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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
O desenho é por vezes menosprezado como uma área dentro da engenharia. De fato, o desenho é
uma ferramenta imprescindível para o nosso dia – a – dia.
Uma nova estrutura, uma nova máquina, um novo mecanismo, uma nova peça nasce da ideia de um
engenheiro, em geral sob forma de imagens no seu pensamento. Essas imagens são materializadas através
de outras imagens: os desenhos.
A descrição com o objetivo de interpretar, analisar e, principalmente estabelecer modos de
intervenção no relacionamento dos espaços implica uma atitude de representação gráfica, caracterizada por
uma simbologia própria e, consequentemente, uma linguagem própria.
Desenho Artístico
Desenho Técnico
Linguagem gráfica universal que faz uso da representação plana de uma realidade
tridimensional para transmissão de idéias de uma forma rápida e precisa.
Abaixo tem-se exemplos de desenhos técnicos :
Figura 1.4: (a) Representação Livre do objeto, porém de caráter técnico. (b) Representação Livre do objeto, porém de caráter
técnico.
O desenho técnico pode assumir diversos modos de representação, mas deve manter sempre o
rigor e a objetividade que o caracterizam. Os modos mais usados em desenho técnico são as
representações em vistas múltiplas e em perspectivas.
Figura 1.5: Representações em vistas múltiplas e em perspectivas.
Perspectivas: É usada quando se quer ter uma visão espacial rápida, de determinado objeto.
Múltiplas Vistas: É um dos tipos de representação mais usados e se baseia no conceito de projeção
ortogonal, a quantidade de informação contida é muito grande.
- Esboço; desenho a mão livre. – Desenho Preliminar: Desenho - Desenho: Desenho com
rigoroso preliminar rigor na apresentação.
Figura 1.8: Desenho a mão livre. Figura 1.9: Desenho rigoroso preliminar Figura 1.10: Desenho com rigor
na apresentação.
Para que o desenho técnico seja universal entendido sem ambigüidade, é necessário que obedeça a
determinadas regras e convenções, de forma que todos os implicados no processo „‟falem a mesma
língua‟‟.
Figura 1.11: Normas Regulamentadoras.
Existem vários organismos, nacionais e internacionais, que produzem normas sobre os mais variados
assuntos, dentre os quais, o desenho técnico.
Europa – ISO (International Organization for Standardition): as normas de maior aceitação e
aplicação.
América – ANSI ( American National Standards Institute): são normas de aplicação quase
exclusiva.
2.1 Introdução
O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1 m2 e de lados medindo 841
mm x 1189 mm, que corresponde pelo A0.
2.3 Margens
São limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita o espaço para o desenho.
Tabela 2.2: Tamanho das margens para cada formato de folha da série A.
Figura 2.3: Dimensões das margens de folhas no formato A3 e A4.
Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de dobragem.
Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta, que possa ser consultada com facilidade
sem necessidade de retirá-la da pasta, e que a legenda esteja visível com o desenho dobrado.
2.5 Legenda
Em desenho ténico existe a necessidade de utilizar tipos de linhas diferentes de acordo com o elemento a
ser representado.
A NBR 8403, etstabelece os tipos de linhas de acordo com sua utilização.
Quadro 2.1: Tipos de traços.
Figura 2.5: Aplicação da linha contínua. Figura 2.6: Aplicação da linha de contorno invisível.
- Exemplos de aplicação de: Linhas de Centro. - Exemplos de aplicação de: Outros Usos de Linhas de Centro.
Figura 2.7: Aplicação da linha de centro. Figura 2.8: Aplicação de outros usos da linha de centro.
A representação gráfica de forma de uma peça, máquina ou estrutura constitui um aspecto das informações
necessárias para a construção.
A fim de completar a descrição, devem-se acrescentar as dimensões cotas, dados pertinentes ao material e
ao acabamento e uma legenda descritiva.
Pautas - As pautas de base na parte superior das letras sempre devem ser traçadas levemente, com
lapiseira 0,5 mm.
2.9 Escala
Escala : Relação entre a dimensão do objeto representado no papel e a dimensão real ou física do
mesmo.
Escala de Redução: Quando a dimensão do objeto no desenho é menor que a sua dimensão real.
Escala I:X, com X > I.
Escala de Ampliação: Quando a dimensão do objeto no desenho é maior que a sua dimensão real.
Escala X:I, com X > I.
3.1 Introdução
Para registrar uma informação no papel, sapo necessários instrumentos e equipamentos. Mesmo para
desenhos feitos amão livre, lápis, borracha e, algumas vezes, papel milimetrado são empregados.
- Lapiseira;
- Esquadros;
- Régua T;
- Escalímetro;
- Transferidor;
- Compasso.
Figura 3.1: Exemplos de instrumentos gráficos.
3.2 Lapiseira
De acordo com o tipo e tamanho do grafite pode-se traçar diferentes tipos de retas.
Recomenda-se o uso de grafite:
3.5 Escalímetro
3.6 Transferidor
Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso tradicional possui uma ponta seca e
uma ponta grafite, com alguns modelos com cabeças intercambiáveis para canetas.
4.1 Introdução
A maioria dos traçados gráficos em desenho técnico se baseia na aplicação da geometria que permitem
representar peças ou componentes dos projetos de engenharia.
Os projetistas e desenhistas devem estar familiarizados com a solução gráfica dos traçados.
Seja AB o seguimento de reta. Usando uma abertura do compasso maior do que metade AB, e colocando a
ponta seca do compasso em A e a seguir em B, traçam-se arcos que se cruzam em 1 e 2. Unindo-se estes
pontos, tem-se a perpendicular desejada.
Com centro neste ponto e com qualquer raio, traça-se uma circunferência, que cortará a reta nos pontos A e B.
Depois, seguem-se os mesmos passos descritos não item anterior.
Seja a reta AB o ponto exterior E. Com a ponta seca do compasso em E e qualquer raio, traça-se o arco que
corta AB em C.
Com centro em C e com o mesmo raio, traça-se o arco EF.
Com o centro em C e raio EF determina-se o ponto D. Unindo-se E a D, tem-se a paralela pedida.
Seja o segmento AB que deverá ser dividido em 5 partes iguais. Pelo ponto externo A traça-se uma reta
auxiliar com qualquer inclinação. A partir de A, marcam–se 5 divisões iguais entre si e de qualquer tamanho.
Unindo agora o ponto 5 ao ponto B, tem-se o segmento 5B. As retas paralelas a 5B, traçadas pelos pontos 4, 3,
2 e 1, dividirão o segmento AB 4m 5 partes iguais.
Coma ponta seca do compasso em A e uma abertura de compasso qualquer, traça-se o arco de um círculo CD.
Com uma abertura de compasso maior que a metade da distância e com os centros em C e D respectivamente,
traçam-se arcos que se cortam em O.
A reta AO é a bissetriz pedida.
Seja o ângulo A que se quer transporta para o outro lado. Com abertura de compasso qualquer e centro em A,
traça-se um arco de círculo, determinando os pontos S e T.
Traça-se no local de transporte à reta CD, que será o lado do ângulo a ser construído. Com centro em C e a
mesma abertura de compasso usada para determinar os pontos S e T, traça-se um arco, que corte a reta CD em
X.
Com centro em X e com abertura de compasso, ST, marca-se esta distância no arco traçado, determinando o
ponto Y.
Unindo-se C a Y tem-se um ângulo exatamente igual ao anterior.
Polígonos Regulares – Um polígono que tem todos os seus ângulos e lados iguais é chamado de
regular.
Prismas
Cones
Determine as mediatrizes, pontos B e C, por estas mediatrizes levante perpendiculares a cada seguimento
de reta.
O ponto de intercessão determinado pelas perpendiculares determina o centro do arco. Para determinar o
raio basta medir a distância do centro determinado a qualquer dos pontos dados.
Figura 4.15: Construção de um círculo a partir de 3 pontos colineares.
4.11 Quadrado
Traçar o diâmetro AB e o raio OC que lhe é perpendicular. Secionar OB ao meio. Com este ponto D
(mediatriz de OB) como centro e raio DC, descrever o arco CE.
Com centro em C e raio CE, traçar o arco EF. CE é um lado do pentágono. Transportar esta distância ao
redor do círculo com um compasso de pontas secas.
Figura 4.18: Construção de um pentágono regular.
Traçar uma circunferência com centro em “C” e demarcar o diâmetro determinando os pontos “A” e “B”;
Traçar um arco com centro em “B” e raio igual ao raio da circunferência. Repetir o procedimento para o
centro em “A” e obter os pontos “A”, “F”, “D”, “B”, “E” e “G” que dividem a circunferência em 6 partes
iguais;
Traçar os segmentos de reta AF, FD, DB, BE, EG e GA para obter o Hexágono Regular.
5.1 Introdução
Para desenhar e transmitir cada detalhe é necessário preparar descrições que mostrem os aspectos
construtivos das “formas e das dimensões do objeto”.
A expressão gráfica é o método fundamental de comunicação entre os projetistas e o construtor.
Pretende-se que a representação gráfica de um determinado objeto seja clara, simples e convencional, de
tal forma que a linguagem utilizada seja facilmente compreendida pelos técnicos que terão de utilizá-la.
5.3 Tipos de Projeção
Os métodos projetivos empregados ara facilitar os entendimentos entre o projetista e o construtor são:
As projeções ortogonais;
As perspectivas;
Visão tridimensional.
Após apresentação dos dois métodos, será utilizado apenas o método europeu.
Consiste em uma ou mais vistas, separadas e tomadas de posições diferentes (vistas), geralmente em ângulos
retos entre si, dadas por perpendicuçares do obejto ao plano de projeção.
Cada vista mostra a forma do objeto a partir de um plano de visão.
Agora vamos imaginar que este paralelepípedo se abra até que todos os planos de projeção estejam sobre
uma mesma superfície (coplanares).
De acordo com esta norma, o objeto se localiza entre o observador e o plano projetor.
1. Vista Frontal
2. Vista Superior
3. Vista Lateral Direita
4. Vista Lateral Esquerda
5. Vista Inferior
6. Vista Posterior
São linhas de simetria que posicionam o centro de furos ou detalhes com simetria radial. São de extrema
importância, visto que a fabricação de peças começa, em geral, pela marcação dos centros de furos.
A Vista principal deve ser escolhida de modo a fornecer a maior quantidade de informação sobre a peça.
Quando existirem dúvidas quanto à vista a ser utilizada para a vista principal, deve ser usada a posição de
serviço da peça, ou seja, a vista de frente dessa peça no desenho do conjunto de peças onde ela se localiza.
CAPÍTULO 06 – COTAGEM
“Cotagem é a representação gráfica no desenho das características do elemento, através de linhas, símbolos,
notas e valores numéricos em uma unidade de medida”.
Como regra geral na representação e leitura de desenhos deve se observar que os mesmos possam ser lidos da
base da folha de desenho ou de sua direita.
As setas (ou flechas) como são normalmente chamadas, não são mais do que as terminações da linha de cota.
De acordo com a norma ISSO 129:1985, as terminações podem ser:
1. As cotas indicadas nos desenhos são sempre as cotas reais do objeto, independente da escala usada no
desenho.
3. Não pode ser omitida nenhuma cota necessária para a definição da peça.
4. Indicar a distância entre os centros dos furos e não entre as paredes dos furos.
Figura 6.5: Maneira correta de cotar.
5. Evitar de colocar mais que duas que passam pelo centro da circunferência.
Exercícios
7.1 Introdução
Dentre as projeções axonométricas, a isométrica é a mais utilizada, principalmente porque não carece de
coeficientes de redução (r = 1) e os ângulos de fuga são ambos de 30°, permitindo assim obter perspectivas
“verdadeiramente rápidas”.
A construção de uma peça em perspectiva isométrica, partindo de sua representação em vistas múltiplas, é
relativamente simples.
Basta desenhar o paralelepípedo envolvente e depois as distâncias relativas entre os diversos detalhes
existentes, medindo sempre estas distâncias ao longo das direções isométricas.
7.2 Linhas Isométrica
Em um desenho isométrico, as arestas de um objeto que não são paralelas a um dos eixos principais não
podem ser medidas.
Na figura, os comprimentos das arestas AB e CD podem ser medidos diretamente.
As linhas paralelas a um dos eixos principais são chamadas de linhas isométricas.
As arestas BC e DE da figura 7.2 não podem ser medidas diretamente, pois não são paralelas a um dos eixos
principais, sendo estas chamadas de linhas não isométricas.
São as arestas não paralelas aos eixos simétricos. Para o traçado de arestas não isométricas deve-se considerar
o sólido envolvente como elemento auxiliar, marcando-se os pontos extremos das linhas não isométricas e
unindo-os posteriormente.
Na maioria dos casos, a maior dimensão do objeto deve aparecer como uma dimensão horizontal da face
dianteira do objeto.
Figura 7.3: (A) Superior, frontal e direita; (B) Superior, frontal e esquerda.
7.5 Etapas de Construção do Isométrico
1ª Etapa
2ª Etapa
Usar os eixos isométricos para marcação das dimensões gerais do objeto (comprimento, largura e
altura).
4ª Etapa
6ª Etapa
Reforçar os traços que formam a arestas do objeto de forma que as linhas construtivas fiquem em segundo
plano.