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ANÁPOLIS / GO
Agosto, 2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: ESTRUTURAS METÁLICAS
DOCENTE: EDSON TEJERINA CALDERÓN
DISCENTES: DARY FERREIRA DA SILVA NETO E FELIPE FERNANDO LISOT LIMA
ANÁPOLIS / GO
Agosto, 2018
SUMÁRIO
Capítulo Página
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 4
2. MATÉRIA-PRIMA............................................................................................................ 5
2.2. CARVÃO/COQUE................................................................................................ 5
3.3 ACIARIAS.............................................................................................................. 9
3.4 LINGOTAMENTO............................................................................................... 11
3.5 LAMINAÇÃO....................................................................................................... 13
4.2. CLASSIFICAÇÃO............................................................................................... 15
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS................................................................................ 17
1. INTRODUÇÃO
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2. MATÉRIA-PRIMA
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3. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DO AÇO
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inferior do forno, ocorre a introdução de ar quente, que alcança temperaturas elevadas da ordem
de 1500°C dada a combustão do coque de carvão. A queima deste componente resulta na libe-
ração de calor e monóxido de carbono (CO), composto que apresenta grande atratividade ao
oxigênio, determinando a reação química de redução do minério de ferro (hematita, de formu-
lação Fe2O3). Como resultado dessa reação, ocorre o desprendimento do metal do óxido ante-
riormente constituído, assim como a geração de gás carbônico, conforme apresentado no ba-
lanço químico abaixo.
Fe2O3 + 3 CO 2 Fe (~94%) + 3 CO2 (~6%)
Dada a elevada temperatura de operação do alto-forno, o elemento ferro liquefaz-se,
resultando na obtenção do ferro gusa, também chamado ferro de primeira fusão. Este consiste
em uma liga de ferro com elevado teor de carbono (oriundo da massa de coque) e grande con-
centração de impurezas (PFEIL, 2009).
Os agentes fundentes inseridos no alto forno consistem em compostos minerais que re-
duzem o ponto de fusão das impurezas, convertendo os elementos deletérios, os resíduos de
coque e os minerais não metálicos do minério de ferro em escória de alto forno. A intervalos
regulares, ocorre a saída dos produtos do alto-forno, retirados por condutos na porção inferior
deste: o ferro gusa é movimentado em carros-torpedo em direção ao conversor de oxigênio,
enquanto a escória de alto forno é utilizada na produção industrial de cimento Portland.
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3.3. ACIARIAS
O processo de refinamento do ferro gusa tem como finalidade a obtenção de aço lique-
feito, haja vista que o ferro de primeira fundição apresenta elevada carga carbonácea e alta
concentração de impurezas. De acordo com Pfeil (2009), se por um lado o carbono incrementa
a resistência do aço, por outro torna-o mais frágil, fato pelo qual deve haver rigoroso controle
do percentual deste elemento na composição do aço, variando no intervalo de 0,008% até
2,11%. A refinação é realizada nas aciarias de oxigênio ou elétrica, sendo posteriormente com-
pletada na panela de aço.
No conversor de oxigênio – Figura 2 – também denominado processo Linz-Donawitz,
a massa liquefeita de ferro gusa é submetida à insuflação de oxigênio pressurizado, processo
este que ocorre no interior de um conversor refratário dotado de haste vertical, por onde circula
o O2 introduzido, e tem duração média de 15 a 20 minutos. O oxigênio inserido no conversor
reage com o carbono (em alta concentração) do ferro gusa, queimando sob a forma de monóxido
de carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2). Adicionalmente, o gás oxigênio reage com ele-
mentos deletérios contidos no ferro gusa, tais como fósforo, manganês e silício, precipitando-
se sob a forma de escória liquefeita, conforme apresentado nas reações químicas abaixo.
Si [Fe] + O2 SiO2 (escória)
Mn [Fe] + ½ O2 MnO (escória)
2 P [Fe] + 5/2 O2 P2O5 (escória)
Convém destacar que o ferro gusa compõe cerca de 80% do volume contido no interior
do conversor de oxigênio. O percentual médio restante, de 20%, é composto por sucata metá-
lica, adicionada no conversor de modo a absorver parte do excessivo calor oriundo de reações
predominantemente exotérmicas (temperatura média de 1700°C) e mitigar danos no revesti-
mento refratário do equipamento.
Encerradas as reações de dessulfuração, desfosforização e descarburação, a insuflação
de oxigênio é interrompida e o conversor é basculhado para a posição horizontal, de modo a
permitir a aferição da temperatura e a retirada de amostras de aço liquefeito e escória precipi-
tada.
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Figura 3: Representação esquemática do conversor de oxigênio.
Fonte: Pfeil, 2009.
Outra tecnologia adotada na etapa de refinamento do ferro para obtenção de aço lique-
feito consiste no forno de arco elétrico, esquematicamente representado na Figura 3. Esta mo-
dalidade siderúrgica responde por aproximadamente 25% da produção mundial de aço, apre-
sentando vantagens operacionais para a cadeia produtiva. Dentre estas, citam-se a elevada efi-
ciência energética, a possibilidade de operar com capacidade plena preenchida apenas por carga
sólida e a robustez de produzir quase todos os tipos de aço, devido ao controle independente do
calor liberado e das reações químicas inerentes ao processo.
A carga de alimentação do forno elétrico é composta predominantemente por sucata
metálica sólida, complementada com ferro-ligas, gusa em estado de solidificação ou metais
puros, em função das características especificadas para o aço em fabricação, sendo estas defi-
nidas por critérios econômico-operacionais.
Via de regra, a plena capacidade de operação do forno elétrico é obtida com dois carre-
gamentos não-simultâneos de sucata metálica, sendo o segundo carregamento adicionado no
instante em que a fusão da sucata metálica apresente redução volumétrica suficiente para a
acomodação de um novo incremento sólido no forno.
O início da fusão ocorre com o forno preenchido pelo primeiro carregamento e o arco
elétrico, munido de eletrodos, bem próximo da sucata metálica. Na etapa inicial, a tensão elé-
trica aplicada deve ser baixa visando proteger a abóbada de radiação excessiva, condição ope-
racional favorecida pela disposição de sucata leve na superfície da carga sólida, facilitando a
penetração no metal e dando celeridade à fusão.
Mediante o aprofundamento dos eletrodos e o alcance das camadas inferiores de sucata
metálica, aumenta-se a potência do arco elétrico, de modo a elevar a energia irradiada a ser
absorvida pela carga sólida circundante. Nessa etapa, deve-se prever a disposição sólida no
interior do forno de modo a evitar grandes desabamentos de sucata, que poderiam quebrar os
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eletrodos e consequentemente interromper o funcionamento dos fornos. Visando acelerar a fu-
são do primeiro carregamento para permitir a incorporação do segundo, são adicionados agentes
catalisadores de fusão, dentre os quais destacam-se as escórias espumantes e as lanças de oxi-
gênio e oxi-combustíveis. Ao final do processo, obtém-se o material com carga de impurezas
elevada, removida por reações de desoxidação, dessulfuração e desfosforização.
3.4. LINGOTAMENTO
Após o refino secundário na panela, o aço fundido é descarregado nas lingoteiras, que
se tratam de fôrmas metálicas, geralmente de cobre, que permite a confecção de blocos em
forma tronco-cônica, denominados lingotes. Transcorrido o tempo necessário de repouso, os
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lingotes são transferidos para a seção de desmoldagem, onde são extraídos e levados para os
fornos de regularização de temperatura, preparatórios da laminação (PFEIL, 2009)
Durante o processo de solidificação, a transformação do material liquido ocorre com
variação volumétrica, gerando uma contração de solidificação denominado rechupe ou contra-
ções de solidificação. O processo de solidificação ocorre com sentido das bordas da forma para
o centro, como mostra a Figura 4. A geometria da chupagem ou contração depende da geometria
da peça.
Tal processo de solidificação é heterogêneo e ocorrem por nucleação e crescimento cris-
talizado, ou seja, pequenos cristais surgem no meio do meio liquido e crescem segundo direções
cristalográficas preferenciais, dando origem a cristais dendríticos (ramificados).
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Figura 6: Simplificação do processo de lingotamento contínuo.
Fonte: Pfeil, 2009.
3.5. LAMINAÇÃO
Conforme Pfeil (2009), o/ processo denominado laminação consiste na transformação
do tarugo nos principais produtos siderúrgicos, como chapas, barras e perfis. Em geral, existem
dois processos de laminação; a laminação a quente e a laminação a frio.
No primeiro processo, os tarugos recebidos do lingotamento passam primeiramente por
um forno de reaquecimento e regularização de temperatura. Atingindo a temperatura de rubro,
são introduzidos nos laminadores desbastadores, que consistem em dois rolos giratórios que
comprimem a placa, reduzindo a seção e aumentando seu comprimento. A peça metálica passa
diversas vezes por este laminador, que possui a distância entre os rolos diminuída progressiva-
mente.
Dos laminadores desbastadores, o aço passa para os laminadores intermediários e aca-
bador, onde assumirão a forma dos produtos comercializados pela indústria siderúrgica em
questão.
É válido ressaltar que na laminação a quente, devido ao resfriamento desigual da peça
de aço, chapas e perfis laminados apresentam tensões que permanecem após o completo resfri-
amento da peça. Estas tensões são denominadas de tensões residuais.
Outro processo que tem sido adotado pela indústria siderúrgica é a laminação a frio.
Neste caso, são utilizadas bobinas laminadoras quentes que submetem a peça a pressões de
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laminação muito maiores. As peças produzidas pela laminação a frio geralmente são menos
espessas, possuem melhor acabamento e não apresentam tensões residuais.
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4. INDÚSTRIA SIDERÚRGICA
Figura 8: Distribuição da produção mundial de aço bruto entre os principais países produtores (2015)
Fonte: Worldsteel Assosiation (2017)
4.1. CLASSIFICAÇÃO
As indústrias siderúrgicas, conforme o Instituto Aço Brasil (2016), podem ser classifi-
cadas de acordo com seu processo produtivo. Sendo estas:
Integradas: Participam de todo o processo produtivo, e operam em três fases básicas:
redução, refino e laminação
Semi-Integradas: São indústrias que não participam do processo inicial do processo pro-
dutivo. Estas partem do ferro gusa, ferro esponja ou sucata metálica adquirido de tercei-
ros. Operam as fases de refino e laminação.
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Tais indústrias também podem ser classificadas quanto aos produtos predominantes em
sua linha de produção. Sendo estas:
De semi-acabados (placas, blocos e tarugos);
De planos aços carbono (chapas e bobinas);
De planos aços especiais / ligados (chapas e bobinas);
De longos aços carbono (barras, perfis, fio máquina, vergalhões, arames e tubos sem
costura);
De longos aços especiais / ligados (barras, fio-máquina, arames e tubos sem costura).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS
BELLEI, I.H. Edifícios industriais em aço: projeto e cálculo. 5 ed. rev. e ampl. São Paulo:
Pini, 2004.
SANTOS, A.F. Estruturas metálicas: projetos e detalhes para fabricação. São Paulo:
McGraw-Hill, 1977.
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