Vous êtes sur la page 1sur 9

0

Lina Zubaida Alfredo Bernardo

Proliferação das Igrejas em Moçambique: Caso da Igreja Zione

Licenciatura em Ensino de Geografia

ISCED

2019
1

Lina Zubaida Alfredo Bernardo

Proliferação das Igrejas em Moçambique: Caso da Igreja Zione

Trabalho da Cadeira de Antropologia Cultural de


Moçambique a ser apresentada no ISCED curso
de Gestão de Geografia para efeitos avaliativos.

Tutor: dr. Joaquim Armando Sambo

ISCED

2019
2

Índice
Conteúdo Página

1.Introdução ............................................................................................................................ 3

2.Breve historial da origem da igreja Zione ............................................................................. 4

2.1.Características das igrejas Zione ........................................................................................ 4

2.2.A igreja Zione em Moçambique ......................................................................................... 5

2.3.A proliferação da igreja Zione em Moçambique................................................................. 5

3.Conclusão ............................................................................................................................. 7

4.Bibliuografia ........................................................................................................................ 8
3

1.Introdução

Os Mazione têm as suas modestas casas de culto na periferia das cidades. O seu público é
fundamentalmente feminino. Acredita-se que as mulheres são mais facilmente atingíveis pela
acção dos maus espíritos. Estes são considerados responsáveis pelos quatro grandes tipos de
problemas apresentados pelos crentes: doenças, desemprego, custo de vida (incluindo a falta
de dinheiro para ir às consultas hospitalares) e desavenças familiares. Porém, é imperativo ter
conta quanto elas acarretam com o fardo da infidelidade dos maridos, da gestão dos filhos e
da sobrevivência do lar. Muitas vezes e crescentemente, são chefes de família. Na realidade,
as mulheres são sempre as mais atingidas pelas transformações sociais em curso. As Igrejas
Zione assumem, assim, um triplo papel: o da reconstituição e da ampliações modernas da
família, o de uma recuperação do sentido da vida e da solidariedade e, finalmente, de um neo-
regresso às figuras tutelares da causalidade das sociedades. Neste contexto no presente
trabalho vai debruçar-se acerca da proliferação da igreja zione em Moçambique.

1.1.Objectivos do trabalho

Geral
 Compreender o processo de proliferação das igrejas Zione em Moçambique.

Específicos
 Descrever o historial da Igrejas Zione;
 Caracterizar o ambiente em que surgiu as Igrejs Zione em Moçambique;
 Explicar o processo de proliferação das igrejas Zione em Moçambique.

1.2.Metodologia

O trabalho é fruto de pesquisas bibliográficas devidamente citadas no texto e na bibliografia


geral, análise de informações tendo culminado com compilação de informações e produção
final do trabalho.
4

2.Breve historial da origem da igreja Zione

As origens das várias igrejas Zione espalhadas pela África Austral nos dias de hoje remontam
a uma igreja fundada em Chicago, no estado de Illinois (E.U.A), em 1896 por um pregador de
origem escocesa, educado na Austrália, chamado John Alexander Dowie, a Christian
Apostolic Catholic Church. Desde a sua origem a cura divina das aflições, através da
imposição das mãos, foi a metáfora mais penetrante da cultura de Zion. Segundo o apóstolo
Dowie a cura tal como era descrita nos Actos dos Apóstolos deveria ser recuperada na igreja e
nas suas práticas (AGADJANIAN, 1999: 416).

De acordo com CAVALLO (2013), o seu primeiro desenvolvimento está ligado sobretudo à
acção das missões protestantes cujo trabalho começou nas minas sul-africanas. Devido ao
facto de o protestantismo ter ficado confinado às regiões meridionais e às zonas fronteiriças
com o Zimbabwe e o Malawi, ainda hoje as igrejas Zione estão mais presentes nas regiões
centrais e meridionais do país.

De acordo com MAHUMANE (2010), no século XIX, a África do Sul era um dos lugares
mais intensivamente evangelizados do planeta. O aumento do trabalho assalariado que se
seguiu à descoberta de diamantes e à escavação das minas, o início das políticas
discriminatórias e o declino da hegemonia dos reinos locais, fizeram com que os negros sul-
africanos partilhassem experiências comuns com a classe operária norte-americana, em
particular afroamericana, onde o pentecostalismo estava a ter maior sucesso. As trocas e a
comunicação entre os dois países foram numerosas desde logo e com a difusão do
cristianismo na África do Sul começou a desenvolver-se uma certa identidade africana, para
além das barreiras étnicas, sobretudo graças ao diálogo com algumas igrejas afroamericanas.

2.1.Características das igrejas Zione

As igrejas zione caracterizam-se principalmente por serem igrejas de tipo curativo. São
portanto os problemas de saúde e aflição em geral, associados com a possessão de espíritos
maus, que constituem a principal motivação para recorrer a este tipo de igrejas. Tal como a
religião “tradicional”, o zionismo, de facto, relaciona as causas de infortúnio e de doença com
os espíritos malignos e a feitiçaria. Nesta perspectiva o Espírito Santo, através da mediação do
profeta zione, representa uma força superior, o espírito mais poderoso em relação a todos os
outros espíritos presentes na cosmologia local e, a sua acção contra a feitiçaria parece se
tornar mais eficaz.
5

2.2.A igreja Zione em Moçambique

Para HELGESSON (1994), a peça fundamental para a introdução das igrejas Zione em
Moçambique é representada pelas minas sul-africanas onde muitos trabalhadores originários
de Maputo, Gaza e Inhambane entraram em contacto com uma intensa actividade de
evangelização protestante. Os últimos anos da década de 1880 conheceram uma rápida
aceleração da migração de homens moçambicanos para as minas sul-africanas, sobretudo a
seguir à descoberta de ouro na região de Witwatersrand em 1886, o que incrementou a
necessidade de mão-de-obra.

De acordo com CRUZ & SILVA (2002), em Moçambique as igrejas Zione foram
introduzidas durante o período colonial por mineiros moçambicanos regressados das minas
sul-africanas e rodesianas. Porém, a sua difusão começou a ser considerável sobretudo a partir
da liberalização económica, ocorrida nos últimos anos da década de 1980, e com o fim da
guerra civil em 1992, e o consequente enfraquecimento do aparelho do Estado.
De acordo com CAVALLO (2013), nas minas, muitos homens aprenderam a ler e escrever e a
utilizar pessoalmente o texto bíblico nas suas línguas vernáculas. A partir das minas, estes
mesmos homens começaram a difundir a mensagem do novo texto nas suas aldeias de origem.
Contudo, desde logo os pregadores moçambicanos começaram a introduzir as suas visões e
perspectivas particulares da mensagem cristã, afastando-se dos centros missionários.

2.3.A proliferação da igreja Zione em Moçambique

Apesar de, em Moçambique, o movimento evangélico começarem a se evidenciarem nos


finais do século XIX, como consequência indirecta da penetração das igrejas Missionarias
Protestantes e da migração de muitos Moçambicanos para África do Sul, a sua difusão foi
muita lenta devido as condições religiosas do período.

Para MAHUMANE (2010), no período colonial, o movimento evangélico encontrou muitas


dificuldades no seu processo de estabelecimento e expansão, devido a hostilidade do poder
colonial que tentou impor através da igreja católica uma certa normalização religiosa, o que
marginalizou as igrejas protestantes.
Com a independência, o movimento evangélico continuou a sofrer as mesmas dificuldades,
pois, era acusado de ligações e compromissos com o regime colonial e o imperialismo em
geral, durante a fase de transição. O governo da Frelimo rejeitou igualmente as praticas e
costumes ligado ao culto dos antepassados, possessões espirituais e outras manifestações
6

religiosas considerando-as obscurantistas e supersticiosas. No entanto, a crise provocada pela


violência da guerra e dificuldades socioeconómicas ao longo dos anos 80, obrigou as
autoridades a estabelecer uma aliança com novos parceiros entre os quais a igreja, para fazer
face á crise que assolava o país (MACAMO, 1998: 37).
O fim da guerra e consequente fim do sistema socialista-marxista foi muito significativo para
o avanço dos movimentos independentista que viam o seu caminho minado pelas políticas
revolucionárias da Frelimo.
A esse respeito, MAHUMANE (2010) conclui que maior parte das igrejas Zione foram
reconstruídas nos anos 1983/4, altura em que a guerra entre o governo e a Renamo já se fazia
sentir e os efeitos da seca agravavam os problemas de assistência, obrigando as populações a
refugiarem-se nas vilas e nas aldeias comunais, o que de certa forma facilitou o contacto com
as igrejas Zione existentes na vila e nas sedes de localidades do distrito, onde as condições de
segurança eram satisfatórias. São estas pessoas que, com o fim da guerra, levam evangelho
para as suas regiões de origem.

2.4.O impacto da proliferação das igrejas em Moçambique


Dado à complexidade do fenómeno, é difícil determinar exaustivamente as implicações da
proliferação das igrejas em Moçambique. O que a seguir apresentamos constitui o pouco das
entre tantas implicações.

A proliferação das seitas comporta consigo incertezas que se pode traduzir em sincretismo,
fanatismos, desorientação, desconfianças, fundamentalismo, conflitos armados, entre outros
(GUSMÃO, 2008).
7

3.Conclusão

Para HELGESSON (1994), a peça fundamental para a introdução das igrejas Zione em
Moçambique é representada pelas minas sul-africanas onde muitos trabalhadores originários
de Maputo, Gaza e Inhambane entraram em contacto com uma intensa actividade de
evangelização protestante.

Os ideias de mahumane nos levam a perceber que, embora surgidas no período colonial, a
igreja Zione conheceu maior expansão no período pos-guerra civil, principalmente para as
regiões interinas do país
8

4.Bibliuografia

GUSMÃO, N. M. M. (2008). Antropologia, Estudos Culturais e Educação: desafios da


modernidade. São Paulo, Brasil: USP.
MOTO, M. (2011). Filosofia e Cultura Moçambicana. (2ª Edição). Maputo, Moçambique:
UEM
CRUZ & SILVA, T (2001). Entre a exclusão social e o exercício da cidadania: Igrejas Zione
no Bairro Luís Cabral. Estudos Moçambicanos,

AGADJANIAN V. (1999). “As Igrejas Zione no espaço sociocultural de Moçambique”,


Lusotopie,

HONWANA, A. M.(2002). Espíritos vivos, tradições modernas: possessão de espíritos e


reintegração social do pós guerra em Moçambique. Maputo: Promédia

MACAMO, E. (1998). A influência da religião na formação de identidades sociais no Sul de


Moçambique, em Identidade, Moçambicanidade, Moçambicanização organizado por C. Serra,
Maputo: Livraria Universitária UEM

MAHUMANE, J.(2014). As igrejas Zione e a cooperação comunitária no processo de guerra


e pós guerra em Moçambique: um estudo de caso no Distrito de Homoíne, 1980-2003,
Comunicação para o VIII Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, Coimbra
Setembro 2004.

Vous aimerez peut-être aussi