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oficinas-pedagogicas - acessado em: outubro/2011

Apostila de Introdução a Lógica Matemática


SUMÁRIO

PREFÁCIO 02

UNIDADE I 03

CAPÍTULO I – A Lógica e o cotidiano 03

O TRUQUE DAS CARTAS 03

O PROBLEMA DO LEITE 03

O PARADOXO DO QUEIJO 03

A LÓGICA DO DIA-A-DIA 04

CAPÍTULO II – A Lógica e sua história 05

A RAZÃO E A LÓGICA 05

A LÓGICA 12

A LÓGICA MATEMÁTICA 13

A HISTÓRIA DA LÓGICA 13

SITEOGRAFIA 16

UNIDADE II 17
CAPÍTULO I – Noções de Lógica Matemática 17

CÁLCULO PROPOSICIONAL 17

A ÁLGEBRA DOS CONJUNTOS 20

TAUTOLOGIA E CONTRA -TAUTOLOGIA 24

CAPÍTULO II – A Falácia 54

DEFINIÇÃO 54

CAPÍTULO III – A Lógica Fuzzy 57

HISTÓRICO 57

INTRODUÇÃO 58

TEORIA DOS CONJUNTOS TRADICIONAIS 59

TEORIA DOS CONJUNTOS FUZZY 62

LÓGICA FUZZY 64

PROPOSIÇÕES FUZZY 64

SITEOGRAFIA 69

Prefácio

“Se... então...”, “Se e somente se”, “portanto”, “logo“, “caso contrário”, “segue-se que”...

São alguns dos termos que começa a fazer parte do dia a dia do estudante de nível superior quando inicia sua
graduação em matemática.

Na sua grande maioria, na qual eu mesmo me incluo, estes termos não são claramente explicados pelos professores
e quase somos forçados a engoli-los, aceitá-los e quiçá compreende-los. O próprio professor é mais vítima que algoz,
pois também foi obrigado a digeri-los sob a pressão tácita de que se não conseguisse teria claramente “errado de
área”.

Este curso tem como objetivo principal proporcionar, a todos aqueles que estão em contato com a matemática, a
percepção e aprofundamento na sua base lógico-racional. Podendo então estruturar-se em compreensão mais
apurada do “passo a passo” que constitui a linguagem desta bela ciência.

Veremos também que a lógica está no nosso dia-a-dia, em nossa linguagem, na forma de compreendermos o mundo
que nos cerca e que o seu estudo nos trará benefícios como, por exemplo a organização de nossas vidas.

Bem-vindos ao mundo do “verdadeiro ou falso” ou será que existe uma outra possibilidade?

Prof. Henrique Reffert

UNIDADE I

Capítulo 1 – A Lógica e o cotidiano

Introdução

O truque das cartas

Escolher dentre seis cartas que aparecem no vídeo apenas uma. Observe que ela vai ser retirada sem que de
antemão se saiba qual foi a que você escolheu. Qual a lógica por detrás do truque?

Problema do leite

O Sr. Arquiticlínio leiteiro tinha oito litros de leite e precisava repartir metade para o Sr. Agronopolos e metade para a
D. Bereniatriz. Mas ele só dispunha de 3 vasilhas, uma de oito litros, onde estava o leite, e outras duas vazias, uma
de cinco e outra de três litros. Usando somente essas vasilhas, como ele poderá fazer a separação desse leite para
os seus fregueses?

O Paradoxo do queijo

Vamos mostrar o fato de que para queijos com furos quanto mais queijo tivermos, menos queijo teremos.

A Lógica do dia-a-dia – Algoritimizando a vida.

É muito comum escutarmos no nosso dia-a-dia que determinado fato é lógico ou que algo não faz sentido, por
exemplo:

Esperar para atravessar uma avenida muito movimentada quando o sinal fica vermelho para os carros é algo muito
lógico, mas ver uma galinha esperar para atravessar a mesma via após o sinal ficar vermelho é algo inesperado.

A lógica está associada ao senso comum, à necessidade de poder controlar situações, compreender um fato, saber
como atuar para esperar determinado resultado, enfim, a lógica está o tempo todo em nosso cotidiano.
Voltemos mais uma vez à situação de atravessar uma via. Podemos querer convencer uma criança de que se deve
aguardar o sinal ficar vermelho para os carros, para que se possa atravessar a mesma. Siga o diálogo abaixo:

― Pai, por que nós não podemos atravessar a rua mesmo no sinal verde.

― Teobaldozinho, se atravessarmos quando ele estiver verde, então a probabilidade de sermos atropelados é maior.

Nesta conversa, observamos um caso típico de raciocínio lógico com uma sentença do tipo se..., então...

Aprofundando um pouco mais a situação de atravessarmos uma rua poderemos até algoritimizar o processo.

(Construir com os estudantes o algorítimo de atravessar uma rua)

DINÂMICA

Formar várias equipes e escolher uma situação para cada equipe para ser algoritimizada.

Capítulo 2 – A Lógica e sua história

A Razão e a Lógica

Os vários sentidos da palavra razão

Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos. Dizemos, por exemplo, “eu estou com a razão”,
ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza
alguma coisa. Também dizemos que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a
razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na frase: “Agora ela está
lúcida, recuperou a razão”.

Falamos também frases como: “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede”, querendo
dizer com isso que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou fazer alguma coisa. Fazemos
perguntas como: “Qual a razão disso?”, querendo saber qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece
ser alguma propriedade que as próprias coisas teriam, já que teriam uma causa.

Assim, usamos “razão” para nos referirmos a “motivos” de alguém, e também para nos referirmos a “causas” de
alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de “razão”, mas em sentido diferente.

Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo,
causa. E todos esses sentidos encontram-se presentes na Filosofia.

Por identificar razão e certeza, a Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão e lucidez (não ficar ou
não estar louco), a Filosofia chama nossa razão de luz e luz natural; por identificar razão e motivo, por considerar que
sempre agimos e falamos movidos por motivos, a Filosofia afirma que somos seres racionais e que nossa vontade é
racional; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade opera de acordo com relações causais, a Filosofia
afirma que a realidade é racional.
É muito conhecida a célebre frase de Pascal, filósofo francês do século XVII: “O coração tem razões que a razão
desconhece”. Nessa frase, as palavras razões e razão não têm o mesmo significado, indicando coisas diversas.
Razões são os motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração; este é o nome que damos para as
emoções e paixões, enquanto “razão” é o nome que damos à consciência intelectual e moral.

Ao dizer que o coração tem suas próprias razões, Pascal está afirmando que as emoções, os sentimentos ou as
paixões são causas de muito do que fazemos, dizemos, queremos e pensamos. Ao dizer que a razão desconhece
“as razões do coração”, Pascal está afirmando que a consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos
sentimentos e que ela é capaz de uma atividade própria não motivada e causada pelas emoções, mas possuindo
seus motivos ou suas próprias razões.

Assim, a frase de Pascal pode ser traduzida da seguinte maneira: Nossa vida emocional possui causas e motivos (as
“razões do coração”), que são as paixões ou os sentimentos, e é diferente de nossa atividade consciente, seja como
atividade intelectual, seja como atividade moral.

A consciência é a razão. Coração e razão, paixão e consciência intelectual ou moral são diferentes. Se alguém
“perde a razão” é porque está sendo arrastado pelas “razões do coração”. Se alguém “recupera a razão” é porque o
conhecimento intelectual e a consciência moral se tornaram mais fortes do que as paixões. A razão, enquanto
consciência moral, é a vontade racional livre que não se deixa dominar pelos impulsos passionais, mas realiza as
ações morais como atos de virtude e de dever, ditados pela inteligência ou pelo intelecto.

Além da frase de Pascal, também ouvimos outras que elogiam as ciências, dizendo que elas manifestam o
“progresso da razão”. Aqui, a razão é colocada como capacidade puramente intelectual para conseguir o
conhecimento verdadeiro da Natureza, da sociedade, da História e isto é considerado algo bom, positivo, um
“progresso”.

Por ser considerado um “progresso”, o conhecimento científico é visto como se realizando no tempo e como dotado
de continuidade, de tal modo que a razão é concebida como temporal também, isto é, como capaz de aumentar seus
conteúdos e suas capacidades através dos tempos.

Algumas vezes ouvimos um professor dizer a outro: “Fulano trouxe um trabalho irracional; era um caos, uma
confusão. Incompreensível. Já o trabalho de beltrano era uma beleza: claro, compreensível, racional”. Aqui, a razão,
ou racional, significa clareza das idéias, ordem, resultado de esforço intelectual ou da inteligência, seguindo normas e
regras de pensamento e de linguagem.

Todos esses sentidos constituem a nossa idéia de razão. Nós a consideramos a consciência moral que observa as
paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação. Nós a vemos como atividade intelectual de
conhecimento da realidade natural, social, psicológica, histórica. Nós a concebemos segundo o ideal da clareza, da
ordenação e do rigor e precisão dos pensamentos e das palavras.

Para muitos filósofos, porém, a razão não é apenas a capacidade moral e intelectual dos seres humanos, mas
também uma propriedade ou qualidade primordial das próprias coisas, existindo na própria realidade. Para esses
filósofos, nossa razão pode conhecer a realidade (Natureza, sociedade, História) porque ela é racional em si mesma.

Fala-se, portanto, em razão objetiva (a realidade é racional em si mesma) e em razão subjetiva (a razão é uma
capacidade intelectual e moral dos seres humanos). A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do
conhecimento ou a realidade é racional; a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e da
ação é racional. Para muitos filósofos, a Filosofia é o momento do encontro, do acordo e da harmonia entre as duas
razões ou racionalidades.
Origem da palavra razão

Na cultura da chamada sociedade ocidental, a palavra razão origina-se de duas fontes: a palavra latina ratio e a
palavra grega logos. Essas duas palavras são substantivos derivados de dois verbos que têm um sentido muito
parecido em latim e em grego.

Logos vem do verbo legein, que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer:
contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.

Que fazemos quando medimos, juntamos, separamos, contamos e calculamos? Pensamos de modo ordenado. E de
que meios usamos para essas ações? Usamos palavras (mesmo quando usamos números estamos usando
palavras, sobretudo os gregos e os romanos, que usavam letras para indicar números).

Por isso, logos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção, com clareza e de
modo compreensível para outros. Assim, na origem, razão é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se
correta e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são. A razão é uma maneira de organizar a realidade
pela qual esta se torna compreensível. É, também, a confiança de que podemos ordenar e organizar as coisas
porque são organizáveis, ordenáveis, compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto é, as próprias coisas
são racionais.

Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela fosse considerada oposta a quatro outras
atitudes mentais:

1. ao conhecimento ilusório, isto é, ao conhecimento da mera aparência das coisas que não alcança a realidade ou a
verdade delas; para a razão, a ilusão provém de nossos costumes, de nossos preconceitos, da aceitação imediata
das coisas tais como aparecem e tais como parecem ser. As ilusões criam as opiniões que variam de pessoa para
pessoa e de sociedade para sociedade. A razão se opõe à mera opinião;

2. às emoções, aos sentimentos, às paixões, que são cegas, caóticas, desordenadas, contrárias umas às outras, ora
dizendo “sim” a alguma coisa, ora dizendo “não” a essa mesma coisa, como se não soubéssemos o que queremos e
o que as coisas são. A razão é vista como atividade ou ação (intelectual e da vontade) oposta à paixão ou à
passividade emocional;

3. à crença religiosa, pois, nesta, a verdade nos é dada pela fé numa revelação divina, não dependendo do trabalho
de conhecimento realizado pela nossa inteligência ou pelo nosso intelecto. A razão é oposta à revelação e por isso
os filósofos cristãos distinguem a luz natural - a razão - da luz sobrenatural - a revelação;

4. ao êxtase místico, no qual o espírito mergulha nas profundezas do divino e participa dele, sem qualquer
intervenção do intelecto ou da inteligência, nem da vontade. Pelo contrário, o êxtase místico exige um estado de
abandono, de rompimento com a atividade intelectual e com a vontade, um rompimento com o estado consciente,
para entregar-se à fruição do abismo infinito. A razão ou consciência se opõe à inconsciência do êxtase.

Os princípios racionais

Desde seus começos, a Filosofia considerou que a razão opera seguindo certos princípios que ela própria estabelece
e que estão em concordância com a própria realidade, mesmo quando os empregamos sem conhecê-los
explicitamente. Ou seja, o conhecimento racional obedece a certas regras ou leis fundamentais, que respeitamos até
mesmo quando não conhecemos diretamente quais são e o que são. Nós as respeitamos porque somos seres
racionais e porque são princípios que garantem que a realidade é racional.

Que princípios são esses? São eles:

Princípio da identidade, cujo enunciado pode parecer surpreendente: “A é A” ou “O que é, é”. O princípio da
identidade é a condição do pensamento e sem ele não podemos pensar. Ele afirma que uma coisa, seja ela qual for
(um ser da Natureza, uma figura geométrica, um ser humano, uma obra de arte, uma ação), só pode ser conhecida e
pensada se for percebida e conservada com sua identidade.

Por exemplo, depois que um matemático definir o triângulo como figura de três lados e de três ângulos, não só
nenhuma outra figura que não tenha esse número de lados e de ângulos poderá ser chamada de triângulo como
também todos os teoremas e problemas que o matemático demonstrar sobre o triângulo, só poderão ser
demonstrados se, a cada vez que ele disser “triângulo”, soubermos a qual ser ou a qual coisa ele está se referindo. O
princípio da identidade é a condição para que definamos as coisas e possamos conhecê-las a partir de suas
definições.

Princípio da não-contradição (também conhecido como princípio da contradição), cujo enunciado é: “A é A e é


impossível que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação, não-A”. Assim, é impossível que a árvore que está
diante de mim seja e não seja uma mangueira; que o cachorrinho de dona Filomena seja e não seja branco; que o
triângulo tenha e não tenha três lados e três ângulos; que o homem seja e não seja mortal; que o vermelho seja e
não seja vermelho, etc.

Sem o princípio da não-contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. O princípio da não-contradição
afirma que uma coisa ou uma idéia que se negam a si mesmas se autodestroem, desaparecem, deixam de existir.
Afirma, também, que as coisas e as idéias contraditórias são impensáveis e impossíveis.

Princípio do terceiro-excluído, cujo enunciado é: “Ou A é x ou é y e não há terceira possibilidade”. Por exemplo:
“Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates”; “Ou faremos a guerra ou faremos a paz”. Este princípio define a
decisão de um dilema - “ou isto ou aquilo” - e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira. Mesmo quando
temos, por exemplo, um teste de múltipla escolha, escolhemos na verdade apenas entre duas opções - “ou está certo
ou está errado” - e não há terceira possibilidade ou terceira alternativa, pois, entre várias escolhas possíveis, só há
realmente duas, a certa ou a errada.

Princípio da razão suficiente, que afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou
motivo) para existir ou para acontecer, e que tal razão (causa ou motivo) pode ser conhecida pela nossa razão. O
princípio da razão suficiente costuma ser chamado de princípio da causalidade para indicar que a razão afirma a
existência de relações ou conexões internas entre as coisas, entre fatos, ou entre ações e acontecimentos.Pode ser
enunciado da seguinte maneira: “Dado A, necessariamente se dará B”. E também: “Dado B, necessariamente houve
A”.

Isso não significa que a razão não admita o acaso ou ações e fatos acidentais, mas sim que ela procura, mesmo para
o acaso e para o acidente, uma causa. A diferença entre a causa, ou razão suficiente, e a causa casual ou acidental
está em que a primeira se realiza sempre, é universal e necessária, enquanto a causa acidental ou casual só vale
para aquele caso particular, para aquela situação específica, não podendo ser generalizada e ser considerada válida
para todos os casos ou situações iguais ou semelhantes, pois, justamente, o caso ou a situação são únicos.

A morte, por exemplo, é um efeito necessário e universal (válido para todos os tempos e lugares) da guerra e a
guerra é a causa necessária e universal da morte de pessoas. Mas é imprevisível ou acidental que esta ou aquela
guerra aconteçam. Podem ou não podem acontecer. Nenhuma causa universal exige que aconteçam. Mas, se uma
guerra acontecer, terá necessariamente como efeito mortes. Mas as causas dessa guerra são somente as dessa
guerra e de nenhuma outra.

Diferentemente desse caso, o princípio da razão suficiente está vigorando plenamente quando, por exemplo, Galileu
demonstrou as leis universais do movimento dos corpos em queda livre, isto é, no vácuo.

Pelo que foi exposto, podemos observar que os princípios da razão apresentam algumas características importantes:

● não possuem um conteúdo determinado, pois são formas: indicam como as coisas devem ser e como devemos
pensar, mas não nos dizem quais coisas são, nem quais os conteúdos que devemos ou vamos pensar;

● possuem validade universal, isto é, onde houver razão (nos seres humanos e nas coisas, nos fatos e nos
acontecimentos), em todo o tempo e em todo lugar, tais princípios são verdadeiros e empregados por todos (os
humanos) e obedecidos por todos (coisas, fatos, acontecimentos);

● são necessários, isto é, indispensáveis para o pensamento e para a vontade, indispensáveis para as coisas, os
fatos e os acontecimentos. Indicam que algo é assim e não pode ser de outra maneira. Necessário significa: é
impossível que não seja dessa maneira e que pudesse ser de outra.

Ampliando nossa idéia de razão

A idéia de razão que apresentamos até aqui e que constitui o ideal de racionalidade criado pela sociedade européia
ocidental sofreu alguns abalos profundos desde o início do século XX.

Aqui, vamos apenas oferecer alguns exemplos dos problemas que a Filosofia precisou enfrentar e que levaram a
uma ampliação da idéia da razão.

Um primeiro abalo veio das ciências da Natureza ou, mais precisamente, da física e atingiu o princípio do terceiro-
excluído. A física da luz (ou óptica) descobriu que a luz tanto pode ser explicada por ondas luminosas quanto por
partículas descontínuas. Isso significou que já não se podia dizer: “ou a luz se propaga por ondas contínuas ou se
propaga por partículas descontínuas”, como exigiria o princípio do terceiro-excluído, mas sim que a luz pode
propagar-se tanto de uma maneira como de outra.

Por sua vez, a física atômica ou quântica abalou o princípio da razão suficiente. Vimos que esse princípio afirma que,
conhecido A, posso determinar como dele necessariamente resultará B, ou, conhecido B, posso determinar
necessariamente como era A que o causou. Em outras palavras, conhecido o estado E de um fenômeno, posso
deduzir como será o estado E2 ou E3 e vice-versa: conhecidos E3 e E2 posso dizer como era o estado E. Ora, a física
dos átomos revelou que isso não é possível, que não podemos saber as razões pelas quais os átomos se
movimentam, nem sua velocidade e direção, nem os efeitos que produzirão.

Esses dois problemas levaram a introduzir um novo princípio racional na Natureza: o princípio da indeterminação.
Assim, o princípio da razão suficiente é válido para os fenômenos macroscópicos, enquanto o princípio da
indeterminação é válido para os fenômenos em escala hipermicroscópica.

Um outro problema veio abalar o princípio da identidade e da não-contradição. A física sempre considerou que a
Natureza obedece às leis universais da razão objetiva sem depender da razão subjetiva. Em outras palavras, as leis
da Natureza existem por si mesmas, são necessárias e universais por si mesmas e não dependem do sujeito do
conhecimento.

Contudo, a teoria da relatividade mostrou que as leis da Natureza dependem da posição ocupada pelo observador,
isto é, pelo sujeito do conhecimento e, portanto, para um observador situado fora de nosso sistema planetário, a
Natureza poderá seguir leis completamente diferentes, de tal modo que, por exemplo, o que é o espaço e o tempo
para nós poderá não ser para outros seres (se existirem) da galáxia; a geometria que seguimos pode não ser a que
tenha sentido noutro sistema planetário; o que pode ser contraditório para nós poderá não ser para habitantes de
outra galáxia e assim por diante.

Um outro problema, também atingindo os princípios da razão, foi trazido pela lógica. O lógico alemão Frege
apresentou o seguinte problema: quando digo “a estrela da manhã é a estrela da tarde” estou caindo em contradição
e perdendo o princípio da identidade. No entanto, “estrela da manhã” é o planeta Vênus e “estrela da tarde” também
é o planeta Vênus; dessa perspectiva, não há contradição alguma no que digo. É preciso, então, distinguir em nosso
pensamento e em nossa linguagem três níveis: o objeto a que nós nos referimos, os enunciados que empregamos e
o sentido desses enunciados em sua relação com o objeto referido. Somente dessa maneira podemos manter a
racionalidade dos princípios da identidade, da não-contradição e do terceiro-excluído.

Enfim, um outro tipo de problema foi trazido com o desenvolvimento dos estudos da antropologia, que mostraram
como outras culturas podem oferecer uma concepção muito diferente da que estamos acostumados sobre o
pensamento e a realidade. Isso não significa, como imaginaram durante séculos os colonizadores, que tais culturas
ou sociedades sejam irracionais ou pré-racionais, e sim que possuem uma outra idéia do conhecimento e outros
critérios para a explicação da realidade.

Como a palavra razão é européia e ocidental, parece difícil falarmos numa outra razão, que seria própria de outros
povos e culturas. No entanto, o que os estudos antropológicos mostraram é que precisamos reconhecer a “nossa
razão” e a “razão deles”, que se trata de uma outra razão e não da mesma razão em diferentes graus de uma única
evolução.

Indeterminação da Natureza, pluralidade de enunciados para um mesmo objeto, pluralidade e diferenciação das
culturas foram alguns dos problemas que abalaram a razão, no século XX. A esse abalo devemos acrescentar dois
outros. O primeiro deles foi trazido por um não-filósofo, Marx, quando introduziu a noção de ideologia; o segundo
também foi trazido por um não-filósofo, Freud, quando introduziu o conceito de inconsciente.

A noção de ideologia veio mostrar que as teorias e os sistemas filosóficos ou científicos, aparentemente rigorosos e
verdadeiros, escondiam a realidade social, econômica e política, e que a razão, em lugar de ser a busca e o
conhecimento da verdade, poderia ser um poderoso instrumento de dissimulação da realidade, a serviço da
exploração e da dominação dos homens sobre seus semelhantes. A razão seria um instrumento da falsificação da
realidade e de produção de ilusões pelas quais uma parte do gênero humano se deixa oprimir pela outra.

A noção de inconsciente, por sua vez, revelou que a razão é muito menos poderosa do que a Filosofia imaginava,
pois nossa consciência é, em grande parte, dirigida e controlada por forças profundas e desconhecidas que
permanecem inconscientes e jamais se tornarão plenamente conscientes e racionais. A razão e a loucura fazem
parte de nossa estrutura mental e de nossas vidas e, muitas vezes, como por exemplo no fenômeno do nazismo, a
razão é louca e destrutiva.

Fatos como esses - as descobertas na física, na lógica, na antropologia, na história, na psicanálise - levaram o
filósofo francês Merleau-Ponty a dizer que uma das tarefas mais importantes da Filosofia contemporânea deveria ser
a de encontrar uma nova idéia da razão, uma razão alargada, na qual pudessem entrar os princípios da
racionalidade definidos por outras culturas e encontrados pelas descobertas científicas.

Esse alargamento é duplamente necessário e importante. Em primeiro lugar, porque ele exprime a luta contra o
colonialismo e contra o etnocentrismo - isto é, contra a visão de que a “nossa” razão e a “nossa” cultura são
superiores e melhores do que as dos outros povos. Em segundo lugar, porque a razão estaria destinada ao fracasso
se não fosse capaz de oferecer para si mesma novos princípios exigidos pelo seu próprio trabalho racional de
conhecimento.

A Lógica

A Lógica é uma ciência de índole matemática e fortemente ligada à Filosofia. Já que o pensamento é a manifestação
do conhecimento, e que o conhecimento busca a verdade, é preciso estabelecer algumas regras para que essa meta
possa ser atingida. Assim, a lógica é o ramo da filosofia que cuida das regras do bem pensar, ou do pensar correto,
sendo, portanto, um instrumento do pensar. A aprendizagem da lógica não constitui um fim em si. Ela só tem sentido
enquanto meio de garantir que nosso pensamento proceda corretamente a fim de chegar a conhecimentos
verdadeiros. Podemos, então, dizer que a lógica trata dos argumentos, isto é, das conclusões a que chegamos
através da apresentação de evidências que a sustentam. O principal organizador da lógica clássica foi Aristóteles,
com sua obra chamada Órganon. Ele divide a lógica em formal e material.

Um sistema lógico é um conjunto de axiomas e regras de inferência que visam representar formalmente o raciocínio
válido . Diferentes sistemas de lógica formal foram construídos ao longo do tempo quer no âmbito estrito da Lógica
Teórica, quer em aplicações práticas na computação e em Inteligência artificial.

Tradicionalmente, lógica é também a designação para o estudo de sistemas prescritivos de raciocínio, ou seja,
sistemas que definem como se "deveria" realmente pensar para não errar, usando a razão, dedutivamente e
indutivamente. A forma como as pessoas realmente raciocinam é estudado noutras áreas, como na psicologia
cognitiva.

Como ciência, a lógica define a estrutura de declaração e argumento e elabora fórmulas através das quais estes
podem ser codificados. Implícita no estudo da lógica está a compreensão do que gera um bom argumento e de quais
os argumentos que são falaciosos.

A lógica filosófica lida com descrições formais da linguagem natural. A maior parte dos filósofos assumem que a
maior parte do raciocínio "normal" pode ser capturada pela lógica, desde que se seja capaz de encontrar o método
certo para traduzir a linguagem corrente para essa lógica.

A Lógica matemática

Lógica Matemática é o uso da lógica formal para estudar o raciocínio matemático-- ou, como propõe Alonzo Church
(*Introduction to Mathematical Logic* (Princeton, New Jersey:Princeton University Press,1956; décima edição,
1996),'lógica tratada pelo método matemático'. No início do século XX, lógicos e filósofos tentaram provar que a
matemática, ou parte da matemática, poderia ser reduzida à lógica.(Gottlob Frege, p.ex., tentou reduzir a aritmética à
lógica; Bertrand Russell e A. N. Whitehead, tentaram reduzir toda a matemática então conhecida à lógica -- a
chamada 'lógica de segunda ordem'.) Uma das suas doutrinas lógico-semânticas era que a descoberta da forma
lógica de uma frase, na verdade, revela a forma adequada de dizê-la, ou revela alguma essência previamente
escondida. Há um certo consenso que a redução falhou -- ou que precisaria de ajustes --, assim como há um certo
consenso que a lógica -- ou alguma lógica -- é uma maneira precisa de representar o raciocínio matemático. Ciência
que tem por objeto o estudo dos métodos e princípios que permitem distinguir raciocínios válidos de outros não
válidos;

A História da lógica

A história da lógica documenta o desenvolvimento desta em várias culturas e tradições. Enquanto muitas culturas
tenham usado complicados sistemas de raciocínio, somente na China, Índia e Grécia os métodos de raciocínio
tiveram um desenvolvimento sustentável. Embora as datas sejam incertas, especialmente no caso da Índia, é
possível que a lógica emergiu nos três países por volta do século 4 a.C. A lógica moderna (ver lógica) descende da
tradição grega, mas também há influências de filósofos islâmicos e de lógicos europeus da era medieval que tiveram
contato com a lógica aristotélica.

Lógica na China

Mozi, “Máster Mo”, um contemporâneo de Confúcio, é creditado como o fundador da escola Mohista, cujo os
ensinamentos lidavam com os problemas relacionados com a inferência e com as condições das conclusões
corretas. Em particular, uma das escolas que cresceu além do Mohismo, os “the Logicians?”, são creditados por
alguns estudiosos como sendo umas das primeiras escolas a investigar a lógica formal. Infelizmente, por causa da
violência e da leis da dinastia Qin, essa linha de investigação desapareceu da China até a introdução da filosofia
indiana pelos Budistas

Lógica na Índia

Os Nyaya Sutras do Akasapada Gautama são os centros da escola da Nyaya, uma das seis escolas ortodoxas da
filosofia Hindu. Esta escola criou um rígido esquema de cinco membros de inferência envolvendo uma premissa
inicial: uma razão, um exemplo, uma aplicação e uma conclusão. A filosofia idealista Budista foi a maior oponente
dos Nayaykas. Nagarjuna, o fundador da Madhyamika “caminho do meio” desenvolveu uma análise conhecida como
“catuskoti” ou tetralema. Mas foi com Dgnaga e o seu sucessor Dharmakirti que a lógica budista atingiu seu ápice. A
base da analise deles é a definição da necessidade de uma dedução lógica, “vyapti”, também conhecida como
concomitância ou “pervasion?”. Para esse fim uma doutrina chamada “apoha” ou diferenciação foi desenvolvido. As
dificuldades envolvidas neste sistema, em parte, estimulou a escola dos neo-escolásticos de Navya-Nyaya, que
introduziu a análise formal da inferência no século XVI.

Lógica na Grécia

Na Grécia, duas importantes tradições emergiram. A Lógica estóica com as suas raízes em Euclides de Megara, um
pupilo de Sócrates, e é baseada na lógica proposicional que talvez foi a mas próxima da lógica moderna. Entretanto,
a tradição que sobreviveu para mas tarde influenciar outras culturas foi a lógica aristotélica, o primeiro tratado grego
sobre a sistematização da lógica. Na inspeção de Aristóteles sobre os silogismo há quem diga que existe uma
interessante comparação com o esquema de inferência dos indianos e com a menos rígida discursão chinesa.

Através do latim na Europa, e outras línguas mas ao oeste, como árabe e armênio, a tradição aristotélica era
considerada uma codificação superior das leis do raciocínio. Somente no século XIX, com o maior familiaridade com
a cultura clássica indiana e um conhecimento mais profundo da China é que essa percepção mudou.

Lógica na filosofia islâmica

Após a morte de Muhamed, a lei islâmica desempenho uma forte influência na formação dos padrões dos
argumentos, o que permitiu uma argumentação romanceada no Kalan, mas essa influência foi amenizada por
algumas idéias da filosofia grega que surgiram com o crescimento dos filósofos Mu’tazilah que tentaram combinar a
lógica e o racionalismo da filosofia grega com a doutrina islâmica e mostrar que as duas estão inerentemente
interligadas. A influência dos tratados gregos sobre os filósofos islâmicos foi crucial na aceitação da lógica grega pela
Europa medieval, e os comentários de Averróis sobre o Órganon teve um papel importante no subseqüente
desenvolvimento da lógica medieval européia.

Apesar da sofisticação lógica de Al-Ghazali, o crescimento da escola Asharite lentamente sufocou os tratados em
lógica do mundo islâmico.

Lógica medieval

“Lógica medieval” (também conhecida como lógica escolástica) é a lógica aristotélica desenvolvida na era medieval
no período de 1200-1600 d.C. Esta tradição foi fundamentada através de textos como o Tractatus do Pedro da
Espanha (século XIII), cuja verdadeira identidade é desconhecida. Tomás de Aquino foi o filósofo que ousou mudar a
antiga concepção tradicional, baseada em Platão e Agostinho, concebendo uma visão aristotélica, e desenvolvendo a
escolática tomista.

Essa antiga tradição também recebeu diversas considerações diferentes no século XIV com as obras de William de
Ockham (1287-1347) e Jean Buridan.

Os últimas obras dessa tradição são “Lógica” de John Poinsot (1589-1644, também conhecido como John de St
Thomas), e o “Discussões Metafísicas” de Francisco Suarez (1548-1617).

Lógica tradicional

Esta tradição começou com o livro Lógica, ou a arte do pensamento ou Port-Royal Logic de Antoine Arnauld e Pierre
Nicole. Publicado em 1662, esse livro foi a mais influente introdução em lógica até o inicio do século 20. Port-Royal
Logic apresenta ao leitor uma doutrina cartesiana (onde uma proposta é uma combinação de idéias ao invés de
termos) com uma estrutura que deriva da lógica aristotélica e medieval. O livro teve oito edições entre 1664 e 1700.
Ele foi reimpresso em inglês ate o fim do século XIX.

A descrição das proposições que Locke faz em Uma Tese a Respeito do Entendimento Humano é a mesma do Port-
Royal. “Proposições verbais, que são palavras, são signos que representam nossas idéias, juntando-as ou
separando-as em sentenças verdadeiras ou falsas. Então estas preposições consistem em juntar ou separar esse
signos de acordo com as coisas que eles representam para concordar ou discordar.” (Lock, Uma Tese a Respeito do
Entendimento Humano, IV. 5 6)

Obras que se enquadram nessa tradição incluem Isaac Watts Lógica: Ou, o Correto Uso da Razão (1725), Lógica de
Richard Wately (1826), e uma das últimas grande obras dessa tradição Um Sistema Lógico de John Stuart Mill
(1843).

O advento da lógica moderna

Historicamente, René Descartes, deve ter sido o primeiro filósofo a utilizar as técnicas algébricas como meio de
exploração científica. A idéia de um “cálculo do raciocínio” também foi cultivada por Gottfried Wilhelm Leibniz.

Gottlob Frege no (Begriffschrift, ou ideografia) criou um sistema de representação simbólica para representar
formalmente a estrutura dos enunciados lógicos e suas relações, e a invenção do cálculo dos predicados. Esta parte
da decomposição funcional da estrutura interna das frases (substituindo a velha dicotomia analítica sujeito-predicado,
herdada da tradição lógica aristotélica, pela oposição matemática função-argumento) e da articulação do conceito de
quantificação (implícito na lógica clássica da generalidade), tornando assim possível a sua manipulação em regras de
dedução formal. (os enunciados "para todo o x", "existe um x" que denotam operações de quantificação sobre
variáveis lógicas têm a sua origem no seu trabalho fundador, ex: "Todos os humanos são mortais" se torna "Todos os
X são tais que, se x é um humano então x é mortal.").

Ao contrário de Aristóteles, e mesmo de Boole, que procuravam identificar as formas válidas de argumento, a
preocupação básica de Frege era a sistematização do raciocínio matemático, ou dito de outra maneira, encontrar
uma caracterização precisa do que é uma “demonstração matemática”. Frege havia notado que os matemáticos da
época freqüentemente cometiam erros em suas demonstrações, supondo assim que certos teoremas estavam
demonstrados, quando na verdade não estavam. Para corrigir isso, Frege procurou formalizar as regras de
demonstração, iniciando com regras elementares, bem simples, sobre cuja aplicação não houvesse dúvidas. O
resultado que revolucionou a lógica, foi a criação do cálculo de predicados (ou lógica de predicados).

Em 1889 Giuseppe Peano publicou seus nove axiomas, que mas tarde cinco destes vieram a ser conhecido com
axiomas de Peano e, destes cinco, um veio a ser a formalização do princípio da indução matemática

Siteografia

http://www.cefetgo.br/pensar/PAGES/convite/cnvt/und02/m01.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica

http://enciclopedia.tiosam.com/enciclopedia/enciclopedia.asp?title=Hist%C3%B3ria_da_l%C3%B3gica

http://www.vestibular1.com.br/

UNIDADE II

Capítulo 1– Noções de Lógica Matemática

CÁLCULO PROPOSICIONALComo primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o CÁLCULO


PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda CÁLCULO DAS SENTENÇAS.

CONCEITO DE PROPOSIÇÃO

PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar
que seja verdadeira ou que seja falsa.

 A lua é quadrada. A neve é branca. Matemática é uma ciência.

Não serão objeto de estudo as sentenças interrogativas ou exclamativas.


OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PROPOSICIONAL

VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas atômicas)
.Exemplos: A lua é quadrada : p A neve é branca : q

 CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas podem ser combinadas entre si e, para representar tais
combinações usaremos os conectivos lógicos :

: e , : ou ,  : se...então ,  : se e somente se , : não

Exemplos:

 A lua é quadrada e a neve é branca. : p  q(p e q são chamados conjunctos)

 A lua é quadrada ou a neve é branca. : p  q( p e q são chamados disjunctos)

 Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p  q ( p é o antecedente e q o conseqüente)

 A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p  q

 A lua não é quadrada. :p

 SÍMBOLOS AUXILIARES : ( ), parêntesesque servem para denotar o "alcance" dos conectivos;

Exemplos:

 Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua não é quadrada. : ((p  q)  p)

 A lua não é quadrada se e somente se a neve é branca. : (( p) q))

 DEFINIÇÃO DE FÓRMULA :

1. Toda fórmula atômicaé uma fórmula.2. Se A e B são fórmulas então (A  B) , (A  B) , (A  B) , (A  B)e (


A) também são fórmulas.3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2. .

Os parênteses serão usados segundo a seguinte ordem dos conectivos: ,  ,  , ,  .

Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela direita.

Exemplo: a fórmula p  q  r  p  q deve ser entendida como (((p  q)  ( r))  ( p  ( q)))

AS TABELAS VERDADE

A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros) que podem ser formulados como segue:
 Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo.

 Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias (uma é negação da outra), uma delas é falsa.

 Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contraditórias, uma delas é verdadeira.

Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadeiras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os
dois casos; daí dizer que a lógica clássica é bivalente.

Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições compostas (moleculares), conhecidos os valores das
proposições simples (atômicas) que as compõem usaremos tabelas-verdade :

1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e somente se p é falsa (verdadeira).


p ~p

VF

FV

2. Tabela verdade da "conjunção" : a conjunção é verdadeira se e somente os conjunctos são verdadeiros.


pqpq

VVV

VFF

F VF

FFF

3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e somente, os disjunctos são falsos.
pqpq

VVV

VFV

F VV

FFF

4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e somente se, o antecedente é verdadeiro e o
conseqüente é falso.
pqpq
VVV

VFF

F VV

FFV

5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira se, e somente se seus componentes são ou
ambos verdadeiros ou ambos falsos
pqpq

VVV

VF F

FVF

FFV

Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p  q)  ~p)  (q  p)


pq ((p  q)  ~p)  (q  p)

VVV F F VV

VF V F F VF

F VV VVF F

FFF VVF F

NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada proposição simples (atômica) tem dois valores V ou F,
que se excluem. Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades quantos são os arranjos com repetição de 2 (V e
F) elementos n a n. Segue-se que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para duas proposições são 22 =
4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8; etc.

Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p  q)  r) terá 8 linhas como segue :


p q r ((p  q)  r )

VVVV V
VVF V F

VF VF V

VF F F V

F VVF V

FVFF V

F F VF V

FFFF V

NOTA: "OU EXCLUSIVO" É importante observar que "ou" pode ter dois sentidos na linguagem habitual: inclusivo
(disjunção)  ("vel") e exclusivo  ( "aut") onde p q significa ((p  q)  (p  q)).
p q ((p  q)  (p  q))

VV V F F V

VF V V V F

FV V V V F

FF F FV F

A ÁLGEBRA DOS CONJUNTOS

O Cálculo Proposicional e a Álgebra dos Conjuntos possuem estruturas semelhantes.Toda fórmula do Cálculo
Proposicional determina uma operação correspondente entre conjuntos :

1. a negação ( ) corresponde à complementação (’ ),

1. a conjunção ( ) corresponde à intersecção ( ) ,

1. a disjunção ( ) corresponde à união ( ).

As variáveis proposicionais podem servir como variáveis simbolizando conjuntos na nova expressão.

Exemplo: (( p  q)  p)corresponde a (( p  q )  p’)

Podemos expressar, as operações entre conjuntos através dos DIAGRAMAS DE EULER-VENN (John Venn 1834-
1923) que são úteis na verificação de propriedades de operações entre conjuntos, mas não devem ser considerados
instrumentos de prova matemática rigorosa. Verifique seu conhecimento com estas operações considerando 2
conjuntos e, em seguida, com 3 conjuntos.

1.COMPLEMENTAÇÃO : p’que corresponde à NEGAÇÃO :p

p~p

1 V F

2 FV

onde as linhas (1) e (2) da tabela correspondem às regiões (1) e (2) do diagrama respectivamente.

2.UNIÃO : p  q que corresponde à DISJUNÇÃO: p q pq

p q p q

1 VVV

2 VFV

3 F VV

4 FFF

as linhas (1), (2), (3) e (4) da tabela correspondem às regiões (1), (2), (3) e (4) do diagrama respectivamente.A
região hachurada no diagrama corresponde às linhas da tabela onde a fórmula p  qassume valor V.

3. INTERSECÇÃO : p  q que corresponde à CONJUNÇÃO: p  q pq

p q p q

1 VVV

2 VFF

3 F VF
4 FFF

A região hachurada do diagrama corresponde à linha (1) da tabela, onde a fórmula pq assume valor V.

A figura abaixo forma um Diagrama de Venn apropriado para três conjuntos. Temos 8 regiões que correspondem,
respectivamente, às 8 linhas da tabela-verdade ao lado do diagrama :

pqr

1 VVV

2 VVF

3 VFV

4 VFF

5 F VV

6 F VF

7 FFV

8 FFF

Exemplo: O diagrama de Venn abaixo corresponde à fórmula ((p  q)  r) e à expressão (p  q)  r’. O valor V da

fórmula (última coluna) corresponde à região 2 do diagrama de Venn.


p q r ((p  q)  r )

VVVF V V V

VVF V V F F

VF VF F V V

VFFF F V F

F VVF F V V
F VF F F V F

F F VF F V V

FFFF F V F

TAUTOLOGIA E CONTRA -TAUTOLOGIA

 TAUTOLOGIA ou FÓRMULA LOGICAMENTE VÁLIDA : Fórmula que possui apenas valor V em sua tabela
verdade. Exemplo : p  p

p  p p  p

1VF V

2F V V

 CONTRA-TAUTOLOGIA ou FÓRMULA LOGICAMENTE FALSA: Fórmula que possui apenas valor F em sua

tabela verdade. Exemplo : p  p


p  p p  p

1VF F

2F V F

pqp  q

1VVV

2VF F
3F VV

4F F V

 CONTINGENTE ou INDETERMINADA: Fórmula que possui valores V e F em sua tabela verdade.Exemplo : p 

 REGRAS DE INFERÊNCIA.: A fórmula  implica tautologicamente a fórmula  e indicamosse e somente se a


fórmula é uma tautologia .
Regras Fórmulas Atômicas Fórmulas Compostas

Modus Ponens MP p  (p  q)  q A, A B / B

Modus Tollens MT  q  ( p  q )   p  B, A B /  A

Silogismo Hipotético SH (p q)  ( q  r)  (p  r) A  B, B  C / A  C

Silogismo Disjuntivo SD (p  q)   p  q  A, A  B / B

Simplificação SM p  q  p AB/A

Adição AD p  p  q A/AB

Eliminação EL (p  (q  r) )  q  p r  B , (A  (B C) / A  C

Prova por Casos CS (p  r)  ( q  r)  (p  q)  r A  C, B  C / (A  B )  C

 EQUIVALÊNCIAS TAUTOLÓGICAS : As fórmulas  e  são tautologicamente equivalentes e indicamos se e


somente sea fórmula é uma tautologia
Comutativa pqqp pqqp

Associativa (p  q) r  p  (q  r) (p  q) r  p (q r)

Idempotente ppp ppp

Propriedades de V p  V  p pVV

Propriedades de F p  F  F pFp

Absorção p(pr)p p  (p  r)  p
Distributivas p  (q  r)  (p  q )  (p  r) p  (q  r)  (p  q )  (p  r)

Distributivas p  (q  r)  (p q)  (p  r) p  (q  r)  (p q)  (p  r)

Leis de De Morgan  (p  q)  p   q  (p  q)  p   q

Def. implicação p  q  ~p  q p  q   ( p  q)

Def. bicondicional p  q  (p  q)  ( q  p) p  q  (~p  q)  (~q p)

Negação  ( p)  p

Contraposição p  q   q  p

Exportação( ) Importação ( ) (p  q)  r  p  ( q  r )

Troca de Premissas p  (q  r )  q  ( p r )

Exemplo : Dadas as fórmulas A: p  (q  r) e B : (q  r )  p vamos verificar que A  B ou ainda que A / B.


Basta verificar, com o uso das tabelas verdade, que A  B é tautologia. p q r ( p  (q  r)) ( (q  r
)  p)
VVVVVV

VVF F VF

VF VF VF

VF F F VF

F VVVVV

F VF VVV

F F VVVV

F F F VVV

Neste exemplo, A  B pois A  B é tautologia.

As TAUTOLOGIASsão infinitas e desempenham um importante papel nos processos de dedução no Cálculo


Proposicional como veremos em próximos tópicos.
FORMAS NORMAIS CONJUNTIVA E DISJUNTIVA

Algumas EQUIVALÊNCIAS TAUTOLÓGICAS dadas acima nos permitem transformar qualquer fórmula em uma
fórmula logicamente equivalente, que não contenha os conectivos e  , transformando-a em uma FORMA
NORMAL CONJUNTIVA (FNC) ou em uma FORMA NORMAL DISJUNTIVA (FND) como segue:

1. substitui-se fórmulas: A B por A  B e A  B por ( A  B)  ( B  A)2. elimina-se a negação que precede os


parênteses substituindo-se:(A  B) por A  B e (A B) por A  B .3. eliminam-se as negações múltiplas
substituindo ( A) por A.4. elimina-se o alcance dos conectivos substituindo

para obter a FNC : A  (B  C) por (A  B)  (A  C)para obter a FND : A  (B  C) por (A  B)  (A  C)

Deste modo, uma fórmula está em FORMA NORMAL CONJUNTIVA: FNC ou em FORMA NORMAL DISJUNTIVA:
FND se, e somente se:

1. No máximo contém os conectivos,  , .2. A negação não tem alcance sobre os conectivos  e  .3. Não
aparecem negações sucessivas.4. O conectivo  não tem alcance sobre  na FNC e, o conectivo  não tem alcance
sobre  na FND.

Exemplos: FNC : ( p  q)  (r  s  p) FND : p  (q  r)  ( s  p)

Exemplo: Determine uma FND e uma FNC equivalente à fórmula ((p  q)  q)  ( r  q) .


1. ((p  q)   q)  ( r  q) Fórmula dada

2.  ((p  q)  q)  ( r  q) 1. Def. de Implicação

3. ( (p  q)  q)  (r  q) 2. De Morgan

4. ( p   q)  q  (r  q ) 3. Negação e De Morgan

5. ( p   q)  q  (r  q ) 4.FND

6. (( p  q)  ( q  q))  (r  q) 5. Distributiva

7. (( p  q)  V)  (r  q) 6. Tautologia

8. ( p  q)  ( r  q) 7. Propriedade de V

9. ( p  q  r)  ( p  q  q) 8. Distributiva

10. ( p  q  r)  ( p  q ) 9. Idempotente e FNC

PROBLEMA DE POST
Como já observamos podemos construir a tabela verdade de uma fórmula conhecidos os valores verdade das
fórmulas que a compõem. O problema recíproco se coloca : para toda tabela verdade, existe uma fórmula que a
determina? Este problema é conhecido como PROBLEMA DE POST (Emil Leon Post 1888-1995) e pode ser
resolvido obtendo-se uma FNC ou uma FND que satisfaça a tabela verdade dada.

 Para se obter umaFND:

1. Observamos todas as linhas da tabela que possuem V na última coluna;2. Construimos para cada uma destas
linhas as conjunções correspondentes;3. Fazemos a disjunção destas conjunções obtendo uma fórmula em FND
que satisfaz a tabela verdade.

Exemplo: Determine uma fórmula que satisfaça a tabela verdade


abaixo: p q ?
V V V (p  q)

VF F

FVF

F F V ( p   q)

Resposta: Fórmula obtida (p  q)  ( p  q) FND

 Para se obter umaFNC:

1. Observamos todas as linhas da tabela que possuem F na última coluna;2. Construimos para cada uma destas
linhas as disjunções correspondentes;3. Fazemos a conjunção destas disjunções obtendo uma fórmula em FNC
que satisfaz a tabela verdade.

Exemplo: Determine uma fórmula que satisfaça a tabela verdade


abaixo: p q ?
VVV

VF F  p  q

F VF p  q

FFV

Resposta: Fórmula obtida ( p  q)  (p  q) FNC

As FND e FNC obtidas como acima são completas ou seja, em cada disjuncto (FND) ou em cada conjuncto (FNC)
todas as variáveis proposicionais estão presentes.

NOÇÕES DE ÁLGEBRA BOOLEANA


"Uma das características da investigação científica é procurar padrões ou semelhanças entre fenômenos
observados"(livro I). Vimos que o Cálculo Proposicional e a Teoria dos Conjuntos possuem algumas propriedades
em comum ou sejam são estruturas matemáticas que, juntamente com operações ou relações entre seus objetos
obedecem certas regras." Podemos comparar uma estrutura matemática a um esqueleto humano pois, embora as
aparências externas das pessoas sejam diferentes, a forma e a disposição dos ossos são as mesmas."(livro I).
Assim, vamos definir, uma estrutura matemática, Álgebra Booleana, que incorpora as propriedades básicas do
Cálculo Proposicional e da Teoria dos Conjuntos, ou seja, é um outro modelo de uma mesma estrutura matemática.
O conceito de Álgebra Booleana foi formulado pelo matemático inglês George Boole por volta de 1850.

Por ÁLGEBRA BOOLEANA entendemos um conjunto B={p, q, r , ..} junto com duas operações binárias + e  em B,
uma operação singular ’ em B e dois elementos distintos 0 e 1 de B tais que valem as seguintes propriedades: (para
todo p , q , r em B ) :
Associativa (p + q) + r = p + (q + r) (p  q)  r = p  (q  r)

Comutativa p+q=q+p pq=qp

Idempotente p+p=p pp=p

Absorção (p  q) + p = p (p + q)  p = p

Distributiva p + (q  r) = (p + q)  (p + r) p  (q + r) = (p  q) + (p  r)

Propriedades do 0 p+0=p p0=0

Propriedades do 1 p+1=1 p1=p

Quaisquer que seja p em B, existe p’ em B tal que p + p’ = 1 p  p’ = 0

Indicamos uma Álgebra Booleana por [ B , + ,  , ’ , 0 , 1 ].

- A operação p  q pode ser denotada simplesmente por pq eliminando o operador  .

- É normal a seguinte terminologia na Álgebra Booleana :p  q : encontro de p e q.p + q : junção de p e q.p’:


complemento de p.0 : elemento zero.1 : elemento unitário.

Uma expressão booleana, uma fórmula e uma expressão na álgebra do conjuntos,são correspondentes se
substituimos ’ , + ,  , = , 0 , 1 respectivamente por ~ ,  ,  ,  , F , V ou ainda por ’,  ,  , = ,  , U(considerando-
se p , q ,.. como: elementos de B ,variáveis proposicionais ou conjuntos respectivamente).

Exemplo: (p’ + (q  r))’ corresponde a ( p  (q  r)) ou ainda a (p’  (q  r))’

Para formalizar as semelhanças entre o Cálculo Proposicional e a Álgebra Booleana, notemos que o conjunto das
proposições é uma Álgebra de Boole em relação à conjunção, à disjunção e à negação.
APLICAÇÕES DE ÁLGEBRA BOOLEANA : MAPA DE KARNAUGH

De modo sucinto podemos dizer que o MAPA DE KARNAUGH, idealizado em 1950 por MauriceKarnaugh, é um
método de simplificação de expressões lógicas fundamentado em teoremas da Álgebra Booleana e utilizando
representações gráficas. Utilizando o mapa de Karnaugh podemos simplificar fórmulas ou expressões booleanas em
FND COMPLETA, sem o uso direto de propriedades para obter tais simplificações.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA : Temos as seguintes representações gráficas (mapas), de acordo com o número de
variáveis (aqui representadas por letras maiúsculas) das expressões: (no que se segue entende-se AB como A 
B)a) Duas variáveis:
A A’

B’

b) Três variáveis :
AB AB’ A’B’ A’B

C’

c) Quatro variáveis :
AB AB’ A’B’ A’B

CD

CD’

C’D’

C’D

Em cada mapa:

Os quadrados de cima e os de baixo são adjacentes; os da esquerda e os da direita são adjacentes.Os
quadrados adjacentes diferem apenas por uma variável.Cada quadrado indicará um DISJUNCTO da
FNDCOMPLETA que está sendo representada.Cada DISJUNCTO será representado escrevendo 1 no respectivo
quadrado.

Exemplos:Representar a expressão AB’C + A’B’C + ABC’


AB AB’ A’B’ A’B

C 1 1

C’ 1

Representar a expressão AB’+ A’B + A’B’

A A’

B 1

B’ 1 1

Podemos construir Mapas de Karnaugh para 5 ou mais variáveis passando para representações gráficas
tridimensionais tornando-se inadequado.

SIMPLIFICAÇÃO :Para simplificar procedemos do seguinte modo:

1. Agrupar , traçando ovais ao redor de todos os "1" para formar grupos de 2n "1" adjacentes.2. Nenhum "1" pode
ficar fora dos grupos formados. Se necessário, agrupá-lo sozinho.3. Quanto maior o grupo, mais simplificada ficará a
expressão.4. Se necessário, um "1" pode ser agrupado mais de uma vez. Nunca agrupá-lo se não houver
necessidade.5. A variável que se repetir em cada grupo permanece na expressão. A variável que não se repete é
eliminada.

Exemplos:a) Simplificando a expressão ABC + AB’C’ + A’BC obtemos a expressão AB’C’ + BC

b) Simplificando a expressão AB’+ A’B + A’B’ obtemos A’+ B’

c) Simplifique usando um applet apropriado para 4 variáveis.

APLICAÇÕES DE ÁLGEBRA BOOLEANA : ÁLGEBRA DOS CIRCUITOS

A introdução de uma Álgebra Booleana no estudo dos circuitos deve-se ao matemático americano CLAUDE
ELWOOD SHANNON (1916-2001) (A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits - 1938). De modo sucinto
mostraremos esse tipo de relacionamento com a Cálculo Proposicional e a Álgebra Booleana.
Um interruptor é um dispositivo ligado a um ponto de um circuito, que pode assumir um dos dois estados, "fechado"
ou "aberto". No estado "fechado" (que indicaremos por 1) o interruptor permite que a corrente passe através do
ponto, enquanto no estado "aberto" (que indicaremos por 0) nenhuma corrente pode passar pelo ponto.

1.Circuito com um interruptorp: p A indicação "fechado" ou "aberto" do


interruptor será conhecida com a indicação de p=1 ou p=0 respectivamente.

2.Circuito com dois interruptores p e q:

 Em paralelo indicado porp + q p q

Neste caso não passa corrente se e somente p=0 e q=0 ou seja, estão ambos "abertos" o que corresponde no
Cálculo Proposicional à tabela verdade da disjunção p  q .

 Em sérieindicado por p  q ou pq p q

Neste caso passa corrente se e somente se p=1 e q=1 ou seja, estão ambos "fechados" o que corresponde no
Cálculo Proposicional à tabela verdade da conjunção p  q .

 Circuitos acoplados contraditórios: quando um abre o outro fecha e reciprocamente correspondendo à tabela
verdade da negação.Circuitos acoplados equivalentes: se comportam do mesmo modo correspondendo à tabela
verdade da bi-implicação p  q .

Exemplo : A expressão booleana correspondente ao esquema abaixo é :(( p q) + ((p q) + q)) = pq + pq +


qSimplificando a expressão:(( p q) + ((p q) + q)) = ( p q) + q = q (por absorção) representamos o circuito
simplificado obtido :

Exemplo : A expressão e um circuito correspondente à fórmula( p  q)  r  p  q


 r será : p’ + q +r’

Exemplo : Um comitê tem 3 membros . Um projeto passa se e somente se o presidente vota a favor e obtém maioria.
Projetar um circuito de modo que cada membro vote a favor apertando um botão e tal que a luz se acenda se o
projeto for aprovado.

Solução: Sendo P o presidente e A e B os outros dois membros, a tabela verdade abaixo corresponde às
informações dadas onde 1 representa a aprovação do projeto.
Obtendo a FND correspondente temos (P  A  B) + (P  A  B’ ) + (P  A’  B) que simplificando por Mapa de
Karnaugh temos PA + PB = P ( A + B) sendo simples a representação do circuito.

P A B ?
1111

1101

1011

1000

0110

0100

0010

0000

VALIDADE DE ARGUMENTO

No início deste roteiro, mencionamos que nosso principal objetivo é a investigação da validade de ARGUMENTOS:

Conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e os demais PREMISSAS.

Vamos verificar como podemos proceder na investigação de certos argumentos de modo formal.

DEFINIÇÃO: Chamamos ARGUMENTO uma seqüênciaA1 , A2 ,A3 ,... , An , B (n  0) de fórmulas onde os Ai (0 i 
n) chamam-se premissas e a última fórmula B, conclusão.

DEFINIÇÃO: Um ARGUMENTOA1 , A2 ,A3 ,... , An , B é VÁLIDOse e somente se, sendo as premissas verdadeiras
a conclusão B também é verdadeira, ou ainda, se e somente se, a fórmula

A1 A2A3 ...  An B é uma tautologiaque será indicado como segueA1 , A2 , A3 ,... , An | B que se lê :"A1 ,
A2 , A3 ,... , An acarretam B" ou, "B decorre de A1 , A2 , A3 ,... , An " ou,"B se deduz de A1 , A2 , A3 ,... , An" ou
ainda, "B se infere de A1 , A2 , A3 ,... , An ."

VALIDADE DE UM ARGUMENTO: VERIFICAÇÃO POR TABELA VERDADE.

Com o uso das tabelas verdade é suficiente verificar se a fórmulaA1 A2A3 ...  An B é tautologia.
Exemplo: O argumento p, q r,  r,  q é válido pois a fórmula(p  (q  r)  r )  q é uma tautologia.O que
verificamos nas linhas onde as premissas são verdadeiras que a conclusão também é verdadeira(tabela verdade
abaixo, linha 4).
p q r p q  r r q

VVVVV F F

VVF VF V F

VF VVV F V

VFFVV V V

F VVF V F F

F VF F F V F

F F VF V F V

FFFFV V V

VALIDADE DE UM ARGUMENTO: DEMONSTRAÇÃO

Podemos verificar a validade de um argumento através de métodos de demonstração :

1. DEMONSTRAÇÃO DIRETA2. DEMONSTRAÇÃO INDIRETA - CONDICIONAL3. DEMONSTRAÇÃO INDIRETA -


POR ABSURDO4. DEMONSTRAÇÃO INDIRETA – ÁRVORE DE REFUTAÇÃO

1. DEMONSTRAÇÃO DIRETAConsiste em demonstrar ou deduzir a conclusão B a partir das premissas A1 , A2 ,


A3 ,... , An , aplicando as EQUIVALÊNCIAS TAUTOLÓGICAS e as REGRAS DE INFERÊNCIA .

Exemplo : Demonstrar a validade do argumento p, q  r ,  r ,  qDemonstração :1. p premissa2. q 


r premissa3.r premissa4. q Conclusão (2 e 3 : Modus Tollens)

Exemplo :Demonstrar a validade do argumento p  q , q  r , r  s ,  s  pDemonstração :1. p 


q premissa2. q  r premissa3. r  s premissa4. p r 1.2. Silogismo Hipotético5. r 
s 3. Def. de implicação6. p  s 4.5. Silogismo Hipotético7.s p 6. Contraposição8. s 
p Conclusão 7. Negação
2. DEMONSTRAÇÃO INDIRETA - CONDICIONAL

Para demonstrar a validade de argumentos cuja conclusão é uma fórmula condicional do tipo B  C , considera-se o
antecedente B, como uma premissa adicional e o conseqüenteC será a conclusão a ser demonstrada.De fato,
sendo:1. A1 , A2 , A3 ,... , An , B , C válido então2. A1 , A2 , A3 ,... , An , B | C isto é,3. ((A1 A2 A3 ...  An )
 B )  C é tautologia4. (A1 A2 A3 ...  An )  (B  C) é tautologia (Importação e Exportação) e
portanto5. A1 , A2 , A3 ,... , An | B  C ou ainda,6. A1 , A2 , A3 ,... , An, B  C é válido

Exemplo : Demonstrar a validade do argumento p  q , q  r , r  s ,  s  pDemonstração :1. p 


q premissa2. q  r premissa3. r  s premissa4. s premissa adicional5. r 3.4. Silogismo
Disjuntivo6. p  r 1.2. Silogismo Hipotético7. r  p 6. Contraposição8. p Conclusão 5.7. Modus
Ponens

3.DEMONSTRAÇÃO INDIRETA - POR ABSURDO

Para demonstrar, por absurdo, um argumento A1 , A2 , A3 ,..., An, B considera-se a negação da conclusãoB como
premissa adicional e conclui-se uma fórmula F (fórmula falsa do tipo )De fato, sendo:1.A1 , A2 , A3 ,..., An , 
B |F válido, temos2.A1 , A2 , A3 ,..., An | B F isto é,3.A1 , A2 , A3 ,..., An | B F (Def. implicação)4.A1
, A2 , A3 ,..., An | B F (Negação)5.A1 , A2 , A3 ,..., An |B (Propriedade de F) ou ainda,6.A1 , A2 , A3 ,... , An ,
B é válido.

Exemplo : Demonstrar, por absurdo, a validade do argumentop  q , q  r , r  s ,  s  p1.p 


q premissa2. q  r premissa3. r  s premissa4. ( s  p) premissa
adicional5.p  r 1.2. Silogismo Hipotético6. r  s 3. Def. de implicação7. p 
s 5.6. Silogismo Hipotético8. s  p 7. Contraposição9. ( s  p)  ( s  p) 4. 8.
Conjunção10. F

DEMONSTRAÇÃO INDIRETA – ÁRVORE DE REFUTAÇÃO

ÁRVORE DE REFUTAÇÃO é um método para verificar a validade de um argumento, análogo à demonstração por
absurdo.Para testarmos a validade de um argumento construímos uma lista de fórmulas consistindo de suas
premissasA1, A2 , A3 ,... ,An e a negação da sua conclusão B que formam a RAIZ DA ÁRVORE. A árvore continua
abaixo com a construção de seus RAMOS por aplicações de regras, que serão especificadas abaixo, e gerando
novas linhas na árvore. A árvore termina quando as fórmulas de seus ramos são: variáveis proposicionais, negações
de variáveis proposicionais, ou quando encontrarmos em todos os ramos uma fórmula F.

Se encontrarmos em todos os ramos da árvore uma fórmula F, então a nossa tentativa de refutação falhou ou seja, o
argumento é válido. Se em algum ramo da árvore não foi possível encontrar uma fórmula F, então refutamos o
argumento, isto é, o argumento não é válido.

Exemplo: Construir uma árvore de refutação para mostrar que: p  q | p

- Escrevemos a premissa e a negação da conclusão:1. p  q2. p


- Sabemos que p  q é verdadeira se, e somente se, p e q são ambas verdadeiras; daí, podemos substituirp  q por
p e q gerando as linhas 3. e 4., respectivamente, e MARCANDO ( ) a fórmula p  q .(Uma fórmula marcada não
poderá mais ser utilizada na construção da árvore!!!)1. p  q 2. p3. p4. q

- Como p é verdadeira se e somente se p é verdadeira, marcamos p e substituímos por p gerando a linha
5. :1. p  q 2. p 3. p4. q5. p

- A árvore terminou pois das premissas e da negação da conclusão obtivemos variáveis proposicionais ou negações
de variáveis proposicionais. Por outro lado encontramos nas linhas 3. e 5. uma fórmula F, ou seja, nossa tentativa de
refutação falhou e portanto o argumento é válido. Isso será expresso escrevendo um X no final da lista, gerando a
linha 6 e fechando o único ramo da árvore.1. p  q 2.p 3. p4. q5. p6. X

A árvore de refutação está completa. A nossa busca para uma refutação do argumento dado falhou e, portanto, o
argumento é válido.

Exemplo:Construir uma árvore de refutação para mostrar que : p  q,  p |q

- Iniciamos a árvore escrevendo a lista de fórmulas as premissas e a negação da conclusão:1. p  q2. p3. q

- Sabemos que p  q é verdadeira se, e somente se, p é verdadeira ou q é verdadeira. Para representar esse fato,
marcamos p  q e ramificamos a árvore, gerando a linha 4 com dois ramos:1. p  q 2. p3. q / \4. p q

- A árvore terminou pois das premissas e da negação da conclusão obtivemos variáveis proposicionais ou negações
de variáveis proposicionais. Por outro lado encontramos uma fórmula F em um ramo, nas linhas 2. e 4. e no outro
ramo, nas linhas 3. e 4., ou seja, nossa tentativa de refutação falhou e portanto o argumento é válido. Isso será
expresso escrevendo um X no final de cada ramo da lista gerando a linha 5 e fechando os dois ramos da árvore.1. p
 q 2. p3. q / \4. p q5. X X

A árvore de refutação está completa. Como a tentativa de refutação falhou nos dois ramos, o argumento dado é
válido.

Exemplo:Construir uma árvore de refutação para verificar a validade do argumento:p  q, p | q1. p  q2. p3. q

- Temos que q é equivalente a q; daí, marcamos q e escrevemos q gerando a linha 4. :1. p  q2. p3. q 4. q

- Como no exemplo anterior, marcamos p  q e ramificamos a árvore gerando a linha 5. com dois ramos:1. p  q 2.
p3. q 4. q / \5. p q

- A árvore terminou e nos dois ramos não há contradições, ou seja, uma fórmula F. Neste caso os ramos não serão
fechados e o argumento não é válido.

REGRAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA ÁRVORE DE REFUTAÇÃO


As regras para a construção de uma árvore de refutação estão relacionadas com as tabelas verdade já conhecidas.
Ao aplicar uma regra em uma fórmula da árvore, temos a observar que :

- a fórmula será marcada (  ) para evitar aplicações repetidas de uma regra em uma mesma fórmula.- a aplicação
de uma regra deve gerar : uma ou duas linhas, um ramo ou dois ramos conforme a regra, e será aplicada em todos
os ramos abertos (não fechados com X) aos quais a fórmula pertence.

Temos as seguintes regras :

1. REGRA DA DUPLA NEGAÇÃO () : Uma fórmula do tipo A gerauma linha e escrevemos A na linha.
Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula A pertence pois, A é verdadeira se e
somente se A é verdadeira.

2. REGRA DA CONJUNÇÃO (): Uma fórmula do tipo A  B gera duas linhas e escrevemos, em cada linha, as
fórmulas A e B. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula A  B pertence pois, A  B
assume valor V se, e somente, as fórmulas A e B são verdadeiras.1. A  B 2. A3. B

3. REGRA DA DISJUNÇÃO (): Uma fórmula do tipo A  B gera uma linha e dois ramos e escrevemos, na linha e,
em cada ramo, as fórmulas A e B respectivamente. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a
fórmula A  B pertence pois, A  B assume valor V se, e somente, a fórmula A é verdadeira ou a fórmula B é
verdadeira.1.A  B  / \2. A B

4. REGRA DA IMPLICAÇÃO (): Uma fórmula do tipo A  B gera uma linha e dois ramos e escrevemos, na linha
e, em cada ramo, as fórmulas  A e B respectivamente. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a
fórmulaA  B pertence pois, A  B assume valor V se, e somente, a fórmula  A é verdadeira ou a fórmula B é
verdadeira.1. A  B / \ A B

5. REGRA DA BI- IMPLICAÇÃO () : Uma fórmula do tipo AB gera duas linhas e dois ramos e escrevemos nas
linhas as fórmulas A e B em um ramo e as fórmulas A eB no outro ramo. Procedemos assim em todos os ramos
abertos aos quais a fórmula AB pertence pois, AB assume valor V se, e somente, a fórmula(A  B) é verdadeira
ou a fórmula ( A  B) é verdadeira.AB  / \2.A  A3.B  B

6. REGRA DA NEGAÇÃO DA CONJUNÇÃO ( ): Uma fórmula do tipo(A  B) gera uma linha e dois ramos e
escrevemos, na linha e, em cada ramo, as fórmulas A e B respectivamente. Procedemos assim em todos os
ramos abertos aos quais a fórmula (A  B) pertence pois, (A  B) assume valor V se, e somente, a fórmula A é
verdadeira ou a fórmula B é verdadeira. (A  B) / \A B

7. REGRA DA NEGAÇÃO DA DISJUNÇÃO ( ) : Uma fórmula do tipo(A  B) gera duas linhas e escrevemos, em
cada linha, as fórmulas A e B. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula (A  B)
pertence pois, (A  B) assume valor V se, e somente, as fórmulas AeB são verdadeiras. (A  B)  A B

8. REGRA DA NEGAÇÃO DA IMPLICAÇÃO () : Uma fórmula do tipo(A  B) gera duas linhas e escrevemos,
em cada linha, as fórmulas A e B. Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula (A B)
pertence pois, (A  B) assume valor V se, e somente, as fórmulas Ae B são verdadeiras. (A  B) 2. AB

9. REGRA DA NEGAÇÃO DA BI- IMPLICAÇÃO(): Uma fórmula do tipo(AB) gera duas linhas e dois ramos
e escrevemos nas linhas as fórmulas A e B em um ramo e as fórmulas A e B no outro ramo. Procedemos assim
em todos os ramos abertos aos quais a fórmula (AB) pertence pois, (AB) assume valor V se, e somente, a
fórmula (A  B) é verdadeira ou a fórmula (A B) é verdadeira.(AB)  / \A A3. B B

10. RAMO FECHADO:Um ramo será fechado se nele existem uma fórmula A e sua negação A e escrevemos X no
final do ramo.1. A2. A3. X

OBSERVAÇÕES:- As regras dadas para construir árvores de refutação se aplicam em cada linha ao conectivo
principal da fórmula e não a subfórmulas. Por exemplo,1. p  q 2. p  q 1.() (INCORRETO!!)- Não
importa a ordem em que as regras são aplicadas; no entanto, é mais eficiente aplicar as regras, primeiramente, em
fórmulas que não resultam em ramificações.- Cada linha gerada deve ser justificada indicando a respectiva linha de
origem na qual foi aplicada a regra e também a regra usada.- Fórmula na qual foi aplicada alguma regra deve ser
marcada ( ) para evitar aplicações repetidas da mesma.

Exemplos:1.) Verificar, por meio de árvore de refutação, a validade do argumento:p  r  s, r  s  q , p  q

1. prs Premissa2. rsq Premissa3. (p  q) Negação da


Conclusão4. p 3.( )5. q 3.(
) / \6. p (r  s) 1.(
)7. X(6.4) / \8. r s 6. (
) / \ / \9. (r s) q (r s)  q 2.(
) / \ \ / \ \10. r s X r s X (
)11. X ? (9.5) X ? (9.5) (10.8) (10.8)

Temos neste caso dois ramos que não fecharam e, portanto, o argumento não é válido.

2.) Construir uma árvore de refutação para verificar se a fórmula(p  q)  (p q) é uma tautologia:

1. ((p  q)  (p  q)) Negação da Conclusão2. (p  q)  1. ( )3. (p  q)


 1. ( )4. p 2. ()5. q 2.
() / \6. p q 3. ( )7. X X (6.4) (6.5)Todos os ramos estão
fechados; assim a fórmula é válida, ou seja, é uma tautologia.

O CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1a ORDEM

O Cálculo de Predicados, dotado de uma linguagem mais rica, tem várias aplicações importantes não só para
matemáticos e filósofos como também para estudantes de Ciência da Computação.

Podemos observar que nas linguagens de programação conhecidas como PROCEDURAIS (Pascal e outras) , os
programas são elaborados para "dizer" ao computador a tarefa que deve ser realizada. Em outras linguagens de
programação conhecidas como DECLARATIVAS, os programas reunem uma série de dados e regras e as usam
para gerar conclusões. Estes programas são conhecidos como SISTEMAS ESPECIALISTAS ou SISTEMAS
BASEADOS NO CONHECIMENTO que simulam em muitos casos a ação de um ser humano. Essas linguagens
declarativas inclui predicados, quantificadores , conectivos lógicos e regras de inferência que, como veremos, fazem
parte do Cálculo de Predicados.
Também podemos observar, como expomos abaixo, que existem vários tipos de argumentos os quais, apesar de
válidos, não é possível justificá-los com os recursos do Cálculo Proposicional:

1. Todo amigo de Carlos é amigo de Jonas. Pedro não é amigo de Jonas. Logo, Pedro não é amigo de Carlos.

2. Todos os humanos são racionais. Alguns animais são humanos. Portanto, alguns animais são racionais.

A verificação da validade desses argumentos nos leva não só ao significado dos conectivos mas também ao
significado de expressões como "todo", "algum", "qualquer", etc.

Símbolos da Linguagem

Para que possamos tornar a estrutura de sentenças complexas mais transparente é necessário a introdução de
novos símbolos na linguagem do Cálculo Proposicional, obtendo-se a linguagem do Cálculo de Predicados de 1a
Ordem.

Nesta nova linguagem teremos, além dos conectivos do cálculo proposicional e osparênteses, os seguintes
novos símbolos:

variáveis: x,y,z,.....,x ,y ,z ,......constantes : a,b,c,....,a ,b ,c ,......símbolos de predicados: P , Q , R , S


,....quantificadores :  (universal) ,  (existencial)termos: as variáveis e as constantes são designadas pelo nome
genérico de termos os quais serão designados por t1 , t2 , ...,tn ...

as variáveis representam objetos que não estão identificados no Universo considerado ("alguém", "algo", etc.);as
constantes representam objetos identificados do Universo ("João", "o ponto A", etc. );os símbolos de predicados
representam propriedades ou relações entre os objetos do Universo.

Exemplos:

"Maria é inteligente" : I(m) ; onde "m" está identificando Maria e "I" a propriedade de "ser inteligente"."Alguém gosta
de Maria" : G(x,m) ; onde G representa a relação "gostar de" e "x" representa "alguém".

De modo geral temos:

P(x) : significa que x tem a propriedade P .(x)P(x): significa que a propriedade P vale para todo x, ou ainda, que
todos os objetos do Universo considerado tem a propriedade P.(x)P(x): significa que algum x tem a propriedade P,
ou ainda, que existe no mínimo um objeto do Universo considerado que tem a propriedade P.

Notamos que os símbolos de predicados serão unários, binários ou n-ários conforme a propriedade que representam
envolver, respectivamente um, dois ou mais objetos do universo e dizemos também que o símbolo de predicado tem
peso 1, peso 2 ... ou peso n.

OBS.: Um símbolo de predicados 0-ário (peso zero) identifica-se com um dos símbolos de predicado; por exemplo:
"chove" podemos simbolizar "C".
As fórmulas mais simples do Cálculo de Predicados de 1a Ordem são chamadas de fórmulas atômicase podem ser
definidas como:"Se P for um símbolo de predicado de peso n e se t1 , t2 , ...,tn forem termos então P(t1 , t2 , ...,tn
) é uma fórmula atômica."DEFINIÇÃO DE FÓRMULA:

1.Toda fórmula atômica é uma fórmula.2.Se  e  forem fórmulas então (), () , ( ) , ( ) e () são
fórmulas.3.Se  for uma fórmula e x uma variável então (x) e (x) são fórmulas.4.As únicas fórmulas são dadas
por 1. 2. e 3. acima.

Exemplos de fórmulas: P(x,a); R(y,b,t); (z)(P(x,a)  R(y,b,z)); (x)(P(x,a) 


R(y,b,t)); (y)(x)R(y,b,t).Assim os argumentos dados no início podem ser representados
simbolicamente como:1. Todo amigo de Carlos é amigo de Jonas. Pedro não é amigo de Jonas. Logo, Pedro não
é amigo de Carlos.

(x) (P(x,c)  P(x,j))  P(p,j) P(p,c)

onde P(x,y) significa que x é amigo de y e c, p, j são constantes que representam Carlos, Pedro e Jonas
respectivamente.

2. Todos os humanos são racionais. Alguns animais são humanos. Portanto, alguns animais são racionais.

(x) (P(x)  Q(x)) (x) (R(x)  P(x)) (x) (R(x)  Q(x))

onde P ,Q ,R simbolizam as propriedades de: ser humano, ser racional e ser animal respectivamente.

ESCOPO DE UM QUANTIFICADOR: Se  é uma fórmula e x uma variável, então em (x) ou em (x) dizemos
que  é o escopo do quantificador (x) ou (x).

Por exemplo na fórmula (y)(x)(R(y,b,t)  (z) P(z,a)) temos os seguintes quantificadores e seus respectivos
escopos:

(y) : (x)(R(y,b,t)  (z) P(z,a))(x) : (R(y,b,t)  (z) P(z,a))(z) : P(z,a)

NEGAÇÃO DE FÓRMULAS QUANTIFICADAS: da definição de fórmula dada acima podemos perceber que um
quantificador universal ou existencial pode ser precedido de uma negação. Vejamos como podemos proceder se for
necessário a eliminação dessa negação.

Consideremos, por exemplo, a fórmula (x)P(x) e o conjunto universo U={a,b,c}. É evidente que nesse caso temos:
(x)P(x)  P(a)  P(b)  P(c).

Podemos considerar então que :

(x)P(x) (P(a)  P(b)  P(c)) P(a) P(b) P(c)o qual significa que existe no mínimo um objeto em U tal que
P(x) , ou seja ,(x)P(x)  (x) P(x) ou ainda de modo geral para uma fórmula  qualquer temos

(1)(x)  (x) 

Da equivalência acima segue imediatamente que :


(2). (x)P(x)  (x)P(x)(3). (x)P(x)  (x)P(x)(4). (x)P(x)  (x)P(x)

ENUNCIADOS CATEGÓRICOS

Certos enunciados se apresentam freqüentemente na Lógica Clássica e tradicionalmente são chamados de


Enunciados Categóricos.Relacionaremos os quatro enunciados mais comuns que são representados pelas letras
A, E, I, O :

A - da forma "Todo P é Q" (universal afirmativa)E - da forma "Nenhum P é Q" ou "Todo P não é Q" (universal
negativa)I - da forma "Algum P é Q" (particular afirmativa)O - da forma "Algum P não é Q" (particular negativa)

simbolizados respectivamente como:

A - (x)(P(x)  Q(x))E - (x)(P(x) Q(x))I - (x)(P(x)  Q(x))O - (x)(P(x) Q(x))

DIAGRAMAS DE VENN PARA ENUNCIADOS CATEGÓRICOS

Se considerarmos P e Q dados acima como dois conjuntos quaisquer, os enunciados dados podem ser interpretados
como segue:

A: "Todo P é Q" afirma que todos os elementos de P são elementos de Q, ou seja, que P é um subconjunto de
Q, isto é, P  Q .E: "Nenhum P é Q" afirma que os conjuntos P e Q não têm elementos em comum, isto é, que P
 Q = ou ainda que P  Q’.I : "Algum P é Q" afirma que os conjuntos P e Q têm pelo menos um elemento em
comum, isto é, P  Q O: "Algum P não é Q" afirma que P tem pelo menos um elemento que não está em Q,
ou ainda, que P  Q’   .

Estas interpretações podem ser feitas através de Diagramas de Venn, os quais são úteis na verificação da validade
de argumentos cujas premissas e conclusão são enunciados categóricos do tipo A, E, I ou O mas não devem ser
considerados instrumentos de prova rigorosa.Lembramos que no Cálculo Proposicional os diagramas de Venn foram
utilizados para estabelecer uma correlação entre as linhas da tabela verdade de uma fórmula e as regiões do
diagrama de Venn correspondente.

Para verificarmos a validade de um argumento, as interpretações dos enunciados categóricos nos Diagramas de
Venn serão consideradas como segue:

1. Cada círculo representa uma classe de objeto que quando em branco indica ausência de informação a respeito
do conjunto.2. Círculo hachurado ou região de um círculo hachurada, representa região VAZIA de elementos.3.
Círculo ou região de um círculo com X representa região não vazia de elementos.
Exemplo: Se J representa o predicado "ser jovem" temos os diagramas abaixo:

REPRESENTAÇÃO DOS ENUNCIADOS CATEGÓRICOS

Os enunciados categóricos podem ser representados como segue :

ARGUMENTOS CATEGÓRICOS

VALIDADE DE ARGUMENTOS CATEGÓRICOS POR DIAGRAMAS DE VENN

Para verificarmos a validade de um argumento categórico procedemos como segue:1.Transferimos para o diagrama,
formado por três círculos, as informações das premissas, iniciando pelos enunciados universais;2.Verificamos se
informação dada na conclusão esta aí representada sem nenhuma condição e de modo único.3.Se isto ocorre
então o argumento é válido.Vejamos os seguintes exemplos:

Exemplo I.

(1) Todos os cientistas são estudiosos.(2) Alguns cientistas são inventores.(3) Alguns estudiosos são inventores.

A parte hachurada corresponde ao enunciado (1), vazia de elementos; a parte assinalada


com X corresponde ao enunciado (2). Dessa forma, as informações das premissas forem transferidas para o
diagrama e a conclusão (3) está representada. Portanto o argumento é válido.

Exemplo II.
Todos os brasileiros são felizes. Todos os paulistas são brasileiros. Todos os paulistas são felizes.

Vemos que o argumento é válido pelo diagrama acima.

Exemplo III.

(1) Nenhum estudante é velho .(2) Alguns jovens não são estudantes.(3)Alguns velhos não são jovens.

A premissa (1) está representada na região hachurada e a premissa (2) está marcada com
X sobre a linha pois a informação correspondente pode estar presente em duas regiões e não temos informação para
saber especificamente em qual delas. Desse modo o argumento não é válido pois a conclusão não está
representada com absoluta certeza.

A validade de um argumento não depende do conteúdo dos enunciados e sim da sua forma e da relação entre as
premissas e a conclusão.

ÁRVORES DE REFUTAÇÃO

GENERALIZAÇÃO PARA O CÁLCULO DE PREDICADOS DE 1a ORDEM.

No Cálculo Proposicional mostramos como as tabelas verdade, as demonstrações e as árvores de refutação podem
ser usadas para a verificação da validade de argumentos e de tautologias. Verificaremos no que segue como as
árvores de refutação podem ser generalizadas para o Cálculo de Predicados de 1 a Ordem.

Como anteriormente, as árvores de refutação vão nos permitir verificar a validade de argumentos em um número
finito de passos. No entanto, esta técnica no Cálculo de Predicados pode não nos fornecer nenhuma resposta em
alguns casos como veremos adiante.

A generalização das árvores de refutação para o Cálculo de Predicados de 1 a Ordem manterá todas as regras
anteriormente dadas para o Cálculo Proposicional e novas regras serão estipuladas para as fórmulas contendo os
quantificadores Universal () e Existencial (). Teremos então, além das dez regras dadas no cálculo Proposicional,
as seguintes novas regras :

11. Regra da Negação do Quantificador Universal (): Uma fórmula do tipo (x) gera uma linha na qual
escrevemos a fórmula (x). Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula (x) pertence.

12. Regra da Negação do Quantificador Existencial() : Uma fórmula do tipo (x) gera uma linha na qual
escrevemos a fórmula (x). Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula (x) pertence.
13. Regra do Quantificador Existencial ( ) : Uma fórmula do tipo (x)(x) gera uma linha na qual escrevemos a
fórmula (c) onde c é uma nova constante que não ocorre em qualquer ramo da árvore e substituirá as ocorrências
da variável x, do quantificador, na fórmula . Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula
(x)(x) pertence.

Justificativa: A fórmula (x)(x) significa que existe pelo menos um objeto do Universo que tem a propriedade  e
este será identificado, sempre, por uma "nova" constante ou seja, uma constante que não ocorre na árvore.

14. Regra do Quantificador Universal () : Uma fórmula do tipo (x)(x) gera uma linha na qual escrevemos a
fórmula (c) onde c é qualquer constante que já ocorre em qualquer ramo da árvore e substituirá as ocorrências da
variável x, do quantificador, na fórmula . Procedemos assim em todos os ramos abertos aos quais a fórmula
(x)(x) pertence.

Justificativa: A fórmula (x)(x) significa que todos os objetos do universo tem a propriedade . Sendo assim, a
regra deve ser aplicada a todas as constantes presentes na árvore e eventualmente para aquelas que surgirem
durante a "construção" da árvore como observamos abaixo.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

1. Como sabemos, as fórmulas para as quais são aplicadas as regras, sempre serão "marcadas" (). No entanto,
para a regra () do quantificador universal isto não será obedecido pois, se surgir uma nova constante na árvore por
aplicação da regra (), para esta constante deverá ser aplicada a regra () em todas as fórmulas do tipo (x)(x) da
árvore.

2.Somente se nenhuma constante ocorre em algum ramo é que podemos introduzir uma nova constante para usar
em possíveis aplicações da regra () ao longo do referido ramo.

Exemplo I.: Vamos verificar que a fórmula (x)P(x)  (x)P(x) é válida por árvore de refutação.

1. ((x)P(x)  (x)P(x))  Premissa2. (x)P(x) 1. ()3. (x)P(x) 1. ()4.


(x)P(x) 3. ()5. P(a) 2. () (obs.2 acima)6.
P(a) 4. ()7. X 5. e 6.

Exemplo II.Verifique a validade do argumento categórico :

Todos os cientistas são estudiosos. - (x)(C(x)  E(x))Alguns cientistas são inventores. - (x)(C(x)  I(x))Alguns
estudiosos são inventores. - (x)(E(x)  I(x))

1. (x)(C(x)  E(x)) Premissa2. (x)(C(x)  I(x))  Premissa3. (x)(E(x)  I(x))


 Premissa Adicional4. (x)  (E(x)  I(x)) 3.()5. (C(a)  I(a))  2. () : a é
nova constante6. (C(a)  E(a))  1.() : a é constante que já ocorre7.  (E(a)  I(a))
 4. () : a é constante que já ocorre8. C(a) 5.
()9. I(a) 5.
() / \10. C(a) E(a) 6.() / \11. X
(10,8) E(a) I(a) 7.()12. X (1,10) X(11,9)

O argumento é válido pois todos os ramos foram fechados.


Exemplo III.Verifique a validade do argumento categórico :

Nenhum estudante é velho . (x)(E(x)  V(x))Alguns jovens não são estudantes (x)(J(x)
E(x))Alguns velhos não são jovens. (x)(V(x) J(x))

1. (x)(E(x) V(x)) Premissa2. (x)(J(x) E(x))Premissa3.  (x)(V(x)


J(x)) Premissa Adicional4. (x)  (V(x) J(x)) 3. ()5. (J(a) E(a)) 2. () : a é
nova constante.6. (E(a) V(a)) 1. () : a é constante que já existe.7. (V(a) J(a))4.
() : a é constante que já existe8. J(a) 5.
()9. E(a) 5.() / \10. E(a) V(a) 6.() / \
/ \11. V(a) J(a) V(a) J(a) 7.()12. / \ / \

O argumento não é válido pois a árvore terminou e temos ramos abertos.

Exemplo IV. (x)(y)P(x,y) , P(a,a)

1. (x)(y)P(x,y) Premissa2.  P(a,a) Premissa adicional.3. (y)P(a,y) 1. () : a é


constante que já existe.4. P(a,b) 3. () : b é nova constante.5. (y)P(b,y) 1. () : b é
constante que já existe.6. P(b.c) 5. () : c é nova constante.

Como podemos observar a árvore nunca terminará; é infinita. Vamos assumir que o argumento não é válido.

Na verdade não existe um método efetivo que nos permita decidir sempre, e para qualquer argumento do Cálculo de
Predicados, se tal argumento é válido ou não é válido. Este resultado mostra que o Cálculo de Predicados é
indecidível. A indecidibilidade do Cálculo de Predicados pode ser provada e é conhecida como "Tese de Church" . Há
muitos livros de lógica que abordam este assunto.

Quando verificamos a validade de um argumento estamos verificando se, no caso das premissas serem verdadeiras
elas inferem uma determinada conclusão. Isto é possível ser feito por vários métodos no Cálculo Proposicional os
quais não todos se generalizam para o Cálculo de Predicados como verificamos acima.

DEFINIÇÕES:Para estudarmos o Cálculo de Predicados sobre outros aspectos algumas definições são importantes e
as especificamos abaixo:

OCORRÊNCIAS LIVRE E LIGADA DE UMA VARIÁVEL:Uma ocorrência de uma variável x numa fórmula é ligada se
x é uma variável de um quantificador na fórmula ou x está no escopo de um quantificador (x) ou (x) na fórmula.
Caso contrário a ocorrência de x é livre.

VARIÁVEL LIGADA (LIVRE):Se a ocorrência de x é ligada (livre) numa fórmula, dizemos que x é variável ligada
(livre) na fórmula. Assim uma variável pode ser livre ou ligada numa mesma fórmula.

Exemplo:Na fórmula (y)((x)R(y,b,t)  (z) P(x,a)) temos cinco variáveis que estão numeradas
onde: 1 2 3 4 5

1,2,3,4 são ligadas e 5 é livre. Vemos que x ocorre livre e ligada na mesma fórmula.
SENTENÇA:Uma fórmula em que não há ocorrências livres de variáveis chamamos de sentença.

TERMO LIVRE PARA UMA VARIÁVEL: Um termo t é livre para a variável y na fórmula  se, quando se substitui as
ocorrências livres de y por t, as ocorrências de t em  assim obtidas ocorrem livres.

Exemplos:

1. x é livre para y em P(y).2. x não é livre para y em (x)P(y).3. x é livre para x em qualquer fórmula.4. qualquer
termo é livre para x numa fórmula  se em  não há ocorrência livre de x.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

 FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO – Judith L.Gersting - LTC(Livros


Técnicos e Científicos) - 1995

 INTRODUCTION TO MATHEMATICAL LOGIC-E. Mendelson -Wadsworth & Brooks/ Cole Mathematics Series -
1987

 THE LANGUAGE OF FIRST-ORDER LOGIC – Jon Barwise and John Etchemendy – CSLI – Stanford - 1992

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

 NOÇÕES DE LÓGICA MATEMÁTICA - Abar, C. A . A. P. – www.pucsp.br/~logica (roteiro teórico)e


www.pucsp.br/~abarcaap (exercícios)

 ÁLGEBRA BOOLEANA E CIRCUITOS DE CHAVEAMENTO – E. Mendelson - McGraw Hill - 1977

 INICIAÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA - E. de Alencar Filho -E.Nobel -1984

 INTRODUÇÃO À LÓGICA MATEMÁTICA - B.Castrucci - GEEM -1982

 INTRODUCTION TO METAMATHEMATICS - S.C.Kleene - van Nostrand - 1952

 LÓGICA - John Nolt / Dennis Rohatyn - Schaum/McGraw Hill - 1991

 LÓGICA - O CÁLCULO DE PREDICADOS - L.Hegenberg - EDUSP - 1973

 LÓGICA - O CÁLCULO SENTENCIAL - L.Hegenberg - Herder/EDUSP - 1973

 LÓGICA DINÂMICA - T. Barreiro de Nudler -Kapelusz Argentina - 1994

 LÓGICA E ÁLGEBRA DE BOOLE - J. Daghlian - Atlas - 1986

 LÓGICA MATEMÁTICA- H. Cyrino e F. Arantes - Papirus – 1984


 A FIRST COURSE IN FUZZY LOGIC –Hung T. Nguyen and Elbert A. Walker – CRC Press – 1997

 FUZZY LOGIC – Daniel Mcneill and Paul Freiberger – Touchstone - 1993

 INTRODUÇÃO À LÓGICA - Cezar A. Mortari - Ed. Unesp - 2001

 INTRODUÇÃO À LÓGICA E APLICAÇÕES- Abe,J.M. e outros - Ed. Plêiade - 1999

 DISCRETE MATHEMATICS AND ITS APPLICATIONS - Keneth H. Rosen - WCB McGraw-Hill - 1999

 LÓGICA PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO - João Nunes de Souza - Ed. Campus - 2002

Profa. Dra. Celina A. A. P. AbarDepto. de Matemática - PUCSP-2004logica@pucsp.br

Capítulo 2 – A Falácia

Definição

Uma falácia é uma espécie de mentira, é um argumento logicamente inconsistente, inválido, ou que falhe de outro
modo no suporte eficaz do que pretende provar. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer
convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa
disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil.

É importante conhecer os tipos de falácia para evitar armadilhas lógicas na própria argumentação e para analisar a
argumentação alheia.

Tipos e Exemplos de falácias

(Alguns dos nomes usados estão em latim, com a tradução ao lado.)

1. Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição):

Afirmar que algo é verdadeiro ou bom porque é antigo ou "sempre foi assim".

1. Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador):

Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.

Ex: "A afirmação de Joãozinho é falsa, pois ele é um sujeito mal-educado".

1. Argumentum ad ignorantiam (Argumento da Ignorância):

Ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo
é falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso
até que seja provado que é verdadeiro.
Ex: "Joãozinho diz a verdade, pois ninguém pode provar o contrário."

1. Non sequitur (Não segue):

Tipo de falácia na qual a conclusão não segue das premissas.

Ex: "É bom acabar com a pobreza neste país; É bom eliminar a corrupção neste país; Portanto, vamos votar no
Joãozinho para presidente!"

1. Argumentum ad Baculum (Apelo à Força):

Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.

Ex: "Acredite em Deus, senão queimará eternamente no Inferno."

1. Argumentum ad populum (Apelo ao Povo):

É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.

Ex: "A maioria das pessoas acredita em alienígenas, portanto eles existem."

1. Argumentum ad Verecundiam (Apelo à autoridade):

Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa .

Ex: "Se Aristóteles disse isto, é verdade."

1. Dicto Simpliciter' (Regra geral):

Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.

Ex: "Se você matou alguém, deve ir para a cadeia." (não se aplica a certos casos de profissionais de segurança)

1. Generalização Apressada (Falsa indução):

É o oposto do Dicto Simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.

Ex: "Aquele homossexual é afeminado. Logo, todos os homossexuais são afeminados."

1. Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte):

É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.

Ex: "Este caminhão é composto apenas por componentes leves, logo ele é leve também."
1. Falácia da Divisão (Tomar a parte pelo todo):

Oposto da falácia de composição. Assume que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.

Ex: "Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos."

1. Falácia do homem de palha:

Consiste em criar idéias reprováveis ou fracas, atribuindo-as à posição oposta.

Ex: "Meu adversário, por ser de um partido de esquerda, é a favor do comunismo radical, e quer retirar todas as suas
posses, além de ocupar as suas casas com pessoas que você não conhece."

1. Cum hoc ergo propter hoc : (falsa causa)

Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.

Ex: "O Guarani vai ganhar o jogo de hoje porque hoje é quinta-feira e até agora ele ganhou em todas as quintas-
feiras em que jogou."

1. Post hoc ergo propter hoc :

Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa
e efeito.

Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi
alcançada devido à utilização das armas nucleares."

1. Petitio Principii :

Ocorre quando as premissas são tão questionáveis quanto a conclusão alcançada.

Ex: "Sócrates tentou corromper a juventude da Grécia, logo foi justo condená-lo à morte."

1. Circulus in Demonstrando :

Ocorre quando alguém assume como premissa a conclusão a que se quer chegar.

Ex: "Sabemos que Joãozinho diz a verdade pois muitas pessoas dizem isso. E sabemos que Joãozinho diz a verdade
pois nós o conhecemos."

1. Falácia da Pressuposição :

Consiste na inclusão de uma pressuposição que não foi previamente esclarecida como verdadeira, ou seja, na falta
de uma premissa.
Ex: "Você já parou de bater na sua esposa?"

1. Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática):

Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante". Consiste em utilizar argumentos válidos para chegar a uma conclusão que
não tem relação alguma com os argumentos utilizados.

Capítulo 3 – A Lógica Fuzzy

Histórico

Aristóteles, filósofo grego (384 - 322 a.C.), foi o fundador da ciência da lógica, e estabeleceu um conjunto de regras
rígidas para que conclusões pudessem ser aceitas logicamente válidas. O emprego da lógica de Aristóteles levava a
uma linha de raciocínio lógico baseado em premissas e conclusões. Como por exemplo: se é observado que "todo
ser vivo é mortal" (premissa 1), a seguir é constatado que "Sarah é um ser vivo" (premissa 2), como conclusão temos
que "Sarah é mortal". Desde então, a lógica Ocidental, assim chamada, tem sido binária, isto é, uma declaração é
falsa ou verdadeira, não podendo ser ao mesmo tempo parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Esta suposição
e a lei da não contradição, que coloca que "U e não U" cobrem todas as possibilidades, formam a base do
pensamento lógico Ocidental.

A Lógica Difusa (Fuzzy Logic) viola estas suposições. O conceito de dualidade, estabelecendo que algo pode e
deve coexistir com o seu oposto, faz a lógica difusa parecer natural, até mesmo inevitável. A lógica de Aristóteles
trata com valores "verdade" das afirmações, classificando-as como verdadeiras ou falsas. Não obstante, muitas das
experiências humanas não podem ser classificadas simplesmente como verdadeiras ou falsas, sim ou não, branco ou
preto. Por exemplo, é aquele homem alto ou baixo? A taxa de risco para aquele empreendimento é grande ou
pequena? Um sim ou um não como resposta a estas questões é, na maioria das vezes, incompleta. Na verdade,
entre a certeza de ser e a certeza de não ser, existem infinitos graus de incerteza. Esta imperfeição intrínseca à
informação representada numa linguagem natural, tem sido tratada matematicamente no passado com o uso da
teoria das probabilidades.

Contudo, a Lógica Difusa, com base na teoria dos Conjuntos Nebulosos (Fuzzy Set), tem se mostrado mais
adequada para tratar imperfeições da informação do que a teoria das probabilidades. De forma mais objetiva e
preliminar, podemos definir Lógica Difusa como sendo uma ferramenta capaz de capturar informações vagas, em
geral descritas em uma linguagem natural e convertê-las para um formato numérico, de fácil manipulação pelos
computadores de hoje em dia. Considere a seguinte afirmativa: Se o tempo de um investimento é longo e o sistema
financeiro tem sido não muito estável, então a taxa de risco do investimento é muito alta. Os termos "longo", "não
muito estável" e "muito alta" trazem consigo informações vagas. A extração (representação) destas informações
vagas se dá através do uso de conjuntos nebulosos. Devido a esta propriedade e a capacidade de realizar
inferências, a Lógica Difusa tem encontrado grandes aplicações nas seguintes áreas: Sistemas Especialistas;
Computação com Palavras; Raciocínio Aproximado; Linguagem Natural; Controle de Processos; Robótica;
Modelamento de Sistemas Parcialmente Abertos; Reconhecimento de Padrões; Processos de Tomada de Decisão
(decision making).

A Lógica Difusa ou Lógica Nebulosa, também pode ser definida , como a lógica que suporta os modos de
raciocínio que são aproximados, ao invés de exatos, como estamos naturalmente acostumados a trabalhar. Ela está
baseada na teoria dos conjuntos nebulosos e difere dos sistemas lógicos tradicionais em suas características e
detalhes.
Nesta lógica, o raciocínio exato corresponde a um caso limite do raciocínio aproximado, sendo interpretado
como um processo de composição nebulosa.

A lógica em questão foi desenvolvida por Lofti A. Zadeh da Universidade da Califórnia em Berkeley na década
de 60 e combina lógica multivalorada, teoria probabilística, inteligência artificial e redes neurais para que possa
representar o pensamento humano, ou seja, ligar a linguística e a inteligência humana, pois muitos conceitos são
melhores definidos por palavras do que pela matemática.

O valor verdade de uma proposição pode ser um subconjunto nebuloso de qualquer conjunto parcialmente
ordenado, ao contrário dos sistemas lógicos binários, onde o valor verdade só pode assumir 2 valores : verdadeiro (1)
ou falso (0).

Introdução

Os Conjuntos Fuzzy e a Lógica Fuzzy provêm a base para geração de técnicas poderosas para a solução de
problemas, com uma vasta aplicabilidade, especialmente, nas áreas de controle e tomada de decisão.

A força da Lógica Fuzzy deriva da sua habilidade em inferir conclusões e gerar respostas baseadas em informações
vagas, ambíguas e qualitativamente incompletas e imprecisas. Neste aspecto, os sistemas de base Fuzzy têm
habilidade de raciocinar de forma semelhante à dos humanos. Seu comportamento é representado de maneira muito
simples e natural, levando à construção de sistemas compreensíveis e de fácil manutenção.

A Lógica Fuzzy é baseada na teoria dos Conjuntos Fuzzy. Esta é uma generalização da teoria dos Conjuntos
Tradicionais para resolver os paradoxos gerados à partir da classificação “verdadeiro ou falso” da Lógica Clássica.
Tradicionalmente, uma proposição lógica tem dois extremos: ou “completamente verdadeiro” ou “completamente
falso”. Entretanto, na Lógica Fuzzy, uma premissa varia em grau de verdade de 0 a 1, o que leva a ser parcialmente
verdadeira ou parcialmente falsa.

Com a incorporação do conceito de “grau de verdade”, a teoria dos Conjuntos Fuzzy estende a teoria dos Conjuntos
Tradicionais. Os grupos são rotulados qualitativamente (usando termos lingüístico, tais como: alto, morno, ativo,
pequeno, perto, etc.) e os elementos deste conjuntos são caracterizados variando o grau de pertinência (valor que
indica o grau em que um elemento pertence a um conjunto). Por exemplo, um homem de 1,80 metro e um homem de
1,75 metro são membros do conjunto “alto”, embora o homem de 1,80 metro tenha um grau de pertinência maior
neste conjunto.

Com base nesta breve introdução, será conceitualizada a teoria dos Conjuntos Fuzzy, Lógica Fuzzy e das
Proposições Fuzzy nas seguintes seções. Estas conceitualizações se fazem necessárias neste trabalho, pois a sua
espinha dorsal é, totalmente, baseada nos conceitos de RNAs apresentadas anteriormente e na teoria dos Conjuntos
Fuzzy.

Teoria dos Conjuntos Tradicionais

A teoria dos Conjuntos Fuzzy é em grande parte uma extensão da teoria dos Conjuntos Tradicionais. Baseando-se
nesta declaração é apropriado fazer uma breve revisão de conceitos da teoria dos Conjuntos Tradicionais.

Existem três métodos através do qual um conjunto A sobre o conjunto universo X pode ser definido:

 Um conjunto A cujo os membros são a1, a2, a3 é geralmente definido por:


A = { a1, a2, a3 }( 0 )

Este tipo de definição é aplicado somente a conjuntos finitos.

 Um conjunto também pode ser definido por:

A = {x|P(x)}, ( 0 )

onde o símbolo | denota a frase “tal que,” e P(x) designa a proposição da forma “x tem a propriedade P”. Isto é, A é
definido por esta notação como o conjunto de todos elementos de X para qual a proposição P(x) é verdadeira.

 Um conjunto é definido por uma função geralmente chamada de função característica, que declara quais elementos
de X são membros do conjunto e quais não são. Um conjunto A é definido por sua função característica, A
representada em ( 0 )

(0)

Caso um conjunto não contenha nenhum membro este conjunto é chamado de conjunto vazio e representado por .

Alguns Conjuntos Tradicionais podem ser vistos na Tabela 1:

Conjunto Elementos Descrição

Z {. . ., -2, -1, 0, 1, 2, . . .} Conjunto dos Números Inteiros

N {1, 2, 3, . . . } Conjunto dos Números Naturais

N0 {0, 1, 2, . . . } Conjunto dos Números Inteiros não-negativos

R Conjunto dos Números Reais

R+ Conjunto dos Números Reais não negativos

Tabela 1 – Conjunto Tradicionais

Dentre as operações utilizadas na teoria dos Conjuntos Tradicionais pode-se destacar a união representada por ,
intersecção representado por  e o complemento representada por .

A união dos conjuntos A e B é denotado por:

A  B = {x|x  A ou x  B} ( 0 )
Esta operação pode ser considerado como a soma de dois conjuntos

A intersecção de dois conjuntos A e B é denotada por:

A  B = {x|x  A e x  B} ( 0 )

O complemento representa os elementos que não fazem parte de um conjunto:

A = {x | x  X e x  A} ( 0 )

As operações de união, intersecção e complemento de Conjuntos Tradicionais possuem várias propriedades,


algumas delas sumarizadas na Tabela 2, onde A, B e C são Conjuntos Tradicionais definidos sobre um universo X.

Definidos os conceitos dos Conjuntos Tradicionais, serão definidos os conceitos dos Conjuntos Fuzzy na seção
seguinte.

N Propriedade Representação

A  (A  B) = A
01 Absorção
A (A  B) = A

AX=X
02 Absorção por X e 
A  = 

A  (B  C) = (A  B)  C
03 Associatividade
A (B  C) = (A  B) C

AB=BA
04 Comutatividade
AB=BA

A (B  C) = (A  B)(A  C)
05 Distributividade
A (B  C) = (A  B)(A  C)

AA=A
06 Idempotência
AA=A

07 Identidade A  = A
AX=A

08 Involução A=A

09 Lei de Contradição A A = 

 (A  B) =  A   B
10 Lei De Morgan’s
 (A  B) =  A   B

11 Lei do Meio Excluído A  A = X

Tabela 2 – Propriedades Fundamentais das operações sobre Conjuntos Tradicionais

Teoria dos Conjuntos Fuzzy

Um Conjunto Fuzzy é definido em um universo de discurso (conjunto base) X, e caracterizado pela sua função de
pertinência:

A : X  [0,1] ( 0 )

onde A(x) representa o grau com que x pertence a A e expressa a extensão com que x se enquadra na categoria
representada por A.

Uma função de pertinência particular pode ser visualizada por meio da Equação ( 0 ). Como constata-se esta função
é triangular e as variáveis a, b e c são parâmetros da função.

(0)

Conforme definido anteriormente, a teoria dos Conjuntos Fuzzy é uma extensão da teoria dos Conjuntos Tradicionais.
Assim, as principais operações e relações entre Conjuntos Fuzzy são definidas como extensão das operações e
relações tradicionais, como pode ser visto na Tabela 3, onde A e B denotam Conjuntos Fuzzy sobre um conjunto
base X e A(x) e B(x) representam os graus de pertinência de x nos Conjuntos Fuzzy A e B respectivamente.

N Operação Representação Natureza

1 Complemento A(x) = 1 - A(x) Operação


2 Diferença (A  B) se A(x)  B(x) para pelo menos um elemento de x  X Relação

3 Igualdade (A = B) se A(x) = B(x) para todo x  X Relação

4 Inclusão (A  B) se A(x)  B(x) para todo xX Relação

5 Intersecção A B = A(x)  B(x) = min [A(x), B(x)] Operação

6 União AB = A(x)  B(x) = max [A(x), B(x)] Operação

Tabela 3 – Operações e Relações com Conjuntos Fuzzy

Além das operações e das relações os Conjuntos Fuzzy possuem algumas características especiais. Entre tais
características encontram-se: Corte , Conjunto de Níveis, Suporte, Altura e Normalização. A seguir tais
características serão apresentadas de forma sintética, supondo que A é um Conjunto Fuzzy sobre o conjunto base X.

Corte 

O Corte  (A) de um Conjunto Fuzzy A corresponde ao Conjunto Tradicional que contém todos os elementos do
conjunto universo X com grau de pertinência em A maior ou igual a , enquanto que o Corte  forte (+A) contém
todos os elementos em um conjunto universo X com grau maior que , onde   [0,1].


A = {x  X | A(x)} ( 0 )

+
A = {x  X | A(x)} ( 0 )

Conjunto de Níveis

O Conjunto de Níveis () de um Conjunto Fuzzy A corresponde a um conjunto que contém todos os valores   [0,1]
e que representam Cortes  de A distintos. O Conjunto de Níveis do Conjunto Fuzzy A é representado formalmente
por:

A = {| A(x) =  para algum x  X} ( 0 )

Suporte

O Suporte de um Conjunto Fuzzy A, em um conjunto universo X, é o Conjunto Tradicional que contém todos os
elementos de X que possuem grau de pertinência diferente de zero em A. Claramente, o Suporte de A é exatamente
o mesmo que o Corte  forte de A para  = 0. Vários símbolos especiais costumam ser usados para representar o
Suporte de um conjunto, tais como: S(A)ou supp(A). Este trabalho usará a simbologia de 0+A para esta
representação.

0+A = {x  X | A(x) > 0} ( 0 )

Altura
A Altura (h) de um Conjunto Fuzzy A corresponde ao seu maior grau de pertinência, entre todos os elementos do
conjunto.

h(A) = supxX A(x) ( 0 )

Normalização

Um Conjunto Fuzzy A é chamado de Normal quando a sua Altura é igual a 1, ou seja, pelo menos um grau de
pertinência, dos elementos do conjunto, possui valor máximo, enquanto que os conjuntos que não possuem Altura
igual a um são chamados de subnormal. Portanto:

A é dito normal se h(A) = 1

A é dito subnormal se h(A) < 1

Caso um Conjunto Fuzzy possua apenas um elemento com grau de pertinência igual a um, este elemento é
denominado protótipo do conjunto. Um Conjunto Fuzzy não normalizado pode ser normalizado por meio da divisão
dos graus de pertinência de cada elemento, pelo maior grau de pertinência encontrado no conjunto.

Definidas as características especiais dos Conjuntos Fuzzy se faz necessário apresentar as Proposições Fuzzy
extraídas de, para um posterior entendimento deste trabalho.

Lógica Fuzzy

Uma das características da Lógica Clássica é o axioma do Terceiro Excluído, isto é não existe alternativa para um
valor verdade além do par {Verdadeiro, Falso}. Ao lidar com problemas do mundo real, no entanto, é como que o
conhecimento disponível não seja nem absolutamente verdadeiro nem absolutamente falso, podendo ser, por
exemplo paradoxais, incertos, desconhecidos, indeterminados, verdadeiros em geral, verdadeiros com uma certa
probabilidade, etc. Para estender a Lógica Clássica de maneira a permitir o tratamento deste tipo de conhecimento, é
necessário alterar o conjunto de valores {Verdadeiro, Falso}. Dentre dos formalismos propostos para alterar este
conjunto de valores encontra-se a Lógica Fuzzy.

A Lógica Fuzzy é baseada na teoria dos Conjuntos Fuzzy para sua representação. Neste tipo de Lógica há a
presença de uma séries de elementos, entre estes pode-se citar as Proposições Fuzzy e a Inferência Fuzzy. Na
literatura são encontrados vários métodos de inferência utilizando o paradigma Fuzzy.

Proposições Fuzzy

As Proposições Fuzzy podem ser classificadas em quatro tipos:

 Proposições Fuzzy Incondicionais e não Qualificadas;

 Proposições Fuzzy Incondicionais e Qualificadas;

 Proposições Fuzzy Condicionais e não Qualificadas;

 Proposições Fuzzy Condicionais e Qualificadas.


Proposições Fuzzy Incondicionais e não Qualificadas

A forma canônica das proposições p deste tipo, é representada pela equação

p:VéF(0)

onde V é uma variável que assume valores x de um conjunto universo X e F é um Conjunto Fuzzy em X que
representa um predicado Fuzzy tal como alto, grande, quente e outros.

Considere que a variável V seja a temperatura do ar em algum lugar do planeta (medido em ºF), e a função de
pertinência apresentada na Tabela 4 represente, em um dado contexto, o predicado “alta”.

Temperatura (ºF) Grau de Pertinência

0 0

40 0

80 0.4

85 0.75

90 0.90

100 1

110 1

Tabela 4 – Conjunto base constituído por possíveis valores de temperatura para o predicado “alta”

A correspondente Proposição Fuzzy p, é representada pela sentença

p : temperatura(V) é alta(F)

Dado um determinado valor de V (digamos x), este valor pertence a F com um grau de pertinência F(x). Este grau de
pertinência é, então, interpretado como grau verdade, T(p), da proposição p.

T(p) = F(x) ( 0 )

para cada dado valor x da variável V na proposição p.

Isto significa que T é um Conjunto Fuzzy em [0,1], que associa uma grau de pertinência F(x) para cada valor x da
variável V.
Em algumas proposições os valores da variável V são associados a indivíduos em um dado conjunto I, conforme
descrito em ( 0 ),

A variável V torna-se uma função V : I  X, onde V(i) é um valor de V para cada indivíduo i em V. A forma canônica
deverá então ser modificada para a forma

p : V(i) é F ( 0 )

onde i  I.

Exemplificando, considere que I é um conjunto de pessoas, onde cada pessoa é caracterizada por sua idade, e um
Conjunto Fuzzy que representa o predicado jovem é fornecido. Pode-se exemplificar a forma geral pela Proposição
Fuzzy ( 0 ).

p : idade(i)é jovem

onde o grau de verdade desta proposição, T(p), é então determinado para cada pessoa i em I por ( 0 ).

T(p) = jovem(idade(i)) ( 0 )

Proposições Fuzzy Incondicionais e Qualificadas

As proposições p deste tipo são caracterizadas pela seguinte forma canônica

p:VéFéS(0)

onde V é F tem o mesmo significado, como na Equação ( 0 ), e S é um qualificador de verdade Fuzzy.

Caso seja necessário, V pode ser trocado por V(i), que possui o mesmo significado da Equação ( 0 ). Ambos, S e F,
são representados por conjuntos nebulosos em [0,1].

Por exemplo, na proposição “Gabi é jovem é muito verdade”, o predicado jovem e o qualificador de verdade muito
verdade são representados por Conjuntos Fuzzy mostrados na Tabela 5 e Tabela 6.

Idade Grau de Pertinência

8 1

18 0.75

20 0.65

23 0.50

26 0.36
30 0.25

40 0

50 0

Tabela 5 – Conjunto Fuzzy representando o predicado jovem

Grau de pertinência do Grau de pertinência

Conjunto Jovem Para muito verdade

0 0

0.25 0.2

0.36 0.4

0.50 0.55

0.65 0.7

0.75 0.87

1 0.1

Tabela 6 – Conjunto Fuzzy representado o qualificador muito verdade

Assumindo que a idade de Gabi seja 20 anos, tal valor dentro do conjunto jovem possui grau de pertinência igual a
0.65, consequentemente, o valor de 0.65 para o conjunto jovem possui grau de pertinência igual a 0.70 no Conjunto
Fuzzy muito verdade.

Em geral, o grau de verdade T(p), de qualquer proposição qualificada p, é dado para cada x  X pela Equação ( 0 ).

T(p) = S(N(x)) ( 0 )

As proposições não qualificadas são casos especiais de proposições qualificadas-verdade, em que o qualificador
verdade S, assume o valor verdadeiro.

Proposições Fuzzy Condicionais e não Qualificadas.

Proposições p deste tipo são representadas pela seguinte forma canônica:

p : Se X é A, então Y é B ( 0 )
onde X, Y são variáveis cujo valores estão nos conjuntos Xe Yrespectivamente, e A e B são Conjuntos Fuzzy em X e
Y respectivamente.

Estas proposições podem ser vistas como proposições na forma:

X,Y é R ( 0 )

onde R é um Conjunto Fuzzy em Xx Y, que é determinado para cada x  Xe cada y  Y por:

R(x,y) =  [A(x), B(y)] ( 0 )

onde  denota uma função que define como a relação R é obtida. A função , apresentada detalhada, pode ser uma
conjunção Fuzzy, um disjunção Fuzzy ou uma implicação Fuzzy. Neste trabalho é ilustrado o método de Implicação
de Lukasiewcz definido por.

 (a,b) = min(1, 1 – a + b) ( 0 )

Seja A = 0.1 / x1 + 0.8 / x2 + 1.0 / x3 e B = 0.5 / y1 + 1 / y2.

Então,

R = 1 / x1, y1 + 1 / x1, y2 + 0.7 / x2, y1 + 1 / x2, y2 + 0.5 / x3, y1 + 1 / x3, y2

Isto significa, por exemplo, que

T(p) = 1 quando X = x1e Y = y1;

T(p) = 0.7 quando X = x2e Y = y1;

e assim por diante.

Proposições Fuzzy Condicionais e Qualificadas

Proposições deste tipo podem ser caracterizadas pela seguinte forma canônica:

p : Se X é A, então Y é B é S ( 0 )

O valor verdade destas proposições é obtido pela combinação dos métodos descritos nas seções 5.2 e 5.3.

Sites:

1. http://www.sandiego.edu/LogicSlave/fmslog.html

2. http://www.nova.edu./~hammack/MathDL/Venn/index.html

3. http://www.javafile.com
4. http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia

5.http://www.pucsp.br/~logica/

6. http://www.din.uem.br/ia/controle/fuz_conj.htm

7. http://users.femanet.com.br/~fabri/fuzzy.htm

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