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Módulo 02 - Estruturação do SISNAMA em âmbito municipal
Olá, caro(a) cursista, bem-vindo(a) ao Módulo 02! Agora que já apresentamos o Sistema Nacional do
Meio Ambiente (Sisnama), familiarizando-nos com a sua condição de sistema de gestão ambiental pública,
pretendemos nos aproximar de sua estruturação no município. Assim, nos debruçaremos sobre os requisitos
para a criação e o fortalecimento do Sistema Municipal de Meio Ambiente (Sismuma).
Na Unidade 01, aprofundaremos a compreensão de cada um dos órgãos que o integram, suas
atribuições e os passos necessários para instituí-los. Veremos possíveis estruturações do Sisnama em âmbito
local, considerando fatores como número de habitantes e complexidade das problemáticas ambientais
existentes no município.
Abordaremos também, alguns “ingredientes de sucesso” dessas instituições, impedindo que se
convertam em “órgãos de fachada”. Isso envolve, necessariamente, base legal, participação popular, corpo
técnico qualificado e recursos financeiros.
Já na Unidade 02, discorreremos sobre temas relacionados às competências dos órgãos municipais
de meio ambiente, considerando-se o pacto federativo e à luz da Lei Complementar nº 140/2011.
Aprofundaremos as atribuições dos municípios em relação a temas como avaliação de impacto ambiental e
licenciamento; monitoramento da qualidade ambiental, fiscalização e educação ambiental.
Abordaremos ainda a importância dos consórcios públicos e de outros arranjos dos municípios para
fazerem frente aos desafios ambientais. Vamos começar? Então, bons estudos!
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Unidade 01 - Como criar e fortalecer o Sisnama em âmbito municipal
É crescente o número de municípios que despertam para a necessidade de criar e fortalecer a sua área
de meio ambiente. Obviamente, isso representa um avanço. Porém, ainda há um contingente de municípios que
não possuem sequer um departamento relacionado a essa área. Existem também os que criam leis e órgãos
somente no papel, sem qualquer efetividade.
A estruturação de um sistema de gestão ambiental municipal demanda uma base institucional, que se
traduz em um conjunto de normas locais, uma estrutura administrativa condizente e, principalmente, em
mecanismos de participação popular. Dessa forma, os órgãos instituídos serão capazes de gerar iniciativas que
transcendam gestões municipais específicas, convertendo-as em políticas do poder público local.
Vale dizer que o sistema pode ser criado de uma única vez ou ser construído gradualmente, de acordo
com a correlação de forças locais. Recomenda-se, no entanto, que junto com o Órgão Municipal de Meio
Ambiente, esteja prevista também a criação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA) e do Fundo
Municipal do Meio Ambiente (FMMA). Assim, as ações poderão ser amplamente debatidas pela sociedade e
contar com dotação orçamentária própria para sua implementação.
Instituindo o sistema de gestão ambiental, o município terá mais chances de orientar o seu
desenvolvimento em bases sustentáveis, captando novas oportunidades de investimento. Além disso, ganhará
autonomia em temas como o licenciamento ambiental, o que acarretará, inclusive, a possibilidade de acessar
novos recursos, por meio da cobrança de taxas de licenciamento e de compensação ambiental.
Vale frisar que todas as unidades da federação dispõem de conselho e de um ou mais órgãos ambientais.
Em 2013, os fundos estaduais estavam presentes no Distrito Federal e em outros 23 estados. Apenas
Alagoas, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte declararam não disporem de fundos ambientais.
Outro ponto digno de nota é a estruturação da política ambiental nos municípios. Segundo o Munic
(2013):
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Veja a seguir a situação de estados e municípios quanto à estruturação do Sisnama:
Acre (AC):
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Alagoas (AL)
Amapá (AP):
Amazonas (AM):
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Bahia (BA):
Ceará (CE):
7
Espírito Santo (ES):
Goiás (GO):
Maranhão (MA):
8
Mato Grosso (MT):
9
Pará (PA):
Paraíba (PB):
Paraná (PR):
10
Pernambuco (PE):
Piauí (PI):
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Rio Grande do Norte (RN):
Rondônia (RO):
12
Roraima (RR):
13
Sergipe (SE):
Tocantins (TO):
E para conhecer a Estadic (2013), acesse o link disponível no curso digital (dentro
da Plataforma de Ensino.
Agora que já passeamos pelo país, observando a estruturação da política ambiental, que tal conhecermos
os órgãos ambientais um a um e nos aprofundarmos em suas atribuições?
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Por dentro dos órgãos ambientais municipais
Essas instituições constituem um sistema, ou seja, cada uma possui função complementar às demais em
competências e atribuições, com vistas a efetivar a gestão ambiental municipal.
Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA): Órgão superior do sistema, o conselho é uma
instância colegiada que pode assumir caráter consultivo, deliberativo, normativo e/ou fiscalizador, conforme
necessidades verificadas no local. É o responsável pela aprovação e pelo acompanhamento da implementação
da política municipal de meio ambiente.
Deve se reunir com periodicidade regular, preferencialmente em sessões abertas ao público. Sua
constituição poderá ser paritária, isto é, considerar igualdade numérica entre os integrantes do governo e da
sociedade civil, envolvendo a maior quantidade possível de suas entidades representativas. Os integrantes, em
geral, têm mandato de, no mínimo, dois anos.
Órgão Executivo Municipal do Meio Ambiente: Pode ser uma secretaria, diretoria, departamento ou
secção. O município tem autonomia para definir as competências desse órgão, o que deve ocorrer respeitando-
se a vocação de cada local.
É crescente o número de muni
Em geral, isso envolve a coordenação e a execução das políticas de meio ambiente, assim como a
realização – ou delegação a terceiros – das atividades de fiscalização, licenciamento, monitoramento da
qualidade ambiental, produção de informações e educação ambiental.
Fundo Municipal do Meio Ambiente (FMMA): Esse é o órgão de captação e de gerenciamento de
recursos financeiros alocados para a área de meio ambiente. O fundo pode obter recursos originados de multas
e de atividades relativas à gestão ambiental em âmbito municipal. Pode também captar de outras fontes, sejam
estaduais, nacionais, internacionais ou da iniciativa privada.
A existência do Fundo garante que os recursos sejam direcionados para as ações ambientais sem a
necessidade de entrar no orçamento municipal. Assim, possui maior autonomia e não está sujeito a
contingenciamentos ou a devolução no fim do ano fiscal.
Muito bem! Após essa breve explicação, que tal conhecermos mais sobre cada órgão ambiental?
Os conselhos não têm um funcionamento uniforme para todo o país. Seus objetivos, atribuições,
competências, composição, bem como a frequência com que se reúnem, variam de acordo com a realidade
local. Todos esses aspectos precisam estar bem claros na formulação da lei municipal que os institui.
Vamos conhecê-los abaixo:
Competências: Por meio dos conselhos se estabelece um novo formato de relações entre a
sociedade e o Estado, proporcionando a participação institucionalizada dos diversos segmentos
da sociedade civil. Conforme se verifica avanço na democracia, a tendência na criação de
conselhos é combinar as seguintes competências:
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Deliberativa: Significa que os conselhos possuem o poder de decidir sobre a
implantação de políticas e sobre a alocação de recursos.
Consultiva: Tem o papel de promover estudos e indicar ações ou políticas a
serem executadas pela administração municipal. Nesse sentido, possuem
função de assessoramento da Prefeitura.
Normativa: Significa a capacidade de estabelecer normas e diretrizes para as
políticas e a gestão de recursos ambientais, naquilo que esteja estritamente
dentro de suas competências. Vale salientar que os conselhos não têm o
poder de criar leis, cuja atribuição é da Câmara de Vereadores. Mas podem
sugerir a criação de leis ou a alteração das já existentes.
Fiscalizadora: Acompanha a implementação e o funcionamento das políticas
ambientais e da aplicação dos recursos. Novamente, vale frisar que esses
órgãos não exercem a fiscalização ambiental propriamente dita, mas podem
indicar essa necessidade para o órgão executor da política ambiental
municipal.
Objetivos: Os conselhos têm o objetivo de colocar em torno da mesma mesa os órgãos públicos,
os setores empresariais, os políticos e as organizações da sociedade civil no debate e na busca
de soluções para o uso dos recursos naturais, a recuperação dos danos ambientais, a qualidade
ambiental do município e o alcance do desenvolvimento sustentável. Trata-se, portanto, de um
fórum de diálogos e de construção de conhecimento sobre o meio ambiente local. São também
espaços adequados para administrar conflitos, propor acordos e construir uma gestão ambiental
que esteja em consonância com os interesses econômicos e sociais locais. O conselho poderá
também se dedicar a outra área de atuação, além do meio ambiente. Se o município assim o
desejar, poderá criar um conselho de meio ambiente e turismo ou meio ambiente e agricultura,
por exemplo. Esse tipo de arranjo costuma atender às necessidades de pequenos municípios,
principalmente daqueles em que a questão ambiental está intimamente vinculada a uma
atividade específica, como é o caso de estâncias hidrominerais ou de municípios litorâneos, cuja
principal atividade econômica é o turismo. É fundamental que conselhos sejam dinâmicos,
interativos e tecnicamente bem preparados. Para isso, podem lançar mão de câmaras técnicas e
grupos de trabalho temáticos, alguns dos quais constituídos para missões específicas e, por isso
mesmo, intitulados como grupos de trabalho ad hoc. Isso faz com que o trabalho seja mais bem
distribuído e possa ser realizado com maior competência técnica.
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Analisar e, dependendo da legislação municipal, conceder licenças ambientais
para atividades potencialmente poluidoras em âmbito local;
Analisar recursos quanto à aplicação de multas e outras penalidades;
Promover a educação ambiental;
Aprovar ou referendar o uso de recursos destinados ao meio ambiente,
fiscalizando sua alocação, bem como as ações do Fundo Municipal de Meio
Ambiente (FMMA);É crescente o número de muni
Propor a criação de normas legais, bem como a adequação e a
regulamentação de leis, padrões e normas estaduais e federais às condições
do município;
Acompanhar a implementação de unidades de conservação municipais;
Sistematizar e divulgar os seus próprios trabalhos;
Opinar sobre aspectos ambientais de políticas estaduais ou federais que
tenham impactos sobre o município;
Receber e apurar denúncias feitas pela população sobre degradação
ambiental, sugerindo à Prefeitura as providências cabíveis.
Composição: Cada conselho deve espelhar em sua composição as forças atuantes no município.
Nesse sentido, há paridade, isto é, o equilíbrio numérico entre integrantes do poder público e da
sociedade civil, torna-se fundamental. Devido à transversalidade da questão ambiental, podem
integrar o Conselho as seguintes representações:
Do lado governamental: Secretarias municipais de saúde, educação, meio
ambiente, obras, transportes, planejamento e outras cujas ações interfiram na
qualidade ambiental; Câmara de vereadores e Órgãos estaduais e federais
presentes no município, incluindo os do Poder Judiciário, como o Ministério
Público.
Do lado da sociedade civil: Entidades ambientalistas; Defesa civil; Sindicatos
e outras instituições representativas dos trabalhadores; Grupos de produtores
rurais; Instituições de defesa do consumidor; Associações de bairros; Grupos
de mulheres, de jovens, de pessoas idosas e com deficiência; Entidades de
classe (arquitetos, engenheiros, advogados, professores etc.); Entidades
representativas do empresariado; Instituições de ensino, pesquisa e extensão
e Movimentos sociais e de minorias que sejam relevantes para o município.
Aconselha-se ainda que o Conselho tenha composição proporcional ao
número de habitantes do município, tal como indicado na tabela a seguir:
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Proporcionalidade entre número de conselheiros e de habitantes da localidade
Presidência do Conselho: Pode ser exercida pelo(a) prefeito(a) ou por pessoa designada a
representá-lo, como o(a) secretário(a) de meio ambiente, por exemplo. Mas há também
experiências bem-sucedidas de votação entre os próprios conselheiros para designação da
pessoa que ocupará a presidência.
Relação com a Prefeitura: O Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA) é instituído por lei
e cabe ao Poder Executivo cumpri-la. Compete à Prefeitura, portanto, fornecer todas as condições
para o funcionamento do conselho por meio do Órgão Municipal do Meio Ambiente. Esse órgão
deverá ter capacidade técnica suficiente para prestar apoio, inclusive administrativo, ao conselho.
Também compete ao Executivo municipal, juntamente com a sociedade, colocar em prática as
decisões tomadas nessa instância. Caso haja algum impedimento às atividades do conselho, a
Câmara de Vereadores ou o Ministério Público poderão ser acionados para as providências legais
cabíveis.
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Órgão Municipal de Meio Ambiente
Como executor do Sismuna, esse órgão é o responsável pela formulação, coordenação e implementação
das políticas ambientais. Em municípios mais populosos ou então naqueles que, embora pequenos, sediem
grandes empreendimento, as questões ambientais costumam ser mais complexas.
Nesses casos, a função mais executiva, relacionada à implementação das ações, pode ser compartilhada
com órgãos vinculados, como autarquias. Municípios menores costumam lançar mão de consórcios e de outros
arranjos associativos para atender às tarefas das quais o órgão ambiental municipal se encarrega.
O município possui autonomia para definir as competências de seu órgão de meio ambiente, o que deve
ocorrer respeitando-se a vocação de cada local. Dessa forma, se o município for predominantemente agrícola,
por exemplo, deve enfatizar o controle ambiental sobre os impactos dessa atividade, compondo o seu quadro
com técnicos mais voltados a esse setor. Vejamos:
Competências: O campo de atuação do município na área de meio ambiente inclui um elenco bastante
diversificado de atribuições, que, conforme publicação do II Fórum dos Conselhos Municipais do Meio
Ambiente do Baixo Tietê (2009, p. 91), podem ser agrupadas em:
Agendas positivas: Incluem a definição das diretrizes ambientais municipais,
visando ao desenvolvimento local sustentável. Isso inclui ações de
planejamento, educação ambiental, criação de normas e incentivos para a
produção e o consumo sustentáveis, entre outras.
Ações de comando e controle: Envolvem as medidas necessárias para
cumprir e fazer cumprir as leis ambientais, exercendo o poder de polícia
ambiental. Incluem também a avaliação de impacto ambiental, bem como o
licenciamento e a fiscalização propriamente dita. Faz parte dessa área a
produção e o armazenamento de informações necessárias à comparação
periódica de dados, visando ao acompanhamento da qualidade ambiental no
município.
Medidas de conservação e recuperação de ecossistemas: Referem-se à
gestão de unidades de conservação municipais, ou seja, de espaços territoriais
especialmente protegidos pelo poder público local, bem como à conservação
de parques, jardins, arborização urbana, assim como ações de recuperação
ambiental em áreas rurais (preservação de nascentes, matas ciliares etc.).
Atividades de administração interna: Envolvem as ações administrativas
cotidianas, como o controle do orçamento, a contratação e a formação
permanente do corpo de profissionais da área, assessoria jurídica, entre
outras.
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Atribuições: A seguir, alguns exemplos de atribuições que podem servir como parâmetros para a lei
de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente:
Coordenar a política municipal de meio ambiente;
Colocar em prática o planejamento ambiental;
Fiscalizar o cumprimento da legislação em vigor, com destaque para o que
estabelece a Lei Orgânica, espécie de constituição municipal, na qual são
definidas também as diretrizes da política ambiental;
Exercer o controle e a fiscalização ambiental;
Submeter a esse conselho as propostas de normas, procedimentos e diretrizes
para o gerenciamento ambiental municipal, assim como, os pareceres técnicos
necessários ao licenciamento ambiental;
Desenvolver atividades de educação ambiental, atuando juntamente com a
Secretaria de Educação como órgão gestor dessa política em âmbito
municipal;
Acompanhar as condições do meio ambiente no âmbito do município
mediante indicadores de qualidade ambiental.
Infraestrutura, pessoal e orçamento: O órgão ambiental deve dispor de infraestrutura condizente com
suas atribuições. Isso pode significar desde uma sala até vários edifícios, conforme a complexidade da
questão ambiental e o porte do município. O mesmo se aplica em relação à quantidade de equipamentos
e veículos necessários e vale também para o corpo técnico e a dotação orçamentária, que, pela sua
importância no sucesso da gestão ambiental, serão abordadas com detalhe mais adiante.
Geralmente, a falta de recursos financeiros dificulta a implantação da área de meio ambiente. Mas ao
estruturar-se nessa área, o município também está investindo em sua capacidade de arrecadação. Medidas como
a compensação ambiental e as multas previstas na Lei de Crimes Ambientais, por exemplo, podem ser revertidas
na melhoria da qualidade de vida do município e de sua população.
A criação do FMMA tem a finalidade de assegurar recursos financeiros vinculados ao aperfeiçoamento
de mecanismos de gestão ambiental. A existência do Fundo confere mais autonomia e qualidade na captação e
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destinação de recursos. Suas receitas podem vir tanto da cobrança de taxas e multas quanto de recursos extra
orçamentários de diversas origens (públicos, privados, nacionais e internacionais).
A vantagem é que esses recursos podem ser gastos sem que estejam sujeitos às regras contábeis
convencionais da Prefeitura, tais como a devolução no fim do exercício fiscal. Vejamos:
Criação: O FMMA é criado por meio de lei municipal, que pode estar inserida na Lei Orgânica do
Município ou em capítulo específico sobre meio ambiente de outras leis, como aquela que institui a
Política Municipal do Meio Ambiente, por exemplo. É importante que o instrumento legal defina:
A natureza e a finalidade do fundo;
A forma como será administrado;
Os recursos com os quais poderá operar;
O modo de destinação e aplicação dos recursos;
As disposições sobre orçamento e contabilidade.
Funcionamento: Vale salientar que o Fundo deve atuar em conformidade com as Leis nº 8.666/1993 e
a Lei Complementar nº 101/2000, bem como com outros mecanismos legais municipais. A liberação
de recursos deve se dar mediante apresentação de projetos, cujos critérios de financiamento estejam em
consonância com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Colegiado: As atividades do fundo serão orientadas por um colegiado, que pode ser o Conselho
Municipal do Meio Ambiente (CMMA) ou organização similar que cumpra a mesma finalidade no
município. A pessoa que exerce a presidência desse colegiado poderá também presidir o Fundo
Municipal do Meio Ambiente (FMMA). O colegiado poderá ter como funções:
Definir os critérios e prioridades para aplicação dos recursos do fundo;
Fiscalizar a aplicação dos recursos;
Apreciar a proposta orçamentária apresentada pelo órgão gestor, antes que
esta seja encaminhada para inclusão no orçamento municipal;
Aprovar o plano anual de trabalho e o cronograma físico-financeiro
apresentado pelo órgão gestor;
Aprovação, após análise do órgão gestor, dos projetos a serem financiados;
Apreciar os relatórios técnicos e as prestações de contas, antes de seu
encaminhamento aos demais órgãos de controle;
Outras atribuições que lhe forem consideradas pertinentes, definidas na
legislação ambiental municipal.
Órgão gestor: Pode ser a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) ou outro órgão que tenha
entre suas atribuições executar a política ambiental do município. Esse órgão deverá prover os recursos
humanos e materiais adequados para o bom funcionamento do Fundo. Cabe ao órgão gestor:
Elaborar a proposta orçamentária do Fundo, submetendo-a à apreciação do
colegiado;
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Organizar o plano anual de trabalho e o cronograma de execução físico-
financeira, de acordo com os critérios e prioridades definidas pelo colegiado;
Ordenar despesas com seus recursos, de acordo com a legislação pertinente;
Celebrar convênios, acordos ou contratos com entidades públicas ou privadas,
visando à execução das atividades custeadas com seus recursos, de acordo
com a legislação vigente;
Monitorar a execução dos projetos conveniados;
Prestar contas dos recursos empregados aos órgãos competentes.
Fonte de Recusos: O município pode conseguir recursos para o funcionamento do Fundo a partir das
seguintes fontes:
Dotações orçamentárias específicas, definidas pela Prefeitura;
Taxas e tarifas ambientais previstas em lei;
Multas cobradas por infrações às normas ambientais, na forma da lei;
Transferências de recursos da União, do Estado ou de outras entidades
públicas e privadas;
Convênios, contratos e acordos celebrados entre o município e instituições
públicas ou privadas, cuja execução seja de competência do órgão ambiental
municipal;
Doações em dinheiro, valores, bens móveis e imóveis recebidos de pessoas
físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou internacionais, desde
que o Fundo tenha personalidade jurídica própria;
Transferência de recursos do ICMS Ecológico (imposto a ser detalhado mais
adiante);
Rendimentos de qualquer natureza decorrentes de aplicações de seu
patrimônio;
Reembolso de serviços prestados, treinamentos ou produtos vendidos
(livros, manuais etc.);
Condenações judiciais de empreendimentos sediados no município ou que
afetem o território municipal, decorrentes de crimes praticados contra o
meio ambiente;
Royalties, ou seja, valores pagos por terceiros à municipalidade, como
compensação pela extração de recursos naturais existentes em seu território,
como ocorre com petróleo, gás, minérios etc.
Aplicação dos recursos: Os recursos captados pelo Fundo podem ser aplicados nas seguintes ações:
Desenvolvimento e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão,
planejamento e controle ambiental;
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Criação, manutenção e gerenciamentos de praças, unidades de conservação
e demais áreas verdes ou de proteção ambiental;
Execução de projetos e programas de interesse ambiental, incluindo a
contratação de serviços de terceiros;
Pesquisas e ações voltadas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Desenvolvimento de programas de capacitação e aperfeiçoamento de
recursos humanos em questões relacionadas ao meio ambiente;
Custeio de ações de educação e comunicação ambiental;
Pagamento de despesas relativas a contrapartidas estabelecidas em
convênios e contratos com órgãos públicos e privados de pesquisa e de
proteção ao meio ambiente;
Aquisição de material permanente e de consumo necessário à execução da
Política Municipal do Meio Ambiente (PMMA).
Conheça a minuta de projeto de lei para a criação do Fundo Municipal do Meio Ambiente
(FMMA) que está disponível na disponível no curso digital (dentro da Plataforma de Ensino.
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Uma estrutura compatível com as necessidades municipais
Para determinar uma estrutura ideal, deve-se considerar a escala de atuação por meio de critérios como
a área do município, sua população e os seus principais problemas ambientais. Como referência, a Confederação
Nacional dos Municípios, em sua coletânea de Gestão Pública Municipal, propõe três diferentes estruturas
para alocação dos órgãos ambientais no organograma das prefeituras.
Note que, à medida que aumenta o número de habitantes, os arranjos ligados à área ambiental tornam-
se mais complexos. Veja a seguir:
O esquema acima se aplica a municípios com população de até cinco mil habitantes, dotados de pequena
extensão territorial, com pouca oferta de recursos naturais e/ou com características agrossilvipastoris (ou seja,
que integram atividades de lavoura, pecuária e floresta), litorâneas de pequeno porte, turísticas etc.
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Indicado para municípios com até 50 mil habitantes, área territorial média a grande, razoável oferta de
recursos naturais, características agroindustriais, industriais médias, portuárias e de cidades-dormitório.
Aplicável a municípios com população acima de 50 mil habitantes, área territorial média e grande,
razoável oferta de recursos naturais, características agroindustriais, mineradoras, industriais, portuárias,
integrantes de grandes zonas urbanas ou de regiões metropolitanas.
Muito bem! Após analisarmos as estruturas para alocação dos órgãos ambientais no organograma
das prefeituras, vamos conhecer, por meio do infográfico a seguir, os Requisitos e passos para estruturação
do Sistema Municipal de Meio Ambiente.
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Requisitos e passos para estruturação do Sistema Municipal de Meio Ambiente
Vontade política: Condição número um, a criação de órgãos ambientais depende do interesse
da sociedade local e de sensibilidade da Prefeitura para a importância e as vantagens da sua
instituição. É importante que esse movimento ocorra de forma independente das instâncias
partidárias, evitando que a criação do sistema do meio ambiente esteja vinculada a esta ou aquela
corrente política.
Sensibilização: Ocorre por meio de contato direto com grupos organizados e com pessoas
influentes na comunidade. O foco é obter informações e promover reflexões, no sentido de
incentivar os diversos segmentos sociais a participarem da criação do SMMA. Fazem parte da
estratégia de mobilização visitas a formadores de opinião, como professores, cientistas,
comunicadores, líderes comunitários e religiosos, assim como a realização de palestras e reuniões
voltadas a grupos diferenciados em espaços como feiras, igrejas, clubes esportivos.
Mobilização: Constituição de instâncias de debates, como fóruns e audiências públicas, para
identificar e priorizar os problemas ambientais do lugar. Vale discutir participativamente como
a formalização de órgãos ambientais pode auxiliar na resolução dos problemas ambientais
vivenciados no âmbito do município. Os fóruns são espaços onde será possível projetar o sistema,
definindo competências e atribuições, formas de funcionamento, mecanismos de transparência
das ações etc.
Criação de grupos de trabalho: Tais grupos são constituídos com a finalidade de fazer o
levantamento das necessidades, em termos dos apoios técnicos, jurídicos, de infraestrutura e de
custos, para a instituição do SMMA.
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Implementação da lei: Depois de aprovada a legislação, torna-se necessário debruçar-se na
estruturação e criação dos mecanismos de funcionamento dos respectivos órgãos:
No caso do Conselho – O texto da lei conterá finalidades, competências,
composição, estrutura e funcionamento do conselho. Em seguida, faz-se a
nomeação de conselheiros e conselheiras. Cabe ao Poder Executivo municipal
nomear e dar posse aos integrantes do Conselho e a seus respectivos
suplentes, bem como facilitar a escolha de quem deverá exercer a sua
presidência. Depois de empossados, os integrantes discutem e aprovam o
regimento interno do conselho, que define as suas regras de funcionamento.
No caso do Órgão Municipal do Meio Ambiente – Desde a formação dos
grupos de trabalho voltados à criação do órgão, é importante colocá-los em
contato com as demais áreas da Prefeitura, sob a liderança da chefia do
Executivo municipal. Dessa forma, a esfera de meio ambiente já começa a se
familiarizar com as temáticas com as quais terá de lidar em seu trabalho de
gestão. A lei de criação do órgão, aprovada pela Câmara dos Vereadores,
define os critérios para preenchimento de cargos técnicos, administrativos e
de fiscalização. Faz-se necessária também a estruturação do órgão em termos
de espaço físico e a composição da equipe, em número compatível com a
demanda de trabalho.
No caso do Fundo Municipal de Meio Ambiente – A aprovação da lei
definirá a natureza e a finalidade do Fundo; a forma como será administrado;
os recursos com os quais poderá operar; o modo de destinação e de aplicação
dos recursos, bem como as disposições sobre orçamento e contabilidade. A
partir daí, o Fundo deverá agir em conformidade com as Leis nº 8.666/1993
e a Lei Complementar nº 101/2000, liberando recursos mediante
apresentação de projetos e adoção de critérios para financiamento que
estejam em consonância com as políticas nacional, estadual e municipal de
meio ambiente.
Planejamento das ações: Com os órgãos criados, inicia-se o movimento para o estabelecimento
das ações prioritárias, a partir de ampla consulta e participação popular: quais são as temáticas
mais importantes e que metas alcançar ao longo do tempo. Essas metas devem passar por
revisões periódicas.
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Estabelecimento de diretrizes para as políticas públicas municipais: Dessa forma, a área
ambiental torna-se uma unidade viva na administração municipal, atuando com outras áreas da
municipalidade, incentivando um sistema mais integrado horizontalmente, dialógico, simpático
e dinâmico, alinhado também com os demais órgãos do Sisnama, do Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hídricos (Singreh) e do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (Snuc).
Com base no que você estudou até agora, debata com seus colegas de curso a importância da
formalização de um Sistema Municipal de Meio Ambiente. Compartilhe quais são os desafios
vivenciados no cotidiano do seu município para o seu pleno funcionamento. Por outro lado, faça
um elenco de oportunidades que, em sua opinião, abrem-se para o município com a constituição
desse sistema.
Você já se perguntou por que existem órgãos que nunca conseguem sair do papel? Além de falta de
mobilização pela sua criação, estes muitas vezes não possuem mecanismos que garantam representatividade e
democracia. Alguns elementos presentes na constituição do Sistema Municipal do Meio Ambiente são vitais
para a sua continuidade na estrutura da Prefeitura. Vamos nos debruçar sobre quatro condições consideradas
essenciais: legislação apropriada, participação social, equipe técnica capacitada e recursos suficientes.
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Leis, o alicerce do sistema
Vale observar algumas orientações básicas que podem subsidiar a formulação das leis municipais, entre
as quais:
Definir princípios e diretrizes de planejamento e uso do solo, considerando o
contexto ambiental local e regional em que o município se insere. Municípios
costeiros têm necessidades diferenciadas de estâncias hidrominerais e
climáticas, por exemplo. A mesma distinção deve ocorrer entre municípios
com baixo número de habitantes em regiões isoladas e aqueles que integram
regiões metropolitanas; embora sejam igualmente pequenos, suas
necessidades não são as mesmas.
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Criar mecanismos legais que tornem compatíveis as normas ambientais com
os procedimentos para concessões de licenças e alvarás. Isso simplifica os
processos, encorajando a população a agir dentro da lei.
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A Frente Parlamentar Ambientalista congrega deputados federais e senadores sensibilizados para as
questões ambientais. Essa frente tem como objetivo apoiar políticas públicas, programas e demais ações
governamentais e não governamentais comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Organiza-se por
meio de grupos de trabalho em diversas temáticas relevantes para o cotidiano dos municípios, além de
disponibilizar um observatório de leis em tramitação no Congresso Nacional, com o posicionamento sobre cada
uma delas.
Assim, a implementação das ações visando à busca da sustentabilidade com justiça social está
diretamente relacionada com a qualidade da participação de cidadãos e cidadãs. Afinal, é a população que sente
mais diretamente os problemas, sendo a maior interessada em vê-los resolvidos. E para isso é necessário que
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sejam criados mecanismos capazes de garantir uma escuta qualificada dos problemas, a tomada de decisões
mais consensuais, além de assegurar a implementação do controle social sobre as ações empreendidas.
Mecanismos de participação: Para além das reuniões periódicas do Conselho Municipal do Meio
Ambiente (CMMA), deve haver outros mecanismos de participação popular nas políticas ambientais municipais.
É fundamental utilizar todas as possibilidades no sentido de aumentar o grau de informação da população e de
controle social sobre essas políticas.
A Constituição Federal prevê alguns mecanismos, como a iniciativa popular, o plebiscito e o referendo,
normalmente aplicáveis aos níveis federal e estaduais. Há, no entanto, exemplos de municípios que já utilizam
tais instrumentos, que devem estar previstos na legislação local.
A iniciativa popular: Visa à apresentação de projetos de lei pela população. Deve ser encaminhada à
Câmara dos Vereadores com a assinatura de uma porcentagem dos eleitores variável de acordo com o
município. Um exemplo de aplicação desse mecanismo em âmbito federal foi a Lei da Ficha Limpa (Lei
Complementar nº 135/2010), que conseguiu 1,6 milhão de assinaturas em todo o país.
Plebiscito e referendo: São consultas à população, realizadas por meio de votação, sobre temas
considerados relevantes. A principal distinção entre as duas modalidades de consulta é que o referendo ocorre
após o ato ter sido aprovado, cabendo ao povo ratificar ou rejeitar a proposta. Devido à Resolução nº
23.385/2012, do Tribunal Superior Eleitoral, tornou-se possível fazer essas consultas juntamente com as eleições
gerais do país, barateando os seus custos.
Para além dos mecanismos constitucionais, na democracia representativa existem outras opções que
visam reaproximar os representantes dos representados. Um deles é a ouvidoria ambiental. As denúncias e
reclamações que costumam surgir, podem ser úteis na identificação das áreas mais problemáticas da
administração, bem como indicar medidas corretivas à prefeitura. Outro mecanismo é a existência de lei
municipal sobre acesso à informação, que pode se inspirar na Lei nº 12.527/2011, garantindo a possibilidade
de abertura das informações municipais para consulta. Isso ocasiona o surgimento de observatórios temáticos
e facilita o acompanhamento de determinadas políticas pela população. Conheça a Lei de Acesso à Informação
no site: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm.
Outro mecanismo crescentemente utilizado é a audiência pública. Trata-se de reunião destinada a
debater prós e contras da implantação de determinado empreendimento ou atividade. Deve ser realizada com
a presença dos segmentos sociais diretamente envolvidos na situação, das autoridades competentes, das
organizações da sociedade civil, assim como de cidadãs e cidadãos interessados.
As audiências públicas são comumente utilizadas para colher o posicionamento da população sobre
licenças ambientais especialmente polêmicas. Mesmo que não haja solicitação formal, o órgão de meio
ambiente poderá julgar necessária a sua realização. A resolução Conama n° 009/1987 dispõe sobre o tema.
O texto informa que as audiências públicas são obrigatórias apenas quando solicitadas por:
Entidade civil com atuação na área do empreendimento;
Ministério Público estadual ou federal, bem como outra instância funcional do Poder Judiciário;
Acima de 50 cidadãos e cidadãs.
32
Nesses casos, se o pedido de audiência for ignorado pelo órgão competente e a licença for emitida, esta
será considerada inválida.
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) criou um novo canal de interlocução com a sociedade com a
realização de conferências de meio ambiente. Essa prática, instituída desde 2003, possibilita que a população se
expresse diretamente, definindo e priorizando temas de seu interesse na gestão ambiental. Alguns municípios
realizam conferências municipais de meio ambiente para tratar de temas locais relevantes.
Em seu boletim Repente, o Instituto Pólis explica de forma bem sucinta como organizar e
participar de audiências públicas. Para ter acesso ao material acesse o link disponível no
curso digital (dentro da Plataforma de Ensino).
O poder da internet: Com a crescente utilização da internet nas mobilizações de cunho político, devem-
se considerar as novas tecnologias como possibilidades de intervenções populares na gestão ambiental
municipal. Petições públicas eletrônicas, uso de páginas nas redes sociais para pressão popular, mas também
para mobilização colaborativa, tornaram-se medidas comumente utilizadas como elementos de exercício da
democracia direta.
33
Vale a pena ouvir uma reportagem especial produzida em áudio (podcast) pela Câmara
dos Deputados sobre a participação popular por meio de mecanismos virtuais. Embora
enfoque a relação dos eleitores com o Poder Legislativo, a reportagem traz elementos para
se pensar em formas de aproveitar o poder da internet para uma atuação mais eficaz da
população junto ao poder público local. Acesse o link:
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEM-
ESPECIAL/496461-A-PARTICIPACAO-POPULAR-POR-MEIO-DE-MECANISMOS-VIRTUAIS,-
AUDIENCIAS-PUBLICAS-E-DA-COMISSAO-DE-LEGISLACAO-PARTICIPATIVA-BLOCO-2.html e
ouça a reportagem.
Os ventos da renovação também devem soprar sobre a qualidade do corpo técnico da área ambiental. É
preciso criar instituições modernas, enxutas e participativas. O que demanda a escolha de pessoas com formação
específica e que estejam dispostas a se capacitar de forma permanente. O melhor dos mundos seria um quadro
técnico com perfil multidisciplinar, inteiramente concursado, com adequada preparação técnica e grande
motivação. Mas sabemos que é preciso lidar com a realidade, procurando meios de aperfeiçoá-la gradualmente.
Perfil dos recursos humanos no município: A boa notícia é que a área de meio ambiente tem recebido
maior atenção nos municípios brasileiros. A pesquisa Munic/IBGE 2013 comparou a participação dos recursos
humanos dos órgãos municipais de meio ambiente, entre os anos de 2002, 2004, 2008 e 2013. De modo geral,
os estudos indicam crescimento do pessoal ocupado na área ambiental, com os números quase dobrando entre
2002 (31.098 pessoas) e 2013 (61.295 pessoas).
Outra importante consideração é a de que em 2013 havia um percentual maior de servidores com vínculo
estável com a administração pública (45,5% do total). Os demais somavam 21,1% entre comissionados; 21% sem
vínculo permanente; 8% celetistas; e 4,3% de estagiários.
De acordo com esses números, pode-se depreender que houve um aumento importante no número de
profissionais ocupados com a gestão ambiental municipal. O fato desse aumento ter acompanhado, em média,
o aumento geral de pessoal das prefeituras, relativiza, em parte, a primeira informação. Indica, no entanto, que
a área ambiental não foi esquecida no crescimento geral.
Perfil do gestor ambiental: Por ser uma área que se relaciona com praticamente todas as demais pastas
da Prefeitura, é mais interessante que a pessoa a encabeçar o Órgão Municipal do Meio Ambiente tenha uma
visão abrangente da realidade municipal e seja capaz de dialogar com outros parceiros na Prefeitura, além de
abrir-se ao convívio com a comunidade. Essa pessoa deve ter um perfil que alie capacidade técnica com
habilidade política, que saiba extrair do corpo técnico e de especialistas tudo aquilo que eles puderem oferecer
em termos de soluções, sem, contudo, tornar-se prisioneira de visões estritamente técnicas.
Composição da equipe técnica: Esses profissionais deverão ser escolhidos de acordo com as
características de cada município. Por exemplo, um município predominantemente florestal deve dar ênfase à
contratação de engenheiros florestais, biólogos ou ecólogos, entre outros profissionais, que poderão conhecer
34
com mais profundidade os problemas gerados ao meio ambiente por práticas como desmatamento e
queimadas.
A equipe é criada por meio de lei que define os cargos técnicos, administrativos e de fiscalização,
determinando a realização de concursos públicos para preenchê-los, no caso dos cargos efetivos. Além das
provas e da análise de títulos, podem complementar os critérios de seleção, por exemplo, a comprovação dos
anos de experiência profissional. Em geral, as universidades prestam valioso auxílio na formulação e promoção
de concursos públicos.
Após a realização de concurso, pode haver também uma fase de treinamento dos aprovados na seleção,
algo bastante recomendável, tendo em vista a ambientação do corpo técnico com as atividades que executará.
Caso haja morosidade na contratação, o Ministério Público pode ser acionado para tomar as medidas legais
cabíveis na efetivação dos concursados, permitindo assim que os órgãos ambientais disponham do contingente
necessário de pessoal.
Investimentos em capacitação: Não podemos nos esquecer também que a qualificação constante é
fundamental para a realização de um bom trabalho. Trata-se de um investimento que dará sustentação ao
Sismuma. Desse modo, cabe ao município promover a capacitação de seu corpo técnico e administrativo,
qualificando-o para executar com competência as suas funções. Para otimizar o aproveitamento de recursos
humanos qualificados, associações de âmbitos regionais e microrregionais podem disponibilizar técnicos que
assessorem vários municípios ao mesmo tempo.
Tal como este processo formativo do qual você está participando, existem diversas iniciativas de âmbito
estadual de capacitação. Com recursos do Fundo Amazônia, por exemplo, o Instituto Brasileiro de Administração
Municipal (Ibam) criou um portal específico o seu Programa de Qualificação da Gestão Ambiental. Podem
participar desse processo os funcionários dos órgãos de administração municipal de 529 municípios dos nove
estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins). O portal dispõe de diversas funcionalidades que podem ser úteis aos municípios potencialmente
elegíveis para participarem deste programa, por exemplo, a prestação de orientações técnicas e jurídicas.
35
Conheça o Programa de Qualificação da Gestão Ambiental, acesse o site:
http://www.amazonia-ibam.org.br/.
Você conhece alguma outra iniciativa voltada para a formação técnica de gestores públicos
ambientais no seu município?
Pode citar cursos presenciais ou a distância, palestras, seminários, entre outros, dos quais tenha
participado?
Considerando a realidade do seu município, vamos pensar sobre qual deve ser o tamanho e
a composição da equipe de meio ambiente?
Que trabalhos cabem à equipe permanente e quais podem ser delegados a terceiros?
36
Recursos para “energizar” o sistema
No âmbito do MMA e de suas agências vinculadas, existem diversas iniciativas para as quais
podem ser aportados recursos de emendas parlamentares e que servem para financiar
atividades nos municípios. A cartilha, elaborada com esta finalidade, fornece uma noção dos
programas e ações desenvolvidos por esses órgãos federais. Para conhecer a Cartilha
Parlamentar, entre no link disponível no curso digital (dentro da Plataforma de Ensino.
Vale salientar que quase todas as unidades da Federação dispõem de um Fundo Estadual do Meio
Ambiente (FEMA), que também pode financiar iniciativas municipais em consonância com as políticas estaduais.
Nos estados e nos municípios há também mecanismos de repasse direto de recursos para a área de meio
ambiente, como o ICMS Ecológico, o IPTU Verde e as multas decorrentes das infrações ambientais, com os quais
se pode contar.
Outras fontes importantes de recursos são as organizações nacionais e internacionais voltadas à
cooperação financeira para a área ambiental que poderão ser contatadas em busca de recursos. Desde a
Conferência de Estocolmo, em 1972, muitas agências de cooperação internacional têm-se dedicado a firmar
acordos de cooperação técnica, financeira ou científica e tecnológica na área de meio ambiente com o governo
brasileiro.
As relações de cooperação entre instituições governamentais brasileiras e internacionais em geral
ocorrem por meio de programas amplos e de acordo com diretrizes estabelecidas pelas políticas de relações
exteriores. As instituições do governo brasileiro que coordenam esse processo são:
Agência Brasileira de Cooperação (ABC) - Órgão do Ministério das Relações Exteriores (MRE) para
assuntos relacionados à cooperação técnica;
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Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), também do MRE, quando se tratar de projetos de
cooperação científica e tecnológica;
Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN), do Ministério do Planejamento;
Orçamento e Gestão (MPOG), para cooperação financeira.
Esfera Federal
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Para mais informações sobre a Lei nº 11.284/2006 acesse o site:
http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=485 e para o Decreto nº 7.167/2010 acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Decreto/D7167.htm. E ainda você encontra mais
informações no site do Serviço Florestal Brasileiro que está disponível em: http://www.florestal.gov.br/fndf.
39
Para mais informações sobre a Lei nº 7.347/1985 acesse o site:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm. E ainda você encontra mais informações no site do
Ministério da Justiça e Segurança Pública que está disponível em: http://www.justica.gov.br/seus-
direitos/consumidor/direitos-difusos.
Para mais informações entre no site do BNDES que está disponível em:
http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/BNDES-fundo-social.
Esfera Estadual
Para mais informações entre no site do ICMS Ecológico que está disponível em:
http://www.icmsecologico.org.br/site/.
Esfera Municipal
Para mais informações entre no site do Programa de Cidades Sustentáveis que está disponível em:
http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas-praticas/programa-iptu-verde.
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Fundos Privados e Fundações
Para mais informações entre no site do Funbio que está disponível em: http://www.funbio.org.br/.
Esfera Internacional
Para mais informações entre no site do UNEP que está disponível em: http://www.unep.org.
Para mais informações entre no site do Pnud que está disponível em: http://www.br.undp.org/.
Para mais informações entre no site do Usaid/Brasil que está disponível em:
http://programas.inema.ba.gov.br/sigbiota/iesb/usaid1.html.
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Para mais informações entre no site da Jica que está disponível em: http://www.jica.go.jp.
Para mais informações entre no site da GIZ que está disponível em:
https://www.giz.de/en/worldwide/12055.html.
Muito bem! Vimos até aqui os ingredientes necessários para uma gestão ambiental municipal de
sucesso. Agora, queremos saber de você, caro(a) cursista, se o seu município tem alguma experiência bem-
sucedida na utilização de fontes de recursos extraorçamentários na realização de projetos de caráter
socioambiental.
Caro(a) participante, chegamos ao fim desta Unidade 01 e vimos que, embora exista um claro
movimento pela constituição de órgãos ambientais nos municípios, muitas vezes o Sistema Municipal de Meio
Ambiente é criado, mas só existe no papel. Vamos recapitular o que foi visto até aqui?
42
Vimos que, a conquista de órgãos realmente atuantes e representativos depende de diversos fatores,
como a participação da sociedade, arcabouço legal e infraestrutura física condizentes, pessoal qualificado e
orçamento próprio. Em seguida, detalhamos a função, objetivos, atribuições, composição e forma de atuação
de cada órgão que integra o Sismuma: o Conselho, o Órgão Executivo e o Fundo Municipal de Meio Ambiente
(FMMA).
Mostramos também como cada um possui função complementar dos demais e indicamos diversas
estruturações possíveis dessas instituições no organograma da Prefeitura, considerando critérios como o porte
e o nível de complexidade ambiental do município. Os passos necessários para a criação do Sistema e de cada
órgão foram detalhados, mostrando a importância da constituição de fóruns de debates representativos, grupos
de trabalho que integrem conhecimentos sobre a realidade local ao aparato técnico, tecnológico e legal
necessário para a instituição do SMMA.
Discorremos sobre os aspectos considerados relevantes na manutenção e continuidade do sistema.
Em primeiro lugar, a importância de uma base legal bem consolidada, que pode estar alocada na Lei Orgânica
do Município, no Plano Diretor ou em código próprio para a área de meio ambiente. Tratamos também dos
mecanismos voltados à participação popular, algo que vai além da existência de um Conselho atuante, mas
incorpora desde os dispositivos previstos na Constituição Federal até as mais novas formas de pressão e atuação
colaborativa por meio da internet.
Na área de recursos humanos, apresentamos alguns mecanismos necessários para uma equipe
atuante, que incluem um elenco de habilidades pessoais, técnicas e políticas, a necessidade de concursos
públicos, bem como de formação inicial e permanente. Por último, discorremos sobre as fontes de recursos
financeiros, indicando algumas possibilidades locais, mas também outras em âmbito federal, estadual e até
internacional.
Na segunda unidade, deste módulo, abordaremos os instrumentos da gestão ambiental municipal. À
luz da Lei Complementar 140/2011, aprofundaremos as atribuições e competências dos órgãos do Sismuma
em relação a temas como avaliação de impacto ambiental, licenciamento, monitoramento da qualidade
ambiental, fiscalização e educação ambiental. Analisaremos também a importância da formação de consórcios
intermunicipais para a realização de diversas dessas atribuições, sobretudo em pequenos municípios. Não se
esqueça de testar o seu conhecimento sobre os temas abordados.
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Unidade 02 - Atribuições da Gestão Ambiental Municipal
Na unidade anterior, vimos que a política ambiental municipal depende de estruturação formal. Além de
vontade política, é preciso uma legislação consistente, participação popular, gente capacitada e recursos para
criar e manter os diversos órgãos que compõem o Sistema Municipal de Meio Ambiente (Sismuma).
Nesta unidade, vamos conhecer algumas das atribuições dos municípios em relação à política ambiental,
conforme determina a Lei Complementar nº 140/2011. Um dos princípios da administração pública – que
consta no Artigo 37 da Constituição Federal – é o da legalidade. Cabe ao agente público cumprir e fazer cumprir
as determinações legais.
Por isso, a importância do conhecimento das leis relativas ao meio ambiente. Como já vimos no módulo
anterior, a Lei Complementar (LC) 140 disciplina o Artigo 23 da Constituição, definindo a colaboração dos
entes federativos no exercício da competência comum relativa à proteção do meio ambiente, no combate à
poluição e na preservação das florestas, da fauna e da flora.
Considerando o exercício da gestão ambiental compartilhada dos entes do Sisnama, o Artigo 9º da LC
140 estabelece diversas ações administrativas para atuação dos órgãos ambientais dos municípios. Nesta
unidade estudaremos algumas delas, como a avaliação de impacto ambiental, o monitoramento, a fiscalização,
a educação ambiental e o licenciamento, que, como veremos, possuem forte inter-relação.
A AIA aponta também as medidas para acompanhar, minimizar ou compensar esses impactos, quando
irreversíveis. O impacto de uma atividade é uma mudança ocorrida a partir de uma situação inicial conhecida.
44
Portanto, para medir um impacto, é necessário sabermos qual era situação ambiental existente na ausência de
determinada atividade, ou seja, é preciso definir uma linha de base.
Na caracterização da linha de base, podem ser diagnosticados diversos componentes, por exemplo, a
condição dos solos, da água, da vegetação e da fauna, dos ecossistemas, assim como as condições de vida da
população local e a sua visão sobre os benefícios ou problemas decorrentes da atividade ou empreendimento.
Tais impactos podem ser descritos conforme o seu tipo, modo, magnitude, duração (curto, médio e longo
prazos), alcance, efeitos (diretos ou indiretos, reversíveis ou não).
Em geral, esses estudos são realizados por uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais
especialmente capacitados e têm por objetivo garantir que os responsáveis pela tomada de decisão apresentem
soluções adequadas à população e ao meio ambiente, gerando medidas de controle e proteção.
Dessa avaliação decorrem:
Que instituições de pesquisa existem em seu município com preparação técnica suficiente para
realizarem diagnósticos da qualidade ambiental local?
Que arranjos institucionais com o estado e o governo federal podem facilitar a realização de
avaliações desse tipo?
O licenciamento ambiental é um instrumento da gestão do ambiente, na medida em que, por meio dele,
a administração pública busca exercer o necessário controle sobre as atividades humanas que interferem nas
condições ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento econômico com a preservação do equilíbrio
ecológico (MILARÉ, 2014, p. 789).
45
Todas as pessoas físicas e jurídicas, cujas ações possam causar poluição ou degradação ambiental, estão
sujeitas ao licenciamento ambiental. Isso vale também para as entidades públicas de todos os âmbitos
federativos que utilizem recursos ambientais. No cotidiano municipal, por exemplo, as atividades de destinação
dos resíduos sólidos, captação de água e tratamento de esgotos, produção e distribuição de energia, estão
sujeitas ao licenciamento ambiental. É por meio desse procedimento administrativo que o órgão ambiental
licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de tais empreendimentos e atividades.
De acordo com o Artigo 23 da Constituição Federal de 1988, o licenciamento ambiental é uma
competência administrativa comum para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. É considerado,
portanto, uma ação típica e indelegável do Poder Executivo, o que obriga os municípios a criarem as condições
necessárias para assumirem suas responsabilidades constitucionais. Vejamos:
Segundo a Lei Complementar (LC) 140 (Art. 9º, incisos XIV e XV) é competência do município, observadas
as atribuições dos demais entes federativos:
Promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar
impacto ambiental de âmbito local (conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais
de Meio Ambiente), ou localizados em unidades de conservação municipais, exceto em Áreas de Proteção
Ambiental (APA), considerando critérios como porte, potencial poluidor e natureza da atividade;
Aprovar a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas
e unidades de conservação municipais (exceto em APA), bem como em empreendimentos licenciados
ou autorizados pelo município.
Para realizar o licenciamento de atividades e empreendimentos de âmbito local, a mesma lei determina
que o município deverá contar com:
Órgão ambiental municipal que possua entre suas atribuições específicas, com respaldo de lei municipal,
a realização desta atividade;
Existência de Conselho Municipal do Meio Ambiente de caráter deliberativo e com funcionamento
regular;
Quadro técnico legalmente habilitado para analisar os empreendimentos e emitir pareceres;
Sistema de fiscalização ambiental capaz de garantir o cumprimento das exigências decorrentes das
licenças ambientais.
Vale ressaltar que as atividades de licenciamento ambiental e de fiscalização não podem ser terceirizadas
pelas prefeituras.
Modalidades
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A Licença Prévia (LP), solicitada no período de planejamento, que aprova a viabilidade ambiental do
empreendimento ou atividade;
A Licença de Instalação (LI), que aprova os projetos e autoriza o início das obras;
A Licença de Operação (LO), que autoriza o funcionamento do empreendimento.
Nas últimas décadas, com o aumento da atividade econômica e a disseminação pelo território nacional
de inúmeras obras de infraestrutura, tornou-se necessário descentralizar cada vez mais as atividades de
licenciamento. Diversos órgãos ambientais estaduais encontram-se sobrecarregados em sua atribuição de
licenciar.
Muitas vezes, pequenos e médios empreendimentos, de impacto local, têm dificuldades para serem
licenciados em função da priorização do licenciamento de obras de maior porte pelo órgão estadual. Por outro
lado, ocorrem inúmeros conflitos de competência e judicialização nos processos de licenciamento, produzindo
caos em vez de colaboração no âmbito do Sisnama.
Assumindo o licenciamento ambiental local, os municípios podem:
Simplificar e dar agilidade aos processos de licenciamento, sem necessariamente prejudicar o rigor das
análises necessárias ao atendimento da legislação ambiental;
Compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico municipal com a preservação dos recursos naturais
do seu território e de sua região;
Incentivar a formalização de pequenos e médios empreendimentos, dinamizando a economia local e
criando a possibilidade de fiscalizar atividades potencialmente poluidoras;
Controlar os tipos de empreendimentos que se instalam no município e os respectivos impactos que
causam em seu território;
Fortalecer a cidadania, criando oportunidades para a sociedade local debater e decidir sobre as questões
ambientais que afetam o município.
Promover o desenvolvimento local mediante retenção de taxas de licenciamento, aplicando-as na
restauração e na conservação das condições ambientais do seu território.
Complexidade do licenciamento
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nº 3.685/81 e na Resolução Conama no 01/86, que tratam do tema. As Resoluções Conama nº 377/2006 e nº
404/2008, por exemplo, preveem, respectivamente, licenciamento simplificado para sistema de esgotamento
sanitário e aterros sanitários de pequeno porte, considerando a realidade dos municípios que possuem até 30
mil habitantes (MOTTA; PÊGO, 2013).
Complexidade do licenciamento
48
Para mais informações sobre a Resolução no 237/97, acesse o site:
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html.
Em 2005, foi criado o Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA), ferramenta disponibilizada
pelo Ministério do Meio Ambiente para divulgar informações quanto aos procedimentos do licenciamento
ambiental. O PNLA tem por objetivo atender à Lei nº 10.650/2003, que dispõe sobre o acesso público aos dados
e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades do Sisnama. Dessa forma, o PNLA possibilita a
transparência dos processos e fortalece o controle social.
O Portal disponibiliza diversas informações sobre: procedimentos de licenciamento ambiental; licenças
em andamento e já emitidas nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, com os dados dos
empreendimentos; marco legal; publicações e eventos de capacitação em temas de interesse do licenciamento.
Grande parte dos impactos socioambientais municipais ocorre nas cidades. A publicação
Licenciamento ambiental para o desenvolvimento urbano: avaliação de procedimentos e
instrumentos faz uma análise crítica do licenciamento no meio urbano, em especial quanto ao
uso de áreas de vulnerabilidade ambiental para assentamentos. Esse artigo está disponível no
curso digital (dentro da Plataforma de Ensino).
Verifique se o seu município emite licenças ambientais. Se sim, que tipos de licenças
são concedidas?
50
Monitoramento ambiental
Compartilhe com seus colegas de curso as dúvidas e os desafios que você enfrenta em
seu município em relação ao licenciamento ambiental. Analise, em especial, como
ocorrem os licenciamentos no meio urbano. Há atividades e/ou empreendimentos em
áreas que apresentam vulnerabilidade ambiental? Como esse fato é tratado pelos
órgãos ambientais?
A Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) é um processo que visa identificar as mudanças socioambientais
que decorrem da realização de atividades ou empreendimentos. Os estudos realizados como parte da AIA
referem-se tanto ao meio físico quanto aos meios biótico, econômico e social. Conforme a Resolução Conama
01/1986, esses estudos definem como a alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente que afetam: A saúde, a segurança e o bem-estar da população; As atividades sociais e econômicas; A
biota; As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e A qualidade dos recursos ambientais.
Os procedimentos adotados para acompanhamento e monitoramento ambientais consistem:
No recebimento e na análise dos relatórios de monitoramento ambiental elaborados pelo
empreendedor;
Na realização, pelo próprio órgão ambiental, de vistorias ao empreendimento ou atividade.
Com base na atividade de fiscalização, são elaborados relatórios, com emissão de pareceres técnicos que
atestam a eficácia das medidas de controle adotadas ou apontam a necessidade de aprimoramento das mesmas,
comunicando oficialmente ao empreendedor a necessidade de revisão do seu programa de monitoramento.
Caso sejam constatadas irregularidades, aplicam-se as penalidades previstas em lei.
É importante frisar, no entanto, que o monitoramento não ocorre apenas em empreendimentos e
atividades licenciadas. Na vida do município existem inúmeras situações em que as ações de monitoramento
das condições ambientais locais ocorrem por meio dos órgãos ambientais das diferentes esferas, mas também
de instituições de pesquisa, grupos organizados de cidadãos, estudantes, ONGs, em iniciativas que podem ser
fundamentais para a garantia da qualidade de vida e da qualidade ambiental da população.
Nos municípios amazônicos, por exemplo, são comuns as atividades de monitoramento de lagos nos
períodos de defeso, quando a pesca é proibida. Tais atividades são realizadas pelas próprias comunidades para
impedir a entrada de pescadores que pretendem descumprir a lei. Nos grandes centros urbanos, é comum a
coleta de dados sobre a qualidade do ar, uma típica medida de monitoramento ambiental.
51
Fiscalização
A fiscalização ambiental significa o exercício do poder de polícia previsto na legislação. Poder de polícia
é a faculdade que dispõe o poder público para condicionar e limitar o exercício de direitos individuais em prol
do bem comum. Com base em medidas preventivas e repressivas, busca-se garantir a conservação do meio
ambiente para a coletividade.
No âmbito do licenciamento, a atuação da equipe de fiscalização mostra-se fundamental. Destina-se a
impedir o estabelecimento ou a continuidade de atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, ou ainda
aquelas que estejam sendo realizadas em desconformidade com o que foi autorizado pelo órgão ambiental.
Tal medida ocorre por meio de inspeções realizadas nas instalações de empreendimentos, da verificação
dos documentos perante o órgão ambiental (se possui licença ambiental, se esta encontra-se dentro do prazo
de validade etc.), ou mesmo mediante a checagem dos pontos críticos nas instalações, os quais apresentem
riscos de provocar degradação ambiental. A LC 140 abre a possibilidade do órgão ambiental municipal intervir
até mesmo em atividades e empreendimentos licenciados pelo Estado ou União. Isso pode ocorrer nas seguintes
circunstâncias:
As multas, apreensões, embargos, interdições, entre outras medidas de coerção, envolvendo ou não
ressarcimento em dinheiro, buscam induzir mudanças de comportamento e servir como exemplo para outros
potenciais infratores. O objetivo é desencorajar práticas lesivas ao meio ambiente, induzindo a adoção de
comportamentos socioambientalmente responsáveis e em conformidade com a legislação.
A Lei nº 9.605/1998 (de crimes ambientais), regulamentada pelo Decreto nº 6.514/2008, define as
competências para lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para apurar a infração.
Para garantir ampla defesa do meio ambiente, a competência de fiscalização ambiental é compartilhada com os
demais entes da federação, estados, municípios e Distrito Federal, integrantes do Sisnama (IBAMA, 2017).
Segundo Marçal (2003), uma vez que constatada a infração ambiental pela autoridade competente, esta
é obrigada a promover a sua apuração imediata, sob pena de corresponsabilidade, tendo a lei imputado severas
sanções ao administrador, que poderá ser responsabilizado administrativa, penal e civilmente. O Artigo 2º do
Decreto nº 6.514/2008 relaciona as sanções administrativas aplicáveis à infração ambiental:
Advertência;
Multa simples;
Multa diária;
52
Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos e subprodutos
objetos da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados
na infração;
Destruição ou inutilização do produto;
Suspensão de venda e fabricação do produto;
Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas;
Demolição de obra;
Suspensão parcial ou total das atividades;
Restritiva de direitos.
O Fundo Municipal do Meio Ambiente, caso esteja operante no município, é a instituição encarregada
de receber os recursos provenientes da cobrança das multas relativas às infrações, como determina o Art. 73,
da referida lei.
A Fiscalização Preventiva Integrada tem sido uma opção para reunir equipes de diversos
órgãos em defesa do patrimônio ambiental, paisagístico e cultural dos vales do São
Francisco e do Paraguaçu, na Região Nordeste. Veja como funciona acessando o link:
https://www.youtube.com/watch?v=KLZnsq_JMGg.
53
Educação ambiental
[...] processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade
de vida e sua sustentabilidade” (Lei nº 9.795/1999, Artigo 1º).
Ao definir as obrigações dos diversos atores sociais (poder público, instituições educativas, meios de
comunicação de massa, empresas, entidades de classe etc.), a Lei nº 9.795/1999 incumbe, explicitamente, os
“órgãos integrantes do Sisnama de promoverem ações de educação ambiental integradas aos programas de
conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente” (Art. 3º, inciso III).
Com base nessa atribuição, os programas de educação ambiental devem ser integrados às atividades de
conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras, de gerenciamento e gestão de resíduos sólidos, de gerenciamento costeiro, de
gestão de recursos hídricos, de clima, de ordenamento dos recursos pesqueiros, de manejo sustentável de
recursos ambientais, de ecoturismo, de agricultura familiar e agroecologia, enfim, das iniciativas desenvolvidas
por órgãos públicos, em todas as esferas, com vistas à melhoria da qualidade de vida.
A lei dá um passo a mais ao atribuir aos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, de forma conjunta,
o papel de Órgão Gestor da Pnea. O Decreto n° 4.281/2002, que regulamenta a lei, esclarece que esse órgão
é presidido pelos Ministros de Meio Ambiente e de Educação ou por quem for designado a representá-los. Com
isso, abre a possibilidade de importantes articulações entre as duas pastas em âmbitos estaduais e municipais,
potencializando o raio de ação da educação ambiental.
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Compreendendo também que a educação ambiental necessariamente
deve envolver outros setores, o Órgão Gestor da Pnea dispõe de um Comitê
Assessor, instância multisetorial constituída por 13 representantes de diversas
instituições, entre as quais a Associação Nacional dos Municípios e Meio
Ambiente (Anamma) e a União dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), vinculadas aos municípios.
Com base na determinação da Lei, foi elaborado o Programa Nacional
de Educação Ambiental (Pronea). Esse programa propõe uma dinâmica
integrada para a educação ambiental formal e não formal, bem como para as ações do governo em suas distintas
esferas e as iniciativas da sociedade civil. Alinhado com as diretrizes de fortalecimento do Sisnama e da
participação popular, foram criadas as Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental (CIEA).
As CIEAs são instâncias colegiadas instituídas pelo poder público estadual e destinadas à coordenação
das atividades de educação ambiental no âmbito do estado. Sua missão é propor diretrizes para a Política e o
Programa Estadual de Educação Ambiental, coordenando, fortalecendo e interligando as atividades relacionadas
a essa área temática.
Essas Comissões já tornaram-se uma realidade na maioria dos estados brasileiros e são formadas por
representantes do poder público e da sociedade civil. Por sua característica e missão, recomenda-se a criação
de instâncias similares também nos municípios. Alguns deles já criaram as chamadas Comissões
Interinstitucionais Municipais de Educação Ambiental (Cimea), que possuem coordenação compartilhada por
representantes das áreas de meio ambiente e de educação das prefeituras municipais.
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Implementando a educação ambiental no município
As recomendações a seguir foram colhidas durante os diversos encontros nacionais promovidos pelo
Órgão Gestor da Pnea com o seu Comitê Assessor e CIEAs de todo o Brasil. Algumas delas, em formato de passo
a passo, indicam como formalizar e promover a educação ambiental no município, como componente
indispensável das políticas ambientais. Tais como:
Criar a Cimea, incluindo os distintos setores interessados (ONGs, movimentos sociais, instituições de
ensino e pesquisa, integrantes de associações de classe, sindicatos, associações patronais, empresas etc.)
e tendo como um dos seus objetivos a elaboração da proposta lei municipal de educação ambiental;
Aprovar a lei que institui a Política Municipal de Educação Ambiental, definindo suas competências,
normas e critérios, em consonância com a Lei nº 9.795/1999. Recomenda-se que a lei estabeleça o
compartilhamento do Órgão Gestor da Política entre as áreas de Meio Ambiente e de Educação da
Prefeitura, tal como ocorre em âmbito federal. A criação da lei é importante para consolidar a existência
de instâncias dedicadas à educação ambiental na estrutura dos órgãos municipais, independentemente
da vontade desta ou daquela administração;
Criar uma instância no Órgão Ambiental Municipal (seja departamento, coordenação ou divisão de
educação ambiental ), dotando-a de infraestrutura e pessoal necessário para a execução de planos,
programas e projetos de educação ambiental;
Inserir recursos específicos para a educação ambiental no Plano Plurianual (PPA), na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e Lei de Orçamento Anual (LOA);
Criar e aplicar indicadores de monitoramento e avaliação de programas, projetos e ações de educação
ambiental;
Promover formação continuada em educação ambiental das equipes gestoras e técnicas do órgão
ambiental, bem como sensibilizar os demais órgãos da esfera governamental municipal para o
compromisso de promover a educação ambiental nas políticas de cada setor;
Articular as ações municipais de educação ambiental com redes e outros órgãos públicos estaduais e
federais que atuam no município;
Estimular a educação ambiental nas escolas por meio das seguintes iniciativas:
O incentivando parcerias entre a Prefeitura, o setor empresarial e as organizações não governamentais
para implementação de programas, projetos e ações de educação ambiental nas escolas.
Incluindo essa área, como atividade permanente, no Projeto Político
Pedagógico (PPP) das escolas;
Favorecendo articulação entre as instâncias que congregam a comunidade
escolar, como as Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida
(Comvida), os Conselhos Escolares e os Grêmios Estudantis.
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Mobilizar, sensibilizar e apoiar a população, a partir dos territórios, para a participação em fóruns de
educação ambiental, bem como das conferências de meio ambiente e de educação (incluindo a
Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente). Ao mesmo tempo, criar e fortalecer redes
locais, estaduais, regionais e temáticas de educação ambiental, estimulando o controle social sobre as
políticas ambientais.
Que ações poderiam ser desenvolvidas em parcerias com esses grupos para reforçar a
participação e o controle social sobre as políticas ambientais?
A maioria dos municípios, especialmente os de menor porte, possui dificuldade em dar conta de todas
as atribuições descritas anteriormente. Cresce no país a compreensão de que as associações intermunicipais
reúnem melhores condições para prestar serviços públicos em questões que ultrapassam as fronteiras
municipais. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Munic/IBGE, entre 2011 e 2015, subiu de
3.295 (59,2%) para 3.691 (66,3%) o número dos municípios que informaram integrar consórcios públicos.
As formas mais comuns de associações de municípios são os consórcios e as redes. Tais arranjos
constituem soluções para que as prefeituras enfrentem as missões, funções e encargos que lhes cabem
atualmente, sem o risco de terem que aumentar desproporcionalmente a sua máquina administrativa.
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Organizados, os municípios também podem influir de forma mais consistente em defesa de seus interesses junto
às demais esferas da Federação.
Consórcios
Por meio desse instrumento, que pode adquirir diversas personalidades jurídicas, municípios vizinhos
solucionam seus problemas comuns dividindo responsabilidades administrativas e somando recursos humanos,
financeiros e de infraestrutura na implementação de políticas públicas ambientais.
A figura do consórcio está prevista no artigo 241 da Constituição Federal e materializou-se na Lei nº
11.107/2005. A chamada Lei dos Consórcios Públicos, regulamentada pelo Decreto nº 6.017/2007, estabelece
normas gerais e confere segurança jurídica para a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios
consorciarem-se na realização de objetivos de interesse comum.
Os consórcios públicos permitem tanto a cooperação horizontal (entre municípios) como a vertical (dos
entes federados). No Brasil, os consórcios intermunicipais têm se estruturado por meio de:
Convênios de cooperação, ou seja, mediante um simples contrato administrativo que formaliza o acordo
de vontades ou;
Formalização institucional, como sociedade civil sem fins lucrativos, fundação privada ou sociedade de
prestação de serviços mútuos.
Os consórcios mais comuns são os que ocorrem nas áreas de saneamento, transportes, infraestrutura de
energia elétrica e saúde. Na área ambiental, a formação de consórcios intermunicipais tem sido uma alternativa
viável para fazer frente aos custos, muitas vezes elevados, de ações como o licenciamento ambiental ou a
realização de estudos mais complexos visando ao diagnóstico da realidade local e regional. Pela sua natureza
cooperativa, essas formas de associação representam também interessantes canais para a implementação dos
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Veja o Módulo 01 deste curso).
Redes
De caráter mais fluido, as redes demandam apenas a existência de objetivos compartilhados e regras de
funcionamento estabelecidas consensualmente. Pode ou não haver diferenças de responsabilidades entre os
diferentes membros, e costuma-se formalizar um núcleo facilitador encarregado de fazer circular a informação,
prover suporte administrativo e prestar apoio técnico e operacional.
No âmbito municipal, são comuns as redes que reúnem setores da sociedade civil, organismos públicos
e privados em torno de objetivos, tais como a troca da competitividade pela complementaridade econômica.
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Dessa forma, cidades com vocações econômicas similares tornam-se parceiras do desenvolvimento regional. É
o caso das cidades históricas, que formam redes de cooperação envolvendo administrações municipais, setor
hoteleiro, organizações de artistas e outros interessados na montagem de circuitos turísticos. Dessa forma,
compartilham custos de divulgação de seus atrativos e ampliam o alcance de suas ações.
Há também as redes que se formam para o planejamento estratégico das cidades e para a sua
implementação efetiva, ou os fóruns realizados em diversas áreas, como saúde, educação etc. As redes de
prefeitos e vereadores possibilitam a interferência direta na produção de leis e nas políticas governamentais do
estado e da União, potencializando a capacidade de negociação das prefeituras em relação aos demais poderes
constituídos.
A Rede Nossa São Paulo é formada por mais de 700 instituições civis do município de São
Paulo. Conheça o seu funcionamento no site: http://www.nossasaopaulo.org.br/institucional.
Levante as questões locais que podem ter soluções a partir da associação com outros
municípios.
Identifique as forças sociais que podem ser mobilizadas para facilitar o diálogo entre
prefeitos, de forma a consolidar parcerias na resolução de problemas comuns.
Verifique também qual tipo de associação pode ser mais favorável para esse trabalho:
consórcio ou rede.
Caro(a) participante, chegamos ao final da última unidade deste módulo. Vimos até aqui que ao assumir o seu
papel constitucional de cuidar do meio ambiente, o município responsabiliza-se por diversas atribuições, como
aquelas vinculadas à avaliação de impacto ambiental, ao licenciamento de atividades e empreendimentos
potencialmente causadores de impactos, ao monitoramento, à fiscalização e à educação ambiental. Todas essas
ações entrelaçam-se e, quando tratadas com enfoque sistêmico, tornam mais complexa e eficaz a gestão
ambiental municipal.
Vimos que o licenciamento ambiental é seguramente o maior desafio enfrentado pelos municípios.
Mas ao assumir essa tarefa, o município dá largos passos em direção a compatibilizar o desenvolvimento do seu
território com a conservação dos recursos ambientais. Vimos também que a instituição da LC 140/2011 facilitou
a definição da abrangência da atuação municipal, conferindo mais agilidade para o licenciamento de pequenos
e médios empreendimentos e atividades de impacto local.
Outra importante atribuição do município é a educação ambiental. A Lei nº 9.795/1999 incumbe “[...]
os órgãos integrantes do Sisnama de promover ações de educação ambiental integradas aos programas de
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conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente”. A Política Nacional de Educação Ambiental dispõe de
mecanismos como o Órgão Gestor, o Comitê Assessor e a CIEA que podem inspirar a estruturação das políticas
locais, bem como as diversas recomendações colhidas no âmbito de encontros da comunidade de educadores
e educadoras ambientais.
Por fim, vimos também que é possível agregar as municipalidades em torno de objetivos comuns por
meio de consórcios intermunicipais e redes de municípios. Tais formas associativas permitem que sejam
realizadas ações de difícil execução, caso fossem empreendidas de forma isolada. Além disso, possibilitam maior
cooperação entre as instâncias do Sisnama, tornando mais eficaz a gestão ambiental com enfoque territorial e
sistêmico.
Até mais.
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