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Um novo ciclo de lutas em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo

Uma viragem política de grande envergadura


A eleição de Jair Bolsonaro representa o término do ciclo político iniciado em 1985, com o fim da
ditadura militar, que teve na Constituição de 1988 um marco da consolidação da redemocratização
do país, da conquista de direitos ao povo brasileiro, passando pela resistência ao neoliberalismo na
década de 1990, pelos avanços protagonizados pelos governos progressistas desde 2003, até o
golpe jurídico-parlamentar de agosto de 2016.
Com o resultado da disputa político-eleitoral de 2018, abre-se, desde 1985, um novo período
político, marcado pelo ineditismo da ascensão de uma força de extrema-direita à presidência da
República. Um governo determinado a realizar, a ferro e fogo, uma agenda ultraliberal, neocolonial
e anticivilizacional. Tal feito representa uma derrota política, ideológica e estratégica para o conjunto
das forças progressistas, patrióticas e democráticas, em especial as forças da esquerda política e
social.
A eleição de Bolsonaro é resultante de múltiplas causas. Foi respaldada pelo imperialismo
estadunidense e faz parte, como se explicitará adiante, de um fenômeno mundial. No âmbito
interno, deriva de uma frente constituída pela ampla maioria das classes dominantes, pelos
monopólios econômicos e financeiros, e por um arranjo político que coesionou a direita com setores
do centro do espectro político nacional. Sua campanha milionária mobilizou recursos materiais,
ideológicos e midiáticos, fazendo intensa “guerra digital”. A massiva distribuição de fake news criou
factoides e tirou do centro do debate eleitoral as propostas e os projetos para o Brasil, manipulando
a opinião pública e o eleitorado. Eleitorado que, por longo período, foi alvo de intensa campanha
midiática que demonizou a política como um todo e desmoralizou sobretudo a esquerda com o
estigma da corrupção. Foi, portanto, vitoriosa a tática – adotada em vários países – de golpes de
novo tipo, ditos “brandos”, que abarcam a conquista da hegemonia cultural e ideológica.
Teve ainda importante destaque no desfecho da disputa eleitoral a participação ativa – e
partidarizada – de expoentes do Poder Judiciário e do aparato policial que, a partir da operação
Lava Jato, têm interferido intensamente nos rumos da política nacional.
Entretanto, apesar da derrota, na reta final da disputa eleitoral formou-se em torno da chapa
Fernando Haddad, Manuela D’Ávila um amplo movimento cívico e democrático contra a candidatura
de Bolsonaro que obteve 47 milhões de votos.
Não se trata de um fenômeno isolado
A ascensão ao poder como a de Bolsonaro não é um fato isolado, é a expressão brasileira desse
fenômeno maior do crescimento de forças de ultradireita ao redor do mundo. Este fato se
desenvolve em um complexo e intrincado quadro de transformações do cenário internacional, onde
a crise do liberalismo e a questão nacional emergem com força.
Deste quadro se sobressaem a continuidade da crise capitalista, as transformações no processo
produtivo com a chamada 4ª revolução tecnológica e uma luta intensa em torno do reordenamento
do sistema internacional.
O velho liberalismo político e econômico se encontra em crise. O modelo de globalização neoliberal,
regido pelo prisma da financeirização, as medidas de austeridade implantadas como resposta à
crise do capitalismo, somadas às transformações produtivas decorrentes das inovações
tecnológicas, têm ampliado o fosso entre o capital e o trabalho, produzindo a retirada de direitos e a
desvalorização do trabalho, e gerado uma enorme massa de desempregados.
Em busca de saídas para enfrentar a crise e o descarte da massa crescente dos deserdados – tidos
como “imprestáveis” ao capital nesta atual etapa –, as classes dominantes se encontram divididas.
De um lado, os que querem enfrentar a situação mantendo os fundamentos do liberalismo político,
ainda que enfraquecidos pela incompatibilidade crescente entre neoliberalismo e democracia. De
outro, o robusto número de países, onde forças da extrema-direita já exercem o poder, ou parcela
dele, revelando que frações relevantes das classes dominantes aderiram ao extremismo de direita.

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Há, ainda, outro polo que apresenta como perspectiva para o enfrentamento do atual quadro de
crise da globalização liberal o fortalecimento de seus projetos nacionais autônomos, como China e
Rússia, e coloca no centro a luta pelo desenvolvimento soberano e compartilhado e a defesa da
paz.
É neste contexto de disputa em torno do reordenamento do cenário internacional que as potências
imperialistas se movimentam para conter a emergência de novos polos de poder. E, dentro dessa
chave, pode-se compreender a chamada guerra comercial deflagrada pelos EUA contra a China.
De igual modo, é o que se observa com a adesão de parcelas significativas das classes dominantes
brasileiras ao projeto de Bolsonaro. Para elas, se impõe a necessidade de um governo autoritário
para tornar realidade seu programa ultraliberal e neocolonial. Nesta mesma ótica, somente um
governo deste naipe seria capaz de produzir um novo alinhamento do Brasil aos interesses dos
Estados Unidos na arena internacional, contribuindo para conter o processo de transição em curso.
A moldura internacional que contribuiu para a vitória de Bolsonaro se completa com um contexto
regional, no qual a América Latina se transformou em um laboratório de experimento do
imperialismo, do uso do poder Judiciário com fins políticos, com vistas a conter processos políticos
direcionados a promover a democracia, o desenvolvimento soberano e os direitos sociais.
O caráter do governo Bolsonaro
A eleição de Bolsonaro instaura um novo ciclo político no país. E os traços iniciais de sua gestão
comprovam que seu governo é de caráter autoritário na política, ultraliberal na economia, retrógrado
nos costumes e com forte viés neocolonialista.
Trata-se de uma aliança entre reacionários, conservadores e liberais de direita, corporações do
Estado que, sob a égide direta dos setores rentistas, buscam consolidar a nova ordem política,
econômica e social, para alterar o regime político democrático garantido pela Constituição.
Tal aliança possui raízes na história política brasileira e soube construir a vitória de Bolsonaro a
partir do golpe jurídico-parlamentar de agosto de 2016. Empreendeu um trabalho sistemático, de
fôlego, de caráter ideológico-político-cultural. As forças progressistas não perceberam, ou
menosprezaram, esse trabalho que resultou na vitória do que se convencionou chamar de “nova
direita”, que nada mais é do que a extrema-direita.
O discurso desta nova direita expressa a exacerbação de um falso nacionalismo, de um engodo de
que o corte de direitos é capaz de alavancar o desenvolvimento, e de um moralismo com traços
inquisitoriais, e faz da intolerância e do ódio contra a esquerda, contra a população LGBT e contra
os negros uma de suas marcas. Dissemina o obscurantismo cultural e a intolerância religiosa,
manipula a religiosidade do povo, exalta a negação da política e o individual sobre o social.
O discurso e o programa de Bolsonaro são marcados por uma ação corrosiva, destrutiva até de
conquistas civilizatórias, como o elenco de direitos sociais, o conjunto de políticas públicas e as
instituições focadas nos direitos e no bem-estar do povo que o país constrói desde a década de
1930. Um governo que se volta contra os fatores positivos e potencialidades de um país que, pelo
seu gigante território, abundante riqueza e laborioso e criativo povo, poderia se encaminhar a um
novo patamar de sua construção como nação soberana, desenvolvida e democrática. Pela sua
agenda e o seu caráter, o governo se apresenta como uma ameaça real para desestabilizar a
nação, enfraquecer sua capacidade de produção, empobrecer e dividir o povo, aumentar o
desemprego e o trabalho precário, os conflitos e a desesperança.
Bolsonaro tem buscado se apresentar como um governo de ruptura com as características do atual
sistema político e partidário brasileiro. Segue midiaticamente satanizando “a velha política”, mantém
os partidos relativamente à margem da constituição de seu ministério; mas, aos poucos, é impelido
a dialogar com sua base parlamentar, sobretudo em relação aos cargos federais nos estados.
Apesar dos desgastes iniciais, como as crises envolvendo os filhos do presidente – como as graves
denúncias envolvendo o senador Flávio Bolsonaro – e dirigentes do PSL, os desencontros no
núcleo do governo e na sua base de sustentação, o governo tem força e não pode ser subestimado.
Saiu das eleições com um capital político grande, com amplo respaldo dos setores econômicos e

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financeiros, de parcela expressiva do poder Judiciário, com a complacência de grande parte dos
meios de comunicação, além de ter todas as condições para formar uma forte base parlamentar.
O resultado eleitoral não dá carta branca a Bolsonaro
No entanto, é necessário pontuarmos que, apesar dessa vitória, o eleitorado brasileiro não é
largamente de direita. Muito menos de extrema-direita. Ele assiste ao desgaste da atividade política,
não vê solução para seus problemas, sente os impactos da crise, encontrou uma força, com um
discurso mobilizador, que promete colocar as coisas no lugar e impor certa ordem no caos.
Do mesmo modo, não é possível afirmar que os votos dados a Bolsonaro sejam um referendo ao
projeto de privatizações e de desmonte do Estado. Dados do Datafolha apontam que a maior
parcela dos eleitores de Bolsonaro, 30%, optou por esta candidatura motivada pelo sentimento de
Renovação/alternância; a segunda maior parcela, 25%, o escolheu porque rejeitava o PT; apenas
12% dos seus eleitores o apoiou por avaliar que ele possuía as melhores propostas. Outra
pesquisa, do mesmo Instituto, confirma este entendimento ao indicar que 60% dos brasileiros se
dizem contrários às privatizações e 57% rejeitam a redução das leis trabalhistas.
Os polos de poder do governo
A coalizão de Bolsonaro abriga em si distintos núcleos, polos de poder não homogêneos, com
agenda própria e em disputa pelos rumos e a visão do governo. Apesar de não possuírem
consenso em torno de um projeto de país, tais polos se unificam em torno da agenda econômica
ultraliberal – que opera sem intermediários – sob o prisma do rentismo.
O Clã
É o círculo ideológico que expressa o pensamento de fundo do presidente e de seu entorno político.
É composto pelo núcleo familiar (filhos), lideranças evangélicas e expoentes da bancada da bala. E
conta ainda com Olavo de Carvalho e Steven Bannon como ideólogos e estrategistas do
neoconservadorismo. Busca incidir de fato no governo, indicando nomes para ministérios, como o
de Relações Exteriores, da Educação, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. É dele a
responsabilidade de manter mobilizado o setor mais extremista da base social e política de apoio do
governo. Embora expresse força, o Clã, enquanto núcleo político, é também o mais vulnerável e se
tornou o alvo predileto da imprensa.
A Farda
É o núcleo composto por expoentes das Forças Armadas que, após 34 anos, retomam o
protagonismo na vida política do país com a eleição do capitão da reserva, Jair Bolsonaro, e do
vice-presidente, general Hamilton Mourão. Não se produziu um momento com a presença tão
extensiva de militares em funções de governo, com destaque para o Exército desde a
redemocratização.
Mais de uma centena de militares de alta patente, com destaque para oficiais do Exército, ocupam
postos no governo, entre os quais, nove no primeiro escalão. Um dos motivos para tamanha
presença é a falta de quadros políticos no entorno de Bolsonaro que, sem alternativa, teve de se
apoiar na expertise de quadros das Forças.
As Forças Armadas têm uma visão de país, mas não são homogêneas e predominantemente na
história desvincularam a questão democrática da luta pelos interesses da nação, Nesta nova
realidade, resta saber como irão se posicionar diante de um projeto ultraliberal, de privatizações e
de um alinhamento aos EUA, que se acerca a vassalagem.
O vice-presidente, general Mourão, criticado abertamente por expoentes do Clã, se movimenta com
protagonismo, mantém intensa agenda de encontros, inclusive com lideranças e entidades do
campo da oposição, e faz contraposição pública a opiniões do presidente Bolsonaro e de ministros,
se apresentando contra a intervenção militar na Venezuela e a transferência da Embaixada do
Brasil para Jerusalém, o que leva à necessidade de melhor análise do significado político dessa
movimentação.

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A Toga
Trata-se do expoente jurídico e policial do governo. Envolve, em essência, setores do Judiciário de
primeira e segunda instâncias e do Ministério Público da União e da Polícia Federal, que ganharam
protagonismo na Operação Lava Jato, e possuem como referência principal o ex-juiz e atual
ministro, Sergio Moro.
Entre os pontos da agenda de Moro, destacam-se o Pacote Anticrime e a aprovação das Dez
Medidas de combate à corrupção que, no fundo, buscam revisar a dimensão garantista de nossa
Constituição, como presunção de inocência, limite do uso do habeas corpus e ampliação de penas.
E ainda manterá sob mira “inimigos internos”, tendendo a atuar na criminalização de movimentos,
lideranças e partidos políticos, sobretudo da esquerda.
A participação de Sergio Moro é um trunfo importante para o governo Bolsonaro. Contudo, a
auréola de superministro já foi crispada, tendo de demitir uma assessora por exigência de
Bolsonaro. Será o mais cobrado pelos deslizes de membros do governo e terá de apresentar
resultados para além do combate à corrupção. Até o momento, tem havido um silêncio
ensurdecedor sobre as sérias acusações contra um dos filhos do presidente.
O Mercado
Os agentes do mercado financeiro já não atuam por intermediários. Escalaram para postos-chave
do governo, sobretudo da Fazenda, um time dos sonhos do rentismo: agentes do próprio mercado,
como se vê na nomeação de um funcionário do Santander para presidente do Banco Central.
Sob a batuta de Paulo Guedes, discípulo da Escola de Chicago e com passagem pela ditadura de
Pinochet, o fiador da aliança de Bolsonaro com os círculos financeiros internacionais e nacionais, a
agenda econômica a ser implementada consiste em: dar uma guinada ultraliberal na orientação
econômica brasileira, direcionar o Orçamento Federal para assegurar os ganhos fabulosos da
banca, implementar um ambicioso projeto de privatização, reduzir impostos, zerar o déficit público e
realizar reformas consideradas regressivas e de caráter conservador – como a da Previdência,
prioridade número um do novo governo.
É o núcleo com maior nitidez de objetivos em torno de sua agenda, conta com vasto apoio entre os
setores econômicos, a grande mídia e as elites do país. O ministro da Economia tem atuado de
forma independente do articulador político do Congresso, o que tem criado atrito com o ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Forças que atuam no Congresso Nacional
Entre os parlamentares e partidos que apoiam o governo Bolsonaro, estão núcleos que
representam expoentes da política tradicional, notadamente da direita e da extrema-direita. Não é
um bloco coeso, mas um agrupamento de matizes políticos diversos, com distintos interesses
corporativos, que atua no Congresso por intermédio de frentes parlamentares, como a ruralista, a
evangélica e a da bala.
As primeiras ações do governo Bolsonaro confirmam seu caráter
Mesmo com desencontros e improvisações, o caráter autoritário, antipovo e entreguista do governo
Bolsonaro se expressa nas primeiras iniciativas adotadas pelo presidente e os principais núcleos do
governo. Apesar da força que preserva, em menos de três meses, já há evidências de perda de
prestígio do presidente, seja pelos números das pesquisas de opinião, seja pelo humor das ruas,
como veio à tona no Carnaval e nos protestos do 8 de março, marcados por manifestações de
protesto e rechaço a Bolsonaro. Os escândalos do PSL e o presidente com uma conduta que ora
provoca vergonha, ora demonstra incapacidade, vão – mais cedo do que se imaginava – revelando
a verdadeira estatura de Bolsonaro.
A determinação de aumentar ainda mais a exploração da classe trabalhadora, de cortar os direitos
do povo, está patente não só na reforma da Previdência, mas no fim do Ministério do Trabalho, no
reajuste menor do salário-mínimo. Ao mesmo tempo, o governo atua para debilitar a capacidade de
mobilização e resistência dos (as) trabalhadores (as), apertando o cerco para estrangular as
finanças dos sindicatos, com a Medida Provisória 873/2019 e a proposta de fim da unicidade
sindical.
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A política externa do governo Bolsonaro realiza uma profunda reorientação diplomática do
Itamaraty, levando o país a se afastar de diretrizes como a não ingerência em assuntos internos, a
autodeterminação e a busca da solução mediada dos conflitos; preceitos caros à tradição
diplomática brasileira. Essa nova orientação visa a estabelecer um alinhamento automático do
Brasil com as ações dos EUA, distanciando-o do movimento de desconcentração de poder na arena
internacional. São expressões práticas disto o envolvimento ativo do Brasil na desestabilização do
governo da Venezuela e a promessa de mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém –
ambas com graves repercussões geopolíticas para o país.
O caso da Embraer merece destaque por seu papel estratégico para o país e pelos projetos na
esfera da defesa que estão associados à empresa. A empresa de maior valor agregado no Brasil
será vendida por uma pechincha de pouco mais de US$ 4 bilhões, que correspondem à parte de
suas encomendas. Segundo Bolsonaro, a proposta “preserva a soberania e os interesses
nacionais”, por mais que, após dez anos, a Boeing possa comprar os 20% restantes de ações, nas
mãos dos acionistas controladores da Embraer. Chama a atenção a anuência dos militares para a
realização desta venda, pois a operação pode comprometer o projeto KC-390, avião de transporte
militar.
É muito danoso na agenda do novo governo o descompromisso com a exigência de
reindustrialização do país; ao contrário, a desindustrialização já está sendo aprofundada com danos
irreversíveis aos interesses nacionais. Mesmo com apoio ao governo, o empresariado industrial se
viu desatendido por completo nessa agenda, expressando a completa dominância rentista e
fiscalista de Paulo Guedes no comando da Economia.
O Pacote Anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, é a
expressão de uma concepção autoritária, punitivista, que usa da violência para combater a
violência. Tal medida é um remendo ao arcabouço legal do país, violando preceitos constitucionais,
como a presunção de inocência, ao defender a prisão em segunda instância. No conjunto das
propostas, não há indicações sobre a realização de investimentos em inteligência e infraestrutura de
segurança, em valorização e capacitação dos profissionais da área. Tais medidas ampliarão a
população carcerária e darão licença para matar – o que atingirá a população mais pobre e jovens
em situação de vulnerabilidade e as mulheres, alvo de crescente feminicídio. Em essência, essas
medidas ficam longe de responder às demandas efetivas da sociedade, que exige o direito à paz, à
segurança, num país que na última década perdeu 553 mil vidas por mortes violentas – ou 153
pessoas por dia.
Por sua ineficácia, por conter elementos que uma vez mais atacam o Estado Democrático de
Direito, a jornada dentro e fora do Parlamento para se contrapor a este pacote pode aglutinar
amplos setores da sociedade, do mundo jurídico, do movimento de direitos humanos.
Nova tática: união de amplas forças tendo a democracia como bandeira central
Para o PCdoB, a tática deve emanar da nova realidade imposta pelo resultado das eleições de
2018. Diante do vasto reagrupamento das forças reacionárias no país, a questão principal é a união
de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais, do campo democrático, patriótico e
popular, para se opor ao governo Bolsonaro, impor derrotas e reveses à sua agenda. É no caminhar
de uma ativa resistência nas ruas, no parlamento, na luta de ideias, que se reverterá as atuais
adversidades, acumulando forças e descortinando perspectivas de vitórias vindouras.
Deve reger a constituição dessa frente a união de todas as forças possíveis de serem unidas, com o
objetivo de isolar e derrotar o governo da extrema-direita. Essa é a tática geral da luta atual.
O objetivo estratégico de derrotar a hegemonia política dessas forças reacionárias, e conquistar a
hegemonia das forças democráticas, populares e progressistas, se encontra, diante dessa nova
realidade, num horizonte distante. Dessa análise se conclui que o campo da nação e da classe
trabalhadora se encontra num período de defensiva estratégica.
Essa nova tática tem como foco emergencial: a defesa da democracia ameaçada. Isto decorre das
ameaças explícitas à liberdade política e às liberdades aos aspectos básicos do Estado
Democrático de Direito, por ação de um governo com ímpeto saliente de autoritarismo e tendência
fascistizante. O fato de o Estado Democrático de Direito ter sido mutilado por inúmeras violações

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abre caminho e expõe o país a um grave risco: a mudança do regime político democrático instituído
pela Constituição de 1988.
Essa flexão que aponta a democracia como foco da tática não desdiz, nem colide, o Programa do
PCdoB que concebe como vértice a questão nacional (soberania nacional) da luta por um novo
projeto de nacional de desenvolvimento, relacionando-a com a causa democrática e o progresso
social. Conjunturalmente, ganha centralidade a bandeira democrática, visto que as liberdades
definem as circunstâncias e as condições nas quais se realizará a resistência.
Trata-se, então, de formar uma frente de perfil democrático marcante, de características
antifascistas, podendo assim combinar uma relação de ação comum desde a esquerda, centro-
esquerda, setores populares, personalidades liberais e do centro político. Exemplos da prática
política recente demonstram a possibilidade desse tipo de convergência, como alianças no
Nordeste nas eleições presidenciais de 2018, o arquivamento da proposta do execrável projeto que
institui a Escola Sem Partido, e a aliança pela restauração do Estado Democrático de Direito.
A aplicação da tática geral para alcançar essa união ampla requer uma conduta política que escolha
e direcione as lutas que sejam capazes de acumular forças, tendo em conta o quadro muito
desfavorável ao campo progressista. Seria errado, portanto, num momento político com tais
características, ter como centro a radicalização de posições; ao contrário, é preciso ter presente
quais ações, quais combates proporcionam a ampliação de forças.
Para ser efetivamente combativa, o pressuposto é ser uma tática ampla, flexível, capaz de reunir
um leque vasto de forças e pô-las em movimento na ação oposicionista. A radicalização eficaz e
consequente virá do grau dessa ampliação e de uma viragem na correlação de forças que seja
favorável à oposição.
O papel da esquerda política e social
A esquerda se destaca como principal núcleo de oposição a Bolsonaro, e no curso da jornada
oposicionista está chamada a desempenhar papel de destaque na construção da frente ampla.
Todavia, a divisão que a debilitou na campanha eleitoral persiste. Ela está desafiada a construir sua
convergência num quadro em que já não há uma força hegemônica em seu âmbito. Sua necessária
unidade poderá ser construída dentro e fora do parlamento a partir de composições e formas
distintas às do ciclo anterior.
Têm surgido diferenças e divergências entre os partidos de esquerda, como é comum quando
emergem ciclos políticos novos. Exemplo disto se deu na eleição à presidência da Câmara dos
Deputados. Para o PCdoB, tais discordâncias devem ser superadas pelo debate, pelo exame crítico
e respeitoso das diferenças e sem que nenhuma legenda se arrogue detentora do monopólio da
oposição. Iniciativas como o Observatório da Democracia, projeto conformado pelas Fundações do
PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL e Pros contribuem para a gestação de entendimento em outras
esferas da vida política.
Para o PCdoB é equivocado contrapor frente de esquerda e frente ampla. Uma ampla e forte
oposição necessita do protagonismo do povo, da classe trabalhadora, da mobilização das massas,
da ascendente ação dos movimentos sociais e entidades classistas.
A pressão popular, a luta política nas ruas, será um elemento de grande relevância. Outra tarefa de
grande importância é conseguir, a partir do diálogo, construir convergência com entidades de
representação, como a OAB, setores da igreja católica e de outras religiões, juristas, acadêmicos,
artistas, em torno da defesa da democracia, do Estado de direito e das conquistas históricas do
nosso povo. A Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e o Fórum das Centrais Sindicais,
entre outras articulações, atuam no campo da frente oposicionista com sua autonomia e bandeiras –
buscando sempre, é claro, convergências que resultem em massivas mobilizações respaldadas por
amplas forças. Sempre que amplas coalizões políticas e sociais ganharam as ruas, o Brasil e sua
gente saíram vencedores.
Resistência, Amplitude e Sagacidade
Com amplitude, sagacidade e flexibilidade, o campo da oposição pode explorar as tensões e
contradições de interesses e ideias que existem no governo Bolsonaro e na sua base de

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sustentação no Congresso Nacional e na sociedade. Na base de sustentação, há quem respalde
integralmente a pauta da agenda ultraliberal e neocolonial, mas tem restrições ao crescente
sufocamento do Estado Democrático de Direito pelo Estado de Exceção. Neste cenário, manobras,
alianças pontuais e passageiras podem ocorrer para explorar fissuras no campo adversário, como
fator de reforço da jornada oposicionista.
A dinâmica da atuação da frente, por sua heterogeneidade e composição policlassista, rege-se pelo
binômio unidade e luta; sobretudo agora, no seu nascedouro, se a ênfase for na luta, isto é, na
exacerbação das divergências e na demarcação de posições, sua constituição terá enorme
dificuldade. Essa disparidade de matizes das oposições – que abarca forças resolutas no
enfrentamento ao governo, forças intermediárias e mesmo vacilantes – demanda coesão da
esquerda e das forças populares para que a frente tenha uma direção política consequente, cumpra
sua missão de isolar e impor derrotas ao governo.
As principais bandeiras
Para o PCdoB, a frente ampla se constituirá, no percurso das batalhas, em torno destas bandeiras:
Defesa da democracia, da soberania nacional e do patrimônio público, dos direitos do povo e da
classe trabalhadora. Como já destacado, a bandeira democrática ganha centralidade.
A defesa da democracia se materializa nas jornadas em defesa das liberdades, dos direitos civis e
sociais contidos na Constituição; do Estado Democrático de Direito, contra o Estado de Exceção.
Nesse sentido, reveste-se de grande importância a posição do STF, que decidiu, por 6 votos a 5,
que crimes comuns conexos a delitos eleitorais devem ser processados e julgados em tribunais
especializados em questões relacionadas a eleições. Foi uma decisão que restaurou aspectos
importantes do Estado Democrático de Direito, alvo da ascensão da extrema direita. A defesa da
democracia se materializa, ainda, na luta pela autonomia das universidades, pela existência da
Justiça do Trabalho, seriamente ameaçadas; pela liberdade de imprensa e de expressão; e pela
liberdade de cátedra, alvos de restrições, chantagens e ameaças. Somam-se, ainda, às batalhas
para restabelecer o equilíbrio entres os Poderes da República, notadamente recompondo
prerrogativas do Legislativo; contra a censura às manifestações artísticas; e o rechaço às ameaças
autoritárias do presidente Bolsonaro no sentido de criminalizar, e mesmo banir, os partidos de
esquerda e os movimentos sociais. Além disso, é preciso se contrapor à agenda reacionária que
ataca os direitos humanos individuais e coletivos. O governo vem promovendo o desmonte das
políticas de direitos humanos, de enfrentamento às discriminações, de ampliação de oportunidades,
de garantia da proteção aos territórios e povos indígenas e de outras populações tradicionais. A
extinção de tais políticas hoje aprofunda desigualdades e alavancam as estatísticas de mortes e
violências contra as mulheres, a população pobre, negra, LGBT e indígena.
Defesa do desenvolvimento soberano do país e do patrimônio nacional
Ganham relevância as jornadas em defesa das empresas e dos bens estratégicos do país, em
especial da Petrobras, do pré-sal e do regime de partilha, contra a entrega dessa riqueza às
petroleiras estrangeiras; a oposição firme à política externa subserviente aos EUA; defesa dos
princípios da diplomacia brasileira de respeito à soberania e à autodeterminação dos países, e não
ingerência em assuntos internos; e busca de soluções pacíficas e negociadas para os conflitos.
c) A defesa dos direitos do povo e da classe trabalhadora. Com a política ultraliberal do ministro
Paulo Guedes, os principais alvos serão saúde, educação, segurança, assistência social, direitos
básicos, que seguirão sob ameaça de um processo crescente de cortes, de queda de qualidade e
abrangência, em consequência do arrocho orçamentário advindo da Emenda do Teto do Gasto e
outras medidas da chamada austeridade. Já foi anunciado que haverá um novo giro no corte dos
direitos trabalhistas, inclusive aqueles assegurados pelo artigo 7º da Constituição (13º salário,
FGTS, férias, repouso remunerado).
Defesa do direito à aposentadoria: grande batalha
A jornada contra a reforma da Previdência, em andamento, apresenta-se como uma grande batalha
em torno da concepção de Estado e da defesa dos direitos. Essa reforma está vinculada às
imposições da Emenda do Teto do Gasto e encerra uma concepção de Estado nacional. Estado
mínimo, fraco para impulsionar o desenvolvimento nacional e assegurar ao povo e aos

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trabalhadores os direitos conquistados em lutas ao longo dos últimos cem anos. E Estado “forte”
para canalizar o grosso do Orçamento Federal para os rentistas, banqueiros e especuladores.
A PEC da Previdência de Bolsonaro quebra o conceito de seguridade social, suprime direitos
previdenciários da Carta Magna, impõe a idade mínima (65 anos para os homens e 62 para as
mulheres), eleva o tempo de contribuição para 40 anos, retira a variação da inflação do reajuste dos
benefícios e reduz para R$ 400 o benefício para idosos pobres. É sobretudo perversa para com os
pobres, as mulheres e os trabalhadores rurais. Visa a privatizar a Previdência pública, com a
instituição do regime de capitalização e assegurar R$ 1 trilhão – que sai da aposentadoria da classe
trabalhadora –, para pagar os juros da dívida pública.
A defesa dos direitos dos trabalhadores, portanto, a uma aposentadoria justa e digna se apresenta
como a principal batalha a ser enfrentada neste primeiro semestre de governo. Ela será travada
dentro do Congresso Nacional e ecoará nas demais Casas Legislativas, e nas ruas com as
mobilizações unitárias lideradas pelas centrais dos trabalhadores e trabalhadoras e pelo conjunto
dos movimentos. É preciso desde agora engajamento e preparação para que se realize com êxito
uma agenda de mobilização das centrais e dos movimentos, com atos de rua – cuja próxima
agenda está marcada para 22 de março e seguirá com novas iniciativas rumo à greve geral. Intensa
luta de ideias deverá ser empreendida em todos os espaços possíveis, sobretudo nas redes.
Reconstruir a hegemonia das ideias progressistas
A análise do golpe de 2016 e da vitória da extrema-direita mostra que o campo da Nação e da
classe trabalhadora sofreu não só uma dura derrota política, mas também um revés de fundo
ideológico e cultural. Os setores progressistas, de forma articulada, necessitam elaborar um plano
de luta ideológica e cultural em torno de valores que unifiquem amplamente a sociedade. Questões
como a defesa de uma sociedade solidária, da distribuição da renda, da justiça social, do respeito
às múltiplas manifestações religiosas, o combate à utilização política da fé, a defesa dos interesses
do país, do patrimônio público e o combate à corrupção, e das reformas estruturais de caráter
democrático, entre outros pontos, poderiam estar incorporados a esta agenda.
Lula Livre
As forças reacionárias, para vencer as eleições, tiveram de, arbitrariamente, prender o ex-
presidente Lula com o objetivo de excluí-lo da disputa presidencial de 2018. Em decorrência dessa
afronta ao Estado Democrático de Direito, na esfera democrática, destaca-se, entre as tarefas das
forças progressistas, uma campanha nacional e internacional pela libertação do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, que sofre uma prisão arbitrária e injusta.
Preparar o PCdoB para um novo ciclo político
A construção partidária requer a compreensão pulsante da realidade da sociedade brasileira, e de
suas transformações e implicações na vida partidária. A questão está em colocar o PCdoB à altura
dos desafios que o novo ciclo político nos exige, traçando novas linhas de acumulação, novos
caminhos, a partir da atualização da tática.
Construir o Partido em conjunto com a resistência
A situação concreta exige resistência, amplitude e sagacidade, e, apesar dos ataques à esquerda, é
possível crescer na luta pela democracia. Desse modo, tem lugar a necessidade de compactar a
ação da direção partidária e promover a atuação das diferentes frentes em sincronia e com foco no
planejado coletivamente.
Essa nova realidade exige um partido forte, coeso e influente nos parlamentos, nos movimentos
sociais, nas lutas das mulheres, dos trabalhadores e da juventude. E, ainda, protagonizar o debate
de ideias na sociedade, com condições de cumprir seu papel aglutinador das forças democráticas.
Além das formas tradicionais de mobilização, o uso adequado das novas tecnologias de
comunicação e informação pode contribuir para fortalecer a organização partidária e a propaganda
das nossas ideias, em diálogo direto com a sociedade, para mobilização e engajamento de filiados,
militantes, simpatizantes, amigos e eleitores.
Fortalecer as direções partidárias
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Na luta político-ideológica, é preciso persistir no desenvolvimento da teoria de Partido, na
divulgação e defesa do Programa Socialista do PCdoB e na atualização da política de estruturação
partidária. É estratégico o papel das direções partidárias em todos os níveis, com funcionamento
regular e dinamismo para dar respostas aos desafios apresentados por essa nova realidade, além
de serem o polo organizador de toda a nossa ação. É no âmbito das direções que o binômio ação
política/estruturação partidária, alicerçado na ação planejada, ganha existência efetiva e, por isso,
assume importância estratégica.
Só assim poderemos unir forças para alcançar êxitos políticos e eleitorais nas eleições municipais
de 2020, preparando desde já os comitês municipais para esta batalha – a antessala de 2022 –,
atraindo quadros políticos, lideranças do povo, trabalhadores, mobilizando militantes e filiados para
enfrentar os desafios presentes.
A luta pela superação da cláusula de barreira e a incorporação do PPL
A adoção em 2016 da cláusula de barreira, um instrumento autoritário que cerceia a liberdade
organizativa dos partidos políticos, constituiu importante obstáculo para a vida democrática. O não
cumprimento desta cláusula pelo PCdoB, na eleição de 2018, representou um revés importante
sobre o qual a direção nacional buscou atuar de forma efetiva.
Como resultado deste esforço, o PCdoB e o PPL desencadearam um elevado diálogo político
programático, buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei,
de superação da cláusula de desempenho e assim criar as condições para que sigam
desempenhando um papel relevante na resistência democrática e na busca de soluções de fundo
para que o Brasil se torne uma nação próspera, democrática, soberana e socialista.
Desse diálogo frutífero, veio a convicção de que as duas legendas possuem afinidades e
convergências programáticas e, em face ao presidente eleito da extrema-direita, têm o
entendimento comum: a visão tática confluente de que é preciso agregar um leque amplo de forças
para empreender a resistência e a oposição democrática, anunciando assim a unificação do PCdoB
e PPL.
Com a realização do nosso congresso extraordinário, novas tarefas surgiram no trabalho cotidiano
das comissões de enlace, nos níveis nacional, estadual e municipal. A unidade entre PPL e PCdoB
resultará no reforço ao enfrentamento das medidas autoritárias, antidemocráticas e de lesa-pátria
em curso. De igual modo, reforça o papel das forças revolucionárias e patrióticas que lutam no
Brasil por uma Pátria Livre, Democrática e Socialista.
Caminhamos para o Centenário do PCdoB, e as diretrizes aprovadas no 14º Congresso abordam
com abrangência e atualidade as diferentes frentes da estruturação partidária.
A jornada da oposição se fortalecerá crescentemente
O Partido Comunista do Brasil legenda quase centenária, desde a República Velha em conjunto
com as demais forças progressistas do país, lutou contra todos os governos e regimes autoritários e
tiranos que infestaram a história da República. Com base nessa experiência, transmite ao povo
brasileiro a certeza e a confiança de que, apesar das graves ameaças que pairam sobre o país, não
será fácil a Bolsonaro realizar a obsessão de sepultar a democracia brasileira. Ela deitou raízes
profundas no solo pátrio, custou à nação muitas lutas e vidas.
A resistência rumo a uma oposição vigorosa realiza seus primeiros passos, e tem potencial para se
efetivar no âmbito de toda a vida política e social do país, a começar pelo Congresso Nacional e
outras casas legislativas, se estendendo para os movimentos sociais, as organizações da classe
trabalhadora, segmentos do empresariado, o universo acadêmico, a intelectualidade, os artistas, o
mundo jurídico, setores religiosos, e inclusive os integrantes de instituições da República. Os
governadores e os prefeitos do campo democrático terão importante papel nesta empreitada, tal
como têm atuado o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e o governador do Maranhão Flávio
Dino.
Um importante componente da atual conjuntura é a reunião dos governadores do Nordeste, em São
Luís, Maranhão, dia 14 de março, que aprovou o protocolo que resultará na criação do Consórcio
Nordeste, uma entidade que terá funções políticas e jurídicas. A ideia é unir as ações dos chefes de

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Poderes Executivos da região. Na carta conjunta assinada pelos governadores contam críticas
sobre questões importantes, como a PEC da “reforma” da Previdência Social, desvinculação de
receitas, defesa do Estatuto do Desarmamento.
O PCdoB está convicto de que, no curso das mobilizações e da resistência, uma maioria
progressivamente se levantará para defender a democracia, os interesses do Brasil e os direitos do
povo e da classe trabalhadora.

São Paulo, 16 de março de 2019.

O Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

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