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NEUROPSIQUIATRIA
Segundo a Enfermeira americana Linda Richards, o doente mental deveria ser tratado com
tanto cuidado quanto o doente físico.
No final do século XIX e no início do XX, Sigmund Freud transformou a assistência
psiquiátrica com a psicanálise. A partir do neuropsiquiatra Sigmund Freud o homem era visto
como um todo (mentefísico) e sua história de vida passaram a ser considerada o fator
preponderante nos transtornos mentais.
PSIQUIATRIA
É um ramo da medicina que estuda a patologia da vida de relação ao nível de integração que
assegura a Autonomia e a Adaptação do homem nas condições de sua existência.
Observação: Faz-se importante mencionar que o diagnóstico psiquiátrico não envolve
somente um diagnóstico diferencial, pois também tem por objetivo levantar o diagnóstico
etiológico para estabelecer o prognóstico funcional da doença e o tratamento mais apropriado.
Formas de doença Mental
Segundo Ferreira (1993), as doenças ou transtornos mentais podem ser classificados
considerando-se origem, natureza e comportamento do cliente/paciente.
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NEUROPSIQUIATRIA
Traços de Percursos Reabilitativos:
1 – Respeitar o direito de interação, mesmo que fora ou além de nossa lógica, garantindo
suas escolhas;
2 – Garantir qualquer que seja a forma de comunicação;
3 – Garantir a qualquer cliente mesmo sem identidade ou histórico, recoloca-lo no evento
histórico da sociedade, garantir as habilidades residuais nunca indagadas, valorizadas e
inúteis em estruturas totais de aniquilamento humano.
Os manicômios têm suas regras mudadas, baseadas na homologação da ausência de
direitos, da não identidade e que levam à modificação da dinâmica dos hospitais psiquiátricos.
Uma instituição psiquiátrica para ser Desinstitucionalizar é preciso ser feito por etapas,
partindo do interno, desse modo, deve-se:
Acabar com as medidas de contenção física;
Reconhecer os direitos humanos dos clientes;
Eliminar as tutelas jurídicas, considerando que o cliente pode voluntariamente colaborar com
seu cuidado;
4 – Dar o direito de o cliente ter um trabalho;
5 – Respeitar o direito ao acesso a lugares reais e simbólicos de autonomia e reprodução de
hábitos pessoais;
6 – Integrá-los a sociedade;
A Lei Italiana nº. 180 fala da importância do trabalhador de saúde mental respeitar o cliente e
sua liberdade e oferecer aos clientes concretas garantias legislativas de direitos sociais
(educação, habitação, trabalho, sexualidade, expressão de idéias, qualidade de vida, etc.),
bem como os recursos e os meios para efetivá-los.
E que deve ter garantia dos direitos sociais, lembrando que isso não é automaticamente
garantia de justiça. E esses direitos sociais são: autonomia pessoal, educação e formação
profissional, capacidade de exprimir compreensivelmente as próprias idéias, informações
sobre onde e como obter recursos, capacidade de usá-los, etc.
A reabilitação é dar ao cliente direito a cidadania, considerando-a uma prioridade, significa
também enfatizar, libertar e potencializar as energias residuais da pessoa, que ficaram
escondidas sob os sintomas.
A reabilitação deve ser considerada uma necessidade e uma exigência ética e, portanto, deve
pertencer a um grupo de profissionais que tenha como prioridade a abordagem ética do
problema da saúde mental.
PSICOPATOLOGIA
Psicopatologia é um termo que se refere tanto ao estudo dos estados mentais patológicos,
quanto à manifestação de comportamentos e experiências que podem indicar um estado
mental ou psicológico anormal. O termo é de origem grega; psykhé significa alma e patologia,
estudo das doenças, seus sintomas. Literalmente, seria uma patologia da alma.
FUNÇÕES PSIQUICAS
1. CONSCIÊNCIA
É a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada. Estar
consciente é estar lúcido. A lucidez constitui o estado normal da consciência, em que os
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conteúdos possuem nitidez e claridade. A consciência é avaliada pelas funções da atenção e
da orientação.
2. ORIENTAÇÃO
É a capacidade de situar-se em relação a si mesmo no mundo, tempo e espaço. Pode ser:
autopsíquica: relacionada à própria pessoa; ela diz quem é o que faz;
alopsíquica: estabelecer relação com as pessoas circundantes, diz quem são seus
pais, reconhece o entrevistador;
têmporo-espacial: relacionada ao tempo e ao espaço; sabe dizer que dia é hoje (do
mês, da semana, o ano) e o local em que está (na escola, no hospital).
Obs.: são distúrbios da orientação: a desorientação têmporo-espacial e as desorientações
auto e alopsíquicas.
3. MEMÓRIA
É a capacidade de retenção de uma experiência vivenciada no passado que pode ser
evocada e reintegrada na consciência no presente. Pode ser:
memória de fixação: é aquela que guarda as informações aprendidas. Ex.: tabuada.
memória de evocação: é aquela que lembra de fatos anteriores. Ex.: a noite lembrar o
que fez pela manhã.
memória cronológica: é aquela que localiza os fatos em ordem de tempo. Ex.:
lembrar os nomes dos filhos na ordem de nascimento.
São distúrbios da memória:
amnésia maciça: esquece informações do passado;
amnésia lacunar: algumas coisas do passado são esquecidas;
amnésia seletiva: sabe parte de um fato ocorrido e a outra parte esquece;
confabulações: recordações falsas que dura por pouco tempo e serve para preencher
vazios de memória.
4. SENSOPERCEPÇÃO
Quando os órgãos dos sentidos dos indivíduos estão normais. Existem alterações qualitativas
e quantitativas da sensopercepção.
São alterações quantitativas:
hiperestesia: aumenta as sensações, como na histeria e na mania;
hipoestesia: diminui as sensações, como estado depressivos e melancolia;
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anestesia ou hipalgesia: insensibilidade a estímulos dolorosos.
5. PENSAMENTO
É a capacidade de organizar idéias com formas cursos (velocidade) e conteúdos harmônicos
com as necessidades individuais e circunstanciais. O pensamento normal pode ser:
constante, organizado ou contínuo.
São distúrbios do pensamento:
lentificação: pensamento lento;
inibição: lentidão dos pensamentos, não conseguindo iniciar nada;
fuga de idéias: rapidez de pensar, com tanta velocidade que não consegue concluir o
raciocínio;
arborização: perde a direção dos fatos, e não consegue concluir o raciocínio;
logorréia: palavras sem coerência lógica;
prolixidade: dificuldade de se distinguir o essencial do supérfluo;
desagregação: tem idéias associadas de forma aleatória e sem sentido.
sonorização: descreve que seus pensamentos são repetidos fora de sua mente,
parecendo ressoar alto dentro de sua cabeça.
6. AFETO
É a manifestação de ligação com o meio, como reagimos a tudo que nos cerca; é a
capacidade d vivenciarmos nossas emoções e nossos interesses.
São alterações da efetividade:
labilidade emocional: mudança súbita e freqüente de sentimentos, de forma
inapropriada;
embotamento afetivo: não consegue uma ligação emocional com o mundo e consigo
mesmo.
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Além de atender pessoas com transtornos mentais, estes espaços acolhem usuários de
álcool, crack e outras drogas e estão espalhados pelo país, modificando a estrutura da
assistência à saúde mental. E vêm substituindo progressivamente o modelo hospitalocêntrico
e manicomial, de características excludentes, opressivas e reducionistas.
Esta forma de atendimento é fruto de um longo processo de luta social que culminou com a
Reforma psiquiátrica, em 2001. Sua principal bandeira está na mudança do modelo de
tratamento: no lugar do isolamento, o convívio com a família e a comunidade.
O maior desafio para as políticas de saúde mental no Brasil hoje é o enfrentamento do uso do
crack. Com a desospitalização promovida a partir dos princípios da Reforma psiquiátrica e o
consumo crescente da droga em todas as esferas sociais, o SUS tem atuado de forma
interdisciplinar, objetivando construir uma estratégia eficaz de enfrentamento do problema, já
considerado uma epidemia por diversas instituições.
CAPs
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de
atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituído
por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente
atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com
necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em
situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao
modelo asilar.
O perfil populacional e socioeconômico são fatores fundamentais para a elaboração de uma
estratégia de saúde mental e atenção básica nos CAPS, a integração dos setores é outro
fator que deve ser seguido rigorosamente em especial pelos ainda escassos recursos para
esse setor nos municípios.
Funções:
Monitorar casos de distúrbios mentais leves e moderados diariamente, evitando assim
a superlotação dos hospitais psiquiátricos.
Adotar métodos terapêuticos que envolvam a inserção do portador de distúrbio mental
na sociedade, através de ações conjuntas com outros órgãos.
Regular os profissionais que atuam na área de saúde mental na esfera pública.
Oferecer suporte e orientações para as famílias carentes sobre eventuais benefícios
em caso de vulnerabilidade socioeconômica.
Efetuar uma estratégia de mapeamento sobre os indivíduos com transtornos mentais
no município.
Elaborar planejamentos adaptados para determinada área em virtude de
particularidades na localização, condições sociais, culturais e econômicas.
Criar mecanismos de reinserção social através de atividades de lazer, trabalhos
comunitários, projetos culturais e fortalecimento dos laços familiares.
Vale ressaltar que todas as atividades desenvolvidas pelos CAPS, possuem a autonomia
necessária para evitar a internação em hospitais psiquiátricos. Essa nova abordagem permite
que o indivíduo e sua família participem de maneira ativa no processo de recuperação.
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TRANSTORNOS RELACIONADOS COM O USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
Compreende numerosos transtornos que diferem entre si pela gravidade variável e por
sintomatologia diversa, mas que têm em comum o fato de serem todos atribuídos ao uso de
uma ou de várias substâncias psicoativas, prescritas ou não por um médico.
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Transtorno psicótico: caracterizado pela presença de alucinações (tipicamente
auditivas, as frequentemente polissensoriais), de distorção das percepções, de idéias
delirantes (frequentemente do tipo paranóide ou persecutório), de perturbações
psicomotoras (agitação ou estupor) e de afetos anormais, podendo ir de um medo
intenso ao êxtase. O sensório não está habitualmente comprometido, mas pode existir
um certo grau de obnubilação da consciência embora possa estar presente a confusão
mas esta não é grave.
Alucinose
Paranóia
Síndrome amnésica: transtornos crônicos importantes da memória (fatos recentes e
antigos). A memória imediata está habitualmente preservada e a memória dos fatos
recentes está tipicamente mais perturbada que a memória remota. Habitualmente
existem perturbações manifestas da orientação temporal e da cronologia dos
acontecimentos, assim como ocorrem dificuldades de aprender informações novas.
Demência: alcoólica SOE (exemplo)
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repentinamente e frequentemente apresenta um início definitivo. A demência normalmente
apresenta início gradual e não um início definitivo.
Muitas doenças, medicamentos e intoxicações podem causar delirium.
O diagnóstico baseia-se nos sintomas e resultados do exame físico, e eles utilizam exames
de sangue, urina e de imagem para identificar a causa.
TRANSTORNO DE HUMOR
Transtorno Bipolar
Caracteriza-se por episódios de mania e depressão que podem se alternar, embora a maioria
dos pacientes tenha predominância de um ou do outro. A causa exata é desconhecida, mas
hereditariedade, mudanças nos níveis cerebrais de neurotransmissores e fatores
psicossociais podem estar envolvidos. O diagnóstico baseia-se na história. O tratamento
consiste em medicamentos estabilizadores do humor, algumas vezes, com psicoterapia.
Os transtornos bipolares geralmente começam na primeira, segunda ou terceira década de
vida. A prevalência ao longo da vida é de cerca de 4%. As taxas de transtorno bipolar I são
aproximadamente iguais para homens e mulheres.
Os transtornos bipolares são classificados como:
Transtorno bipolar I: definido como a presença de pelo menos um episódio maníaco
completo ( comprometendo a função ocupacional e social normal) e, quase sempre,
episódios depressivos
Transtorno bipolar II: definido pela presença de episódios depressivos maiores com
pelo menos um episódio hipomaníaco, mas sem episódios maníacos evidentes.
Transtorno bipolar inespecífico: transtornos com características bipolares claras, porém
que não preenchem os critérios específicos para outros transtornos bipolares.
No transtorno ciclotímico, pacientes têm períodos prolongados (> 2 anos) que incluem
tanto episódios hipomaníacos como depressivos; mas esses episódios não atendem os
critérios específicos para transtorno bipolar.
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rápida (geralmente definida como ≥ 4 episódios/ano). Apenas uma minoria alterna entre mania
e depressão em cada ciclo; na maioria, um ou outro predomina em alguma extensão.
Pacientes podem tentar ou cometer suicídio. Estima-se que a incidência ao longo da vida do
suicídio em pacientes com transtorno bipolar seja pelo menos 15 vezes maior do que na
população em geral.
Mania
Um episódio maníaco é definido como um período de ≥ 1 semana de humor persistentemente
elevado, expansivo ou humor irritável e atividade direcionada a objetivos ou energia
aumentada mais ≥ 3 sintomas adicionais:
Autoestima inflada ou grandiosidade
Diminuição da necessidade de sono
Falar mais do que o habitual
Fuga de ideias ou pensamentos acelerados
Facilidade em se distrair
Aumento das atividades direcionadas a objetivos
Envolvimento excessivo em atividades com alto potencial para consequências
negativas (p. ex., gastar em festanças, investimentos financeiros tolos)
Os pacientes maníacos podem ficar incansáveis, excessiva e impulsivamente envolvidos em
diversas atividades prazerosas com alto risco (p. ex., jogos, esportes perigosos, atividade
sexual promíscua) sem crítica sobre o possível risco. Os sintomas são tão graves que os
pacientes não podem desempenhar seus papéis primários (ocupação, escola, tarefas
domésticas). Investimentos insensatos, farras caras e outras escolhas pessoais podem ter
consequências irreparáveis.
Hipomania
Um episódio hipomaníaco é uma variante menos extrema de mania envolvendo um episódio
evidente que dura ≥ 4 dias com comportamento que é claramente diferente do
comportamento usual do paciente não deprimido e que inclui ≥ 3 dos sintomas adicionais
listados acima de mania.
Durante o período hipomaníaco, o humor se eleva, a necessidade de sono diminui e a
atividade psicomotora acelera. Para alguns pacientes, períodos hipomaníacos são
adaptativos, pois produzem alta energia, criatividade, confiança e funcionamento social
supernormal. Muitos não desejam deixar o estado eufórico prazeroso. Alguns funcionam muito
bem e, na maioria, o funcionamento não está notavelmente comprometido. No entanto, em
alguns pacientes, a hipomania se manifesta como distrair-se facilmente, irritabilidade e humor
lábil, que o paciente e os outros acham menos atraente.
Depressão
Um episódio depressivo tem características típicas de depressão maior; o episódio
deve incluir ≥ 5 dos seguintes durante o mesmo período de 2 semanas, e um deles
deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:
Humor deprimido durante a maior parte do dia.
Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades
durante a maior parte do dia.
Ganho ou perda de peso significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite.
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Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia.
Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado).
Fadiga ou perda de energia.
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada.
Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão.
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou plano
específico para o suicídio.
As características psicóticas são mais comuns na depressão bipolar do que na depressão
unipolar.
Depressão
A tristeza é um dos sentimentos humanos mais doloroso. A tristeza passageira, "baixo-astral",
o "estar down" fazem parte da vida, e são superados após algum tempo. O luto, após a perda
de um ente querido, manifesta-se por um sentimento de tristeza e vazio e também é superado
com o tempo. Devem-se distinguir a tristeza e o luto normais da depressão.
A depressão caracteriza por uma tristeza profunda e duradoura, além de outros sintomas. É
bastante comum. A cada ano, uma em cada vinte pessoas apresenta depressão. A chance de
alguém ter uma depressão ao longo da vida é de cerca de 15%. Ela se manifesta mais
frequentemente no adulto, embora possa ocorrer em qualquer faixa de idade, da criança ao
idoso. É mais frequente nas mulheres do que nos homens.
É muito importante que as pessoas saibam perceber a depressão para poder procurar ajuda
especializada e tratamento. A pessoa sente uma tristeza intensa, que não consegue vencer.
Ela pode achar que isso é uma "fraqueza de caráter" e tem vergonha de pedir ajuda, ou então
não sabe que se trata de uma doença como outra qualquer, passível de tratamento com
grandes chances de sucesso. Nessa situação é muito importante que os familiares ou amigos
próximos tomem a decisão de levá-la ao médico, seja o clínico ou médico da família, seja o
psiquiatra. Este fará uma avaliação minuciosa do quadro, orientando na realização de
eventuais exames laboratoriais, bem como no tratamento.
Os principais sintomas da depressão são: tristeza profunda e duradoura (em geral mais que
duas semanas), perda do interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas,
sensação de vazio, falta de energia, apatia, desânimo, falta de vontade para realizar tarefas,
perda da esperança, pensamentos negativos, pessimistas, de culpa ou autodesvalorização.
Além desses, a pessoa pode ter dificuldade para concentrar-se, não dorme bem, tem perda
do apetite, ansiedade e queixas físicas vagas (desconforto gástrico, dor de cabeça, entre
outras). Em casos mais graves podem ocorrer ideias de morte e suicídio, havendo até
pessoas que tentam o suicídio. A depressão é frequentemente uma doença recorrente, a
pessoa tem episódios de depressão que se repetem de tempos em tempos.
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A causa da depressão não é conhecida. Sabe-se que vários fatores biológicos e psicológicos
podem contribuir para seu aparecimento. Em algumas pessoas a hereditariedade tem um
peso importante, outros parentes também apresentam depressão. Com muita frequência a
depressão começa após alguma situação de estresse ou conflito e depois persiste, mesmo
após a superação da dificuldade. Há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de
neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas)
principalmente da noradrenalina e da serotonina.
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
A síndrome do pânico ou transtorno do pânico é uma enfermidade que se caracteriza por
episódios abruptos absolutamente inesperados de medo e desespero. A pessoa tem a
impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco, porque o coração
dispara, sente falta de ar e tem sudorese abundante.
Manifesta-se especialmente em jovens e acomete mais as mulheres do que os homens. A
maioria dos pacientes tem a primeira crise entre 15 e 20 anos desencadeada sem motivo
aparente.
Com o passar do tempo, as crises vão se repetindo de maneira aleatória. Não prever quando
podem surgir novamente gera uma ansiedade chamada de antecipatória. Geralmente os
pacientes com pânico
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Pessoas com esse distúrbio geralmente: Não conseguem controlar a sua preocupação
excessiva. Tem dificuldade em iniciar ou manter o sono. Experimentam tensão muscular.
Esperam sempre pelo pior (sensação de algo ruim acontecerá, como um acidente ou doença
em um familiar). Preocupam-se excessivamente sobre dinheiro, saúde, família ou trabalho,
mesmo quando não há sinais de problemas. São incapazes de relaxar. São irritáveis. Sentem-
se facilmente cansados. Tenha dificuldade em se concentrar ou a mente “fica em branco”
Os sintomas físicos comuns são:
Sentir-se cansado sem motivo
Dores de cabeça
Tensão e dores musculares
Dificuldade em engolir
Tremores
Sudorese
Náusea
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Tonteira
Falta de ar ou sentir-se sem fôlego
Necessidade de ir ao banheiro com freqüência
Ondas de calor
PS: Em crianças e adolescentes com transtorno de ansiedade generalizada, as ansiedades e
preocupações são frequentemente associadas à qualidade do desempenho ou competência
na escola ou esportes. As preocupações podem incluir pontualidade e perfeccionismo.
Medicamentos e tipos específicos de psicoterapia são os tratamentos recomendados para
este transtorno.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
Os transtornos de personalidade são um grupo de doenças psiquiátricas em que a pessoa
tem um padrão de pensamento e comportamento bastante rígido e mal ajustado. Sem
tratamento, que envolve psicoterapia e medicamentos, o problema costuma ter longa duração
e causa sofrimento e dificuldade nos relacionamentos pessoais e em outras áreas.
Os transtornos de personalidade são classificados em categorias que têm características
comuns. Embora seja comum reconhecer traços de si mesmo em diferentes transtornos de
personalidade, quem tem o problema possui a maior parte das características de um
transtorno específico.
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Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva - são pessoas preocupadas com
regras e ordem e que valorizam o trabalho acima de outros aspectos da vida; são
perfeccionistas e têm uma necessidade de estar no controle. É importante não
confundir com o transtorno obsessivo-compulsivo, que é uma forma de transtorno de
ansiedade.
Transtorno de personalidade dependente - causa necessidade de ser cuidado e medo
de estar sozinho, além de dificuldade de separar-se de seus entes queridos ou tomar
decisões por conta própria. Quem tem o problema pode ser submisso e tolerar
relações abusivas.
TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os transtornos alimentares envolvem uma perturbação da alimentação ou do comportamento
relacionado à alimentação, que costumam incluir:
Medidas que as pessoas adotam para evitar que os alimentos sejam absorvidos (por
exemplo, forçando o próprio vômito ou tomando laxantes)
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De acordo com Dally (1992), os cuidados gerais nas assistências de Enfermagem Psiquiátrica
são:
aproximar-se de maneira clama e amigável;
quando o paciente estiver deprimido, permanecer ao seu lado o tempo todo;
administrar fármacos antidepressivos prescritos;
observar efeitos e reações dos fármacos;
fazer comentários positivos sobre suas conquistas;
demonstrar interesse pelo paciente;
estimular a alimentação;
registrar aceitação hídrica e alimentar;
observar e registrar eliminações.
Conhecer as pessoas que fazem parte da equipe é importante para definir papéis,
responsabilidades e ganhar com esta experiência e alcançar o mesmo objetivo nas tomadas
de decisões. A razão do trabalho da enfermagem nesse novo modelo é o cuidado terapêutico,
vislumbrando uma assistência segura, integral e de qualidade. Espera-se que o profissional
de enfermagem em saúde mental seja empático, autêntico, criativo e com capacidade de
inovar nas práticas do cuidar.
A enfermagem tem que se permitir uma nova proposta, o paciente em sofrimento psíquico
apresenta-se ansioso, inseguro de seu destino, desconfortável emocionalmente e com uma
vivência na maioria das vezes permeada de solidão e desamparo, acompanhado por
tratamentos invasivos, agressivos e até mesmo dolorosos. O profissional deve estar aberto e
disponível a essas situações novas, exigindo a criação de um novo modo de agir e pensar.
TERMOS TÉCNICOS
Distúrbio: condição patológica da mente ou do corpo. Interrupção da seqüência normal de
continuidade. Um afastamento da forma considerada.
Neurônios: cada uma das células nervosas que transmitem mensagens pelo corpo.
Anorexia Nervosa: estado que se caracteriza por profunda aversão aos alimentos, devido a
transtorno histérico.
Amenorreia: ausência de regras, fora da gravidez, em uma mulher em idade de ter
menstruações.
Epilético: Concernente à epilepsia; indivíduo que sofre de ataques de epilepsia.
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Pueris: da criança e da infância.
Apático: indiferente, sem reações afetivas.
Mórbida: relativo à doença.
Limítrofe: contíguo à fronteira de uma região; confinante.
Hipercinesia: exaltação patológica da motricidade voluntária e involuntária, também
caracterizada por inquietação, agitação e furor.
Hipocinesia: diminuição acentuada e generalização dos movimentos espontâneos.
Acinesia ou estupor: estado que se caracteriza pela ausência de movimentos espontâneos,
comum na depressão, na esquizofrenia e nas doenças cerebrais.
Discinesia: movimentos involuntários e repetitivos anormais, relacionados os quadros
psicóticos catatônicos ou residuais; também podem ser efeitos colaterais do uso de
neurolépticos.
Hiperpraxia ou hiperatividade: exagero na atividade motora voluntária.
Bradipraxia: lentificação anômala dos movimentos voluntários. Por exemplo: o estupor
catatônico, a imobilidade flácida e a flexibilidade cérea;
Estereotipia: repetição de um movimento complexo de maneira constante, quase mecânica e
desprovida de finalidade;
Tique: movimento muscular de maneira súbita e involuntária.
Maneirismo: ação motora com finalidade particular, repetida de forma não usual e
modificada. Por exemplo: o modo de pentear o cabelo, de escrever ou de vestir-se.
QUESTÕES DE CONCURSO
1 – O profissional de enfermagem que exerce suas atividades na área da psiquiatria/saúde mental deve:
A – Manter-se distraído, afastado e distante das pessoas de que cuida
B – Ser capaz de prestar cuidados diretos ao paciente e estabelecer uma comunicação interpessoal entre o profissional e o
paciente
C – Agir com lentidão, pois qualquer atitude que possa indicar rispidez pode levar a pessoa portadora de doença mental a
responder com agressividade
D – Manter-se arredio aos pacientes, pois sempre há riscos de agressão
E – Fugir das suas responsabilidades, já que o cuidado cabe exclusivamente ao profissional médico
2 – O paciente submetido ao tratamento farmacológico com antipsicóticos pode apresentar tremores nas extremidades,
dificuldades na marcha, faces sem expressão, rigidez muscular. Esta situação denomina-se:
A – Pneumoencefalopatia
B – Ataxia
C – Agranulocitose
D – Distonia aguda
E – Acatisia
4 – A conduta constitui uma das funções psíquicas a ser avaliada em um paciente com transtorno mental. Como alteração da
conduta pode citar:
A – Delírio
B – Catalepsia
C – Amnésia anterógrafa
D – Hipotimia
E – Obnubilação
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7 – Paciente encontrava-se internado na unidade psiquiátrica de um hospital geral com diagnóstico de transtorno bipolar I.
Ele burlou a equipe de enfermagem e a vigilância do hospital, fugiu e não mais retornou à instituição. Para o hospital, ele
receberá alta:
A – Clínica
B – Hospitalar
C – Por evasão
D – Por abandono
E – A pedido
9 – Os sintomas apresentados por uma pessoa que se encontra em abstinência por álcool são:
A – Câncer de pâncreas, sudorese, tremores de extremidades, perda da consciência e sonolência
B – Delírios de grandeza, alucinações visuais e auditivas, ansiedade, câncer de estômago, diabetes e sudorese
C – Tremores de extremidades, náuseas e/ou vômitos, sudorese, diarréia, ansiedade, agitação psicomotora, alterações de
humor, alterações do sono, podendo acorrer alucinações e convulsões
D – Náuseas e/ou vômitos, sudorese, tremores, insuficiência renal crônica, hipoglicemia, alterações do sono, anorexia e
emagrecimento
E – Agitação psicomotora, catalepsia, Hipertermia, obnubilação e insuficiência cardíaca congestiva
10 – A Lei 10.216, de 06/04/2001, é uma lei federal que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtorno mentais, redirecionando o modelo assistencial no campo da saúde mental. De acordo com esta legislação, o doente
mental possui uma série de direitos, e dentre elas podemos citar:
11 – A síndrome aguda, com presença de sintomas psicóticos (delírios paranóides, delírios ocupacionais e alucinações),
tremores de extremidades e agitação psicomotora, desenvolvida no alcoolista crônica após a privação repentina do álcool, é
conhecida como:
A – Esquizofrenia hebefrênica
B – Transtorno de somatização
C – Delirium tremens
D – Síndrome delirante
E – Síndrome amnésica
12 – Num indivíduo que sofre de transtorno bipolar I, pode-se observar que ele alterna períodos de depressão com:
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A – Lucidez
B – Desânimo
C – Retardo psicomotor
D – Excitação
E – Tristeza
13 – Mulher, internada em hospital psiquiátrico, encontra-se doente desde os 17 anos. Sua patologia começou insidiosamente
e sua família passou a perceber que ela permanecia a maior parte do tempo isolada, reusando o convívio social. Alegava
ouvir “vozes” e ter “visões”. Com freqüência, dizia “Ser Deus” e que tinha poderes para salvar a humanidade. Assumiu
atitudes rígidas e passou a não cuidar mais de si. As atividades cotidianas que normalmente realizava passaram a não fazer
mais. Este é um caso de:
A – Neurose fóbica
B – Neurose histérica
C – Hemiplegia
D – Epilepsia
E – Esquizofrenia
14 – Os delírios são sintomas relacionados a transtornos psiquiátricos de caráter psicótico. Podemos definir o delírio como:
A – Conjunto de idéias erradas aceita pelo juízo da realidade. Caracteriza-se por não corresponder à realidade, falta de
consciência do transtorno e irredutibilidade
B – Impulso irresistível para realizar algo
C – Reação de medo patológico e de afrouxamento das associações
D – Afeto embotado e repetição automática de frase, constituindo-se em uma alteração do pensamento
E – Retraimento social e falsa percepção da realidade
15 – Desinteresse pelo mundo exterior, ausência de necessidade de se relacionar com os outros, vivendo em um mundo
próprio, fantasioso e artificial constitui uma vivência de muitas crianças. Este distúrbio denomina-se
A – Egocentrismo
B – Individualismo
C – Autismo
D – Ilusões
E – Delírio
17 – O paciente que, dentre outros sintomas apresenta tristeza, desinteresse pelas atividades cotidianas, choro baixa auto-
estima, isolamento, astenia, anorexia, dores, alterações do sono, idéias de suicídio, tem fortes indícios de estar com:
A – Transtorno conversivo
B – Transtorno de ansiedade e estresse
C – Transtorno depressivo maior
D – Transtorno hipocondríaco
E – Transtorno esquizofrênico
18 – Segundo o DSM-IV (1995), a patologia que se caracterizam por idéias delirantes, alucinações, principalmente auditivas
e visuais, discurso desorganizado, comportamento desorganizado, embotamento afetivo, deterioração da vida social e, com
freqüência, abandono de cuidados pessoais é denominada:
A – Paranóia
B – Neurose
C – Demência
D – Esquizofrenia
E – Depressão
19 – As instituições que podem desenvolver medidas de prevenção primária para perturbações psiquiátricas são:
A – As clínicas psiquiátricas particulares
B – A escola, a família e a comunidade
C – O hospital psiquiátrico público
D – Os clubes de futebol
E – Os manicômios
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20 – Quando o paciente diz sentir algo ameaça sua vida, alegando estar ansioso e com medo diante desta experiência, o
profissional da equipe de enfermagem deve:
A – Faze-lo tomar um sedativo
B – Levá-lo para conversar com o diretor do hospital
C – Aceitar suas idéias e aconselhá-lo a deitar-se e sir do ambiente que tem muitas pessoas
D – Ouvi-lo na tentativa de ajudá-lo a compreender o que está acontecendo, sem juízo de valor, e auxiliá-lo a encontrar
possibilidades de enfrentar esta vivência
E – Chamar a família para acalmar o paciente, pois esta função não cabe à equipe de enfermagem
22 – A fobia significa:
A – Medo excessivo e irracional de algum objeto ou situações que não representam perigo
B – Dificuldade em raciocinar
C – Ausência de vontade
D – Presença de desânimo e tristeza
E – Idéia delirante associada ao medo excessivo de adoecer
REFERÊNCIAS
BASAGLIA, F. Psiquiatria alternativa: contra o pessimismo da razão, o otimismo da prática. São Paulo: Brasil debates,
1982.
AMARANTE, P. (coord.): Arquivos de saúde mental e atenção psicossocial. Eng. Paulo de Frontin: Nau Editora, 2003.
PINTO, F.A. Apostila colégio técnico Santa Maria Goretti, 1999. (Apostila).
FERREIRA, L.S. H. (coord. Editorial). Noções de enfermagem psiquiátrica. São Paulo: Senac, 1993.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual para a organização da atenção básica. Secretaria de Assistência à Saúde. Brasília:
Ministério da Saúde, 1990.
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http://www.sicad.pt/PT/Cidadao/SubstanciasPsicoativas/Paginas/default.aspx
http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f10_f19.htm
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