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República Federativa do Brasil

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO


Gabinete do Desembargador Federal Manoel Erhardt

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM APELAÇÃO CÍVEL 348312-


AL (2003.80.00.011204-0/01).
APTE : AMA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS
ADV/PROC : ARSÊNIO MEIRA DE VASCONCELOS JÚNIOR E OUTROS
APDO : UNIÃO
EMBTE : AMA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS.
ORIGEM : JUÍZO DA 7ª VARA FEDERAL DE ALAGOAS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL ERHARDT.

RELATÓRIO
1. A ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
ALAGOANOS opõe embargos de declaração a acórdão sintetizado na
seguinte ementa:

TRIBUTÁRIO. FUNDO DE MANUTENÇÃO E


DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL
E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEF).
VALOR MÍNIMO NACIONAL POR ALUNO (VMNA).
1. Sentença que se nega a condenar a União a
repassar quantia equivalente aos recursos do Fundo
de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério
(FUNDEF) que os municípios representados pela
autora supostamente deixaram de receber, na
vigência da Lei nº 9.424/96, por conta da estimação
do Valor Mínimo Nacional por Aluno (VMNA) abaixo
da média nacional.
2. A Emenda Constitucional nº 14/96 determinou
a instituição, “no âmbito de cada Estado e do
Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério, de natureza contábil”,
formado, basicamente, por recursos da Unidade
Federativa respectiva e dos municípios nela
localizados. Conquanto eventual, a contribuição da
União se daria sempre que o valor por aluno não
alcançasse o mínimo definido nacionalmente (ADCT,
art. 60, §§ 1º, 2º, 3º e 7º, com a redação da EC
14/96).
3. Conquanto deixado a critério do Presidente da
República, o Valor Mínimo Nacional por Aluno
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(VMNA) jamais poderia ter sido fixado abaixo da


média nacional, obtida da divisão dos recursos totais
(referentes a todos os fundos estaduais) pelo total
das matrículas realizadas em todo o país, acrescido
do total (nacional) estimado de novas matrículas.
Inteligência do art. 6º, § 1º, da Lei nº 9.424/96.
Precedente da Quarta Turma deste Regional,
confirmado pela Primeira Turma do STJ (AC nº
348.781/AL, Des. Federal Marcelo Navarro; REsp nº
882.212/AL, Ministro José Delgado).
4. Disciplina reformulada a partir da Emenda
Constitucional nº 53/06 e da Medida Provisória nº
339/06, convertida na Lei nº 11.494/07.
5. Apelação provida, em parte.

2. Alega que o “Acórdão recorrido negou exame à


norma contida no artigo 20, § 4º do Pergaminho Processual, com a
lapidação hermenêutica que lhe tem emprestado a Corte Superior,
deixando, assim, de resolver questão relevante para a solução do litígio
(omissão)”. Destaques do original.

3. A UNIÃO também embargou de declaração o


acórdão, alegando necessidade de prequestionamento, em face de
omissão incorrida quanto ao disposto no artigo 60 do ADCT e nos
artigos 2º, § 4º, e 3º da Lei nº 9.424/96.

4. É o relatório.

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AL (2003.80.00.011204-0/01).
APTE : AMA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS
ADV/PROC : ARSÊNIO MEIRA DE VASCONCELOS JÚNIOR E OUTROS
APDO : UNIÃO
EMBTE : AMA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS.
ORIGEM : JUÍZO DA 7ª VARA FEDERAL DE ALAGOAS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL ERHARDT.

VOTO
1. Mesmo para fim de prequestionamento, os
embargos de declaração devem evidenciar a existência de um dos
requisitos de admissibilidade específicos desse recurso: obscuridade,
contradição ou omissão.

2. Por sua vez, a simples falta de referência


expressa aos dispositivos legais aplicáveis ao caso não configura
omissão, bastando, para o pleno conhecimento da lide, o exame das
questões jurídicas a ela subjacentes (EREsp. nº 166.147/SP, STJ. Corte
Especial, Min. Eduardo Ribeiro, DJ 16/08/99, p. 37).

3. Discutia-se pedido de complementação dos


repasses de recursos do FUNDEF, por conta de alegada subestimação
do valor mínimo nacional por aluno.

4. O acórdão embargado acolheu, em parte, a


pretensão inicial, argumentando:

9. (...) os dados relativos a cada um dos fundos


estaduais hão de ser considerados conjuntamente,
não apenas porque a isto induzem as referências à
“receita total” e à “matrícula total”, mas por ser a
forma mais lógica de obter um valor mínimo de
referência nacional.
10. Tudo, afinal, se resolve por meio de operações
aritméticas, sem a necessidade de recorrer à figura
de um suposto Fundo Nacional nem de, por
qualquer outro modo, comprometer a autonomia dos
vários fundos estaduais, porquanto o que se

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consolidam são apenas os dados contábeis e


estatísticos pertinentes, não os recursos alocados.
11. Descabido, pois, cogitar-se de transferências
financeiras entre os referidos fundos, menos ainda
de questões relacionadas à política fiscal de cada um
das unidades da Federação.
12. Esta compreensão em nada desnatura o caráter
eventual da participação da União, permanecendo
esta obrigatória apenas em relação aos fundos
estaduais cujo “valor por aluno não alcançar o
mínimo definido nacionalmente”.
13. A interpretação dada tampouco cria despesa
nova. Apenas identifica o sentido e o alcance da
norma aplicável à questão controvertida.
14. No extremo oposto, a ênfase à relação
receita/aluno, no âmbito de cada fundo estadual
isoladamente, e à discricionariedade do Presidente
na escolha, dentre os resultados assim apurados,
daquele que servirá de referencial mínimo, além de
soar artificial, abre margem para que a
complementação federal venha a se tornar
inexpressiva, o que, acaso confirmado, frustraria
inteiramente a proposta original da EC 14/96 de
buscar, por meio da referida complementação, a
redução das desigualdades regionais no campo da
ensino fundamental.
(...)
17. Por não haver observado, na fixação do VMNA,
o piso estabelecido no art. 6º, § 1º, da Lei nº
9.624/96, deve a União repassar aos municípios
representados pela autora a quantia equivalente aos
recursos do FUNDEF que eles, por conta disso,
deixaram de receber, desde o quinto ano anterior ao
ajuizamento da ação até a implantação do FUNDEB
(Medida Provisória nº 339/06, convertida na Lei nº
11.494/07), restando prejudicada a pretensão inicial
relativamente ao período posterior ao advento da
nova disciplina normativa.

5. Ao final, tratou-se dos honorários de


sucumbência, cujo arbitramento restou assim justificado:

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Afigurando-se mínima a sucumbência da autora,


arcará a União com os honorários advocatícios.
Estes devem ser fixados consoante avaliação
eqüitativa, que leve em consideração, além da
natureza e importância da causa, o lugar da
prestação, o zelo profissional, o trabalho realizado e
o tempo nele dispensado (CPC, art. 20, §§ 3º e 4º).
Além de economicamente expressiva, a causa
revelou-se de complexidade mediana, demonstrando
os procuradores de ambas as partes elogiável
dedicação na defesa de suas respectivas teses. À
vista disso, arbitro os honorários de sucumbência
em três mil reais.

6. Como se vê, o acórdão abordou, de forma clara


e coerente, todos os aspectos pertinentes e relevantes para o desenlace
da questão submetida ao juízo recursal.

7. Não se verificando quaisquer dos vícios


enumerados no art. 535, do CPC, nego provimento aos embargos de
declaração.

8. É como voto.

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ADV/PROC : ARSÊNIO MEIRA DE VASCONCELOS JÚNIOR E OUTROS
APDO : UNIÃO
EMBTE : AMA - ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS.
ORIGEM : JUÍZO DA 7ª VARA FEDERAL DE ALAGOAS
JUIZ FEDERAL FREDERICO WILDSON DA SILVA DANTAS
RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL MANOEL ERHARDT.

ACÓRDÃO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO.
OMISSÕES. INEXISTÊNCIA.
1. Acórdão que condena a União a complementar
diferenças constatadas nos repasses de recursos do FUNDEF e a pagar
honorários de sucumbência, no valor de três mil reais.
2. Embargos de declaração da autora, fundados em
suposta omissão quanto ao disposto no art. 20, § 4º, do CPC. Embargos de
declaração da União, para fim de prequestionamento do artigo 60 do ADCT e
dos artigos 2º, § 4º, e 3º da Lei nº 9.424/96. Vícios não configurados.
3. Embargos de declaração não providos.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de AC


348312-AL, em que são partes as acima mencionadas, ACORDAM os
Desembargadores Federais da Segunda Turma do TRF da 5a. Região, por
unanimidade, em negar provimento aos embargos de declaração da autora
e da União, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constantes
dos autos, que ficam fazendo parte do presente julgado.
Recife, 12 de agosto de 2008

Des. Federal Manoel Erhardt


RELATOR

Processo: 0803236-16.2014.4.05.8000
Assinado eletronicamente por: 200380000112040_20080827
adriano castro e dantas - Advogado ACÓRDÃO – f. 1/1
14090917100456200000000321754
Data e hora da assinatura:
GH 09/09/2014 18:11:17
Identificador: 4058000.320915
Para conferência da autenticidade do documento: https://pje.jfal.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 6/6

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