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E JUDICIÁRIA
Coordenação do Projeto
Núcleo de Qualificação e Apoio Didático-Pedagógico
Coordenação Pedagógica
Profa. Tereza Moura
Organização da Coletânea
Professores da Disciplina, sob a coordenação da Profa. Hustana Maria Vargas
SEMANA 1
Direito Positivo e sociedade: a Sociologia Jurídica
e Judiciária no campo das Ciências Sociais. 9
SEMANA 2
Sociologia Jurídica do Conflito. Litigiosidade
social e composição de conflitos. 10
SEMANA 3
Produção e distribuição social do Direito. Monismo
e pluralismo jurídico: justiça formal e justiça comunitária. 13
SEMANA 4
Os poderes legislativo e judiciário em suas funções de
produção e distribuição da ordem jurídica. Processo
de escolha dos legisladores, qualidade do sistema
eleitoral e da produção legislativa brasileira. 18
SEMANA 5
Papel social e político do Poder Judiciário. Sistema de escolha
dos magistrados e garantias constitucionais dos magistrados. 20
SEMANA 6
Sociologia das profissões jurídicas. Revisão dos
paradigmas de formação e dos perfis profissionais. 22
SEMANA 7
Dinâmica social da norma e das instituições de direito. Eficácia
das normas jurídicas e seus efeitos sociais. Fatores que ampliam
as chances de eficácia e de produção de efeitos positivos. 25
SEMANA 8
Efeitos negativos da norma. O círculo vicioso impunidade-ilicitude. 27
SEMANA 1
Direito Positivo e sociedade: a Sociologia Jurídica e Judiciária no
campo das Ciências Sociais.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura das Lições 2 e 3 do livro de SABA-
DELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma lei-
tura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003, e do capítulo 1 do livro
de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de
Janeiro: Forense, 2004.
Referência complementar: para se familiarizar com a temática da
Sociologia Jurídica, visite o site: <http://sociologiajur.vilabol.uol.com.br/>.
Caso 1
“A relação do direito com a sociologia faz o jurista ter uma visão
mais complexa e menos formalista da realidade social, questionan-
do o dogmatismo técnico-formal, e, por outro lado, a relação da so-
ciologia com a norma positiva faz o sociólogo ter, por sua vez, uma
visão mais complexa dos níveis formalizadores da vida social, sendo,
o jurídico, um desses níveis cada vez mais presente nas sociedades
contemporâneas” (ALVIM, Joaquim Leonel de Rezende. O discurso
dos magistrados trabalhistas sobre as transformações da categoria so-
ciojurídica trabalho. In: MELLO, Marcelo. (Org.). Justiça e Sociedade:
temas e perspectivas. São Paulo: LTr, 2001).
Caso 2
“Não é exagero afirmar que, sem as lutas pelos direitos humanos
— agora nas suas dimensões sociais, como o direito de todos à educação, à
saúde, a um meio ambiente de qualidade etc. —, nossas sociedades teriam
configuração muito diferente da atual, com um recorte muito menos libe-
SEMANA 2
Sociologia Jurídica do Conflito. Litigiosidade social e composição
de conflitos.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 2 do livro de CAVALIERI FILHO,
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
Referências complementares: procure conhecer a legislação so-
bre Juizados Especiais e arbitragem. Consulte sites sobre arbitragem,
mediação e conciliação, como: <http://www.conciliar.cnj.gov.br/
conciliar/index.jsp> e <http://www.crasp.com.br/mediacao_arbitra-
gem/links_arbitragem.htm>.
Caso 1
“Solução Imediata” obtém 70% de acordos em reclamações en-
volvendo telefonia fixa (Notícias do TJRS. Disponível em: <http://
www.tj.rs.gov.br/site_php/noticias/mostranoticia>).
Experiência-piloto que objetiva resolver problemas relacionados
a serviços de telefonia fixa, o projeto “Solução Imediata” obtém mais
de 70% de acordos ainda na fase pré-processual. A iniciativa destina-
se a reclamações envolvendo a Brasil Telecom e disponibiliza, no Foro
Central da Capital, uma sala de atendimento aberta a qualquer clien-
te que pretenda solucionar alguma pendência com a empresa.
Grande parte dessa demanda chega inicialmente aos Juizados Espe-
ciais Cíveis (JECs) do Foro Central, que encaminham os consumidores
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Caso 2
Transexual obtém direito a alterar nome e sexo no registro civil
(Notícias do TJRS. Disponível em: <http://www.tj.rs.gov.br/site_php/
noticias/mostranoticia>).
Pessoa que retirou seu órgão masculino e tem comportamento
feminino obteve autorização da 8a Câmara Cível do TJRS para alte-
ração de sexo e nome em sua documentação civil. A determinação
deve ser efetuada pelo Ofício de Registro Civil, e a situação anterior
não deverá ser informada quando forem fornecidas certidões. O jul-
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SEMANA 3
Produção e distribuição social do Direito. Monismo e pluralismo
jurídico: justiça formal e justiça comunitária.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura da Lição 5 e do item 2 da Conclusão do livro
de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a
uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003 e do capítulo 3
do livro de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica.
Rio de Janeiro: Forense, 2004.
Referências complementares: WOLKMER, Antonio Carlos.
Pluralismo jurídico: fundamentos de uma nova cultura no direito. 2. ed.
São Paulo: Alfa-Ômega, 1997; FALCÃO, Joaquim de Arruda. Justiça
social e justiça legal: conflitos de propriedade no Recife. In: SOUSA
JUNIOR, José Geraldo de (Org.). O Direito achado na rua. Brasília:
UnB, 1988. p. 113 a 116; e SANTOS, Boaventura de Sousa. Notas
sobre a história jurídico-social de Pasárgada. Idem.
Caso 1
Texto 1 — Presidente do TJ afirma que forças instituídas estão
vencendo o crime organizado no Rio (TJ-RJ — Assessoria de Imprensa
— 19 set. 2002).
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Mar-
cus Faver, avaliou a operação de captura de Elias Pereira da Silva, o
Elias Maluco, como uma demonstração de que as forças constituídas
do Estado do Rio de Janeiro estão buscando uma reversão contra o
crime organizado, fazendo com que os criminosos sejam levados à
Justiça e que respondam pelos delitos praticados.
Ele afirmou que esta reação nasceu com a atitude da juíza Sônia
Maria Garcia Gomes Pinto, da 1a Vara Criminal de Bangu, que foi a
primeira a determinar a busca e apreensão de celulares e armas que
estavam no presídio. Segundo o presidente, a juíza também deter-
minou a substituição dos dirigentes de Bangu I, identificando desde
logo uma administração comprometida com o crime organizado. “Isto
aflorou uma situação fática que estava contaminando as instituições
de segurança no Estado do Rio de Janeiro”, destacou.
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por maioria simples; uma coordenação, composta por três pessoas eleitas
pela assembléia que exercem funções executivas; comissões, grupos de tra-
balho divididos em temáticas, como alimentação, segurança, educação,
entre outros, que desenvolvem ações necessárias à existência do acampa-
mento, como preparação coletiva da alimentação ou organização da esca-
la da segurança do acampamento; delegados de áreas, representantes das
quatro áreas em que foi dividida a fazenda ocupada, que devem fiscalizar
a utilização da terra e dividir e entregar os lotes aos novos ingressos. Nota-
damente, percebe-se nesta estrutura política uma cultura assembleísta.
A convivência social, a diversidade e diferença invariavelmente
provocam conflitos e disputas entre os membros de qualquer coletivi-
dade. Em Nova Misericórdia, os conflitos são apresentados em assem-
bléia, quando as instâncias anteriores não conseguiram resolver tal
conflito ou quando não ocorreu a própria autocomposição. Às vezes,
uma conversa do coordenador ou delegado de área com o sujeito que
provoca o conflito produz uma solução mais rápida. São exemplos
ilustrativos de conflitos internos: violência contra mulher, resolvida
através do diálogo do coordenador e ameaça de expulsão do acampa-
mento; pequenos furtos, dificilmente solucionados, mas combatidos
com discursos de solidariedade e respeito em reuniões; disputas por
posses, decididas pelos delegados de área ou assembléia.
A produção normativa tem, como paradigma, o Regimento da
CETA, e, como norma fundamental, o regimento interno, aprovado em
assembléia e apresentado aos novos ingressos no movimento para decla-
ração de respeito ao regimento. Este simples documento dispõe sobre
procedimentos e regras básicas, a exemplo da proibição de venda de pos-
se ocupada ou utilização de drogas e respeito às decisões da assembléia.
Não há outros documentos normativos escritos, uma vez que as decisões
da assembléia sobre os conflitos internos são as verdadeiras normas do
movimento, que são novamente utilizados, na qualidade de precedentes,
quando ocorre novo conflito semelhante a outro já decido.
Dessa forma, o Direito em Nova Misericórdia não é abstrato, ge-
nérico e impessoal, pelo contrário, tem natureza concreta e especial-
mente dirigida aos envolvidos no conflito. Com tais inversões, conse-
gue-se concretizar na decisão das assembléias uma Justiça Social, que
representa inteiramente a vontade daquela comunidade. Este direito
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Caso 2
Perspectiva sociológica e pluralismo jurídico: a necessidade de supe-
ração do bacharelismo-tecnicista na formação do profissional do direito
(NOVAES, Elizabete David. Revista Sociologia Jurídica, jul.-dez. 2005).
Podemos afirmar que a Sociologia, voltada para a compreensão
do fenômeno jurídico, representa um importante passo para uma con-
cepção dialética do Direito, compreendido, portanto, como processo
— capaz não só de representar os interesses dominantes das estruturas
sociais vigentes, mas, principalmente, caminhar para a ruptura dessas
estruturas. Entendemos, então, que o Direito não é simples ideologia
(embora se recubra desta também), mas um processo histórico, signifi-
cado pela ação concreta e constante, decorrente do embate das forças
sociais presentes na sociedade que o constrói.
Buscamos salientar o caráter social do Direito para fazê-lo emergir
como instrumento de garantia da igualdade e justiça, que não pode ser
ignorado na formação do profissional do Direito. Para este profissional,
torna-se fundamental considerar o Direito como processo, entendendo-
o como realidade móvel, flexível, dialógica e não estritamente “lógico”,
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SEMANA 4
Os poderes legislativo e judiciário em suas funções de produção e
distribuição da ordem jurídica. Processo de escolha dos legisladores,
qualidade do sistema eleitoral e da produção legislativa brasileira.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 11 do livro de CAVALIERI FILHO,
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
Referências complementares: visite os sites da Câmara: <http://
www2.camara.gov.br/ e do Senado: http://www.senado.gov.br/sf/>,
e assista ao vídeo Como nascem as leis: <http://www2.camara.gov.br/
internet/processolegislativo>. Navegue também pelos sites do Poder
Legislativo de seu estado e município. Conheça o trabalho do Depar-
tamento Intersindical de Assessoria Parlamentar: <http://diap.ps5.
com.br/>, que avalia a atuação de parlamentares.
Caso 1
Questão elaborada a partir do Enade 2005 — Formação Geral:
POSTALES GLOBALES
Sí ABSTENCIÓN ACTIVA
NO ABSTENCIÓN PASSIVA
Sí, PERO NO VOTO EN BLANCO
NO, PERO SÍ OTROS
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Caso 2
Sistema Eleitoral Brasileiro (MELO, Carlos Ranulfo Félix de.
Disponível em: <www.historiasdopoder.com.br/interviewed/>).
No Brasil o eleitor escolhe seus representantes por meio do voto
direto e temos uma das maiores democracias do mundo. O sistema
eleitoral brasileiro é considerado um dos mais modernos, sobretudo,
pela sua iniciativa em informatizar o voto através da urna eletrônica.
Contudo, ainda existe um esforço muito grande por parte do Poder
Legislativo em estabelecer uma série de mudanças para tornar o sistema
cada vez mais democrático e transparente, como por exemplo: a fideli-
dade partidária e o financiamento público das campanhas.
Responda: quais têm sido as principais propostas sobre Reforma
Política no Brasil? O que defendem?
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SEMANA 5
Papel social e político do Poder Judiciário. Sistema de escolha dos
magistrados e garantias constitucionais dos magistrados.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura dos capítulos 11, 12 e 13 do livro
de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de
Janeiro: Forense, 2004; e da Lição 10 do livro de SABADELL, Ana
Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa
do Direito. São Paulo: RT, 2003.
Referências complementares: SANTOS, Boaventura de Souza.
Para uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez, 2007. Visite
os sites do STF, STJ, TJs, OAB, AMB (Associação dos Magistrados
Brasileiros), Anamatra, Ministério Público e Defensoria Pública.
Caso 1
Texto 1
Os concursos públicos produziram entre nós um Judiciário digno
e têm prestado serviço inestimável à causa da Justiça. Continuam a re-
presentar a alternativa mais adequada de recrutamento, a conciliar as
vertentes democrática e aristocrática. Mas é o momento de se substi-
tuir sua metodologia para a inserção de critérios mais consistentes de
seleção, priorizando-se os aspectos éticos e vocacionais, até mesmo em
detrimento do apuro técnico, sabido que uma pessoa destinada a jul-
gar seu semelhante se automotivará ao estudo permanente, enquanto o
intelectual aético nunca será um verdadeiro juiz (TEIXEIRA, Sálvio de
Figueiredo. A formação do juiz contemporâneo. Disponível em: <http://
www.cjf.gov.br/revista/numero4/artigo12.htm>).
Texto 2 — Lula indica nova ministra do Supremo Tribunal Fe-
deral (Agência Estado, 10 maio 2006. Disponível em: <http://www.
tre-to.gov.br/aplic/institucional/assessoria_imprensa>).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou, nesta quarta-feira,
a Procuradora do Estado de Minas Gerais, Carmen Lúcia Antunes
Rocha, para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ela substituirá Nelson Jobim, que deixou a Corte no final de março
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Caso 2
Tribunal de Justiça do Eestado do Rio de Janeiro. Conselho de
Magistratura. Representação contra juiz de primeira instância.
Representante: Associação das vítimas do Edifício Palace II.
Representado: XXXXX, Juiz de Direito.
Decisão. Ementa:
Representação contra juiz por alegada parcialidade e prática de
irregularidades na expedição de alvarás em processo de grande reper-
cussão social;
Autonomia do Magistrado na condução processual;
Impossível a este Conselho de Magistratura, como Órgão cen-
sório, alterar decisões judiciais por error in judicando ou error in pro-
cedendo, bem como sancionar magistrado pelo teor das decisões que
proferir, violando a independência funcional. Decisum no sentido da
flagrante improcedência da representação.
Responda:
1. A alegação do representante tem como base a violação de qual
das características da justiça pública? Justifique.
2. Relacione as garantias constitucionais conferidas à magistra-
tura, identificando suas razões sociais.
SEMANA 6
Sociologia das profissões jurídicas. Revisão dos paradigmas de for-
mação e dos perfis profissionais.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura dos Artigos 92, 94 e 103-B da CRFB e dos
capítulos 11, 12 e 13 do livro de CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa
de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004; e da Lição 10 do
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Caso 1
Questão elaborada a partir do Provão 2001.
A função da magistratura é tema explorado pela Sociologia
Jurídica. Vários estudos, no Brasil e no exterior, procuram traçar um
retrato dos juízes e analisar o papel que desempenham na sociedade
atual. Esses estudos destacam:
I — os fenômenos da “politização do Judiciário” e da “judicialização
da política”.
II — a origem social e a formação do magistrado.
II — a técnica específica de elaboração das sentenças.IV. a hierar-
quia dos tribunais e o duplo grau de jurisdição.
SOMENTE é correto o que se afirma em:
a) I e II
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV
Caso 2
Texto 1 — Corregedores de todo o país discutem a impunidade
(CNJ, quarta-feira, 2 maio 2007).
A corrupção no Judiciário, ainda que praticada por apenas um
magistrado, constitui “fato muito grave, porquanto atinge, em cheio,
o sentimento de justiça da população e a credibilidade do Judiciário,
última esperança dos injustiçados”. O entendimento é do corregedor
nacional de Justiça do CNJ, ministro Antônio de Pádua Ribeiro. O
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SEMANA 7
Dinâmica social da norma e das instituições de direito. Eficácia das
normas jurídicas e seus efeitos sociais. Fatores que ampliam as chan-
ces de eficácia e de produção de efeitos positivos.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 9 do livro de CAVALIERI FI-
LHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004;
e da Lição 3 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia ju-
rídica: introdução a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003.
Referências complementares: conheça os sites do Dena-
tran: <http://www.denatran.gov.br/contran.htm> e da AMB:
<http://www.amb.com.br/portal/>.
Caso 1
Cinto de segurança: há anos salvando vidas (MARIANO, Nil-
son. Disponível em: <http://www.perkons.com.br/imprensa.php>).
Quem poderia morrer sai ferido. Quem deveria se machucar
gravemente sofre pequenas lesões. Quem se contundiria levemente
escapa são e salvo. Em 10 anos de uso obrigatório (antes só era exigido
em rodovias), o cinto de segurança comprovou que é o anjo da guar-
da de motoristas: evitou mortes, reduziu a gravidade de ferimentos,
poupou dores. Não há números, mas sobram certezas sobre a eficácia
do equipamento. Em uma década de atuação no Batalhão Rodoviário
da Brigada Militar, o tenente-coronel João Batista Hoffmeister cansou
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Caso 2
O labirinto jurídico dos recursos (O Globo, 24 jun. 2007).
No Brasil é possível prolongar um processo judicial por mais de
40 anos. “O excesso de recursos, garantido pelo duplo grau de jurisdição
(direito da parte vencida na ação de ter a sentença reexaminada) é
apontado como uma das causas centrais da impunidade no Brasil. Na
prática as medidas eternizam o processo. Mas nem todos conseguem.
Recorrer é quase um privilégio, porque tais recursos exigem vasto
conhecimento jurídico dos advogados e capacidade financeira da
clientela. Até os juízes reconhecem o drama. Para 86% deles, segundo
pesquisa da AMB, o excesso de recursos é o aspecto mais importante
para a existência da impunidade no país. A demora no encerramento
do processo foi apontada por quase 84% dos juízes, enquanto 74%
citam a ineficiência do inquérito policial”.
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SEMANA 8
Efeitos negativos da norma. O círculo vicioso impunidade-ilicitude.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura do capítulo 9 do livro de CAVA-
LIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro:
Forense, 2004; e da Lição 3 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Ma-
nual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa do Direito.
São Paulo: RT, 2003. Referências complementares: sites da “Trans-
parência Brasil”: <http://www.transparencia.org.br/index.html>; da
Polícia Federal: <http://www.dpf.gov.br/>; e do Ministério da Justiça:
<http://www.mj.gov.br/>.
Caso 1
Corrupção tem remédio (Disponível em: <http://clipping.
planejamento.gov.br/Noticias>).
O cientista político Stuart Gilman, Chefe do Programa Global
da ONU contra a Corrupção, coordena programas de combate à
corrupção junto a vários países, dentre eles o Brasil. Em entrevista a
uma jornalista brasileira, disse que, no combate à corrupção, é preciso
combinar prevenção e punição. Outrossim, falou que “se a corrup-
ção não é controlada, destrói-se um dos valores fundamentais de uma
democracia, que é a confiança da população no governo e nas insti-
tuições, abrindo caminho para regimes autoritários”. Pensa também
que as pessoas podem se deixar levar pela idéia de que a corrupção
está ligada à democracia. Acrescenta que o tráfico de drogas, o crime
organizado e até o terrorismo são sustentados pela corrupção: como
passar grandes carregamentos de cocaína pelas fronteiras?
27
Caso 2
A questão do Judiciário é alvo de estudos e debates, não só no
Brasil, como em outros Estados Democráticos, onde a solução de
muitos conflitos sociais passa pela decisão judicial. Nessa dimensão,
analise o texto a seguir, e, depois, responda.
“Por sua vez, Palomba obteve resultados curiosamente coinci-
dentes com os de Castellano e Pace, no trabalho em que anali-
sou a administração da justiça na região napolitana, indicando
que a litigiosidade na Itália diminuiu em conseqüência das con-
dições que desencorajam as partes a ingressar em juízo, entre
elas, o alto custo dos processos e a lentidão que se observa em
seu andamento” (ROSA, Felippe Augusto de Miranda. Socio-
logia do Direito: o fenômeno jurídico como fato social. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. p. 144).
SEMANA 9
Instituições de Direito e sociedade brasileira. Democratização do
judiciário e acesso à Justiça.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 11 do livro de CAVALIERI FI-
28
Caso 1
Democratização do acesso à Justiça é uma das propostas para um
novo Brasil (Conselho da Justiça Federal. Disponível em: <http://www.
cjf.gov.br/revista/outras_publicacoes/propostas_da_comissao>).
“Incluir os excluídos, os que não alcançam a porta da Justiça”. Com
estas palavras, o juiz federal Augustino Lima Chaves, da Seção Judiciária
do Ceará, sintetiza o objetivo maior das propostas de políticas públicas
por ele formuladas, visando à garantia do acesso à Justiça pelos cidadãos
carentes. Essas propostas envolvem quatro caminhos para a ampliação
do acesso à Justiça: o fortalecimento dos juizados especiais federais; o
aparelhamento da Defensoria Pública; a oferta de cursos gerais e específicos
para a formação profissional do juiz; e a criação de varas especializadas e
de mediadores. Em relação aos juizados especiais federais, a necessidade
mais urgente, de acordo com Chaves, é o desenvolvimento de um pro-
grama de cálculos previdenciários e a contratação de um número maior
de contadores. “É na contadoria onde o processo mais pára”, diagnos-
tica. O estabelecimento de um “diálogo objetivo” entre o juizado e o
INSS, segundo ele, é outra questão a ser resolvida. O INSS é criticado
por muitos juízes que atuam nos juizados, devido à postura de seus pro-
curadores, resistente à conciliação e tendente à litigiosidade. Uma das
formas mais eficazes de fazer com que o cidadão comum chegue até o
juizado especial, apontada por Chaves, é a sua divulgação nos meios de
comunicação. Em sua opinião, as boas experiências, principalmente a
do Juizado Especial Previdenciário de São Paulo, têm de ser irradiadas.
O Juizado de São Paulo é considerado um modelo na Justiça Federal,
por ser totalmente informatizado, atender ao público durante doze ho-
ras ao dia, realizar audiências coletivas, dentre outros avanços. Quanto à
29
Caso 2
O professor Lênio Streck, ao relatar os índices de desigualdade
social em países como o nosso, descreve duas espécies de pessoas: o
sobreintegrado ou sobrecidadão, que dispõe do sistema, mas a ele não se
subordina, e o subintegrado ou subcidadão, que depende do sistema,
mas a ele não tem acesso (STRECK, Lênio Luiz. Hermenêutica Jurídica
e(m) crise. Uma exploração hermenêutica da construção do Direito.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 29).
Sob a ótica da cidadania e dos direitos humanos no Brasil, como
você interpreta a contradição apontada no texto? Esta desigualdade
social estrutural se reflete na criação e na aplicação do Direito?
30
SEMANA 10
Participação popular e controle da administração da Justiça: opi-
nião pública sobre o Direito, a Justiça e as instituições jurídicas.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura do capítulo 14 do livro de CAVALIERI FILHO,
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
Referências complementares: SADEK, Maria Tereza Aina. Poder
Judiciário: perspectivas de reforma. Opinião Pública, 2004, v. 10, n. 1.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>; Encarte de dados de
Opinião Pública: Reforma do Judiciário no Brasil, ano 10, n. 1. Opinião
Pública, 2004, v. 10, n. 1. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>; e
SANTOS, Boaventura de Souza. Para uma revolução democrática da justiça.
São Paulo: Cortez, 2007. Conheça o site do “Observatório da imprensa”:
<http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/>, e do “Transparência
Brasil”: <http://www.transparencia.org.br/index.html>.
Caso 1
Bastidores da Justiça: Rotina do Judiciário ignora campanhas de de-
mocratização (NOGUEIRA, Roberto Wanderley. Disponível em: <http://
conjur.estadao.com.br/static>; e Independência dos poderes: Judiciário é
o órgão de sustentação da democracia. SILVA JÚNIOR, Walter Nunes da.
Disponível em: <http://conjur.estadao.com.br/static/text/46910,1>).
“Amplos setores da sociedade brasileira vêm destacando a neces-
sidade de democratização do Poder Judiciário entre nós. Movimentos
da sociedade civil organizada, do Poder Legislativo, do Executivo e
do próprio Judiciário insistem nessa meta. Nada obstante, o que se
observa é que, na prática, muito há que ser feito, ainda quando se dispo-
nha de uma Secretaria Especial da Reforma do Judiciário, ligada ao
Ministério da Justiça, e de um sistema de controle externo exercido
pelo Conselho Nacional de Justiça, de acordo com o que ficou estabe-
lecido pela Emenda Constitucional 45, formado por uma composição
eclética e fecundado em um quadro de reformas institucionais ainda
inconclusas”. “A organização hierarquizada, a forma de progressão na
carreira e o autocratismo nas eleições para os cargos diretivos são os
31
Caso 2
Por um Brasil mais justo: casamento civil entre pessoas do mes-
mo sexo (Disponível em: <http://www.petitiononline.com/falt1502/
petition.html>).
Para: Gabinete da Presidência do Brasil.
Esta petição tem o objetivo de coletar assinatura de todos aque-
les que concordam e respeitam que os direitos sejam exercidos
por todos, que seguirá com cópia para o Exmo. Sr. Presidente
do Brasil e todos os governadores dos estados brasileiros.
Exmo. Sr. Luís Inácio Lula da Silva
C/c: Todos os governadores de Estado do Brasil.
Em 18 de janeiro de 2005, o Procurador da República João Gil-
berto Gonçalves Filho, de Taubaté (130 km de São Paulo), entrou
com uma ação civil pública pedindo uma liminar que permita o
casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em todo o país. Esta
ação nos remete a analisar toda a conjuntura social de nosso país
e nos faz pensar que o estado não tutela todos os seus cidadãos, à
medida que (sic) não protege a todos com leis, igualando seus direi-
tos, criando, desta forma, subclasses de cidadãos. Esta discussão vai
além da moral religiosa imposta aos governantes deste país, ela es-
cancara fatos como: homicídios, suicídios, pobreza, marginalidade,
entre outros tantos fatores que aumentam a exclusão social deste
país, sendo importante esclarecer que esta ação não beneficia tão
somente uma parcela de cidadãos gays que querem simplesmente
ter seu direito de amar reconhecido, mas beneficia, também, mães
e pais que deixariam de ver seus filhos assassinados ou espanca-
32
dos pela sua orientação sexual, cidadãos e cidadãs que por falta
de opção se obrigam a se prostituir pela rejeição familiar e social,
adolescentes e jovens que deixarão de se matar por se sentirem
doentes e, por fim, ampliará a discussão sobre preconceito gene-
ralizado, seja ele qual for: homofobia, negros, pobres, nordestinos
e tantas outras minorias que lutam por sobrevivência num país
tão desigual. Tendo em vista o avanço que a proposta representa
na área dos direitos humanos e a sua importância para a criação
de uma sociedade mais justa para todos os cidadãos, venho, por
meio desta, pedir que V. Senhoria se antecipe à decisão judicial,
concordando com os termos da ação.
Irina Karla Bacci — Presidente do Grupo Famílias Alternativas
SEMANA 11
Sociologia Jurídica da vida econômica: transformações da proprie-
dade e relações de trabalho.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura dos capítulos 4 e 10 do livro de CAVALIERI
FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense,
2004; da Lição 9 do livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociolo-
gia jurídica: introdução a uma leitura externa do Direito. São Paulo: RT,
2003; e do capítulo “Trabalho e cidadania: dignidade humana e projeto
de vida”, de SOUSA JÚNIOR, José Geraldo de. Sociologia jurídica: con-
dições sociais e possibilidades teóricas. Porto Alegre: SAFE, 2002.
Referências complementares: conheça sites da Organização In-
ternacional do Trabalho no Brasil: <http://www.oitbrasil.org.br/tra-
balho_forcado/index.php>; do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional: <https://portal.iphan.gov.br>; de organizações
sindicais, como a CUT, Contag, Andes e também de Federações de
indústrias e de bancos.
33
Caso 1
Bom para. Apresentação de pré-datado antes do combinado gera
danos. Revista Consultor Jurídico, 22 de junho de 2005. Por Antonio
Carlos de Oliveira Freitas.
Um cheque pode ser passado com data posterior de compensa-
ção? De acordo com a chamada Lei do Cheque (7.357/85), a definição
técnica desse título é de “ordem de pagamento à vista”. Entretanto,
a sociedade, em constante mutação, criou diferenciação, a qual, pelo
rigor da lei, não poderia conter a denominação de cheque na acepção
jurídica do termo. A referida lei, anterior à Constituição de 1988, foi
por esta recepcionada e permanece vigente até hoje. Insta acrescentar
a inegável diminuição da emissão de cheques nos últimos tempos em
razão do avanço na utilização dos cartões eletrônicos. A figura do
chamado cheque pré-datado ou pós-datado, pelo rigor exacerbado da
lei, não existiria, mas o Direito não pode desamparar àqueles que bus-
cam a solução de seus conflitos junto ao Poder Judiciário. Os cheques
pós-datados começaram a ser questionados na Justiça, em virtude da
ausência de previsão legal. Tais títulos devem ser respeitados, pois,
por meio do costume, são utilizados em grande escala pelo comércio.
A expressão “Bom Para”, inserida no cheque, visa exprimir a estipu-
lação de comum acordo entre as partes (emitente e credor) para o
cumprimento da obrigação em data diferente da sua efetiva emissão
para apresentação, e deve ser respeitada. A data a posteriori há de pre-
valecer, sob pena de o credor, ao descumpri-la, estar sujeito a ressarcir
o emitente pelos danos a ele causados. Desse modo, o mais prudente
é não somente levar em consideração a aplicação da lei de modo siste-
mático, mas também confrontar o caso concreto com a realidade da
sociedade, com o intuito de a decisão judicial não se tornar inócua,
afastando-se de seu fim maior, qual seja, a busca pela Paz Social.
a) De acordo com o texto, o que influenciou a mudança da or-
dem de pagamento à vista em pagamento futuro e de que
forma a sociedade recepcionou tal mudança?
b) O texto, em sua parte final, relata que “A data a posteriori há
de prevalecer, sob pena de o credor, ao descumpri-la, estar
sujeito a ressarcir o emitente pelos danos a ele causados. Desse
34
Caso 2
Proprietários devem recuperar casarão em cidade mineira (Dispo-
nível em: <http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/41711.shtml>).
O juiz da 2a Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Co-
marca de Cássia, Fabiano Garcia Veronez, ordenou a recuperação da
fachada de um imóvel de valor histórico e arquitetônico, localizado
no centro da cidade de Cássia (MG). Segundo o juiz, os donos do
“Casarão da Praça Barão de Cambuí” deverão demolir o imóvel, após
a inspeção de órgão próprio do município, observadas as normas de
segurança, para, em seguida, iniciar sua recuperação.
A demolição foi necessária, pois seus donos já haviam iniciado
a destruição de parte do imóvel, deixando-o descoberto e sujeito às
intempéries, o que ocasionou sua depreciação. Segundo o Ministério
Público, o casarão tem características marcantes do estilo eclético que
definiu as edificações no final do século XIX e seus proprietários o
estavam demolindo, sem a respectiva licença. Assim, solicitou a in-
tervenção judicial para impedir que o imóvel desaparecesse. No en-
tanto, os proprietários não cumpriram a ordem de usar lonas sobre o
telhado, de modo a impedir a entrada de água que provocaria mofo
no local. Mas, apesar de a edificação da nova fachada ter que ser feita
no mesmo padrão da original para resguardar o patrimônio histórico
e cultural, os proprietários poderão edificar o interior do imóvel da
forma como melhor lhes interessar.
A contestação apresentada pelos proprietários, inicialmente, foi
a de que se trata de imóvel sem nenhuma característica especial e
que, no curso do tempo, sofreu várias reformas, estando atualmente
35
SEMANA 12
Sociologia Jurídica da vida política: Estado e sociedade. Espaço pú-
blico e politização das relações comunitárias. Movimentos sociais,
Cidadania e Direitos Humanos no Brasil.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura dos capítulos “Movimentos sociais
— emergência de novos sujeitos: o sujeito coletivo de direito” e “Movi-
mentos sociais e práticas instituintes de direito: perspectivas para a
pesquisa sociojurídica no Brasil”, do livro de SOUSA JÚNIOR, José
Geraldo de. Sociologia jurídica: condições sociais e possibilidades teóri-
cas. Porto Alegre: SAFE, 2002; e o capítulo “O Judiciário e os direitos
humanos e sociais: notas para uma avaliação da justiça brasileira”, no
livro de FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e
justiça. São Paulo: Malheiros, 1998.
Referências complementares: PIOVESAN, Flávia. A responsabili-
dade social e política do Poder Judiciário em face de conflitos sociais.
In: STROZAKE, Juvelino José. Questões agrárias — julgados comentados e
pareceres. São Paulo: Método, 2002. p. 4-7; e capítulos 4 e 10 do livro
36
Caso 1
Presidente Lula sanciona Lei de Incentivo ao Esporte (Disponível
em: <http://www.brasilnopan.com.br/modules>).
Com os Jogos Pan-Americanos, mais uma vitória se soma às 161
medalhas conquistadas pelo Brasil, sendo que, deste total, são cin-
qüenta e quatro medalhas de ouro. Pode-se dizer que o esporte em
nosso país vai amealhar muito mais ouro do que se imagina, ainda
durante o ano de 2007. É que se espera cerca de R$ 300 milhões a
mais em investimentos no esporte. Levando-se em conta a cotação do
grama do ouro pela média anual de quarenta reais, a expectativa é que
o setor esportivo do país fature algo em torno de setenta e cinco mil
quilos do metal nobre. O montante virá de empresas e pessoas físicas
que poderão investir em projetos esportivos graças à criação da Lei
de Incentivo ao Esporte, sancionada pelo presidente Lula. Elaborada
nos moldes da Lei Rouanet, voltada para o incentivo a projetos cultu-
rais, a Lei de Incentivo ao Esporte prevê a renúncia fiscal de parte
do imposto de renda devido para que seja usada como investimento
em projetos esportivos. Pela lei, pessoas físicas poderão doar ou usar
como patrocínio até 6% do imposto devido, e as pessoas jurídicas
— empresas, clubes sociais, entidades de classe, entre outros — até 4%.
Após a regulamentação, será criada uma comissão para avaliar os pro-
jetos que poderão receber recursos provenientes do incentivo fiscal.
Diante do exposto, pesquise em jornais, revistas e Internet co-
mentários sobre a Lei de Incentivo ao Esporte. Analise, neste traba-
lho, a medida da relação entre Estado e sociedade norteada pelos
efeitos que a Lei de Incentivo ao Esporte pode gerar em matéria de
política de inclusão social. Que outras medidas poderiam ser imple-
mentadas pelo Estado na construção de um espaço público verdadei-
ramente democrático?
37
Caso 2
Texto 1 — Uma reforma agrária destruidora — e inútil (Época,
20 ago. 2007).
“A Floresta Amazônica era a paisagem que envolvia a pequena
casa de madeira do goiano José Praiano da Silva. Isso foi em 1986,
quando ele deixou o garimpo de Serra Pelada para ser assentado na
gleba Jacaré, em Nova Ipixuna, no sul do Pará. Para chegar ao vilarejo
mais próximo, a 50 quilômetros, o caminho eram as veredas abertas
na floresta. Hoje, as árvores viraram tocos carbonizados. De sua casa,
o agricultor de 64 anos vê apenas um pasto degradado. A picada deu
lugar a uma estrada de terra que cobre de poeira vermelha a casa de
Praiano quando passam os caminhões carregados com carvão vegetal
ou toras de madeiras, retirados de assentamentos vizinhos (...) A fa-
mília de Praiano desmatou todos os 10,5 alqueires de seu lote. A vida
deles melhorou? Não. Hoje, vivem de uma roça de subsistência e dos
R$ 95 do Bolsa-Família que os netos recebem do governo federal. (...)
A história de Praiano retrata um dos principais problemas de hoje
na Amazônia. A reforma agrária feita sem preocupação ambiental ou
práticas sustentáveis. Esse processo gera apenas a devastação dos re-
cursos da floresta e deixa os colonos na miséria. Beneficia apenas as
madeireiras e as carvoarias irregulares. É por isso que, na semana pas-
sada, as Procuradorias da República (MPF) em Santarém e Altamira,
no Pará, pediram o cancelamento de portarias que criariam mais 99
assentamentos. Juntos, eles teriam uma área equivalente ao Estado
de Alagoas. As portarias foram emitidas pelo Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) entre os anos de 2005 e 2007.
A justificativa dos procuradores foi a falta de garantias de viabilidade
ambiental e social desses projetos”.
Texto 2 — Caso DNER (PIOVESAN, Flávia. A responsabilidade
social e política do Poder Judiciário em face de conflitos sociais. In:
STROZAKE, Juvelino José. Questões agrárias — julgados comentados
e pareceres. São Paulo: Método, 2002).
Várias famílias (aproximadamente 300) invadiram uma faixa de do-
mínio ao lado da Rodovia BR-116, na altura do Km 405,3, lá construindo
barracos de plástico preto, e agora o DNER quer expulsá-los do local.
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39
SEMANA 13
Sociologia Jurídica da vida privada: transformações nas relações do
cotidiano.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura dos capítulos 4 e 10 do livro de CAVA-
LIERI FILHO, Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro:
Forense, 2004.
Referências complementares: sites <http://www.dhnet.org.br/
direitos/sos/gays/dirh.htm>, <http://www.pailegal.net/chicus.asp?rvT
extoId=1097664668>.
Caso 1
Reflexo da realidade: União estável entre homossexuais ganha voto
favorável (ERDELYI, Maria Fernanda. Consultor Jurídico, 21 ago. 2007).
A união estável entre homossexuais já ganhou um voto favorável
no Superior Tribunal de Justiça, nesta terça-feira (21/8). O ministro
40
Caso 2
Último a saber: Mulher é condenada a indenizar ex-marido por
traí-lo. (Consultor Jurídico, 23 ago. de 2007).
Casamento pressupõe deveres de lealdade, respeito e fidelidade.
E, se algum desses compromissos for rompido ou pelo marido, ou
pela mulher, a dor moral pode ser reclamada na Justiça e compensada
financeiramente.
A teoria é da 13a Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas
Gerais. Os desembargadores confirmaram a decisão da primeira ins-
tância que condenou uma mulher a indenizar seu ex-marido em
R$ 15 mil, por danos morais, porque ele descobriu, depois da separação
41
do casal, que não era o pai biológico da filha que nasceu durante o
casamento. Cabe recurso.
O ex-marido alegou que, depois de homologada a separação judi-
cial, foi alertado por vizinhos e pessoas de seu convívio social, inclu-
sive colegas de trabalho, de que havia dúvidas quanto à paternidade
de sua filha caçula, nascida durante seu casamento com a mulher. O
homem pediu exame de DNA e a dúvida foi desfeita: ele não era o
pai da criança.
A dinamicidade da vida social provocou a revogação da lei que
previa o adultério como ilícito penal, muito embora não se exclua o
fato como ilícito civil, o que gera o dever de indenizar.
a) Analise como as mudanças sociais influenciaram na revogação
do crime de adultério.
b) A consideração do adultério como ilícito civil (art. 186 do
Cód. Civil) e a cobrança de indenização por abandono afe-
tivo falam de um tipo de valorização de direitos numa pers-
pectiva individualista ou comunitarista? Avalie os efeitos
sociais desta tendência.
SEMANA 14
Sociologia Jurídica e desvio social: o caso brasileiro e a economia
global do crime.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta aula,
faça, inicialmente, a leitura da Lição 4 do livro de SABADELL, Ana Lúcia.
Manual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa do Direito.
São Paulo: RT, 2003; e do capítulo 16 do livro de CAVALIERI FILHO,
Sérgio. Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
Referência complementar: visite o site da Secretaria Nacional de
Segurança Pública, <http://www.mj.gov.br/senasp/>, e da Secretaria
Nacional Antidrogas, <http://www.senad.gov.br/>.
Caso 1
Ataque à cidadela do tráfico (SOARES, Ronaldo. Veja, n. 2009,
maio de 2007).
42
Caso 2
Atualmente, fala-se em crise generalizada no ambiente escolar,
produzida pela indisciplina e degradação de valores. Reflita sobre os
malefícios que essa situação pode trazer para a formação acadêmica e
sugira uma pequena pauta de itens que poderiam ser negociados em
turma para uma convivência ética.
SEMANA 15
Sociologia Jurídica e a luta pela mundialização do Direito.
Fontes de pesquisa sugeridas: para a resolução dos casos desta
aula, faça, inicialmente, a leitura do item 3 da conclusão do livro de
43
Caso 1
Questão elaborada a partir do Enade 2004 — Formação Geral:
Texto 1
“O homem se tornou lobo para o homem, porque a meta do
desenvolvimento industrial está concentrado num objeto e não do ser
humano. A tecnologia e a própria ciência não respeitaram os valores
éticos e, por isso, não tiveram respeito algum para o humanismo. Para
a convivência. Para o sentido mesmo da existência.
Na própria política, o que contou no pós-guerra foi o êxito econô-
mico e, muito pouco, a justiça social e o cultivo da verdadeira imagem
do homem. Fomos vítimas da ganância e da máquina. Das cifras. E,
assim, perdemos o sentido autêntico da confiança, da fé, do amor. As
máquinas andaram por cima da plantinha sempre tenra da esperança.
E foi o caos.”
Questão 1
De acordo com o texto, pode-se afirmar que
a) a industrialização, embora respeite os valores éticos, não
visa o homem.
b) a confiança, a fé, a ganãncia e o amor se impõe para uma
convivência possível.
c) a política do pós-guerra eliminou totalmente a esperança
entre os homens.
d) o sentido da existência encontra-se instalado no êxito econô-
mico e no conforto.
e) o desenvolvimento tecnológico e científico não respeitou
o humanismo.
44
Texto 2
Millôr e a ética do nosso tempo
Questão 2
A charge de Millôr aponta para
a) a fragilidade dos princípios morais.
b) a defesa das convicções políticas.
c) a persuasão como estratégia do convencimento.
d) o predomínio do econômico sobre o ético.
e) o desrespeito às relações profissionais.
Questão 3
A charge de Millôr e o texto de Dom Paulo Evaristo Arns tratam,
em comum
a) do total desrespeito às tradições religiosas e éticas.
b) da defesa das convicções morais diante da corrupção.
c) da ênfase do exílio econômico acima de qualquer coisa.
d) da perda dos valores éticos nos tempos modernos.
e) da perda da fé e da esperança num mundo globalizado.
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Caso 2
A mundialização do Direito e a busca de uma comunidade de
valores (Mireille Delmas-Marty, do Collège de France. Disponível em:
<http://www.iea.usp.br>).
“A mundialização do Direito se limita a construir uma comunidade
econômica ou prenuncia uma verdadeira comunidade mundial de valores?”.
Quem indaga é a jurista francesa Mireille Delmas-Marty, titular da cátedra de
Estudos Jurídicos Comparativos e Internacionalização do Direito do Collège
de France. Segundo a jurista, “a mundialização não remete apenas ao direito
nascido da globalização econômica, mas também à universalização dos direi-
tos do homem, fundada na declaração ‘universal’ de 1948”.
No entanto, ela considera que, depois da queda do Muro de Berlim, em
1989, e da criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1994,
teve início uma espécie de corrida entre estes dois processos: “O direito do
comércio se judicializa com a criação do órgão de apelação junto à OMC,
ao passo que ainda não existe uma corte mundial de direitos humanos”.
Delmas-Marty centrará sua exposição na questão dos valores, reativada com
a convenção da Unesco de 2005, “que consagra a diversidade cultural, mas
não diz como conciliá-la com o universalismo da Declaração dos Direitos do
Homem”. De acordo com a conferencista, “para conciliá-las, a fim de cons-
truir um universalismo pluralista que permita instaurar uma verdadeira ‘co-
munidade mundial de valores’, é preciso tentar responder a duas questões:
qual comunidade? quais valores?”. A conferência terá como fio condutor a
exploração de respostas a essas questões. Delmas-Marty destaca que essa co-
munidade mundial seria, pela primeira vez, uma comunidade sem exterior
e não mais apenas internacional, mas inter-humana. Quanto aos valores, a
jurista primeiro discutirá seu fundamento, depois tratará de seu conteúdo,
apreendido entre o universalismo e o relativismo.
De que forma você entende que o Direito pode responder às
perguntas: “qual comunidade?” e “quais valores?”, numa perspectiva
nacional e mundial?
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c) Resenhar os livros:
• Machado de Assis, J. M. O alienista. Disponível em:
<http://www.dominiopublico.gov.br>.
• Santos, Boaventura de Souza. Para uma revolução demo-
crática da Justiça. São Paulo: Cortez, 2007.
• Sófocles. Antígona. Várias edições.
• Shakespeare, William. O mercador de Veneza. Disponível
em: <http://www.dominiopublico.gov.br>.
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