Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
corpus à margem
Jair Zandoná
1
Parte 1: Para pensar
● O que faz/determina que um texto seja considerado literário?
● Há temas/escritas/poéticas masculinas/femininas?
➔Publicações/autores do sudeste
4
5
Fonte: http://blog.estantevirtual.com.br/2011/11/21/literatura-brasileira-no-exterior-os-12-autores-nacionais-mais-lidos-no-mundo/
Cânon, Roberto Reis
“Toda cultura nos inculca um conjunto de saberes – e estes saberes, via de
regra, de uma forma ou de outra, são saberes textualizados. Sempre
lemos/interpretamos (pode-se escrever que toda leitura é uma interpretação
e toda interpretação é uma leitura) aparelhados com este elenco de
conhecimentos” (Reis, 1992, p. 65)
6
Cânon, Roberto Reis
“a linguagem também hierarquiza e engendra em seu bojo mecanismos
de poder, na medida em que ela articula e está articulada pelas significações
forjadas no seio de uma cultura [posto que] as ideologias estão operando
para garantir a dominação social. [...] Segundo Jacques Derrida, a escrita foi
reprimida no Ocidente porque havia o risco de ela passar para as mãos do
outro, oprimido pela tirania do alfabeto, e o outro, se de posse da escrita,
poderia deslindar os mecanismos de sua própria dominação.” (Reis, 1992, p.
67)
8
Cânon, Roberto Reis
“A escrita e o saber, na cultura ocidental, estiveram via de regra de mãos
dadas com o poder e funcionaram como forma de dominação. Todo
saber é produzido a partir de determinadas condições históricas e
ideológicas que constituem o solo do qual esse saber emerge.” (Reis,
1992, p. 69)
16
Cânon, Roberto Reis
“a presença de escritores europeus é esmagadora. [...] Há poucas mulheres,
quase nenhum não-branco e muito provavelmente escassos membros
dos segmentos menos favorecidos pela pirâmide social com efeito, a
literatura tem sido usada para recalcar os escritos (ou as manifestações
culturais não-escritas) dos segmentos culturalmente marginalizados e
politicamente reprimidos – mulheres, etnias não-brancas, as ditas minorias
sexuais, culturas do chamado Terceiro Mundo.
[...]
18
Escritor+a
Parte + a
19
Autor+a, Norma Telles
“A literatura escrita por mulheres é, em certo sentido, um palimpsesto,
pois o desenho de superfície esconde ou obscurece um nível de
significado mais profundo, menos acessível ou menos aceitável
socialmente. É uma arte que tanto expressa quanto disfarça. Este
exercício de leitura, levando em conta a miríade de influências que afetam
nossas vidas, sonhos, faculdades críticas e leituras, não pretende uma postura
neutra, mas segue o conselho de Virginia Woolf: girar o caleidoscópio para
desvendar novas paisagens a partir de uma perspectiva alienígena. Quando
se faz esse tipo de leitura, que entrelaça os campos de significados e de
atividades, verifica-se que as narrativas de autoras não só convidam a uma
análise semiótica, mas realizam esse gesto por nós.” (Telles, 1992, p. 46)
20
“as fantasias linguísticas masculinas pode ser lidas como uma revisão da
língua materna realizada por um vidente que percebe o poder das palavras
comuns ao mesmo tempo que define as palavras das mulheres como meros
balbucios. As defesas contra a fala feminina tornaram-se mais ferozes
desde que as mulheres de classe média começaram a escrever.” (Telles,
1992, p. 48)
“Nos séculos XIX e XX, as escritoras buscaram o que Sylvia Plath denomina
‘alfabetos arcaicos’, uma ‘grandmatologia’ que colocam contra a gramatologia
da linguística patriarcal. [...] num esforço de se livrar do sermo paterno, de
transformá-lo e numa tentativa de estabelecer uma ancestralidade
alternativa, associada a uma linguagem oculta. [...] ‘ultrapassar a sentença-
como-julgamento-definitivo, a sentença-como-decreto-interdição, através da
qual a mulher foi mantida longe da sensação de estar em plena posse da
linguagem’.” (Telles, 1992, p. 48) 21
Autor+a, Norma Telles
“Gênero é uma categoria, um modo de fazer distinções entre pessoas; uma
construção cultural que classifica com base em traços sexuais, expandindo-se
por cruzamentos de representações e linguagens. Como classe e raça, tem
dimensões externas e internas: a classificação ou rotulagem é vista e lida
pelos outros, assim como pelo eu, e as semelhanças são interpretadas como
interesses partilhados, foi assim que também na sociedade ocidental
moderna, o gênero codificou as diferenças entre um reconhecido patrimônio
cultural masculino e uma correlativa e suposta penúria feminina (ou asiática,
ou ‘primitiva’, ou sul-africana). Gênero pode ou não importar para mim e
para os outros; em nosso meio sociocultural, importa sempre.” (Telles,
1992, p. 50)
22
Literatura brasileira contemporâneo:
alguns aspectos
★ Performer;
★ Local x global;
25
Mercado editorial
“As novas relações do livro com o mercado editorial aparecem a partir da
maior rapidez com que o autor é editado, seja pela utilização da informática
como suporte, seja pela multiplicação de pequenas editoras por todo o país.”
(RESENDE, 2008, p. 25)
26
27
Entrevista com
Conceição Evaristo
(2016)
Fonte:
https://youtu.be/b2nf_9_d5Vk
iniciar em 1’20
28
#LeiamulheresFloripa
Se você ainda não conhece o
projeto entre no site
http://leiamulheres.com.br/, mas
basicamente é clube aberto a toda
comunidade para estimular a leitura
de mais autoras mulheres.
29
#Leiatambém
A chave de casa, Tatiana Salém Levy
A gorda, Isabela Figueiredo
Amora, Natalia Borges Polesso
Como se estivéssemos em um palimpsesto de putas, Elvira Vigna
Insubmissas lágrimas de mulheres, Conceição Evaristo
Larva, Verena Cavalcante
Os anões, Verônica Stigger
Outros cantos, Maria Valéria Rezende
Sinfonia em branco, Adriana Lisboa
30
Referências
REIS, Roberto. Cânon. In.: JOBIN, José Luis (Org.). Palavras da crítica: tendências e
conceitos no estudo da Literatura. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 65-92.
TELES, Norma. Autor+a. In.: JOBIN, José Luis (Org.). Palavras da crítica: tendências e
conceitos no estudo da Literatura. Rio de Janeiro: Imago, 1992, p. 45-63.
31