Segunda-feira l 3 de Junho l 2019 Jornal N

ROTAÇÕES N 19
MERCEDES-BENZ X 250 D 4MATIC

PICK-UP? SIM,
MAS COM ESTILO.
Com o mercado das pick-up ainda em crescimento, a Mercedes-Benz
tornou-se em 2017 na primeira marca premium a oferecer uma proposta de
trabalho, com atributos mais exclusivos. Como qualquer pick-up dos tempos
modernos, primeiro estranha-se, depois entranha-se.

FERNANDO CORREIA

Depois de décadas encaradas

como simples instrumentos de tra-
balho, grandes, com pouco equipa-
mento e desconfortáveis, as pick-
-up atuais são bem mais civilizadas.
Face aos SUV da moda apresentam
algumas vantagens, conseguem ir a
todo lado e levar a casa “às costas”.
Apesar da longa tradição no
mercado dos veículos pesados e co-
merciais, não deixa de ser estranho
ver uma pick-up com o símbolo da
Mercedes-Benz. Mais imponente
ao vivo do que nas fotos, a Classe X
tem por base a Nissan Navara, her-
dando da proposta nipónica diver-
sos elementos, como por exemplo
os puxadores das portas.
Apesar de manter o mesmo
chassis do modelo japonês, a Clas-
se X é 2 cm mais comprida (5,3 m),
2 cm mais alta (1,8 m) e 7 cm mais
larga (2,1 m). Com linhas exteriores
que, especialmente na secção fron-
tal (a começar pela enorme estrela
que embeleza a grelha com duas
lamelas), a distinguem de imediato
como um Mercedes, a pick-up ger-
mânica destaca-se assim e face à ja-
ponesa, por uma primeira imagem
mais estatutária. Quase fazendo fa-
zer esquecer que, lá atrás, depois de
uma cabine de quatro portas, está
uma caixa metálica de carga, onde
se pode colocar 1,1 toneladas de car-
ga, fruto dos 2,1 metros quadrados
de área, onde cabe uma euro-pale-
te carregada na diagonal.
No interior, as diferenças são
bem maiores para a Navara, com a
Classe X a apresentar uma constru-
ção mais cuidada e materiais mais
agradáveis à vista e ao toque. A isto
podemos juntar um design seme-
lhante ao que podemos encontrar
em qualquer modelo de passagei-
ros Mercedes, desde o volante mul-
tifunções de três braços, ao painel
de instrumentos com velocímetro e
conta-rotações independentes, pas-
sando pelas saídas de ar com ajus-
te interior em metal, o ecrã a cores
destacado do tablier e o joystick
com botão rotativo, ambos parte
integrante do intuitivo sistema de
infoentretenimento. Pormenores
que por vezes nos fazem esquecer
que estamos no interior de um veí-
culo com estas características. Nota
negativa para a falta de falta de es-
paços de arrumação. É que além
do porta-luvas, de um pequeno al-
çapão debaixo do encosto de bra-
ço e das bolsas nas portas, não há
um local para colocar o telemóvel
ou a carteira.
Em termos de motores, está dis-
ponível o quatro cilindros de 2.298
cc (163 ou 190 cv) utlizado pela Na-
vara e um V6 (de origem Mercedes)
com 258 cv.
Com a habitual colaboração do
concessionário Nasamotor tivemos
oportunidade de testar a versão 250
d 4MATIC associada a uma caixa au-
tomática de variação contínua.
Algo ruidoso em regimes mais
elevados, este motor com 190 cv e
450 nm de binário permite à Classe
X uma resposta quase sempre eficaz
e uma condução bem mais suave do
que estávamos à espera, resultado
de um chassis de longarinas e mo-
las helicoidais que sofreu algumas
alterações em relação à Navara, sus-
pensão dianteira de travessa duplas,
eixo traseiro rígido multilink e mo-
las em ambos os eixos. Por vezes es-
quecemo-nos mesmo de que esta-
mos ao volante de uma carrinha de
caixa aberta. A velocidade máxima
desta versão é de 176 km/h.
As boas sensações mantém-se
quando se chega à terra, tudo gra-
ças a um ângulo de ataque de 30,1
graus, ângulo ventral de 22 graus,
submersão até 600 mm, inclinação
lateral máxima de 48 graus e capa-
cidade máxima de subida de quase
100%. A tracção integral é acioná-
vel através de botão rotativo e com
redutoras semelhante ao da Nissan,
assim como o sistema de ajuda em
descidas íngremes. O qual pode ser
utilizado quando a velocidades até
8 km/h, mesmo com a tração inte-
gral acionada, ou então até aos 5
km/h, com as redutoras engrena-
das. Ao volante, a Classe X oferece
o tradicional ambiente Mercedes-
-Benz, no equipamento, no con-
forto, no espaço e até na qualida-
de dos bancos, que garantem bom
apoio lateral e bem-estar nas via-
gens mais longas
Por outras palavras, a Classe X
consegue ultrapassar aquele tipo
de obstáculos que, à partida, pare-
cem inultrapassáveis. Os consumos
não são o seu forte, mas não é difícil
rodar abaixo dos 8 l/100 km numa
utilização em asfalto e sem muita
cidade, sobe naturalmente quan-
do chegamos à terra e a obstáculos
mais difíceis de ultrapassar.
Quanto a preços, tudo come-
ça nos 38. 000 Euros aproximada-
mente da versão X 220d com 163 cv,
caixa manual e tração 4×2. Como é
habitual neste tipo de modelos as
empresas beneficiam de diversos
benefícios fiscais em determina-
das versões.
A Classe X está disponível para
ensaio no concessionário Mercedes-
-Benz Nasamotor, em Santa Maria
da Feira (zona industrial do Roligo),
Gaia e Porto (circunvalação).