Vous êtes sur la page 1sur 22

1.

1 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

O serviço social é uma profissão que tem característica singulares. Ela


não atua sobre uma necessidade humana, nem tampouco se destina a todos os
homens de uma sociedade sem distinção de renda ou classe. Sua especificidade
está no fato de atuar sobre todas as necessidades humanas, de uma dada classe
social, ou seja, aquela formada pelos grupos subalternizados, pauperizados ou
excluídos dos bens, serviços e riquezas dessa mesma sociedade.
É por isso que os profissionais do serviço social atuam basicamente na
trama das relações de conquista e apropriação de serviços e poder pela
população evoluída e dominada.
O Serviço Social é uma profissão regulamentada no Brasil pela Lei nº
3.252 de 27 de agosto de 1957, regulamentada pelo decreto 994 de 15 de maio
de 1.962, data em que comemora-se o dia do assistente social, sendo depois
revogada pela Lei nº 8.662/1993, no entanto, as primeiras escolas de formação
profissional surgiram na década de 30.
No artigo 7º consta que o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS)
e os Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) constituem, em seu
conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e forma federativa, com o
objetivo básico de disciplinar e defender o exercício da profissão de Assistente
Social em todo o território nacional.
Em conjunto com o Código de Ética do Assistente Social (1993). Desde
o início até o momento a profissão tem se redefinido e seu principal objetivo é
atuar nas sequelas da questão social, como a desigualdade social e econômica.
Tem caráter interventivo: interagem entre si dentro de relações de reciprocidade
e antagonismo.
O assistente social pode intervir na realidade possibilitando via
ferramentas da comunicação um novo princípio educativo, possibilitando
acessos a mecanismos de comunicação mais efetivos, e informações que
realmente revelem o caráter das coisas.
O serviço social é um trabalho especializado, que interfere na
reprodução material da força de trabalho e o processo de reprodução
sociopolítica ou ideopolitica dos indivíduos sociais.
O assistente social, com outros profissionais, contribui para a criação de
consensos na sociedade. Esses consensos são em torno de interesses de
classes fundantes, ou seja, dominantes e dominadas, reforçando a hegemonia
vigente ou criando uma contra hegemonia no cenário da vida social.
A informação e a comunicação são os instrumentos do assistente social
é o princípio básico para a relação social.
O assistente social se inserindo em classe a partir do trabalho
multiprofissional, a partir do conhecimento do território, pode usar palestras,
rodas de conversas para atingir certos objetivos.
O homem deve ser sujeito de sua própria educação não pode ser objeto
dela por isso ninguém educa ninguém, mas também o homem não é uma ilha, é
comunicação. Logo há uma estreita relação entre comunhão e busca.
(FREIRE,1983, p.28).
O trabalho do assistente social está vinculado a sociedade em que se
vive e quer transformar para isso é necessário dominar conhecimentos que lhe
propiciem não apenas como fazer o seu trabalho mas o que fazer e porque fazer.
O trabalho do assistente social implica em conhecer a realidade e
analisá-la tanto em nível macro como micro social e utilizar-se de uma
metodologia libertadora para atingir tais objetivos de forma consciente da
essência do real, não apenas da aparência.
A práxis voltada para o trabalho do assistente social tem que ser
transformadora, libertadora com o objetivo de uma ação-reflexão do agir na sua
relação com o mundo (realidade e meio) e assim comprometer-se em
transformá-lo, isto implica em conhecer a realidade e analisá-la e utilizar-se de
uma metodologia libertadora para atingir tais objetivos de forma consciente da
essência do real, não apenas da aparência, objetiva uma ação-reflexão da forma
de agir na sua relação com o mundo (realidade, meio)e, assim, comprometer-se
em transformá-lo.
O Serviço Social, como profissão que tem como objeto principal de
atuação as expressões da “Questão Social” e que prevê em seu Código de Ética
(1993), nos princípios fundamentais a defesa de uma posição de favor da
equidade e da justiça social, assegurando aos seus usuários acesso a bens e
serviços relativos a programas e serviços de utilidade pública além de uma
gestão democrática destes.
Enquanto profissão o Serviço Social deve ter uma ação interventiva na
sociedade, porém tal exigência não impede que o assistente social se ausente
da área de investigação e pesquisa no campo das ciências sociais e da teoria
social, enriquecendo a produção intelectual a respeito da “Questão Social” e das
políticas sociais. Isso não contribui somente para o crescimento do patrimônio
científico do Serviço Social, mas das Ciências Humanas e Sociais.
O Serviço Social deve acompanhar a história da sociedade brasileira,
analisando a dinâmica das relações entre o Estado e a sociedade. Através
dessas relações deve-se desvendar, de acordo com o projeto profissional, as
respectivas respostas profissionais, de modo a mostrar e destacar a
transformações da profissão na sociedade.

1.1.1 Práticas Profissionais do Assistente Social

No que diz respeito ao Meio Ambiente e sobre o desenvovlvimento


sustentável tem-se que a incorporação do sustentável ao desenvolvimento
demonstra o reconhecimento de limites para essa ação,buscando harmonia
entre o desenvolvimento econômico,social e a manutenção do ambiente.
Tem como objetivos: Compreender quais as consequencias do
desrespeito ao Meio Ambiente; Conhecer as alternativas socioambientais;
Conhecer o processo de logistica reversa e o conceito de ciclo de
vida;Conscientizar sobre os cuidados;
A Constituição Federal federal em seu artigo 225 determina que todos
tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida,impondo-se ao Poder Público e a
coletividade o dever de defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras
gerações.(BRASIL,1998)
Há distinção entre o desenvolvimento sustentável e
sustentabilidade.Enquanto o primeiro refere-se ao limite das ações para a
presevação do meio ambiente para esta e para as gerações futuras,a
sustentabilidade,por sua vez,é o equilibrio,a conciliação entre a qyalidade de
vida e o limite ambiental.
Como alternativas socioambientais:
- Os negócios sociais;
- A economia solidária,colaborativa e criativa;
- Aspectos relevantes da educação ambiental;
- Responsabilidade socioambiental;
- O consumo consciente;
A introdução de novos hábitos de consumo, novas formas de vida, as
novas profissões e principalmente o crescimento de indústrias são responsáveis
pelas grandes transformações urbanas, pela multiplicação de diversos ramos de
serviços que caracterizam a cidade moderna e consequentemente a degradação
do meio ambiente. Na inter-relação dos saberes e das práticas coletivas estes
novos hábitos criam identidades e valores comuns e ações solidárias diante da
reapropriação da natureza, numa perspectiva que privilegia o diálogo entre
saberes que atualmente fazem parte da problemática da Educação Ambiental
(JACOBI, 2003).
Vive-se num ambiente onde os recursos são limitados, e muito destes
recursos já se encontram quase esgotados, o que causa graves problemas ao
meio ambiente como poluição das águas, do ar e da terra, desmatamentos de
florestas, etc., resta assim, para o futuro um sério problema a se resolver. A
educação ambiental pretende-se, então, uma reeducação humana que visa à
expansão de seu alcance político-institucional e também à sua autoconstrução
numa sociedade mais justa.
Aos princípios acima citados tem-se a necessidade de incrementar os
meios de informação e o acesso a eles, bem como o papel sintético do poder
público nos conteúdos educacionais, como vias necessárias para alterar a
situação contemporânea de deturpação socioambiental. Desta forma tem-se a
necessidade de promover o crescimento da consciência ambiental, promover a
ampliação do direito da população de participar em um nível mais elevado do
processo de tomada de decisão, como uma forma de tonificar sua
corresponsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes promovedores da
degradação ambiental (JACOBI, 2003).
A responsabilidade social vem se mostrando um fator decisivo para o
desenvolvimento e crescimento das empresas. Cresce a conscientização, por
parte da sociedade, do papel imprescindível que as grandes organizações têm
frente às questões sociais, assim como a cobrança por uma atuação responsável
e uma postura que explicite a preocupação com tais questões.
Atualmente o consumidor prefere produtos de empresas que não têm
envolvimento em corrupção, que são transparentes nos seus negócios, que
respeitam o meio ambiente e a comunidade. Além disso, os profissionais mais
qualificados preferem trabalhar em empresas que valorizem a qualidade de vida
de seus funcionários e respeitem seus direitos.
A enorme desigualdade social do país ressalta ainda mais o tema,
fazendo com que a responsabilidade social surja como uma nova forma de
pensar o social, transformando as empresas em agentes de uma nova cultura e
unindo diferentes atores sociais em torno de uma única questão – o bem-estar
social.
Para entender a atuação do Assistente social no Terceiro Setor que pode
ser definido como instituições de caráter não lucrativo de utilidade pública que
visam contribuir para o desenvolvimento da sociedade. A termologia do Terceiro
setor surge de um corte social promovido pelo estudioso estadunidense
Rockfeller III, que visualizava a sociedade em três esferas distintas. A primeira
esfera seria o Estado (chamado de Primeiro Setor) que seria responsável pela
manutenção da vida social, Em contrapartida, a segunda esfera seria o Mercado
(chamado de Segundo Setor), responsável pelas relações de venda e produção
de mercadorias, constituindose assim em entidades privadas. E a terceira e
última esfera da sociedade seria o então Terceiro Setor.
Tal discussão é predominantemente no âmbito das Ciências Sociais,
gerando debates intensos e diferentes teses acerca do assunto. No Brasil, a
discussão sobre Terceiro Setor é uma realidade particularmente nova e com
abordagens ainda tradicionais. Tais práticas ainda são em boa parte difundidas
por instituições ligadas a práticas religiosas ou com caráter assistencialista e
filantrópicas.
O Terceiro setor significa que o mesmo tem que ser entendido dentro da
conjuntura social,economica e politica,que tem determinado a sua configuração
no contexto contemporâneo.
Montaño (2005) diz que a origem da termologia do terceiro setor já foi
constituída por uma problemática. Para o autor, tal problemática deve-se ao fato
de que o início desta preocupação data principalmente dos anos 80, onde o
próprio capital tentava superar a relação dicotômica entre capital x trabalho.
O protagonismo da profissão do Serviço Social coloca ao assistentsocial
sobre novos desafios de enfrentamento das expressões da “questãosocial”, e
sua inserção na chamada responsabilidade social, traz ao usuáridestes serviços
novas perspectivas de vida, sendo este um campo riquíssimopara sua atuação.
A discussão a cerca da temática do Terceiro Setor gera diferentes
argumentos e posicionamentos. Alguns estudiosos preconizam que as práticas
filantrópicas e/ou assistenciais geridas por tais instituições são uma forma de
despolitização da sociedade civil e não responsabilização do Estado perante as
mazelas do povo, já outros consideram que essas instituições são fontes
colaboradoras da sociedade já que o Estado passa por uma dita falência e não
consegue abarcar as expressões da ‘Questão Social’ .
Caracteriza-se por parceria público-privada, o compromisso de uma
instituição privada de disponibilizar ao Estado ou à comunidade um serviço de
utilidade pública. Porém, tal serviço é feita a partir de uma licitação onde o Estado
repassa uma remuneração pelo serviço prestado. A parceria entre as instituições
públicas e privadas inicia-se principalmente no contexto do pós-guerra, após a
expansão de uma crise econômica, da globalização desenfreada e da instituição
do neoliberalismo (NETTO, 2005).
Uma Organização é considerada do Terceiro Setor quando possui no
mínimo,cinco características básicas:
- Organização;
- Privada;
- Não distribuidora de lucros aos seus associados e diretores;
- Autogovernada;
- Trabalho voluntário;
O assistente social encontra-se à frente da construção da esfera pública,
da democracia, da cidadania, dos direitos, considerando as por um parâmetro.
É nesse sentido que se constrói um novo projeto para o Serviço Social brasileiro
e também na atuação sobre as diferenciadas expressões da “Questão Social”.

1.2 EDUCAÇÃO X ESCOLA


A Educação escolar é um campo de trabalho permeado por
manifestações complexas inerentes da questão social,que requer
conhecimentos específicos para compreendê-las e respondê-las.
As manisfestações das questões sociais influenciam no processo de
ensino aprendizagem.
A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 24, inciso XV, consagra a
proteção priorizada, personificado pela Lei 8.069/90 – Estatuto da Criança e do
Adolescente.Conforme esclarecido na obra de Paulo Lúcio Nogueira, o Senador
Gerson Camata bem expôs que, quando da edição da norma geral de proteção
da infância e da juventude, optou-se pela denominação Estatuto em vez de
código porque aquele dá ideia de direitos, enquanto este tem sentido de punir
Nota-se claramente que o Estatuto da Criança e do Adolescente, no seu
espírito, não é um meio coercitivo para certa finalidade, e sim um caminho de
proteção social, intelectual e espiritual. No contexto legal, o legislador busca a
personificação das regularizações sociais que formam o sistema garantista de
direitos e sua eficácia a proteção priorizada, absoluta e integral da criança e do
adolescente.
A educação na perspectiva capitalista é uma das formas de se assegurar
a sociabilidade necessária à reprodução do próprio capital.Uma educação que
conforma os sentidos,valores e comportamentos em uma dimensão também
desumanizadora.(ALMEIDA,2012)
Entender que a infância é um período em que a pessoa está se
constituindo culturalmente, as práticas artísticas e societárias assumem
importância fundamental como meio de participação social e como atividade que
possibilita a apropriação e ressignificação e reelaboração da cultura pelas
crianças
De acordo com Kuhlmann, Jr (1991) educar formalmente uma criança
requer espaço, tempo de produção, apropriação e objetivação dos
conhecimentos. Atualmente a concepção de infância tem se que é indivíduo
social e histórico, com capacidades próprias para sentir e pensar o mundo.
Desenvolve suas ideias através de atitudes concretas, obtendo informações
tendo como referência relações que consegue estabelecer com o outro, com
objetos e com o corpo.
O primeiro lugar destinado para este fim dedicava-se ao atendimento
dos filhos de colaboradoras de uma Fábrica de Fiação e Tecidos fundada ao
termino dos anos de 1800, atendia aproximadamente 40 crianças, dava direito
dos bebês serem amamentados as crianças tinham atendimento médico ao
ingressarem. Em outros Estados, ocorriam também aberturas de creches junto
as fábricas (acentuação de palavras), como da Indústria Votorantim em 1925.
(KUHLMANN, JR, 1991)
No Brasil a ampliação da creche deu-se só nos anos setenta e estava
relacionada a ações feministas. O avanço de pessoas do sexo feminino, da
mesocracia que sai para trabalhar, espaços limitados para as crianças
brincarem, fatores que determinaram o requerimento ao direito de espaços que
cuidassem dos filhos não só de empregadas domésticas como também de outras
profissionais.
Na instituição de ensino, o cuidado é essencial, embora não baste a
operacionalização de ações voltadas à satisfação mecânica das necessidades
básicas de alimentação, repouso ou higiene. Embora indispensáveis em si
mesmas, essas situações são também, ou sobretudo, momentos privilegiados
de contato social nos quais as crianças são chamadas a compor os enredos de
práticas que, além de as organizarem em sua rotina individual, sãs solicitam em
suas possibilidades potenciais de aprendizagem. (CAMARGO, 2005, p.12).
Com o aparecimento das creches pagas com metas distintas das
públicas, declarou-se a diferença imposta para classes sociais diferentes as com
melhor poder aquisitivo das crianças pobres. Sendo que as primeiras eram
cercadas de todos os cuidados para garantia de um crescimento saudável e
pleno, assegurando uma formação completa já as pobres, apenas lhes eram
oferecidos cuidados a nível assistencial enquanto estavam no recinto, sem ter
cuidado com formação de caráter nenhum.
De acordo com Brasil (Constituição Federal, 1998) estabelecendo aos
responsáveis, a comunidade e autoridade pública têm que respeitar e garantir
os direitos das crianças definidos no artigo da Constituição que diz:
É dever da família, da sociedade e do Governo garantir ao infante a aos
jovens, o privilégio à vida, ao bem-estar físico, à comida, à instrução, ao
entretenimento, aprender uma profissão, ao saber, à honra, a respeitabilidade, à
autonomia e a convivência familiar e comunitária, além de protegê-las de
qualquer negligência, discriminação, exploração, agressividade e coação.
(BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 1988, p.64)
A emergência de uma função educacional não suprime o
reconhecimento da precisão de filhos e pais trabalhadores de que lhe seja
assegurado, também a guarda, os cuidados e ainda o atendimento nas áreas da
alimentação, de boa disposição física e mental, da assistência social. Afinal é a
própria condição de cidadã e indivíduo de pouca idade que requer que sejam
assegurados ao menor, de maneira globalizada, tanto na educação como na
guarda, o zelo e a assistência.
A Educação básica, integrante da chamada instrução escolar tem por
finalidades: a) Aprimorar o educando; b) assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania) fornecer-lhe meios para progredir
no trabalho e aprendizagens posteriores. (BRASIL, CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
1988, ART.22)
Cuidar e educar é impregnar a ação pedagógica de consciência,
estabelecendo uma visão integrada do desenvolvimento da criança com base
em concepções que respeitem a diversidade, o momento e a realidade
peculiares à infância. Desta forma, o educador deve estar em permanente estado
de observação e vigilância para que não transforme as ações em rotinas
mecanizadas e guiadas por regras.

“Cuidar e educar crianças pequenas em instituições coletivas é uma


profissão. Como também necessita formação prévia (que contemple
conhecimentos sobre este duplo efetivo), formação em serviço
(principalmente através de cursos e supervisão), espaço e
instrumentos de trabalho adequados, remuneração condizente com a
importância do trabalho”. (ROSEMBERG,1984, p.90)

Independentemente se a criança fica quatro, como no caso das pré-


escolas ou oito horas como nas creches, as crianças precisam de cuidados.
Precisam ser alimentadas ou ensinadas a se alimentar com autonomia.
Necessitam de ser limpas ou instruídas a se manter dessa forma. Enfim,
precisam de cuidados. A quem estava delegada a competência de cuidar dessas
crianças? Esses cuidados seriam obrigação dos professores? Sim, cabia aos
professores cuidar das crianças que estavam sob sua responsabilidade. Mas
isso trouxe para uma parcela da categoria um sentimento de desmerecimento
profissional. Segundo esses profissionais para que era necessário passar anos
nos bancos das faculdades se era para eles fazerem coisas que qualquer um
podia fazer. Acontece que, esse raciocínio remonta uma tradição, ou melhor, um
ranço existente na Educação. Retoma a noção de que ensinar é simplesmente
passar conteúdos formalmente estabelecidos em um currículo. Traduz a máxima
de que o professor é “dono” do conhecimento e cabe a ele transmiti-lo através
de suas explicações.
Após anos de governo militar no Brasil, houve intensa mobilização
popular em que milhões de pessoas foram às ruas reivindicar seus direitos,
incluindo a Educação.
São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer,
a segurança, a previdência social, a maternidade e a infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição. (BRASIL, CONSTITUIÇÃO
FEDERAL, 1988)
No que tange ao campo educacional, verifica-se o Artigo 205 da C.F. de
1988:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será provida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando pleno desenvolvimento
da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
Os artigos citados representam a conquista de direitos sociais a todo e
qualquer cidadão, como direito e liberdade de ensino com qualidade para
crescimento pessoal e profissional, sendo o Estado responsável pela garantia da
educação.
A Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, reafirma o direito à educação
e estabelece diretrizes e bases da educação nacional, os princípios em que este
ensino será ministrado encontra-se no Artigo 3º:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da
legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei nº
12.796, de 2013)
Entretanto, apesar da aparente inclusão dessa política quando se
analisa a realidade, constata-se uma inversão de sua aplicabilidade no presente,
pois no Brasil há legislações excelentes, mas não há a efetivação da prática. O
Instituto de Pesquisas Aplicadas reforça essa afirmação:

[...] Variados fatores, internos e externos à escola, condicionam a


precária qualidade do ensino no país: infraestrutura física deficiente;
professores mal remunerados e, por vezes, desestimulados e pouco
qualificados para a intervenção pedagógica junto a grupos e contextos
sociais desfavorecidos; necessidade da criança ingressar no mercado
de trabalho para complementar a renda familiar; falta de suporte
educacional dos pais e de acesso aos meios de comunicação e
veiculação do conhecimento. (IPEA, 2006, p. 46).

Situações como desmotivação, gravidez, violência física e sexual,


evasão, trabalho infantil, uso de abuso de drogas, exclusão social, relações
familiares desestruturadas manifestam-se cotidianamente nas instituições
escolares.

[...] Para eliminar a distância entre os direitos garantidos no papel e o


efetivamente praticado, todos os envolvidos com a temática da
Cidadania têm a missão de fomentar ideias práticas para que esse
aparato não seja mais um apanhado de belas palavras que ora ou outra
são consultadas, mas que seja um norteador para o exercício da
cidadania em nosso país. (SACRISTAN, 2000, p.41)

O Conselho Federal de Serviço Social (2001, p.11) assim afirma: O baixo


rendimento, desinteresse pelo aprendizado e evasão escolar, dentre outros, têm
sido citados como as grandes dificuldades de avanço destes alunos. As mais
diferentes literaturas têm demonstrado que estes indicadores não se constituem
em fatores exclusivamente relativos à escola, e sim fatores que estão aliados a
outras formas de expressão dos problemas de âmbitos social enfrentados pelo
educando e sua família.
Sendo assim a escola se torna um espaço de conflitos, embora as
diretrizes políticos-pedagógicas considerem a Educação Escolar como essencial
no que diz respeito às transformações da sociedade, é sabido que a realidade
reflete deficiências nesse sistema onde se é pouco investido.
A Constituição de 1988 passou a prever em seu art. 208 “O dever do
Estado com a educação será efetivado mediante garantia de: IV atendimento em
creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos deidade”. Em 1990 o
Estatuto da Criança e do Adolescente eleva as pessoas nessas faixas etárias à
condição de cidadãos.
Em 1996 é promulgada a LDB 9394/96 que coloca a Educação Infantil
como a primeira etapa da educação básica. Sua finalidade passa a ser o
desenvolvimento integral das crianças (zero a três anos - creche e quatro anos
a cinco anos e 11 meses – pré-escola). Cabendo a professores com formação
no segundo grau ou universitária acompanhar e registrar o desenvolvimento de
cada criança sem o objetivo de promoção.
Essa LDB trouxe mudanças, pois ao colocar a Educação Infantil como
etapa da Educação Básica retira dela o caráter meramente assistencialista.
Tanto creches quanto pré-escolas passaram a ser compreendidos como
espaços escolares e o ao lado do cuidar foi colocado o educar. Com o passar do
tempo, os órgãos competentes perceberam que educação Infantil, na prática as
creches e pré-escolas estavam perdidas e sem saber como gerir as novas
responsabilidades. Nesse momento o MEC formula um Referencial Curricular
Nacional e o Conselho Nacional de Educação formula as Diretrizes Nacionais
para a Educação Infantil.
O Parecer CNE/CEB 22/98 e a Resolução CNE/CEB 1/99 reforçaram o
rompimento com o caráter meramente assistencialista e também o fato de que a
Educação Infantil não era só para os filhos das classes trabalhadoras, era um
direito de todas as crianças. Tais documentos trazem orientações acerca da
organização, desenvolvimento e avaliação das propostas pedagógicas nas
escolas de Educação Infantil. Funcionando como guias práticos de como as
mudanças preconizadas na lei poderiam acontecer no dia a dia das salas de
aula.
O Parecer CNE/CEB 20/09 e a Resolução CNE/CEB 5/09 reforça a
proposta pedagógica voltada para o desenvolvimento integral das crianças de
zero a cinco anos, garantindo tanto aquisição de conhecimento quanto proteção
e saúde. Trata também das crianças que estão fora dos centros urbanos como:
indígenas, quilombolas e que moram no campo. Aborda a questão das crianças
com necessidades educacionais especiais e combate toda e qualquer forma de
preconceito. E aborda a questão do multiculturalismo.
A Constituição Federal de 1998, o ECA, a LDB e o RCNEI desvincula a
Educação Infantil das questões relacionadas com a pobreza (Carências,
deficiências, nutricionais e culturais, problemas sociais, abandono, fracasso
escolar no ensino formal, etc.) outro fator que ganhou destaque no atendimento
infantil, foi a socialização. Os seus benefícios e sua importância no
desenvolvimento da criança foram bastante valorizados.
No que diz respeito aos conteúdos aproveita-se para ensinar ciências na
hora da merenda, e durante a escovação de dentes, fala-se sobre cáries.
Embora não haja um modelo a ser seguido, é desejável que os
momentos de trocas sociais sejam agradáveis e prazerosos entre as crianças e
com elas e os adultos. Mesmo sem intencionalidade da transmissão de
conteúdo, cabe a escola entender que no seu dia-a-dia, a criança estará
progredindo em habilidades.
Desse modo é necessário e visto que se tenha e exista um currículo com
parâmetros que delineiem áreas do conhecimento, apontando para estratégias
a serem utilizadas no trabalho com as crianças é sem dúvida um suporte valioso
para o educador.
A escola deve ser um lugar de aprendizagem, de encontro e de troca. O
conhecimento individual é sempre um processo que acontece na interação entre
os homens. A cognição e a afetividade são aspectos inseparáveis e
complementares para os seres humanos.
De acordo com Oliveira (2011) na observância destas Diretrizes, a
proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas
cumpram plenamente sua função sociopolítica e pedagógica:
I – oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam SUS
direitos civis, humanos e sociais;
II – assumindo a responsabilidade de compartilhar e completar a
educação e cuidado das crianças com as famílias;
III – possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e
crianças quanto à ampliação dos saberes e conhecimentos de diferentes
naturezas;
IV – promovendo a igualdade de oportunidade educacionais entre as
crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens
culturais e às possibilidades de vivência da infância;
V – construindo novas formas de sociabilidade e de subjetividade
comprometidas com a ludicidade, a democracia, a sustentabilidade do planeta e
com o rompimento de relações de dominação etária, sócio econômica, étnico-
racial, de gênero, regional, linguística e religiosa”
Documentos trazem orientações acerca da organização,
desenvolvimento e avaliação das propostas pedagógicas nas escolas de
Educação Infantil. Funcionando como guias práticos de como as mudanças
preconizadas na lei poderiam acontecer no dia a dia das salas de aula.

1.2 O ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO

O serviço social por se tratar de uma profissão interventiva,busca através


das políticas sociais,a defesa e ampliação dos direitos sociais,e a politica
educacional também faz parte do rol de preocupações da categoria.
A atuação do assistente social na área educacional busca a
idenficação,a aproximação teórica e a prática social conhecendo e estudando os
problemas sociais educacionais,visando a realidade social na educação pública.
A inserção do profissional de serviço social neste campo de atuação
educacional,impoem uma tarefa de muito desafio aonde o construir uma
intervenção qualificada enquanto profssional na educação e tendo como
príncipio e Fundamentos de seu código de ética profissional.
“A Constituição Federal de 1988, pela primeira vez, consagrou seção
própria para disciplinar à justiça social, prevendo regras de proteção social à
família, à maternidade, à infância, à adolescência”(MORAES,2007).
A LOAS tem como uma das funções o desenvolvimento de ações
próprias e a articulação com as demais políticas públicas, objetivando alcançar
a inserção de inclusão dos destinatários da assistência social nas políticas
sociais básicas e o acesso a bens, serviços e direitos usufruídos pelos demais
segmentos da população.
A Constituição Federal de 1988 no seu artigo 227 diz:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e á convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
(BRASIL,1988, p. 72).

A Escola é o espaço privilegiado de produção e socialização do saber e


deve se organizar por meio de ações educativas que busquem a formação de
sujeitos éticos,critícos e criativos.Isso significa que compete a escola o papel de
contribuir para a disseminação do saber historicamente acumulado e também a
produção de novos saberes.(PIANA,2009)
A criança bem educada, terá no seu futuro um desempenho melhor tanto
profissionalmente como intelectualmente, tornando-se uma pessoa equilibrada
e apta para exercer sua função social e sustentar-se. Visando essa condição
futurísticas, é necessário que o Ensino Básico seja fundamental no aprendizado
da criança.
Como a Educação constitui um ponto principal de toda e qualquer
política infanto- juvenil, a Constituição Federal detalha, no artigo 208, os deveres
do Estado:
I- Ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que
a ele não tiveram acesso na idade própria;
II- II- Progressiva universalização do ensino médio;
III- Atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV- Atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis
anos de idade;
V- Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da
criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI- Oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do
educando;
VII- Atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
Com isso sabe-se então que o direito à educação é para todos, e não se
esquecendo de que as crianças são prioridades.
O agravamento dos problemas sociais brasileiros como o desemprego,
e outros fatores sócio-econômicos contribuíram para o retardamento de uma Lei
que viesse atingir diretamente os órgãos competentes e proteger o menor. Com
a inclusão da Lei nº 8069/90; Estatuto da Criança e do Adolescente, cabe ao
povo estudar e fazer cumprir essa Lei, com ação conjunta da sociedade em
defesa dos direitos para que seja exercido o exercício do mesmo.
A lei estadual nº 15.075, de 04 de maio de 2006, garante a inserção do
assistente social e psicólogo nas redes de ensino do Estado do Paraná. Porém
é uma lei que não foi efetivada pela maioria das escolas, contudo, é uma prática
que vem se tornando comum em algumas escolas privadas, embora que sob
uma outra ótica de intervenção.

“Com base em nossa experiência profissional acrescentamos que


temos também importante papel na construção de análises mais
totalizantes em torno das expressões da questão social nos espaços
educacionais, de modo a problematizar a percepção dos atores que ali
atuam e formam sobre a família contemporânea, sobre as condições
de aprendizado dos estudantes, suas condições de vida e trabalho, sua
percepção sobre a escola e suas condições de permanência (e
identificação) neste ambiente”.(LESSA,2013, p.115)

O Serviço Social através da figura do assistente social desempenha um


importante papel dentro da estruturação do projeto pedagógico e escolar, as
suas atribuições dentro do ambiente pedagógico estão relacionadas à orientação
dos educadores em um programa educacional voltado para o contexto social
apresentado na comunidade em questão.
A lista de atribuições pode variar de acordo com a natureza da instituição
de ensino e a metodologia pretendida, porém de maneira geral o assistente
desenvolve as seguintes práticas:
• Colaboração com a gestão e administração da escola.
• Promover ações que combatam a evasão escolar.
• Desenvolver políticas de conscientização de pais relacionados ao
contexto socioeconômico no qual eles se encontram e oferecer perspectivas
positivas aliadas à educação.
• Colaborar com o desenvolvimento pessoal dos alunos.
• Participar do aconselhamento psicossocial de pais, alunos e
professores sempre que necessário.
• Propor através do trabalho em conjunto dos setores um diagnóstico
sócio-médico-educativo eficiente que consiga diagnosticar com precisão as
variáveis que possam comprometer o desenvolvimento dos alunos na instituição.
A família se depara com a difícil tarefa de formar cidadãos adaptados à
convivência em sociedade.

1.2.1 Assistência social e os aspectos a serem praticados pelos pais

O Assistente Social é um profissional qualificado para atuar nessa


realidade, seja no âmbito público ou privado da educação, por dispor
conhecimentos que respondem às demandas sociais, através de análise e
compreensão de tal realidade, por ter domínio do instrumental técnico-operativo
que subsidiam suas ações e princípios éticos que regem sua postura
profissional. Tal ação deve ser interdisciplinar, ou seja, em consonância com
pedagogos, professores e demais profissionais alocados, focando a tríade
escola-família-comunidade, buscando alternativas para as questões sociais
existentes.
No intuito de auxiliar os pais no trabalhoso e gratificante processo de
educar os filhos, Oliveira (1995) identificou alguns pontos importantes a serem
refletidos e praticados pelos pais, que buscam educar e preparar os filhos a
fazerem parte de uma sociedade, sendo capazes de melhorar o meio em que se
vive, em vez de se deixar levar por ele.
Resgate da autoridade saudável por parte dos pais
Considerando que autoridade em uma relação não tem como base a
imposição ou o desrespeito das características individuais, provando submissão
e alienação de ambas as partes.
A autoridade que está sendo sugerida aos pais é aquela exercida sem
culpa, com segurança e principalmente bom senso.
Desenvolvendo responsabilidade com os filhos
Pais saudáveis preparam os filhos para assumirem as suas
responsabilidades. Aos poucos os pais podem delegar os filhos o cuidarem de
si.
Preparar a criança para cuidar de si não significa deixá-la só e sim
proporcionar à criança o prazer de realizar algumas coisas que já é capaz de
cumprir, o que fará com que a criança reconheça sua capacidade. Assim a
criança vai construindo sua autoestima e sua posição útil dentro da família;
Aprendendo a arcar com as consequências
Desde pequena, nas mais simples atitudes, a criança deve aprender que
existem consequências e as quais ela deve de alguma forma sentir que traz
benefícios e ou prejuízos;
Atenção concentrada
Os pais precisam encontrar um jeito, no seu dia a dia, de dar atenção
para o filho não só quando este solicita.
Mesmo quando os pais estão ausentes, precisam demonstrar interesse
pelo que diz respeito à vida do filho, pois isso faz com que sintam amados e
protegidos.
É ouvir seus sentimentos, conhecer seus interesses, participar de suas
atividades. Enfim, os pais precisam estar bem inteirados do que acontece na
vida de seus filhos.
A responsabilidade dos modelos que são transmitidos aos filhos. As
crianças não se comportam apenas com o que elas aprendem dentro de casa.
Atualmente a educação é dividida com a escola, outros adultos (avós, tios,
babás). Por isso a importância dos pais estarem atentos aos modelos que estão
sendo transmitido aos filhos, em relação a sua própria disciplina, respeito no
convívio com as pessoas, regras, honestidade, maneira de resolver problemas
de caráter moral e de uma maneira geral;
Limites claros
Os pais precisam estabelecer para si objetivos de seu papel na formação
do filho. Quais são os valores, princípios que devam ser respeitados,
considerando que a criança irá precisar se adaptar ao mundo.
Pai e mãe precisam falar a mesma linguagem e gastar tempo
estabelecendo as regras da família, tomar decisões em comum acordo o que diz
respeito ao filho.
Respeitar a liberdade individual
A liberdade é muito importante na questão da disciplina. É fundamental
que os pais contribuam através do estabelecimento dos limites, para que o filho
compreenda que liberdade absoluta não existe e que só tem valor quando
associada à responsabilidade.
Desenvolver a liberdade individual, na qual o indivíduo é capaz de
reconhecer seus próprios desejos e cumpridos, exige muito preparo e muita
organização de seus conteúdos internos, lembrando que a liberdade de cada
indivíduo é possível na medida em que haja o respeito em relação ao outro.
Todos esses pontos levantados e muitos outros que complementam este
tema mostram a importância dos pais resgatarem sua autoridade diante dos
filhos. É possível agir demonstrando afeto e autoridade nas situações mais
simples de nosso cotidiano.
O resgate dos valores essenciais na educação de filhos deve começar
dentro de cada lar. A partir daí, o processo evolui de forma natural, sem grande
esforço, gerando transformações no presente e cada vez mais resultados
expressivos que serão refletidos agora e no futuro;
Oliveira (1995) afirma que encontra famílias que concordam com esta
análise, mas demonstram também que não estão conseguindo alterar o quadro
e assim prosseguem formando uma geração "egocêntrica", com muitos direitos,
liberdades e com poucos deveres e responsabilidades.
Observa ainda famílias que julgam que a indisciplina, a falta de limites e
do respeito à vida que os jovens demonstram, não lhe dizem respeito
diretamente, pois afinal, trata-se de um problema geral desta geração marcada
por profundas mudanças e transformações sociais.
Encontram- se famílias que querem fazer alguma coisa, mas não sabem
o que e como. Não sabe dosar o amor, atenção, os limites, responsabilidade e a
sua autoridade.
Como vocês podem observar e constatar, o quadro da atuação da
família na formação do jovem é uma tarefa difícil, mas felizmente de
possível mudança. Acredito que a mudança muitas vezes é até mais
fácil do que muitas famílias imaginam. (OLIVEIRA,1995, p.11)

A partir do momento em que os pais tomam consciência de seu papel e


assumem uma prática coerente demonstrando amor e segurança através de
suas atitudes repressivas ou aprovativas, os resultados ainda que pequenos e
localizados começam a aparecer.
A educação de filhos implica compromisso e participação. Disciplina
envolve direitos e responsabilidade de cada membro da família.
“A convivência concentrada é uma espécie de soro na veia, contendo as
bases de um bom relacionamento. Dá condições de se reestabelecer o vínculo
entre pai e filho”. (TIBA, 1996, p.32)
Segundo o autor, essa carência de relacionamento entre pais e filhos,
ocorre porque na busca de condições de vida digna para a família, o diálogo, a
troca de carinhos vai ficando em segundo plano, o que acarreta esse
distanciamento na relação.
A solução é fazer com que um possa contar apenas com o outro em
situações de necessidade, sugerindo uma viagem, um lazer, onde ambos
possam ter a possibilidade de entrosamento, de suprir carências;
É no ambiente familiar que muitas vezes se dá início ao fracasso escolar,
pessoal e intelectual. O despreparo dos pais no tratamento de igualdade diante
dos filhos deixa muito a desejar. Essa descriminação em relação aos filhos, o
tratamento diferenciado e até mesmo a proteção desmedida por um ou outro,
acaba acarretando riscos irreparáveis pelo resto da vida nos indivíduos,
tornando-os arredios, agressivos e traumatizados.
Muitos distúrbios são causados pelo tratamento dado aos mesmos, porém
atualmente estudos argumentam que a deficiência está na genética, o que
consideramos inaceitável, pois todos têm qualificações dentro de suas
capacidades físicas e intelectuais, haja vista destaques nas Paraolimpíadas, na
inclusão de pessoas especiais no trabalho, o que realmente se faz necessário é
atendimento específico para cada área, com profissionais capacitados, e acima
de tudo, o fundamental: conscientização de uma parceria entre todos os
envolvidos tendo como meta principal a dignidade da pessoa humana.
Além da participação dos pais ou responsáveis pelo aluno, evidencia-se
a emergente necessidade de que os profissionais que atuam na educação
estejam qualificados para enfrentar os desafios que a escola vem enfrentando.
Aos professores cabe a responsabilidade do trabalho educativo,
demonstrando que filhos têm nos pais o espelho para sua vida futura, se hoje
são ignorados amanhã certamente farão o mesmo.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, N. L. T. de. Serviço Social, trabalho e políticas públicas. Ney
Luiz Teixeira de Almeida, Mônica Torres de Alencar. – São Paulo: Saraiva,
2012.

BRASIL. Constituição: República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,


DF:Artigo 225 referente ao Meio Ambiente. Brasília, DF: Senado Federal,
1990.
......................................................................................................Estatuto da
Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Senado Federal, 1990.

------------------------------------------------------Lei de Diretrizes e Bases da


Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf.
CAMARGO, F. Criança e educação: uma trajetória cultural e institucional.
Revista Criança, do Professor de Educação Infantil,2005. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rev_crian_39.pdf. Acessado em
Setembro de 2016.
CFESS. Conselho Federal de Serviço Social. Código de Ética Profissional do
Assistente Social. 15 de março de 1993. Disponível em
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_1993.pdf, acessado em Setembro de
2016.
FREIRE, P. (1983). Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

JABOBI P.: Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Disponível


em http://www.scielo.br/pdf/cp/n118/16834.pdf Acesso em: 09/2016.

KUHLMANN JÚNIOR. Infância e Educação infantil: uma abordagem


histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998.
LESSA, S. E.do C. A educação contemporânea, o combate à pobreza e as
demandas para o trabalho do assistente social: contribuições para este
debate. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 113, p. 106-130, jan. /mar. 2013.
MONTAÑO, C.: Terceiro Setor e Questão social: Crítica ao padrão
emergente de intervenção social. São Paulo, 2002.
MORAES, A. de. Constituição do Brasil Interpretada. 7 ed. São Paulo: Atlas
S.A., 2007.
NETTO,J. P.:Capitalismo Monopolista e o Serviço Social.São Paulo.Editora
Cortez,2005.

OLIVEIRA, S. das G. (2011) Relação Família/Escola: Professora, Empresária,


Pós-Graduação (Especialista) em Educação Infantil pela UFJF e também Pós
Graduada em Mídia e Deficiência pela Universidade Federal de Juiz de Fora,
Mg. Pós-Graduação em Arte, Educação e Cultura na UFJF.
OLIVEIRA, C.P.M. A importância do resgate de autoridade dos pais. São
Paulo: PUC, Pontifícia Universidade Católica, 1995.

PIANA, M. C.. Serviço Social e Educação: olhares que se entrecruzam. In:


Serviço Social e Realidade, Franca, v. 18, n. 2, p. 182-206, nov. de 2009.
Disponível em:<
http://seer.franca.unesp.br/index.php/SSR/article/viewFile/136/187 >.
Acesso em:set. 2016.

ROSEMBERG, F. O movimento de mulheres e a abertura política no Brasil:


o caso da creche – 1984. Cadernos de Pesquisa. São Paulo: Fundação
Carlos Chagas, (51):73-9, Nov. 1984.

SACRISTAN, J.G. Currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre:


Artmed, 2000.
TIBA, I. Disciplina: Limite na Medida Certa. Editora Gente, 1996.

Vous aimerez peut-être aussi