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MEETING 2019.

Humanidade e futuro – o papel moral do ser humano para com os animais

Há 200.000 anos surge o homo sapiens, ele deixa de ser nômade e fixa-se próximo a fontes de
águas, deixando de viver como parte equilibrada de um ecossistema e passa a dominar e
explorar a natureza, a agricultura, pastoreio, domesticação de animais, prioriza o seu próprio
bem-estar, nasce o antropocentrismo e a subjugação dos animais, depois disso, quatro outras
revoluções marcaram o mundo:

 Há 70.000 anos primeira revolução cognitiva, a linguagem ficcional (idealista,


simbólica, metafórica);
 Há 12.000 anos revolução agrícola;
 Há 500 anos revolução científica do século XVII;
 Há 200 anos revolução industrial.

Mesmo resistindo até nossos dias o antropocentrismo a história nos mostra vários aspectos
absurdos dessa filosofia, Aristóteles mesmo sendo um dos grandes gênios da nossa história
criou uma pirâmide, conhecida como Pirâmide Aristotélica, mostrava o homem no topo, acima
de toda criação, inclusive da mulher que dividia com animais um nível mais baixo. Até o século
VI ela não tinha alma, apenas em 1585 no Concílio de Macon na Gália ela foi declarada
possuidora de uma alma.

No século XVII Galileu cria a teoria de que o sol é o centro do universo e não a terra, mas é
obrigado pela igreja, sob ameaça de ser enforcado, a desmentir essa afirmação. Ocorre a
revolução científica, a ciência se liberta da sacristia, sai do bloco estado-ciência-religião, o
psíquico fica com a igreja e o material com a ciência, o antropocentrismo resiste.

René Descartes concebe o livro Le Monde que falava do heliocentrismo, que o universo era
uma grande máquina, e que os animais também não passavam de seres autômatos e quando
eles gemiam não era de dor, antes, apenas o barulho da máquina rangendo, ou seja, os
animais foram “coisificados”, mas isso nada mais era de que uma estratégia para o exercício do
poder que também era exercido sobre as mulheres e os escravos, pois esses da mesma forma
que os animais, não tinham alma, seu livro foi publicado 14 anos após sua morte, esse poder
ainda hoje é exercido sobre os animais, inclusive na universidade, e estes existem apenas para
servir ao homem.

A universidade nasce da igreja, inicialmente foi criada apenas para formar religiosos, então a
forma de pensar da universidade foi definida por ela e dentro desse conceito a universidade é
hierárquica.

A partir do século XI começaram a surgir universidades com cursos não religiosos, foram
criadas as universidade de Salermo (medicina), Bolonha (direito), de Paris, Oxford e
Cambridge.

No século XVIII nasce um novo modelo de universidade (ensino, pesquisa e extensão), ela
passa a interagir com a sociedade, porém resíduos do antigo modelo religioso persistem:
estrutura hierárquica, exercício do poder (origem feudal, vestes talares, templo do saber).
Ainda no século XXI a universidade é a única instituição cultural que ainda conserva a estrutura
medieval de hierarquia, halo sagrado, materialismo e sacrifício.

A ciência hoje já reconhece os animais como seres sencientes, ou seja, que tem sensibilidade,
pensamento e consciência, mas ainda depende de nós fazermos a leitura desses sentimentos.

Na década de 60 Gregory Bateson disse, em relação aos animais, em um conceito de mente e


psiquismo: mente é o processo cognitivo de manifestação da vida, ou seja, todos os seres vivos
tem mente.

Em 2012 na Universidade de Stanfford, em um congresso de neurociência humana, Phillipe


Low fez uma declaração que dizia: “Não podemos mais fazer de conta que não sabemos”.
Referindo-se a alma dos animais, alma essa que no latim significa animus (mente, psique), ou
seja mamíferos, aves e alguns invertebrados tem consciência, pois tem as mesmas estruturas
neuro-anatômicas que os humanos.

Enziques et al elaboraram um experimento com cães colocando-os em um aparelho de


ressonância magnética e os estimularam com sons, no momento em que esses cães escutavam
a voz de seus tutores ele acionavam áreas visuais e emocionais do córtex cerebral.

Podemos dizer então que eles pensam, interagem, tem sentimentos, inteligência e capacidade
de sofrimento físico e mental, ou seja, tem psiquismo e vida própria, não existem apenas para
servir ao ser humano, eles apenas nos ajudam em algumas tarefas com interação afetiva.

Então a proposta é: vamos sair da pirâmide Aristotélica e antropocentrista para uma


ecocentrista onde todos os seres da criação são iguais, vamos interagir harmonicamente com
eles, buscando um estado de espiritualidade num patamar mais elevado, transcendência, so
assim vamos tratá-los com mais ética e respeito, Gandhi já dizia: A grandeza de uma terra e o
grau de civilidade de um povo podem ser medidos pela maneira como se relacionam com os
animais, se você está convencido disso seja a mudança que quer ver no mundo”.

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