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Introdução

Segundo a Unicef (2001), “o afogamento é responsável por meio milhão de


mortes por ano, em todo o mundo, continuando a ser a segunda causa de morte
acidental nas crianças” … e, segundo a OMS (2008), “todos os anos na Europa
morrem 5.000 crianças e jovens até aos 19 anos vítimas de afogamento”.

A introdução de uma bateria de exercícios relacionados com as “técnicas


introdutórias ao Salvamento e ao Socorrismo Aquático” nos programas de
natação, desde as primeiras fases da aprendizagem. Estes exercícios deverão ser
introduzidos e geridos pelo professor/treinador, ao longo do processo ensino-
aprendizagem, em progressão de dificuldade e complexidade crescentes, nos vários
níveis de formação do nadador, desde a iniciação à competição ou na natação de
manutenção, quer para crianças e jovens quer para adultos e veteranos.

O professor de natação poderá (e deverá) introduzir nos seus programas de


aprendizagem, “técnicas introdutórias” de outras modalidades aquáticas, tais como:
saltos para a água, pólo aquático, natação com barbatanas/mergulho livre, natação
sincronizada. Modalidades a que os nadadores(as) desmotivados(as) pela
monotonia da natação pura, poderão recorrer mais tarde, sem terem que abandonar
a prática do desporto e o seu ambiente preferido, o meio aquático.

Claro que é possível introduzir tais gestos técnicos sem alterar ou desvirtuar
os princípios técnico-pedagógicos da natação pura. A natação é algo que deve
permitir, em primeiro lugar, que o indivíduo não se afogue, e, em segundo lugar, não
deve ser constituída pela aprendizagem, aperfeiçoamento e “alto-rendimento”,
unicamente de uma só modalidade.

Mais importante é pensarmos que a variedade e riqueza de movimentos e


coordenação introduzidos por estas técnicas introdutórias, irão possibilitar aos
alunos, além de uma maior segurança na água, a aquisição de um maior e mais rico
controlo gestual e, por isso, uma mais ampla disponibilidade motora, contribuindo
para uma mais rápida preparação como nadadores. Do ponto de vista técnico-
pedagógico, esta variedade de situações irá contribuir, certamente, para melhorar e
enriquecer o desempenho e motivação dos praticantes.
Programa educativo visando a competência “salvar–se e socorrer”

O ensino da natação deve ter como primeiro objetivo a prevenção do


afogamento do ser humano (bébé, criança, jovem, adulto). Por exemplo, nos
programas aquáticos para bebés (dos 6 meses aos 3 anos de idade) é possível, com
muita psicologia, a partir da imersão, provocar reações de adaptação, visando
progressivamente a capacidade de flutuar, de se virar (da posição ventral para a
dorsal), de se deslocar e o controlo da respiração – “Infant Swimming Resource”.

O facto de se saber nadar 25 ou 50 metros em cról ou bruços ou mesmo os


100 metros estilos, fazer o salto de partida e a viragem cambalhota, não põe só por
si o nadador a salvo numa situação inédita de perigo no meio aquático, seja qual for
a sua idade.

É necessário que o nadador controle o seu comportamento dentro da água,


saiba imergir, saiba controlar a respiração, saiba nadar debaixo de água com os
olhos abertos e sem óculos ou máscara, saiba mergulhar a, pelo menos, 2 metros
de profundidade, saiba saltar de pé de mais de 1 metro de altura … de preferência
em água fria. Isto é, é necessário e fundamental que adquira e desenvolva
competências de Natação Salvamento e não só de Natação Pura.

“Saber nadar constitui o melhor e o mais eficaz meio de combater os


acidentes na água”, se saber nadar consistir em dominar o comportamento na água:
saber respirar, saber imergir e nadar submerso, saber deslocar-se, quer à superfície
quer a dois metros de profundidade …

“A qualificação de bom nadador só deve ser atribuída aos indivíduos


adaptados à água fria, capazes de nadar debaixo de água com os olhos abertos,
sem que a eficácia dos seus movimentos seja afetada por correntes, vagas ou
choques emotivos (pânico)” (Dr. Lartigue). O “bom nadador” é um desportista
“bilingue” – que domina com a mesma facilidade e prontidão quer a “linguagem
corporal terrestre” quer a “linguagem corporal aquática”, bastante diferentes uma da
outra.

O objectivo utilitário integrado desde cedo nos programas do ensino da


natação, há muito que apresenta uma vasta e importante aceitação por parte de
muitas instituições e autores conceituados na área da natação a nível internacional,
nomeadamente em França, Suíça, Canada, Bélgica, Austrália, EUA … Os conteúdos
utilitários são integrados nos programas de natação desde as primeiras fases de
aprendizagem, de forma progressiva e adaptada ao longo do processo ensino-
aprendizagem, durante as várias etapas da formação do nadador.

Todos são unânimes em incluir nos programas de natação elementos


específicos da natação salvamento e socorrismo aquático, tais como:

 Técnicas utilitárias de nado: “costas elementar”; “side stroke”;


“lifesaving stroke”; … para além das quatro técnicas desportivas
convencionais;
 Saltar de pé para a água, de 2 e mais metros de altura;

 Técnicas e habilidades visando a autoconfiança e a


autossegurança na água;

 Técnicas de socorrismo para os não nadadores;

 Desenvolvimento da “natação endurance”, utilizando não só as


técnicas desportivas convencionais, mas também as técnicas propulsivas
utilitárias;

 Técnicas de reboque – objetos, manequim, parceiro(a);

 Nadar vestido; despir-se dentro de água;

 Natação subaquática – ir buscar um objeto/manequim a dois ou


mais metros de profundidade;

 Noções teóricas e práticas de primeiros socorros,


nomeadamente a observação e instalação da vítima, posição de segurança,
ressuscitação cardiorrespiratória;

 Etc.
As situações de aprendizagem devem ter uma lógica, indo ao encontro dos
comportamentos procurados – devem ser adaptadas às competências que se
pretendem desenvolver, enquadrando-se no tema da aula: explicitando os objetivos,
a sua organização, os conselhos ou instruções a dar aos alunos (sejam de ordem
didática/técnica, sejam referentes à segurança), os critérios de êxito, as
“remediações” previstas em função dos comportamentos e das dificuldades dos
alunos, …

Exemplos de exercícios básicos de natação-salvamento e socorrismo


aquático, a partir dos 5 anos de idade

Objetivos gerais

 Saber utilizar o material auxiliar de salvamento mais comum –


toalhas, varas, pranchas, “macarrões”, bolas, garrafas de plástico com rolha,
etc.;
 Procurar arranjar estratégias de autocontrolo em situações de
perigo, tanto pessoal como de outras pessoas;

 Ter consciência do espaço subaquático, agindo com os olhos


abertos e sem óculos de natação, controlando a apneia e realizando a
“manobra de Valsalva” aplicada ao mergulho;

 Experienciar situações de salvamento de uma pessoa em grupo


– “correntes humanas” com e sem material de salvamento;

 Aprender técnicas específicas da natação salvamento: mergulho


à pato, natação subaquática, flutuação dorsal, flutuação vertical, flutuação em
posição fetal, pernas bruços em equilíbrio dorsal, salto de pé sem submergir a
cabeça, técnica costas com braços simultâneos, …

Dos 5 aos 13-14 anos os alunos ainda não estão preparados para salvar
individualmente pessoas sem material de salvamento auxiliar, devendo aprender a
evitar a todo o custo o contacto pessoal com a “vítima”. Nos escalões de competição
mais velhos, a partir dos 15-16 anos e com os adultos, poder-se-ão utilizar alguns
exercícios e técnicas mais avançadas, nomeadamente alguns dos programas de
“nadadores-salvadores”.

Os exercícios que se seguem nem sempre são acompanhados de imagens e


nem sempre estas retratam na íntegra o enunciado do exercício (no entanto,
referem-se a situações idênticas). Todos os exercícios devem ser realizados em
piscinas de “grande profundidade” – igual ou superior a 2 metros – e sem os óculos
de natação (salvo no caso em que o nadador evidencie problemas fisiológicos
derivados do contacto direto dos olhos com a água da piscina).

Sempre que possível, estes exercícios devem ser também experienciados em


“piscinas de ar livre” (de água fria e grande profundidade). O técnico de natação tem
toda a liberdade em gerir a sequência dos exercícios e em criar ou aplicar outros da
sua autoria ou de outros autores.
Tal objetivo só é possível, integrando eficazmente:

 O desenvolvimento das capacidades físicas e psicológicas do


indivíduo:

Domínio completo do meio aquático – habilidades, técnicas de


nado, resistência;

Autoconfiança e autocontrolo face ao meio aquático;

Gosto pelas atividades aquáticas.


 Respondendo às diferentes solicitações (aplicações) desta
modalidade:

Âmbito educativo;

Âmbito recreativo;

Âmbito desportivo;

Âmbito utilitário.

 Concorrendo para o salvamento do nadador e para o


salvamento de outra pessoa:

Natação Salvamento;

Socorrismo aquático.
Conclusão

A natação não pode ser constituída apenas pela aprendizagem,


aperfeiçoamento técnico e “alto rendimento” de uma só disciplina ou modalidade – a
natação pura.

A natação como Desporto, insere-se claramente num âmbito definido, não só


de adaptação motora e aperfeiçoamento das técnicas de nado convencionais, mas
igualmente num âmbito de construção metodológica que possibilite ao indivíduo a
prática de várias catividades.

Permitir que um indivíduo aprenda a nadar é permitir que se multipliquem os


salvamentos e diminuam os acidentes mortais por afogamento. Para isso, o ensino
da natação deve constituir um certificado de aptidão de natação e ao mesmo tempo
um certificado de segurança válido para a prática de todas as atividades desportivas,
recreativas e utilitárias/profissionais, aquáticas, subaquáticas e náuticas.
Referências

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