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As mudanças climáticas têm sido discutidas de forma mais frequente a cada ano. Isso se deve,
inclusive, ao fenômeno do aquecimento global, que teve suas discussões mais constantes a
partir de 1950. (LEITE, 2015). No final dos anos de 1980, quando uma considerável parcela
dos meteorologistas ficou preocupada com a possibilidade de que ações humanas, como o uso
de combustíveis fósseis, pudessem estar contribuindo para o aquecimento global –
intensificação da temperatura do planeta. A partir disso, alguns cientistas chegaram a afirmar
que o problema se manifestaria em breve e que poderia ter efeitos sociais, ecológicos e
econômicos desastrosos (CASAGRANDE et al. 2011).
A dinâmica climática é condicionada, primariamente, pela radiação solar, que é a fonte básica
de energia para a Terra. Além da radiação solar, um processo natural chamado “efeito estufa”
aquece a baixa troposfera, junto à superfície terrestre e na qual a vida biológica se desenvolve
(FERREIRA et al. 2017). Esse processo natural se dá quando a radiação terrestre é absorvida
pelo vapor d’água, nuvens e gás carbônico principalmente; a parcela restante cabe ao metano,
ozônio, óxido nitroso e outros gases, como o clorofluorcarbono. Esses gases, por sua vez,
emitem a radiação terrestre em todas as direções, inclusive em direção à superfície e ao
espaço. A absorção e emissão desses gases pelas várias camadas atmosféricas reduz a perda
de radiação terrestre, emitida pela superfície, que escaparia para o espaço exterior
(CASAGRANDE et al. 2011).
O ozônio (O3) talvez seja um dos constituintes atmosféricos mais importantes para vida
animal e vegetal sobre a Terra, devido à capacidade de absorver radiação no ultravioleta que
seria extremamente danosa aos organismos. Sua concentração não é a mesma em diferentes
alturas, porque os processos de produção e perda têm intensidades diferentes a diferentes
alturas. Surge aí o conceito de camada de ozônio que consiste na fatia da atmosfera onde a
concentração de O3 é relativamente elevada em relação ao resto da atmosfera (KIRCHHOFF,
1988).
Nas últimas décadas, grande parte da comunidade científica, órgãos internacionais, agências
de pesquisas e organizações supranacionais vem investigando a possibilidade de uma possível
interferência humana na dinâmica climática global (LEITE, 2015). Esta intervenção estaria
associada às atividades humanas, responsáveis pelo aumento da concentração de gases estufa
emitidos a partir da exploração indiscriminada dos recursos naturais para produção de energia
e bens de consumo. (FERREIRA et al, 2017)
Ferreira et al. (2017), afirma que a recente divulgação do relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) demonstrou que as alterações na
atmosfera com o aumento da concentração dos gases de efeito estufa e o aumento da radiação
solar (decorrente da redução da camada de ozônio na estratosfera, provocada pela emissão de
clorofluorcarbonos (CFCs) reagem e eliminam o ozônio) são responsáveis pelo ritmo do
aquecimento global observado. Segundo Leite (2015), ao mesmo tempo em que este processo
ocorre, a eliminação de áreas verdes e a redução de fitoplâncton nos oceanos pela ação da
radiação ultravioleta que atinge a superfície da Terra em maior quantidade devido à redução
da camada de ozônio, reduzem a capacidade de extração de CO2, contribuindo assim para
favorecer ainda mais o aquecimento.
De acordo com Silva & Paula (2009), há necessidade de se pesquisar, ainda mais, os diversos
fatores que causam as flutuações e mudanças climáticas. A verdadeira dimensão das causas
que reconhecidamente interferem entre si continuará sendo objeto de muitos debates entre os
cientistas, e de notável interesse pelo público em geral para o entendimento dos processos
naturais e dos efeitos das ações antropogênicas e suas interações.
Apesar dos céticos do clima dizerem que a conclusão de que o planeta está mais quente agora
do que em qualquer período dos últimos mil anos seja discutível, não há dúvidas de que a
degradação ambiental foi acelerada nas últimas décadas (SILVA & PAULA, 2009). A
questão da mudança climática é um desafio complexo, visto que os perigos representados pelo
aquecimento global não são palpáveis, imediatos ou visíveis no cotidiano, por mais
assustadores que se afigurem. No entanto, aguardar para que eles se tornem visíveis e agudos
para só então providenciar medidas sérias será, certamente, tarde demais (CASAGRANDE et
al. 2011).
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELO HORIZONTE/MG
2018