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Operação do Pré-Associado

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Ordre Martinistes Souverains
Operação para o Pré-Associado, © 2018, versão 1.0
Autorizado pelo Grand Conseil des Supérieurs Inconnus,
Equinócio Outonal, 2018

The G.·.C.·.S.·.I·.·
Grand Master Sâr Cœur de la Croix
Vice Grand Master Sâr Anastasius de la Croix
Grand Chancellor Sâr Roboris de la Croix
S x I x G x I x, S:::G::R, GP, a

Este documento é propriedade da Ordre Martinistes Souverains


O proprietário está consignado a devolvê-lo à Ordre, caso ele ou ela a abandone, seja expulso ou
morra. Além disso, ele ou ela deverá notificar seus parentes próximos sobre este acordo para que a
Ordem possa buscar o documento, se for necessário.

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CONTEÚDO
INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………………………………………………….. 4
CURRICULUM PRÉ-ASSOCIADO………………………………………………………………………………………………… 5
Tempo…………………………………………………………………………………………………………..………………. 5
Trabalho Mágico e Insígnias Necessárias…………………………………………………………………………………………….. 5
Estudo intelectual.………………………………………………………………………………………………………………… 5
A Respeito da Documentação………………………………………………………………………………………………………. 6
I. TEORIA……………………………………………………………………………………………………………………………... 7
MEDITAÇÃO………………………………………………………………………………………………………………………….. 8
Contexto…………………………………………………………………………………………………………………………. 8
Propósito………………………………………………………………………………………………………………………… 8
Técnica & Método………………………………………………………………………………………………………………... 9
Postura Corporal…………………………………………………………………………………………………………………. 10
Técnicas Respiratórias……………………………………………………………………………………………………………... 11
MEDITAÇÃO – NÃO-SER……………………………………………………………………………………………………………. 12
CONCENTRAÇÃO……………………………………………………………………………………………………………………. 15
APLICAÇÃO INDIVIDUAL………………………………………………………………………………………………………….. 16
CONTEMPLAÇÃO……………………………………………………………………………………………………………………. 17
COMUNHÃO………………………………………………………………………………………………………………………….. 18
MÁXIMAS & ORAÇÕES PARA CONTEMPLAÇÃO……………………………………………………………………………….. 19
II. PRÁTICA………………………………………………………………………………………………………………………….. 20
A RESPIRAÇÃO QUÁDRUPLA ……………………………………………………………………………………………………... 21
NOTAS SOBRE MEDITAÇÃO N.º 1…………………………………………………………………………………………………. 22
Meditação n.º 1 – O Ponto………………………………………………………………………………………………………… 23
EXERCÍCIOS EM CONSCIENTIZAÇÃO……………………………………………………………………………………………. 24
Exercício 1 – Observação Simples……………………………………………………………………………………….…. 24
Exercício 2A – Supressão de Pensamentos Extrínsecos…………………………………………………………………….…. 25
Exercício 2B – Pensamento em Ponto Único………………………………………………………………………………… 25
Exercício 3 – Consciente no Momento……………………………………………………………………………………… 26
Exercício 4 – Vazio de Pensamento………………………………………………………………………………………... 27
Exercício 5 – Simplicidade do Ser…………………………………………………………………………………………. 27
A CADEIA DE LUZ…………………………………………………………………………………………………………………... 28
INSTRUÇÕES………………………………………………………………………………………………………………………….. 28
O Propósito das Operações Diárias………………………………………………………………………………………………….. 28
Instruções Preliminares………………………………………………………………………………………………………… 28
O Curso do Ritual……………………………………………………………………………………………………………….... 29
O RITUAL……………………………………………………………………………………………………………………………… 30
AS PURIFICAÇÕES DIÁRIAS………………………………………………………………………………………………. 30
A CADEIA DE LUZ………………………………………………………………………………………………………….. 34
ORAÇÃO DOS ÉLUS COËNS………………………………………………………………………………………………. 34
ORAÇÃO DO SENHOR…………………………………………………………………………………………………….... 35
SALMO 91……………………………………………………………………………………………………………………. 35
UMA ORAÇÃO PELA PAZ………………………………………………………………………………………………….. 35
GLORIA PATRI…………………………………………………………………………………………………………….…. 36

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INTRODUÇÃO
Saudações em Luz, Candidato potencial da Ordre Martinistes Souverains,

Por meio de sua própria investigação das correntes e meios iniciáticos trabalhados pela O.·.M.·.S.·.,
você está bem ciente de que nossa Ordre procura criar uma base sólida e equilibrada sobre a qual o
adepto viverá em conformidade com a Tradição Martinista e para a perpetuar. A O.·.M.·.S.·. ensina
através das três manifestações basilares do Martinismo, a saber:

1. Élus Coëns – a magia cerimonial clássica de Pasqually, destinada a purificar e consagrar o


receptáculo humano através da invocação de Seres Divinos & Espirituais e da evocação e
subjugação dos Espíritos Caídos.

2. C.B.C.S. – a filosofia moral de Willermoz, inspirada nas virtudes clássicas e na Cavalaria


Cavalheiresca dos Templários.

3. Via Cardíaca Martinista – inspirada nos escritos de Saint-Martin, o Filósofo Incógnito, e


codificada em um sistema de três graus iniciáticos por Papus.

Através da justaposição do pesado e intenso ritual mágico dos Élus Coëns, do cavalheirismo moral dos
C.B.C.S. e das práticas místicas do Filósofo Incógnito, o candidato é conduzido a uma verdadeira
compreensão da divindade inata dentro de seu próprio ser e recebe, assim, chaves para fazer contato
com seu Santo Anjo Guardião (S.A.G.). Esse processo de henosis (ἕνωσις) é comumente conhecido
como a Grande Obra e é o direito de nascença de cada indivíduo e a tarefa a ser realizada por todos os
iniciados de nossa Ordre.

Para esse fim, torna-se óbvio que buscamos apenas o estudante sincero e determinado ao
considerarmos para iniciação em nossa Ordre. É somente por essa razão que é exigido que você
complete este Curriculum do Pré-Associado antes de ser admitido como Associado Élu na Ordre
Martinistes Souverains. Através deste processo, esperamos instilar duas das necessidades principais a
todos os candidatos no caminho da redescoberta, ou seja, a necessidade de autodeterminação e
disciplina e a necessidade de autoconfiança.

Por meio deste curriculum, exigir-se-á de você completar as meditações e trabalhos por conta própria e
por sua própria determinação, sem supervisão. No entanto, os resultados e as experiências de seus
exercícios devem ser totalmente documentados e submetidos para revisão no final desse período, antes
que você possa ser considerado para a iniciação como Associado Élu. Durante esse tempo, espera-se
que você faça uma avaliação sincera e honesta de sua própria capacidade em ser automotivado e
consistente, ao mesmo tempo em que também se esforça para desfrutar do processo de explorar as
meditações e seu eu interior.

Você notará que os exercícios pertencentes a este curriculum às vezes são vagos e nebulosos. Enquanto
nos Graus da Ordem Externa da O.·.M.·.S.·. o membro trabalha com símbolos e práticas teúrgicas
muito específicas da tradição Martinista, neste momento se exige que o candidato em potencial trabalhe
com sua própria engenhosidade a partir da informação crua, mas essencial, que lhe foi fornecida. Isso
serve para instilar e reiterar que o processo de autodescoberta e revelação requer um compromisso
sério de energia pessoal que é, em essência, uma exploração pessoal da linguagem única entre a mente
consciente e subconsciente de cada indivíduo.

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CURRICULUM DO PRÉ-ASSOCIADO
Tempo
Este Curriculum do Pré-Associado será realizado diariamente durante o período de três meses. Os
resultados e as percepções pessoais obtidas a partir destes trabalhos devem ser inteiramente
documentados e, em seguida, submetidos ao Mestre do Templo e/ou ao Grande Conselho após sua
conclusão e antes de sua iniciação ocorrer.

Trabalho mágico e paramentos necessários


1. Adquira ou crie sua própria túnica Tau branca, ou Alva.
A túnica deve ser usada durante todos os seus trabalhos mágicos e místicos, de modo a
sinalizar para a mente consciente e inconsciente que uma operação espiritual está ocorrendo.
Use o vestir-se e o remover de suas vestes rituais para ajudar a separar-se da sua vida mundana
e criar um espaço pessoal onde o espírito possa se manifestar. A túnica Tau é nomeada assim
pela letra grega "T" de cujo contorno seu desenho é sugerido. É encontrada de forma fácil e
barata on-line ou em loja de trajes ou de ocultismo local.

2. Adquira um diário.
A importância de registrar todos os trabalhos rituais, meditações, experiências e insights não
pode ser suficientemente enfatizada. Independentemente do meio que você escolher, seja em
papel ou em formato eletrônico, certifique-se de formar o hábito de manter seus recursos de
documentação regularmente à mão. Com o passar do tempo e com o aumento de seu
conhecimento e experiências, você se beneficiará em manter copiosas notas para suas próprias
referências.

3. Adquira um altar (se desejar).


Um pequeno altar não é uma requisito necessário, mas ajuda a agir como um elemento
centralizador do seu trabalho. Sua forma e tamanho são deixados a seu critério; ele pode
funcionar como um local sobre o qual você pode colocar uma vela e incenso para todos os
trabalhos.

4. Realize a Meditação n.º 1 diariamente.


A enganosamente simples Meditação do Ponto é de extrema importância no estabelecimento da
fundação para sua futura prática mágica e mística.

5. Realize a Cadeia de Luz semanalmente.


As orações da Cadeia de Luz serão realizadas semanalmente. Essas orações começarão a trazê-
lo para a corrente Martinista e para a Egrégora da Tradição.

6. Realize as meditações específicas e Exercícios em Conscientização em sua


ordem sucessiva diariamente.

7. Submeta uma visão geral de suas experiências documentadas a partir das


meditações e exercícios e de quaisquer entradas no diário para avaliação.

Estudo intelectual
A fim de que você chegue a uma compreensão do sistema fundamental sobre o qual se baseia grande
parte de nossa Ordem, é necessário que você comece os estudos preliminares da Tradição Martinista.

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Os livros exigidos, abaixo, podem ser obtidos de forma fácil e barata on-line ou na maioria das livrarias
de ocultismo, enquanto que as publicações da O.·.M.·.S.·. podem ser solicitadas ao Grande Conselho.

1. Bibliografia exigida para estudo:

O Manifesto Público da O.·.M.·.S.·., A Bússola e A Regra da Ordem em 9 Pontos

The O.·.M.·.S.·. Introduction to Martinism Lectures I – V (disponíveis no YouTube)

The Life of Louis Claude de Saint-Martin, The Unknown Philosopher, and the Substance of his
Transcendental Doctrine, de A.E. Waite (sem tradução para o português)

2. Bibliografia recomendada para estudos:

Oitenta Aforismos & Máximas ou O Livro Vermelho, de Louis-Claude de Saint-Martin

10 Orações do Filósofo Incógnito, de Louis-Claude de Saint-Martin

Le Martinisme, de Robert Ambelain

Manifestations of the Martinist Order, de Milko Bogaard (sem tradução para o português)

Em relação à documentação

Como já foi mencionado, de cada candidato e aspirante à O.·.M.·.S.·.. exige-se que manha um diário
completo de suas experiências durante todo o tempo de envolvimento no Curriculum Pré-associado,
independentemente do meio que escolha para essa documentação. Com toda honestidade, o registro no
diário é mais para o benefício do praticante do que de qualquer outra pessoa, ainda que seja necessário
submeter os resultados mais relevantes ao Templo ao qual o aspirante está se candidatando. Isso vem
em benefício da avaliação para que se possa julgar a dedicação e a sinceridade do solicitante.

Para isso, observe bem que cada pessoa tem seus pontos fortes e fracos em relação à nossa Arte, e
todos alcançam graus variados de resultados. Alguns candidatos são naturalmente inclinados a visões
ou respostas emocionais a energias sutis e as documentarão extensamente; outros são menos sensíveis e
adotam uma abordagem mais pragmática do trabalho em mãos. Nenhuma perspectiva tem qualquer
peso sobre a outra – desde que a tarefa em questão esteja sendo realizada com sinceridade,
independentemente de qualquer preconcepção de resultados.

Ao final de três meses, o aspirante deve simplesmente escolher os registros e experiências mais
pertinentes que expressem seu progresso nas meditações e exercícios prescritos. É preferível um
arquivo digitado e enviado digitalmente, seja para o Mestre do Templo local ou para o Grande
Conselho. Lembre-se de que é de suma importância que você exiba um envolvimento completo em
cada faceta de todo o processo.

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Curriculum do Pré-Associado

I. Teoria

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MEDITAÇÃO

Contexto
O termo meditação é um coletivo para o uso sistemático de exercícios mentais e físicos destinados a
praticar (e posteriormente sustentar) a capacidade de rapidamente alcançar e manter um certo estado
mental. Assim, a palavra meditação é tanto uma técnica quanto um fim em si mesma.

A própria palavra vem do latim meditatio – que significa “habitar”, “permanecer” ou “girar em torno” e
é cognata com a raiz latina medius (meio). Isso ocorre porque a prática da meditação é projetada, na
maioria de todas as escolas e culturas que a praticam, para unir a mente e o centro em si mesmo,
residindo em e sobre si mesmo.

É um equívoco comum que a meditação seja uma prática oriental que chegou ao Ocidente nos tempos
modernos. Isso não está correto; no Ocidente, podemos traçar o termo latino até os primeiros cristãos
e, ainda mais além, até a tradição de mistérios judaica.

O Antigo Testamento usa o termo hāgâ (em hebraico: ‫)הגה‬, que significa, literalmente, suspirar, respirar
profundamente ou habitar. Quando a Bíblia Hebraica foi traduzida para o grego, essa palavra se tornou
a palavra grega melete. Quando a Bíblia latina foi traduzida, a palavra melete se tornou meditatio.

O uso da palavra meditatio como parte de um processo gradativo formalizado de meditação remonta ao
século XIII e ao monge Guigo II.

Propósito
A meditação visa treinar a mente, ou consciência, por meio do relaxamento, concentração e foco, de
modo que a consciência aumente o controle sobre si mesma.

Isso causa vários efeitos colaterais positivos, como maior saúde mental, e evoca condições simples,
como paz, clareza, concentração e alegria.

A meditação é uma técnica estilizada que é repetida regularmente para que se atinja um estado
subjetivo.

Esse estado de espírito é logo experienciado como a mente em repouso apropriado, que, muitas vezes,
parece renovada e espantosamente revigorada nas primeiras vezes em que você realmente consegue se
acalmar – não apenas no corpo, mas também mental e emocionalmente.

Este é o nosso estado natural, não afetado por estímulos externos, onde os movimentos internos da
mente, pensamentos, sentimentos e também o ruído apaziguaram-se.

“Eu desejei fazer o bem, mas não desejei fazer ruído, porque sempre senti que o ruído não fazia bem e que o bem
não fazia ruído.”
– Louis-Claude de Saint-Martin

Muitas tradições espirituais ensinam que o estado original do homem era simples, harmonioso e
indivisível, e que o núcleo de nossa consciência ainda é de tal natureza. Ao restaurar a mente a seu
estado original, todo o nosso ser estará mais próximo de nossa constituição holística e unificada, e,
então, poderemos alcançar a capacidade de sulcar através das muitas ilusões e desejos da mente,
acalmando seus ruídos e entrando em comunhão íntima com o Divino, tanto dentro quanto fora de nós

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mesmos.

Aqui não estamos fazendo uma distinção entre a alma, como conceito religioso, ou psiquê, como uma
imagem sensual. Muitos não são cientes de que a psiquê é a palavra grega para alma, e pneuma é a
palavra para espírito. Os primeiros pioneiros da psicologia, assim, escolheram a palavra psiquê com
muito cuidado.

Na vida cotidiana, somos bombardeados por impressões externas; os sentidos nos alimentam o tempo
todo em um ritmo acelerado. Bons e maus encontros com outros homens e mulheres provocam
emoções e pensamentos em nós; uma palavra dura, seja falada ou ouvida, pode criar feridas profundas
com consequências que duram a vida toda.

Nossa consciência, que nasce neste mundo com um mínimo de impressões, é constantemente
sobrecarregada por forças externas que ressoam na alma. Como um mar tempestuoso, é difícil
distinguir pensamentos e sentimentos uns dos outros. O amor é a fonte do ciúme? Ou é o desejo de ser
o único possuidor de algo a verdadeira fonte do amor? Nós criamos estruturas de pensamento a partir
das emoções? Ou começamos a raciocinar para capturar a natureza provisória das emoções?

Não estamos cientes desse caos em nossa consciência diária porque o recalcamos para dentro do
inconsciente. No entanto, é como uma tempestade sem fim na qual apenas notamos as ondas mais altas
que quebram a superfície da água e que atingem as rochas e pedras de nossa consciência desperta. De
vez em quando, velhas forças arrastam formas desconhecidas na praia da vida cotidiana; seres que nem
sabíamos que tinham suas próprias vidas nas profundezas de nossa alma, ou que há muito pensávamos
terem sido subjugados.

Essa tempestade nunca diminui a menos que nos joguemos no oceano para a acalmar.

Mas como podemos fazer isso?

Se você golpear uma onda, ela logo o golpeará de volta. Se você agitar a água em um poço lamacento,
ele nunca clareará.

Se você está procurando por serenidade, você deve primeiro ficar em silêncio!

“Silêncio” é uma palavra que quebra a quietude!

Para alcançar a paz ajuda não falar nem mesmo em seu próprio coração.

Técnica & Método


A meditação como técnica mística é extremamente simples de se aprender, mas uma grande provação
até ser dominada, tendo resultados mais dramáticos se você praticar regularmente.

Você já nasceu com tudo o que precisa para meditar. Você não precisa de velas, incenso ou roupas ou
ferramentas especiais. Todos esses fatores externos estão aí apenas para causar mudanças em sua
consciência cotidiana. A meditação, em si mesma, procura trabalhar diretamente com a consciência em
qualquer forma ou condição.
Se você já tem uma prática, seja de tradições orientais ou ocidentais, nós o encorajamos a continuar
com ela. No entanto, recomendamos que você mantenha sua prática simples.

Postura corporal

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Como a turbulência interna tem impressões sensoriais externas como sua fonte primária, é preciso
primeiro deter os órgãos do corpo, que são os portais dos sentidos. Isso é óbvio; feche os olhos e a
visão ficará suprimida, ache-se imperturbável e a audição ficará desocupada. Limpe seu corpo, boca e
nariz e a percepção do olfato e paladar repousará.

No entanto, isso é mais difícil com as emoções e não menos com a relutância do corpo em ficar quieto.

Muitas tradições de meditação têm posições de sentar semelhantes a fim de acalmar o corpo. Os
caminhos que não se tornaram complicados e sobrecarregados pelos preceitos religiosos e pela
moralização das funções corporais estão igualmente em acordo que faz pouca diferença como você se
posiciona, desde que atenda aos seguintes critérios:

1. Que o corpo esteja com o menor movimento possível.


2. Que não esteja sob dor direta.
3. Que não esteja tão relaxado que você possa cair no sono.
4. Que o fluxo sanguíneo esteja livre e irrestrito, de modo que nenhuma parte do corpo comece a
pulsar e exigir atenção, ou que partes individuais adormeçam e, assim, também exijam atenção.
5. Que a respiração possa fluir livre e fácil.

Em outras palavras, você pode encontrar sua própria posição, mas é recomendável que seja firme e
ereta.

Inicialmente, é bom sentar-se ereto em uma cadeira com as costas retas. Não cruze as pernas e deixe as
mãos repousarem naturalmente sobre as coxas. Se você tiver uma cadeira com encosto, isso pode ser
benéfico. Não descanse nele, mas use-o para saber se você está afundando. (Esse é um fenômeno quase
inevitável quando você começa sua prática de meditação). Essa é a postura tradicional que todos os
Martinistas têm no Templo e, portanto, também pode ser de uso vantajoso na prática pessoal.

Quando o corpo descansar durante a meditação, ele não mais atrairá a atenção de você, e você acabará
por perder a sensação dele. Se praticar com bastante frequência, você chegará a um ponto em que
sentirá uma dor fluente e penetrante e um impulso indescritível para se mover, coçar ou esticar seus
braços e pernas. Devemos notar, no entanto, que também podemos manter nossas meditações e evitar
isso, já que muitas tradições afirmam claramente que a realização final e seu reconhecimento não se
baseiam apenas na meditação.

Caso você deseje dominar esta disciplina, você pode aprender a suportar a dor até que ela passe. Se
você chegar mais longe, descobrirá que o corpo eventualmente mantém sua própria posição com
facilidade, desde que você deseje, e que um mero período curto de tempo na postura lhe proporciona
um relaxamento imediato e desconexão do corpo.

Em todos os momentos em que o corpo se acalmar, ele deve, no entanto, manter-se. Ele digere comida
e fica com fome. Assuma a responsabilidade de responder a essas necessidades indo ao banheiro e beba
algo antes de começar. Uma coisa que você nunca deixará de ter, no entanto, é a necessidade de
oxigênio.

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Técnicas de Respiração
O corpo sempre tem necessidade de oxigênio e, para garantir que a respiração não seja uma distração
nem seja desagradável, a maioria das tradições tem suas próprias técnicas para controlar a respiração.

Com toda a simplicidade, é importante manter uma respiração firme e rítmica, na qual você inspira
lentamente o ar e o deixa lentamente sair dos pulmões. É importante respirar ar suficiente sem
pressionar demais a capacidade pulmonar. O tabaco, a asma e o uso injustificado de incenso são
inibidores naturais das técnicas respiratórias, mas, mesmo assim, são perfeitamente possíveis de serem
superados.

Se você deseja aperfeiçoar sua técnica, explore diferentes métodos antes de escolher uma prática
regular. Você pode tentar respirar pelo nariz enquanto conta de três a cinco segundos; prenda a
respiração pelo máximo de tempo possível e expira pelo mesmo período de tempo. Dependendo da
saúde e da condição física, às vezes pode ser ideal uma duração diferente de inspiração e expiração.

Como na postura, a continuidade é importante. Tanto o corpo como a mente logo se cansam da
repetição e, da maneira mais sutil, tentam persuadi-lo a mudar a técnica, mover o corpo ou desviar seus
pensamentos. Sinta-se à vontade para experimentar todas essas técnicas, mas decida-se antes da
meditação e permaneça nela sem mudanças durante a meditação.

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MEDITAÇÃO – NÃO-SER
Você logo experimentará uma variedade de aspectos importantes de como o corpo e a mente estão
conectados e como se relacionam um com o outro e como eles também têm “padrões de
comportamento” similares. Como mencionado acima, a tendência ao movimento físico quando sentado
ainda é bastante semelhante a como a mente gosta de se mover ao meditar.

Todas as técnicas sensoriais que não estão diretamente relacionadas à postura do corpo ou à respiração,
passam a ser denominadas técnicas de concentração; estas conduzem até a meditação, mas não devem
ser confundidas com a verdadeira meditação.

A meditação é tanto um meio quanto um fim. Quando você estiver em completa paz, a respiração fluirá
ritmicamente por si mesma e você notará que o corpo desaparece do foco da consciência para ser
completamente esquecido.

A mente é então deixada a si mesma e você está livre para perseguir o não-ser além de todos os eventos
e movimentos sensoriais, o que é a meditação real, ou utilizar essa clareza para a contemplação, como
apresentada no próximo capítulo.

Nessa condição, você precisa estar extremamente calmo em relação ao que experencia em si mesmo e,
no começo, não deve tentar interferir em sua experiência.

Você experienciará e observará como os pensamentos e os sentimentos surgem, evoluem e


desaparecem.

Este ciclo é uma observação fundamental nas tradições místicas ocidentais e é expresso pela fórmula do
IAO:

I – Iota – O primeiro movimento

A – Alpha – A extensão do movimento

O – Ômega – O movimento se fecha sobre si e termina.

Em outras palavras: nascimento, vida e morte. Um ciclo que tudo na criação segue, mas que, em sua
forma mais sutil, surge como a raiz de todos os menores movimentos em você próprio.

Idealmente, a meditação deve seguir esse mesmo padrão, no qual você primeiro começa um
pensamento meditativo, permite que ele se desdobre e, em seguida, termina sem dar à luz novos
pensamentos. No completo silêncio que ocorre, você pode, então, encontrar-se numa quietude
absoluta. Se isso puder continuar sem interrupção, você alcançou a verdadeira meditação.

A verdadeira meditação não é como a obra teúrgica do Budismo Vajrayana mágico, ou, na oração,
quando você invoca o Eterno e o Sagrado para ser preenchido por sua presença.

A meditação é o oposto disso e deve, em vez disso, alcançar uma completa extinção de tudo o que não
seja da Luz.

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Os frutos disso e a compreensão dos ciclos de nascimento, vida e morte simbolizados pela fórmula do
IAO estão em toda parte na natureza. Por meio do reconhecimento e contemplação de suas
manifestações, você alcançará uma maior compreensão do Mistério.

Infelizmente, todas as experiências da sua vida e toda a sua formação criaram um padrão sensorial e
corporal de ação e respiração que continuamente dará origem a novos eventos e movimentos da mente.

Mesmo uma prática meditativa curta revelará a você como nossa mente é aparentemente impotente
contra esses fenômenos.

Inicialmente, você logo conseguirá alcançar curtos segundos de paz mental antes de, subitamente,
experienciar o desenvolvimento de novas ideias ou impressões sensoriais. Isso pode acontecer de
repente ou até mesmo levar certo tempo antes que você se dê conta disso.

A todos os momentos em que a meditação é quebrada, chamamos esse fenômeno de “ruptura”.

Existem vários tipos de rupturas:

 Pode ser que o pensamento dê origem a novos pensamentos: IAOIAOIAOI…etc.

 Pode ser que o silêncio seja quebrado por um som na sala em que está sentado e você desperte
da meditação.

 Pode ser que o corpo se enrijeça ou roube atenção.

 De forma súbita, você pode descobrir que começou a sonhar acordado.

 Você pode adormecer se tiver escolhido uma postura muito relaxada.

 Você pode se encontrar perguntando com sua voz interior: “Eu de fato medito agora?”

 Você pode achar que há uma excitação em você no momento em que você alcança a meditação,
e sua voz interior proclama: “Agora eu medito!”

 Rupturas subjetivas, que apenas alguns experimentam; como que, de repente, você percebe que
todos os dias, inconscientemente, ouviu uma música tocando ao fundo; pode-se ouvir
fragmentos de falas intensas de conversas anteriores; ou sinestesia, onde o cérebro cria formas e
imagens de sons da sala ou do corpo, como o pulso.

Nenhum desses fenômenos é perigoso ou sinal de esquizofrenia, mas é o de todo natural “ruído de
fundo” do subconsciente, que lentamente vem à tona quando você afunda ao repousar. Não fique
alarmado ou surpreso com o que acontecer, apenas o aceite em silêncio e o registre para o seu trabalho.

Como você lida com rupturas?

Este é o único desafio que você realmente experimentará em sua vida mística, se você olhar para o
fenômeno da ruptura em um contexto maior. Como mencionado anteriormente, não será possível lidar
com as rupturas por meio do poder. Parar uma emoção com outra sempre criará uma terceira…e,
então, o ciclo continuará. Portanto, é importante não reagir com força quando ocorre a ruptura, mas
admitir calmamente que isso aconteceu e, em silêncio, deixar que ela se esgote antes de novamente
retornar. Inicialmente, a maioria tem rupturas de natureza de devaneio e, quando as percebem, salta

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com tanta força na tentativa de as parar, que acordam por completo da meditação e frequentemente
abrem os olhos.

Ao passo em que se deve alcançar a calma necessária durante um longo período de tempo para deixar
as meditações flutuarem a uma quietude, pode-se distrair ou mesmo superestimular a mente para que a
meditação ocorra.

Essa técnica é chamada de concentração.

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CONCENTRAÇÃO
Parece quase paradoxal ter um pensamento em mente quando o objetivo é esvaziá-la de pensamentos.
Essa também é a chave para entender o vínculo íntimo em nossa prática entre a oração – ou prática
teúrgica – e a meditação. Uma será o contraste da outra. Esse é um fenômeno que será explorado mais
tarde em sua prática meditativa, independentemente da tradição mística que você possa escolher
mergulhar.

Se você acha difícil esvaziar a mente, é igualmente difícil mantê-la quieta para um propósito específico.

Definimos concentração como a capacidade de concentrar toda a consciência em uma única coisa.

É quase arbitrário o que seja essa coisa, desde que você procure se concentrar apenas nela e em nada
mais. O que você escolher pode ser uma imagem, como um simples símbolo geométrico, um triângulo
ou um quadrado etc. No entanto, nunca deve ser um símbolo variável, um homem ou uma forma
mutável; rapidamente, isso poderia levar a mente a criar novas imagens ou engatilhar um devaneio.

Da mesma forma que nas posturas avançadas, você acabará por chegar, se suportar, num ponto crítico
em que é realmente doloroso para a mente se concentrar em apenas uma coisa. Se você não parar, terá
uma disrupção cognitiva mental, uma ruptura da ruptura na qual a capacidade de pensar se torna tão
esgotada que desvanece. Em seguida, segue uma quietude abençoada e contínua a qual você pode,
então, voltar de novo e de novo.

Aqueles que não desejam trabalhar com tais técnicas avançadas podem preferir se concentrar em algo
dinâmico e cambiante.

É óbvio que essa técnica pode, rapidamente, criar novos fenômenos e é preciso trabalhar muito para
conseguir a meditação dessa maneira, mas o resultado será o mesmo. Concentrando-se na respiração,
que em todos os momentos deve ser mantida uniforme e rítmica, pode-se, assim, manter a mente
“ocupada” de modo que ela trave a si na respiração e, eventualmente, esvazie-se. Isso requer uma
prática mais longa do que a mais difícil meditação do não-ser, mas é um caminho mais suave para o
mesmo objetivo.

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APLICAÇÃO INDIVIDUAL
Você é um indivíduo único, com uma fisiologia, uma história e uma psiquê únicas. Você deve encontrar
a técnica mais útil a você mesmo para alcançar a meditação.

O desafio sempre será o de não sucumbir à ilusão de que você dominou a técnica antes que ela seja
feita. Inicialmente, você sempre pensa “isso não foi problema, eu medito agora!” e, neste mesmo
momento, o silêncio é quebrado.

Gaste tempo desenvolvendo suas habilidades de meditação. Em conjunto com o tempo solitário de
autorreflexão na vida cotidiana, os dois métodos simplificam, fortalecem e se multiplicam em paralelo.

A serenidade interior e tranquilidade no Sanctum propagar-se-á em uma vida mais harmoniosa. E uma
vida mais harmoniosa criará menos tempestades internas.

Por favor, faça perguntas sobre o seu trabalho de meditação; aqueles com experiência sempre serão
capazes de ajudá-lo ainda mais, mas use menos tempo falando e mais em silêncio!

“Através do estudo dos livros, busca-se a Deus; pela meditação, encontra-se Ele.”
− Sto. Pio (de Pietrelcina).

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CONTEMPLAÇÃO
A contemplação é, à luz do capítulo anterior sobre meditação, fácil de descrever.

Assim como você precisa refinar sua capacidade de acalmar sua mente, é crucial para um místico poder
pensar com clareza e raciocinar bem. Tanto de si mesmo, seus pensamentos e opiniões quanto sobre os
problemas extremos que discutimos ativamente: vida, morte, o significado destes e como nós
escolhemos viver em consequência de nossas escolhas e de nossas crenças.

A palavra contemplação vem da raiz latina templum. Essa palavra também tem sua origem no grego, na
palavra temnein: cortar ou dividir.

Significa simplesmente separar algo do seu ambiente e o definir. Podemos aprender algo ao saber que
essa também é a raiz da palavra templo, um santuário separado das massas.

Contemplação é a capacidade de começar com uma ideia ou problema e depois levar o problema ou a
ideia à sua conclusão. Pode ser fácil ou indescritivelmente difícil, dependendo da complexidade dos
fatores que os influenciam ou da solução que procuramos.

Meditação e contemplação andam de mãos dadas, mas sob nenhuma circunstância são o mesmo!

A meditação é a aniquilação do ciclo de desenvolvimento sem fim do pensamento.

A contemplação é o desenvolvimento controlado de um pensamento, por meio do qual o místico não


permite que esse pensamento dê à luz a dois, mas apenas um pensamento subsequente. O subsequente
é, portanto, a consequência do pensamento anterior. Como uma longa corrente, liga-se os pensamentos
do começo ao fim.

Muitas vezes tiramos conclusões precipitadas e fazemos escolhas importantes na vida com base nessas
conclusões. A contemplação nos treina explicar nossa visão, nossas crenças e nossas opiniões. Mais
importante, isso nos torna capazes de ver através de nós mesmos, de outras pessoas e dos dogmas em
que acreditamos. Pois, se não podemos pesá-los e criticá-los, nunca conseguiremos chegar à verdade
que procuramos.

Assim, pratique em seu Sanctum o monitoramento e controle de seus próprios pensamentos, mas
lembre-se! – o homem é dividido em duas partes, ele é tanto racional quanto irracional ao mesmo
tempo. Somos feitos tanto de pensamentos quanto de sentimentos, e um não está acima do outro na
escala da verdade!

Nunca deprecie uma convicção simplesmente porque ela é baseada apenas nas emoções; mas também
ouse ver o que ela é, uma crença do coração.

17
COMUNHÃO
O propósito de todo o nosso trabalho, todas as nossas práticas, metodologias e técnicas, é a comunhão
com o Eterno, sagrado e infinito.

A separação entre você e o que você procura é a razão pela qual você deseja o espiritual. O anseio de
união com o desejo do seu coração é a razão pela qual você escolheu entrar em uma prática meditativa
e participar de suas tradições. Essa união, a reintegração final com o divino, é o que chamamos
comunhão com Deidade.

Quando você se experiencia separado do impronunciável, é igualmente você quem deve buscar a união.
Em todos os momentos em que viver, você tem a oportunidade de mergulhar na vida que sempre
procurou:

“Agora, a fim de retornar à sabedoria, você deve fazer o seu caminho de acordo com a distância da sua posição. Aquele
que pensa ter chegado ainda tem muito a percorrer, e quem pensa que tem um longo caminho a percorrer tem apenas mais
um passo a dar; assim, podemos ver que o primeiro passo a ser dado deve ser no caminho da humildade, paciência e
caridade”.
– Louis-Claude de Saint-Martin, Le Leçons de Versailles

Com o auxílio de tudo o que você precisa aprender dentro de qualquer tradição (e apesar disso), é seu
primeiro dever para consigo mesmo e à sua própria indagação buscar constantemente habitar no
eterno. Nenhuma tradição pode fazer isso por você, só podemos lhe mostrar o caminho que
percorremos e o seguir como seus irmãos e irmãs na senda.

Portanto, procure por propósito agora! Seja iluminado, não hoje ou amanhã, mas ontem! O tempo que
temos é curto e a ampulheta da vida se esvai constantemente na praia do oceano tempestuoso.

Seja franco consigo mesmo e com a sua procura. Aprenda como fazer uma distinção clara entre
contemplação e meditação, pois o nevoeiro da indolência é o que você está tentando deixar! Mas não
permita que ele se interponha entre você e o que você está procurando. Use as ferramentas que a
tradição disponibiliza para você e olhe além das mesmas para alcançar seu objetivo.

Quando pretendemos orar pelo bem, permita que todo o nosso pensamento e desejo estejam contidos numa pequena
palavra, “Deus”. Nada mais e nenhuma outra palavra é necessária, pois Deus é o epítome de toda a bondade…
Mergulhe na realidade espiritual de que ela fala, mas sem ideias precisas das obras de Deus, sejam pequenas ou grandes,
espirituais ou materiais. Não considere qualquer virtude particular que Deus possa lhe ensinar através da graça, seja
humildade, caridade, paciência, abstinência, esperança, fé, moderação, castidade ou pobreza evangélica. Pois para alguém
contemplativo elas são, em certo sentido, todas iguais… Que esta pequena palavra represente Deus a você em toda a sua
plenitude e nada menos que a plenitude de Deus.
– O Livro de Aconselhamento Privado, capítulo 23 (circa 1350)

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MÁXIMAS & ORAÇÕES PARA CONTEMPLAÇÃO
Eu desejei fazer o bem, mas não desejei fazer ruído, porque sempre senti que o ruído não faria bem e
que o bem não faria ruído.
– Louis-Claude de Saint-Martin

De que servem tochas, luz ou óculos àqueles que não enxergam?


– Heinrich Khunrath

A única iniciação que busco com todo o ardor da minha alma é aquela pela qual nós podemos entrar no
coração de Deus e fazer entrar o coração de Deus em nós para concluir um casamento indissolúvel que
nos faz o amigo, o irmão e o esposo de nosso Divino Reparador…Para chegar a essa Santa Iniciação, é
necessário afundarmo-nos mais e mais na profundidade de nosso ser e não soltarmos o prêmio até que
tenhamos conseguido libertar sua viva e vivificante raiz.
– Louis-Claude de Saint-Martin

O objetivo do homem sobre a terra é empregar todos os direitos e poderes de seu ser para rarefazer,
tão longe quanto possível, o meio interposto entre ele e o verdadeiro Sol, de modo que – sendo a
oposição praticamente nula – possa haver uma passagem livre, e que os raios de luz possam alcançá-lo
sem refração.
– Louis-Claude de Saint-Martin

Deus é o paraíso fixo; o homem deveria ser um paraíso em movimento.


– Louis-Claude de Saint-Martin

A oração é o ato mais nobre de religião do homem, porque ela conecta nosso coração com nosso
espírito; a razão pela qual vivemos em meio a tanta escuridão e ilusão é porque nosso coração e nosso
espírito se desconectaram. Entretanto, quando nosso espírito e nosso coração estão conectados, Deus
une-se a nós de uma maneira natural, porque Ele nos disse que, se nós, ainda que apenas dois,
estivermos reunidos em Seu nome, então ele estará no meio de nós. A oração, na medida em que
conecta nosso espírito e coração a Deus, abre o âmago divino dentro de nós.
– Louis-Claude de Saint-Martin

A oração é a respiração da alma


– Louis-Claude de Saint-Martin

19
Curriculum Pré-Associado

II. Prática

20
A RESPIRAÇÃO QUÁDRUPLA

Deixe o praticante considerar um ponto, tal como definido na matemática – tendo posição, mas não
magnitude – e o deixe anotar as ideias a que isso der origem. Concentrando suas faculdades nisso,
como foco, que ele se empenhe em perceber a imanência do Divino através da Natureza em todos os seus
aspectos.

Comece encontrando uma posição equilibrada, mas suficientemente confortável. Respire ritmicamente
até que o corpo esteja parado e a mente quieta. Mantenha esse estado por alguns minutos de início – e
por mais tempo à medida que você se acostumar a evitar que a mente vagueie. Pense agora no assunto
para a meditação de um modo geral – depois escolha um pensamento ou imagem e siga-o até sua
conclusão.
O ritmo mais simples para o iniciante é a Respiração Quádrupla.

1. Esvazie os pulmões e permaneça assim enquanto conta até 4.


2. Inspire, contando até quatro, de forma a se sentir cheio de ar até a garganta.
3. Segure esse fôlego enquanto conta até quatro.
4. Expire, contando até quatro, até os pulmões ficarem vazios.

Isso deve ser praticado, contando devagar ou rapidamente até que você obtenha um ritmo adequado a
você – um que seja confortável e sossegado. Tendo atingido isso, conte a respiração assim por dois ou
três minutos, até que você se sinta quieto, e então prossiga com a meditação.

21
NOTAS SOBRE A MEDITAÇÃO N.º 1
Descobrir o “silêncio interior” e manter esse foco é geralmente uma das maiores dificuldades para o
estudante iniciante. A solução fornecida para auxiliar no desenvolvimento desse silêncio está escondida
dentro da Meditação #1 (ou Meditação do Ponto), frequentemente negligenciada e subutilizada. A
Meditação, tal como dada, simplesmente instrui a pessoa a focar inicialmente por alguns minutos e
depois escolher um assunto para meditação, mas, para realmente se beneficiar dessa técnica, é preciso,
de início, desenvolver uma quietude geral na mente.

Esse estado de quietude é semelhante ao Samadhi, que é tão somente a palavra em sânscrito para
atenção focalizada – sam (junto ou integrado), a (para) e dha (obter, manter) e é uma consciência
ininterrupta e clara, desprovida da tagarelice interna e, normalmente, do imaginário visual. Não há nada
de misterioso em chegar a esse estado focado e requer apenas dedicação à prática para o alcançar.

Os benefícios de praticar a Meditação do Ponto são numerosos. Por um lado, ajuda a concentrar a
Vontade por meio de sua prática contínua, assim como ajuda a disciplinar a mente desregrada. Em
segundo lugar, e paradoxalmente, ajuda no desenvolvimento da visão interna, ao inicialmente privar a
mente do imaginário visual. Somos criaturas tão orientadas visualmente que, quando criamos um vácuo
no nosso processo de pensamento regular por essa disciplina e, então, liberamos as rédeas do controle,
a mente fica desesperada para retornar a seu estado normal e será inundada com conteúdo
incrivelmente detalhado após o procedimento.

Como será visto nas instruções abaixo, o processo consiste basicamente na concentração inicial de
respiração conduzindo à atenção focada de um único ponto imaginário no olho da mente. Apenas se
lembre de, ao praticar os seguintes passos, ter cuidado para não se repreender quando sua atenção se
transformar em pensamentos e imagens estranhas. Simplesmente reconheça o desvio mental e volte sua
atenção para o ponto imaginado.

22
Meditação n.º 1 – O Ponto
A prática seguinte deve ser realizada regularmente na mesma hora todos os dias (se possível) por um
mínimo de 20 minutos diariamente (sendo ótimo de 30 minutos a 1 hora) por 30 dias. A execução de
quaisquer outros rituais ou orações diárias pessoais é encorajada antes de se sentar para realizar essa
meditação, mas isso não é exigido.

1. Escolha uma posição confortável para se sentar, mas não se deite de costas. Tenha à disposição
o máximo de almofadas ou travesseiros necessários para deixar seu corpo o mais confortável
possível e se certifique de manter as costas eretas e apoiadas, se necessário. Escusado dizer que,
não importa como você posicione o seu corpo, em um ponto você se sentirá desconfortável –
mas, resista ao impulso de ajustar-se tanto quanto possível, e, ainda, aja com critério, de modo a
não se machucar.
2. Feche os olhos e gaste pelo menos 5 minutos conscientemente engajado na Respiração Quádrupla
(para alguns, as poucas sessões iniciais podem consistir inteiramente nessa prática até que a
necessidade consciente de contar se torne enraizada e automática – isso está bem e é
encorajado). Use esse tempo para liberar mentalmente suas preocupações de sua vida mundana
e permitir sua total atenção à operação em questão.
3. Logo que sua respiração se torne regular e a mente esteja estabilizada, simplesmente visualize
um pequeno ponto branco no centro do olho da sua mente (continuando com os olhos
fechados). Se você precisar de um auxílio visual real para criar a imagem mental do ponto
branco, desenhe um único ponto preto em cima de um pedaço de papel branco que possa ser
pendurado na parede ante você para que possa o observar enquanto executa a Respiração
Quadrupla com os olhos abertos. Faça o tamanho do ponto ligeiramente menor que meia
polegada de diâmetro (~1 cm). Após 5 minutos da Respiração Quadrupla, feche os olhos e
continue com a meditação. Com o tempo e a prática, a sugestão visual não será mais necessária.
4. Concentre toda a sua atenção sobre esse único ponto branco, mas sem tensão. Inicialmente, sua
mente terá a tendência a perambular a uma taxa incrível e isso é de se esperar. Como dito
anteriormente, simplesmente reconheça os meandros e traga sua atenção de volta ao ponto
branco. Se o ponto tiver uma tendência para mover sua localização no espaço do olho da sua
mente, sugere-se que você o posicione próximo à área logo abaixo das narinas e logo acima do
lábio superior. Isso serve para ajudar a centrar a atenção mental.
5. Continue esse processo por pelo menos 20 minutos e até 1 hora.
6. Nos próximos 30 dias você deve documentar, após cada sessão, quaisquer ideias, experiências
ou imagens repetidas ou pensamentos que ocorreram durante a sua sessão.

A experiência da atenção concentrada, ou Samadhi, é muito sublime e ainda completamente


inconfundível quando ocorre. Se, durante o primeiro mês de prática repetida, você não sentir que
alcançou um nível pessoalmente satisfatório de maestria sobre esse processo, continue com a maior
regularidade possível pelo tempo que julgar necessário. Na verdade, a Meditação #1 deve ser praticada
regularmente, independentemente do seu Grau, pois sua capacidade de concentrar a mente é uma
ferramenta inestimável que ajuda a remover muitas das obstruções iniciais que todos os praticantes
experimentam.

23
EXERCÍCIOS EM CONSCIENTIZAÇÃO
Depois de ter trabalhado com a Meditação n.º 1 – A Meditação do Ponto por, no mínimo, 30 dias, o
aspirante começará com os seguintes Exercícios em Conscientização. Cada exercício deve ser abordado na
ordem dada, com a mesma regularidade e disciplina já estabelecidas na Meditação nº 1.

Exercício 1 – Observação Simples


Sente-se confortavelmente em uma cadeira ou se deite em um sofá. Relaxe seu corpo completamente,
feche os olhos e siga, por cinco minutos, o curso de seus pensamentos, os quais você tentará lembrar.
A princípio, você notará que os tipos de pensamentos que acorrerão a você envolvem questões da vida
diária, sua ocupação, preocupações e assim por diante.

Em relação a esses pensamentos, assuma o papel de um observador quieto, livre e independente.

De acordo com o seu estado de espírito ao tempo e à situação do momento, você achará este exercício
fácil ou muito difícil. Em ambos os casos, é importante não perder o curso de seus pensamentos nem
esquecer de si mesmo, e seguir atentamente.

Você deve ter cuidado para não adormecer durante este exercício. Se você se sentir cansado, é
preferível parar de imediato e adiar o exercício, com isso firmando a resolução de não estar cansado da
próxima vez.

Uma sugestão é praticar esse controle do pensamento nas manhãs e noites. Todos os dias você pode
estender sua duração por meio ou um minuto, de modo que, após duas semanas, você possa observar o
curso de seus próprios pensamentos por dez minutos sem o menor desvio. O mais importante é ser
consciencioso e preciso, pois não há necessidade de apressar esses exercícios. Este desenvolvimento é
individual e, portanto, diferente para cada pessoa. No entanto, não adianta ir para o próximo passo até
que este seja dominado por completo.

24
Exercício 2A – Supressão de pensamentos estranhos

Através do exercício anterior, aprendemos a observar nossos pensamentos e somente se isso for
suficientemente praticado e completamente dominado poderemos continuar com o próximo passo em
nosso treinamento mental.

Lembre-se de que a perfeição é mais importante que a velocidade e que a realização final dependerá de
quão bem você domina as funções básicas. A única pessoa que você pode enganar é você mesmo.

O próximo exercício é suprimir certos pensamentos que persistem em se intrometerem em sua mente.
Você deve, por exemplo, ser capaz de não se preocupar mais com seu trabalho ou profissão ao retornar
para sua vida familiar e privada. Os pensamentos que não pertencem à sua vida familiar devem ser
extintos, e você deve ser capaz de se tornar instantaneamente uma pessoa diferente. E vice-versa: uma
vez no trabalho, você deve direcionar todos os seus pensamentos a ele e você não deve permitir que
eles vagueiem distantes para outros assuntos, como o seu lar ou sua vida privada.

Isso deve ser praticado até se tornar um hábito. Você deve criar o hábito de fazer tudo, seja
profissional, privado ou profissional, com sua plena consciência, e nisso você não deve fazer qualquer
distinção entre ocupações importantes ou menores.

Este exercício deve ser mantido por toda a sua vida porque aguça a mente e fortalece a consciência e a
memória.

Exercício 2B – Pensamento em Ponto-único

Isso pode ser praticado em conjunto com o Exercício 2A, que deve se tornar um hábito diário para
todas as práticas da vida em todos os momentos e enquanto labuta sobre pensamentos errantes ao
longo do dia. Pode ser praticado durante nossos períodos matutinos e noturnos de contemplação e
treinamento.

Mantenha apenas um pensamento ou ideia em sua mente por vários minutos. Suprima constantemente
todos os outros pensamentos que acompanham essa ideia ou quaisquer outros pensamentos que
tentem forçar a si mesmos em sua mente.

Você pode escolher qualquer ideia, pensamento, assunto, imagem etc. que desejar. Fixe-se a esta ideia
com toda a sua força. Todos os outros pensamentos não relacionados a esse assunto devem ser
energicamente rejeitados.

Você pode descobrir que no começo só tem sucesso por alguns poucos segundos, mas, finalmente,
você deve conseguir manter apenas um pensamento por 10 minutos. Quando essa meta for atingida (e
não antes), você pode prosseguir para o próximo Exercício.

Lembre-se sempre de não forçar as coisas. Se você se cansar ou sentir que não pode prosseguir,
interrompa e adie até a próxima vez.

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Exercício 3 – Consciente no Momento

Em intervalos convenientes durante o dia, concentre a atenção por cinco minutos em suas ações e
sensações de segundo a segundo.

Se, por exemplo, você escolher cinco minutos na hora da refeição – quando sozinho –, observe,
mentalmente, como você pega a faca e o garfo, como se sente, como os manipula; observe como você
leva um pedaço de comida à boca, como é o gosto ao mastigar e engolir. Faça isso com a exclusão de
todas as outras visões, sons e sucessão de pensamentos extrínsecos.

Toda vez que sua mente lançar-se em outro trajeto, lembre-se disso nitidamente e a discipline a seguir de
segundo a segundo todos os eventos do período selecionado.

O propósito é desenvolver a vontade de modo a direcionar a mente ao longo do caminho escolhido.


Isso é surpreendentemente difícil no começo, mas rapidamente se torna viável após dez ou vinte
experimentos.

A proficiência se seguirá se você estiver determinado a dominar suas divagações mentais. Esses
pensamentos descontrolados frequentemente surgem das emoções e, portanto, ficam à mercê dos
sentidos. À medida que são gradualmente levadas sob direção consciente, a mente deixa de ser conduzida,
quase hipnoticamente, por eles e se torna mais eficiente em todos os aspectos até que, depois de prática
suficiente, ela comece a transcender o mundo dos cinco sentidos. À medida que a ideação aleatória se
esvanece, uma nova dimensão, ou quinta essência, começa a se manifestar até que o praticante esteja
ciente de uma Paz atemporal em contato com toda a Criação.

26
Exercício 4 – Pensamento Vazio

Este Exercício conclui esta fase do treinamento mental e não deve ser iniciado até que os Exercícios
anteriores e, especialmente, o Exercício 2B, o de manter uma ideia em mente durante os seus períodos
matutino e vespertino, tenham sido bem-sucedidos. Se você não atingiu a meta de dez minutos, retorne
ao primeiro Exercício.

O próximo objetivo do seu treinamento é aprender como criar o pensamento vazio por completo.
Deite-se confortavelmente ou sente-se numa poltrona e relaxe todo o seu ser. Feche seus olhos. Rejeite
energeticamente todo pensamento que venham sobre você.

Nada pode acontecer em sua mente e deve haver um vazio completo.

Este estado de vazio deve ser mantido continuamente sem se extraviar e sem esquecer de si mesmo.

No começo, você só terá sucesso por alguns segundos, mas com a prática continuada, terá mais e mais
sucesso.

Este Exercício deve ser praticado até que você consiga permanecer neste estado durante dez minutos
inteiros sem esquecer de si mesmo e sem adormecer.

Exercício 5 – Simplicidade do Ser

Você meditará e, no seu período de meditação, você simplesmente evitará qualquer concentração ou
esforço mental ou intelectual e apenas tentará se sentir vivo.

Sente-se confortavelmente, relaxe e deixe sua consciência penetrar em todo o seu ser enquanto você
simplesmente observa em sua mente que você é você mesmo. Evite analisar qualquer sentimento, pois
o menor esforço intelectual o levará de volta a um estado de consciência instintiva.

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A CADEIA DE LUZ

INSTRUÇÕES
O Propósito das Operações Diárias
Esta operação contém A Cadeia de Luz, um ritual Martinista em uso pelos Élus Coëns e pelos
Martinistas da Via Cardíaca, uma cerimônia que cruza os limites de ordens ou ramos específicos. É uma
cerimônia que os Martinistas de todo o mundo realizam especificamente a cada Equinócio para dar
apoio, luz e poder aos graus mais altos dos Élus Coëns durante suas árduas Operações Equinociais.

Esta versão da Cadeia de Luz foi aumentada com as purificações preliminares de Élus Coëns prescritas
por Pasqually a seus Élus e preservadas para a posteridade nos escritos de Jean Baptiste Willermoz.
Porções dessa operação simples estão em uso, em uma ou outra forma, em muitas ordens Martinistas, a
saber, o Breve Ofício do Espírito Santo, a Oração dos Élus Coëns, o Miserei Mei e o De Profundis, dos quais os
dois últimos são também inclusos no Magia Divina, ou Operação de Abramelin. Os Salmos utilizados
durante a incensação também estão incluídos em várias iniciações dos Élus Coëns, na Cerimônia de
Yeheshuah, na Operação dos 22 Nomes Divinos e na Operação de Shemhamephorash. Pasqually recomendou aos
Élus que realizassem essas purificações diariamente e, se não diariamente, pelo menos toda quinta-feira.

Esta operação representa as cerimônias de abertura primárias utilizadas nas operações Élus Coëns
introduzidas nos graus mais elevados da Ordem Exterior da O.·.M.·.S.·. e nos Élus Coëns da
O.·.M.·.S.·.. É apresentada aqui para que o Associado Élu possa começar a se familiarizar com as
fórmulas e iniciar a purificação necessária para realizar os trabalhos mais elevados.

A intenção desta Operação não é meramente a comunicação com Anjos e Espíritos, mas, como em
todo o Trabalho Élus Coëns, é de ordem superior, ou seja, comunicação com o que Pasqually chamou
de “Causa Ativa e Inteligente”. Como disse A. E. Waite: “Por esse fato, a escola de Martinez de Pasqually
coloca-se totalmente fora dos limites estreitos e motivos sórdidos da magia cerimonial”.

Instruções preliminares
A Operação apresenta um Quarto de Círculo no leste com uma linha através do segmento formando um
triângulo isósceles com dois radii. Dentro desse quarto de círculo deve ser escrito o nome de qualquer
Anjo ou Espírito com quem se esteja trabalhando (isto será tratado em graus mais altos). Dentro do
triângulo do Quarto de Círculo há um círculo menor dividido em quatro quadrantes com as letras R.A.P.1.
No oeste, a cerca de 60 cm do ponto mais distante do Quarto de Círculo, está o Círculo de Retiro, um

1 Referência ao Arcanjo Rafael.

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círculo completo com as letras I.A.B.2 escrito no centro. Os asteriscos * representam velas. Tanto o
círculo R.A.P. quanto o I.A.B. devem ser grandes o suficiente para o Operador se ajoelhar, i.e. de 60 a
90 centímetros de largura.

Para ser pragmático, o aspirante pode realizar essa operação sem os Círculos – o trabalho de oração em
si é o mais importante. Os círculos são necessários somente em graus mais elevados para inscrever os
nomes que serão invocados. Da mesma forma, a seção “Purificações Diárias” de abertura pode ser
omitida quando o tempo for limitado. Nesse caso, o aspirante pode começar propriamente com a seção
intitulada “A Cadeia de Luz”.

O Curso do Ritual
Pasqually recomendou que seus Élus entrassem no Oratório por volta das 22h para lá lerem alguns
Salmos e litanias, estudando silenciosamente a Sagrada Escritura. Depois de suas leituras, o Operador
acende a vela do Círculo de Retiro, acende o incensário e inicia suas orações exatamente à meia-noite3.
Como nas iniciações Élus Coëns, o Operante deita no chão, com os punhos nos olhos, meditando em
silêncio por simbólicos seis minutos antes de arrumar e acender as outras velas.

O Operador coloca, então, oito velas no traçado: três no ponto ocidental do triângulo, uma ao lado das
letras R.A.P., duas em cada extremidade do arco do segmento, uma no centro da base do triângulo e a
outra (já colada) no centro do Círculo de Retiro. Ele também escreve alguns outros nomes místicos (estes
variam em graus mais elevados).

No Quarto de Círculo, o Élu realiza uma versão abreviada da Cerimônia do Novo Fogo, seguida de uma
invocação dos “Sete Espíritos ante o Trono” do Breve Ofício do Espírito Santo, que são os Sete Grandes
Arcanjos, ou Sete Dons de Iluminação, e que são também os Anjos das Sete Igrejas das quais fala o
Apocalipse.

Ajoelhando-se no Quarto de Círculo com o rosto voltado ao chão, o Élu recita o Miserei Mei, depois
levanta-se para o De Profundis, buscando a pureza do Corpo Lunar e a iluminação da Pedra Branca.

A Élu realiza então a tradicional Cadeia de Luz Martinista composta pela Oração dos Élus Coëns, a Oração
do Senhor, o Salmo 91, o Uma Oração pela Paz e o Gloria Patri.

Por fim, o Élu purifica seu círculo e retorna com o incensário ao Círculo de Retiro, estabelecendo-se em
um longo período de meditação.

2 As letras “I.A.B” representam um dos primeiros sigilos de Pasqually para o Eterno, tal como visto no selo dos
Élus Coëns da O.·.M.·.S.·.. Pode ser visto como um tipo de “IAO”, o Nome Supremo em muitas tradições Gnósticas,
Mágicas e Alquímicas, representando a Trindade Egípcia de Ísis, Apófis e Osíris e ciclo de vida de toda a criação,
nominalmente, nascimento, destruição e renascimento.
3 O aspirante pode ser pragmático a respeito do horário do ritual. Nós mantemos os horários da tradição nas
instruções para a posteridade histórica, mas a chave é usar esse tempo para entrar em um estado quieto e contemplativo
antes de qualquer Operação. Isso pode ser feito ao se ler as escrituras, o curriculum, os escritos dos Mestres do Passado ou
qualquer trabalho espiritual que seja de auxílio para sintonizar a mente ao Eterno, além das preocupações diárias e da vida
mundana.

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O RITUAL
As Purificações Diárias

1. Vista sua Alva Branca e Cordelier, desenhe os Círculos, acenda a Vela no Círculo de Retiro e acenda o
Incensário.

2. Precisamente à meia-noite, retire seus sapatos, retire a vela do Círculo de Retiro e a coloque fora do
círculo à sua direita. Deite-se no Círculo de Retiro com a face voltada para baixo, com sua testa apoiada
nos seus punhos, cada um cobrindo cada olho.

3. Depois de permanecer aqui por seis minutos, levante-se, acenda as velas no Quarto de Círculo e as
reorganize como no diagrama acima.

4. Faça a genuflexão no Quarto de Círculo, joelho direito no chão, as mãos espalmadas no chão com as
palmas em um triângulo de forma que as pontas dos dedos indicadores se juntem em um ângulo reto.
Nesta posição, repita cada um dos nomes inscritos no traçado, inserindo-os na seguinte fórmula,
recitando a oração três vezes para cada nome:
"In quacumque die Yeheshuah4 invocavero te velociter exaudi me.”

Em seguida, peça a Deus a graça que deseja, ou seja, “um coração sincero, verdadeiramente contrito e
humilde”.

5. Levante-se no Quarto de Círculo e realize o Breve Ofício do Espírito Santo.

Vinde, Espírito Criativo, visitai os corações de seus seguidores, preenchei-nos, estes corações
que vós criastes, com aquela Graça vinda do Alto. Pois sois Vós quem é chamado o Espírito
Consolador, o dom do Deus Todo Poderoso, a fonte da Água Viva, o Fogo Divino, a Caridade,
a Unção Invisível das Almas. Concedei-nos este mesmo Espírito que nos permite experimentar
o bem e que habita em nós para sempre através da Sua Divindade.

Vinde então, descei sobre nós com seus Sete Dons Preciosos – Vós, que sois o dedo de Deus;
Vós, que sois o Sujeito Supremo da Promessa do Pai: Vós, que colocai a Vossa Palavra nos
nossos lábios. Iluminai os nossos Espíritos com a vossa Luz, abraçai os nossos corações com o
Vosso Amor e santificai, em todos os momentos, a nossa carne frágil e vulnerável. Derramai
um Raio de Luz Divina sobre nós.

Bani o Espírito da Tentação de nós e nos preenchei com a Paz infalível. Curai nossas feridas e
renovai nossas forças para nos tornarmos uma torre de fortaleza contra as forças que nos
atacam. Vós, vós próprio, tornai-vos nosso guia para que possamos evitar todos os erros que
impediriam nossa salvação. Influenciai nossas ações pelo Espírito Santo e os guiai através de

4 Como aspirante, o nome do Cristo, Yeheshuah, é utilizado. Em altos graus, vários Nomes Angélicos do Registro de
2400 Nomes de Pasqually será usado nessa Operação.

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vossa ajuda sempre presente. Ensinai-nos a entender o Pai. Ensinai-nos a entender o Filho e a
Vós mesmo. E que o Espírito do Pai e do Filho seja para sempre o objeto de nossa fé.

É por isso que a Glória Eterna, em todos os ciclos, é dada a Deus Pai, ao Filho (ressuscitado
dentre os mortos) e ao Espírito Santo. Que assim seja. Senhor, por favor, enviai o Fogo
Sagrado do vosso Espírito e tudo será criado e Vós renovareis a face da Terra.

Ó Deus, que ledes todos os corações e que sabeis de todas as dificuldades. Eu clamo a Vós,
Espírito de Luz, Sabedoria e Amor, para me conceder a plenitude de seus dons. É porque
todos esses dons são necessários para mim que eu não posso escolher.

Concedei-me o Espírito de Sabedoria, aquele Espírito que me permite ver as coisas de acordo
com seu verdadeiro valor, de acordo com o Seu valor, e não de acordo com o julgamento do
Mundo. Que eu repita com Salomão: “Desde os meus primeiros anos tenho amado a
Sabedoria e a escolhi para ser a minha companheira na vida. Preferi-a acima de tudo o que é
mais esplêndido neste mundo e refleti que as riquezas eram nada como preço de tal joia.
Todas as coisas boas vieram com Ela, e em minhas dores e em minhas tristezas, sempre foi
meu consolo e minha alegria”.

Concedei-me o Espírito da Inteligência, este Espírito que me ilumina tanto no conhecimento


das Escrituras como quanto das grandes verdades eternas. Vinde, ensinai-me o caminho da
Verdade. Pois aquilo que atrai o Espírito da Inteligência para a Alma é fé e modéstia. Fé, que
se submete para que entenda melhor; e modéstia, que prontamente reconhece sua ignorância.

Concedei-me o Espírito do Conselho, este Espírito que ilumina e acende o caminho para o
Céu, e me impede de me perder como um viajante caprichoso e tolo, tomando um caminho
desconhecido sem um guia.

Concedei-me o Espírito do Conhecimento, este Espírito que me ensina que o conhecimento


da salvação é o único conhecimento necessário, o único que nenhuma ciência humana poderá
prescindir.

Concedei o Espírito da Força, este Espírito que sustenta minha fraqueza com Vossa Força e
não me deixa vulnerável e fraco após o menor esforço – especialmente quando devo Vos
obedecer em vez de imprudentemente o fazer como quero, e, especialmente, quando devo
fazer trabalho que não tenho o menor desejo de assim fazer. Suplico-Vos, sede meu Guia e
Protetor e, assim sendo, permiti-me conquistar essa parte fraca de mim mesmo quando a
Sagrada Norma de Deus ordena que eu o faça.

Concedei-me o Espírito da Piedade, este Espírito que dilata meu coração com uma atração
filial para com Deus e que faz Vos servir agradável, fácil e um ato de Amor Incondicional.

Concedei-me o Espírito do Medo, esse Espírito de temor filial que, mesclado com respeito e
amor, faz-me evitar cuidadosamente tudo o que possa me dissociar ou não me reintegrar a
Deus, nosso Pai.

Ó, dons preciosos, cuja excelência aprendi a conhecer e a reconhecer, vedes como minha alma
Vos chama com confiança e se abre a Vós com Amor Incondicional. E vós, Santos Apóstolos,
que no dia de Pentecostes recebestes os Dons do Espírito Santo, concedei-nos as mesmas
graças para que possamos ganhar uma fidelidade semelhante à que foi agraciada a vós. Pois,
acreditando em tudo o que vós recebestes e transmitistes, e praticando as obras que foram

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vossas, nós podemos, enquanto continuarmos a promover a sucessão da Igreja que vós
fundastes, seguir partilhando com vós, ó Apóstolos Santos e Venerados, a beatífica
recompensa da União e Reintegração com Deus, a Visão Beatífica. Que assim seja.

6. Ajoelhe-se sobre o joelho direito, a face voltada ao chão, de frente para o Oriente e recite o Miserei
Mei (A Oração do Arrependimento).

Tende misericórdia de mim, ó Deus, de acordo com o Vosso amor infalível; de acordo com
Vossa grande compaixão, apagai minhas transgressões. Lavai toda a minha iniquidade e
purificai-me dos meus pecados. Porque conheço minhas transgressões e meu pecado está
sempre diante de mim. Contra Vós, Vós somente, eu pequei e fiz o que é mal a Vossa visão,
Vós sois demonstrado correto quando Vós falais e justificado quando Vós julgais. Por certo eu
tenho sido um pecador desde o nascimento, pecaminoso desde o tempo em que minha mãe
me concebeu.

Por certo, Vós desejai que eu saiba a verdade, Vós me ensinai sabedoria em meu coração e
alma. Ensinai-me a ouvir alegria e contentamento: para que minhas tristezas possam se
transformar em felicidade. Por Vossa graça poupa os meus pecados e pela Vossa caridade
perdoa a minha maldade. Criai em mim um coração puro, ó Deus, e renova um espírito
inabalável em mim. Não me lanceis da Vossa presença, nem tirai Vosso Espírito Santo embora
de mim. Restaurai-me a alegria da Vossa salvação e me concedei um espírito de boa vontade
para me sustentar. Então ensinarei aos transgressores Vossos caminhos e os pecadores se
voltarão a Vós.

7. Levante-se no Quarto de Círculo, de frente para o Leste, execute o De Profundis (Oração para Perdão &
Misericórdia).

Das profundezas clamei a Vós, ó Senhor. Senhor ouvi a minha voz: permiti Vossos ouvidos
serem atentos para a voz das minhas súplicas. Se Vós, Senhor, assinalásseis as minhas
iniquidades, ó Senhor, quem poderia subsistir? Mas há perdão em Vós, que Vós podeis ser
abordado. Eu espero por Vós, minha alma espera, e em Vossa palavra eu confio. A minha alma
aguarda mais pelo Senhor do que os que vigiam aguardam pela manhã: eu afirmo, mais que os
que vigiam aguardam pela manhã. Deixai Israel ter esperança no Senhor: pois com Ele é a
misericórdia e com Ele é a redenção graciosa. Ele redimirá toda a humanidade da iniquidade.

8. Incense os Círculos.
No Oriente, incense três vezes e recite o Salmo 19
Iahweh, sol de justiça
1Do mestre de canto. Salmo. De Davi. 2Os céus contam a glória de Deus, e o firmamento
proclama a obra de suas mãos 3O dia entrega a mensagem a outro dia e a noite a faz conhecer
a outra noite. 4Não há termos, não há palavras, nenhuma voz que deles se ouça; 5e por toda a
terra sua linha aparece, e até aos confins do mundo a sua linguagem. Ali pôs uma tenda para o
sol, 6e ele sai, qual esposo da alcova, como alegre herói, percorrendo o caminho. 7Ele sai de
um extremo dos céus e até o outro extremo vai seu percurso; e nada escapa ao seu calor. 8A lei
de Iahweh é perfeita, faz a vida voltar; o testemunho de Iahweh é firme, torna sábio o simples.
9Os preceitos de Iahweh são retos, alegram o coração; o mandamento de Iahweh é claro,
ilumina os olhos. 10O temor de Iahweh é puro, estável para sempre; as decisões de Iahweh são
verdadeiras, e justas igualmente; 11são mais desejáveis do que o ouro, muito ouro refinado;
suas palavras são mais doces do que o mel escorrendo dos favos. 12Com elas também teu servo
se esclarece, e observá-las traz grande proveito. 13Quem pode discernir os próprios erros?
Purifica-me das faltas escondidas! 14Preserva também o teu servo do orgulho, para que ele

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nunca me domine; então eu serei íntegro e inocente de uma grande transgressão. 15Que te
agradem as palavras de minha boca e o meditar do meu coração, sem treva em tua presença,
Iahweh, meu rochedo, redentor meu!

No Sul, incense três vezes e recite o Salmo 11


Confiança do justo
1Do mestre de canto. De Davi. Eu me abrigo em Iahweh. Como podeis dizer-me: "Foge para
os montes, passarinho! 2Vê os ímpios que retesam o arco, ajustando a flecha na corda, para
atirar ocultamente nos corações retos; 3se os fundamentos estão destruídos, que pode o justo
fazer?" 4Mas Iahweh está no seu templo sagrado, Iahweh tem seu trono no céu; seus olhos
contemplam o mundo, suas pupilas examinam os filhos de Adão. 5Iahweh examina o justo e o
ímpio, ele odeia quem ama a violência; 6fará chover, sobre os ímpios, brasas e enxofre, e um
vento fortíssimo: é a parte que lhes cabe.7Sim, Iahweh é justo, ele ama a justiça, e os corações
retos contemplarão sua face.

No Ocidente, incense três vezes e recite o Salmo 15


O hóspede de Iahweh
1Salmo. De Davi. Iahweh, quem pode hospedar-se em tua tenda? Quem pode habitar em teu
monte sagrado? 2Quem anda com integridade e pratica a justiça: fala a verdade no coração, 3e
não deixa a língua correr; não faz mal ao seu próximo e não difama seu vizinho; 4despreza o
ímpio com o olhar, mas honra os que temem a Iahweh; jura com dano próprio sem se retratar;
5não empresta dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem age deste
modo jamais vacilará!

No Norte, incense três vezes e recite o Salmo 8


Poder do nome divino
1Do mestre de canto. Sobre a [lira] de Gat. Salmo. De Davi. 2Iahweh, Senhor nosso, quão
poderoso é teu nome em toda a terra! Ele divulga tua majestade sobre o céu. 3Pela boca das
crianças e bebês tu o firmaste, qual fortaleza, contra os teus adversários, para reprimir o
inimigo e o vingador. 4Quando vejo o céu, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que fixaste,
5que é um mortal, para dele te lembrares, e um filho de Adão, que venhas visitá-lo? 6E o
fizeste pouco menos do que um deus, coroando-o de glória e beleza.— 7Para que domine as
obras de tuas mãos sob seus pés tudo colocaste: 8ovelhas e bois, todos eles, e as feras do
campo também; 9a ave do céu e os peixes do oceano que percorrem as sendas dos mares.
10Iahweh, Senhor nosso, quão poderoso é teu nome em toda a terra!

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A Cadeia de Luz
Oração dos Élus Coëns
Deus Eterno e Inefável, Santo Pai de todas as coisas, Tu que vê e abraça tudo:
Responda a oração do Teu servo prostrado diante de ti.
Conceda-me a contemplação, o fervor e a sinceridade necessária
Para os sentimentos que quero expressar a Ti.
Seja auspicioso para mim, Ó Pai inefável,
Para mim e para todos aqueles homens e mulheres por quem venho interceder:
Para meus Irmãos na Ordem dos Coëns,
Para meus pais, para meus amigos, para meus inimigos, para os vivos e os mortos
E para todas as Tuas criaturas, ó Senhor misericordioso.

Então me responda, meu Deus:


Conceda-me a dádiva para orar a Ti com eficiência.
Aqui eu agora me rendo a Teu Santo Guardião.
Então tenha piedade de mim e que Tua Vontade seja feita! Amém.

E vós, Ó meus Padroeiros, Espíritos libertados de laços materiais,


Vós que doravante desfrutareis do fruto de vossas Virtudes, e cujos Nomes tenho a sorte de
portar:
Eu vos imploro, pelo Nome que vós mesmos invocastes
Com tanto fervor, confiança e sucesso,
Vos suplico a contribuir para a minha salvação eterna pela Vossa santa intercessão e pela
Vossa proteção,
Com o Pai da Misericórdia, com o Reconciliador, com o Espírito Conservador.
Obtende para mim e para todos os meus Irmãos a misericórdia da Divindade,
Seus favores, Sua clemência que recompensa a Vós agora por todas essas lutas
As quais Vós tínheis que oferecer neste lugar onde eu ainda estou.
Assegurai, por Vossa benéfica assistência, que eu vivo e morrerei como Vós,
Na paz, na alegria e na santidade. Amém.

E tu, ó Puro Espírito, meu Guardião, posto no comando pelo Uno Eterno para zelar por mim
Pela inteira Reconciliação do meu ser espiritual:
Eu Te imploro, em Nome do Deus da Misericórdia,
Venha em socorro da minha Alma
Toda vez que possa estar em perigo de sucumbir ao Mal,
Toda vez que ela for Te chamar por seus desejos, seus suspiros e suas meditações,
Toda vez que tiver fome e sede de conselhos,
Por instrução e por compreensão.

Então me ajuda, Ó meu Guardião, a obter proteção e socorro


Dos Padroeiros que acabei de invocar,
Como também a submissão dos Espíritos que eu ainda tenho que convocar nesta Operação.
Ajuda-me pois, ajuda-me, em minha pobreza, em minha nudez, em todas as minhas
necessidades.
Amém.

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Oração do Senhor
Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome.
Venha a nós o Vosso Reino.
Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje.
Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal.
Pois Teu é o reino, o poder e a glória, para todo o sempre.
Amém.

Salmo 91
Sob as asas divinas 1Quem habita na proteção do Altíssimo pernoita à sombra de Shaddai,
2dizendo a Iahweh: Meu abrigo, minha fortaleza, meu Deus, em quem confio! 3É ele quem te
livra do laço do caçador que se ocupa em destruir; 4ele te esconde com suas penas, sob suas
asas encontras um abrigo. Sua fidelidade é escudo e couraça. 5Não temerás o terror da noite
nem a flecha que voa de dia, 6nem a peste que caminha na treva, nem a epidemia que devasta
ao meio dia. 7Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita, a ti nada atingirá. 8Basta que olhes
com teus olhos, para ver o salário dos ímpios, 9tu, que dizes: Iahweh é o meu abrigo, e fazes
do Altíssimo teu, refúgio. 10A desgraça jamais te atingirá e praga nenhuma chegará à tua
tenda: 11pois em teu favor ele ordenou aos seus anjos que te guardem em teus caminhos
todos. 12Eles te levarão em suas mãos, para que teus pés não tropecem numa pedra; 13poderás
caminhar sobre o leão e a víbora, pisarás o leãozinho e o dragão. 14Porque a mim se apegou,
eu o livrarei, eu o protegerei, pois conhece o meu nome. 15Ele me invocará e eu responderei:
"Na angústia estarei com ele, eu o livrarei e o glorificarei; 16vou saciá-lo com longos dias e lhe
mostrarei a minha salvação".

Uma Oração pela Paz5


Ó Adonai, Elohim dos Elohim,
nós desejamos a paz:
paz entre as famílias, nas cidades, entre as nações, paz em toda a terra;
o coração do Homem é feito para amar e não para odiar, enviar sobre nós a Tua recompensa,
bondade e amor.

Mantenha longe de nós aquele anseio por guerra, tanto irreligioso quanto divisivo; presenteie-
lhes
com uma sede sem fim pela paz. Libere sobre o mundo uma onda de Amor e
Fraternidade. Digna-Te, nós Te suplicamos, em nome do Logos incriado, a expressão
do Teu infinito amor, que nos conceda a Paz Universal.

5 Do T.P.M. Constant Chevillon (nascido em 1880; martirizado em †1944).

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Que a Paz espalhe serenidade e justiça sobre toda a criação, mas acima de tudo sobre aqueles
cujas vidas estejam ameaçadas, cuja liberdade esteja em jogo e cujas ideias e consciências
estejam em perigo.

Ó Adonai, Tu, poder da Luz, faz com que os interesses egoístas sejam apagados
perante os interesses da Humanidade e que os interesses da Humanidade sejam elevados a
planos espirituais de Fraternidade e de Amor, a fim de suprimir, para sempre, a raiva, a luxúria
e o ódio!

Dá aos ricos um coração sensível e generoso;


aos pobres, conhecimento do reino de luz e temperança de anseio;
aos poderosos que governam o mundo, o sentido equitativo de cautela e de sabedoria;
aos governados, respeito pela justa e legítima hierarquia;
a todos, humildade na Fé, Esperança e Caridade.

AMÉM! AMÉM! AMÉM!

Gloria Patri
Glória seja ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no começo, é agora e sempre será, Mundo sem fim.
Amém.

Finalmente, sente-se com o incensário no Círculo de Retiro e se estabeleça em um período de meditação


estendido.

Na primeira noite, deixe o círculo apenas entre 1h30 a.m. e 2h00 a.m.6.

Quando terminar, retire todos os números traçados no chão. Quando todos os traços forem apagados,
você pode se retirar para dormir.

6 Novamente, aqui o aspirante pode ser pragmático. O objetivo é estabelecer uma meditação prolongada sobre o
Eterno e suas manifestações.

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