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Licenciatura em Química
Filosofia da Educação
Unidade III - Práxis Educativa Contemporênea
Tópicos desta aula:
•O modelo de racionalidade científica por muitos séculos utilizado, tanto pelas Ciências
Naturais quanto pelas Ciências Sociais, foi herdado no século XVI a partir da revolução
europeia chamada de “Renascimento Cultural” e consolidado nos séculos XVIII e XIX
pelo Iluminismo. Tal modelo é considerado por seus idealizadores como o único através
do qual é possível chegar ao conhecimento verdadeiro das coisas e do mundo.
•Este pensamento pode ser confirmado por diversos estudiosos como Descartes,
Kepler, Newton e Aristóteles utilizados como bases do paradigma científico dominante
Práxis Educativa Contemporênea
•No século XVIII, com a contribuição do Iluminismo, o modelo de racionalidade
defendido pelas Ciências Naturais passou a ser empregado também pelas Ciências
Sociais, com o objetivo de entender e prever fenômenos sociais.
• A partir daí, tal método começou a ser utilizado para marginalizar não apenas
conhecimentos, mas também grupos e povos que passaram a ter sua marginalização
•justificada pelas próprias teorias científicas.
•Esse fato ocasionou uma significativa perda qualitativa nas pesquisas sociais, pois por
buscarem compreender fenômenos que sofrem influências individuais, as Ciências
Sociais são puramente subjetivas.
Práxis Educativa Contemporênea
•A carência causada pela aplicação do método das Ciências Naturais nas Ciências
Sociais culminou em uma crise epistemológica pautada no questionamento central do
poder social que a Ciência Moderna alcançou.
•Poder que, muitas vezes, foi utilizado para justificar interesses particulares, defensivas
militares contra povos de culturas diversas e de classes hegemônicas, ou seja, que
beneficiavam apenas uma parcela da sociedade.
Práxis Educativa Contemporênea
A partir da compreensão de que o
paradigma dominante teve como base a
exclusão de conhecimentos e povos,
cabe então questionar: em que bases
éticas o novo paradigma a emergir da
crise estará assentado?
Práxis Educativa Contemporênea
•O paradigma emergente de Boaventura de Sousa Santos deve ser entendido como um
paradigma prudente para uma vida decente, ou seja, que considere as necessidades
daqueles que foram marginalizados durante séculos, aqueles que sofreram com
•as consequências da utilização militar e política da tecnologia
•O processo educativo pode ser entendido, então, como uma das formas de libertação
de um paradigma que desconsidera e marginaliza aqueles que não possuem
representatividade social.
•Segundo Freire (2000, p. 79), “é preciso que os que assim se encontram negados no
direito primordial de dizer a palavra reconquistem esse direito, proibindo que esse
assalto desumanizante continue”.
•Assim, a educação, com base na pedagogia freiriana, é tida como uma ação
libertadora que reconhece a existência dos oprimidos e a torna objeto de reflexão e
crítica transformadoras da realidade.
Práxis Educativa Contemporênea
•A educação deve ser usada como uma estratégia política de emancipação social, pois
•é capaz de ajudar a desconstruir projetos opressores já instalados e aceitos
socialmente, investindo na criação do conhecimento emancipação-solidariedade
defendido
•Para Paulo Freire (2002, p. 97), o sistema capitalista não deve gerar medo aos
indivíduos, mas sim, representar a necessidade de luta democrática.
Práxis Educativa Contemporênea
Freire (2000) corrobora com esse pensamento ao defender uma ética que seja
construída com e na prática educativa, e que inclua os indivíduos que foram excluídos
por esse processo.
•O que deve guiar um ato pedagógico voltado para o bem, para a transformação
social é o comprometimento ético. Tal comprometimento implica orientar a ação
pedagógica pelos princípios do respeito, da justiça, da solidariedade, que são
promotores do diálogo.
Prática Pedagógica
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
2000.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 25ª ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2001.