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A CULPA (NÃO) É SUA!

ARGUMENTO E ROTEIRO ORIGINAL


DAVI PLÁCIDO

ADAPTAÇÃO E CORREÇÃO
FERNANDA RODRIGUES
SANTIAGO GOMES
STELLA MARQUES
VITORIA CORREIA

COORDENAÇÃO E RELATÓRIOS
LARISSA CABRAL

PROFESSORAS ORIENTADORAS
ELOÍSA LAGES
NATÁLIA ALONSO

DIREÇÃO
FERNANDA RODRIGUES
GABRIELLY LANA
LARISSA CABRAL

TURMA REALIZADORA
1ºC – ETIM Marketing

PROJETO NA MORAL – SEMANA PAULO FREIRE


Etec Martin Luther King | 2019
ATO I

CENA 1. QUARTO DE LUANA - INTERNO - MANHÃ

Luana se levanta de sua cama e a cena passa a ser narrada

CONSCIÊNCIA (off):
Todos os dias eu acordava e falava apenas com minha mãe.
Ignorava totalmente meu padrasto e pensava na falta que meu
irmão me fazia.

Ela abre sua penteadeira e começa a se arrumar

CONSCIÊNCIA (off):
Sempre me arrumava da melhor forma e sabia que estava
linda. Porém eu ensaiava mentalmente diálogos onde eu dizia
que não me via assim linda.

Luana então sai de casa, rumo a escola

CONSCIÊNCIA (off):
E eu saia de casa: sozinha. Não porque queria estar só, mas
porque ela sabia que devia ir só!

CENA 2. SALA DE AULA – INTERNO – MANHÃ

Com os pés arrastados surge Luana, com sua mochila. Ela


olha para os colegas, que conversam e não notam sua chegada

Nada animada, LUANA diz: Bom dia

Sob um silêncio constrangedor, todos os olhares frios se


voltam para ela, que olha para o fundo da sala e vê
Miguel conversando com alguém. No momento, ela sente
uma mistura de culpa, medo e angústia.

CONSCIÊNCIA (off):
E ali eu encarava ele, com a certeza de que a culpa de tudo
era só minha, e não dele.
ATO II

CENA 3.

PÁTIO DA ESCOLA – INTERNO – TARDE

No centro do palco, vemos jovens formando uma roda de conversa.


Luana, segurando um pacote de bolachas entra na roda.

LUANA: Oi!

Logo, ela é recebida com desprezo pelas pessoas da rodinha.

LUCAS se dirige a Alex:


Então... e como tá com a Júlia?

ALEX, com um ar de conquista:


Ah, tá indo! Foi ela que me trouxe o bolo semana passada.

REALIDADE (off):
Luana não foi convidada para aquela festa.

LUCAS:
Pois é, aquele bolo tava foda

ALEX:
Não, cara. Era de chocolate

ANDRÉ, chocado:
Como assim a criatura não gosta de chocolate?!

CONSCIÊNCIA (off):
Mesmo não falando com Alex, eu sabia que ele era alérgico

ALEX, agressivo:
Como a criatura não gosta de vaginas?

LUCAS:
Na moralzinha, ela tá entrando numa furada

REALIDADE (off):
Júlia era muito gentil. Fazia bolos para ajudar sua
família, porém era sempre desmerecida pelas outras pessoas
por sua beleza diferente
LUCAS:
A mina cozinha, é mó gente fina e tá ficando com você

Surge então Valéria, uma menina muito bonita e arrogante

VALERIA:
Se poupem! Aquela garota tem cara de chinchila!

Todos riem, exceto Lucas e Alex.

CONSCIÊNCIA (off):
Luana sempre imaginava o que falavam dela pelas costas e o
que falavam de Valéria com quando ela não estava.

REALIDADE (off):
Falavam mal.

Marcela, amiga de Valéria vira-se para Luana e pede uma bolacha.

MARCELA:
Posso?

LUANA:
Claro!

Ela estende o pacote

MARCELA:
Obrigado, você está linda hoje.

CONSCIÊNCIA (off):
Será que ela está falando a verdade?

REALIDADE (off):
Ela não achava isso.

LUANA, tentando ter humildade:


Obrigado, foi a primeira coisa que eu vi no armário.

CONSCIÊNCIA (off):
Mentira!

VALÉRIA:
Lá vem a Luana, tentando ser a perfeitinha, como sempre.

LUANA:
Não, é sério. Eu… foi a primeira roupa que eu encontrei.
VALÉRIA:
Tanto faz…

LUCAS:
Parem de julgá-la. Passando uma maquiagem ela fica linda!

VALÉRIA:
Acho que aquele tribufu não fica bonita nem com Photoshop.

LUCAS, nervoso:
A beleza é interior!

MARCELA:
Fica louco na próxima vez.

LUANA, insegura:
E se isso não funcionar, um baseado resolve.

Todos olham para Luana com certo espanto.

LUCAS:
Você já usou pra saber?

REALIDADE (off):
Faziam seis meses que o irmão de Luana cumpria pena por
venda de drogas.

LUANA:
Não, eu… eu ouvi dizer.

CONSCIÊNCIA (off):
Eu sentia falta dele. Sentia falta de como ele me fazia
feliz em dias comuns, mesmo quando as marcas que minha mãe
deixava em mim não queriam sair.

ALEX:
Mas enfim… não importa se a Júlia é ou não bonita, de trás
não dá pra ver o rosto dela!

Todos riem e Luana se lembra.

REALIDADE (off):
Era isso que o padrasto de Luana dizia sobre sua mãe.

ANDRÉ dirige-se as garotas, alfinetando os garotos:


Mano, eu não sei porque que vocês andam com esses caras
MARCELA rebate:
Você também anda com eles!

ANDRÉ:
Por falta de opção! E, eu prefiro andar com eles do que
andar com mulheres. Tenho tanto nojo que nasci de cesárea!

Ele faz a roda gargalhar.

REALIDADE (off):
A mãe de André faleceu pouco após seu nascimento. Seu pai
não lidou bem com aquilo, e nem com o filho.

CONSCIÊNCIA (off):
A piada foi ofensiva e sem graça. Mas eu ri… todos riram.

MARCELA, revoltada:
Qual o problema de vocês homens? Agora tudo em nós tem que
agradar a vocês? Somos o que? Capacho de vocês?

VALÉRIA:
Você entende bem de capacho, não? Tudo o que te mandam
fazer, você faz…

REALIDADE (off):
Marcela e Caco namoravam há algum tempo. Ela morria de medo
de perdê-lo e por isso era muito submissa a ele.

ALEX, com tom de deboche:


A empregadinha do Caco!

CONSCIÊNCIA (off):
Luana se lembrou de sua mãe que se recusava a limpar a casa
desde que seu irmão foi embora.

REALIDADE (off):
E agora essa era a sua função e ai dela se dissesse não!

MARCELA:
Nem venham mudar de assunto!

LUANA:
Eu estava mal ontem, por causa de um garoto também.

Ninguém dá muita importância para a fala de Luana. Eles se


fecham um pouco mais e deixam-na para fora da roda.
CENA 4. QUARTO DE LUANA – INTERNO – NOITE

CONSCIÊNCIA (off):
Chego em casa cansada. Subo as escadas e me refugio no meu
quarto. Não quero brigar com minha mãe de novo, então
tranco ele antes que ela me alcance. Ouço os gritos dela.

ANTÔNIA (Mãe da Luana), furiosa, batendo na porta:


LUANA! ABRE ESSA PORTA AGORA! QUANTAS VEZES EU JÁ TE DISSE
PARA NÃO IR PRA ESCOLA QUE NEM UMA PIRANHA?

REALIDADE (off):
Como sempre, Luana acha melhor ignorá-la. De fones
colocados, ela se deita na cama e decide desabafar em seu
diário, como sempre fazia quando se sentia daquele jeito.

CENA 5. LEMBRANÇAS DE LUANA – INTERNO - NOITE

CONSCIÊNCIA:
Tempos atrás, pouco depois de meu irmão ter me deixado, eu
conheci o Miguel. Ele era bom em todos os esportes, era
amigo de todo mundo e era bem popular. No início éramos bem
grudados, conversávamos todos os dias, o tempo todo. Com
ele, conheci a Laura, que se tornou uma grande amiga minha.
Ela sempre me ajudava, me consolava quando sofria, me
maquiava, penteava meu cabelo e segurava ele toda vez que
eu vomitava. Eu sabia que eles se gostavam bastante. Também
sabia que ela era uma das poucas garotas bonitas da escola
com quem ele ainda não havia ficado. Achava que eles se
queriam e que se fariam felizes. Em um momento difícil da
vida, eu entrei no quarto do meu irmão e encontrei algumas
pílulas. Tomei. E sob efeito daquilo eu criei coragem pra
mandar uma mensagem pro Miguel dizendo que ele e Laura
formariam um ótimo casal.

REALIDADE:
Miguel era um rapaz como qualquer outro da escola. No
começo da amizade Luana o fazia rir e até rendia bons
momentos. Mas com o tempo, Miguel foi enxergando a
companhia de Luana como uma obsessão, e de nada ela servia
se eles não fossem ficar. Já Laura entendia que Luana
precisava de sua amizade, mas uma parte sua ainda pensava
se Luana não era simplesmente carente e exagerada. Miguel e
Laura acabam as vezes comentando sobre o quão impertinente
era Luana, e com o tempo, só falavam mal da garota. Porém,
ao contrário do que Luana pensava, a relação dos dois não
passava de uma amizade. Assim, quando Miguel recebeu a
mensagem, ele recorreu à Laura, que desmentiu a história.
Esse foi o estopim para o fim de uma relação já desgastada.

CENA 6. BANHEIRO DA ESCOLA – INTERNO – DIA

Enquanto Luana lavava as mãos na pia, Laura entra no recinto.

LAURA:
Luana, podemos conversar?

LUANA:
Claro.

LAURA:
Por que você fez aquilo? Por que você mandou aquela
mensagem?

LUANA, recuando na medida que Laura se aproxima.


Laura, por favor… a minha intenção não era acabar com a
amizade vocês, eu só…

LAURA:
Eu cansei das suas desculpas!

LUANA:
Desculpa! Eu não estava num bom momento, a culpa foi minha…

Ela estica sua a mão para tocar o ombro de Laura, mas a menina
empurra o seu braço. Luana tenta continuar.

LUANA:
Eu sei que você não quer me desculpar, mas, por favor, me
ouve! Ele me interpretou errado!

Laura dá um tapa em Luana. A consciência também sente a bofetada

LAURA:
Não vem com essa. A culpa é sua! Para de usar as outras
pessoas para chamar atenção para você! Se elas te deixaram,
foi porque você mereceu!

Laura empurra Luana no chão (consciência e Luana caem).


Laura começa a espancá-la e as cortinas se fecham
ATO III

CENA 7.

QUARTO DE LUANA – INTERNO - NOITE

Abrem-se as cortinas. Luana agora está recuada em seu quarto


Entra Miguel ele fica bem na frete de Luana.
Entra a realidade e se movendo começa a recitar um poema

REALIDADE:
Fala seu poema

(Enquanto miguel fala seu sermão para o


público ambos se mesclam)

MIGUEL:
Você ferrou com tudo! Você perdeu tudo isso porque mereceu,
por isso todo mundo te acha egoísta. Mano, eu tentei, eu
realmente tentei ver um futuro em você mas você não
consegue aproveitar as chance que te dão de mudar. Você não
se prova! Todo esse sarcasmo, essa crítica, seu jeito, seus
defeitos, são mais uma porra de mecanismo de defesa para
que ninguém consiga atravessar você e ver o quão fraca você
é! Você causa problemas só pra que eles te protegem. Até
você sabe que por mais que queira, você não é o suficiente!
Nem pra você nem pra ninguém! Eu tenho pena de você, assim
como a Laura também tem. Todos nós temos problemas e não é
desculpa para ficar se lamentando por ai! Sabe o que é
pior? Mesmo depois de todas as chances que te demos, está
parecendo que você aceita nossa pena e se conforma com seus
defeitos! Agora acaba com essa palhaçada e se quiser se
resolver olhe na minha cara e me prove...

Ele grita isso para a plateia com força como quem quer
machucar alguém que já está caído. Ele sai do palco e no fundo
ouvimos os choros de Luana, que se levanta e encara a plateia

LUANA:
Eu vou me matar amanhã

Ela cai.
CENA 8.

QUARTO DE LUANA – INTERNO - NOITE

Luana lê o poema de seu diário

LUANA:
As vezes eu penso que cansei
Mas a verdade é que já me acostumei
Com a dor e com o sofrimento
Que me levam a muitos outros pensamentos

São pensamentos vazios


Extremamente frios
Me levam a lugares sozinhos
E me mostram vários outros caminhos

E entre tantos caminhos


Não sei mais o que pensar
Por que até parecem que são espinhos
Que não se cansam de me machucar

Luana deixa o diário cair com os pulsos cortados

Gaby entra no palco eGabi recita o seu poema enquanto Luana


costura os pulsos

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