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FACULDADE DE DIREITO
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1
Indice
Siglas e Abreviaturas .................................................................................................................. 4
Introdução ................................................................................................................................... 4
2
9.2. Partilha de produção ......................................................................................................... 47
Conclusão ................................................................................................................................. 62
3
Siglas e Abreviaturas
Introdução
4
O presente trabalho tem como objecto de estudo o Regime da Tributação de Petróleo e do Gás
em Moçambique.
O trabalho é constituído por partes fundamentais a saber: a primeira que aborda a noção da
tributação do Petróleo e do Gás, a segunda que se dedica a análise da relação entre regimes
contratuais e regimes fiscais e a terceira que se ocupa do regime de tributação em
Moçambique.
5
1.Noção de Tributação do Petróleo
1
ANDRADE, Jose Vieira e Marcos Rui de Figueiredo, Direito do petróleo, 2013, Pag.231
2
Ibidem
6
Em termos gerais, a renda económica é toda a remuneração que excede o mínimo que
é necessário para incentivar uma actividade - a actividade num determinado sector –
ultrapassando o curso de oportunidade de desvio, de transferência, para um outro sector.
Concretizando ao nível da tributação sobre o petróleo, dir-se-á que a renda económica é a
diferença entre o valor da produção do mercado, representado pelo preço que o sujeito se
dispõe a pagar pelo produto e os custos para obter, compreendendo estes os custos de
exploração, os custos de desenvolvimento, os custos de operação e, por fim, a remuneração do
capital mobilizado e aplicado pelo investidor. Todavia, sem prejuízo das especificidades
impostas pela realidade subjacente à actividade de exploração, avaliação, desenvolvimento e
produção de petróleo de cada Estado, o regime fiscal adoptado não pode deixar de ter em
devida consideração a necessidade de partilha dos riscos envolvidos e da recompensa entre os
dois grandes players intervenientes na actividade petrolífera em apreço: a companhia
petrolífera, de um lado, e o Estado-anfitrião, de outro. Pois, como bem se compreende, estes
interesses contrapostos hão-de ter por base um dado equilíbrio que evite, simultaneamente,
uma renda excessiva a favor das companhias ou uma tributação verdadeiramente confiscatória
levada a cabo pelos Estados. Não admira que, independentemente da concepção geral que se
partilhe a esse respeito, o certo é que os Estados podem ser, e vêm sentido, remunerados de
diversas formas pela extracção do petróleo3.
Em rigor, podemos dizer que eles podem ser remunerados como Estado fiscal (na
medida em são titulares de diversos impostos), como Estado taxador (enquanto se financiam
através de taxas), como Estado proprietário (caso das rendas de superfície, dos royalties, da
partilha da produção e dos contratos de serviços) e até como Estado empresário petrolífero
(no caso de haver um sistema de participação na exploração e produção, designadamente
através da constituição de sociedades mistas, ou na medida em que tenham lugar numa
reserva dessa actividade a uma ou várias empresas estaduais). O que nos revela um universo
de encargos das empresas petrolíferas e, consequentemente, da remuneração dos Estados, que
vai muito para além do conhecido universo dos tributos. Um universo que, devemos
acrescentar, está intimamente ligado ao tipo de instrumento jurídico estabelecido entre o
Estado produtor e as oilcampanies para a exploração e produção de petróleo, ou seja, a
licença, o contrato de concessão, o arrendamento (lease), os contratos de partilha de produção,
3
Idem, Pag.232
7
os contratos de serviços, a participação estadual nos empreendimentos de exploração e
produção, etc4.
4
Ibidem
5
ANDRADE, José Carlos Vieira De, et. Direito do petróleo, Faculdade de Direito de Coimbra, Instituto Jurídico,
pag 234.
6
Ibidem
7
Idem, Pag.235-236
8
O que nos permite sublinhar que, por certo, é no domínio da remuneração
proporcionada aos Estados-anfitriões pela extracção do petróleo que se assiste a uma
manifestação, porventura das mais paradigmáticas, da perspectiva que vem sendo designada
por "visão integrada do fenómeno económico", a qual senão compadece com uma
consideração estritamente tributaria dessa remuneração, mesmo que essa tributação seja
entendida segundo a "consideração unitária do fenómeno financeiro", em que a capacidade
contributiva dos destinatários dos impostos, mormente das empresas, que é tida em conta, não
é apenas a decorrente dos rendimentos que obtém no quadro económico resultante do
regulação estadual, mas também das especificas despesas que realizam na prossecução de
objectivos de interesse público da responsabilidade do Estado e demais entidades públicas,
despesas que estes assim ficam dispensados de fazer"8.
Com efeito, a remuneração estadual esta longe de poder ser explicada pela tributação, mesmo
que esta, de algum modo, assente na perspectiva alargada que vimos de referir, uma vez que
aquela resulta inequivocamente do papel económico que os Estados assumem na gestão dos
recursos naturais, o que tem inequívoca expressão na sua negociação e fixação, De facto, os
Estados-anfitriões, quando contratam com as companhias, não vêem nestas apenas
contribuintes, ainda que contribuintes especiais, mas parceiros imprescindíveis ao
desenvolvimento de uma actividade económica da maior importância para o desenvolvimento
e sustentabilidade económicos, no presente e no futuro, dos seus países9.
Por conseguinte e em conclusão, quando usamos a expressão tributação do petróleo,
estamos a referir-nos as diversas modalidades que assumem a remuneração que os Estados
petrolíferos obtêm das empresas petrolíferas, as quais, por via de regra, são companhias
multinacionais. Muito embora, em contrapartida, seja de sublinhar que uma tal figura, com
particular destaque para os impostos, continua a ser a componente decisiva dessa
renumeração, mesmo em Estados em que a sua actuação neste domínio se vem inclinando
para modalidades de renumeração mais típicas de um Estado proprietário ou ate de um Estado
empresário, uma vez que estas estão longe de excluir ou substituir a tributação pela via dos
impostos. Por isso não admira que a tributação correspondente ao Estado fiscal, a tributação
através dos impostos, continue a ter um papel decisivo nessa remuneração, como veremos ao
cuidar dos instrumentos da tributação. Antes, porém, aludamos ao quadro mais amplo em que
opera a indústria petrolífera e, por conseguinte, a sua tributação10.
8
Idem, Pag.236
9
Ibidem
10
Idem, Pag.237
9
3. Os Instrumentos da Tributação do Petróleo e do Gás
11
Idem, Pag.248
12
Idem , Pag. 248-249
10
menos rotinadas no seio da Administração Tributaria, evitando-se assim os custos
administrativos acrescidos inerentes à criação e aplicação a um regime especial novo de
tributação13.
Ainda no seio da tributação das actividades petrolíferas mediante impostos gerais
sobre os lucros, cumpre referir que o imposto sabre os lucros das companhias petrolíferas
pode incidir sobre todas as áreas de actividade a que a mesma se dedica ou sobre cada uma
delas, separadamente. No primeiro caso, comummente designado por imposto consolidado, 0
imposto é apurado sobre o lucro total da companhia, que por essa via consolida os ganhos de
uma actividade ou de certa área do contrato, com as eventuais perdas (prejuízos) de outras, o
que configura um substancial incentivo ao desenvolvimento de projectos transversais14.
As situações em que a lei tributa, de maneira independente, cada uma das áreas de
actividade dos sujeitos passivos são designadas ring fencing. Nestes casos, os Estados vedam
a possibilidade de as companhias petrolíferas compensarem os ganhos com as perdas de todas
as actividades desenvolvidas, tratando cada uma delas como um centro de custos
individualmente considerado. Note-se, porém, que 0 ring fencing também pode ser adoptado
apenas no seio da actividade petrolífera, no sentido de permitir a compensação de ganhos e
perdas entre projectos petrolíferos". Como facilmente se compreende, 0 ringfenCing destina-
se a proteger a receita do Estado, ao limitar a dedução de gastos. No entanto, é um claro
desincentivo para as companhias15.
Todavia, alguns países têm regimes que combinam cumulativamente as duas
tributações: imposto geral e imposto especial. Esta terceira situação verifica-se,
designadamente, naqueles países que, tendo optado por um sistema de partilha de produção no
quadro da procura de uma maior remuneração obtida das oilcompanies nos tempos mais
recentes, visam, assim, de algum modo, recuperar receitas relativamente a anteriores sistemas
assentes na concessão, como e o que julgamos verificar-se em Angola, país em que, ao lado
do imposto sobre o rendimento do petróleo, tem o imposto de transacção do petróleo cuja
base é constituída pelo mesmo rendimento tributável do imposto sobre o rendimento do
petróleo, muito embora este não comporte exactamente as mesmas deduções, já que não
admite a dedução dos prémios que são dedutíveis no imposto sobre o rendimento do
petróleo16.
13
Idem, Pag.249
14
Ibidem
15
Ibidem
16
Idem, Pag.251
11
Com efeito, ao lado da tributação dos rendimentos das empresas petrolíferas que
acabamos de mencionar, que constitui uma tributação que tem por base taxas ou alíquotas
proporcionais, que podemos considerar clássica, vem ganhando alguma visibilidade uma
outra maneira de encarar a remuneração dos Estados petrolíferos exigida as IOC, em que
assistimos a uma certa recuperação da importância da figura dos impostos, e justamente do
imposto sobre o rendimento das empresas petrolíferas, através da chamada tributação
progressiva dos lucros das empresas. Trata-se de uma tributação que tem sido adoptada em
alguns países e defendida e proposta por alguma doutrina, para a qual se invoca, como
argumento decisivo, o de assim os Estados-anfitriões assegurarem uma elevada captura da
renda económica gerada pela actividade de exploração e produção de petróleo num quadro
jurídico que responda automaticamente e de uma maneira estável a subida constante dos
preços do crude no mercado mundial, a qual, como é sabido, decorre da procura crescente dos
derivados de petróleo17.
Para além dos impostos, gerais ou especiais, sobre a actividade petrolífera, que
constituem o instrumento largamente mais utilizado no âmbito das actividades de extracção
do petróleo, existem outras formas de captura da renda económica por parte dos Estados, que
não têm subjacentes os princípios inerentes à figura dos impostos18.
17
Idem, 252
18
Idem, Pag.260
19
Ibidem
12
tais como os bónus, as rendas de superfície, os royalties ou até as parcelas estaduais dos
sistemas de partilha da produção. Quanto à figura dos bónus, podemos dizer que se trata, em
termos gerais, de uma compensação pecuniária paga ao Estado em virtude da atribuição do
direito de exercer uma actividade petrolífera, sendo a mesma devida, nuns casos, aquando da
assinatura de um contracto de concessão ou partilha de produção, e noutros, em função do
sucesso da exploração ou dos níveis de produção20.
20
Ididem
21
Idem, Pag.261
13
que compensações pecuniárias pela exploração do subsolo, afigurando-se, nessa medida,
como verdadeiras taxas22.
No contexto em análise, o royalty é um tributo que pode ser cobrado por unidade de
produção, como um valor uniforme e fixo por nível específico, ou como uma taxa ou alíquota
incidente sobre o valor de produção (ou seja, como um imposto ad valorem). A taxa ou
alíquota aplicada pode ser proporcional ou progressiva, de acordo com a quantidade de
petróleo produzido, e a frequência do respectivo pagamento é variável. Pese embora a forma
mais comum seja a de aplicação do royalty como um imposto por unidade de produção,
existem regimes diferentes, que prevêem a aplicação do royalty sobre a receita bruta ou sobre
o EBIT, sobre o valor do crude extraído, ou ainda outros que são totalmente contratualizados.
Por outro lado, cumpre salientar que o royalty não é necessariamente uma receita do Estado, o
qual opta, em alguns regimes, por lançar tributos que incidem sobre os royalties pagos a
privados24.
Este tributo apresenta duas grandes vantagens: em primeiro lugar, porque constitui
uma forma simples de tributação, implica custos de controlo e administração para o Estado
bem menores do que os incorridos na generalidade dos outros tributos sobre o petróleo. Em
segundo lugar, ele permite ao Estado obter receitas antecipadas e continuas, garantido que o
22
Ibidem
23
Ibidem
24
Idem, Pag.263
14
valor do recurso explorado é pago concomitantemente à sua extracção. Enfim, por outro lado,
sendo o royalty cobrando sobre a receita bruta, ele ignora os gastos (dedutíveis) e os lucros
associados ao projecto25.
Contudo, continua a ser discutível a verdadeira natureza dos royalties, não sendo de
todo descabido que, a serem considerados tributos, sejam vistos como realidades mais
próximas da figura das taxas do que da figura dos impostos, sendo certo que, como já
deixamos insinuado atrás, seja questionável até que eles integrem o próprio universo dos
tributos. Um problema cuja solução não se revela fácil até pela variedade de royalties a que
aludimos. Com efeito, a remuneração proporcionada ao Estado que neles se concretiza
corresponde claramente mais aos poderes do Estado taxador ou, em termos mais rigorosos,
aos direitos do Estado proprietário do que verdadeiramente aos poderes do Estado fiscal. Pois,
por um lado, podemos dizer que as prestações coactivas em que se materializam têm por facto
gerador, pelo menos aparentemente, o acesso e utilização de um bem integrante do domínio
público, o domínio público mineiro, um aspecto que os aproxima da figura das taxas devidas
pela utilização de bens do domínio público. Tendo, porém, em conta que os royalties
constituem a contrapartida, paga de resto por via de regra em espécie, pelas empresas
petrolíferas pela aquisição a titulo definitivo aos Estados, seus titulares, de bens moveis
constituído pelos barris de crude, parece mais rigoroso nem de taxas verdadeiramente se
tratar, configurando-se ou aproximando-se antes de autênticos preços. Um problema idêntico
ao que vimos de considerar se coloca relativamente aos regimes de partilha da produção, em
que a parcela que cabe aos Estados nessa partilha se apresenta actualmente, tanto em termos
do seu apuramento como dos resultados a que conduz, com imensas semelhanças ao imposto
sobre o rendimento do petróleo típico dos regimes de concessão. É certo que na versão mais
simples desse regime, que vigorou nos primeiros anos da sua criação na Indonésia, a parte que
cabia ao Estado era uma parcela do saldo de petróleo (petróleo bruto), obtendo-se este depois
de a companhia recuperar os custos em que incorreu a partir da produção26.
A remuneração do Estado era, assim, uma parte da produção. Produção que, após a
dedução da recuperação dos respectivos custos por parte da companhia, era dividida nos
termos do correspondente contracto entre esta e o Estado. Mas esse recorte da partilha foi
bastante modificado no sentido de maximizar a receita dos Estados, tendo-se estabelecido
percentagens progressivas para a parcela dos Estados (e, consequentemente, regressivas para a
25
Ibidem
26
Idem, Pag.264
15
parcela que cabe às companhias) reportadas, numa primeira, fase, à produção anual (milhões
de barris) e, depois, às taxas de rendibilidade interna do capital. Pois bem, esta última
modalidade de partilha da produção assemelha-se a imposto progressivo sobre o rendimento
com taxas ou alíquotas maginais máximas, de resto, bastante elevadas27.
27
Ibidem
28
Idem, Pag.265
16
dos factos tributários. Estas funções estão, actualmente, a cargo dos sujeitos passivos de
imposto, a quem a lei incumbe, na generalidade dos sistemas, a obrigação de declarar todos os
rendimentos tributáveis e assim permitir à Administração Tributária o cálculo do imposto
devido por qualquer pessoa singular ou colectiva, sob cominação de sanções autónomas29.
Às administrações fiscais nacionais cabe, por sua vez, a tarefa de detectar os factos
fiscalmente relevantes, através da fiscalização das declarações dos sujeitos passivos, quer
quanto ao seu conteúdo, quer quanto às suas possíveis comissões. Tarefa que pressupõe a
necessária articulação entre o princípio da investigação, pela Administração Tributária, e os
deveres de cooperação, impostos aos sujeitos passivos30.
29
Ibidem
30
Ibidem
31
Ibidem
17
Regime fiscal, no ambiente da indústria de petróleo, é o conjunto de aspectos legais,
contratuais e tributários que regem as operações de petróleo em um dado país ou estado
soberano (JOHNSTON, 1994). De maneira mais simples, é o conjunto de regras que
determina o funcionamento da relação entre os agentes existentes na indústria petrolífera,
sendo os principais32:
32
LUCCHESI, Rodrigo Dambros, Regimes Fiscais de exploracao e produçao de petroleo no Brasil e no Mundo,
Fevereiro de 2011, pag 18
33
Ibidem
34
Idem, Pag.18-19
18
uma parcela do petróleo produzido, conforme cláusulas contratuais. Ambos sistemas são
detalhados a seguir35.
6. Os Regimes Fiscais
35
Ibidem
36
- Rodrigo Dambros Lucchesi, 2011. Pag.19
37
- Idem, Pag.20
38
- Ibidem
19
Apesar de vários países praticarem o sistema de concessão, cada país trabalha com
variáveis diferentes dentro do mesmo arcabouço. Por exemplo, nos Estados Unidos, as regras
de pagamento de royalties variam de acordo com a localização da produção de petróleo. Em
terra, os royalties devidos são de 12,5% e 11,0%, sobre a receita bruta da produção, para o
proprietário da terra e para o Estado, respectivamente. Já em águas rasas (menor que 400
metros de profundidade), deve se royalty de 16,7% ao estado adjacente, ao passo que a
produção de petróleo em águas profundas requer o pagamento de 12,5% de royalties ao
governo (LUCZYNSKI et al., 1999)39.
Receita Bruta
Royalty
Receita Tributável
Impostos Taxas
Receita Líquida
39
- Idem, Pag.21
40
- Idem, Pag.21
20
6.2. Sistemas contratuais
Os outros dois regimes fiscais mais comuns são agrupados na literatura sob o nome de
sistemas contratuais, que são os contratos de serviços e os contratos de partilha de produção
(“Productionsharingcontracts” - PSC)41.
Segundo Johnston (1994), estes sistemas são classificados como contratuais, pois os
contratos celebrados entre o governo e o operador nestes sistemas costumam conter quase
todas as disposições legais referentes à actividade de E&P do país, ao passo que os contratos
de concessão costumam ser menos densos, remetendo à legislação local de petróleo sempre
que possível42.
Neste modelo, o Estado tem um papel mais actuante e participativo na condução das
operações de E&P, pois é o detentor dos recursos minerais (conforme mencionado
anteriormente) e participa directamente das operações, seja através da presença de uma
empresa estatal no consórcio, seja através da presença de membros do governo no comité
operacional que se reúne para a tomada das principais decisões45.
41
- Idem, Pag.22
42
- Ibidem
43
- Ibidem
44
- Ibidem
45
- Ibidem
21
O Contrato de Partilha da Produção (PSC) é celebrado entre uma empresa ou
consórcio de empresas e o Estado (directamente ou através de sua NOC). Este regime, como o
nome diz, prevê a divisão do petróleo produzido entre as empresas do consórcio operador e o
Estado46.
Recuperados os custos até o limite determinado pelo PSC, o petróleo excedente será
dividido entre o operador e o governo, através de factores também determinados no contrato.
Essa parcela de petróleo é chamada de “ProfitOil” (“Óleo Lucro”) (JOHNSTON, 1994). A
parte do profitoil que couber ao consórcio ainda será usada como base para pagamento de
impostos e taxas como impostos de renda, contribuições governamentais, bónus de
performance, entre outros, dependendo do previsto em cada contrato. O governo normalmente
recebe sua parte do petróleo através da participação de sua empresa estatal (NOC), como
sócia do consórcio na fase de produção49.
46
- Ibidem
47
- Idem, Pag.23
48
- Ibidem
49
- Idem, Pag.23
22
A figura 2 mostra como funciona a divisão de um contrato de partilha de produção
típico. Conforme explicado anteriormente, uma parte da receita líquida (após o pagamento de
royalties, quando este for previsto) é utilizada para recuperar os custos já incorridos no
projecto (“costoil”). A receita restante, profitoil, é dividida entre o governo (ou sua empresa
estatal) e o operador, cabendo ainda o pagamento de tributos sobre a receita do operador50.
Receita Bruta
Royalty
Receita Líquida
ProfitOil CostOil
50
- Idem, Pag.23
23
Neste tipo de contrato as actividades de exploração e produção desempenhadas em um
determinado bloco ou região são caracterizadas como uma prestação de serviço pelo
contratado (empresa que vai realizar as actividades de exploração e produção) e o contratante
(governo do país). A companhia contratada não possui direito nem sobre as reservas e nem
sobre a produção de petróleo que venha a ser descoberto51.
Além dos regimes fiscais analisados anteriormente, cabe citar uma modalidade com
características distintas que está sendo implantada no Brasil. Trata-se da cessão onerosa, uma
forma de cessão de áreas exploratórias sem risco exploratório, dado que ali já foi comprovada
a existência de petróleo. Pela ausência do risco exploratório, a empresa que recebe a licença
desta área paga por ela um valor equivalente ao preço das reservas ali contidas, porém não
desenvolvidas54.
51
- Idem, Pag.25
52
- Ibidem
53
- Ibidem
54
- Idem, Pag.26
24
6.5. Government Take
Receita do Estado______
55
- Idem, Pag.26
56
- Ibidem
57
- Ibidem
25
Receita Líquida$55
GovernmentTake45% = ($20+$25)/$100
ContractorTake55% = $55/100
Receita Bruta
Royalties $10
Recuperação de $20
Custos
$70
Óleo lucro
$35
(profitOil)
$35
Parcela do Governo
Parcela do Operador
$12
Imposto de renda
$23
Lucro líquido
operador
29% = $23/($100-$20)
26
Johnston (2004) ressalta, entretanto, que mesmo o government take não é uma
estatística perfeita. A comparação entre government takes de dois projetos em distintos
regimes fiscais em diferentes países - apesar de ser uma das formas mais utilizadas e
completas de se comparar regimes fiscais – pode não ser suficiente para se ponderar todos os
aspectos de cada regime. Com efeito, o government take não incorpora alguns aspectos
qualitativos (e também outros quantitativos) característicos de cada regime fiscal58.
- Além de quanto o governo arrecada (government take), como o governo arrecada: a forma
de cálculo dos tributos e compensações financeiras, bem como quando elas ocorrem ao longo
do projecto podem fazer diferença na viabilidade económica do projecto;
- Processos de aprovação governamentais: um governo que demore mais tempo para aprovar
as propostas dos operadores pode comprometer os prazos de um projecto, acarretando
prejuízos;
- Obrigações do mercado doméstico: alguns países deficitários em petróleo podem exigir que
o petróleo (ou parte do) produzido seja comercializado obrigatoriamente para o mercado
interno, a preço diferenciado, o que reduz a lucratividade do projecto, em comparação com
outros que permitem a exportação do petróleo a preços internacionais;
- Resolução de disputas: alguns países prevêem na legislação que eventuais disputas acerca
de alguma questão contratual sejam feitas em uma corte de arbitragem independente em outro
país, ao passo que outros países exigem que todas as disputas sejam resolvidas internamente,
o que reduz o poder contencioso dos investidores estrangeiros caso sintam-se lesados de
alguma forma;
58
- Idem, Pag.27
59
- Idem, Pag.28
27
- Participação do governo: se o contrato for um PSC, estão previstas condições para a
participação do governo ou de sua NOC na fase de produção, onde terão direito a um
percentual do petróleo produzido;
- Alguns regimes fiscais (por exemplo, Angola, Malásia, Rússia e Índia) são estruturados de
maneira progressiva, ou seja, a alta nos preços do petróleo durante este período aumentou o
government take (através de uma tabela de divisão de profitoil escalonada).
- Alguns países (como Rússia, Venezuela e Bolívia) fizeram uma renacionalização parcial de
sua indústria de petróleo.
28
7. Análise comparativa dos regimes de concessão e de partilha
60
MELLO, Felipe Macieira, Regimes de concessões vs. Regimes de partilha de produção, Dezembro de 2013, pag
27.
61
Ibidem
62
Ibidem
63
Ibidem
64
Ibidem
29
É justamente essa diferença na alocação temporal de fluxos de caixa entre os regimes
que será objecto de estudo neste capítulo. Em princípio, não parece claro que, do ponto de
vista da arrecadação do Estado, seja mais vantajoso receber a receita petrolífera no início ou
no final do processo. Contudo, a teoria de Leilões é capaz de mostrar que a alocação pode ter
sim influência na ousadia das companhias em seus lances, o que em última instância vai
impactar na arrecadação governamental com o sector de petróleo65.
Os leilões que tem relevância para o nosso estudo são aqueles em que o vencedor deve
pagar uma quantia que depende de um fluxo de caixa futuro. Pode-se interpretá-los como
leilões nos quais os lances são feitos por meio de instrumentos financeiros, as "Securities".
Exemplos de securities seriam dívidas, opções e acções66.
A fim de relacionar a teoria de leilões com o estudo de caso em questão, é
fundamental diferenciar esses três tipos de securities. Será usado um exemplo aplicado ao
caso da exploração de petróleo, inspirado no artigo de Carrasco e Mello67.
Consideremos R como a receita líquida da actividade petrolífera. Se o dono da Ação tem
direito 0<p<1 da receita líquida, então a acção é uma security que promete pagamentos iguais
a pR
Já o contrato de Dívida com valor de face D promete a seu detentor pagamentos iguais ao
mínimo entre D e R. Ou seja, se o montante acordado D for superior à receita líquida da
actividade, o dono da Dívida fica com toda a receita líquida. Por outro lado, se o montante D
for inferior à essa receita, o dono da Dívida recebe apenas R68.
A Opção de compra com preço de exercício S, por sua vez, é uma security que
promete pagamentos iguais ao máximo entre 0 e R-S. Ou seja, caso R seja inferior ao preço de
exercício S, o dono da security não exercerá a opção de comprá-lo e ficará com zero.
Entretanto, se R for maior que S, é vantajoso para o dono exercer essa opção e ele o fará,
tendo um rendimento líquido de R-S69.
Entendidos os diferentes instrumentos financeiros, é possível analisar as implicações
do uso de cada um para a remuneração do leiloeiro. Se as propostas dos participantes são
fracções 0<p<1 da receita líquida R ao Estado, pode-se dizer que é um leilão de Ações e,
nesse caso, quanto maior fracção p ofertada, mais ousado é o lance. Já se os participantes
ofertam valores de face D, trata-se de um leilão de Dívida e o lance é mais ousado conforme
65
Idem, Pag.28
66
Ibidem
67
Ibidem
68
Ibidem
69
Ibidem
30
maior o D. E se são ofertadas opções de compra, os lances são preços de exercício S e quanto
menor S, mais ousado é o lance70.
Outra vantagem do sistema de Concessões é que o Estado não assume qualquer risco
financeiro na exploração e produção de petróleo. Todos os custos do processo são contraídos
70
Idem, Pag. 28-29
71
Idem, Pag.29
72
LEITĂO, Luís Manuel Teles, os contratos no Direito do Petróleo e do Gás, Pag.33
73
Ibidem
31
pela empresa concessionária sem direito a qualquer restituição, ainda que não haja êxito na
exploração ou o volume produzido seja incapaz de cobrir os gastos. Já os contratos de partilha
exigem do Estado muito mais informação de antemão a respeito do bloco a ser explorado
devido ao facto de nestes tipos de contratos, o governo, além de ser accionista do projecto,
incumbir-se de reembolsar os custos da empresa74.
Uma primeira vantagem que pode ser apontada no Regime de Partilha é o facto de
incrementar o poder do Estado em exercer política comercial no sector do petróleo, como por
exemplo, definir o preço e o volume da commodity que será exportado ou retirado
internamente e refinado76.
74
Ibidem
75
Ibidem
76
Idem, Pag. 81
77
Ibidem
32
Outra vantagem a ser mencionada é a possibilidade que o sistema de partilha oferece
ao governo de fazer políticas de subsídios. Ele pode vender o óleo a um preço mais acessível
para parceiros comerciais, a exemplo da Venezuela, ou então para sectores os quais ele visa
impulsionar o crescimento (ou que necessitem desse apoio para sobreviver no mercado
internacional), como o sector petroquímico, subsidiando-os78.
Entretanto, vale a ressalva de que isto também pode ser replicado no Regime de
Concessões. Basta que o governo dedique uma parcela de sua arrecadação para a instituição
que deseja apoiar. É um meio mais transparente – mais “accountable” – de apoio, inclusive79.
A Lei dos Petróleos (Lei n.º 21/2014, de 18 de Agosto) prevê que o regime específico
de tributação das operações petrolíferas é estabelecido por lei. Neste contexto, foi aprovada a
Lei n.º 27/2014, de 23 de Setembro, que estabelece o Regime Específico de Tributação e de
Benefícios Fiscais das Operações Petrolíferas (“RETBFAP”).
78
Ibidem
79
Ibidem
80
- Artigo 25 da Lei nº 21/2014, de 18 de Agosto
33
De acordo com o disposto no artigo 4 do RETBFAP estabelece que, as pessoas singulares e
colectivas mencionadas no artigo 3 da presente Lei, sujeitam-se, de uma forma geral, aos
impostos que integram o Sistema Tributário Moçambicano, bem como aos encargos
parafiscais.
As pessoas referidas no número anterior ficam ainda sujeitas ao Imposto sobre o Rendimento
das Pessoas Colectivas – IRPC, bem como aos mecanismos de partilha de produção, previstos
na presenta Lei.
a) Incidência Objectiva
b) Incidência Subjectiva
Relativamente aos sujeitos, resulta dos artigos 6 que, são sujeitos passivos do IPP as
pessoas colectivas que realizem operações petrolíferas em território Moçambicano ao abrigo
de um contrato de concessão.
34
entregue para o consumo ou uso ou carregado como mercadoria, incluindo na forma de gás
natural liquefeito.
c) Facto gerador
d) Base tributável
As taxas referidas aplicam-se sobre o valor do petróleo produzido, tal resulta do disposto
no artigo 8 que, “a base tributável do IPP é o valor do petróleo produzido”.
a) no caso de vendas a sociedades não participadas, o preço médio ponderado por barril
no pondo de entrega de cada declaração de venda ou de exportação de petróleo bruto,
35
apurado por referência aos preços FOB, a que esse petróleo bruto tenha sido vendido
pela concessionária, durante esse mês civil; ou
b) no caso de vendas a um terceiro em condições diferentes das condições FOB para
efeitos deste regime, deve ser aplicado um preço FOB calculado sob a forma líquida
(net-back) estabelecido através da dedução ao preço acordado, dos custos reais e
directos incorridos pela concessionária no cumprimentos das obrigações decorrentes
dos respectivos contratos de venda a que acresçam as obrigações inerentes a um
contrato de compra e venda FOB;
c) no caso de vendas a sociedades participadas, o preço que for acordado entre os
Ministérios que superintendem as áreas de petróleos e das finanças, conjuntamente, e a
Concessionária, com base nos seguintes factores:
i. o preço médio ponderado FOB do mês civil para o petróleo bruto de
classificação brent, ou outra produção e para o período em questão. A
média ponderada baseia-se nos dias de cada mês civil em que um preço de
fecho estiver cotado no relatório de cotações “Platts Oilgram” e não são
considerados para o efeito os sem cotações de preços, como os fim-de
semana e dias feriados;
ii. um prémio ou desconto sobre o preço do petróleo bruto de classificação
Brent, ou qualquer outra classificação apropriada de petróleo bruto para a
produção em questão, a determinar por referência à qualidade do petróleo
bruto produzido para a produção em questão, a determinar por referência á
qualidade do petróleo bruto produzido a partir da área do contrato e o custo
da colocação desse petróleo bruto no mercado.
36
b) Se o prémio ou desconto apresentados separadamente pelos ministérios que
superintendem as áreas de petróleos e das finanças, conjuntamente, e pela
concessionária, estiverem, relativamente um ao outro, compreendidos no
intervalo do equivalente á 10 US c (dez cêntimos do dólar dos Estados Unidos
da América) por barril, deve ser calculada a média para efeitos de fixação do
valor final do petróleo bruto;
c) Se o premio ou desconto apresentados separadamente pelos Ministérios que
superintendem as áreas de petróleos e das finanças, conjuntamente, e pela
concessionária divergirem em mais do equivalente a 10 US c (dez cêntimos do
dólar dos Estados Unidos da América) por barril, cada um deles deve
apresentar de novo ao outro, no terceiro dia útil, a contar da primeira troca de
informação, um premio ou desconto revisto;
d) Se o prémio ou desconto apresentados separadamente pelos Ministérios que
superintendem as áreas de petróleos e das finanças, conjuntamente, e pela
concessionária na segunda troca de informação estiverem compreendidos,
relativamente um ao outro, no intervalo do equivalente a 10 US c (dez
cêntimos do dólar dos Estados Unidos da América) por barril, deve ser
calculada a média para efeitos de fixação do valor final do petróleo bruto;
e) Se o prémio ou desconto apresentados na segunda troca de informação
divergirem em mais do equivalente a 10 US c (dez cêntimos do dólar dos
Estados Unidos da América) por barril, a questão deve ser submetida a decisão
de um perito independente, o qual deve estabelecer um preço com base nos
critérios enunciados na alínea c) do nº.2, mas sempre dentro dos limites
estabelecidos pelas partes nos termos da alínea anterior, todos do presente
artigo.
4. O valor calculado para o gás natural produzido a partir dos jazigos da área do contrato deve
ser:
37
ii. O preço médio ponderado por giga joule de todo o restante
gás natural de especificação comercial entregue durante o
mesmo mês civil proveniente de jazigos sujeitos a jurisdição
da República de Moçambique; ou
iii. a média ponderada de preços disponíveis afixados ou
publicitados para combustíveis alternativos ao gás natural
para consumidores industriais de grande dimensão
,incluindo geradores eléctricos ,no mercado onde os mesmo
tenham sido entregues aos consumidores finais.
b) no caso de vendas a sociedades participadas o preço estimulado na
alínea a) supra para vendas a sociedades não afiliadas ou o preço
acordado pelos Ministérios que superintendem as áreas de petróleos e
das finanças, conjuntamente, e a concessionária.
5. Os trâmites previstos nos números anteriores não produzem efeitos suspensivos
sobre quaisquer obrigações da concessionária para com o estado, que devem ser
cumpridas com base no preço determinado residual e conjuntamente com os
ministérios que superintendem as áreas de petróleos e das finanças.
6. No caso de o Governo celebrar com a concessionária um contrato comercial de
compra e venda de petróleo, o preço não deve exceder o da venda ás sociedades
participadas conforme estabelecido na alínea c) do nº.2 e alínea b) do nº.4, ambos do
presente artigo.
g)Taxa
Gás natural: 6%
As taxas podem ser reduzidas em 50% quando a produção tenha como finalidade o
desenvolvimento da indústria local.
38
h) Liquidação
O pagamento do IPP é efectuado, regra geral, em dinheiro e, deve ser pago nos serviços da
administração tributária, tal como estabelece o artigo 13 do RETBFAP.
i) Pagamento em espécie
De acordo com o plasmado nos termos do artigo 14 do RETBFAP, o Governo pode, por
meio de notificação, com doze meses de antecedência, contados a partir do primeiro dia do
mês a que se reportar o imposto, notificar o sujeito passivo para pagar parte ou na totalidade o
imposto, em espécie que pode ser petróleo ou gás. Notificado do pagamento do IPP em
espécie, as quantidades mencionadas na notificação devem ser entregues à entidade designada
pelo Governo, no ponto de entrega. O pagamento em espécie na quantidade especificada na
notificação, mantém-se até que o Governo proceda à uma nova notificação, fornecendo ao
sujeito passivo instruções revistas.
39
m) Determinação da matéria colectável
Código do IRPC.
40
à esse contrato de concessão separadamente, como se fossem empresas associadas efectuando
transacções entre elas, e aplicando-se o princípio das entidades independentes.
o) Proveitos ou ganhos
p) Custos ou perdas
42
q) Encargos gerais incorridos em território moçambicano
O Governo estabelece as regras de atribuição dos encargos gerais tendo em conta o valor dos
activos ou os encargos gerais associados a cada concessão petrolífera detido por uma
sociedade que desenvolve operações petrolíferas em território moçambicano, ou outro critério
que considere adequado.
Para efeitos do disposto na alínea f) do artigo 19 da lei que temos vindo a citar, é
dedutível uma tarifa paga pela entidade que detém o contrato de concessão à entidade que
incorreu em tais custos.
43
Para além do disposto no Código do IRPC, não são dedutíveis os custos resultantes de:
a) violação dolosa das obrigações legais e regulamentares por parte do sujeito passivo ou
de quem actue por conta deste, quanto à gestão das actividades de reconhecimento,
pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo;
b) contratos de cobertura de riscos, ou perdas derivadas desses contratos, também
conhecidos por “hedge”;
c) despesas de formação profissional do pessoal expatriado e dos programas de formação
se não respeitarem os termos exigidos na legislação aplicável;
d) ofertas financeiras efectuadas ao Estado pela atribuição de concessões petrolíferas;
e) despesas de comercialização ou transporte de petróleo para além do ponto de entrega;
f) despesas com o perito independente que vier a ser consultado para efeitos de
determinação do preço do petróleo, se não for solicitada pelo Governo;
g) imposto sobre a produção do petróleo;
h) comissões pagas a intermediários;
i) despesas incorridas em processos de arbitragem, salvo quando realizadas para defesa
das actividades de reconhecimento, pesquisa, desenvolvimento e produção de
petróleo;
j) indemnizações pagas a título de cláusula penal;
k) danos causados por negligência ou dolo do sujeito passivo ou de quem actue por conta
deste.
t) Amortizações
u) Retenção na fonte
45
v) Tributação das mais-valias
O imposto devido é pago no prazo de trinta dias, a contar da data da alienação dos
direitos petrolíferos.
81
- Artigo 31 da Lei nº 27/2014, de 23 de Setembro
46
A concessionária recupera os custos incorridos na execução das operações petrolíferas,
pela remuneração através da titularidade sobre certa quantidade de petróleo produzido e na
medida do permitido pelo disposto na lei que temos vindo a citar.
Em cada ano civil, a totalidade dos custos recuperáveis incorridos pela concessionária
relativamente às operações petrolíferas na área do contrato, limita-se a 60% (sessenta por
cento) do petróleo disponível.
82
- Artigo 32 da Lei nº 27/2014, de 23 de Setembro
47
indiviso ao petróleo vendido. O petróleo-lucro deve ser partilhado entre o Estado e a
concessionária de acordo com uma escala variável em função do valor do Factor R, em que:
- Custos Operacionais n
+ Custos de pesquisa n
Onde:
Para efeitos de cálculo do Factor R, o primeiro ano (n=1) deve ser o ano em que
ocorrer a data efectiva e quaisquer despesas de investimento antes da data efectiva não são
consideradas, para efeitos de cálculo do Factor R, como tendo sido incorridas durante o ano
da data efectiva.
O Factor R deve ser calculado no último dia de cada ano civil e o rácio aplicável
determina a partilha do petróleo-lucro durante todo o ano civil seguinte.
48
O petróleo-lucro deve ser partilhado com base na seguinte escala:
Os benefícios referidos no número anterior são concedidos apenas quando os bens a importar
não sejam produzidos no território nacional ou, sendo produzidos, não satisfaçam as
83
- Artigo 33 da Lei nº 27/2014, de 23 de Setembro
49
características específicas de finalidade e funcionalidade exigidas ou inerentes à natureza da
actividade a desenvolver e a explorar.
Os benefícios fiscais cessam decorrido o prazo por que foram concedidos ou quando
tenha sido aplicada uma sanção extintiva.
Os titulares do direito aos benefícios fiscais são sempre obrigados a declarar, no prazo
de 30 dias, que cessou a situação de facto ou de direito em que se baseia o benefício fiscal,
84
- Artigo 36 da Lei nº 27/2014, de 23 de Setembro
85
- Artigo 37 da Lei nº 27/2014, de 23 de Setembro
50
devendo a mesma comunicação ser feita no caso de suspensão dos benefícios fiscais. Os
definição das regras para a sua suspensão ou extinção, nos casos de infracções de natureza
fiscal e qualquer inobservância das condições estabelecidas no momento da concessão e
reconhecimento, são objecto de regulamentação.
13.1. O valor do Petróleo usado para efeitos de Impostos sobre a Produção de Petróleo a
liquidar nos termos previstos no Regime Específico de Tributação e de Benefícios das
Operações Petrolíferas (Lei n° 27/2014, de 23 de Setembro), e do respectivo Regulamento
aprovado pelo Decreto n° 32/2015, de 31 de Dezembro, e para alocação do Petróleo-custo e
Petrolífero-Lucro referidos no artigo 9 e 11 devem, na medida em que tal petróleo consista em
Petróleo Bruto, determinado no final de cada mês civil, começando no mês em que tenha
iniciado a produção comercial de petróleo bruto. Na medida em que tal petróleo consistir em
Gás Natural, o valor do Gás Natural será determinado no final de cada mês civil, começando
no mês em que tenha início a entrega comercial no ponto de entrega.
13.2. O valor calculado para cada qualidade de exportação individual de Petróleo Bruto dos
depósitos de petróleo dentro da Área do Contrato de Concessão de cada mês civil será:
(a) No caso de vendas a empresas não-afiliadas, o preço médio ponderado por barril no ponto
de entrega de cada qualidade de exportação individual de petróleo bruto, apurado por
referência aos preços FOB, a que esse Petróleo Bruto foi vendido pela concessionária durante
esse mês civil; ou
51
13.3. No caso de vendas a empresas afiliadas, o preço que for acordado entre MIREME e as
Concessionárias com base na adição conjunta dos dois factores seguintes:
(a) O preço médio ponderado FOB do mês civil para o Petróleo Bruto de classificação Brent,
ou outra classificação apropriada do Petróleo Bruto para a produção e para o período em
questão. A média ponderada basear-se-á nos dias de cada mês civil em que um preço de fecho
estiver cotado no relatório de cotações “PlattsOilgram”. Serão ignorados os dias sem cotações
de preços, como os de fim-de-senama e feriados; e
13.4. Nos casos em que o MIREME e as Concessionárias não consigam acordar um preço nos
termos do artigo 10.3, serão adoptados os seguintes procedimentos por forma a determinar o
prémio ou desconto referidos no citado artigo:
52
(e) Se o prémio ou desconto apresentados na segunda troca de informação divergirem em
mais de 10 US c (dez Cêntimos dos Estados Unidos da América) por barril, a questão será
submetida à decisão de um perito único nos termos do artigo 26.6, o qual estabelecerá um
preço com base nos critérios enunciados na alínea c) do artigo 10.3, mas sempre dentro dos
limites estabelecidos pelas partes nos termos da alínea d) do artigo 10.4.
13.5. O valor calculado para Gás Natural produzido a partir dos Depósitos de Petróleo da
Área do Contrato de Concessão será:
(a) No caso de vendas de Gás Natural para empresas não-afiliadas, em cada mês do ano civil,
o preço médio ponderado por Giga joule de Gás Natural de especificação comercial no ponto
de entrega em que tal Gás Natural tenha sido entregue pelas Concessionárias durante esse mês
civil; ou
(c) No caso de vendas de Gás Natural entregue como GNL durante esse mês do calendário
civil:
53
Governo, o preço não deve exceder o da venda as empresas afiliadas, conforme estabelecido
nos termos do artigo 10.3 e alínea b) do artigo 10.5.
11.2. Durante os (5) anos após a aprovação do Plano de Desenvolvimento relacionados a este
CCPP, cada Concessionária e os seus Subcontratados terão direito a Incentivos Fiscais e
Aduaneiros, nos termos da Lei n° 27/2014, de 23 de Setembro e o respectivo Regulamento
aprovado pelo Decreto n° 32/2015, de 31 de Dezembro, que estabelece o Regime Específico
de Tributação e de Benefícios Fiscais das Operações Petrolíferas. Cada Concessionária e os
seus Subcontratados estarão isentos de:
(a) Direitos aduaneiros relativos a importação de bens destinados a serem utilizados nas
Operações Petrolíferas, de acordo com a classe K e a Pauta Aduaneira, nos termos do artigo
35 da Lei n° 27/2014, de 23 de Setembro;
11.4. O Pessoal Expatriado de cada Concessionária e dos seus Subcontratados estará isento,
nos termos deste CCPP de direitos aduaneiros e outros encargos devidos na importação de
bens pessoais e doméstico desse Pessoal Expatriado e seus dependentes, importados para a
República de Moçambique tornando-se, contudo, esses direitos aduaneiros sobre tais bens
devidos caso se verifique a sua venda na República de Moçambique a pessoa que não esteja
isenta desses direitos. O Pessoal Expatriado poderá exportar da República de Moçambique,
54
isentos de direitos aduaneiros e demais encargos, os referidos bens pessoais e domésticos por
si importados, nos termos previstos na Pauta Aduaneira.
11.5. Para efeitos do CCPP, as matérias abaixo referidas tem o seguinte tratamento:
(a) O Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRPC) será liquidado à taxa de
32%, nos termos da Lei n° 27/2014, de 23 de Setembro, e suas eventuais alterações, mas
sempre sem prejuízo do disposto nos artigos 11.9, e a pagar por cada Concessionária as quais
serão tributadas e colectadas separadamente. As seguintes disposições aplicar-se-ão ao IRPC
incidente sobre rendimentos provenientes de Operações Petrolíferas no âmbito deste CCPP.
(aa) Será deduzida a amortização, às taxas abaixo indicadas, com início no ano em que as
despesas foram incorridas ou em que teve início a Produção Comercial, consoante o que
ocorrer mais tarde:
(bb) Em qualquer ano, cada Concessionária poderá optar por diferir a amortização, total ou
parcialmente. Ao exercer o direito de diferimento, a Concessionária deverá notificar
departamento competente do Ministério que superintende a área de finanças, até ao final do
mês de Fevereiro do ano seguinte ao ano em questão, da sua intenção de diferir a amortização.
Em tal notificação, a Concessionária especificará:
(ii) A amortização diferida, consistindo na diferença entre a taxa permitida e a taxa notificada
pela Concessionária a taxa que pretende utilizar no ano em questão, poderá ser deduzida ao
rendimento líquido em qualquer ano futuro. A Concessionária deverá notificar por escrito o
departamento competente do Ministério que superintende a área de finanças, até ao final do
mês de Fevereiro do ano seguinte ao ano em questão da sua intenção de proceder a essa
amortização diferida durante esse ano;
(iii) Para efeitos de cálculo de responsabilidade de pagamento de IRPC, perdas incorridas pela
Concessionária em qualquer ano poderão ser transportadas, até um máximo de cinco (5) anos
após o ano em que tais perdas tenham sido incorridas;
(iv) A fim de determinar base tributável IRPC, a autoridade competente do Ministério que
superintende a área de finanças pode prosseguir com a correcção de acordo com a Lei n°
34/2007, de 31 de Dezembro que aprova o Código do IRPC, quando os preços de
transferência e sob capitalização resultante de transacções entre empresas afiliadas que
diferem das resultantes entre terceiros.
Os Subcontratados estrangeiros não residentes não ficarão sujeitos nem serão objecto de
retenção de quaisquer outros impostos em relação a quaisquer pagamentos que lhe sejam
efectuados para além dos previstos neste artigo 11.5.
11.6. (a) De acordo com a legislação aplicável e menos que seja instruído de outro modo nos
termos da alínea c) do artigo 11.6, cada Concessionária deverá pagar em dinheiro ao Governo
56
o imposto sobre a Produção do Petróleo com base no valor no ponto de entrega, nos termos do
disposto no artigo 10:
(ii) Um montante correspondente a 10% (dez por cento) das quantidades de Petróleo Bruto
Produzidos a partir de depósitos localizados na Área do Contrato de Concessão.
11.8. No exército dos seus direitos e benefícios relativos à inserção de direitos aduaneiros
sobre a importação e exportação estipulados neste artigo, as Concessionárias observarão todos
os procedimentos e formalidades aplicáveis, devidamente impostos pela legislação aplicável.
11.9. Para efeitos deste CCPP, poderá ser negociada a estabilidade fiscal de dez anos, a contar
da aprovação de um Plano de Desenvolvimento, sem afectar os pressupostos de viabilidade e
rentabilidade.
O período de estabilidade fiscal previsto neste artigo pode ser estendido até ao termo da
concessão inicial, mediante pagamento de 2% adicionais à taxa do imposto sobre a produção a
partir do décimo primeiro ano de produção, conforme a lei aplicável.
57
12. Alguns desafios e impactos da tributação do petróleo
86
- José Carlos Vieira de Andrade & Rui de Figueiredo Morais, Direito do Petróleo, 2013, Pag.268.
87
- Ibidem
58
fiscais menos onerosos, comporta, sobretudo no sector da exploração e produção do
petrolífera evidentes limitações, o que, todavia, a no exclui de todo, uma vez que a captura da
renda económica levada a cabo pelos Estados pode apresentar-se com níveis de tributação
ainda relativamente diversificados em virtude seja do montante das próprias taxas ou
alíquotas, seja da complexidade e instabilidade dos sistemas de tributação de alguns países, os
quais comportam, por via de regra, elevados custos de administração e de cumprimento para
as empresas88.
Colocam-se em relação a essa concorrência, os mesmos problemas que são enfrentados pela
concorrência fiscal em geral, designadamente a necessidade de coordenação internacional das
políticas de tributação das empresas. Uma coordenação que, neste domínio, como bem se
compreende, não pode deixar de se concretizar na tentativa de impor, através da conclusão de
convenções internacionais, de taxas ou alíquotas comuns máximas (e não mínimas)89.
88
- Idem Pag.269.
89
- Ibidem
59
conduzir a resultados equivalentes e os mesmos regimes fiscais a resultados diferentes 90 .
Assim, um imposto sobre o rendimento das sociedades pode levar a diminuta neutralidade dos
investimentos, se incidir sobre os lucros empresariais, a uma taxa ou alíquota proporcional,
antes de o investidor ter realizado o retorno programado. Por seu lado, um contrato de partilha
de produção pode ser estruturado de maneira a conduzir a resultados equivalentes a um
imposto sobre o rendimento combinado, por exemplo, com um royalty. É certo que os
impostos, taxas e royalties de taxa ou alíquota fixa terão, em princípio impacto negativo na
neutralidade dos investimentos face as alterações da rendibilidade dos projectos conduzidos a
resultados muito diferentes antes e depois da tributação. De outro lado, é óbvio que o risco,
tanto no respeitante ao retorno esperado das companhias, como à remuneração dos Estados,
depende de muitos factores, não se limitando, por conseguinte ao recorte do sistema fiscal
incidente sobre o petróleo 91 . A tributação pode ter importante impacto no risco das
companhias na medida da percepção que estas tenham relativamente à estabilidade do sistema
fiscal, sendo certo que a mesma depende, em larga medida, do comportamento político
económico registado no passado dos países e da consequente probabilidade de estes alterarem
mais ou menos o sistema fiscal durante a vida do projecto. Pois bem, nos países em
desenvolvimento o impacto macroeconómico mais importante da extracção petrolífera é, por
certo, o seu vector fiscal. Um impacto que, a seu modo, é também visível nos países mais
desenvolvidos atentas as oportunidades que cria para a industria local proporcionando factores
de produção aos projectos de extracção ou utilizando os resultados desta para suportar a
produção própria. Nos países em desenvolvimento pode, todavia, esse impacto vira a ser
menos significativo, concretizando-se basicamente nas receitas públicas cobradas, o que
sucedera quando o sector de extracção petrolífera constitui um enclave económico separado
da restante economia. Pois, embora neste caso possa ter impacto na criação de postos de
trabalho, este será sempre relativamente limitado, seja pela sofisticada especialização técnica
exigida, seja por se tratar de uma assente em capital intensivo92. Relativamente aos efeitos
sobre o consumo e aforro domésticos, naturalmente que as receitas proporcionadas pela
tributação do petróleo podem constituir uma importante chave em termos macroeconómicos
aumentando o consumo, o investimento ou o aforro publico, sendo certo que se o Estado
decide gastar mais do que poupar, isso pode significar maior investimento publico,
designadamente em infra-estruturas produtivas, maiores despesas com bens, serviços ou
90
- Idem Pag.270.
91
- Ibidem
92
- Idem Pag.272.
60
transferências, sejam estes de caracter temporário ou não, ou um incremento do emprego.
Despesas que terão naturalmente implicações no futuro, uma vez que vão gerar custos de
manutenção e de um funcionamento das infra-estruturas e dos serviços. Todavia, tendo em
conta que essas receitas não vão durar sempre, impõe-se uma adequada gestão daquelas
despesas que pode passar pela constituição de fundos de estabilização das receitas
provenientes da extracção mineira93.
Ainda a respeito dos impactos das receitas públicas proporcionadas pela tributação do
petróleo, é de aludir á possibilidade de aumentos bruscos das mesmas. Uma situação que
ocorre com alguma frequência sobretudo nos países em desenvolvimento, o que torna
provável que, ao lado dos referidos impactos benéficos, surjam oportunidades para outros
menos desejáveis, como são o incremento dos fenómenos da pura captura de renda ou da
corrupção. Um outro impacto a que devemos aludir, para terminar, é o relativo as
consequências em sede de distribuição intergeracional da riqueza. É claro que a extracção
mineira reduz necessariamente a riqueza líquida de um país da qual aproveitam as gerações
actuais em detrimento das gerações futuras. Pois, enquanto as gerações presentes beneficiam
de um acréscimo, que podes ser significativo, da produção e consumo possibilitados pela
extracção mineira, as gerações futuras podem ver-se total e definitivamente excluídas desse
benefício. Uma situação de todo inaceitável no quadro de uma repartição intergeracional
minimamente justa da riqueza nacional94. Não admira, que por conseguinte, que face a essas
consequências nefastas, venham sendo propostas soluções que vão desde remediar, de algum
modo, o problema, compensando as futuras gerações através da realização de investimentos
mais elevados e com efeitos prolongados no tempo de modo a que as beneficiem, até á
solução indiscutivelmente mais adequadas de constituição de fundos separados para as
receitas publicas geradas pela extracção petrolífera inteiramente destinados ás futuras
gerações para estas os utilizarem na realização de investimentos, como acontece com os
fundos soberanos de diversos países petrolíferos como os de Abu Dhabi, Dubai, Kuwait,
Oman, Noruega, Qatar, etc95.
93
- Ibidem
94
- Ibidem
95
- Idem, Pag.273.
61
Conclusão
Um dos aspectos críticos na definição do regime da tributação reside no equilíbrio que deve
existir entre o interesse nacional de maximizar os benefícios para Moçambique através de
uma partilha justa das receitas e a necessidade de atrair o investimento.
Analisando o regime de tributação moçambicano, parece que houve maior pendor para atrair
investimento, através da concessão de um conjunto de benefícios fiscais, algumas isenções
nos impostos e reduzido valor do royalty, o que reduz os benefícios que o país poderia colher
da tributação pela exploração dos recursos.
Adensa-se ainda o facto de que, tendo em conta o modelo de concessão adoptado, o Estado
moçambicano não possui um sistema fiscal e de controlo de receita eficaz, pelo que a
possibilidade de as companhias petrolíferas poderem evadir os pagamentos e real, tomando
ainda em consideração que o apuramento do valor a pagar depende em grande medida da
autoliquidação pelas próprias companhias.
Um dos aspectos críticos que se levanta, radica no facto de que o modelo de tributação
adoptado não parece que favorece a ideia de que uma percentagem das receitas geradas pela
actividade petrolífera é canalizada para o desenvolvimento das comunidades das áreas onde se
localizam os respectivos empreendimentos petrolíferos, conforme o estatuído no artigo 48 da
Lei nº 21/2014, de 18 de Agosto.
A estatuição de alguns tributos pagos e retidos localmente poderia contribuir melhor para
objectivo pretendido de uma parte das receitas a ser canalizado para o desenvolvimento local
das comunidades das áreas onde se localizam os respectivos empreendimentos petrolíferos o
que sugere a necessidade de alguma descentralização fiscal.
62
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