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Escrita e Redação

Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos


Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!
Esperamos que este seja o começo de um
grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site


www.Cursos24Horas.com.br

Atenciosamente
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário

Introdução..................................................................................................................... 3
Unidade 1 – Abordagem Inicial..................................................................................... 6
1.1 – Tipos de linguagem .......................................................................................... 8
1.2 – Linguagem oral ................................................................................................ 8
1.3 – Linguagem escrita ............................................................................................ 9
1.4 – Linguagem denotativa .................................................................................... 10
1.5 – Linguagem conotativa .................................................................................... 11
1.6 – Como escolher as palavras.............................................................................. 11
1.7 – Período, oração e frase ................................................................................... 12
1.8 – Pontuação....................................................................................................... 15
1.9 – Ambiguidade.................................................................................................. 19
Unidade 2 – Técnicas de Redação ............................................................................... 20
2.1 – Formatação e estrutura do parágrafo ............................................................... 20
2.2 – Objetividade e concisão.................................................................................. 21
2.3 – Coesão e coerência ......................................................................................... 22
2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual ............................................ 26
2.5 – As partes de uma redação ............................................................................... 26
2.6 – Tema e título .................................................................................................. 30
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 35
Introdução

O maior pesadelo da grande maioria


das pessoas quando vai prestar processos
seletivos como vestibulares e concursos
públicos ou até mesmo participar de seleções
para empregos, é a redação. O pensamento
de ter pouco tempo para escrever um texto
de cerca de 30 linhas sobre um assunto que
só será divulgado no momento da prova,
causa insônia em diversos candidatos em todo o país.

Se livrar deste estigma de "não saber como construir um texto" é uma tarefa que
requer dedicação, mas que pode ser imensamente gratificante, em especial se o objetivo
é o de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho ou uma vaga na
universidade.

Este curso tem a intenção de dar fim ao momento de angústia da redação, seja
durante a escrita de um texto convencional, uma carta, prova de vestibular etc.
Esperamos que os conhecimentos aqui repassados possam ser utilizados também em
outros momentos e com outros fins, afinal a necessidade de saber escrever não é apenas
de pessoas que passam por processos seletivos, mas de todo profissional.

Quando falamos em redigir é fundamental


que se tenhamos a capacidade de organizar ideias
sobre algo. Precisamos partir de três requisitos
básicos: conhecer o assunto, ter poder crítico sobre
ele e dominar a linguagem.

Todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que adora falar sobre qualquer
assunto, temas que vão desde a primeira vez que o homem pousou na lua até as

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complexas técnicas de como fraudar uma votação secreta no Senado, ou seja, nenhum
assunto é demais para ela. Se é difícil escutar um indivíduo deste, imagina ler o que ele
escreve. É necessário saber do que se está falando e ter certo domínio sobre o tema
abordado.

Suponhamos que um texto/redação tenha como tema “As mudanças climáticas


no planeta”. Ora, o que se pode escrever sobre este assunto? Muita coisa! Mas se não
estamos acompanhando o noticiário, vai ser difícil escrevermos uma única linha.
Quando arriscamos falar sobre um assunto que não dominamos, corremos o risco de
cometer um dos mais frequentes enganos de candidatos de processos seletivos: "o
encher linguiça". Em outras palavras: escrever, escrever e escrever sem dizer
absolutamente nada.

Não é necessário formular uma tese, até porque não teríamos tempo para isto,
mas é importante deixar claro que temos uma opinião. Ninguém sabe qual será o tema
da redação em um processo seletivo. Sendo assim, a melhor coisa a se fazer é começar,
desde já, a ler. Nunca devemos nos limitar a um só assunto, devemos ler de tudo!
Revistas e jornais (na íntegra e não apenas a seção dos artistas), livros de ficção e
também os que obtiveram grande repercussão na mídia. Ou seja, praticamente tudo o
que for divulgado e que tenha qualidade, devemos ler.

Que tal assumirmos o compromisso


de ler ao menos uma revista por semana?
Ou talvez um livro a cada dois meses? Os
benefícios que esta prática pode nos trazer
são enormes. Ler não é nenhum bicho de
sete cabeças, mas se pensarmos ao
contrário, deixemos este bicho de lado e
comecemos a ler o quanto antes.

Além de nos prover conhecimento a


leitura nos ensina a escrever. Sem que conheçamos as regras de redação, nossos textos
vão se modificando naturalmente. Isto acontece porque no processo de leitura
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ganhamos mais vocabulário. Perguntemos a qualquer bom jornalista quantos livros ele
lê por ano. Assim, entenderemos a facilidade dele se expressar acima da média.
Começar a ter um poder crítico sobre o mundo que nos cerca é outra consequência
natural dentro do hábito de leitura.

Será que conhecemos realmente o Brasil? Sabemos por quais problemas os


sertanejos passam? Como realmente vive a população do norte do país? Por que o
índice de violência é tão grande na região sudeste? Por que o sul conseguiu se
desenvolver mais rápido que o restante do país? Conhecer os porquês do Brasil não é
apenas uma questão de patriotismo, mas sim de sensatez, até mesmo para tecermos
críticas sobre o local onde vivemos. No que diz respeito a uma redação de vestibular ou
de qualquer outro processo seletivo, conhecer o Brasil é a melhor forma de encarar as
30 linhas de espaço para elaborar o texto. Novamente é aí que a leitura regular se revela
fundamental. É importante conhecermos as notícias de todas as regiões do Brasil, não
apenas de nossa cidade ou estado.

Jornais e revistas são grandes fontes para sabermos o que se passa no mundo.
Devemos ler e nos informar sobre questões, como: as razões das guerras, as crises
econômicas, os problemas ambientais e muitos outros, ou seja, de agora em diante
temos que reconhecer o mundo como a nossa casa. Não é preciso comprar os impressos,
basta ler pela internet. Cabe acessar os principais jornais de nossa cidade e analisarmos
como cada um pensa sobre o mesmo assunto, comparar e pensar a respeito. Deste modo,
descubriremos como o mesmo assunto pode ser escrito de formas e com sentidos
diferentes.

"Qualquer um de nós, senhor de um assunto, é, em princípio, capaz de escrever


sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente
pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem”.
(J. Matoso Câmara Jr.)

Ter senso crítico é ser capaz de discordar com coerência de alguma opinião,
utilizando argumentos sensatos é também um fator de grande importância no momento
de redigir uma redação, pois dá leveza ao texto, isto é típico de quem conhece várias
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opiniões sobre o assunto que está sendo tratado, mas tem uma opinião pessoal formada.

Dominar a linguagem é também uma das boas consequências do hábito de


leitura. Se você não perdemos a conta, já são quatro vantagens que conseguimos com as
leituras constantes: conhecimento, aprender a escrever, formular senso crítico e agora
dominar a linguagem.

Os mudos têm uma linguagem própria, a dos sinais.


Se alguém domina esta linguagem pode se comunicar com
qualquer outra pessoa que também a domine. O mesmo
vale para uma redação. As palavras são códigos que se
dominados, podem passar a mensagem que quisermos, da
forma que queremos e para quem a gente quiser.

Nada nos limitará! As palavras são desafiadoras considerando as muitas formas


de se escrever, mas, principalmente, o seu significado. O ato de escrever, de denominar
a língua e a linguagem para alguns é fácil e agradável, entretanto, para outros pode
representar dificuldades e sacrifícios.

Quem escreve deve ter consciência de que ao escrever passam-se impressões,


pensamentos críticos e vivência pessoal, sabendo que por meio do aprimoramento da
linguagem será possível expressar de forma plena o que se pensa. É importante
percebermos que a redação, tal como ela deve ser, é consequência de um processo
contínuo de aprendizagem.

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Unidade 1 - Abordagem Inicial

Olá, aluno(a)!

Seja bem-vindo(a) ao Curso de Escrita e Redação. Nesta primeira unidade,


veremos os conceitos básicos sobre o trabalho com a escrita.

Ao longo das exposições serão apresentadas algumas propostas para redações.


Se desejar, você pode enviar esses exercícios sugeridos e mais duas redações de tema
livre para que eu, professor, faça a correção. O envio não é obrigatório, porém, sinta-se
livre para fazê-lo caso queira receber a correção e meus comentários.

Desejo um bom estudo!

Atenciosamente,
Prof. Redação.

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1.1 – Tipos de linguagem

Existem diversos tipos de linguagem. Aqui, vamos nos concentrar em aprender


um pouco mais sobre as diferenças existentes entre a forma de como falamos e a forma
de como devemos escrever e, ainda, aprender sobre as linguagens conotativa e
denotativa.

Talvez a melhor forma de começar o aprendizado sobre como escrever uma redação
com clareza e objetividade (maiores qualidades de qualquer texto), seja descobrindo
quais são as grandes diferenças entre a linguagem escrita e a linguagem falada. Isso nos
auxilia no diferenciamento do vocabulário adequado para escrever uma dissertação e
qual deve ser usado apenas em discursos específicos ou conversas informais.

1.2 – Linguagem oral

A linguagem oral é aquela que usamos em


nosso cotidiano. Quando estamos em um ambiente
que exige muita seriedade ou um comportamento mais
formal, como o local de trabalho, por exemplo, nós,
geralmente, ficamos preocupamos com a maneira que
nos comunicamos. Já quando estamos com pessoas de
nossa família ou amigos, usamos uma linguagem coloquial, ou seja, uma linguagem
despreocupada, sem normas gramaticais ou vocabulários refinados. Estes são momentos
que nos permitem fazer uso de gírias, por exemplo.

Ao falarmos temos algumas vantagens a mais do que quando escrevemos. Um


orador aumenta ou diminuiu o tom da voz, quando lhe convém, para chamar atenção em
determinado trecho de seu discurso. Ele possui, ainda, a vantagem de estar frente a
frente com o receptor de sua mensagem, chamando atenção para o discurso por meio de
gestos e do olhar. A vantagem de estar presente no momento de passar uma mensagem é
tão relevante que é comum ouvirmos e/ou falarmos, em nosso dia a dia, a frase: "preciso
falar pessoalmente com você" quando se trata de um assunto sério. Sendo assim, a
linguagem oral não exige que tenhamos grandes preocupações com as regras
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gramaticais e com o entendimento do receptor, uma vez que, no caso de dúvidas ou
mal-entendidos, este pode se manifestar, já que se encontra frente a frente com o orador,
ao contrário do que ocorre na linguagem escrita, como veremos a seguir.

1.3 – Linguagem escrita

Este é o tipo de linguagem que vamos aprender a utilizar ao longo deste curso. Ao
contrário da linguagem falada, a escrita exige de nós maior comprometimento com as
palavras e com a norma padrão da língua. Sempre que escrevemos, fazemos com
determinada finalidade e, para alcançarmos os objetivos desejados, precisamos saber
como utilizar a norma padrão da gramática brasileira.

Aqui não podemos fazer, indiscriminadamente, o uso de gírias e demais


elementos que podem compor a linguagem coloquial. Isto quer dizer que, quando por
algum motivo for necessário fazer uso de gíria ou de algum tipo de linguagem mais
coloquial ou diferente da norma padrão, precisamos tomar certos cuidados, deixando
claro essas marcas, fazendo uso, por exemplo, de aspas. Os sons e até mesmo as flexões
da linguagem falada têm que ser substituídos ao se redigir um texto.

Claro que isto não quer dizer que todo texto precisa ser cheio de palavras e
frases complicadas para ser bom, pelo contrário, ele deve ser “leve”. No entanto, temos
que evitar determinados erros que poderão gerar certa informalidade. Além disso,
veremos no decorrer do curso que uma boa redação tem que ser “enxuta”, ou seja, usar
poucas palavras e expressões para que tenha qualidade na comunicação.

Ao contrário da linguagem oral, não temos


na escrita a vantagem de estar em contato com a
pessoa com quem se fala. Os leitores podem ser os
mais diversos possíveis. Sendo assim, um texto
escrito precisa ser de fácil compreensão
permitindo que as pessoas, independente de suas
diferenças, sejam capazes de captar a mensagem

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que se pretende transmitir.

A dificuldade da redação seria, então, a de substituir, com precisão, todas as


vantagens típicas da linguagem falada por outras que permitam a comunicação por
escrito.

Mas apesar do que possa parecer, escrever, independente de ser uma dissertação
escolar, uma carta comercial ou um texto jornalístico, não é algo inalcançável para
ninguém. Contudo, requer dedicação para a compreensão das regras típicas da
linguagem escrita.

1.4 – Linguagem denotativa

Para lembrarmos o que é uma


linguagem denotativa, podemos
compará-la à linguagem do dicionário.
Nesta forma de linguagem, as palavras
sempre aparecem com seu sentido exato,
sem dar margem para interpretações, isto
é, em seu sentido real. Para
identificarmos um texto denotativo,
devemos analisar se o sentido das
palavras e das construções frasais estão
em seu sentido literal.

Exemplo: Colhi uma flor no jardim.

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1.5 – Linguagem conotativa

Ao contrário da anterior, na linguagem


conotativa as palavras podem adquirir diferentes
sentidos, o que varia de acordo com o contexto
em que elas estão inseridas. A conotação é uma
linguagem que trabalha com sentidos figurados e
é muito utilizada por profissionais da
publicidade na construção de propagandas. Ela
não é muito bem-vinda em dissertações, já que
esta estrutura de texto pede algo de maior
formalidade e exatidão.

Exemplo: Sua filha é mesmo uma flor!

1.6 – Como escolher as palavras

A imprecisão das palavras é um dos erros


mais comuns que se verifica nos textos. Não
podemos nos basear apenas pelo hábito do uso no
dia a dia para justificar seu uso no texto.
Considerando o que vimos até aqui a respeito das
linguagens escrita e falada, denotativa e
conotativa, sabemos que uma mesma palavra pode
ser usada para designar mais de um elemento e,
sabemos também, que nem todas as palavras e
linguagens devem ser utilizadas a todo momento e
em qualquer contexto.

Sendo assim, para escolher as palavras adequadas na hora de construir um texto


devemos considerar o seu contexto, a sua finalidade e o seu caráter. Deve-se verificar se
o texto é descritivo, narrativo, dissertativo ou de outro gênero, como veremos mais

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adiante.

1.7 – Período, oração e frase

Oração

É o enunciado que se estrutura e faz sentido baseado num verbo.

Exemplos:

• Os garotos cansaram.
• Fui ao mercado ontem.
• Andamos muito naquele dia.

Período

É a frase que contém uma ou mais orações. Este é o termo que damos para
organizar orações simples ou complexas, curtas ou longas, que, muitas vezes, se
separam umas das outras através da vírgula. Os períodos representam pensamentos
desenvolvidos, conclusos e inteligíveis.

Eles podem ser simples, possuindo somente uma oração e podem ser compostos
quando têm duas ou mais orações, ou seja, mais de um verbo como elemento principal
para efeito de sentido.

Exemplos:

• Período simples: Os professores e os alunos se reuniram ontem.

• Período composto: Os professores e os alunos se reuniram ontem e decidiram


quais seriam as regras do Festival Universitário.

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É necessário que tenhamos cuidado ao escolher que tipo de período utilizar. Se
tivermos muitas informações sobre um mesmo assunto, o melhor será mesclar o
parágrafo utilizando períodos simples e compostos.

O período mais utilizado é o simples, pois facilita a leitura e, portanto, o


entendimento. No entanto, o período composto é usado como forma de deixar o texto
menos cansativo, pois sua estrutura concede ao leitor agilidade.

Exemplos:

“Redigir um texto requer estudo. O aluno precisará se dedicar. A dedicação é sua


única maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.”

Quem não compreendeu o pensamento acima? Foi fácil, mas o texto em si está
mais parecendo um telegrama com aquelas frases curtas com pouca ou nenhuma
conexão. Veja como ficaria se usássemos também o período composto:

“Redigir um texto requer estudos. O aluno precisará se dedicar, pois esta é a única
maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.”

O segundo período é mais rápido e igualmente compreensível.

Os pensamentos formalizados em um período composto precisam de partículas


de ligação entre as orações, para que não perca sua unidade e sentido. A estas partículas
damos o nome de conjunções, das quais falaremos mais adiante.

Frase

A frase é um enunciado constituído por vocábulos que se reúnem para a


formação do processo de comunicação. É todo enunciado que tem sentido completo,
podendo ou não ter verbo, ou seja, pode ou não possuir oração. Assim, nem toda frase é
um período.

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Quando dizemos: “O dia está chuvoso”, “Todos estão trabalhando”, “Que dia é
hoje?”, “Ai!” – todas estas construções são exemplos de frase. Em uma redação
podemos considerar a frase como o núcleo de todo o texto. Se ela é formulada de forma
equivocada, isto afetará o parágrafo do qual faz parte e, finalmente, o texto por
completo.

A frase simples, geralmente, é estruturada com sujeito e predicado. O primeiro


indica quem exerce a ação e o segundo trata da ação principal. Mas nem todas as frases
possuem esta estrutura. As frases mais complexas incluem ainda:

a) Adjunto adverbial: apresenta as circunstâncias envolvidas no processo designado


pelo verbo (tempo, lugar, causa, modo, instrumento, fim, companhia, entre outros).

b) Objeto direto: é utilizado quando o verbo pede complemento para que a frase tenha
significado.

Exemplo: Renata ganhou um presente. O verbo “ganhou” pede um complemento, que é


o “presente”.

c) Objeto indireto: é utilizado quando o verbo, ao pedir um complemento, necessita de


uma preposição.

d) Complemento adverbial: é quando o verbo pede um complemento especial, ou seja,


que indique circunstância.

e) Predicativo: é um elemento que indica qualidade, um estado ou uma condição do


sujeito. Quando há predicativo na frase, há também verbo de ligação. O verbo de
ligação não exprime ação e sim um estado, ligando o sujeito ao predicativo. Os verbos
de ligação, mais comuns são: ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer, andar.

Esta listagem relaciona formas de frases mais complexas. Uma única frase pode
conter todos estes complementos ou apenas um deles, ou ainda, nenhum. Todas as
frases precisam ser claras e precisas.
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1.8 – Pontuação
Na comunicação escrita a pontuação é
essencial. Se mal colocada, ela pode deixar um
texto com dupla interpretação ou com
interpretação errada.

Veja, abaixo, os sinais de pontuação que


utilizamos na língua escrita e suas funções mais
básicas:

Vírgulas [ , ]

• Separam itens dentro de uma mesma frase;


• Separam adjuntos e orações adverbiais;
• Separam o aposto e o vocativo;
• Separam elementos intercalados;
• Separam elementos não restritivos.

Ponto e vírgula [ ; ]

• Localizam-se entre duas ou mais orações coordenadas;


• Separam itens que já tem vírgula;
• Orações ligadas pelas conjunções: entretanto, por conseguinte,
consequentemente e portanto.

Dois pontos [ : ]

• Para introduzir itens;


• Para uma citação formal.

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Ponto de exclamação [ ! ]

• Vem sempre depois de uma interjeição;


• Indica emoções e ordem.

Ponto final [ . ]

• Usado no fim da frase para afirmar ou concluir;


• Usada em abreviaturas.

Ponto de interrogação [ ? ]

• Usado no final da frase para indicar perguntas, dúvidas e indignação.

Reticências [ ... ]

• Para indicar continuidade ou interrupção.

Aspas [ “ ” ]

• Para indicar citação;


• Para indicar palavras estrangeiras, neologismos e gírias.

Parêntesis [ ]

• Para explicar algo.

Travessão [ – ]

• Para indicar diálogo;


• Separa orações intercaladas, assim como a vírgula e o parêntesis;
• Coloca algo em evidência.

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Exemplo

A falta de pontuação ou pontuação errada também pode causar grandes


problemas quanto à ambiguidade, ou trazer uma interpretação completamente diferente
da que queremos. Veja nesta historinha um exemplo disso:

Um homem rico agonizava em seu leito de morte. Pressentindo que o fim estava
próximo, pediu papel e caneta e escreveu:

“Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta
do padeiro nada dou aos pobres.”

Mas, morreu antes de fazer a pontuação. Para quem o falecido deixou a sua
fortuna? Eram quatro concorrentes:

1. O sobrinho fez a seguinte pontuação:


Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2. A irmã chegou em seguida e pontuou assim:


Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta
do padeiro. Nada dou aos pobres.

3. O padeiro pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele:


Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a
conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4. Aí chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta


interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a
conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

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Proposta de exercício 1

Pontue as frases abaixo de maneira correta:

a) Naquela obra tudo é bom os personagens o enredo a linguagem e até a capa

b) Eram várias frutas maçãs vermelhas doces e macias melancias suculentas e uvas
adocicadas de todas as cores

c) Em anos de trabalho eu jamais tinha visto um fenômeno como aquele

d) Durante seis meses ele ficou sem ver TV pois não estudou e reprovou

e) Eu não meu irmão foi reprovado no teste

f) O professor da Universidade José da Silva tem opinião contrária

g) De todos os vizinhos aquele era o único com quem me dava bem

h) As cores têm significados diferentes o vermelho é paixão e o branco é paz

i) Temos que considerar três pontos a rapidez a praticidade e a qualidade sem estas
características os serviços que queremos prestar via internet serão de pouca valia até
porque a concorrência esta grande não podemos arriscar e investir errado concorda

j) Todos nós temos defeitos mas assim é um pouco de exagero

l) O filme que assisti hoje é o primeiro que mesmo sendo de Hollywood não tem final
feliz

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1.9 – Ambiguidade

A função da ambiguidade é sugerir significados diversos para uma mesma


mensagem. Embora funcione como recurso estilístico, ela também pode ser um vício de
linguagem, que decorre da má colocação da palavra na frase. Neste caso, deve ser
evitada, pois compromete o significado da oração, além de representar um erro de
coerência, dependendo da forma como estiver empregada.

Exemplo:

"O presidente americano (...) produziu um espetáculo cinematográfico em novembro


passado na Arábia Saudita, onde comeu um peru fantasiado de marine no mesmo
bandejão em que era servido aos soldados americanos." ( Revista Veja )

Às vezes, quando um trecho é ambíguo, é o conhecimento que o leitor tem dos


fatos que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que lê. Um bom exemplo é o
trecho acima, no qual há duas ambiguidades, uma decorrente da ordem das palavras e a
outra de uma elipse do sujeito.

Neste exemplo, pode-se entender que o peru estivesse fantasiado de marine


(fuzileiro naval) e não o presidente. Por outro lado, é possível entender que o presidente
estivesse sendo servido aos soldados no bandejão e não o peru.

Correção: O presidente americano, fantasiado de marine, produziu um espetáculo


cinematográfico em novembro passado na Arábia Saudita, quando comeu peru no
mesmo bandejão que servem os soldados americanos.

Proposta de exercício 2

Para escrever bem é preciso escrever sempre! Então, vamos lá! Leia uma matéria de
jornal e reescreva com as suas próprias palavras.

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Unidade 2 – Técnicas de Redação

Existem alguns elementos considerados básicos para se escrever um bom texto.


A estética de uma redação, ao contrário do que muitos pensam, é quase tão importante
quanto o seu conteúdo. Quando um corretor analisa um texto, a primeira impressão diz
respeito à estética, o que pode influenciar sua postura com relação à leitura que ele fará
posteriormente. Portanto, neste capítulo iremos aprender como organizar os parágrafos
de uma redação, que elementos devem ser considerados na hora de redigir um texto,
entre outras coisas.

2.1 - Formatação e estrutura do parágrafo

Da mesma maneira que a sua redação deverá seguir uma estrutura, os


parágrafos, ainda sendo partes menores, também devem seguir uma estrutura e ter uma
forma adequada.

A divisão mais comum de um parágrafo consiste em três partes principais:

• Frase-núcleo: traduz o objetivo do assunto escolhido. Costuma ser a primeira


frase do parágrafo e serve para informar o leitor sobre o tipo de abordagem que
será dada ao assunto escolhido.

• Desenvolvimento: sua função é desenvolver a frase-núcleo.

• Conclusão: se houve um assunto abordado em determinado parágrafo, ele


precisa ser concluído para que outro aspecto seja tratado em um novo parágrafo.

Exemplo:

Parte da população brasileira, frequentemente, afirma que não gosta de política.


Essa parte, geralmente, é composta da mesma parcela da população que não lê sobre

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política e não compreende a profundidade do tema em suas vidas. No entanto, em
alguns momentos da história brasileira é possível ver unidade em torno de um debate
político, seja na eleição ou na corrupção. O difícil é encontrar brasileiros que
compreendam que a política faz parte de nossas vidas e que, quanto mais tentamos
ignorá-la, mais complicado fica de se efetuar qualquer mudança no país.

Outro ponto que não podemos deixar de mencionar é a transição. As frases dos
parágrafos podem estar bem escritas em uma análise isolada, porém, se as unirmos,
podem parecer desconectas. É preciso que elas tenham conexão umas com as outras,
para que não pareçam elementos isolados. Para isto, você deve fazer uso de conectivos
como os pronomes, as conjunções e os advérbios, que veremos mais adiante.

Proposta de exercício 3

Vamos treinar um pouco? Escreva um parágrafo


para cada tema:

• A Desigualdade Social Brasileira

• A Privacidade na Internet

2.2 – Objetividade e concisão

Ser conciso e objetivo é passar o máximo de informações de maneira articulada,


com o menor número de palavras possível e, ainda assim, conseguir transmitir a
mensagem que se deseja. Esta é uma das qualidades fundamentais de um texto. Para um
texto ser objetivo, ele deve ser capaz de responder a quatro questões básicas:

a) O que o receptor precisa saber?

A resposta para esta pergunta é a delimitação dos principais objetivos do texto,

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na separação de ideias, mais ou menos, importantes e na seleção dos assuntos que
devem merecer destaque.

b) Para que o receptor precisa dessas informações?

Para poder elaborar estratégias capazes de levar o leitor a compreender o que se


quer informar.

c) Que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto?

Deve-se evitar a presença de pormenores dispensáveis que só tendem a cansar o


leitor, desviando-o dos objetivos do trabalho e na certeza de não discorrer sobre o óbvio.
Informações irrelevantes desmotivam o leitor, seja por ele já estar afeiçoado aos
detalhes relativos ao tema, ou por ele não dispor de repertório técnico necessário à
compreensão imediata do contexto em que o trabalho se insere.

d) Qual a utilização e o alcance do texto?

É pertinente a escolha de uma linguagem compatível com as necessidades do


leitor, que muitas vezes se sente distante do texto por não entender a terminologia
técnica nele empregada, por não ter condições de alcançar aquilo o que o redator se
propõe ou por não ter repertório suficiente para entender o significado de algumas
expressões formais utilizadas. Levando-se em consideração todos estes elementos, é
possível construir um texto claro e objetivo.

2.3 – Coesão e coerência

A coesão e a coerência também são elementos indispensáveis para a construção


de um bom texto. Vejamos:

22
Coesão

A coesão se resume à ligação entre palavras e parágrafos de um texto. A coesão


tem a ver com a formulação e estruturação do texto. Como já dissemos, é
imprescindível que o texto possua: começo, meio e fim. E mais do que isso, é preciso
que as partes dos textos se relacionem formando um todo consistente. É importante que
as frases e parágrafos estejam bem “amarrados” para que o texto não caia em
descrédito. Dois importantes elementos gramaticais para que se mantenha a coesão de
um texto são: os pronomes e as conjunções.

Pronomes – São usados para representar termos já utilizados no texto, evitando


a repetição. São capazes de fazer referência, substituir ou qualificar um nome. Os
pronomes são muito bem-vindos, pois a repetição de um termo é capaz de empobrecer
muito um texto. São eles:

Pessoais do caso reto (função de sujeito na oração) – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles.

Pessoais oblíquos – me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, o, a, lhe, nos,
conosco, vos, convosco, se, si, consigo, os, as, lhes.

Possessivos – meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s), teu(s), tua(s) vosso(s), vossa(s),


seu(s), sua(s) dele(s), dela(s).

Demonstrativos – este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso, aquele(s), aquela(s),


aquilo.

Indefinidos – algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), muito(s),


muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), vário(s), vária(s),
outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, tais, qual, quais, qualquer,
quaisquer.

Interrogativos – qual, quais, quanto(s), quanta(s), que, onde, quem.

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Relativos – o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), que, quem,
onde.

Exemplo:

"A televisão brasileira está sendo alvo de discussões, nos mais diversos setores da
sociedade. Sua programação tem sido...".

"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões
em massa no Brasil.”

Conjunções – As conjunções representam as transições do texto. Eles servem


para ligar o seu texto, continuar o mesmo assunto, contradizer ou ainda iniciar um novo
assunto sem permitir que o texto perca sua unidade. As conjunções podem ser:

Coordenativas – e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, bem
como.

Adversativas – mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes,
pelo contrário, no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso.

Alternativas – ou, ou... ou, ora... ora, já...já, quer...quer, etc.

Conclusivas – logo, portanto, por conseguinte, pois, por isso.

Explicativas – que, porque, porquanto, pois.

Exemplo:

"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões em
massa em todas as regiões, sem distinções. Portanto, influenciará em nossa economia.”

24
Observação: Procure não usar palavras repetidas em seu texto. Diversifique seu
vocabulário. O uso de repetições também representa um erro de coesão.

Proposta de exercício 4

Reescreva os trechos abaixo, trocando


as pontuações, mudando pronomes,
conjunções e sinônimos para acabar com as
repetições e ambiguidades. Você verá como o
texto ficará muito mais claro e apresentável!

1. Paulo é um aluno do terceiro ano do Ensino Médio. Paulo deseja prestar


vestibular, o curso que o Paulo deseja fazer é engenharia química. O professor de
química do Paulo disse que ele tem grandes chances. Ele vai muito bem na
matéria de química da escola. Paulo está muito animado. Tem esperança de que
consiga ingressar numa universidade pública. O professor dele disse pra ele que
basta que ele estude bastante. Paulo não se sente preparado.

2. Sandra adora viajar. Sandra não gosta de ficar na praia. Sandra gosta de conhecer
diferentes cidades. Sonha em conhecer a Europa. Afirma que um dia vai realizar.
Sandra guarda dinheiro para viajar para a Europa há muito tempo. O marido de
Sandra diz ser um sonho impossível. Sandra afirma que conseguirá.

Coerência

A coerência está ligada ao sentido do texto, ela é necessária para que este tenha
lógica. Para que seja coerente, devemos manter uma mesma linha de raciocínio durante
todo o texto. Não podemos de modo algum nos contradizer, temos que manter o foco e
sempre usar diferentes argumentos para um mesmo ponto de vista.

25
2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual

Antes de começarmos a escrever efetivamente um texto, existem momentos que


são de extrema importância para o resultado final, como veremos a seguir:

Inspiração: Este momento corresponde ao


processo criativo do autor. Quando escrevemos
um texto, independente de que tipo seja,
precisamos de criatividade para ter ideias
suficientes para a sua constituição. Anotar, sem
muitos critérios, tudo o que vem à mente, para
não perder ou esquecer de algo. Neste momento
específico, não existem regras a serem seguidas,
apenas deixemos a imaginação fluir. Com
certeza, tudo que vimos, ouvimos ou pensamos,
sobre o assunto em questão, será lembrado.

Transpiração: Aqui é o momento de organizarmos as ideias que surgiram, já que nem


todas terão espaço para aparecer no texto. Devemos selecionar as que se encaixam
melhor com a temática, considerando a qualidade de nossa argumentação, a ordem exata
para serem colocadas e pensar em como essas ideias serão trabalhadas. A fase posterior
diz respeito a colocar em prática a arte da escrita, o que veremos com mais cuidado
adiante.

2.5 – As partes de uma redação

Como vimos acima, um texto para ser bem escrito deve ter uma estrutura que
indique seu desenvolvimento. Isto implica em sua composição com o começo, meio e
fim ou introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

26
Introdução

Geralmente, sentimos bastante dificuldade para escrever a introdução,


exatamente por ser a primeira parte do texto. No entanto, quando uma introdução está
bem escrita, o restante do texto flui com uma naturalidade surpreendente. Por que isso
acontece?

A resposta é simples! O desenvolvimento de uma dissertação é todo baseado na


sua introdução. Se nela o assunto não estiver explícito, ou estiver demasiadamente
detalhado ou muito limitado, depois não para onde correr.

Uma introdução consiste em um parágrafo de aproximadamente 4 ou 5 linhas e


deve apenas iniciar o assunto a ser tratado indicando, na medida do possível, o rumo
que o texto seguirá.

Uma dica para driblar a dificuldade com a introdução, é deixar para escrevê-la
por último. Assim, ficará mais fácil, pois, neste momento, já sabemos tudo o que foi
tratado na redação e faremos um resumo de tudo que escrevemos. Deste modo, nós
também nos livramos do risco de “fugir” do assunto que foi iniciado na introdução.

O primeiro parágrafo sempre corresponde à introdução da redação. Ele deve


apresentar o assunto a ser tratado no texto, ou seja, deve conter elementos básicos que
apenas iniciem a temática e passe a ideia principal do texto, como podemos ver no
exemplo a seguir:

Exemplo:

Um dos problemas que mais tem preocupado a população em âmbito mundial é


a degradação ambiental. A intensa exploração de recursos naturais aliada à poluição de
todos os tipos e ao contexto social, tornou crítica a relação entre homem e meio
ambiente, pedindo soluções urgentes.

27
Para ver mais exemplos, cabe ler as introduções das matérias dos jornais.
Perceba como há uma clareza no texto, sempre baseado no primeiro parágrafo. Não é
um segredo, é uma técnica de texto para jornal. Resume-se o assunto no primeiro
parágrafo e desenvolve-se depois. No entanto, a introdução jornalística possui certas
peculiaridades, como começar sempre pelo fato mais importante. Não é o caso de uma
redação que têm outros objetivos além de informar. Observe estas peculiaridades!

Desenvolvimento

Esta é a maior parte da redação e corresponde ao momento central, localizado


entre o começo e o fim. Ao desenvolver um assunto, tenhamos em mente o falaremos
sobre ele. E a melhor maneira de selecionar, isto é, saber sobre o que achamos que
podemos falar. Seria ótimo dominar todos os assuntos, mas não sendo possível, nos
limitemos a escrever sobre o que conhecemos para não escrevermos errado.

O desenvolvimento de um texto também tem que ser coerente com a introdução


e a conclusão. Nele serão expostos os nossos argumentos, tais argumentos devem
apresentar lados positivos e negativos sobre a temática tratada, criando uma discussão
acerca do assunto. Após colocarmos os dois lados da questão, na defesa de nossa
opinião (conforme o tipo de redação evite o uso da primeira pessoa) através de
argumentos coerentes e capazes de convencer o leitor.

Este é o momento de aprofundar as questões colocadas na introdução, bem como


em uma redação, como a dissertação, é a construção de 2 a 3 parágrafos.

Exemplo:

Essa situação foi gerada pela forma como temos vivido e nos desenvolvido. O
desenvolvimento desde o início da revolução industrial foi pautado por uma grande
exploração dos recursos naturais pela produção industrial cada vez maior e intensa.
Além de esgotar os recursos, que não têm tempo suficiente para se recuperar,
contaminamos o meio com o lixo que produzimos também de maneira intensa.

28
Além disso, este modelo de desenvolvimento também peca quanto aos seus
benefícios. Embora toda a produção humana seja em prol de um conforto e uma
qualidade de vida maior, não é o que temos alcançado. Ao contrário do que se pensam,
essas atitudes vem apenas esgotando os recursos dos quais somos dependentes,
acabando com a saúde e denegrindo a imagem humana.

Treine, pegue algum texto de um assunto interessante para que você e o


desenvolva. Utilize a introdução que já está lá, para que você tenha como ser guiado.
Faça isso várias vezes, afinal você está treinando.

Conclusão

A conclusão sempre será o parágrafo final do texto e corresponde à possibilidade


de conferir “amarração” à redação. Devemos finalizar o assunto tratado, retomando de
forma breve o que foi anteriormente discutido e, principalmente, oferecendo uma
solução para o problema colocado pela temática dada. Não podemos cometer o erro de
iniciar outro assunto ou tópico, neste momento, pois ele ficará vago e pouco
desenvolvido. Temos que continuar a ser objetivos, coerentes e concisos.

Exemplo:

Assim sendo, este modelo de desenvolvimento demanda uma solução de caráter


urgente que pense na produção humana em sua totalidade, analisando desde a
exploração de recursos, passando pela transformação em produtos até o seu destino final
que considere, principalmente, os aspectos humanitários, buscando eliminar o
desenvolvimento desigual.

29
2.6 – Tema e título

Muitas pessoas confundem estas duas palavras na hora de escrever um texto.


Quando nos é pedido para escrever um texto a respeito de determinado assunto, muitas
vezes, colocamos no lugar do título o tema sobre o qual nos foi pedido escrever. A
seguir vamos diferenciar “tema” e “título” para melhor lidarmos com esta questão:

Principais diferenças entre tema e título

Tema é o assunto sobre o qual irá escrever, ou seja, a ideia que será desenvolvida
ao longo da composição. Título, por outro lado, é o nome que se dá ao texto, no qual
será abordado entre tema ou assunto. O tema geralmente nos é dado quando devemos
construir um texto e o título deve partir de nós. Tem que ser uma criação pessoal de
acordo com o assunto abordado. Pode-se usar da criatividade na construção de um
título, o que conta pontos na correção de uma redação. Para finalizar, cabe ainda
dizermos que o título é dependente do tema, já que ele não pode ser criado
anteriormente. Em algumas situações (quando o tema é curto, por exemplo), é possível
usar o tema como título, porém esta atitude não será bem-vista, pois pode implicar em
falta de criatividade.

Exemplo:

Tema: O aquecimento global na terra tem prejudicado a vida humana e acabado


com a existência de muitas espécies.

• Títulos possíveis: O Aumento da Temperatura e os Prejuízos para o Homem


A Ação Humana e a Extinção de Animais e Vegetais

Como podemos ver, outras características que podem distinguir o tema e do


título e, vice-versa, é o fato de que o primeiro tende a ser mais longo e a fazer mais uso
de verbos, enquanto o segundo tende a ser mais curto e pontual, nem sempre
apresentando verbos em sua construção.

30
Entendimento e delimitação do tema

A primeira etapa de uma redação consiste em compreender plenamente o tema.


Nos antigos processos seletivos, ele era proposto de forma direta. Por exemplo, a
faculdade de direito da Universidade de São Paulo, certa vez, pediu que os
vestibulandos escrevessem sobre a "Cortina de Ferro". Neste caso, o vestibulando
deveria dissertar sobre os países do leste europeu então dominado pela ex-União
Soviética. Sem dúvida, questões propostas de maneira explícita facilitavam o
entendimento do tema.

As provas, hoje, já não apresentam os temas dessa maneira. São dados textos
que, de alguma forma, interligam-se e o candidato deve, em primeiro lugar, descobrir
essas relações. Em linguagem simples, devemos "perceber" o conteúdo do tema.
Devemos nos adequar ao tema sem fugirmos da proposta dada, afinal tal erro conta
como ponto negativo.

Para compreendermos como delimitar um tema, vamos imaginar uma cena


surreal. Um extraterrestre lhe aborda um dia e lhe pede para falar sobre o nosso planeta.
Você teria duas formas de abordar o tema: cronologicamente ou por fatos. O importante
mesmo é que você teria que encontrar uma forma de delimitar o tema. É claro que se
você for um engenheiro, será muito mais fácil dissertar baseado nas grandes obras da
engenharia mundial. Se você for um pintor, a história terá uma abordagem com as
grandes obras-primas e seus autores. Enfim, seria uma delimitação natural do assunto,
baseada em seus conhecimentos prévios. Concorda? No caso de uma redação, a questão
é outra. Os temas serão dados para nos no momento da prova, o que dificulta a
delimitação do assunto.

Exemplo:

Tema: O Preconceito Ainda Está Presente na Sociedade Brasileira

31
Este é um tema amplo e precisamos delimitá-lo para que a redação não se torne
um monte de informações desconexas. Não adianta querermos abordar todos os tópicos
que o tema permite, afinal existem teses de doutorado sobre o assunto. É preciso, então,
começar a escolher sobre o que poderemos falar, sem “inventar moda”. Sem se esquecer
de falar só do assunto que dominamos. Se não conhecemos realmente como é o
preconceito na Polônia, por exemplo, não devemos citá-lo. Nos limitemos aos nossos
conhecimentos.

Há vários tipos de preconceito (racial, religioso, sexual, cultural, os que


envolvem o poder aquisitivo, entre outros), mas não precisamos escrever tudo o que
pensamos ou o que já lemos sobre todos eles. Precisamos citá-los, mostrando que
sabemos o que é preconceito e que existem vários tipos. Só então escolheremos um ou
dois deles para tomarmos como exemplo para dar embasamento ao texto.

O que citamos neste último exemplo não é simplesmente um macete, é,


principalmente, uma forma de organizar as ideias. É algo que podemos usar no dia a dia.
Se alguém nos perguntar "Como foi o show?", nós não vamos descrevê-lo parte por
parte. Citaremos quais foram as melhores partes. Isto é algo natural e essencial em uma
redação. Podemos chamar isto de “poder de síntese”.

Uma outra boa forma de organizarmos as ideias é pensarmos como colocá-las no


papel, isto é, cabe escrevermos rapidamente os tópicos que iremos abordar no texto.
Não precisa ser muita coisa, mas algo que nos permita dar um direcionamento ao tema,
assim também não corremos o risco de fugir do assunto e cairmos no velho erro de
“encher linguiça”. Precisamos sempre estar em busca de um objetivo. Ao delimitarmos
o assunto, esse objetivo deve estar claro e evidente. Um exemplo de como organizar
ideias sobre a temática do preconceito seria colocando-as em tópicos, como podemos
ver a seguir:

• Existem vários tipos de preconceito;


• Dependendo do país, alguns se destacam mais do que os outros;
• No Brasil ele está mais ligado à questão financeira e racial;

32
• Para diminuir o preconceito são necessárias ações como diminuir as diferenças
existentes na sociedade, melhorar a educação e criar programas que ensinem a
igualdade entre as pessoas.

Mas vejamos bem, este esquema serve para nos guiar e não nos limitar. Se
surgirem mais ideias durante o texto, ainda dentro do tema proposto, não há nada de mal
em utilizá-las.

Desenvolvendo uma temática

Para desenvolvermos um tema, podemos começar seguindo os passos abaixo


listados:

1. Interrogar o tema;
2. Responder com uma opinião formada;
3. Apresentar um argumento básico;
4. Apresentar argumentos auxiliares e complementares;
5. Apresentar fatos como exemplos;
6. Concluir.

Para compreendermos mais facilmente os passos acima colocados, vamos pegar


como exemplo, a seguinte proposta temática: “Nenhum Homem é Uma Ilha”.

• Primeiro, precisamos entender o termo “ilha” que, naturalmente, está em


sentido figurado, significando solidão, isolamento;

• Transformemos o tema em uma pergunta: Nenhum homem é uma ilha?;

• Procuremos responder a esta pergunta, de um modo simples e claro,


concordando ou discordando (ou, ainda, concordando parcialmente e
discordando parcialmente). Esta resposta é o ponto de vista de cada um;

33
• Perguntemos a nós mesmos, o porquê nossa resposta, uma causa, um
motivo, uma razão para justificar a posição. Aí estará o argumento
principal;

• Agora, procuremos descobrir outros motivos que ajudem na defesa do


nosso ponto de vista, para fundamentarmos a nossa posição. Estes serão
argumentos auxiliares!;

• Em seguida, procuremos algum fato que sirva de exemplo para reforçar a


nossa posição. Este fato-exemplo pode vir de uma memória visual, das
coisas que ouvimos, do que lemos etc. Pode ser um fato da vida política,
econômica ou social ou pode ainda ser um fato histórico. Ele precisa ser
bastante expressivo e coerente com o ponto de vista. O fato-exemplo,
geralmente, dá força e clareza à argumentação, além de esclarecer a
nossa opinião e fortalecer os nossos argumentos. Além disso, personaliza
o texto, diferenciando-o.

• Procuremos agrupar estes elementos em um texto, considerando esta


atividade como um rascunho da redação. Por enquanto, pode-se agrupá-
los na sequência que foi sugerida.

Para o desenvolvimento de uma temática precisamos também aprender a


importância de um texto com começo, meio e fim, e como desenvolver cada uma dessas
partes, o que veremos posteriormente.

34
Conclusão do Módulo I

Parabéns por ter chegado até aqui. Neste ponto, encerra-se o Módulo I do curso.
Para passar ao Módulo II, acesse o site www.cursos24horas.com.br com seu login e
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módulos. Ao final você receberá seu certificado de conclusão do curso.

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