Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
ARTIGO ARTICLE
Concepções de gênero, masculinidade e cuidados em saúde:
estudo com profissionais de saúde da atenção primária
Rosana Machin 1
Márcia Thereza Couto 1
Geórgia Sibele Nogueira da Silva 2
Lilia Blima Schraiber 2
Romeu Gomes 3
Wagner dos Santos Figueiredo 2
Otávio Augusto Valença 4
Thiago Félix Pinheiro 2
Abstract This paper analyzes concepts of gender Resumo O trabalho analisa as concepções de gê-
and masculinity among Primary Healthcare pro- nero e masculinidades de profissionais de saúde da
fessionals in four Brazilian States (Pernambuco, Atenção Primária à Saúde em quatro estados do
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo). país (PE, RJ, RN, SP) a partir de duas perspectivas:
It is based on two perspectives: the meanings asso- os significados associados a ser homem e a relação
ciated with being a man and the relations between masculinidade e cuidados em saúde. O estudo de
masculinity and healthcare. This qualitative study natureza qualitativa é parte de pesquisa multi-
is part of a multicentric investigation, which used cêntrica tendo por referência a triangulação de
triangulation methods as a benchmark. Sixty-nine métodos. Foram analisadas 69 entrevistas em pro-
in-depth interviews carried out among health pro- fundidade de profissionais de saúde com formação
fessionals with higher education were analyzed. de nível superior. Os relatos dos profissionais
The discourses (re)produce the notion that health (re)produzem a noção de que os serviços são “es-
facilities are “feminized spaces”. Within the daily paços feminilizados”, o que se traduz no seu cotidi-
routine, this notion is translated as reinforcing ano por um reforço à ideia do corpo masculino
the idea that the male body is not a locus of this como lócus do não cuidado em oposição ao corpo
care, as opposed to the female body which is con- feminino visto como lócus desse cuidado. Sobres-
sidered a locus of care. The presence of a hegemon- sai a representação dos profissionais sobre os ho-
ic pattern of masculinity is prominent among pro- mens centrados na forte presença de um padrão
fessionals’ representations of men and seems to hegemônico de masculinidade, que influencia o
1
influence the latter, in their lack of commitment pouco envolvimento destes com os cuidados em
Departamento Saúde,
Educação, Sociedade, with healthcare. The existence of a stereotyped saúde. A existência de um modelo estereotipado de
Universidade Federal de São gender model (re)produces disparities between men gênero acarreta a (re)produção de desigualdades
Paulo. Av. Ana Costa 95. and women in healthcare and compromises the entre homens e mulheres na assistência a saúde e
11060-001 Santos SP.
rosana.machin@gmail.com visibility of other meanings and expressions of gen- compromete a visibilidade de outros significados e
2
Departamento de Medicina der identities. expressões de identidades de gênero.
Preventiva, Faculdade de Key words Masculinity, Gender, Men’s health, Palavras-chave Masculinidade, Gênero, Saúde
Medicina, Universidade de
São Paulo Masculinity and health, Primary Healthcare do homem, Masculinidade e saúde, Atenção pri-
3
Instituto Fernandes mária
Figueira, Fundação Oswaldo
Cruz
4
Conselho Regional de
Medicina de Pernambuco
4504
Machin R et al.
cepção de mundo dos sujeitos, pode promover guintes características sociodemográficas: faixa
mecanismos potencialmente geradores de desi- etária de 26 a 45 anos, cor autorreferida branca,
gualdades entre homens e mulheres no cotidia- ensino fundamental completo, situação conju-
no da assistência à saúde. gal casado ou em união estável.
O roteiro da entrevista em profundidade para
Percurso Metodológico os profissionais de saúde compreendeu tópicos
relativos a necessidades de saúde, acesso e uso
Este trabalho aborda concepções de gênero, dos serviços; relação dos homens usuários com
masculinidade e cuidado em saúde tendo por os serviços; e, diferenças de homens e mulheres
objeto os depoimentos de profissionais de saú- quanto à saúde e cuidado.
de, a partir de dados de pesquisa multicêntrica As entrevistas foram gravadas e posterior-
realizada em quatro estados do país (Pernam- mente transcritas na íntegra. O uso da entrevista
buco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São em profundidade se mostrou adequado por per-
Paulo)29. O estudo de natureza qualitativa teve mitir o resgate da dimensão da subjetividade, já
como referência a proposta de estudo de caso que a fala dos entrevistados é reveladora de siste-
utilizando-se da triangulação de métodos30. Fo- mas de valores, crenças, normas, sendo signifi-
ram escolhidas seis cidades (Natal, Recife, Olin- cantes mesmo sem a intenção de significar31.
da, Rio de Janeiro, São Paulo e Santos), com a A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética
inclusão de serviços de APS, por meio de uma em Pesquisa da UNIFESP. Para garantir o anoni-
amostra de conveniência, totalizando oito uni- mato, os entrevistados são identificados pela ati-
dades de saúde. A pesquisa multicêntrica explo- vidade desempenhada e pela sigla do estado de
rou tendências da APS voltada para a população seu serviço.
masculina em contextos urbanos e regionais di- Conforme apontado, os oito serviços são
versos que serviram ao debate acerca das respos- orientados para a APS e, portanto, caracterizam-
tas singulares dos casos escolhidos e de suas con- se como porta de entrada para a rede de assis-
tribuições frente a um modelo geral de atendi- tência. Neste sentido, a diversidade observada em
mento na APS. termos de modelos assistenciais e de equipe de
Como critério de seleção das unidades foi profissionais não configurou diferenças marcan-
considerado: tempo de funcionamento de pelo tes no tocante às concepções dos profissionais
menos 10 anos; apresentarem volume de deman- sobre os usuários em termos das construções de
da maior de 1.000 atendimentos/mês; e, possuí- gênero, masculinidade e cuidado em saúde. Os
rem equipe multiprofissional. dados foram analisados considerando os seguin-
Neste trabalho analisa-se o contexto social tes procedimentos: leitura exaustiva de cada en-
da APS e as concepções dos profissionais de nível trevista, estabelecimento de categorias temáticas,
superior entrevistados nos oito serviços investi- organização e análise do material segundo estas
gados, totalizando 69 sujeitos, dentre os 92 en- categorias e cotejamento dos conteúdos das ca-
trevistados pela pesquisa maior, de diferentes tegorias com a literatura existente sobre a temá-
áreas de atuação (médica, enfermagem, fisiote- tica geral e com as referências teóricas que nor-
rapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, odon- teiam a pesquisa. No contexto desta análise, ao
tologia, serviço social). Foram entrevistados 19 se trabalhar com modelos de cultura considera-
profissionais no RJ; 18 no RN; 14 em PE e 18 em se que estes atravessam os diferentes contextos32,
SP. Conforme a caracterização geral da APS, nos e, no caso do presente estudo, os diferentes servi-
oito serviços houve predomínio de mulheres en- ços investigados.
tre os profissionais, numa relação de 9 mulheres Na análise das entrevistas os depoimentos
para cada homem, sendo que a maior concen- foram organizados considerando-se a área de
tração ocorreu no Rio de Janeiro (16:3). Este dado formação profissional e situando-os no interior
também pautou a seleção dos entrevistados. Nos de sua posição em um habitus profissional32. A
quesitos idade e tempo de atuação profissional partir disto, e da leitura exaustiva do material,
no serviço as mulheres também apresentaram emergiu a manifestação de pares opostos que
diferenças em relação aos homens, seja pela mé- expressa as concepções de masculino e feminino
dia de idade mais avançada (48 anos) contra a no tocante às distinções relativas às esferas do
dos homens (37 anos), seja pelo maior tempo de campo da saúde e do cuidado no contexto da
atuação, com cerca de oito anos a mais. Na amos- APS, independente do estado pesquisado.
tra de usuários entrevistados (201), nos mesmos A distinção masculino/feminino que emerge
serviços pesquisados, houve predomínio das se- dos depoimentos foi analisada no âmbito dos
4507
Quadro 1. Pares de opostos relacionados ao masculino e feminino manifestos nas falas dos profissionais de
saúde
guns agravos à saúde, que são privilegio das mu- ausência masculina motivada por saúde/doença
lheres e numa idade diferente da que o homem ou pelos homens evitarem assumir essa busca
adoece, porque homem vai tender a adoecer numa pelo receio de revelarem fragilidades no seu con-
idade mais avançada do que a mulher, enquanto texto social13,25. Já o trabalho da mulher, mesmo
a mulher, em função de gravidez, parto, puerpé- aquele remunerado, não é visto como uma for-
rio induzem a uma maior facilidade pra se con- ma socialmente justificada para explicar uma
trair determinadas doenças. Então, isso influen- possível indisponibilidade para o serviço de saú-
cia, no sentido de que uma maior oferta de servi- de. O tempo feminino parece ser visto como o
ço de saúde seja direcionada à mulher, mas não que está a serviço dos cuidados em saúde33. Con-
implica que o homem não precise” [médico, PE] sidera-se também que a flexibilização do horário
Nessa diferenciação a ausência dos homens é de trabalho das mulheres para frequentar os ser-
descrita como do âmbito da cultura, entendida viços indica haver, por parte dos empregadores,
por referência a uma identidade de gênero, en- a presença do imaginário social de que a mulher
quanto se atribui, por oposição, uma especifici- tem que se cuidar.
dade à mulher ancorada na biologia tendo por “Por uma questão cultural, ele vem mais obje-
referência questões ligadas à reprodução, contra- tivamente quando ele precisa de alguma coisa mais
cepção e gestação. O aspecto cultural é associado relacionada à saúde. Nem sempre à saúde, mas
a um ser homem, que tende a reforçar um mode- atrás de um atestado, atrás de um exame pro tra-
lo de masculinidade idealizada (força, virilidade, balho, atrás de, de uma avaliação porque faltou
objetividade, distanciamento emocional, compor- ao trabalho. Mas... ele vem mais objetivamente
tamento de risco), em oposição ao ser mulher atrás de uma coisa e não à busca de algum sub-
identificada com fragilidade e sensibilidade. Os terfúgio como a mulher vem... Eles não têm tem-
ciclos de vida são mencionados numa perspectiva po a perder de um modo geral... Ela fica todo dia
que diferencia os sexos, mas baseados no contex- vindo. Todo mesmo, sem ter nada” [médica, SP].
to reprodutivo (feminino), não considerando No entanto, de maneira contraditória, ao
outras dimensões sociais da vida que podem im- mesmo tempo em que os serviços reconhecem a
plicar em adoecimento para os homens como, mulher como alvo preferencial de suas interven-
por exemplo, a atividade profissional. ções e, como aquela que sempre comparece às
Assim, há menção a um padrão de masculi- unidades, identificam-na como uma figura pro-
nidade que reprime necessidades e cuidados de blemática que apresenta, muitas vezes, queixas
saúde, nega fraquezas ou vulnerabilidades, re- vagas e inespecíficas podendo ser descrita pelos
forçando a dimensão simbólica produzida e par- profissionais de saúde, de forma desqualificado-
tilhada socialmente pelas instituições5,8,12. Ainda ra como uma “poliqueixosa”, por apresentar sin-
no âmbito das distinções ancoradas na cultura, tomas consequentes de situações vividas no âm-
a força e a virilidade identificadas como atributo bito social e não imediatamente identificadas
do masculino são traduzidas no espaço do servi- como da ordem da saúde e da doença. Nesse
ço de saúde como elementos reveladores de uma contexto, as demandas masculinas, por oposi-
fraqueza e fragilidade do homem em face do cui- ção, serão reconhecidas como mais objetivas e
dado com o corpo, com a saúde. diretas referidas a determinadas patologias mé-
Ainda existe aquela questão do machismo, dicas33,34, e até mesmo quando fazem uso de “sub-
deles serem mais acomodados, eles realmente só terfúgios” relacionados ao trabalho, conforme
procuram a unidade, quando estão realmente mencionado no depoimento acima, seu compor-
doentes. “Você não vê assim, até mesmo para tamento é tomado como mais objetivo e, por-
um exame, uma dor de cabeça eles querem que tanto, legitimado.
as próprias mulheres venham se consultar no Ainda no interior das explicações ancoradas
lugar dele. Então eu acho que isso é uma cultura na cultura, o homem usuário é identificado de
já antiga né?” [enfermeira, RN]. forma negativa por revelar pouca paciência na
Quando referem menor presença dos ho- espera por atendimento em contraposição a pos-
mens nas unidades os profissionais apontam tura feminina de ser paciente, numa referência
questões que dificultam seu acesso aos serviços também ao seu domínio dos códigos prevalentes
de saúde. O trabalho é mencionado como um nesses espaços institucionais.
problema, seja pelas unidades não possuírem um Mais breves e objetivos, eles querem o remé-
horário mais amplo (terceiro turno) para o aten- dio, eles não querem conversa, eles querem: “’Dá
dimento, seja pela existência de uma cultura so- o remédio pra mim, a senhora não vai me dar o
cial e do mundo do trabalho que desvaloriza a remédio?’, se ele tiver com dor ... Ele não quer
4509
“Situação de prevenção, eu ainda percebo isso cessidade de saúde numa perspectiva de acesso
sim, né? porque a mulher, ela tem esse hábito da aos serviços, que tende a aproximá-los “borran-
prevenção dela... do cuidado né? Ela engravida, do” as diferenças de sexo e gênero e comprome-
ela faz o pré-natal, ela traz a criança, ela traz os tendo o princípio da equidade.
filhos né? Então, sempre ela se vincula mais né? E
daí ele vem quando já tem uma situação de está
incomodando, não é? Por uma dor” [médico, SP]. Considerações finais
Mas, há também o reconhecimento pelos
profissionais de saúde de algumas mudanças em A discussão aponta que gênero, como princípio
curso em razão de padrões familiares e de situa- ordenador e normatizador de práticas sociais,
ções de trabalho. estrutura percepções e condiciona a prática dos
“É, no meu caso aqui é pediatria, então quem profissionais de saúde investigados. A análise dos
vem realmente com a criança ao médico é a mãe, relatos revela que, no plano das representações,
só que a gente tem visto, de um tempo pra cá, os discursos remetem a pares de opostos assen-
que os pais têm vindo mais, estão frequentando tados no imaginário social de gênero, que repro-
mais, e têm alguns que vêm só eles. No consultó- duz estereótipos acerca do masculino e do femi-
rio também, algumas vezes é só o pai que vem... nino e reforça as distinções entre homens e mu-
Eu acho assim, que a visão daquele... do machis- lheres relativas ao cuidado em saúde. Nesse senti-
ta de que só a mulher que cuida, que só a mulher do, as concepções de gênero explicitadas pelos
que tem a responsabilidade pela a criança, acho profissionais não variaram nem em termos de
que ta mudando, né? Acho que por conta da mí- profissão, nem em termos do sexo do entrevista-
dia, e das próprias mulheres que saíram pra tra- do. Os homens são situados no polo do não cui-
balhar e acredito que as mulheres também estão dado (ausentes, pouco participativos, impacien-
incentivando um pouco os maridos, o compa- tes, desconhecedores dos códigos sociais que per-
nheiro a participar e eles, acho, que estão gostan- meiam o atendimento na AP, buscam práticas
do, né? Porque a gente busca bastante o aumento curativas, etc.), enquanto às mulheres é atribuído
da presença deles” [médica, SP] o lugar do cuidado (maior presença, maior ade-
Outra noção articulada a esse respeito é rela- são às propostas dos profissionais, conhecimen-
tiva a necessidades de saúde. Tomando-as redu- to e aceitação dos códigos sociais que permeiam
zidas a “patologias”, os profissionais de saúde o atendimento, pacientes, etc.). É também o ima-
referem, muitas vezes, não haver distinções com ginário social de gênero que conforma o discur-
relação a homens ou mulheres. Quando reco- so dos profissionais de saúde acerca das diferen-
nhecem diferenças estas também são localizadas ças entre homens e mulheres no tocante a aspec-
no campo do orgânico e não são entendidas como tos como procura/acesso; necessidades/deman-
socialmente construídas. da e comportamento/uso de serviços. Tal discur-
“Cada um tem as suas patologias, às vezes so remete a uma lógica de essencialização do
em algumas esferas específicas, mas, se você olhar masculino (atrelado à cultura) e do feminino
como um todo as patologias que acontecem são (atrelado à natureza) no que diz respeito ao cui-
as mesmas para ambos os lados e necessidade dar e ao prevenir em saúde e, pois, no uso dos
também” [médico, RJ] serviços de APS, bem identificado a um cuidar e
No campo da saúde, alguns estudos têm pau- prevenir. Essa essencialização leva à superposi-
tado as distinções de homens e mulheres com ção dos elementos que caracterizam o masculino
relação a padrões de morbimortalidade, uso de e o feminino, como modelos, aos homens e mu-
serviços e necessidades de saúde como relaciona- lheres, concretos e particulares, que se fazem pre-
dos a modelos de masculinidade5,8. Pinheiro et sentes no cotidiano dos serviços. É claro que à
al.36 revela que as mulheres buscam mais os ser- lógica essecializadora de gênero articula-se à da
viços para realização de exames de prevenção e medicalização, resultando, por vezes e contradi-
rotina e os homens procuram mais por doenças. toriamente, em discurso naturalizador das dife-
Uma das razões alegadas para esta distinção é renças de gênero no adoecimento e nas necessi-
por ambos possuírem necessidades de saúde dis- dades de saúde.
tintas. Tal assertiva é em parte compartilhada Considera-se que o conjunto de tais repre-
pelos profissionais da APS ouvidos nesse estudo, sentações tem implicações para a organização e a
na medida em que estabelecem distinções quan- rotina dos serviços, bem como nas relações entre
to a homens e mulheres relacionadas a patologi- profissionais-usuários no contexto assistencial.
as/adoecimentos, mas recorrem à noção de ne- Dentre as mais importantes, destacam-se a invi-
4511
Colaboradores Referências
R Machin, MT Couto, GSN Silva, LB Schraiber, 1. Arilha M, Ridenti SG, Medrado B, organizadores.
R Gomes, WS Figueiredo, AO Valença e TF Pi- Homens e masculinidades: outras palavras. São Pau-
lo: Editora 34; 1998.
nheiro participaram igualmente de todas as eta- 2. Giffin K. A inserção dos homens nos estudos de
pas da elaboração do artigo. gênero: contribuições de um sujeito histórico. Cien
Saude Colet 2005; 10(1):47-58.
3. Schraiber LB, Gomes RG, Couto MT. Homens e
saúde na pauta da saúde coletiva. Cien Saude Colet
2005; 10(1):7-17.
4. Medrado B, Lyra J. Por uma matriz feminista de
gênero para os estudos sobre homens e masculini-
dades. Rev Estudos Feministas 2008; 16(3):809-840.
5. Courtenay WH. Construction of Masculinity and
Their Influence on Men’s Well-Being: A Theory of
Gender and Health. Social Science & Medicine 2000;
50(10):1385-1401.
6. Keijzer B. Hasta Donde el Cuerpo Aguante: Géne-
ro, Cuerpo y Salud Masculina. In: Caceres C, Cue-
to M, Ramos M, Vallens S, organizadores. La Salud
como Derecho Ciudadano: Perspectiva y Propuestas
desde América Latina. Lima: Facultad de Salud
Publica y Administración de la Universidad Perua-
na Cayetano Herida; 2003. p. 137-152.
7. Couto MT, Schraiber LB. Homens, saúde e violên-
cia: novas questões de gênero no campo da Saúde
Coletiva. In: Minayo MCS, Coimbra Jr CEA, orga-
nizadores. Críticas e atuantes: Ciências Sociais e
Humanas em Saúde na América Latina. Rio de Ja-
neiro: Fiocruz; 2005. p. 687-706.
8. Gomes RG, Nascimento EF, Araújo FC. Por que os
homens buscam menos os serviços de saúde do
que as mulheres? As explicações de homens com
baixa escolaridade e homens com ensino superior.
Cad Saude Publica 2007; 23(3):565-574.
4512
Machin R et al.
9. Welzer-Lang D. Os homens e o masculino numa 25. Couto MT, Pinheiro TF, Valença O, Machin R,
perspectiva de relações sociais de sexo. In: Schpun Nogueira-Silva GS, Gomes R, Schraiber, LB, Fi-
MR, organizadora. Masculinidades. São Paulo: Boi- gueiredo, WS. O homem na atenção primária à
tempo; Santa Cruz do Sul: Edunisc; 2004. p. 107-128. saúde: discutindo (in)visibilidade a partir da pers-
10. Badinter E. XY La identidad masculina. Madrid: Alian- pectiva de gênero. Interface Comun Saúde Educ 2010;
za Editorial; 1993. 14(33):257-270.
11. Valdés T, Olavarría J, organizadores. Masculinida- 26. Schraiber LB, Mendes-Gonçalves RB. Necessida-
des y Equidad de Género en América Latina. Chile: des de saúde e atenção primária. In: Schraiber LB,
FLACSO; 1998. Nemes MIB, Mendes-Gonçalves RB, organizado-
12. Figueiredo WS. Masculinidades e cuidado: diversi- res. A saúde do adulto: programas e ações na unida-
dade e necessidades de saúde dos homens na aten- de básica. São Paulo: Hucitec; 2000. p. 29-47.
ção primária [tese]. São Paulo: Faculdade de Me- 27. Barbosa RHS. AIDS e saúde reprodutiva: novos
dicina, Universidade de São Paulo; 2008. desafios. In: Giffin K, Costa SH, organizadores.
13. Gomes R, Moreira MC, Nascimento EF, Rebello Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janeiro: Edi-
LE, Couto MT, Schraiber LB. Os homens não vêm! tora Fiocruz; 1999.
Interpretação dos profissionais de saúde sobre au- 28. Ávila MB. Direitos sexuais e reprodutivos: desafios
sência e ou invisibilidade masculina nos serviços para as políticas de saúde. Cad Saude Publica 2003;
de atenção primária do Rio de Janeiro. Cien Saude 19(Supl. 2):465-469.
Colet. No prelo 2009. 29. Couto MT, Schraiber LB, Gomes RG, Nogueira-
14. Costa AM. Desenvolvimento e implantação do Silva GS, Valença O, Machin R, Figueiredo W. Saú-
PAISM no Brasil. In: Giffin K, Costa SH, organiza- de da população masculina na atenção primária: ten-
dores. Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janei- dência histórica e representações sobre necessida-
ro: Editora Fiocruz; 1999. p. 319-335. des, acesso e uso de serviços em cidades de quatro
15. Rohden F. Uma ciência da diferença: sexo e gênero estados do Brasil (RN, PE, RJ, SP). Relatório Final:
na medicina da mulher. Rio de Janeiro: Editora CNPq; 2009.
Fiocruz; 2001. 30. Minayo MCS, Assis SG, Souza ER. Avaliação por
16. Ávila MB, Correa S. O movimento de saúde e direi- triangulação de métodos: abordagem de Progra-
tos reprodutivos no Brasil: revisitando percursos. mas Sociais. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2005.
In: Galvão L, Díaz J, organizadores. Saúde sexual e 31. Bourdieu P. A miséria do mundo. Petrópolis: Vozes;
reprodutiva no Brasil. São Paulo: Hucitec; Popula- 1997.
tion Council; 1999. p. 70-103. 32. Bourdieu P. O Poder Simbólico. Lisboa: Difel; 1989.
17. Villela W, Monteiro S. Atenção a saúde das mulhe- 33. Schraiber LB. Equidade de gênero e saúde: o coti-
res: historicizando conceitos e práticas. In: Villela diano das práticas do Programa de saúde da família
W, Monteiro S, organizadores. Gênero e Saúde: pro- do Recife. In: Villela W, Monteiro S, organizado-
grama saúde da família em questão. Rio de Janeiro: res. Gênero e saúde: Programa Saúde da Família em
Abrasco; Brasília: UNFPA; 2005. p. 15-32. questão. Rio de Janeiro: Abrasco; Brasília: UNFPA;
18. Connell R. Masculinities: knowledge, power and 2005. p. 30-61.
social change. Berkeley, Los Angeles: University of 34. Figueiredo WS. Assistência à saúde dos homens:
California Press; 1995. um desafio para os serviços de atenção primária.
19. Gomes R. Sexualidade masculina, gênero e saúde. Cien Saude Colet 2005; 10(1):105-109.
Rio de Janeiro: Fiocruz; 2008. 35. Scavone L. Equidade de gênero e saúde: o cotidia-
20. Schraiber LB. Saúde de homens... e mulheres: ques- no das práticas do Programa de saúde da família do
tões de gênero na saúde coletiva (prefácio). In: Recife. In: Villela W, Monteiro S, organizadores.
Gomes R. Sexualidade masculina, gênero e saúde. Gênero e saúde: Programa Saúde da Família em
Rio de Janeiro: Editora Fiocruz; 2008. questão. Rio de Janeiro: Abrasco, Brasília: UNFPA;
21. Bourdieu P. A dominação masculina. Rio de Janei- 2005. p. 99-109
ro: Bertrand Brasil; 1999. 36. Pinheiro RS, Viacava F, Tavassos C, Brito A. Gênero,
22. Durkheim E, Mauss M. Algumas formas primitivas morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde
de classificação: contribuição para o estudo das no Brasil. Cien Saude Colet 2002; 7(14):687-707
representações coletivas. In: Mauss M. Ensaios de
Sociologia. São Paulo: Perspectiva; 1999[1903].
23. Giffin K. Violência de gênero, sexualidade e saúde.
Cad Saude Publica 1994; 10(Supl. 1):146-155.
24. Sarti CA, Barbosa RM, Suarez MM. Violência e gê- Artigo apresentado em 10/02/2010
nero: vítimas demarcadas. Physis 2006; 16(2):167- Aprovado em 08/12/2009
183. Versão final apresentada em 05/01/2010