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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

EMC029 - SELEÇÃO DE MATERIAIS - TTM

SELEÇÃO DE MATERIAIS PARA CHAPARIA QUE REVESTE O FOGÃO


DOMÉSTICO

Grupo: Ariadna Soares Silva e Marina Coelho Data: 29/05/2019

INTRODUÇÃO

O fogão é um equipamento eletrodoméstico, projetado com a finalidade de aquecer e


cozinhar alimentos. Os fogões, usualmente manuseados na cozinha, utiliza a aplicação
de calor direto para o processo de cozimento, sendo o gás e a eletricidade as fontes de
energias geralmente utilizadas. Normalmente, o fogão inclui também um forno, acima
do qual são dispostos os queimadores ou placa.

O material que reveste o fogão deve cumprir o desempenho de vedar e proteger o


interior do fogão/forno de ações externas, ser rígido para suportar a estrutura, resistir a
pequenos impactos, ser leve e fácil de transportar, alta durabilidade, resistir ao calor e
apresentar boa estética. Baseando-se nos desempenhos esperados para o material de
revestimento do fogão, o presente estudo objetiva selecionar o material com
propriedades mais adequadas para compor a chapa lateral do fogão. Os elementos do
processo de seleção envolvem a decisão dos limites e das restrições do problema e, a
partir desses limites, o estabelecimento de critérios para a maximização do
desempenho dos material.

PROPRIEDADES

Baseando-se no desempenho esperado para chapa lateral do fogão, o material


escolhido para revestimento deve apresentar as seguintes propriedades:

 Resistência mecânica (elevada), suficiente para resistir a pequenos impactos;


 Módulo de elasticidade (médio a elevado), suficiente para proporcionar rigidez;
 Densidade (baixa)
 Resistencia à corrosão (média a elevada)
 Tenacidade à fratura (média), suficiente para resistir a pequenos impactos;
 Ductilidade (média), suficiente para resistir a processos de estampagem e
dobramento;
 Condutividade térmica (média para baixa), embora não seja um fator limitante,
material de baixa condutividade térmica proporciona maior manutenção da
temperatura do interna forno.

Considerando as propriedades supracitadas, a seleção de material para a parte lateral


do fogão, restringe-se ao grupo dos metais. Isso porque os cerâmicos, embora sejam
resistentes ao calor e possuam elevado módulo de elasticidade, são frágeis e
quebradiços, fatores estes que comprometem o uso como chaparia lateral, pois
qualquer impacto comprometeria a durabilidade do componente. No que diz respeito
aos polímeros, estes possuem baixa densidade e elevada ductilidade, porém baixa
resistência ao calor. Este fator é limitante já que o material lateral do fogão fica em
contato com o forno, o qual em geral pode atingir temperatura de até 250 C. o
Os metais, por sua vez, apresentam elevada condutividade térmica em comparação
aos outros materiais o que eleva o risco de acidentes ao encostar na superfície quente
e facilita a troca de calor com o ambiente desfavorecendo a manutenção da temperatura
interna. Porém metais possuem alta resistência ao calor, característica desejável para
o revestimento. Além de apresentarem elevada resistência mecânica que favorece a
sua durabilidade e transporte e dependendo da liga em que o metal da chapa é
composto, apresenta ótima resistência à corrosão.

Considerando, portanto, o grupo dos metais, foram selecionados o aço carbono, aço
inoxidável, alumínio e cobre como possíveis metais a serem utilizados na parte lateral e
frontal do fogão. As propriedades desses materiais estão apresentadas na Tabela I.

Tabela I - Propriedades de diferentes materiais para revestimento de fogão. Fonte: CES Selector
Software.

Aço carbono Aço inoxidável Alumínio Cobre

Propriedades Gerais

Densidade (g/cm ) 3
7,8 - 7,9 7,6 - 8,1 2,5 - 2,9 8,9

Preço (BRL/kg) 0,97 - 1,74 5,80 - 23,24 2,9 - 4,74 5,0 - 11,62

Propriedades Mecânicas

Módulo de Young (GPa) 200-215 189 - 210 68 - 82 112 - 148

Limite de Elasticidade (Mpa) 250-395 170 - 1000 30 - 500 30 - 500

Ductilidade (%) 26-47 5 – 70 1 - 44 3 – 50

Limite de Resistencia (Mpa) 203-293 175 - 753 22 - 157 60 - 200

Tenacidade à Fratura (Mpa. M ) 1/2


41-82 62 - 280 22 - 35 30 - 90

Propriedades Térmicas

Máxima temperatura de Serviço ( C) o


886 - 903 1286 - 1696 673 - 753 623 - 893

Condutividade Térmica (W/m.K) 49 - 54 11 - 19 76 - 335 160 - 390

IMPACTO AMBIENTAL

Uma vez que o fogão é um eletrodoméstico, a energia gasta durante uso é


consideravelmente mais elevada do que as etapas de produção do material e fabricação
do produto, tornando a etapa de processamento pouco relevante nesse contexto. Além
da energia gasta durante o uso do equipamento, limpeza do fogão gera impactos
ambientais secundários, como contaminação da água, lixo, e gastos com materiais.
A fim de minimizar os impactos ambientais do equipamento em estudo, é importante
melhorar o desempenho deste. A respeito do componente em estudo, chapa lateral,
este deve desempenhar boa função de proteção para que não haja, a curto prazo,
necessidade de substituir o fogão, gerando maior impacto de processamento dos
materiais. O desempenho do fogão pode ser melhorado a partir da redução de massa
deste equipamento, escolha materiais que possuam boa resistência ao impacto, bom
isolamento térmico e elevada durabilidade.

PROCESSAMENTO

O processo de fabricação da chapa de fogão restringe-se basicamente a máquinas de


corte, e processos de estampagem e dobramento. O processamento do material
depende de fatores tais como forma do componente, tolerância, rugosidade,
massa, espessura da parede e custo.

No que diz respeito à forma do material, este será constituído por uma chapa em formato
retangular. A tolerância e rugosidade foram consideradas especificações importantes
porém não críticas. Definiu-se o valor de 0,1 mm para tolerância.

A largura, altura e espessura média das chapas foram estabelecidas na faixa de (60 -
80) cm, (40 - 50) cm e (0,05 a 0,1) cm, respectivamente. Baseando-se nos valores de
densidade apresentados na tabela I, os valores de massa (m) da chapa seguirá a
seguinte ordem: m chapa Al < m chapa aço carbono e aço inoxidável < m chapa Cu. Em
contrapartida, o custo médio aço carbono < custo médio Al < custo médio Cu < custo
médio aço inoxidável.

METODOLOGIA DE DECISÃO

A metodologia de decisão utilizada foi a de Pahl & Beitz na Escala 5, que consiste em
grau de quantificação via o uso de “notas” como mostrada a Tabela II. A primeira etapa
do método P&B é o estabelecimento de uma “árvore de objetivos”, com vários níveis,
dos quais o primeiro ou nível 0 (zero) é a descrição do componente ou produto. O nível
1 é uma lista dos requisitos básicos de projeto, cada um deles multiplicado pelo peso
(wj) que lhe for atribuído.

Tabela II - Escalas de Valores do Método de Pahl & Beitz


A segunda etapa consiste na elaboração de uma matriz da qual cada coluna é um
material candidato e as linhas são os critérios, cada um multiplicado pelo seu peso e
pelos pesos dos critérios que o antecedem. Os fatores assim obtidos são multiplicados
pelas notas da Tabela II (vij) de acordo com a escala adotada, no caso Escala 5.
Finalmente somam-se os valores obtidos em cada coluna e encontra-se o Índice de
Rateio IR. O material selecionado é o que exibe o maior valor do IR.

IR = (wjvij) / (wj)

A Tabela III reúne os requisitos e respectivos pesos. Os materiais candidatos estão


organizados em colunas e a comparação é feita em termos da somatória das notas
atribuídas a cada requisito multiplicadas pelo respectivo peso (wj vij).

Tabela III - Matriz de Decisão Pahl & Beitz para o chaparia de fogão.

Na Tabela III os valores de notas atribuídos aos requisitos de Massa, Resistência


Mecânica, Condutividade Térmica e Custo para cada material foram baseados nas
propriedades apresentadas na Tabela I. Para o impacto ambiental, a etapa de uso do
equipamento foi definida como a mais impactante, logo todos os metais receberam a
mesma nota, já que, nesse caso, o impacto ambiental varia muito pouco em função do
material. O valor de Resistência à corrosão foi definido com base nos valores de
Resistência relativa de corrosão de metais sem revestimento quando submetidos a uma
atmosfera industrial.

O material que exibe o maior número de Índice de Rateio (IR) é o Aço inoxidável, sendo
este o mais adequado na seleção de materiais para a fabricação da chapa de reveste o
fogão doméstico. Fatores como elevada resistência à corrosão, boa resistência
mecânica dos aços inoxidáveis, foram cruciais para escolha deste metal, já que essas
propriedades elevam a durabilidade do componente. Além disso, o aço inoxidável,
possui um diferencial que é o de baixa condutividade térmica quando comparado aos
outros metais analisados. Assim, a temperatura interna do forno é mantida de forma
mais eficaz e a vida útil do equipamento é elevada. A desvantagem do aço inoxidável
se restringe ao elevado custo desse material.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Seleção de materiais é uma atividade que atravessa um grande número de áreas da


engenharia e possui extrema importância na elaboração e melhoria contínua de
produtos e projetos. Partindo da análise das diferentes classes de materiais como
cerâmicos, polímeros e metais, de acordo com as propriedades desejadas foi
estabelecido o grupo dos metais como o que se adequava mais aos requisitos em
questão. No imenso grupo de metais disponíveis para a aplicação foram selecionados
e comparados alguns materiais metálicos no qual o que apresentou o melhor custo
benefício foi o aço inoxidável.

O presente trabalho não discute em profundidade e nível de detalhamento das


informações na aplicação dos materiais nas dimensões e conformações da aplicação
visto que a complexidade dessa integração necessitaria da junção das bases de dados
que cobrem as propriedades dos materiais e as características dos processos.
Por fim, é importante realçar que na prática vários requisitos devem ser obedecidos
simultaneamente, o que conduz a situações pouco claras. É importante então
sistematizar os procedimentos de Seleção de Materiais via o uso de matrizes de
decisão.

REFERÊNCIAS

 CES Selector Software, developed by Granta Design LTd in conjunction With Cambridge University
Engineering Dept.
 FERRANTE, Maurizio. Seleção dos materiais de construção mecânica: estratégias e metodologia
básica. Simpósio Matéria, 2000.
 FIGUEIREDO, Roberto B., Seleção de Materiais. Belo Horizonte, 2019. Slides: 46 págs. Material
apresentado na disciplina Seleção de Materiais (EMC 029), , Universidade Federal de Minas
Gerais.

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