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Conceitos Básicos
▪ Fármaco/Droga: Substância química de estrutura conhecida, que produz um efeito biológico, que
pode ser benéfico ou não. Não criam funções, apenas modificam funções orgânicas pré-existentes
▪ Medicamento: Associação de um ou mais fármacos (princípios ativos) com outras substâncias que
tornam seu uso mais conveniente
▪ Remédio: Qualquer dispositivo usado na tentativa de curar a doença ou aliviar um sintoma
▪ Farmacodinâmica: Princípios básicos dos fármacos, como eles
atuam para gerar seus efeitos. Estudo do que o fármaco faz
com o corpo
▪ Farmacocinética: caminho que um fármaco percorre desde
que entra no corpo, até ser eliminado. Estudo do que o corpo
faz com o fármaco
Compartimentos corporais
▪ Intravascular: compartimento central
▪ Intracelular + intersticial: compartimento periférico
Classificação dos medicamentos
▪ De Marca: primeiro medicamento fabricado com tal princípio ativo
▪ Similar: princípio ativo igual ao de marca, lançado antes de ser liberado o genérico, possui nome
comercial diferente ao de marca
▪ Genérico: não tem nome comercial, apenas o do princípio ativo
▪ Controlados: somente comprado com receita obrigatória
e retida na farmácia
Apresentações farmacêuticas dos fármacos
▪ Cápsula ▪ Drágea
▪ Cápsula gelatinosa ▪ Xarope
▪ Comprimido ▪ Solução de suspensão
Vias de administração
▪ Via oral (VO): uso interno, administrado pela boca Vias Enterais: Absorção no
▪ Via sublingual (SL): administrado na boca, sem ser deglutido trato gastrointestinal
▪ Via retal: administrado pelo ânus, na forma de supositório
▪ Via intravenosa: administrado nas veias, antibióticos, antineoplásicos
vitamina C e glicose
▪ Via intramuscular: administrado dentro do músculo. Ex: antibióticos,
hormônios e antiinflamatórios
▪ Via subcutânea: administrado abaixo da derme. Ex: insulina, heparina Vias Parenterais: Absorção
▪ Intra-articular: administrado dentro das articulações. Ex: corticóides fora do intestino
▪ Intra-dérmica: administrado dentro da epiderme. Ex: testes
▪ Via inalatória: administrado através da inspiração e absorvida nos pulmões
▪ Vias Epitelias: cutânea, transdérmica, mucosa nasal, córnea e vagina,
podem ser usadas de forma tópica, mas pode apresentar absorção sistêmica
- Creme: usado em infecção aguda - Gel e colírio
- Pomada: usado em infecção crônica
FARMACOCINÉTICA: É dividia em:
1. Absorção
2. Distribuição
3. Metabolização ou biotransformação
4. Eliminação
INGERIDO
ELIMINAÇÃO (rim)
ABSORÇÃO
▪ Etapa em que o fármaco chega na circulação sanguínea para ser distribuído para o resto do corpo
▪ Se a via de administração for via oral, o fármaco necessita atravessar o epitélio do trato
gastrointestinal, endotélio vascular e as membranas celulares do sítio de ação. Isso pode se dar das
seguintes maneiras:
- Difusão direta ou passiva: não há gasto de ATP, depende do gradiente de concentração
- Transporte mediado por proteínas de superfície da membrana da célula
Difusão facilitada: processo passivo, sem gasto de energia que acontece a favor do gradiente
de concentração
Transporte ativo: processo ativo, que ocorre através de bombas, com gasto de ATP,
independe do gradiente de concentração
▪ As membranas celulares possuem bicamada lipídica, e os fármacos para atravessá-las, devem estar
não ionizados, ou seja, não polarizados (lipossolúveis)
▪ Por mais que exista um pouco de absorção de fármacos ácidos no estômago, a superfície de contato
desse órgão é pequena e devido às células secretoras que se encontram nas mucosas, existe maior
dificuldade de absorção, por isso, a maioria dos fármacos são absorvidos no intestino
▪ Exemplo:
Aspirina (AAS) Estômago (pH ácido) não ioniza, permanece apolar (lipossolúvel) ABSORÇÃO
Ácidos fracos em meio ácido ficam apolar (lipossolúvel) ABSORVIDOS
Bases fracas em meio ácido se ionizam (hidrossolúveis) NÃO ABSORVIDO
Ácidos fracos em meio básico se ionizam (hidrossolúveis) NÃO ABSORVIDO
Bases fracas em meio básico ficam apolar (lipossolúvel) ABSORVIDOS
DISTRIBUIÇÃO
▪ O fármaco ao entrar na corrente sanguínea, se liga com proteínas plasmáticas e inicia seu transporte
▪ O fármaco ligado a proteína albumina fica sem ação, não age nos receptores e nem é metabolizado
▪ Pode ocorrer competição pela proteína, entre dois fármacos
MEIA VIDA ou T1/2
▪ Indica o tempo em que a concentração do fármaco reduz à metade do seu valor inicial
▪ Exemplo:
BIODISPONIBILIDADE
▪ A fração administrada que vai efetivamente chegar na circulação sistemica (fração ativa)
▪ Depende da meia vida
▪ Medicamentos similares, ambos com mesma dosagem, podem ter biodisponibilidade diferente,
dependendo da tecnologia farmacêutica
▪ Ela é total quando o fármaco é administrado via IV
▪ Pelas outras vias de administração, a biodisponibilidade varia
BIOEQUIVALÊNCIA
▪ Dois fármacos que apresentam a mesma resposta terapêutica
BIOTRANSFORMAÇÃO
▪ Ocorre em duas fases
▪ A fase 1:
- Realizadas principalmente no fígado
- São catabólicas, que tem por objetivo inserir grupos funcionais na molécula do fármaco
- Resultando em um metabólito mais polar, mais hidrossolúvel e mais fácil de ser excretado
- O objetivo dessa fase é facilitar a eliminação do fármaco
- Porém algumas vezes, o metabólito torna-se mais ativo que o fármaco original
- Como esta fase ocorre no interior do hepatócito (retículo endoplasmático liso) o fármaco
necessita ser lipossolúvel o bastante para penetrar pela membrana plasmática
▪ A fase 2:
- Processos anabólicas que envolvem a conjugação com outros componentes, tornando os
metabólitos em compostos inativos
- Existem alguns produtos das reações de fase 2 que continuam ativos, mesmo depois da
conjugação
- Os principais grupamentos da reação de fase 2 são o glicuronil, sulfato, metil e acetil
▪ A insuficiência hepática reduz as reações de biotransformação e causam acumulo do fármaco no
organismo – toxicidade
REAÇÕES DE OXIDAÇÃO E CITOCROMO P-450
▪ O P-450 é um sistema enzimático, pertencente a uma família de enzimas oxidativas, existentes no
sistema microssomal do fígado
▪ Existem cerca de 100 isoenzimas do Citocromo P-450 que são agrupadas em famílias – CYP.
▪ Nos humanos, são três famílias CYP que, metabolizam a maioria dos fármacos utilizados na
terapêutica
▪ Exemplo:
A CYP1A1, metaboliza a Teofilina usada na asma
A CYP2CP, metaboliza o Ibuprofeno, a Fenitoína e Tolbutamida
A CYP2C17, metaboliza o Omeprazol
▪ Alguns fármacos de uso contínuo, como por exemplo o Fenobarbital, Fenitoína e Griseoefulvina
podem induzir o P-450, aumentando a taxa da síntese no fígado
▪ Esses fármacos podem acelerar a metabolização de outros fármacos se administrados
concomitantemente
EXCREÇÃO
▪ A via mais importante para a eliminação de fármacos no organismo é a excreção renal, mas existe
também excreção biliar, pulmonar, pelo suor e leite materno
▪ A excreção renal ocorre através dos néfrons, após serem metabolizados no fígado ou por enzimas
plasmáticas, os metabólitos resultantes dos fármacos são levados até os rins pela circulação
▪ Os processos de excreção renal são, a filtração glomerular, secreção tubular ativa e difusão passiva
através da membrana tubular
FILTRAÇÃO GLOMERULAR
▪ Os metabólitos para serem filtrados no glomérulo não podem estar acoplados a proteína ou ter
peso molecular maior que 20.000 D
▪ Certa quantidade do fármaco que foi filtrado, pode ser reabsorvido e retornar à circulação
▪ Exemplo: Antibióticos aminoglicosídeos – Gentamicina
SECREÇÃO TUBULAR ATIVA
▪ Os fármacos que não são filtrados no glomérulo, chegam até os capilares peritubulares
▪ As moléculas dos fármacos são transportadas para o lúmen do túbulo renal por transporte ativo,
através de proteínas transportadoras
▪ Uma vez, no lúmen do néfron, essas substancias serão eliminadas pela urina
DIFUSÃO PASSIVA ATRAVÉS DA MEMBRANA TUBULAR
▪ Os fármacos que não são filtrados no glomérulo, chegam até os capilares peritubulares
▪ As moléculas dos fármacos são transportadas para o lúmen do túbulo renal por transporte passivo,
sem gasto de ATP
▪ Uma vez, no lúmen do néfron, essas substancias serão eliminadas pela urina
1 – Filtração
2 – Reabsorção
3 – Secreção
4 – Urina
INSUFICIÊNCIA RENAL
▪ Doenças como diabetes podem causar insuficiência renal, o que influenciará negativamente o
processo de excreção renal dos fármacos
▪ Para o tratamento desses pacientes, o clínico deve indicar as provas de função renal, antes de
prescrever algum fármaco
▪ O teste da depuração da creatinina é útil para avaliar a função renal
▪ O valor da creatinina normal (urina) = 16 a 26 mg/kg/24 h
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA
▪ O fígado é responsável pelo metabolismo dos fármacos
▪ A insuficiência hepática reduz a metabolização e causa variações na excreção dos metabólitos pelos
rins
▪ O clearence hepático depende do fluxo sanguíneo que passa pelo órgão, ou seja, cerca de, 1,5L/
minuto
FARMACODINÂMICA: É dividida em:
▪ Estudo das moléculas “alvos” para os fármacos
▪ Receptores e seus tipos
▪ Interação Fármaco/Receptor - Regulação dos Receptores
▪ Curva Dose/Resposta (aspectos quantitativos) e conceito de eficácia de um fármaco
▪ Agonistas e Antagonistas Farmacológicos
RECEPTORES
▪ São os “alvos” para ação de fármacos no organismo
▪ Atuam como elemento sensores da comunicação química das células
▪ A interação entre um fármaco com receptor especifico, não cria uma função. Apenas modifica uma
função pré-existente
▪ A ligação da droga com o receptor obedece a lei da Ação das Massas
▪ Em um estado de equilíbrio, a ocupação do receptor está relacionada com a concentração da droga
administrada
▪ Quanto maior a afinidade da droga pelo seu receptor, menor será a concentração necessária para
produzir um determinado efeito na célula
▪ A ligação droga-receptor pode ser por ligação iônica, ponte de hidrogênio e ligação covalente
▪ Podem ser classificados em:
- CANAIS IÔNICOS
Denominados ionotrópicos
Encontrados em sinapses e participam de respostas fisiológicas rápidas
São formados por proteínas oligoméricas
A ligação do fármaco com o receptor causa abertura do canal iônico
Exemplos: Receptor nicotínico para acetilcolina (ACh), receptor para o GABA (GABAa),
receptores para serotonina (5HT3)
CURVA DOSE/RESPOSTA
▪ O efeito máximo de um fármaco administrado numa determinada dose representa sua eficácia
POTENCIA
▪ Diz-se que um fármaco é mais potente que outro, quando este produz o mesmo efeito máximo,
quando administrado em dose menor
ANTAGONISTAS E AGONISTAS
▪ As drogas que atuam através de receptores podem ser:
- Agonista: Fármacos que se ligam aos receptores e simulam os efeitos dos compostos
endógenos
Existem dois tipos de agonistas:
Completos: conseguem uma resposta de 100% do receptor quando ligados ao mesmo
Exemplo: Salbutamol (broncodilatador) atua como agosta da noradrenalina nos
receptores Beta2, promovendo a broncodilatação
Parciais: independente da dose utilizada, não conseguem obter uma resposta total do
receptor
- Antagonista: Quando se liga ao receptor sem causar alterações funcionais na célula. Apenas
inibe a ação de um agonista endógeno.
Existem dois tipos de antagonistas:
Competitivos:
Fármacos que se ligam aos receptores bloqueando o sítio de ligação do
agonista, devido a competição entre o agonista e o antagonista pelo receptor
Normalmente os antagonistas apresentam maior afinidade pelos receptores
no que comparado aos agonistas do mesmo receptor
Sendo assim, os antagonistas competitivos podem deslocar o agonista
correspondente de seu sitio de ligação
Não competitivos
Trata-se, na verdade, de agonistas de um sistema de receptores diferente, no
qual produz os efeitos fisiológicos opostos aqueles produzidos pelo agonista
inicial
Exemplo: Atropina colírio, bloqueia a ação da acetilcolina, tendo efeito midriático
DESSENSIBILIZAÇÃO OU TAQUIFILAXIA
▪ Em algumas situações terapêuticas, a ação e o efeito de um fármaco pode declinar gradualmente
com seu uso contínuo
▪ Esse fenômeno indesejável aparece rapidamente, fato que não ocorre com a tolerância, que demora
alguns meses para se instalar
▪ Outros termos são utilizados para definir a Dessensibilização ou Taquifilaxia – “refratariedade ao
fármaco” ou “resistência ao fármaco”
▪ Muitos mecanismos podem dar origem a dessesibilização:
BIOENSAIO
▪ Define por meio de estimativas como um fármaco causa seus efeitos a partir de uma dose
administrada
▪ Sua aplicação prática se justifica para:
- Medir a atividade farmacológica de um novo fármaco
- Investigar a função dos mediadores endógenos envolvidos
- Medir a toxicidade da nova droga em desenvolvimento
- Avaliar as dosagens mais adequadas para terapêutica
▪ Planejamento de bioensaio
- Considerando que a variação biológica é o maior problema em um bioensaio, o planejamento
deverá minimizar erros decorrentes da variação biológica e estabelecer os limites do erro
possível
ÍNDICE DE SEGURANÇA
▪ Técnica simples para se medir a toxicidade de um fármaco e relacionar sua dose letal DL 50 com sua
dose efetiva terapêutica DE50
▪ Quanto mais próximo de 1 for o IT, mais tóxica será a droga
▪ A DL50 e o IT para muitos fármacos novos ainda são avaliados em animais de laboratório
▪ Depois dos testes em animais, com resultados estatisticamente confiáveis, ainda existe os testes em
humanos, obedecendo, todos os princípios éticos (comissões de ética)