade, a intimidade, a imagem, o bom
nome, etc., como se infere dos arts. 1º, III, e 5º, V e X, da
Constituição Federal, e que acarreta ao lesado dor, sofrimento,
tristeza, vexame e humilhação. (2011, p. 377)

Para Teresa Ancona Lopes o conceito de dano moral como uma oposição a
de danos matérias. É salutar a transcrição da definição sobre o assunto da
civilista, ipsis litteris:

Portanto, a definição de dano moral deveria ser dada


com contraposição a dano material, sendo este o que lesa
bens apreciáveis pecuniariamente e aquele, ao contrário, o
prejuízo a bens ou valores que não têm conteúdo econômico.
(2004, p. 24).

A reparação de lucros cessantes referente aos danos materiais efetivos sofridos em


função de culpa, omissão, negligência, dolo, imperícia.

Para caracterização do pleito, há necessidade de efetiva comprovação dos lucros


cessantes – não basta argumentar que existiram, deve-se prova-los (DOCUMENTO
EM ANEXO).

O Código Civil Brasileiro assim dispõe sobre a reparação de danos:

Artigo 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei,


as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que
ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Artigo 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor,


as perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros
cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do
disposto na lei processual.
III – DAS PROVAS

Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, depoimentos de


testemunhas, perícia, bem como novas provas, documentais e outras, que
eventualmente venham a surgir.

IV - DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) Citação do réu,
b) Se digne Vossa Excelência considerar procedente o pedido, para o fim de
condenar a ré ao pagamento de indenização no valor de R$ xxxxxx (Valor),
pelos danos materiais, mais o valor a ser arbitrado por Vossa Excelência em
salários mínimos referentes ao dano moral, bem como das custas
processuais e honorários advocatícios, na base de xx% sobre o valor da
condenação, tudo com a devida atualização.
c) Atribui-se a causa no valor de R$ xxxxxx (Valor)

Termos em que pede deferimento.

São Paulo, 27 de Maio de 2019.

___________________________________

Advogado

OAB/SP (22.87949)

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