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MATERIAL DIDÁTICO
SUMÁRIO
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO ....................................................................................... 3
UNIDADE 2: LEITURA ............................................................................................... 5
2.1 - MODELOS DE LEITURA ............................................................................................ 5
2.1.1 - O modelo ascendente ...................................................................................... 5
2.1.2 - O modelo descendente .................................................................................... 5
2.1.3 - O modelo ascendente/descendente ................................................................. 7
2.2.1 - A maturidade do leitor ...................................................................................... 8
2.2.2 - A complexidade textual .................................................................................... 8
2.2.3 - O conhecimento prévio .................................................................................... 9
2.2.4 - O gênero e o objetivo da leitura ....................................................................... 9
UNIDADE 3: PRODUÇÃO DE TEXTO ..................................................................... 12
3.1 - FALA E ESCRITA ................................................................................................... 12
3.2 - A ESCRITA........................................................................................................... 14
3.3 - PRODUÇÃO TEXTUAL ............................................................................................ 16
3.4 – COESÃO E COERÊNCIA ......................................................................................... 18
UNIDADE 4: GÊNEROS TEXTUAIS ........................................................................ 23
4.1 – DEFINIÇÕES ........................................................................................................ 23
4.2 – GÊNEROS DISCURSIVOS ....................................................................................... 26
4.3 – GÊNERO TEXTUAL X TIPOLOGIA TEXTUAL ............................................................... 29
4.4 – TIPOS TEXTUAIS .................................................................................................. 30
4.4.1 - Narrativa......................................................................................................... 30
4.4.2 - Descrição ....................................................................................................... 33
4.4.3 – Argumentação ............................................................................................... 35
4.4.4 – Exposição ...................................................................................................... 39
4.4.5 – Injunção ......................................................................................................... 41
UNIDADE 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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UNIDADE 1: INTRODUÇÃO
“Todas as esferas da atividade humana, por mais variadas que sejam, estão
relacionadas com a utilização da língua. Não é de surpreender que o caráter
e os modos dessa utilização sejam tão variados como as próprias esferas
da atividade humana. (...) O enunciado reflete as condições específicas e as
finalidades de cada uma dessas esferas, não só por seu conteúdo temático
e por seu estilo verbal, ou seja, pela seleção operada nos recursos da
língua – recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais – mas também, e
sobretudo, por sua construção composicional.”
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UNIDADE 2: LEITURA
2.1 - Modelos de leitura
Os modelos de leitura, em termos gerais, podem ser classificados de acordo
com a direção do fluxo da informação no ato da leitura: modelo de fluxo ascendente,
descendente e ascendente/descendente simultaneamente.
• fixação ocular.
• predição das ‘pistas’ (que opera junto com a seleção numa relação de
dependência mútua);
• formação de perceptos;
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também, conforme o objetivo da leitura: o tipo do texto determina, até certo ponto, os
objetivos da leitura: o objetivo geral ao se ler um artigo científico é diferente daquele
quando se lê uma poesia concreta.
Kleiman cita uma experiência realizada por psicólogos americanos que
mostra como o objetivo determina a estratégia de leitura:
“(...) os sujeitos da experiência deviam ler trecho abaixo, imaginando que
estavam querendo comprar uma casa, e que a casa descrita no texto lhes
interessava para essa possível compra:
Os dois garotos correram até a entrada da casa. “Veja, eu disse a você que hoje
era um bom dia para brincar aqui”, disse Eduardo. “Mamãe nunca está em casa
na quinta-feira”, ele acrescentou. Altos arbustos escondiam a entrada da casa; os
meninos podiam correr no jardim extremamente bem cuidado. “Eu não sabia que
a sua casa era tão grande”, disse Marcos. “É, mais ela está bonita agora, desde
que meu pai mandou revestir com pedras essas parede lateral e colocou lareira”.
Havia portas na frente e atrás e uma porta lateral que levava à garagem, que
estava vazia exceto pelas três bicicletas com marcha guardadas aí. Eles
entraram pela porta lateral; Eduardo explicou que ela estava sempre aberta para
suas irmãs entrarem e saírem sem dificuldade.
Marcos queria ver a casa, então Eduardo começou a mostrá-la pela sala
de estar. Estava recém pintada, como o resto do primeiro andar. Eduardo ligou o
som: o barulho preocupou Marcos. “Não se preocupe, a casa mais próxima está
a meio quilômetro daqui”, gritou Eduardo. Marcos se sentiu mais confortável ao
observar que nenhuma casa podia ser vista em qualquer direção além do enorme
jardim.
A sala de jantar, com toda a porcelana, prata e cristais, não era lugar
para brincar: os garotos forma para cozinha onde fizeram um lanche.
Eduardo disse que não era para usar o lavabo porque ele ficara úmido e
mofado uma vez que o encanamento arrebentara.
“Aqui é onde meu pai guarda suas coleções de seles e moedas raras”,
disse Eduardo enquanto eles davam uma olhada no escritório. Além do escritório,
havia três quartos no andar superior da casa.
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Se fizermos uma lista das informações que são relevantes para o comprador
da casa, ela provavelmente corresponderia às informações que os sujeitos da
experiência conseguiram lembrar depois de ler o texto: tamanho da casa, número de
cômodos, tamanho do jardim, revestimento de pedra, lareira, pintura, número de
banheiros, mármore no banheiro, closet no quarto de casal. Nessa mesma
experiência, o texto acima foi também apresentado a um segundo grupo de leitores
com a instrução de que tentassem se lembrar de tudo aquilo que seria interessante
para um ladrão que estivesse planejando arrombar a casa. Nesse caso, os sujeitos
conseguiram lembrar informações como o fato de mãe não estar em casa nas
quintas-feiras, os arbustos que isolam a casa, a distância dos vizinhos, as bicicletas,
som, televisão com Atari, coleção de selos e moedas, roupas, jóias, e assim
sucessivamente. Portanto, dois objetivos diferentes, procurar no texto a descrição de
uma casa que interessava ou para comprar ou para arrombar, resultaram na
recuperação de informações diferentes.” (Kleiman, 2004a)
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Quadro 1
DRNP DP
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3.2 - A Escrita
O ato de comunicação verbal (a fala e a escrita) pode ser caracterizado
“a) por envolver uma relação cooperativa entre emissor e receptor;
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Quadro 2
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“os papeis de um ser que escreve e o de um ser que monitora esse ser,
não em uma sucessão, num intervalo temporal e num distanciamento
especial, mas no momento mesmo da produção. Nesse momento, aquele
que escreve se bifurca em enunciador eco-enunciador, surgindo a figura do
escritor-leitor-do-próprio-texto, o que faz com que o texto escrito seja
resultado de uma co-ação, seja um produto da atuação ininterrupta de um
ser que escreve e lê, lê e escreve.” (Sautchuk, 2003).
Maria foi para a escola. Arrumou seus materiais e pegou a condução que
passou às 6 horas e 40 minutos.
Na escola, Maria deve assistir à aula de Português, na qual apresentará
um trabalho. Vai encontrar suas amigas para organizar a apresentação.
A referência pode ser feita para trás (anáfora) ou para frente (catáfora).
Exemplos: Maria gosta de João. Ela começou a namorá-lo na escola. O pronome
oblíquo lo refere-se ao substantivo João, que aparece antes do pronome. A
referência é feita para trás (anáfora). Maria gosta de João, cuja mãe vende roupas
em uma loja. O pronome relativo cuja também se refere ao substantivo mãe, que
aparece depois do pronome. Neste caso a referência é feita para frente (catáfora).
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• Elipse: elipse seria uma substituição por zero: omite-se um item lexical, um
sintagma, uma oração ou todo um enunciado facilmente recuperado pelo contexto.
Exemplo: Maria pergunta para João:
- Você vai ao parque comigo?”
- Vou. – ele diz.
Apenas o verbo vou, dito por João, consegue expressar toda a idéia contida
na pergunta feita por Maria. Idéia essa que foi substituída por um zero na resposta
de João. É possível entender essa substituição devido ao contexto.
Já a coesão sequencial “diz respeito aos procedimentos lingüísticos por meio
dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto (enunciados, partes de
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4.1 – Definições
A palavra texto está articulada, de maneira mais abrangente, a outros termos
tais como: enunciação, sentido, significação, contexto entre outros que, de alguma
maneira, estão ligados aos mecanismos de organização textual responsáveis pela
construção de sentido. Voltando ao conceito de texto, pode-se apresentar, além
daquele de Bernárdez, citado anteriormente, outros vários conceitos:
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Quadro 3
Modalidade
Gênero Textual Ambiente Discursivo
Discursiva
Narração de jogo de
Mídia esportiva
futebol
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Quadro 4
JACULATÓRIA
Conteúdo expressão de fervor religioso
Função obtenção de graça ou perdão
Estilo laudatório e invocatório
Composição curta, poucos enunciados
Canal oração
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A velha contrabandista
Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela
passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta.
O pessoal da Alfândega – tudo malandro velho – começou a desconfiar da
velhinha.
Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da
Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra
ela:
- Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse
saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros,
que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a
velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal
esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que
fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia
com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte,
quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez.
Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O
fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a
velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço.
Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a
senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! – insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta,
quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não
apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o
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4.4.2 - Descrição
Um texto descritivo é aquele em se expõe as características de um ser - seja
pessoa, objeto, situação etc - considerando-o fora da relação de anterioridade e
posterioridade. Ao contrário do texto narrativo, a descrição não relata propriamente
mudanças de situação, mas propriedades e aspectos simultâneos dos elementos
descritos, considerados, pois, numa única situação. (Platão & Fiorin, 1996)
O texto de base descritiva está presente tanto na ficção (romances, novelas,
contos, poemas) como em outros gêneros textuais (textos científicos, enciclopédias,
propagandas, jornais, revistas etc) e objetiva a visualização do cenário onde uma
ação se desenvolve e das personagens que dela participam: trata-se do plano de
fundo que explica e situa a ação, em uma narrativa, ou que comenta e justifica a
argumentação. Existem características lingüísticas específica do texto descritivo:
freqüência de figuras (metáforas, metonímias, comparações, sinestesia), adjetivos,
formas adjetivas, uso de verbos de estado, situação ou indicadores de propriedades,
atitudes, qualidade, usados principalmente no presente e no imperfeito do indicativo
(ser, estar, haver, situar-se, existir, ficar etc), uso de advérbios de localização
espacial.
Pode-se estabelecer a divisão desse tipo de texto em: descrição literária e
descrição não-literária (ou técnica). Na primeira predomina o aspecto subjetivo, com
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4.4.3 – Argumentação
O texto argumentativo é aquele em que se defende uma idéia, opinião ou
ponto de vista, uma tese. Em um texto argumentativo, distinguem-se três
componentes: a tese, os argumentos e as estratégias argumentativas.
• A tese, ou proposição: é a idéia que se defende
• Os argumentos: são as respostas à pergunta “por que”, feita ao tema
• As estratégias argumentativas: são os recursos (verbais e não-verbais)
utilizados para envolver o leitor/ouvinte de forma a convencê-lo, ou persuadi-lo e
gerar mais credibilidade ao texto.
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camisinha! (Pausa)
Agora, tu aí que é metido a esculachá os outros, metido a ganhá o
companheiro na força bruta, na congesta! Pára com isso, tu vai acabá empestado!
Aids num toma connhecimento de macheza, pega pra lá, pega pra cá, pega em
home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num
tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. Daí, o mais
malandro, no dia da visita, recebe mamão com açúcar da família e manda pra
casa o Aids! E num é isto que tu qué, né, vago mestre? Então te cuida. Sexo, só
com camisinha. (Pausa)
Quem descobre que pego a doença se sente no prejuízo e quer ir à forra,
passando pros outros. (Pausa) Sexo, só com camisinha! Num tem escolha,
transá, só com camisinha.
Quanto a tu, mais chegado ao pico, eu tô sabendo que ninguém corta o
vício só por ordem da chefia. Mas escuta bem, vago mestre, a seringa é o canal
pra Aids. No desespero, tu não se toca, num vê, num qué nem sabê que, às
vezes, a seringa vem até com um pingo de sangue, e tu mete ela direto em ti. Às
vezes, ela parece que vem limpona, e vem com a praga. E tu, na afobação, mete
ela direto na veia. Aí tu dança. Tu, que se diz mais tu, mas que diz que num pode
agüentá a tranca sem pico, se cuida. Quem gosta de tu é tu mesmo. (Pausa) E a
farinha que tu cheira, e a erva que tu bafurra enfraquece o corpo e deixa tu chué
da cabeça e dos peitos. E aí tu fica moleza pro Aids! Mas o pico é o canal direto
pra essa praga que está aí. Então, malandro, se cobre. Quem gosta de tu é tu
mesmo. A saúde é como a liberdade. A gente dá valor pra ela quando já era!
(Vídeo exibido na Casa de Detenção de São Paulo: Adag; Realização: TV Cultura, 1988)
4.4.4 – Exposição
Um texto expositivo apresenta, de maneira geral, a explicação de um
determinado tema. São textos expositivos: reportagens, textos didáticos, instruções
de uso, artigos científicos, monografias e todos os gêneros textuais que apresentam
a finalidade de transmitir informações.
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4.4.5 – Injunção
Uma injunção indica como realizar uma ação, estabelece um conselho a
respeito de determinado assunto ou fato. É também utilizado para predizer
acontecimentos e comportamentos. Um texto desse tipo utiliza uma linguagem
objetiva e simples, desprovida de ironias, e os verbos empregados são, em sua
maioria, do modo imperativo, embora também possa ser encontrado verbo no futuro
do presente. Gêneros textuais como instruções, receitas, regulamentos, regras de
jogo são do tipo injuntivo.
A injunção pressupõe um emissor e um receptor parceiros no processo de
transmissão/compreensão da mensagem: o ato comunicativo é composto por
enunciador e enunciatário em um universo discursivo no qual o primeiro é
conhecedor da competência do segundo e, por isso, reconhecedor do saber e
poder-fazer deste. Assim, a comunicação não se torna conflituosa, já que é
transmitida e interpretada de forma consensual.
Como exemplo, segue abaixo o modo de preparado de uma receita do doce
bem-casado:
Modo de preparo
Bata as gemas, junte e bata até que fique bem claro. Peneire juntos a
farinha de trigo e o fermento e misture delicadamente ao creme e juntando em
seguida as claras batidas em neve. Coloque em assadeira untada e polvilhada.
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Leve ao forno médio (180°). Ligue o forno na hora de colocar a massa. Asse por
cerca de 10 minutos. Retire do Forné e deixe esfriar. Corte com cortador e recheie
unindo dois a dois.
Recheio
Finalização
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REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Michael. 1992. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal.
São Paulo: Martins fontes.
BRONCKART, Jean-Paul. 1999. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um
interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC.
CHARROLES, Michel. 2002. Introdução aos problemas de coerência dos textos
(abordagem teórica e estudo das práticas pedagógicas). In: In: GALVES, Charlotte;
ORLANDI, Eni Puccinelli & OTONI, Paulo (orgs.) Texto, leitura e escrita. 3ª ed.
Campinhas/SP: Pontes.
DUBOIS, Jean e al. 1973. Dicionário de lingüística. Trad. De Frederico Pessoa de
Barros e outros. São Paulo: Cultrix
ECO, Humberto. 1984. Conceito de texto. São Paulo: T.A Queiroz.
GUIMARÃES, Elisa. 1992. A articulação do texto. São Paulo: Ática.
GONZÁLEZ FERNÁNDEZ, A. 1992. Estrategias metacognitivas en la lectura.
Madrid: Universidad Complutense.
KATO, Mary. 2003. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. 7ª ed.
São Paulo: Ática.
KLEIMAN, Ângela. 2004a. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 9ª ed.
Campinas/SP: Pontes
___________. 2004b. Leitura: ensino e pesquisa. 2ª ed./2ª reimpressão.
Campinas/SP: Pontes.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. 1991. A coesão textual. São Paulo: Contexto.
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
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