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INSTITUTO FEDERAL DE SERGIPE


Química Ambiental - Profª Ligia Maria

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

Matéria e energia são conceitos fundamentais, ligados à vida no planeta.

O fluxo unidirecional de energia solar proporciona condições para síntese da matéria orgânica
pelos seres autótrofos e sua decomposição e retorna ao meio como elementos inorgânicos por
meio da ação dos microconsumidores heterótrofos. Esse processo de reciclagem da matéria é de
suma importância, uma vez que os recursos na Terra são finitos e a vida depende do equilíbrio
natural desse ciclo.

Os elementos essenciais à vida participam dessa trajetória desde o meio inanimado, passando
pelos organismos vivos e retornando ao meio original. Esses elementos, em número aproximado
de 40, são incorporados aos organismos na forma de compostos orgânicos complexos ou
participam de uma série de reações químicas essenciais às atividades dos seres vivos. Um
elemento essencial disponível para os produtores, em forma molecular ou iônica , recebe o nome
de nutriente. Podemos distinguir dois grandes grupos de nutientes: os macronutrientes e os
micronutrientes.

Os macronutrientes participam em quantidades superiores a 0,2% do peso orgânico seco (p.o.s),


como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N) e o fósforo (P), que
participam em quantidades superiores a 1% do p.o.s. dos seres vivos, além do enxofre (S), do
cloro (Cl), do potássio(K), do sódio (Na), do cálcio (Ca), do magnésio (Mg) e do ferro (Fe).

Os micronutrientes participam em quantidades inferiores a 0,2% do p.o.s do ser vivo. Como


principais micronutrientes citamos o alumínio (Al), o boro (Bo), o cromo (Cr), o Zinco (Zn), o
molibdênio (Mo), o vanádio (V) e o cobalto (Co).

Os elementos essenciais fazem parte, portanto, de ciclos que recebem o nome de


biogeoquímicos. Bio, porque os organismos vivos interagem no processo de síntese orgânica e
decomposição dos elementos; geo, porque o meio terrestre é a fonte dos elementos, e químicos
porque são ciclos de elementos químicos.

Biogeoquímica é a ciência que estuda a troca ou a circulação de matéria entre os componentes


vivos e fisicoquímicos da biosfera (Odum, 1971).

Podemos distinguir três tipos de ciclos biogeoquímicos:


- O ciclo hidrológico (ou da água), onde seu reservatório é a hidrosfera;
- Os ciclos sedimentares (o do fósforo, do enxofre, do cálcio, do magnésio e do potássio), o
reservatório que supre os elementos e os recebe de volta é a litosfera;
- Os ciclos gasosos (do carbono, do nitrogênio e do oxigênio) o reservatório é a atmosfera.
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O CICLO DO CARBONO

O reservatório de carbono é a atmosfera, onde o nutriente das plantas encontra-se na forma de


dióxido de carbono (CO2), um gás que nas condições naturais de temperatura e pressão é inodoro
e incolor. O carbono o principal constituinte da matéria orgânica, participando em 49% do peso
orgânico seco.

O CO2, liberado por todas as plantas e animais em seu processo vital de respiração, recicla-se a
uma taxa de aproximadamente uma vez a cada 300 anos (Miller, 1995 apud Braga et al, 2002).

As plantas utilizam o CO2 e o vapor de água da atmosfera para, na presença de luz solar,
sintetizar compostos orgânicos de carbono, hidrogênio e oxigênio tais como a glicose (C6H12O6).
A reação de fotossíntese pode ser expressa como:
6 CO2 + 6 H2O + Energia Solar C6H12O6 + 6 O2 (fotossíntese)

 A fixação do carbono em sua forma orgânica indica que a fotossíntese é a base da vida na
Terra;
 A energia solar é armazenada como energia química nas moléculas orgânicas da glicose.

A energia armazenada nas moléculas orgânicas é liberada no processo inverso ao da fotossíntese:


a respiração. Na respiração temos a quebra das moléculas, com a conseqüente liberação de
energia para realização das atividades vitais dos organismos.

A reação de respiração é dada por:


C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + 640 Kcal / molde glicose (respiração)

Por meio da fotossíntese e da respiração, o carbono passa de sua fase inorgânica à fase orgânica e
volta para a fase inorgânica, completando assim seu ciclo biogeoquímico. Fotossíntese e
respiração são processos de reciclagem do carbono e do oxigênio em várias formas químicas em
todos os ecossistemas.

A figura 1 apresenta uma visão mais detalhada desse ciclo.

Figura 1 – O ciclo do carbono


Fonte: Braga et al, 2002.
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Podemos distinguir na figura um ciclo principal, por meio do qual produtores, consumidores e
decompositores participam dos processos de fotossíntese e respiração, e um ciclo secundário,
mais lento, do decaimento de plantas e animais que foram incorporados por processos geológicos
na crosta terrestre e transformados em combustíveis fósseis e calcário.

É importante observar a existência de uma interação entre o CO2 atmosférico e o aquático. A


interação entre os reservatórios aquático e atmosférico ocorre por meio de uma reação química de
difusão, cuja direção depende da maior ou menor concentração do gás. A reação é dada a seguir :

CO2 atmosférico

CO2 + H2O H2O3 H+ + HCO3- 2 H+ + CO3-

Os combustíveis fósseis são energia solar armazenada na forma de moléculas orgânicas no


interior da Terra. A partir da Revolução Industrial, o homem passou a fazer uso intenso dessa
energia armazenada, e no processo de queima (respiração) passou a devolver o CO2 à atmosfera a
uma taxa superior à capacidade assimiladora das plantas (pela fotossíntese) e dos oceanos (pela
reação de difusão).

Esse desequilíbrio do ciclo natural pode ter implicações na alteração do chamado ‘efeito estufa’,
com conseqüente aumento da temperatura global da Terra. Aproximadamente 50% do excesso de
CO2 gerado é absorvido pelos oceanos.
Até que ponto os oceanos suportarão o aumento de CO2, diante da multiplicidade de fatores que
intervêm no mecanismo de recuperação do sistema?

O CICLO DO NITROGÊNIO

O aumento acentuado da população humana e, principalmente, da taxa de crescimento


populacional após a Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX, implicou um
aumento da produtividade agrícola para fazer frente à demanda crescente de alimentos. O
nitrogênio, assim como o fósforo, são fatores limitantes do crescimento dos vegetais e tornaram-
se por isso alguns dos principais fertilizantes utilizados hoje na agricultura. E desempenha um
importante papel na constituição das moléculas de proteínas, ácidos nucléicos, vitaminas,
enzimas e hormônios, elementos vitais aos seres vivos.

O ciclo do nitrogênio, assim como o do carbono, é um ciclo gasoso.


Diferença entre os ciclos nitrogênio e carbono:
 A atmosfera é rica em nitrogênio (78%) e pobre em carbono (0,032%);
 Apesar da abundância de nitrogênio na atmosfera, somente um grupo seleto de
organismos consegue utilizar o nitrogênio gasoso;
 O envolvimento biológico no ciclo do nitrogênio é muito mais extenso que no ciclo do
carbono.
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A figura 2 apresenta uma versão simplificada do ciclo do nitrogênio.

Figura 2 – O ciclo do nitrogênio


Fonte: Braga et al, 2002.

Grande parte do nitrogênio existente nos organismos vivos não é obtida diretamente da
atmosfera, uma vez que a principal forma de nutriente para os produtores são os nitratos (NO 3-).
Esses nitratos são fruto da decomposição de matéria orgânica, na qual o nitrogênio do
protoplasma é quebrado em uma série de compostos orgânicos e inorgânicos por bactérias com
funções especializadas em cada processo. Os nitratos podem ainda ser obtidos por meio da ação
das bactérias fixadoras de nitrogênio e das descargas elétricas que ocorrem na atmosfera.

No ciclo do nitrogênio existem quatro mecanismos importantes:


1. Fixação do nitrogênio atmosférico em nitratos;
2. amonificação;
3. nitrificação;
4. desnitrificação.

A síntese industrial da amônia (NH3) a partir do nitrogênio atmosférico (N2), desenvolvida


durante a primeira guerra Mundial pelo alemão Fritz Haber, possibilitou o aparecimento dos
fertilizantes sintéticos, com um conseqüente aumento da eficiência da agricultura.

Entretanto, o ciclo equilibrado do nitrogênio depende de um conjunto de fatores bióticos e


abióticos determinados, portanto nem sempre está apto a assimilar o excesso (9x109 t/ano)
sintetizado artificialmente. Que carregado para os rios, lagos e lençóis de água subterrâneos tem
provocado o fenômeno da eutrofização, comprometendo a qualidade das águas.
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O CICLO DO FÓSFORO

O fósforo é o material genético constituinte das moléculas dos ácidos ribonucléico (RNA) e
desoxirribonucléico (DNA) e componente dos ossos e dos dentes. É portanto, um elemento
fundamental na transferência de caracteres no processo de reprodução dos seres humanos.

O fósforo é um elemento do ciclo fundamentalmente sedimentar, seu principal reservatório é a


litosfera, mais precisamente as rochas fosfatadas e alguns depósitos formados ao longo de
milênios. Por meio de processos erosivos, ocorre a liberação do fósforo na forma de fosfatos, que
serão utilizados pelos produtores. Entretanto, parte desses fosfatos liberados é carregada para os
oceanos, onde se perde em depósitos a grandes profundidades, ou é consumida pelo fitoplâncton.

Os meios de retorno do fosfato para os ecossistemas a partir dos oceanos são insuficientes para
compensar a parcela que se perde. Esse retorno tem por principais agentes os peixes e as aves
marinhas. Ao mesmo tempo em que reduzem a taxa de retorno, os seres humanos, agindo sobre a
natureza com a exploração da mineração, ocupação desordenada do solo, desmatamentos e
agricultura, entre outras atividades, aceleram o processo de perda de fósforo do ciclo.

A figura 3, representa o ciclo do fósforo. O ciclo é lento, passando da litosfera para a hidrosfera
por meio da erosão.

Figura 3 – O ciclo do fósforo


Fonte: Braga et al, 2002.

Parte do fósforo é perdida para os depósitos de sedimentos profundos no oceano. Devido a


movimentos tectônicos, existe a possibilidade de levantamentos geológicos que tragam de volta
aquele fósforo perdido. Por meio da reciclagem, o fósforo, em compostos orgânicos, é quebrado
pelos decompositores e transformado em fosfatos, sendo novamente utilizado pelos produtores.
Nesse processo também há perdas, uma vez que os ossos, ricos em fósforo, oferecem resistência
aos decompositores e à erosão.
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O CICLO DO ENXOFRE

O enxofre apresenta um ciclo basicamente sedimentar, embora possua uma fase gasosa, porém de
pouca importância. A principal forma de assimilação do enxofre pelos seres produtores é como
sulfato inorgânico. O processo biológico envolvido nesse ciclo compreende uma série de
microorganismos com funções específicas de redução e oxidação.

A maior parte do enxofre que é assimilado, é mineralizado em processo de decomposição.


Entretanto, sob condições anaeróbias, ele é reduzido a sulfetos, entre os quais o sulfeto de
hidrogênio (H2S), composto letal, principalmente aos ecossistemas aquáticos em grandes
profundidades. Esse gás, tanto no solo como na água, sobe a camadas mais aeradas onde é
oxidado, passando à forma de enxofre elementar, quando mais oxidado ele se transforma em
sulfato.

A ação do homem também interfere nesse ciclo por meio de grandes quantidades de dióxido de
enxofre liberadas nos processos de queima de carvão e óleo combustível em indústrias e usinas
termoelétricas. O dióxido de enxofre tem potenciais efeitos danosos ao organismo, além de
provocar, em certas situações, o que se denomina de ‘chuva ácida’ e o Smog industrial.

A figura 4 apresenta de forma simplificada o ciclo do enxofre.

Figura 4 – O ciclo do enxofre


Fonte: Braga et al, 2002.
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O CICLO HIDROLÓGICO

A água é o principal componente dos organismos vivos.


O ciclo da água é movido pela energia solar. Esta energia faz evaporar a água dos oceanos, dos
lagos, dos rios e das superfícies úmidas do solo e provoca transpiração das folhas e dos corpos
de outros organismos vivos. As moléculas de água vão da superfície para a atmosfera, dão
origem às nuvens. Que precipitam na forma líquida (chuva) ou na forma sólida (neve, granizo).
Quando a chuva ou a neve atingem o chão, uma parte é absorvida pelo solo (infiltração), onde
forma os lençóis subterrâneos, ou é absorvida pelas plantas. O restante forma a água de
escoamento que se junta às nascentes e às fontes de lençóis freáticos para formar os lagos e os
rios que alimentam os oceanos, fechando assim o ciclo da água.

A figura 5 apresenta o ciclo hidrológico.

Figura 5 – O ciclo hidrológico


Fonte: Braga et al, 2002.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- BRAGA, Benedito et al. Introdução à Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice


Hall, 2002.
- BAIRD, Colin. Química Ambiental.

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