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Índice
Linguagens e Códigos
Conceitos Gerais ................................................................................................................ 08 a 17
Interpretação e Textos ....................................................................................................... 18 a 25
Redação ............................................................................................................................. 26 a 28
Matemática
Porcentagem ..................................................................................................................... 30 a 35
Unidades de Medidas ........................................................................................................ 36 a 40
Razão e Proporção ............................................................................................................. 41 a 46
Ciências Humanas
Geopolítica ........................................................................................................................ 48 a 55
História do Brasil ................................................................................................................ 56 a 64
História Geral ..................................................................................................................... 65 a 81
Ciências da Natureza
Física .................................................................................................................................. 83 a 89
Química ............................................................................................................................. 90 a 96
Biologia .............................................................................................................................. 97 a 101
Comunicar-se é interagir. Essa máxima visuais também nos indicam os papeis sociais
chega a ser óbvia, entanto é necessário enten- de cada personagem.
der que esse processo de interação não ocorre 4. Quanto à intencionalidade das falas, nota-se
apenas entre os interlocutores envolvidos no ato um tom de ironia, uma vez que no segundo
da comunicação. É preciso interagir com o mun- quadrinho a personagem Chico Bento reve-
do que nos cerca, com as possibilidades de mu- la sua real intenção ao manifestar, de forma
dança desse mundo, com as diversas formas de tão passiva e sôfrega, a pergunta do primeiro
expressar verbalmente nossa visão. Daí advém o quadrinho. Esse recurso contribui para a ge-
que podemos chamar de múltiplas linguagens ou ração do humor na tira.
múltiplas formas de expressão verbal.
Em verdade, a linguagem está em tudo. O ENEM costuma explorar a variação da lingua-
Um cheiro pode ser um tipo de linguagem. Uma gem, não apenas a verbal, mas também a não-
cor específica pode remeter a uma informação -verbal. Note um exemplo de questão que explora
nova ou um determinado modo de gesticular pode essa habilidade:
indicar intenções variadas. Contudo nosso objeto
de estudo é a linguagem verbal e os diversos me-
canismos que permeiam esse tipo de linguagem.
Percebamos a tira abaixo:
www.turmadamonica.com.br
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CONCEITOS GERAIS
remetem a uma orientação de trânsito, dia- Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem
logando, assim, com outros textos, de cará- soubé falá, sabi iscrevê.”
ter instrucional, que nos remetam à mesma Jô Soares, revista Veja, 28 de novembro de 1990
mensagem. Além disso, a expressão facial
das personagens, os gestos e as cores co- O Fax do Nirso
laboram para a depreensão global da men- O gerente de vendas recebeu o seguinte
sagem. fax de um dos seus novos vendedores: ‘Seo Go-
c) É falsa, pois o que temos é um texto que mis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucenta
aglutina a expressão verbal e a não-verbal, pessa. Faz favor toma as providenssa, Abrasso,
colaborando ambas para a compreensão Nirso.’ Aproximadamente uma hora depois, re-
global da mensagem. cebeu outro: ‘Seo Gomis, os relatório di venda
d) É falsa, pois o fato de serem personagens vai xega atrazado proque to fexando umas ven-
amplamente conhecidas pode gerar empa- da. Temo que manda treis miu pessa. Amanhã tô
tia com o público, mas não é definidor para xegando. Abrasso, Nirso.’ No dia seguinte: ‘Seo
a decodificação da mensagem. Se fossem Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz
quaisquer outras personagens, o leitor po- deis miu em Beraba. To indo pra Brazilha. Abras-
deria interagir com a mensagem na mesma so, Nirso.’ No outro: ‘Seo Gomis, Brazilha fexo 20
proporção. miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no
vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso’. E assim foi
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo? imagem da empresa, levou ao presidente as men-
Cliente – Estou interessado em financiamento sagens que recebeu do vendedor. O presidente,
para compra de veículo. um homem muito preocupado com o desenvolvi-
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades mento da empresa e com a cultura dos funcio-
de crédito. O senhor é nosso cliente? nários, escutou atentamente o gerente e disse:
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou - Deixa comigo, que eu tomarei as providências
funcionário do banco. necessárias. E tomou. Redigiu de próprio punho
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! um aviso e afixou no mural da empresa, junta-
Cê ta em Brasília? Pensei que você inda tivesse mente com as mensagens de fax do vendedor:
na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente ‘A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso.
conversar com calma. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vendê
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. maiz. Acinado, O Prizidenti.’
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado). http://recantodasletras.uol.com.br/humor/890816
Você deve ter notado que, pelo texto aci- Rui Barbosa e o Ladrão de Galinhas
ma, a fala da gerente, inicialmente formal, muda Certa vez, um ladrão foi roubar galinhas
o tom quando ela descobre que o cliente é, na justamente na casa do escritor Rui Barbosa. O la-
verdade, um funcionário do banco. Não só isso, drão pulou o muro, e cercou as galinhas. Naquele
mas o cliente faz parte do ciclo de amizades da alvoroço, Rui Barbosa acordou de seu profundo
gerente, e isso é facilmente perceptível pelo dis- sono, e se dirigiu até o galinheiro. Lá chegando,
curso informal que passa a ser empregado por viu o ladrão já com uma de suas galinhas, e disse:
ela. A linguagem é, pois, como um grande guarda- “Não é pelo bípede de bico, nem pelo valor
-roupa, repleto de possibilidades. Dependendo da intrínseco do galináceo, mas por ousares transpor
ocasião, dá-se à linguagem a roupagem adequa- os umbrais de minha residência. Se for por mera
da, adaptando-se à situação. Leiamos os textos a ignorância, perdôo-te. Mas se for para abusar de
seguir: minha alta prosopopéia, juro-te pelos tacões meta-
“Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di bólicos de meus calçados, que dar-te-ei tamanha
aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi bordoada, que transformarei sua massa encefálica,
ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui em cinzas cadavéricas.”
dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu O ladrão todo sem graça se virou e disse:
é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é “-Cumé, seu Rui, posso levar a galinha ou
só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coi- não???”
sa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu http://piadasepiadas.com.br/rui-barbosa-e-o-ladrao-de-
-galinhas
espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti.
Os conceitos linguagem formal e lingua-
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CONCEITOS GERAIS
gem informal estão, sobretudo, associados ao Meta dentro e fora, lata absoluta
contexto social em que a fala é produzida. Par- Deixe-a simplesmente metáfora
tindo da ideia de que a linguagem é adaptável às
diversas situações comunicativas, ninguém con- A comunicação, como vimos, é um proces-
seguiria se utilizar de formalidade na linguagem so amplo, que envolve uma considerável diversi-
vinte e quatro horas por dia. Por sua vez, não é dade de linguagens, sendo a verbal apenas uma
possível empregar a informalidade na linguagem vertente desse processo. A observação apurada
em qualquer situação. Os textos acima, que li- da língua exige, pois, uma análise global dessas
dam com situações de oralidade, revelam bem linguagens. Para tanto, é preciso abandonar cer-
o quanto pode ser esquisito ou mesmo constran- tos preconceitos linguísticos.
gedor empregar uma linguagem inadequada no
momento inadequado. Se o orgüioso pudesse,
Com seu rancô desmedido,
CONCEITOS DE DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Tarvez até já tivesse
Denotação: É o uso do signo em seu sen- Êste vento repartido,
tido real. Ficando com a viração
Conotação: É o uso do signo em sentido E dando ao pobre o furacão.
figurado, simbólico. Pois sei que ele tem vontade,
Para que seja cumprida a função social da E acha mesmo que precisa
linguagem no processo de comunicação, há ne- Gozá do frescô da brisa,
cessidade de que as palavras tenham um signi- Dando ao pobre a tempestade.
ficado, ou seja, que cada palavra represente um
conceito. Essa combinação de conceito e palavra Pois o vento, o Só, a Lua,
é chamada de signo. O signo linguístico une um A chuva e a terra também,
elemento concreto, material, perceptível (um som Tudo é coisa minha e sua,
ou letras impressas) chamado significante, a um Seu dotô conhece bem.
elemento inteligível (o conceito) ou imagem men- Pra se sabê disso tudo
tal, chamado significado. Ninguém precisa de estudo.
Eu sem escrevê, nem lê,
Temos, portanto, o seguinte: Conheço desta verdade.
Signo = significante + significado. Seu dotô, tenha a bondade
Significado = idéia ou conceito (inteligível) De uvi o que vou dizê.
Gilberto Gil, na bela canção Metáfora, nos Não invejo o seu tesôro,
mostra o quanto um signo pode ampliar seu signi- Sua mala de dinhêro,
ficado. A sua prata, seu ôro,
O seu boi, o seu carnêro,
Uma lata existe para conter algo, Seu repôso, seu recreio,
Mas quando o poeta diz lata Seu bom carro de passeio,
Pode estar querendo dizer o incontível Sua casa de morá
E a sua loja surtida,
Uma meta existe para ser um alvo, O que quero nesta vida
Mas quando o poeta diz meta É terra pra trabaiá.
Pode estar querendo dizer o inatingível
Escute o que tou dizendo,
Por isso não se meta a exigir do poeta Seu dotô, seu coroné:
Que determine o conteúdo em sua lata De fome tão padecendo
Na lata do poeta tudo-nada cabe, Meus fio e minha muié.
Pois ao poeta cabe fazer Sem briga, questão, nem guerra,
Com que na lata venha caber Meça desta grande terra
O incabível Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado,
Deixe a meta do poeta, não discuta, Não me dêxe deserdado
Deixe a sua meta fora da disputa Daquilo que Deus me deu!
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CONCEITOS GERAIS
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CONCEITOS GERAIS
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CONCEITO GERAIS
gua utilizada por eles, e tem prestígio social o que Mais prazer encontro eu lá;
enuncia a forma “telhado”, em detrimento dos que Minha terra tem palmeiras,
usam “teiado”. Onde canta o Sabiá.
Mário Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.
Oswald de Andrade
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.
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CONCEITOS GERAIS
Que eu hei de ouvir cantar de estereotipação. Por exemplo, você pode ima-
Uma sabiá, cantar uma sabiá. ginar um jogador de futebol dizendo “estereotipa-
ção” ? E, no entanto, por que não?
Carlos Drummond de Andrade - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
Um sabiá -Minha saudação aos aficionados do clu-
Na palmeira, longe. be e aos demais esportistas, aqui presentes ou no
Estas aves cantam recesso dos seus lares.
Um outro canto - Como é?
(...) - Aí, galera.
Só, na noite, - Quais são as instruções do técnico?
Seria feliz: - Nosso treinador vaticinou que, com um
Um sabiá trabalho de contenção coordenada, com energia
Na palmeira, longe. otimizada, na zona de preparação, aumentam as
probabilidades de, recuperado o esférico, conca-
PARÁFRASES tenarmos um contragolpe agudo com parcimônia
A paráfrase é a reprodução do texto de de meios e extrema objetividade, valendo-nos da
outrem com as palavras do autor. Ela não se con- desestruturação momentânea do sistema oposto,
funde com o plágio porque seu autor explicita a surpreendido pela reversão inesperada do fluxo
intenção, deixa clara a fonte. Veja um exemplo de da ação.
paráfrase: - Ahn?
“Democracia é quando eu mando em você, di- - É pra dividir no meio e ir pra cima pra
tadura é quando você manda em mim”, Millôr pegá eles sem calça.
Fernandes. (Isso é uma citação.) - Certo. Você quer dizer mais alguma coi-
Como já disse Millôr Fernandes, democracia sa?
tem um conceito bem relativo, depende do lugar - Posso dirigir uma mensagem de caráter
onde a pessoa esteja. Se ela estiver no coman- sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível
do, há democracia; se ela for comandada, então e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por ra-
só existe a ditadura. (Isso é uma paráfrase da zões, inclusive, genéticas?
citação acima.) - Pode.
- Uma saudação para a minha progenito-
COMO FAZER UMA PARÁFRASE? ra.
Inicialmente o leitor deverá fazer uma lei- - Como é?
tura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar - Alô, mamãe!
e/ou esclarecer o tema central do texto apresen- - Estou vendo que você é um, um...
tado, acrescentando aspectos relevantes de uma - Um jogador que confunde o entrevista-
opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem dor, pois não corresponde à expectativa de que o
fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade
sobre o texto-base, condensando-o de maneira de expressão e assim sabota a estereotipação?
direta e imperativa. Consiste em um excelente - Estereoquê?
exercício de redação, uma vez que desenvolve o - Um chato?
poder de síntese, clareza e precisão vocabular. - Isso.
Correio Braziliense, 13/05/1998.
MOMENTO ENEM:
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Para falar e escrever bem, é preciso, além
QUESTÃO 01 - (ENEM - 98) - O texto retrata duas
de conhecer o padrão formal da Língua Portugue-
situações relacionadas que fogem à expectativa
sa, saber adequar o uso da linguagem ao con-
do público. São elas:
texto discursivo. Para exemplificar este fato, seu
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no
professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o
início da entrevista, e a saudação final diri-
texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No
gida à sua mãe.
texto, o autor brinca com situações de discurso
b) a linguagem muito formal do jogador, ina-
oral que fogem à expectativa do ouvinte.
dequada à situação da entrevista, e um jo-
gador que fala, com desenvoltura, de modo
Aí, Galera
muito rebuscado.
Jogadores de futebol podem ser vítimas
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CONCEITOS GERAIS
c) o uso da expressão “galera”, por parte do avexe não... (outra pausa) Se num quiser nem
entrevistador, e da expressão “progenitora” precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai pas-
, por parte do jogador. sando a grana, bem devagarinho... (pausa para
d) o desconhecimento, por parte do entrevis- pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas
tador, da palavra “estereotipação” , e a fala é pra não ficar muito pesado. Não esquenta, meu
do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra irmãozinho. (pausa) Vou deixar teus documentos
cima pra pegá eles sem calça” . na encruzilhada.
e) o fato de os jogadores de futebol serem víti-
mas de estereotipação e o jogador entrevis- Assaltante Mineiro
tado não corresponder ao estereótipo. Ô, sô, prestenção: Issé um assarto, uai.
Levantus braço e fica ketim quié mió procê. Esse
QUESTÃO 02 - (ENEM - 98) - O texto mostra uma trem na minha mão tá cheim de bala...Mió passá
situação em que a linguagem usada é inadequa- logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai an-
da ao contexto. Considerando as diferenças entre dando, uai! Tá esperando o quê, sô?!
língua oral e língua escrita, assinale a opção que
representa também uma inadequação da lingua- Assaltante Carioca
gem usada ao contexto: Aí, perdeu, mermão. Seguiiiinnte, bicho: tu
a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra te fu. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta
vê direito” - um pedestre que assistiu ao aci- os braços, rapá. Não fica de caô que eu te passo
dente comenta com o outro que vai passan- o cerol... Vai andando e, se olhar pra trás, vira
do. presunto.
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um
jovem que fala para um amigo. Assaltante Paulista
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de Pô, meu... Isso é um assalto, meu. Alevan-
fazer uma observação” - alguém comenta ta os braços, meu. Passa a grana logo, meu. Mais
em uma reunião de trabalho. rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilhete-
d) “Venho manifestar meu interesse em candi- ria aberta pra comprar o ingresso no Pacaembu,
datar-me ao cargo de Secretária Executiva meu. Pô, se manda, meu.
desta conceituada empresa” - alguém que
escreve uma carta candidatando-se a um Assaltante Gaúcho
emprego. Ô, guri, fica atento. Bah, isso é um assalto.
e) “Porque se a gente não resolve as coisas Levanta os braços e te aquieta, tchê! Não tentes
como têm que ser, a gente corre o risco de nada e cuidado que esse facão corta uma barba-
termos, num futuro próximo, muito pouca ridade, tchê. Passa as pilas prá cá! E te manda a
comida nos lares brasileiros” - um professor la cria, senão o quarenta e quatro fala.
universitário em um congresso internacio-
nal. Assaltante de Brasília
Querido povo brasileiro, estou aqui no ho-
QUESTÃO 03 - (ENEM - 98) - A expressão “pegá rário nobre da TV para dizer que, no final do mês,
eles sem calça” poderia ser substituída, sem com- aumentaremos as seguintes tarifas: Energia,
prometimento de sentido, em língua culta, formal, Água, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de ren-
por: da, Licenciamento de veículos, Seguro obrigató-
a) pegá-los na mentira. rio, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS,
b) pegá-los desprevenidos. Cofins…
c) pegá-los em flagrante.
d) pegá-los rapidamente. QUESTÃO 04 - (ENEM - SIMULADO) - A lingua-
e) pegá-los momentaneamente gem que cada um dos cinco primeiros assaltantes
Com pequenas alterações, o texto a seguir tem empregou revela:
circulado pela Internet. Leia-o para responder ao a) que as diferenças entre os registros lin-
que se pede: guísticos típicos de cada região do país se
resumem à questão do sotaque.
Assaltante Baiano b) que a seleção lexical é uma pista relevante
Ô, meu rei... (pausa) Isso é um assalto... para reconhecer as características de cada
(longa pausa) Levanta os braços, mas não se variante regional que há no Brasil.
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CONCEITOS GERAIS
c) que somente o assaltante paulista não se açougue é talho. Trem é comboio. E torcida é cla-
vale de um vocativo para referir-se à sua que. Que pimbolim é matraquilhos.
vítima. (Revista Língua, fevereiro de 2009, p. 38.)
d) que, na Bahia, respeita-se mais o padrão
Scolari menciona diferenças entre o português do
culto da língua, uma vez que o assaltante
Brasil e o de Portugal no que se refere a:
baiano não comete erros de ortografia.
a) ortografia. b) pronúncia.
e) que Minas Gerais é o estado brasileiro em
c) vocabulário. d) acentuação.
que há menos preocupação das pessoas
e) gramática.
em valorizar a norma culta do idioma.
Diante de uma tabuleta escrita colégio é provável
Texto I
que um pernambucano, lendo-a em voz alta, diga
No meio do caminho tinha uma pedra
còlégio, que um carioca diga culégio, que um pau-
tinha uma pedra no meio do caminho
listano diga côlégio. E agora? Quem está certo?
tinha uma pedra
Ora, todos estão igualmente certos. O que acon-
no meio do caminho tinha uma pedra
tece é que em todas as línguas existe um fenôme-
[...] ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olym- no chamado variação, isto é, nenhuma língua é
pio, 1971 (fragmento). falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim
Texto II como nem todas as pessoas falam a própria lín-
As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pe- gua de modo idêntico.
dra no rio: cada pedra é herança de família, pas- (Marcos Bagno, Preconceito Linguístico, p.52)
sando de mãe a filha, de filha a neta, como vão
QUESTÃO 07 - (ENEM - SIMULADO) - Após a
passando as águas no tempo [...]. A lavadeira e a
leitura do texto, assinale a alternativa que não
pedra formam um ente especial, que se divide e
considera a variação como um fenômeno natural.
se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher en-
a) “Essas crenças sobre a superioridade de
toa uma canção, percebe-se que a nova pedra a
uma variante ou falar sobre os demais é um
acompanha em surdina...
dos mitos que se arraigam na cultura bra-
[...] ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro:
sileira. Toda variedade regional ou fa lar é,
Jornal do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento).
antes de tudo, um instrumento identitário,
isto é, um recurso que confere identidade a
QUESTÃO 05 - (ENEM - 2009) - Com base na
um grupo social.” (Stella Maris Bortoni-Ricardo,
leitura dos textos, é possível estabelecer uma re-
Educação em Língua Materna, p. 33)
lação entre forma e conteúdo da palavra “pedra”,
b) “Podemos flagrar variação em todos os ní-
por meio da qual se observa:
veis de língua. Por exemplo, no nível lexi-
a) o emprego, em ambos os textos, do sentido
cal, poderíamos citar conhecidas oposições
conotativo da palavra “pedra”.
de forma: ‘jerimum’ (Bahia) e ‘abóbora’ (Rio
b) a identidade de significação, já que nos dois
de Janeiro). No nível gramatical, vimos a
textos, “pedra” significa empecilho.
variação ‘elas brincam/brinca’.”(Mário Eduardo
c) a personificação de “pedra” que, em ambos
Martelotta, Manual de Linguística, p.145)
os textos, adquire características animadas.
c) “As variedades linguísticas são as variações
d) o predomínio, no primeiro texto, do sentido
que uma língua apresenta, de acordo com
denotativo de “pedra” como matéria mineral
as condições sociais, culturais, regionais e
sólida e dura.
históricas em que é utilizada.”(Revista Conhe-
e) a utilização, no segundo texto, do significa-
cimento Prático de Língua Portuguesa, edição 16, p.
do de “pedra” como dificuldade materializa-
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da por um objeto.
d) “Fiat lux. E a luz se fez. Clareou este mun-
dão cheinho de jecas-tatus. (...) Falamos o
QUESTÃO 06 - (ENEM - SIMULADO) - Na época
caipirês. Sem nenhum compromisso com a
em que foi técnico da seleção portuguesa de fute-
gramática portuguesa. Vale tudo: eu era, tu
bol, Luiz Felipe Scolari participou da propaganda
era, nós era, eles era.” (Dad Squarisi, Correio
de um banco lusitano. Sua fala era a seguinte:
Braziliense, 22/6/1996)
Quem sai do seu país, como eu e você,
e) “Existe muito preconceito decorrente do va-
tem de adaptar-se a muitas coisas novas. Incluin-
lor atribuído às variedades padrão e ao es-
do a língua. Eu tive de aprender que aeromoça é
tigma associado às variedades não padrão,
hospedeira, que cadarço é atacador. Aprendi que
consideradas inferiores ou erradas pela
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CONCEITOS GERAIS
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
porém a ideia do texto original é confirmada pelo mitivo que foi substituído pela crítica à escravidão
novo texto. existente no Brasil.
É dizer com outras palavras o que já foi dito.
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
Texto Original A NARRAÇÃO consiste em arranjar uma
Minha terra tem palmeiras sequência de fatos na qual os personagens se
Onde canta o sabiá, movimentam num determinado espaço à medida
As aves que aqui gorjeiam que o tempo passa.
Não gorjeiam como lá. O texto narrativo é baseado na ação que
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) envolve personagens, tempo, espaço e conflito.
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QUESTÃO 18 - A expressão “pegá eles sem cal- Mas como causar pode seu favor
ça” poderia ser substituída, sem comprometimen- nos corações humanos amizade,
to de sentido, em língua culta, formal, por: se tão contrário a si é o mesmo Amor?
a) pegá-los na mentira. (Luís de Camões)
b) pegá-los desprevenidos.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
VOCABULÁRIO DE APOIO
01. Cânon: maneira de agir; modelo, padrão
02. Bilro: peça de madeira para fazer rendas
em almofada própria.
03. Tropeiro: condutor de bestas de carga ou
de gado.
04. Teologia: conjunto dos princípios e dog-
mas da religião cristã.
05. Metafísico: que transcende a natureza fí-
sica das coisas.
06. Desterro: estado de isolamento; insula-
mento, solidão.
07. Estereotipação: que não é autêntico.
08. Vaticinar: predizer o futuro, fazer adivinha-
ção.
09. Piegas: sentimentalismo extremo.
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REDAÇÃO
26
REDAÇÃO
IMPORTANTE! mencioná-los.
O título é um elemento opcional na produção da sua Considerando a relação entre os dois ex-
redação certos e a tela de Degas redija um texto dissertati-
vo argumentativo, sustentando um ponto de vista.
Comentário: Em todos os concursos que envol-
vem redação, principalmente na produção de gê-
Texto 1
neros como artigo, editorial, conto, crônica, por
Planeta Água - Guilherme Arantes
exemplo, é possível sim colocar um título. No en-
tanto, este não é um procedimento considerado
Água que nasce na fonte serena do mundo
obrigatório. O candidato faz isso se quiser ou, de-
E que abre um profundo grotão
pendendo do caso, se a banca do concurso exigir.
Água que faz inocente riacho
Ex. - Escreva um artigo de opinião sobre o tema
E deságua na corrente do ribeirão
“Liberdade de expressão” que tenha como título
Águas escuras dos rios
“Os limites para o que se diz”
Que levam a fertilidade ao sertão
Desvios mais graves: Águas que banham aldeias
• falta de concordância do verbo com sujeito E matam a sede da população
(com sujeito antes do verbo); Águas que caem das pedras
• períodos incompletos, truncados, que com-
No véu das cascatas, ronco de trovão
prometem a compreensão;
• graves problemas de grafia e de acentuação E depois dormem tranquilas
(letra minúscula iniciando frases e nomes de No leito dos lagos
pessoas e lugares); e No leito dos lagos
• presença de gíria; Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d›água
Comentário: Todos esses problemas são exem-
É misteriosa canção
plificados e comentados a seguir.
Água que o sol evapora
Desvios graves: Pro céu vai embora
• falta de concordância do verbo com sujeito Virar nuvens de algodão
(com sujeito depois do verbo ou muito dis- Gotas de água da chuva
tante dele);
Alegre arco-íris sobre a plantação
• falta de concordância do adjetivo com o
substantivo; Gotas de água da chuva
• regência nominal e verbal inadequada (au- Tão tristes, são lágrimas na inundação
sência ou emprego indevido de preposição); Águas que movem moinhos
• ausência do acento indicativo da crase ou São as mesmas águas que encharcam o chão
seu uso inadequado; E sempre voltam humildes
• problemas na estrutura sintática (frase justa- Pro fundo da terra
postas sem conectivos ou orações subordi-
Pro fundo da terra
nadas sem oração principal);
• desvio em palavras de grafia complexa; Terra! Planeta Água
• separação de sujeito, verbo, objeto direto e Terra! Planeta Água
indireto por vírgula; e Terra! Planeta Água
• marcas da oralidade. Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Fonte: Guia do participante 2014
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
PROPOSTA ENEM
Águas escuras dos rios
Leia os dois excertos abaixo e observe a
Que levam a fertilidade ao sertão
reprodução da tela de Edgar Degas, os quais de-
Águas que banham aldeias
vem servir como subsidio para a escrita de sua
E matam a sede da população
redação. Você não precisa citá-los nem mesmo
27
REDAÇÃO
Águas que movem moinhos O diretor não fez previsões sobre quando
São as mesmas águas que encharcam o chão o rodízio poderia começar a ser adotado.
E sempre voltam humildes “Se nós tivermos que retirar somente 10,
Pro fundo da terra 12 metros cúbicos por segundo, seria necessá-
Pro fundo da terra rio implantar rodízio de dois dias com água, cinco
Terra! Planeta Água dias sem água.” Eles [órgãos reguladores] é que
Terra! Planeta Água definem a vazão de retirada do Cantareira. Ain-
Terra! Planeta Água da temos uma expectativa, pequena, mas temos
expectativa de que as chuvas de verão voltem”,
Texto 2 disse Massato.
Racionamento de água em São Paulo Fonte: Folha/janeiro/2015.
A Sabesp pode adotar rodízio de cinco dias
sem água por semana se o volume de chuvas não Texto 3
aumentar no Sistema Cantareira, afirmou o dire-
tor metropolitano da companhia, Paulo Massato
Yoshimoto, em visita a Suzano, ao lado do go-
vernador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
A medida seria adotada em situação extrema. O
cálculo conceitual, teórico, para reduzir 15 metros
cúbicos por segundos no Cantareira precisaria de
um rodízio de dois dias com água por cinco dias
sem água. Se for necessário, para não chegar no
zero na represa, não ter mais água nenhuma para
distribuir, lá no limite, se as obras não avançarem
na velocidade que estamos planejando, podemos
correr esse risco de um rodízio drástico”, afirmou
o diretor.
Yoshimoto disse nesta terça-feira (27) que
a medida pode complementar ações já adotadas,
como redução da pressão e pedido de diminuição
do consumo pela população.
No evento, Alckmin não deu declarações
sobre o rodízio. O governador falou da transferên-
cia do Rio Guaratuba para o sistema Alto Tietê e
sobre as obras de transferência da água da Re-
presa Billings. “Depois do Banho” Edgard Degas (1863-1935)
Segundo Massato, a implementação da
medida vai depender da análise dos órgãos regu- In. www.google.com.br/search?q=pintura+o+ban
ladores de recursos hídricos. ho&client=ubuntu&hs=eD
“Se a Agência Nacional das Águas (ANA),
o Departamento de Águas e Energia Elétrica
(Daee), que são os órgãos reguladores de recur-
sos hídricos, chegarem à conclusão nos seus es-
tudos que a Sabesp tem que retirar muito menos
do que ela está retirando do Cantareira, a solução
no limite seria a implantação de um rodízio muito
drástico”, disse Yoshimoto.
28
MATEMÁTICA
29
PORCENTAGEM
INTRODUÇÃO
A expressão por cento vem do latim per
centum e quer dizer por um cento. Assim, quando
você lê ou escuta uma afirmação como “Grande
liquidação: 20 por cento de desconto em todos os
artigos”, significa que você terá 20 reais de des- AUMENTOS E DESCONTOS
conto para cada 100 reais do preço do artigo que AUMENTO DE 20%
comprar. • Valor inicial ⇒ x
LINK: • Valor do aumento ⇒ 20% de x
Uma porcentagem ou percentagem é uma parte de
• Valor após o aumento ⇒ 120% de x
um total de cem. Ou seja, é uma fração cujo
denominador é 100. Dessa forma, toda razão a/b na
qual b = 100, chama-se taxa de porcentagem. DESCONTO DE 20%
• Valor inicial ⇒ x
Exemplo: • Valor do desconto ⇒ 20% de x
Se uma barra de chocolate é dividida em 5 • Valor após o desconto ⇒ 80% de x
pedaços e uma pessoa come 3 deles, ela terá co- LINK:
mido 3/5 do total, mas se tivesse dividido em 100 Para ganhar tempo (o que é fundamental em concursos) lembre-se que se um capital x aumenta
20%, ele irá para 120% de x. Dessa forma não é necessário fazer o desenvolvimento:
partes ela teria comido 60 partes, o que na verda-
x + 20%x = 100%x + 20%x = 120%x = 1,20x
de representa a mesma coisa. A expressão “por
Observe os aumentos e descontos a seguir:
cento” pode ser substituída pelo símbolo “%”. x
+20%
120%x x
−20%
x
+100%
80%x 2x = 200%x
Dessa forma, temos: x
+50%
150%x x
−50%
50%x x
+200%
3x = 300%x
+84% −84% +400%
x 184%x x 16%x x 5x = 500%x
+136% +100% +800%
x 236%x x 200%x x 9x = 900%x
3 6 60 LINK:
= = = 60%
5 10 100
Exemplo:
8 pessoas em um grupo de 10 correspon-
8 80
dem a ___ ou ___ ou 80% do grupo.
10 100
Exemplo:
Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00
21 7
equivale a ___ ou ___ ou 7% do total. PORCENTAGEM DE CABEÇA
300 100 O segredo para calcular porcentagem de
cabeça é perceber como é fácil calcular 10% e
FRAÇÃO x PORCENTAGEM 1%, pois as outras porcentagens inteiras podem
Existe uma intima relação entre porcenta- ser calculadas a partir delas.
LINK: LINK:
gem e fração!
Falar de porcentagem é falar de fração,
mas uma fração especial cujo denominador é
100.
Para fazer porcentagem de cabeça, basta
entender a relação de todas as porcentagens com
10%.
• 10% de 120 = 12 (1/10 de 120 = 120/10
= 12)
• 20% de 120 = 24 (20% = 10% + 10%,
ou seja 12 + 12 = 24)
30
PORCENTAGEM
• 30% de 120 = 36 (30% = 10% + 10% + QUESTÃO 03 - Se João gastou 18/25 do seu sa-
10%, ou seja 12 + 12 + 12 = 3.12 = 36) lário, qual o percentual que ainda resta?
• 5% de 120 = 6 (5% é a metade de SOLUÇÃO:
10%, logo a metade de 12 é 6) Quem gasta 18 partes de 25 é por que ain-
da restam 7 partes de 25, logo essa fração equi-
• 1% de 120 = 1,20 (1/100 de 120 = 120/100 =
vale a:
1,20)
• 21% de 120 = 25,2 (21% = 10% + 10% + 1%, ou
seja 12 + 12 + 1,2 = 25,2)
• 35% de 120 = 42 (35% = 10% + 10% +
10% + 5%, ou seja 12 + 12 + 12 + 6 = 42)
• 52% de 120 = 62,4 (52% = 50% (metade) + 1% + QUESTÃO 04 - Sabendo que 7/20 dos vereado-
res de um município votaram contra uma determi-
1%, ou seja 60 + 1,2 + 1,2 = 62,4)
nada obra, qual o percentual que votou a favor?
• 90% de 120 = 108 (90% = 100% (o todo) – 10%,
SOLUÇÃO:
ou seja 120 – 12 = 108) Se 7 entre 20 vereadores votaram contra
• 95% de 120 = 114 (95% = 100% (o todo) – 5%, é por que os 13 restantes entre 20 votaram a fa-
ou seja 120 – 6 = 114) vor, logo:
• 99% de 120 = 118,8 (99% = 100% (o todo)
– 1%, ou seja 120 – 1,2 = 118,8)
• 125% de 120 = 150 (125% = 100% (o todo) + 25%
(um quarto), ou seja 120 + 30 = 150)
• 151% de 120 = 181,2 (151% = 100% (o QUESTÃO 05 - Após uma prova, de cada 8 re-
todo) + 50% (metade) + 1%, ou seja 120 + 60 + cursos, 5 foram indeferidos. Qual o percentual de
1,2 = 181,2) deferidos?
SOLUÇÃO:
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Se foram indeferidos 5 dentre 8 recursos,
QUESTÃO 01 - Em uma sala com 50 alunos, sen- então foram deferidos 3 dentre 8.
do 38 mulheres, qual o percentual de homens? Nesse caso, multiplicaremos o numerador
SOLUÇÃO: e o denominador por 100, para em seguida dividir
Lembre-se que porcentagem é fração, tudo por 8, pois dessa forma surge o denomina-
mas uma fração cujo denominador é 100. dor 100. Observe:
Então, para calcular o percentual que os
12 homens representam diante dos 50 alunos,
basta escrever a fração que isso representa, pro-
curando a fração equivalente cujo denominador
seja 100. Observe:
QUESTÃO 06 - Em uma festa, o DJ tocou 8 mú-
sicas nacionais para cada 11 estrangeiras. Qual o
percentual de nacionais nesse repertório?
SOLUÇÃO:
QUESTÃO 02 - Em uma viagem de 200km, já
foram percorridos 126km, qual o percentual já
percorridos?
SOLUÇÃO:
A fração do que já foi percorrido, em re- QUESTÃO 07 - João investiu R$ 40 mil e ganhou
lação ao total da viagem, pode ser escrito da se- R$ 18 mil. Qual o percentual de rentabilidade?
guinte forma: SOLUÇÃO:
31
PORCENTAGEM
32
PORCENTAGEM
33
PORCENTAGEM
b) reduzir seu excesso de gordura em cerca podemos afirmar que, em relação ao número de
de 27%. alunos do semestre passado, o total de alunos
c) manter seus níveis atuais de gordura. matriculados no semestre:
d) aumentar seu nível de gordura em cerca de a) aumentou 8% b) diminuiu 8%
1%. c) aumentou 18% d) diminuiu 18%
e) aumentar seu nível de gordura em cerca de
27%. QUESTÃO 10 - Uma sala de aula, com 50 alunos,
tem 60% de mulheres e o restante de homens. En-
QUESTÃO 07 - Alguns filmes em DVD apresen- tram mais N mulheres e o percentual de homens
tam imagens, cuja razão entre largura e altura é passa a ser de 25%. Determine o valor de N.
16:9 (figura 1). Para esses filmes serem exibidos a) 15 b) 20
sem distorções, em uma TV tradicional de tela c) 25 d) 30
plana, cuja razão entre largura e altura é 4:3 (figu-
ra 2), surgem faixas pretas horizontais, conforme EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a figura 2. QUESTÃO 01 - Se o comprimento de um terreno
aumenta em 40% e a largura aumenta 10%, en-
tão o aumento da área do terreno foi de:
a) 58% b) 54%
c) 50% d) 44%
34
PORCENTAGEM
35
UNIDADES DE MEDIDAS
36
UNIDADES DE MEDIDAS
municípios catarinenses, essa leitura é feita men- Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêm-
salmente no hidrômetro para que cada consumi- -se, respectivamente:
dor tome conhecimento de seu consumo de água a) 0,23 e 0,16 b) 2,3 e 1,6
e para que a CASAN (Companhia Catarinense de c) 23 e 16 d) 230 e 160
Águas e Saneamento) possa emitir a fatura men- e) 2300 e 1600
sal de pagamento. Recentemente, foi aprovada
uma lei que considera como consumo mínimo re- QUESTÃO 10 - (Enem 2011) - Café no Brasil
sidencial o equivalente a 10m3 ao mês. Conside- O consumo atingiu o maior nível da história no
rando que o consumo mensal de uma residência ano passado: os brasileiros beberam o equivalen-
é de 600 litros, então essa residência terá pago te a 331 bilhões de xícaras.
em litros durante um ano sem consumir, o equi- Veja. Ed. 2158. 31 mar. 2010.
valente a...
Considere que a xícara citada na noticia seja equi-
a) 48000 litros. b) 112800 litros.
valente a, aproximadamente, 120 mL de café. Su-
c) 4800 litros. d) 11280 litros.
ponha que em 2010 os brasileiros bebam ainda
e) 1128 litros.
mais café, aumentando o consumo em 1/5 do que
foi consumido no ano anterior. De acordo com es-
QUESTÃO 07 - (OBMEP-2007) - Quando Bruno
sas informações, qual a previsão mais aproxima-
chegou a escola, um dos dois relógios de sua sala
da para o consumo de café em 2010?
estava marcando 06h 50min e o outro 7h 10min.
a) 8 bilhões de litros. b) 16 bilhões de litros.
A professora avisou que um dos relógios estava
c) 32 bilhões de litros. d) 40 bilhões de litros.
atrasado 3 minutos e o outro estava adiantado.
e) 48 bilhões de litros.
Quantos minutos o outro relógio estava adianta-
do?
PRISMAS - PRISMA RETO
É todo poliedro tal que:
a) 3 minutos a) duas faces são polígonos congruentes entre
b)10 minutos si, situadas em planos paralelos distintos
c)13 minutos (BASES);
d)17 minutos b) as demais faces são retângulos (FACES LA-
e) 23 minutos TERAIS).
37
UNIDADES DE MEDIDAS
Área Lateral:
A = 4a 2
Área Total:
At = 6a 2
Área Lateral: AL = n.AF Área Total: AT = AL + 2AB
Volume: V = a
3
Volume: V = AB.h
Df = a 2
Prisma Oblíquo Diagonal da Face:
As arestas laterais não são perpendiculares aos Diagonal do Cubo: d = a 3
planos das bases.
A B EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - (UNICAMP-Adaptada) - A figura
C
abaixo apresenta um prisma reto cujas bases são
hexágonos regulares. Os lados dos hexágonos
medem 5 cm cada um e a altura do prisma mede
10 cm.
D E
Áreas e Volumes
· Área Lateral → É a soma das áreas das faces
laterais.
· Área Total → É a soma da área lateral com as
áreas das bases.
· Volume → É o produto da área da base pela
altura.
Casos Particulares:
a) Prisma regular é aquele cujas bases são
polígonos regulares. Calcule o volume do prisma.
b) Paralelepípedo reto retângulo ou ortoedro: 3 3
a) 375 3 cm b) 350 3 cm
3 3
c) 325 3 cm d) 300 3 cm
3
e) 275 3 cm
Diagonal: d = a 2 + b2 + c2
38
UNIDADES DE MEDIDAS
a) 5 b) 7
3 1
c) 2 d) 4
2
e) 5 O cubo de dentro é vazio. A aresta do cubo maior
mede 12 cm e a do cubo menor, que é interno,
QUESTÃO 04 - (ENEM) - Para confeccionar, em mede 8 cm. O volume de madeira utilizado na
madeira, um cesto de lixo que comporá o ambien- confecção desse objeto foi de:
te decorativo de uma sala de aula, um marceneiro a) 12 cm3 b) 64 cm3
utilizará, para as faces laterais, retângulos e tra- c) 96 cm3 d) 1216 cm3
pézios isósceles e, para o fundo, um quadrilátero, e) 1728 cm3
com os lados de mesma medida e ângulos retos.
Qual das figuras representa o formato de um ces- QUESTÃO 07 - (ENEM) - A siderúrgica “Metal
to que possui as características estabelecidas? Nobre” produz diversos objetos maciços utilizan-
do o ferro. Um tipo especial de peça feita nessa
companhia tem o formato de um paralelepípedo
retangular, de acordo com as dimensões indica-
das na figura que segue:
39
UNIDADES DE MEDIDAS
40
RAZÃO E PROPORÇÃO
a b Observação
. =1 Há ainda um outro tipo de escala, chama-
b a
da escala gráfica, que se apresenta sob a forma
de um segmento de reta graduado. Nele, cada
RAZÕES ESPECIAIS graduação representa 1 cm de comprimento no
CONCORRêNCIA DE UM CONCURSO desenho.
É a razão entre o número de candidatos Exemplo:
inscritos no concurso e o número de vagas ofere-
cidas por ele. 0km 200km 400km 600km 800km
nº de cand. inscritos
Concorrência =
nº de vagas oferecidas
41
RAZÃO E PROPORÇÃO
zões.
a c a+c
Dados quatro números reais a, b, c e d, to- = =
dos diferentes de zero, dizemos que eles formam, b d b+d
nesta ordem, uma proporção, quando a razão en-
tre o primeiro e o segundo (a:b) é igual à razão QUARTA PROPORCIONAL
entre o terceiro e o quarto (c:d). Representamos Dados três números reais, a, b e c, não-
isto por: -nulos, chama-se de quarta proporcional desses
a c números dados o número x tal que:
=
b d a c
ou a : b = c : d
E lemos: “a está para b assim como c está para
=
b x
d”.
a c
Note que, a quarta proporcional forma
Na proporção = , destacamos que os termos uma proporção com os números a, b e c, nessa
b d
ordem.
a e d são chamados extremos e os termos b e c
são chamados meios.
TERCEIRA PROPORCIONAL
MEIOS MEIOS
Dados dois números reais a e b, não-nulos, cha-
a c
a : b = c : d
= ma-se de terceira proporcional desses números o
b d número x tal que:
EXTREMOS
a b
EXTREMOS =
b x
PROPRIEDADES DE UMA PROPORÇÃO
→ Propriedade Fundamental SÉRIE DE RAZÕES IGUAIS
Em toda proporção, o produto dos meios é Uma série de razões iguais é uma igual-
igual ao produto dos extremos. dade de duas ou mais razões. Também, pode ser
a c chamada de proporção múltipla. Em símbolos, te-
= ⇔ a.d=b.c mos:
b d a1 a 2 a a
→ Soma dos Termos = = 3 = ... = n = k
Em toda proporção, temos:
b1 b 2 b3 bn
a +b c +d A principal propriedade a ser utilizada é:
=
a c
a c a1 a a a a + a 2 + a 3 + ... + a n
= 2 = 3 = ... = n = 1 =k
= ⇔ ou b1 b2 b3 bn b 1 + b 2 + b 3 + ... + b n
b d a +b c +d
=
b d NÚMEROS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
Os números de uma sucessão numérica A = (a1,
a2, a3, ..., an) são ditos diretamente proporcionais
→ Diferença dos Termos aos números da sucessão numérica B = (b1, b2,
Em toda proporção, temos: b3, ..., bn), quando as razões de cada termo de A
a −b c −d pelo seu correspondente em B forem iguais, isto
= é:
a c
a c a1 a2 a3 an
= ⇔ ou = = = ... = =k
b d a b1 b2 b3 bn
−b c −d
= Este valor “k” é chamado de fator de pro-
b d porcionalidade ou coeficiente de proporcionalida-
→ Soma dos Antecedentes e Consequentes de.
Em toda proporção, a soma dos antece-
dentes está para a soma dos consequentes, as- EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
sim como qualquer antecedente está para seu QUESTÃO 01 - Verificar se os números da suces-
consequente. são (20, 16, 12) são ou não diretamente propor-
42
RAZÃO E PROPORÇÃO
cionais aos números da sucessão (5, 4, 3). Em QUESTÃO 02 - Encontrar x, y e z, sabendo que
caso afirmativo, determine o coeficiente de pro- os números das sucessões (x, 3, z) e (9, y, 36)
porcionalidade “k”. são inversamente proporcionais e têm coeficien-
Solução: te de proporcionalidade k = 36.
Note que: Solução:
20 16 12 Pela definição, temos:
= 4; =4e = 4.
5 4 3 x . 9 = 36 ⇒ x = 4.
Então as sucessões são diretamente pro- 3 . y = 36 ⇒ y = 12.
porcionais e o coeficiente de proporcionalidade k z . 36 = 36 ⇒ z = 1.
= 4.
QUESTÃO 03 - Repartir o número 18 em partes
QUESTÃO 02 - Encontrar x e y sabendo que os
diretamente proporcionais a 5 e 4.
números da sucessão (20, x, y) são diretamente
Solução:
proporcionais aos números da sucessão (4, 2, 1).
Sejam x e y as partes procuradas:
Solução:
x + y = 18
Pela definição de números diretamente x y 18 x = 10
x y x + y ⇒ = = = 2⇒
proporcionais, temos: 5 = 4 = 5 + 4 5 4 9 y = 8
20 x y x y x = 10
= = ⇒5= = ⇒
4 2 1 2 1 y = 5
QUESTÃO 04 - (FCC) - No quadro abaixo, têm-se
NÚMEROS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS as idades e os tempos de serviço de dois técnicos
Os números de uma sucessão numérica A judiciários do TRF de uma certa circunscrição ju-
= (a1, a2, a3, ..., an) são inversamente proporcio- diciária.
nais aos números da sucessão numérica B = (b1, IDADE TEMPO DE SERVIÇO
b2, b3, ... bn), quando os produtos de cada termo JOÃO 36 ANOS 8 ANOS
da sucessão A pelo seu correspondente em B fo- MARIA 30 ANOS 12 ANOS
rem iguais, isto é:
Esses funcionários foram incumbidos de
digitar as laudas de um processo. Dividiram o
a1 . b1 = a2 . b2 = a3 . b3 = ... = an . bn = k
total de laudas entre si, na razão direta de suas
idades e inversa de seus tempos de serviço no
Este valor k também é chamado de fator
Tribunal. Se João digitou 27 laudas, determine o
ou coeficiente de proporcionalidade.
total de laudas do processo.
Na situação exposta, podemos dizer tam-
Solução:
bém que os elementos da sucessão A são direta-
Sejam
mente proporcionais aos inversos dos elementos
– Laudas de João: x
da sucessão B.
a1 a a a
= 2 = 3 = ... n = k – Laudas de Maria: y
1 1 1 1 Então:
x y x+y
b1 b2 b3 bn = =
36 30 36 30
+
8 12 8 12
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Como x = 27, temos:
QUESTÃO 01 - Verificar se os números da su- 27 x+y
=
cessão (3, 6, 8) são ou não inversamente propor- 36 36 30
cionais aos números da sucessão (24, 12, 9). Em +
8 8 12
caso afirmativo, determine o coeficiente de pro- Ou seja:
porcionalidade “k”. 8 x+y
Solução: 27. =
36 9 5
Note que: +
2 2
3 . 24 = 72; 6 . 12 = 72; 8 . 9 = 72.
x+y
Então as sucessões são inversamente 6=
7
proporcionais e o coeficiente de proporcionalida-
de é 72. Então: x+y = 42
43
RAZÃO E PROPORÇÃO
44
RAZÃO E PROPORÇÃO
45
RAZÃO E PROPORÇÃO
QUESTÃO 04 - (ENEM) - Se 10 operários traba- atendidas nas 2 horas iniciais, quando o nível de
lhando 6 horas por dia fazem determinado serviço dificuldade é duas vezes maior. Podemos afirmar
em 20 dias, em quantos dias 15 operários, traba- que o número de pessoas atendidas nesse inter-
lhando 8 horas por dia, fazem o mesmo serviço? valo é de aproximadamente:
a) 6 b) 10 a) 240 b) 150
c) 12 d) 15 c) 120 d) 90
e) 18 e) 60
46
CIÊNCIAS HUMANAS
47
GEOPOLÍTICA
A geopolítica é uma ciência que se de- danças nas relações trabalhistas, dariam mais
senvolveu a partir do estudo das influências dos oportunidades de desenvolvimento de mercado,
fatores geográficos nas decisões políticas dos ampliando assim o lucro do empresário industrial
Estados soberanos; decisões que objetivam sal- naquele momento. No século XIX, a necessidade
vaguardar ou ampliar o poder de determinado Es- de expandir mercados para além-europa, de bus-
tado no sistema internacional. car fontes fornecedoras de matérias-primas, em-
O pai da teoria da geoestratégia é o ge- purrou a Europa para novas áreas, chegando ao
ógrafo inglês Halford J. Mackinder, que desen- período do Neocolonialismo,
volveu a teoria do Heartland. Heartland significa, onde a África e Ásia seriam
literalmente, Coração da Terra. Mackinder situou usadas, disputadas e par-
o Heartland na zona territorial que abrange os tilhadas entre as potencias
continentes europeu e asiático, e que recebe a européias.
denominação de Eurásia ou Ilha Mundial. O surgimento de no-
A partir da teoria do Heartland, Mackinder vos Estados, como a Itália e
pronunciou, em 1904, uma conferência na Real Alemanha, exerceu maior pressão sobre França
Sociedade Geográfica de Londres, quando de- e Inglaterra e, as tensões passaram a ser poten-
fendeu a tese de que o controle dos mares não cializadas. O Projeto Alemão de expandir seu ter-
mais representava a chave do poderio das na- ritório domesticamente levou essas potencias ao
ções marítimas. confronto da I Guerra Mundial, onde o palco foi a
Na avaliação de Mackinder, a supremacia Europa.
do poder naval havia chegado ao fim. Durante sé- Ao final dessa Guerra, os países, indepen-
culos, países que, devido às suas contingências dentemente de vitoriosos e derrotados, estavam
geográficas, desenvolveram o meio de transporte sem dinheiro e infraestrutura. Nesse contexto,
marítimo, tanto para fins comerciais como para emergiu os Estados Unidos com grande aparato
fins de segurança, obtiveram a supremacia nas econômico que consolidou o País como grande
relações de força no mundo. economia mundial.
A Europa vivenciou na década de 20 um
O MUNDO ANTERIOR A 1945. período de reconstrução extremamente difícil,
A Europa foi o centro social, político e com fortes reações sociais e contestações de
econômico até 1945, quando dominou todas as ordem político-econômico, chegando a fortale-
ações revolucionárias conduzindo o mundo de cer concepções esquerdistas em alguns países,
acordo com seus interesses e preceitos. como por exemplo na Itália, onde a burguesia ra-
No Período das Grandes Navegações, pidamente tratou de apoiar o movimento fascista,
no século XV, Portugal e Espanha se tornam as de Benito Mussolini.
potencias mundiais exercendo forte influencia no Na década de 30 os países da Europa
processo de ocupação e exploração das Améri- continuavam em dificuldade, pois a crise no sis-
cas, a partir de uma política econômica pautada tema econômico mundial, advindo de Nova Ior-
no Mercantilismo. que (1929), se alastrou pelo mundo e provocou
grandes o desemprego em massa, reforçando
ondas nacionalistas extremistas, levando países
Europeus aos regimes totalitário (Nazismo, Sala-
zarismo, Franquismo).
Diante do crescimento militar alemão, ao
final da década de 30, Hitler invadiu a Polônia ini-
ciando a 2° Guerra Mundial e confrontando mais
uma vez as potencias européias. O fim dessa
Guerra assinalou uma mudança ideológica no
mundo que, pela primeira vez viu a emergência
A partir do século XVIII as inovações técni- de potencias fora do eixo Europeu.
co-científicas advindas do processo de Revolução
Industrial que consolidou a fase do capitalismo A BIPOLARIDADE MUNDIAL
liberal, onde o Estado não interfere diretamente Terminada a Segunda Guerra Mundial
nas ações de mercado e, assim, as inovações ocorreram Conferencias Internacionais que con-
da máquina a vapor, a produção em série, mu- firmaram a perda da potencialidade Política Eu-
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GEOPOLÍTICA
Características da Bipolaridade.
• Potencias: EUA e URSS;
• Alianças Militares e Econômicas comanda-
das pelas potencias;
• Guerra Fria;
O Período de 1945 a 1991 foi considera-
do tenso e agitado em termos militares, onde o
poder foi medido pela capacidade bélico-nuclear
entre as potencias determinando uma corrida ar-
mamentista sem precedentes.
Na década de 80 a crise que se abateu
sobre a URSS foi determinante para o fim da Bi-
polaridade e queda do regime comunista no Les-
te Europeu, Assim em 1991, Mikhail Gorbatchov
dissolveu a União Soviética colocando um ponto
final nesse conturbado período. EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - (ENEM-2014) - Três décadas –
O MUNDO MULTIPOLAR. de 1884 a 1914 - separam o século XIX – que
A partir de 1991, com o fim da bipolaridade terminou com a corrida dos países europeus para
mundial, ocorreu um remodelamento no cenário a África e com o surgimento dos movimentos de
internacional com uma redução de investimentos unificação nacional na Europa - do século XX,
bélicos (embora com crescimento recente) e o de- que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o
senvolvimento de blocos econômicos, que fortale- período do Imperialismo, da quietude estagnante
ceu a percepção de poder pela maior capacidade na Europa e dos acontecimentos empolgantes na
de mercado. Ásia e na África.
Em termos de conflitos, embora já pree- ARENDT. H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
xistentes, as divergências étnico-religiosas, ét- Das Letras, 2012.
nico-nacionalistas, terrorismo e narcotráfico se-
riam amplificadas exigindo novas táticas e novas O processo histórico citado contribuiu para a eclo-
alianças. A velha divisão de mundo Leste x Oes- são da Primeira Grande Guerra na medida em
te, agora é determinada pelas forças econômicas que:
Norte x Sul, que define as relações geopolíticas a) difundiu as teorias socialistas.
do mundo no século XXI. b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos
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GEOPOLÍTICA
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GEOPOLÍTICA
Norte do país, enquanto a causa da Guerra QUESTÃO 07 - Com o fim da Segunda Guer-
da Coreia está relacionada à invasão chine- ra Mundial (1939-1945), vários povos tomaram
sa à Coreia do Norte. consciência do grande desnível econômico, so-
c) As duas guerras consistiram em uma exten- cial, político, científico e tecnológico existente en-
são da Guerra Fria, nas quais houve claras tre os países do mundo. Um grupo era formado
evidências da polarização política mundial por países ou nações fortes, outro grupo era for-
que se iniciou após a Segunda Guerra Mun- mado por nações fracas economicamente. Para
dial. diferenciar esses dois conjuntos de países, na dé-
d) A divisão política após findar os conflitos, cada de 1950 foram introduzidas as expressões:
no Vietnã e na Coreia, contribuiu para que a) países desenvolvidos e países subdesen-
esse modelo, polarizado em Norte e Sul, volvidos;
chegasse ao Brasil na década de 1980. b) países do primeiro, segundo e terceiro mun-
e) Os dois conflitos contaram com a participa- do;
ção de alianças europeias, nas quais par- c) países do centro e países periféricos;
ticiparam França, Inglaterra e Alemanha d) países do Norte e países do Sul.
Ocidental, apoiando os Estados Unidos mi-
litarmente. QUESTÃO 08 - Sobre a ação do Estado na polí-
tica econômica e social de um país e suas reper-
QUESTÃO 06 - Observe o gráfico a seguir. cussões nas sociedades contemporâneas, assi-
nale a alternativa correta.
a) Nos regimes socialistas derivados do antigo
bloco soviético o Estado apresenta-se pou-
co atuante, sendo que as comunas popula-
res controlam o sistema produtivo e o poder.
b) A social democracia caracteriza-se pela
valorização da iniciativa privada e pela au-
sência de seguridade social do Estado. Os
serviços de saúde, educação e seguridade
Analisando os dados, aliados ao conhecimento social são privados.
referente ao Índice GINI (indicador que mede a c) No capitalismo neoliberal o Estado não é
concentração de renda), pode-se concluir que: controlador do mercado, favorecendo a li-
a) a desigualdade econômica e social no Bra- vre iniciativa e a livre competição entre as
sil é semelhante à dos demais países de- empresas. Não prioriza o protecionismo da
senvolvidos do mundo. Essa desigualdade produção industrial nacional.
independe do grau de desenvolvimento de d) O Estado laico caracteriza-se pela ingerên-
um país. cia religiosa nos assuntos de Estado. O Irã
b) a desigualdade social no Brasil aumentou é um exemplo de Estado laico.
significativamente na última década em e) O Parlamentarismo é a forma de represen-
decorrência do crescimento econômico do tação própria das monarquias e dos regi-
país. mes totalitários; o Presidencialismo é pró-
c) as maiores desigualdades sociais no mundo prio das democracias socialistas.
encontram-se em países do Leste Europeu,
visto que o socialismo predominante na re- QUESTÃO 09 - O texto que segue é do poeta ce-
gião ao longo das últimas décadas gerou arense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do
grande concentração de renda. Assaré, cantador do drama dos caboclos nordes-
d) apesar de o Brasil estar entre os países tinos e dos pobres do Brasil.
com maior desigualdade social no mundo, BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO
a concentração de renda diminuiu na última Meu compadre Zé Fulô,
década. Meu amigo e companhêro,
e) a concentração de renda evidenciada no Faz quage um ano que eu tou
gráfico ocorre de forma semelhante em to- Neste Rio de Janêro;
das as regiões brasileiras, porém é maior Eu saí do Cariri
no Sul e no Sudeste em virtude da maior Maginando que isto aqui
urbanização evidenciada nessas regiões. Era uma terra de sorte,
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GEOPOLÍTICA
QUESTÃO 05 - Com base nas charges e em seus QUESTÃO 07 - Ao final da Segunda Guerra Mun-
conhecimentos, assinale a alternativa correta. dial, a ruptura do acordo que unira os aliados vi-
toriosos gerou um ordenamento político interna-
cional baseado na bipolaridade. Nesse contexto,
crises políticas e tensões sociais desencadearam
um processo de construção do socialismo em di-
versos países. Assinale a opção que apresenta
uma afirmativa correta sobre a construção do so-
cialismo no mundo do pós-guerra:
a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comunis-
ta implantado pelo Marechal Tito submeteu-
-se à hegemonia política e econômica so-
viética, o que acarretou sua expulsão do
a) Apesar da grave crise econômica que atin- movimento dos países não alinhados.
giu alguns países da Zona do Euro, entre b) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo
os quais a Grécia, outras nações ainda plei- reformista, baseado na descentralização e
teiam sua entrada nesse Bloco. liberalização do sistema frente ao modelo
b) A ajuda financeira dirigida aos países da stalinista, retomado na política de Brejnev,
Zona do Euro e, em especial à Grécia, vi- foi interrompido pela repressão russa, en-
sou evitar o espalhamento, pelo mundo, cerrando a “Primavera de Praga”.
dos efeitos da bolha imobiliária grega. c) Na China (1949), a revolução comunista
c) Por causa de exigências dos credores res- derrubou o regime imperial e expulsou os
ponsáveis pela ajuda financeira à Zona do invasores japoneses da Manchúria, reunin-
Euro, a Grécia foi temporariamente suspen- do os nacionalistas, os “senhores da guer-
sa desse Bloco. ra” e os comunistas maoístas em um gover-
d) Com a crise econômica na Zona do Euro, no de coalizão que instituiu uma república
houve uma sensível diminuição dos fluxos popular no país.
turísticos internacionais para a Europa, cau- d) Na Coréia (1950-53), a intervenção militar
sando desemprego em massa, sobretudo norte-americana impediu o avanço das for-
na Grécia. ças revolucionárias comunistas que ocupa-
e) Graças à rápida intervenção dos países vam o norte do país, reunificando as duas
membros, a grave crise econômica que Coréias sob a tutela do Conselho de Segu-
atingiu a Zona do Euro restringiu-se à Gré- rança da ONU.
cia, França e Reino Unido. e) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucioná-
rios castristas foi favorecida pela promulga-
QUESTÃO 06 - As mudanças no panorama inter- ção da Emenda Platt no Senado americano,
nacional representadas pela vitória socialista de que regularizou o envio de armamentos aos
Mao-Tsé-tung na China, pela eclosão da Guerra guerrilheiros contrários à ditadura de Ful-
da Coréia e pelas crescentes dificuldades no rela- gêncio Batista.
cionamento com a URSS, repercutiram na forma
de tratamento dispensada pelos Estados Unidos QUESTÃO 08 - Em agosto de 1961, na “Con-
ao Japão. Este, de “inimigo vencido”, passou a: ferência Econômica e Social de Punta Del Este”,
a) atuar como o mais forte aliado da URSS na- o presidente John Kennedy apresentou aos paí-
quela região. ses latino-americanos o projeto da “Aliança para
b) ser a principal base de operações norte- o Progresso”, o qual previa, em linhas gerais, o
-americanas na Ásia. aperfeiçoamento e fortalecimento das instituições
c) competir com as forças econômicas alemãs democráticas, mediante a autodeterminação dos
e inglesas. povos, a aceleração do desenvolvimento eco-
d) buscar o seu nível econômico de antes da nômico e social dos países latino-americanos, a
Primeira Guerra Mundial. erradicação do analfabetismo e a garantia aos
e) menosprezar o “consenso” - política de par- trabalhadores de uma justa remuneração e ade-
ticipação de pessoal, que visa à integração quadas condições de trabalho. Situando a “Alian-
do trabalhador no esquema da empresa ca- ça para o Progresso” no contexto das relações
pitalista. internacionais vigentes no Pós-Guerra, constata-
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GEOPOLÍTICA
mos que sua criação se deveu ao desejo do go- por cerca de 20% do comércio internacional. Com
verno norte-americano de: este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a con-
a) bloquear a acentuada evasão de capitais dição de moeda hegemônica.
latino-americanos, resultante da importação (Gazeta Mercantil, 30/12/1998)
maciça de bens de consumo japoneses e
das altas taxas de juros pagas aos países A matéria refere-se à desmontagem das estrutu-
integrantes do “Pacto de Varsóvia” por con- ras do passado” que pode ser entendida como:
ta dos empréstimos contraídos na década a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação
de 50. mundial que dividiu o mundo em dois blocos
b) conter o avanço dos movimentos revolucio- ideológicos opostos.
nários na América Latina, reafirmando as- b) a inserção de alguns países do Leste Euro-
sim a liderança exercida pelos EUA sobre o peu em organismos supranacionais, com o
Continente, numa conjuntura de acirramen- intuito de exercer o controle ideológico no
to da Guerra Fria por conta da Revolução mundo.
Cubana. c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da
c) desviar, para a América Latina, parte dos in- democracia levando à polarização ideológi-
vestimentos previstos no “Plano Global de ca da antiga URSS.
Descolonização Afro-Asiática”, em virtude d) a confrontação dos modelos socialistas e
das revoluções socialistas de Angola e Mo- capitalista para deter o processo de unifica-
çambique, que tornaram a posição norte- ção das duas Alemanhas.
-americana na África insustentável. e) a prosperidade as economias capitalistas
d) impedir que a República Federal Alemã, país e socialistas, com o consequente fim da
de orientação socialista, firmasse acordos Guerra Fria entre EUA e a URSS.
com a finalidade de transplantar tecnologia
nuclear para o Terceiro Mundo, a exemplo QUESTÃO 10 - A reconstrução econômica do Ja-
do que havia ocorrido no Brasil sob o go- pão, acelerada após 1950, é explicada principal-
verno JK. mente:
e) reabilitar os acordos diplomáticos entre os a) pelos progressos da agricultura, dirigida
EUA e os demais países latino-americanos, prioritariamente para a produção de maté-
que haviam sido rompidos quando da inva- rias primas.
são de Honduras e do Equador pelas tro- b) pela maciça aplicação de capitais na produ-
pas norte-americanas, fortalecendo assim a ção e pela mão-de-obra numerosa e barata.
OEA. c) pela facilidade de comércio com os países
asiáticos graças à construção de numerosa
QUESTÃO 09 - Em dezembro de 1998, um dos frota.
assuntos mais veiculados nos jornais era o que d) pela abundância de riquezas minerais.
tratava da moeda única européia. Leia a notícia e) pela existência de mercado consumidor in-
destacada a seguir. terno.
O nascimento do Euro, a moeda única a ser ado-
tada por onze países europeus a partir de 1 de
janeiro, é possivelmente a mais importante reali-
zação deste continente que nos últimos dez anos
assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reuni-
ficação das Alemanhas, à libertação dos países GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Enquanto todos esses eventos têm a ver com a B A B A C D A C D C
desmontagem de estruturas do passado, o Euro
é uma ousada aposta no futuro e uma prova da
vitalidade da sociedade européia. A “Euroland”,
região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itá-
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
lia, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto
Interno Bruto) equivalente a quase 80% do ame- A C A E A B B B A B
ricano, 289 milhões de consumidores e responde
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HISTÓRIA DO BRASIL
OCUPAÇÃO E INICIO DA COLONIZAÇÃO este fim. O fidalgo Pedro Álvares Cabral coman-
O processo da expansão marítima dos dou a expedição que chegou em 1500. Se houve
séculos XV e XVI orientada pela política mercan- ou não a intencionalidade da chegada dos por-
tilista, buscando metais preciosos, novas rotas tugueses ao Brasil e irrelevante hoje, muito mais
comerciais para fugir do monopólio das cidades importante e entender o contexto da política mer-
italianas, levaram ao processo de centralização cantilista e expansionista do periodo, além de que
do poder político e a formação das monarquias na Europa já se falava sobre as terras brasileiras,
nacionais. Portugal foi a pioneira na Europa devi- o espanhol Vicente Pizon já havia chegado em
do a revolução de Avis que centralizara o Estado nosso litoral e levado a notícia.
português, fortalecia a burguesia e organizava a
nobreza em torno do rei além da posição geográ- Periodo Pre-Colonial 1500-1530
fica privilegiada, por não estar envolvida em uma O desinteresse português nas terras bra-
guerra longa como a dos Cem Anos, uma avança- sileiras pela falta de mão-de-obra, prioridade no
da capacidade de navegação permitiram ao Esta- comércio lucrativo com as Índias além da inexis-
do português iniciar o processo expansionista. tência de relatos de riquezas materiais na carta
O marco inicial foi a tomada de Ceuta em de Pero Vaz de Caminha dão nome a este perío-
1415, núcleo estratégico da expansão árabe, do de 3 décadas.
sendo justificada inclusive em Portugal como uma A economia pré-colonial centrou-se no
cruzada cristã. Mas os interesses portugueses fo- pau-brasil, já conhecido do europeu pela extra-
ram frustrados, os assassinatos, roubos, ataques ção de corantes para tingimento de tecidos e mó-
árabes foram constantes forçando Portugal a uma veis. A extração do pau-brasil se deu através do
nova rota. ESTANCO, monopólio real de arrendamento para
A aventura marítima portuguesa foi de- extração. A exploração era feita por conta e risco
nominada Periplo Africano porque pretendia al- do arrendatário e a Coroa portuguesa sem inves-
cançar as Indias contornando a África. À medida tir nada ainda recebia uma parcela dos lucros,
que se conquistavam novas regiões criavam-se atraindo grupos perseguidos na Europa como os
Feitorias, obtendo lucros negociando os produtos Cristãos-Novos (judeus convertidos).
próprios da região conquistada. Inclusive com o já Os índios cortavam e transportavam as
lucrativo comércio de escravos. Em 1498, Vasco árvores aos navios em troca de objetos de peque-
da Gama completa a epopéia portuguesa apor- no valor, relação chamada de ESCAMBO. Esta
tando em Calicute nas Índias. atividade econômica não gerou núcleos povoa-
Enquanto isso os espanhóis estavam en- dores somente algumas feitorias. Também foram
volvidos na guerra de Reconquista, com a figura presentes neste periodo expedições exploratórias
de Cristovão Colombo e auxilio econômico dos como a de Gaspar de Lemos e Gonçalo Coelho,
reis católicos da Espanha, Colombo chega até a com o acréscimo da função de evitar as invasões
ilha de Guanaani na América, mais tarde o nome estrangeiras.
será dado em referencia ao navegador Américo- A França era a principal ameaça para Por-
Vespucio. tugal, prejudicada com o Tratado de Tordesilhas,
A descoberta de novas terras gerou a ne- o governo Frances enviava tropas piratas ao lito-
cessidade de um acordo de divisão e legitimidade ral brasileiro.Com a ameaça de perder o território
do Novo Mundo. A Espanha usa sua influencia e o comercio com as Índias entrando em deca-
com a Igreja Católica e através do Papa Alexan- dência, o reino português incumbiu Martim Afon-
dre VI, em 1493 é proclamada a Bula INTERCO- so e seu irmão Pero Lopes de explorar o litoral
ETERA, onde através de uma linha imaginária ate o Rio Prata, atacar os estrangeiros e povoar,
partindo das Ilhas de Cabo Verde, 100 léguas em sendo fundada a vila de São Vicente.
direção ao Ocidente, as terras a oeste seriam da Foram nomeados os primeiros administra-
Espanha e as terras a leste a Portugal. dores, órgãos judiciários e fiscais, distribuídas as
Com o conhecimento do Atlantico o Esta- primeiras Sesmarias e montado o primeiro forte.
do Português não aceita a divisão. É assinado en- Porém em condições precárias a Coroa irá optar
tão o Tratado de Tordesilhas em 1494, ampliando por um sistema já utilizado com sucesso, as Capi-
a distancia original para 370 leguas a partir das tanias Hereditárias.
Ilhas do Cabo Verde. Portugal dividiu o Brasil em 14 capitanias
Ao reino português era importante asse- em 15 lotes e entregues a 12 donatários. A ocu-
gurar o domínio, organizando uma esquadra para pação das terras era assegurada pela CARTA DE
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HISTÓRIA DO BRASIL
DOAÇÃO (assinada pelo rei, cedia ao donatários correr aos mercadores e banqueiros holandeses
as terras, o poder administrativo e jurídico), e o para financiar o açúcar. A Holanda tinha o direito
FORAL (determinava os direitos e deveres). No de refino e do transporte mesmo quando nave-
Brasil as capitanias não tiveram êxito, pela falta gavam com bandeiras portuguesas. Qual seria a
de terras férteis, conflitos com os índios, falta de vantagem de Portugal nestas condições?
interesse de donatários, e falta de recursos eco- Além de promover o povoamento, garan-
nômicos. Somente as capitanias de Pernambuco, tindo a posse das terras, existia o pacto colonial.
São Vicente e Itamaracá prosperaram. Todos os navios com destino ao Brasil zarpar de
Diante do fracasso das capitanias e com Portugal e as embarcações vindas do Brasil eram
a necessidade de centralizar sua administração, obrigadas a fazer escala na metrópole. Assim o
Portugal cria o Governo Geral. governo português garantia a cobrança e o rece-
bimento de impostos sobre as transações comer-
TOMÉ DE SOUSA (1549-1553) - Estabe- ciais coloniais.
leceu a primeira sede colonial, Salvador. Criou o
primeiro bispado, primeiro colégio além dos in- MONTAGEM DA PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
centivos a agricultura e pecuária. Monocultura, latifúndio, escravidão e
mercado externo eram as principais característi-
DUARTE DA COSTA (1553-1558) - De- cas da estrutura econômica brasileira colonial. A
sentendimento com os jesuítas e invasão france- esse conjunto de características dá-se o nome de
sa no Rio de Janeiro a França Antártica. PLANTATION.
A unidade de produção era o engenho, era
MEM DE SÁ (1558-1572) - Dissolução geralmente um latifúndio. Chegava em alguns ca-
da Confederação dos Tamoios, fundação da se- sos a abrigar 5000 habitantes. A vida no engenho
gunda cidade São Sebastião do Rio de Janeiro, girava em torno da casa grande, moenda, capela
expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, as pri- e senzala.
meiras missões jesuíticas. Na casa grande viviam o senhor de en-
Em 1621, o Brasil foi dividido em dois Es- genho, seus parentes e agregados. Os negros
tados: O Estado do Maranhão, mais tarde Mara- escravos habitavam uma construção miserável
nhão e Grão-Pará e o Estado do Brasil. A admi- chamada de Senzala. Na capela centralizava-se
nistração colonial cabia as Câmaras municipais, a vida social e religiosa. O local onde a cana era
onde os Homens Bons (latifundiários) podiam ser moída e transformada era a moenda. Em 1560, o
eleitos, além das funções de PROVEDOR-MOR, Brasil já contava com cerca de 60 engenhos.
OUVIDOR-MOR e CAPITÃO-MOR. A alimentação provinha das plantações,
Em 1642 com a criação do Conselho Ul- da criação de animais, da caça e pesca realiza-
tramarino o excesso de poder das câmaras mu- das no próprio engenho. Montavam também ser-
nicipais foi tomado, implantando no Brasil uma rarias, onde a madeira para a construção das ca-
política mais centralizadora. sas era preparada, confecção de mobiliário.
Após o corte, a cana era levada para a
ECONOMIA COLONIAL moenda, onde, triturada, se transformava em ga-
CICLO DO AÇUCAR rapa. Conduzido para a caldeira, esse suco era
As potencias européias sempre procu- cozido até engrossa, resultando o melaço. O me-
raram explorar regiões onde já havia riquezas laço ia para a casa de purgar, onde era colocado
naturais, instalavam no local uma feitoria e se ao sol para secar, em formas de barro ou madei-
apropriavam dos produtos existentes. No Brasil a ra, transformando-se em rapadura. Finalmente, o
situação era outra, Portugal teria de adaptar sua açúcar mascavo, em forma de pães de açúcar era
política mercantilista. Seriam necessários colo- encaixotado e levado aos navios que iam para a
nos, mudas de cana-de-açucar, instrumentos de Europa.
plantio, montagem de engenhos.
Isso demandava grandes investimentos, ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS
mas o momento para Portugal era ruim. Parte do PECUÁRIA
capital da expansão eram de comerciantes ju- O Gado, além de constituir fonte de ali-
deus, porém em 1506, perseguidos pela Coroa mento, era indispensável como animal de tração
lusitana transferiram-se para os Paises Baixos. na moenda e no transporte das caixas até os
A Coroa portuguesa se viu obrigada a re- portos. A pecuária foi sendo empurrada gradati-
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HISTÓRIA DO BRASIL
vamente para o interior da colônia. A criação de dução do açúcar brasileiro entrou em decadên-
gado deu origem a um novo tipo de latifúndio, cia com a concorrência com a Holanda. Portugal
onde o trabalho escravo não tinha de ser implan- voltou a se empenhar na descoberta de ouro em
tado. Nele, o vaqueiro, em geral mestiço ou índio, terras brasileiras.
trabalhava em regime de parceria, recebendo re- Tudo indicava que havia ouro na colônia,
ses (quarteamento), em pagamento pelo seu ser- mas no inicio a procura foi infrutífera provavel-
viço. mente pelo uso de técnicas rudimentares. Depois
de descobertas casuais de ouro, expedições de
MANDIOCA bandeiras encontraram ouro em Minas Gerais.
A mandioca, rica em amido, conhecida dos Com a descoberta de ouro, a vinda de por-
índios brasileiros, tornou-se o alimento mais utili- tugueses para colônia cresceu de forma absurda.
zado pelos escravos e setores populares. Como Os bandeirantes começaram a se desentender
os senhores de engenho priorizavam o plantio do com os forasteiros, a guerra dos Emboabas foi
açúcar havia carência de mandioca, forçando o decorrência desse fato.
governo português a decretar leis que obrigavam Embora a exploração do ouro brasileiro
latifundiários a reservar áreas para o cultivo de servisse para que a Coroa portuguesa pudesse
mandioca e outros gêneros alimentícios. A man- sobreviver financeiramente, não solucionava a
dioca era transformada em farinha-de-pau, para economia metropolitana. Embarcado no porto do
rápido consumo, ou em farinha de campanha que Rio de Janeiro, o ouro passava por Portugal e ter-
poderia ser armazenada por até 1 ano. minava sua viagem nos bancos ingleses, como
pagamento das dividas geradas pela fraca balan-
TABACO ça comercial e pelo Tratado de Methuen.
O tabaco era utilizado como escambo de A extração do ouro foi realizada inicial-
escravos africanos. Seu cultivo era feito em áre- mente por meio da faiscagem ou garimpagem. Li-
as especificas do litoral da Bahia e de Alagoas. gada ao ciclo do ouro de lavagem, era feita de for-
Como o tabaco desgastava o solo com rapidez, o ma rudimentar e utilizava mão-de-obra livre. Nas
produto era plantado em currais, onde o estrume grandes minas, a extração chamava-se lavras e
dos animais adubava constantemente a terra. baseava-se na mão-de-obra escrava.
A coroa organizou cuidadosamente o con-
ALGODÃO trole sobre a mineração. Criou o regimento dos
No século XVI, o cultivo de algodão for- superintendentes, guardas-mores e oficiais-depu-
necia apenas matéria-prima para a confecção de tados, que vigorou todo século XVIII. A descober-
roupas para os escravos. Sua produção centrali- ta de alguma jazida deveria ser comunicada ao
zava-se na capitania de Itamaracá e a exportação superintende das minas. Após a comunicação um
era mínima. Na segunda metade do século XIX, guarda-mor, que realizava a divisão dos lotes de
porém, com a revolução industrial, a procura do exploração denominados datas. Os interessados
algodão aumentou, transformando-o em impor- poderiam explorar livremente as jazidas mas fica-
tante produto de exportação. vam submetidos ao quinto.
A coroa portuguesa aumentou a tributação
CACHAÇA criando a capitação, imposto cobrado pelo nume-
As engenhocas, isto é, engenhos que pro- ro de escravos usados pelo explorador, alem de
duziam cachaça. Essa bebida tinha um importan- que era cobrado no momento da prospecção.
te papel na economia, pois era elemento de es- Diante disso o contrabando aumentou, Portugal
cambo no tráfico de escravos. então determina as casas de fundição. O ouro
em pó foi proibido e tinha de ser transformado em
DROGAS DO SERTÃO barras e era retirado o quinto real.
Cacau, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, Mesmo com a carga tributária alta foi de-
castanha, ervas medicinais e aromáticas, repre- terminada a derrama, a cobrança de 1,5 tone-
sentou a base econômica para a exploração da ladas, quando não obtida essa quantia a Coroa
Amazonia, destacando-se o papel dos jesuítas, passaria a confiscar todo o ouro circulante utili-
utilizando a mão-de-obra do índio zando inclusive um funcionário especifico para
essa função, o dragão.
CICLO DA MINERAÇÃO
Na segunda metade do século XVII, a pro-
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HISTÓRIA DO BRASIL
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HISTÓRIA DO BRASIL
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HISTÓRIA DO BRASIL
a outros, porque tudo é necessário. E assim dei e, se as fazendas e bens que possuem souberam
ordem a se fazerem engenhos de açúcares que falar, também lhe houveram de ensinar a dizer
de lá trouxe contratados, fazendo tudo quanto como aos papagaios, aos quais a primeira coisa
me requereram e dando tudo o que me pediram, que ensinam é: papagaio real para Portugal, por-
sem olhar a proveito nem interesse algum meu, que tudo querem para lá.
mas a obra ir avante, como desejo. Temos gran- (Frei Vicente do Salvador, “História do Brasil”, 1500-1627)
de soma de canas plantadas, todo o povo, com
todo trabalho que foi possível, e dando a todos a O texto do cronista revela que
ajuda que a mim foi possível, e cedo acabaremos a) os colonizadores procuravam usufruir as
um engenho muito grande e perfeito, e ando or- riquezas da colônia, não manifestando ne-
denando a começar outros. (...). Quanto, Senhor, nhum apego à terra.
às coisas do ouro, nunca deixo de inquirir e pro- b) os povoadores objetivavam preservar a fau-
curar sobre elas, e cada dia se esquentam mais na e a flora exóticas da nova terra, como os
as novas; mas, como sejam longe daqui pelo meu papagaios.
sertão adentro, e se há de passar por três na- c) o Brasil era visto pelos portugueses como
ções de muito perversa e bestial gente, e todas região desprovida de interesse comercial
contrárias uma das outras, há de realizar-se esta ou econômico.
jornada com muito perigo e trabalho, para a qual d) o Brasil, no entender dos colonizadores, de-
me parece, e assim a toda a minha gente, que se veria fornecer mão-de-obra barata para as
não pode fazer senão indo eu; (... ). Isto, Senhor, indústrias portuguesas.
tenho assentado e mandado aí buscar coisas ne- e) os portugueses ocuparam o Brasil com a
cessárias para a jornada e alguns bons homens, finalidade de defendê-lo e de fundar uma
porque é necessário deixar aqui tudo provido e a nova pátria.
bom recado, por todas as vias, em especial por
os franceses, os quais, se sentirem não estar eu QUESTÃO 10 - ... a reprodução da economia
na terra, começarão a fazer suas velhacarias, colonial não é inteiramente comandada pelas va-
pois há quatorze dias aqui quiseram fazer o que riações conjunturais do mercado internacional;
costumavam, mas não puderam. Mando a Vossa se isto é verdade, resta saber: o que influencia-
Alteza a notícia disso para que a veja, se for ne- ria tal ritmo? Ao nosso ver, esta pergunta é res-
cessário.” pondida se considerarmos a Colônia como uma
A partir das informações contidas na Carta sociedade, com as suas estruturas e hierarquias
de Duarte Coelho, torna-se possível identificar al- econômicas e sociais. Em realidade, o ritmo da
gumas das principais práticas mercantilistas por- economia colonial seria comandado pela lógica
tuguesas na América. Três delas foram: e necessidades da reiteração da sociedade co-
a) a produção de gêneros tropicais de exporta- lonial.
ção, o metalismo e a manutenção do exclu- (FRAGOSO, João Luís Ribeiro. HOMENS DE GROSSA
sivo colonial. AVENTURA: ACUMULAÇÃO E HIERARQUIA NA PRAÇA
MERCANTIL DO RIO DE JANEIRO (1790-1830). Rio de
b) a produção de gêneros tropicais de exporta- Janeiro, Arquivo Nacional, 1992, p. 243)
ção, o metalismo e o livre comércio com as
nações amigas. Atualmente vários trabalhos vêm procurando re-
c) a produção de gêneros tropicais para o mer- alizar uma revisão sobre a estruturação da eco-
cado interno, o liberalismo e a manutenção nomia colonial brasileira. Assim, esses novos
do exclusivo colonial. trabalhos contestam as teses do “sentido da colo-
d) a produção de gêneros tropicais para o mer- nização” e do “Antigo Sistema Colonial”, as quais
cado interno, a utilização do trabalho com- afirmam que a atividade colonizadora:
pulsório e o livre comércio com as nações a) previa o afrouxamento do exclusivo colonial
amigas. como forma de cooptação política dos colo-
e) a produção de gêneros tropicais de exporta- nos, permitindo, desta forma, acumulações
ção, o liberalismo e a manutenção do ideal internas, embora fosse subordinada à ex-
cruzadista. pansão comercial européia.
b) foi um desdobramento da expansão comer-
QUESTÃO 09 - Um cronista do período colonial cial européia e, nesse sentido, a realização
escreveu que os povoadores do Brasil, por mais da produção colonial dava-se na especia-
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal lização para o abastecimento do mercado
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HISTÓRIA DO BRASIL
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HISTÓRIA DO BRASIL
d) Ocupou posição relevante apenas durante QUESTÃO 08 - A função histórica das colônias
dois decênios, ao lado de outros produtos, era completar a economia das metrópoles; no
tais como a borracha, o mate e alguns deri- caso brasileiro, a atividade econômica que iniciou
vados da pecuária. este papel histórico foi:
e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que a) a criação de gado, facilitando a penetração
mesmo no auge da mineração, o açúcar foi e povoamento do sertão.
um produto de importância apenas relativa. b) a cana-de-açúcar, produto em expansão no
mercado europeu, que permitiu a ocupação
QUESTÃO 05 - Quais as características domi- efetiva da colônia.
nantes da economia colonial brasileira: c) a exploração do ouro, fato que consolidou
a) propriedade latifundiária, trabalho indígena o modelo metalista de mercantilismo portu-
assalariado e produção monocultura; guês.
b) propriedades diversificadas, exportação de d) a exploração de drogas do sertão, utilizando
matérias-primas e trabalho servil; trabalho indígena através de missões jesu-
c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho íticas.
escravo de índios e negros; e) a produção de gêneros de primeira necessi-
d) pequenas vilas mercantis, monocultura de dade voltados para o mercado interno.
exportação e trabalho servil de mestiços;
e) propriedade minifundiária, colônias agríco- QUESTÃO 09 - A riqueza produzida pela minera-
las e trabalho escravo. ção trouxe poucos benefícios de caráter perma-
nente à economia luso-brasileira, porque:
QUESTÃO 06 - A exploração do pau-brasil se fa- a) a rígida estrutura escravista da zona do ouro
zia pelo sistema de escambo. Isto significa que: não permitiu alforrias e mobilidade social.
a) a exploração era monopólio real; b) o mercado interno não se desenvolveu man-
b) a exploração se baseava no trabalho força- tendo-se a situação de ilhas econômicas.
do dos indígenas; c) o contrabando e a voracidade do fisco por-
c) a exploração era feita pelo sistema de arren- tuguês não podem ser considerados fatores
damento; que colaboraram para este resultado.
d) a exploração era feita por contrabandistas; d) a região não atraiu mão-de-obra da metró-
e) a exploração implicava na troca do produto pole, ocorrendo um povoamento disperso e
por produto. pouca vida urbana.
e) a dependência econômica de Portugal, em
QUESTÃO 07 - Duas atividades econômicas des- relação à Inglaterra configurada no Tratado
tacaram-se durante o período colonial brasileiro: de Methuen, transferiu para este país gran-
a açucareira e a mineração. Com relação a essas de parte do ouro explorado.
atividades econômicas, é correto afirmar que:
a) na atividade açucareira, prevalecia o latifún- QUESTÃO 10 - A corrida do ouro em Minas Ge-
dio e a ruralização, a mineração favorecia rais no final do século XVII trouxe uma riqueza
a urbanização e a expansão do mercado muito grande para a Coroa portuguesa mas tam-
interno. bém exigiu muitos esforços no sentido de fiscali-
b) o trabalho escravo era predominante na ati- zar a produção e punir o contrabando. Assinale a
vidade açucareira e o assalariado na mine- expressão correta a respeito das medidas fiscais
radora. empreendidas por Portugal na área das minas:
c) o ouro do Brasil foi para a Holanda e os lu- a) apesar dos protestos dos fidalgos encarre-
cros do açúcar serviram para a acumulação gados da arrecadação, a Coroa portuguesa
de capitais ingleses. evitava pressionar os produtores através
d) geraram movimentos nativistas como a das derramas, limitando-se a aumentar os
Guerra dos Emboabas e a Revolução Far- impostos.
roupilha. b) sem conseguir se impor aos proprietários
e) favoreceram o abastecimento de gêneros das minas, a administração colonial passou
de primeira necessidade para os colonos e a permitir a livre comercialização do ouro,
o desenvolvimento de uma economia inde- arrecadando impostos nos portos e nas es-
pendente da Metrópole. tradas.
c) a administração colonial instalou as casas
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HISTÓRIA DO BRASIL
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
de tarefas que havia era o fato de o homem ter para a dinâmica da natureza ou a origem da vida.
que se afastar da comunidade em busca de caça, Sem conseguir compreender esses e outros fe-
enquanto a mulher ficava protegendo as crianças nômenos, o ser humano passou a elaborar suas
e os velhos, inclusive, de possíveis ataques de próprias teorias sobre o extraordinário, criando os
feras e tribos inimigas, e coletando raízes, grãos mitos, como formas de explicar o mundo, e os es-
e frutos. píritos, como maneira de representar elementos
À medida que aprendia a transformar da natureza.
pedras e ossos em armas e ferramentas, a do- Buscando agradar essas divindades,
mesticar plantas e animais e a controlar o fogo, montava rituais em forma de súplica e oferenda, e
o ser humano inaugurou um novo período de sua buscava reverenciar a figura de um totem, símbo-
existência na Terra, a Era Paleolítica ou Idade da lo protetor de cada grupo, esculpido em madeira
Pedra Lascada, e criou os primeiros elementos ou pedra, em forma de animal, e fixado no centro
culturais, com o desenvolvimento da cerâmica, da das aldeias.
pintura e da escultura. Fica simples de compreender, a partir
Foi começar a dominar o meio ambiente dessas informações, porque o politeísmo, culto
e os grupos caçadores-coletores passarem a se a vários deuses, dominava as primeiras manifes-
afastar das áreas que ocupavam, inicialmente, tações religiosas. Também fica fácil entender as
espalhando-se e povoando extensos espaços características humanas de determinadas divin-
dos gigantecos blocos de terras firmes do plane- dades, como inveja e vingança, por exemplo, e a
ta. importância de que se revestiam os sacerdotes,
As análises de fósseis têm revelado dois considerados intermediários entre os homens e
detalhes fundamentais ao melhor conhecimento os deuses.
das sociedades primitivas: 1. foi o período que, A única exceção à regra geral do polite-
calcula-se, se estendeu entre os anos 5.000.000 ísmo, na Antiguidade, foram os hebreus, que
e 10.000 antes da Era Cristã; 2. foi a descoberta ocupavam a área onde, hoje, fica a Palestina, no
da agricultura a grande revolução neolítica. Al- Oriente Médio, cujas diversas tribos tinham como
guns historiadores, inclusive, chegam a comparar fator de unidade a crença num único deus – mo-
essa às grandes revoluções que marcaram a hu- noteísmo –, que estendeu sua influência a muitas
manidade. das religiões do mundo atual.
O cultivo da terra e a domesticação de Os hebreus, na verdade, como veremos
determinados tipos de plantas e animais, fizeram mais adiante, adotaram, desde sua origem, como
com que o ser humano passasse a se fixar em povo, a prática monoteísta, cultuando uma só di-
determinados lugares, tornando-se sedentário, vindade, tradição que se estende até os nossos
graças ao controle da produção de alimentos, e dias.
aperfeiçoasse seus instrumentos de trabalho e Aí chegou a primeira revolução da huma-
defesa. nidade – a agricultura. Contava-se, aproximada-
Inaugurava-se a Era Neolítica ou Idade da mente, 12 mil anos, e a atividade agrícola pro-
Pedra Polida, caracterizada pela confecção de porcionou estabilidade ao homem, a ponto de ele
vestimentas, fabricação de cerâmica, para acon- poder se organizar em aldeias, e até construir ca-
dicionar alimentos, e de ferramentas de pedra po- sas de madeira, pedra ou tijolos de adobe (argila
lida para as atividades do dia-a-dia. crua secada ao sol), sem portas ou janelas, cuja
Calcula-se ter sido no início desse perío- entrada era uma pequena abertura no teto.
do, há cerca de 20 a 15 mil anos, que os grupos Com o domínio do fogo, o homem neolítico apren-
humanos tenham aprendido a identificar os ani- deu a fundir metais, como cobre, bronze e ferro,
mais que podiam caçar e as plantas que podiam passando a fabricar instrumentos de maior dura-
comer ou usar como remédio. bilidade, melhor desempenho e que podiam ser
Alcançavam estágio de desenvolvimento consertados e reaproveitados. E alcançou a cha-
tal, que aprenderam, inclusive, a construir peque- mada Idade dos Metais.
nas embarcações, a polir e triturar pedras, crian- Fixado em determinadas áreas, o ser hu-
do instrumentos mais duráveis e resistentes, e até mano passou a se organizar melhor, tanto do pon-
a desenvolver crenças religiosas. to de vista social como da divisão do trabalho. À
Do ponto de vista religioso, aliás, os es- medida que aumentava o número de indivíduos
pecialistas creditam esse tipo de atividade à ne- que ocupava uma certa faixa de terra, crescia a
cessidade de explicação que os antigos teriam necessidade de se aperfeiçoar o controle desse
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HISTÓRIA GERAL
espaço, com a fixação de limites e a consequente ta sorte, ficando áreas mais áridas e de pouca
formação de um novo tipo de aglomerado, cha- produção. As diferenças econômicas e sociais já
mado aldeia. se faziam sentir quando o comércio nasceu, por
Essas aldeias, segundo as pesquisas ar- volta de 8000 a.C., nas principais áreas de con-
queológicas, eram constituídas por poucas famí- centração humana da época: o norte da África, o
lias com grande número de pessoas cada uma, Oriente Próximo, a Europa mediterrânea, a Chi-
denominadas clãs. Um grupo de anciãos era en- na e a Índia. Nasciam a desigualdade social e os
carregado das decisões mais importantes e de conflitos pela posse de terras.
administrar eventuais conflitos, sempre na base O Oriente Próximo era a região, na Anti-
do entendimento e não por força ou imposição. guidade, que abrigava, entre outros, Mesopotâ-
Desse sistema evoluiu-se para o de um mia, Egito e a civilização hebraica, a qual, atual-
líder único, escolhido entre mais os sábios e va- mente, corresponde ao chamado Oriente Médio,
lentes anciãos das famílias que compunham cada área ocupada por árabes e israelenses, fonte das
aldeia. Acumulando as funções de chefe religio- maiores reservas petrolíferas do planeta e tam-
so, político e militar, esse patriarca organizava, bém de um dos mais instáveis focos de conflito do
inclusive, a defesa da comunidade, diante de al- mundo.
guma ameaça externa, como o ataque de outros Pela primeira vez na história, as pessoas
grupos. foram divididas, sendo um grupo formado pelos
Embora ainda careçamos de informações produtores de alimentos e o outro por especialis-
mais precisas, tudo indica que, assim como o tra- tas das mais variadas funções, como artesãos, te-
balho, o resultado dos plantios também era dividi- celãos, sacerdotes e metalúrgicos, por exemplo.
do igualitariamente, não havendo uma divisão de Muitos abandonaram os campos em busca das
tarefas específicas ou especializadas. Produzindo atividades artesanais das cidades e os que fica-
apenas o suficiente para cobrir as necessidades ram, passaram a produzir, além do sustento fami-
internas, as aldeias neolíticas não contavam com liar, também para cobrir a necessidade coletiva,
o excesso de produção, e, consequentemente, inclusive das populações urbanas.
não exerciam qualquer tipo de troca com outras O fruto do trabalho no campo, então, pas-
comunidades. sou a ser considerado mercadoria, juntamente
Estudos arqueológicos confirmaram que, com as terras e a mão-de-obra propriamente dita.
além de cabras, porcos e bois, esses aglomera- Enquanto isso, nos centros urbanos, o comércio
dos humanos aprenderam a domesticar o cão e e a divisão do trabalho ganhavam novas formas e
usá-lo como proteção dos rebanhos contra preda- regras, acentuando a desigualdade entre ricos e
dores e intrusos. O cultivo de cereais, como trigo pobres.
e cevada, essenciais no cardápio da época, se Essa separação foi confirmada pelos di-
juntava à utilização de fibras vegetais e animais ferentes tipos de túmulos encontrados nos sítios
no fabrico de vestimentas, de linho e lã, que subs- arqueológicos das comunidades mais antigas que
tituíam agasalhos de peles de animais. se tem notícia, como Jericó (8000 a.C.) e Beidha
A fixação de limites e de uma nova ordem (7000 a.C.), na atual Palestina, e ÇatalHüyük
social levou o homem ao estágio seguinte de sua (7000 a.C.), na Turquia de nossos dias.
evolução: a formação das cidades. Sedes dos Como a cadeia de acontecimentos histó-
centros administrativos, comerciais, políticos e ricos vai evoluindo na sequência exata de cada
religiosos das sociedades da época, esses aglo- fato, o desenvolvimento de técnicas inovadoras
merados mais complexos proporcionaram a hie- e o estabelecimento de novas relações sociais e
rarquização social e a divisão de trabalho. comerciais, exigiu, igualmente, formas inéditas de
Quando a produção passou a exceder a comunicação, dando origem a códigos e símbolos
necessidade interna, esses núcleos passaram a que evoluíram até chegar na escrita.
negociar com comunidades vizinhas, trocando o
que tinham em excesso pelo que não conseguiam COMUNICAÇÃO. PINTURA E ESCRITA, A CUL-
produzir. Nascia o comércio, ou seja, a troca de TURA MATERIAL
uma mercadoria por outra ou por ferramentas de Falando em escrita, hoje se pode afirmar
trabalho. que esse tipo de comunicação surgiu das mais di-
Aí começaram a surgir as diferenças. versas formas e em diferentes regiões, como são
Enquanto algumas famílias pegaram com terras os casos da escrita cuneiforme, criada na Meso-
mais férteis e produtivas, outras não tiveram tan- potâmia; da escrita hieroglífica, nascida no Egito;
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HISTÓRIA GERAL
e da escrita alfabética, produzida pelos fenícios; teses científicas, existe uma linha de pensamento
todas essas localizadas na área conhecida como diferente dessa. É a chamada Teoria do Estreito
Crescente Fértil, berço das maiores civilizações de Bering, segundo a qual os pioneiros habitan-
da Antiguidade. tes das Américas teriam atravessado esse estrei-
Enquanto isso, em outras regiões, sur- to – que liga a Sibéria, na Federeração Russa,
giam, não necessariamente na mesma época ao Alasca, nos Estados Unidos –, quando este
mas em períodos bem próximos das que acaba- se encontrava emerso formando uma gigantesca
mos de ver, outras formas de escrita, em civiliza- ponte de gelo e rocha, durante o último período
ções que também se desenvolveram às margens de glaciação, ocorrido, aproximadamente, entre
de rios, como são os casos do vale do Indo, no 50 e 12 mil anos passados.
atual Paquistão; do Huang Ho e Yangtsé, na Chi- Em consequência desse fenômeno natu-
na; e do San Juan, na chamada Mesoamérica, ral, houve um aumento das geleiras nos pólos,
faixa de terra situada entre as Américas do Norte retendo as águas, provocando o rebaixamento do
e Central, onde, hoje, ficam o México e os países nivel dos oceanos, descobrindo grandes exten-
centro-americanos. sões de terras e interligando ilhas e continentes.
Mas a forma mais antiga de expressão Aproveitando essa oportunidade propor-
cultural não foi a escrita e, sim, a pintura rupes- cionada pela natureza, agrupamentos humanos
tre, um tipo de registro gravado em pedras ou pa- de origem mongolóides ou pré-mongolóides, vin-
redes de cavernas, no Paleolítico, cujas origens dos da Sibéria ou da Mongólia, na Ásia, teriam
ainda não foram totalmente esclarecidas pelos alcançado o continente americano e se espalha-
estudiosos. O que se sabe é que o homem con- do ao longo de suas terras, chegando, inclusive,
seguiu produzir cores fortes e vivas, misturando ao Brasil, razão de nossos primitivos habitantes
pó de minérios triturados ou raspados com cera terem feições mongólicas.
de abelha, gordura animal ou resina de árvores. Os especialistas que defendem a chama-
Apesar da importância das pinturas rupestres, foi da “Cultura de Clóvis”, consideram que o sítio
somente a partir da criação da escrita cuneiforme, arqueológico descoberto próximo da cidade de
por volta do ano 3500 a.C., que os especialistas Clóvis, no Novo México, Estados Unidos, seria o
consideram ter o ser humano alcançado o estágio mais antigo das Américas, com cerca de 10.500 a
seguinte de sua evolução, conhecido como Perí- 11.400 anos. Essa hipótese já foi desmentida por
odo Histórico. achados mais recentes, que atestam presença
Aí, sim, com os caracteres cuneiformes, humana contemporânea a Clóvis, em áreas fora
que se conseguia fazendo pequenos cortes, em da América do Norte, ou até mesmo mais antigas.
argila úmida, com pedaços de cana ou madeira Há, ainda, uma terceira hipótese, sem quase ne-
em forma de cunha, passou-se a registrar todo nhum respaldo na comunidade científica da atua-
tipo de acordo ou relação entre pessoas ou comu- lidade, segundo a qual o homem americano seria
nidades, fosse comercial, social ou de outra natu- autóctone, ou seja, teria surgido no próprio conti-
reza, como tratados ou casamentos, por exemplo. nente, possibilidade também negada pela ausên-
cia de qualquer vestígio, na América, anterior ao
AMÉRICA. PRÉ-HISTÓRIA MULTICULTURAL? Homo sapiens sapiens.
Partindo do princípio que o ser humano O intervalo de tempo que poderíamos cha-
surgiu na África e examinando a disposição dos mar de “pré-história americana”, iniciado há mais
blocos de terra firme do planeta, em nossos dias, de 20 mil anos, também pode ser subdividido em
nos parece que o povoamento dos outros conti- três períodos distintos: o Paleoíndio – da chegada
nentes só poderia ter sido feito cruzando os ocea- dos primeiros grupos humanos até por volta do
nos. ano 8000 a.C.; o Arcaico – dessa época até mais
Bem, realmente essa é uma das teorias ou menos 2000 a.C; e o Formativo – que se es-
mais aceitas sobre a ocupação das Américas, a tenderia até a chegada de Cristóvão Colombo ao
qual defende a tese de os primitivos habitantes continente, no século XV.
terem aqui chegado, vindos da Ásia, através do A mais importante atividade dos primitivos
oceano Pacífico. Ocupando rústicas embarca- povos mesoamericanos, foi a agricultura, desen-
ções, esses desbravadores teriam passado pela volvida, gradativamente, a partir de experiências
Oceania, ocupando ilha após ilha, até chegarem como a domesticação de alguns animais e a mo-
a seu destino final, a costa leste americana. dificação genética de certas espécies vegetais.
Mas, como acontece com a maioria das Não sem motivo, o milho se destaca nes-
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HISTÓRIA GERAL
se cenário, como produto fundamental no cardá- made, de cultura baseada nos produtos extraídos
pio dos pioneiros ocupantes das Américas, a pon- do mar e cuja cultura material são os sambaquis,
to de os botânicos modernos considerarem esse montes artificiais de conchas de moluscos e res-
cereal produzido exclusivamente pelo cultivo. Ou tos de outros animais e peixes, que chegam a
seja, o milho não teria frutificado naturalmente, alcançar 100 metros de comprimento por 30 de
mas, sim, criado por processos artificiais introdu- altura.
zidos pelos agricultores, nos campos de longín- Segundo as pesquisas, os últimos espéci-
quos períodos da história americana. mes desse grupo humano teriam ocupado o ter-
ritório brasileiro a cerca de 1.000 anos antes de
BRASIL. SAMBAQUIEIROS NO REINO DE “LU- nossa época e seu desaparecimento estaria liga-
ZIA” do ao estabelecimento da agricultura ou à ocupa-
O Brasil poderia, muito bem, ser conside- ção de suas terras por agrupamentos do tronco
rado o “país dos sítios arqueológicos”, além de Tupi.
“país do futebol”, como todos conhecem. Isso As descobertas mais recentes revelaram
porque já foram identificados mais de mil desses que o restante da parte meridional das Américas,
sítios em território brasileiro. hoje chamada América do Sul, teria sido povoado
E só para completar a marcante presença simultaneamente ao Brasil. Tanto que o sítio Mon-
nacional no universo dos vestígios pré-históricos, te Verde, no Chile, tem revelado vestígios que
foi encontrado, em Lagoa Santa, Minas Gerais, comprovam presença humana de mais de 12.300
um esqueleto, com idade estimada em cerca de anos.
11.500 anos, e batizado de “Luzia”, cujos traços
característicos africanos e australianos, são bem CONCLUSÃO
diferentes dos asiáticos a que nos referimos algu- Parece que depois de tantos estudos, con-
mas linhas atrás. clusões e impressões tudo ficou tão bem solucio-
Foi analisando esse rico conjunto de regis- nado mas que nada, pois todas essas situações
tros, que os pesquisadores descobriram termos apresentadas são apenas fontes pesquisadas
tido grupos humanos em nossas terras, ainda por que fizeram o homem atual chegar a uma certa
volta do ano 6000 a.C., quando primitivos caçado- direção um pouco melhor sobre nossos ances-
res-coletores, subdivididos em grupos nômades e trais que são ao mesmo tempo nós mesmos, com
seminômades, já se abrigavam nas grutas do mu- suas gerações bem melhores ou bem piores, mas
nicípio de São Raimundo Nonato, no Piauí, onde sempre caminhando, sempre caminhando.
deixaram, nas paredes, claros vestígios de sua
passagem. EGITO - ANÁLISE GERAL
A riqueza do acervo encontrado no local, O estudos sobre os povos antigos sempre
que contabiliza cerca de 30 mil pinturas, retratan- requer um cuidado especial por causa das pou-
do figuras as mais diversas, como signos, obje- cas fontes que ainda se tem, pois saber o que ver-
tos, animais e pessoas, foi conservada graças à dadeiramente levou aquele povo a estar naquela
aridez do clima e ao difícil acesso, que o guardou região define boa parte desse mistério que iremos
de ser depredado por visitantes desavisados. conversar. A primeira lógica é fazer algumas com-
Embora a equipe de pesquisadores, liderada pe- parações com o mundo atual e com isso perceber
los arqueólogos NièdeGuidon e Fábio Parente, que as civilizações procuravam lugares próximos
tenha calculado pelo menos 20 mil anos para as aos rios pela lógica de vida que eles forneciam,
pinturas e outros vestígios da passagem humana, por isso o nome civilização de regadio.
grande parte da comunidade científica discorda As formações étnicas que aconteciam,
dessa hipótese, que provocaria uma mudança ra- muitas ainda sem uma total solução de sua ori-
dical nos atuais conceitos e teorias a respeito da gem, vão se deslocar para essas grandiosas fon-
ocupação do continente americano. tes de vida e essas famílias, chegando as mar-
Não resta dúvida que outras grandes atra- gens do Nilo quando se organizam politicamente
ções arqueológicas do Brasil, são os depósitos são tradicionalmente chamadas de nomos, oca-
de conchas e restos humanos, chamados sam- sionando uma lógica de criação de várias famí-
baquis, encontrados nos litorais de Espírito Santo lias, portanto vários nomos, vários chefes que
e Santa Catarina, e no vale do Ribeira, em São aqui são chamados de nomarcas e por isso o po-
Paulo. der é descentralizado.
Os sambaquieiros eram um povo seminô- Com isso o primeiro período da história
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
ção não são todas de controle estatal, a escra- zer e que realmente o que eles gostavam era de
vidão é mais intensa que a servidão coletiva, a praticar crueldades, onde se destacou nesse tipo
militarização vinda principalmente pelos assírios de ação o rei Assurbanipal, que investiu nos mas-
é uma fonte econômica, a religião é antropomór- sacres, nas destruições e nos equipamentos, pois
fica e não se acredita na vida após a morte, quer o exército dos assírios era um dos melhores do
dizer na Mesopotâmia quando se morrer se mor- período com lanças, escudos e espadas de ferro,
rer mesmo e eles foram os criadores da primeira carros de combate com rodas reforçadas.
escrita que é a cuneiforme, desenvolvida pelos Essa realidade parecia ser indestrutível,
sumérios, pioneiros na ocupação do território, mas a revolta dos vencidos que não aguentavam
tendo inicialmente um processo de ocupação de mais as crueldades dos vencedores, juntamente
cidades-estados, onde não havia com isso uma com ação de povos que foram com o tempo se
centralização. tornando superiores, os assírios foram sendo su-
Só depois, com a dominação dos acádios perados pelos novos moradores da Caldéia, que
sobre a liderança de Sargão I, houve a conquista por terem uma boa relação com os medos, no pla-
de toda aquela região, unificando-as, nascendo nalto do Irã, portanto seus vizinhos, suplantaram
o primeiro império mesopotâmico, que por cau- os povos do norte e aquela era de crueldades foi
sa de revoltas internas sumerianas, o império foi substituída por um novo povo: os caldeus. A as-
se enfraquecendo e abrindo um espaço para um censão dos caldeus ao topo de comando do mun-
povo que estava ganhando força através de suas do mesopotâmico não aconteceu somente por
invasões: os amoritas. Os amoritas se instalaram causa do setor bélico expansionista, mas também
na região, assimilaram muita carga cultural dos por causa do seu setor comercial, que diferenciou
sumerianos e fundaram a cidade da Babilônia, essa nova versão do povo babilônico dos demais
por isso serem chamado de velhos babilônicos e que habitaram naquela região, que se profissio-
seu destaque maior foi na questão comercial, no nalizaram nos sistemas agrícolas. No governo, o
expansionismo do seu império e no sistema jurídi- rei mais lembrado foi aquele que mais investiu na
co, onde um patesi de grande poder chamado de exuberância da sua região, criando expressões
Hamurábi, criou o primeiro código de leis escritas arquitetônicas que chegaram a ser imortalizadas
baseado na pena de Talião, que era sintetizado pela história como os jardins suspensos da ba-
na frase olho por olho, dente por dente, mas na bilônia, os zigurates, que eram templos, idealiza-
prática as coisas não aconteciam dessa maneira, dos pela autoridade maior Nabucodonosor, filho
pois tudo dependia da classe social que o indiví- de Nabopolassar.
duo pertencia, porque se fosse de uma classe do- O expansionismo desse rei estimulou o
minante com certeza sua penalização seria mais crescimento da civilização, principalmente em tra-
branda do que uma pessoa que fosse de uma balhadores, pois a política escravista foi também
classe mais humilde. intensificada com a conquista dos hebreus, que
Com a superação dos amoritas, que po- na verdade como já tinha acontecido o Cisma já
deriam ser considerados de grande avanço em eram os judeus, e os aprisionados no Cativeiro da
muitos setores na região, o povo que logo em se- Babilônia, que depois foi atacado pelo rei Ciro,da
guida deve ser destacado são os assírios, que co- Pérsia, libertando-os e logo em seguida dominan-
meçaram sua vida de povo militarizado através de do a sua região da Palestina. O fato dá início a
questão geográfica, pois se localizavam na região decadência do mundo babilônico, que passaria a
mais difícil de sobreviver da Mesopotâmia, com ser anexado ao grande império persa.
muitas secas, regiões montanhosas e principal-
mente por ser uma região de passagem, que para HEBREUS, PÉRSIA, FENÍCIA
muitos seria uma forma de criar uma nova fonte HEBREUS
de renda, cobrando um pedágio, mas naquele ins- ANÁLISE GERAL
tante essa característica demonstrava uma fragili- O nosso mundo tem uma imensa varieda-
dade de defesa, pois se todo mundo pode passar de cultural, povos com suas particularidades em
a região é fácil de ser atacada. Então vamos nos diferentes áreas como a cultural, social, religiosa,
preparar para a guerra, devem ter pensado os etc, mas a universalidade de algumas coisas tam-
assírios e dessa atitude nasceram inúmeras con- bém chega a existir como uma fonte literária mais
quistas, expansão, riquezas e uma personalidade conhecidas e traduzidas em todo o mundo que é
cruel de alguns governantes assírios. Diziam que a Bíblia, livro considerado sagrado por muitos po-
eles não tinha a morte como um verdadeiro pra- vos, acaba sendo uma das principais fontes his-
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HISTÓRIA GERAL
tóricas para estudos de civilizações antigas,onde para a entrada do Juizado, período dos chefes
se enquadra com isso os hebreus. A Bíblia tem militares, que tinham como determinação expul-
histórias que muitas delas foram comprovadas sar de vez os originais moradores dessa cobiçada
e a dos hebreus começa a ser apresentada na região. Vamos de novo pensar um pouco: você
região da Mesopotâmia quando o que vai ser o reparou como a vida dos hebreus era instável,
primeiro patriarca, Abraão, saiu de Ur, na Caldéia, quer dizer descentralizada? Notaram? Lutas, fu-
designado por Iavé (deus único) para desenvolver gas, apenas líderes familiares e por causa dessa
seu povo em uma terra prometida, que ficaria no estrutura uma coisa que não tinham é um Estado
Oriente Médio, a Canaã. organizado, e com isso não podia se desenvol-
O projeto de deus foi posto em ação, ver naquele povo um sistema de Modo de Produ-
quando Abraão leva sua família em peregrinação ção Asiático, as terras ainda não eram nem deles
para essa nova terra, mas também o patriarca vai quanto mais do Estado, mas a busca por uma to-
começar uma nova história, onde boa parte dela tal criação de um império era incessante e teve
é de muito sofrimento. A terra procurada não era resultados, pois juízes como Sansão, Samuel ti-
desabitada, existiam moradores que já tinham de- veram sua participação marcante no combate aos
senvolvido sua própria história e agora os nova- inimigos, dando a Saul a condição de se tornar o
tos hebreus iriam começar uma saga de disputas, primeiro rei da nascente Monarquia hebraica, que
que posso dizer duradoura até hoje. Pense comi- foi curta, mas ao mesmo tempo teve sua proprie-
go: não era direito os hebreus, que começam a dade expansionista, militarista e também cheia de
ser verdadeiramente denominados assim, quan- intrigas, principalmente no tempo do grande rei
do os filhos de Jacó nascem na terra, são próprios Salomão, criador de templos suntuosos, de rique-
da terra e Jacó era também um patriarca, filho de zas que explorou de outros povos e também pro-
Abraão com a missão de alojar bem seu povo, dutor de muitos gastos, que acabou fazendo com
custe o que custar, em nome do seu deus, mas que as antigas doze tribos, que deram origem ao
os filisteus, moradores do sul da região e os ca- povo tivessem um Cisma (divisão) onde dez tribos
naneus, da parte norte, como ficariam? São mui- começaram a apoiar o herdeiro não-legítimo de
tas implicações para dominar aquela terra, mas Salomão, Jereboão, e acabaram formando a tribo
a determinação, quem sabe até divina, envolve de Israel, com capital em Samaria, comerciantes,
tanto o povo que desistir é uma coisa para eles que retrocederam ao politeísmo para facilitar os
inadmissível. contatos comerciais com outros povos e foram
Será que estou dando uma visão parcial totalmente exterminadas pelos assírios, enquanto
e vilã a esse povo? Espero que não. Existe neles as outras duas tribos ficaram fiéis ao verdadeiro
muitas virtudes como o trabalho coletivo, o desen- herdeiro de Salomão, que era Roboão, formando
volvimento no setor comercial, a cultura monote- as tribos de Judá, com capital Jerusalém, crian-
ísta, porque não dizer uma acerta nacionalidade, do assim o povo judeu, que por viverem em uma
mas foi tudo tão difícil, pois teve a luta para expul- área mais isolada da Palestina, resistiram a mui-
sar os antigos moradores, a secas que assolavam tos ataques inimigos e mantiveram suas tradições
aquela região fazendo com que os hebreus por monoteístas, mesmo depois que perderam suas
um bom tempo se afastassem da Palestina, fos- terras para os romanos, que se tornaram o maior
sem morar no Egito, que no começo para ser qua- império militar do mundo antigo, e provocaram
se convidados com uma vida livre, mas que não com esses judeus o que se chamou de Diáspo-
foi duradoura, pois com as mudanças de governo, ra, que só foi acabar com a criação do estado de
o povo de deus foi escravizado e o pior começou Israel (1948), sobre muitas polêmicas, onde uma
a perder a credibilidade nesse deus que lhe criou, delas era se esse povo ainda tinha o direito, de-
por causa da constante convivência com o polite- pois de tanto tempo, de ter essa terra para eles,
ísmo egípcio. retirando mais uma vez um povo que já estava
Para Moíses, libertador o povo do domí- morando e criando sua história.Que dificuldade é
nio egípcio, a fuga, que chamada historicamente ser feliz.
de Êxodo, mas biblicamente de Páscoa, foi uma
peregrinação para renovar esse amor do povo a PÉRSIA -
seu deus e quantas vezes o patriarca parou, con- ANÁLISE GERAL - ORIGEM DO POVO
versou, pregou em alguns casos se irritou com os Durante um bom tempo, para muitos his-
descrentes, mas no final foi inaugurado um outro toriadores, os persas seriam derivados dos me-
período para os hebreus, pois saiu o Patriarcado dos, do mesmo planalto do Irã, mas estudos um
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HISTÓRIA GERAL
pouco mais precisos revelam uma situação ainda neira, pois ainda muitas coisas são tradicionais,
não muito bem explicada, que esses povos viviam como por exemplo o direcionamento econômico
avizinhados e por uma estratégia para aumentar tomado pelo povo fenício, que foi o comércio ma-
poder e uma diplomacia do rei Ciro, da Pérsia, os rítimo.
povos resolveram se unir, para que essa unidade A escolha do sistema não foi por acaso. A
produzisse um império. E não é que deu certo. oportunidade não poderia ser desperdiçada por-
Ciro virou o criador do império mais po- que o litoral extenso que se tinha, as poucas áre-
deroso daquele período, onde suas dimensões as agricultáveis motivou esse povo a enveredar
ao final de tanto expansionismo era do tamanho para um sistema em que poucos estavam envol-
do Brasil, portanto gigantesco, e daí em diante a vidos, como os filisteus, cretenses e os gregos,
grande marca dos persas era o militarismo e o im- portanto os fenícios estavam participando de uma
perialismo, já que nisso que eles estavam obten- verdadeira elite comercial, que futuramente eles
do sucesso. Uma das marcas dessas incursões iriam ser a grande liderança.
era a sua tolerância militar, o que isso quer di- Alguns pesquisadores desse povo dizem
zer? Quando uma guerra e com isso uma invasão que eles inauguraram uma forma múltipla de fon-
era concretizada eram poucos os aspectos dos tes comerciais, pois naquele tempo enquanto era
vencidos que eram modificados como política, re- comum negociar produtos agrícolas, a Fenícia
ligião ou sociedade, mas na área econômica, os negociava o seu cedro para fazer embarcações,
saques e a tributação eram garantidas. Segundo utensílios para artesanato, papiro para fontes de
os historiadores essa tolerância se dava por dois comunicação e até pessoas, já que eles se espe-
motivos, ou seja pela fragilidade cultural do povo cializaram em negociar escravos, pois o comum
persa, que não tinha o que impor aos dominados, era conseguir esse trabalhador através de dívidas
pois sua cultura era muito primária, em relação a ou guerras, mostrando assim como era ambicioso
alguns povos como os egípcios e também o outro esse povo.
motivo, era que os persas não faziam essa impo- O setor econômico é aquilo que é mais
sição para não incitar uma reação contrária, ou lembrado de sua história, mas a situação políti-
seja, um distúrbio revolucionário. ca merece também uma atenção, já que também
A idéia era interessante, pois as mudan- destoando de povos da época, essa civilização
ças bruscas poderiam provocar revoltas ou até não teve um estado centralizado, constituindo o
mesmo guerras de libertação e aí perder tudo se- mesmo sistema político que os sumérianos, que
ria o fim. Mas ao mesmo tempo que a atitude foi foi o de cidades-estado, que eram comandados
ótima, já que na antiguidade muitos diziam que se por aqueles que se denominavam de sufetas, que
era pra ser dominado por alguém, que seja pelos não eram reis, pois no governo fenício foi consta-
persas, foi essa ação motivo de sua ruína. Obser- tado que a monarquia não era a única forma de
ve bem o que aconteceu, a aquisição de algum governo, por isso esses líderes são considerados
território também reforços militares, ou seja, mui- juízes das comunidades originários, é claro, da
tos vencidos eram usados no exército dos persas rica classe de comerciantes da região.
e aí essa utilização de diferentes povos no mes- Por esse critério de política e economia,
mo exército criava o problema de variedade de et- acaba acontecendo o destaque para algumas ci-
nias, línguas e com isso a dificuldade de coman- dades como Sídon, Biblos e Tiro, que vão fazer
do. Essa diversidade prejudicou em muito a força um comércio tão excepcional, que quando fala-
do império, que em seus últimos governantes foi mos, na Idade Moderna, de grandes navegações
superado por outro reinos mais fortes como a Ma- comprovamos que estamos tendo como referen-
cedônia e dos romanos. cial de estudos o mundo europeu e não o planeta,
pois o pouco reconhecimento de glória que os fe-
FENÍCIA - ANÁLISE GERAL nícios tem é o que conseguiram esses europeus.
Muitos fatores se tornaram decisivos para Existem até relatos que os fenícios, nas
o futuro de um determinado povo na antiguidade suas aventuras lucrativas chegaram até a Améri-
e um desses fatores os mais críticos historiadores ca, é obvio que antes de Colombo, e não se deve
repudiam muito, que é o geográfico ou do deter- duvidar disso, eles destemidos, ambiciosos quan-
minismo. Eu não entendo o por que desse imenso do faziam suas incursões sobre o Mediterrâneo,
repúdio. Sei que a história evoluiu para um pro- chegando até o Atlântico, fazendo comércio com
cesso de mentalidades, de criticidade, mas espe- habitantes da Bretanha, espalhando um imperia-
ra aí, nem tudo na história é resolvido dessa ma- lismo que seus concorrentes vão aprender a fazer
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
sos que surgiu a segunda diáspora, onde apare- rios, com sua tradição guerreira e com suas con-
cerá a moeda, o comércio intenso e a escravidão quistas sobre a planície da Lacônia, onde chega-
que gerou importantes mudanças para o cenário ram a dominar os aqueus e fazer influência sobre
político e essas cidades de uma situação de vida as regiões vizinhas e como a tradição de se mili-
completamente independente, pois com os isola- tarizar se tornou presente naquela cidade isso co-
mentos ficava difícil os contatos com outros po- meçou a gerar uma tradição em seus habitantes
vos, mesmo sendo da mesmo região, às vezes em produzirem pessoas que pudessem ser úteis
era mais fácil para esse povo ter contato com os ao governo para se tornarem soldados, guerreiros
estrangeiros que com seu vizinho, por causa da desse estado.
região muito próxima ao mar e com formação de As crianças ao nascerem seriam imedia-
penínsulas, que servia como um porto natural. tamente investigadas pelos pais para ver se não
A evolução a partir daí começava a ser das tinha nenhuma imperfeição, porque se procurava
famílias (génos), que se desagregaram e forma- eram corpos perfeitos para servir ao exército e
ram nessas regiões comunidades independentes, quando acontecia essas imperfeições a criança
que iriam precisar se defender para não serem era logo eliminada, pelos próprios pais, que na-
surpreendidas por outros inimigos e com isso quele momento sentiam vergonha de ter gerado
formaram as frátrias, expressões de comunida- um filho imperfeito para servir a sua comunidade.
des militares, depois as tribos e logo em seguida Mas nos casos em que a criança passava
as polis, que já seriam as cidades-estados, com na vistoria, ela seria criada pelos seus genitores
toda uma constituição política, divisão da cidade até seus sete anos de idade, de ambos os sexos
em parte de melhor defesa, que seria a parte alta e depois recolhidas para o serviço obrigatório do
chamada de Acrópole e a parte do comércio que exército, que iria ser rigoroso, fazendo no treina-
é a Agora, dominada por regente chamado de ba- mento os jovens muitas vezes completamente
sileu, que iria equivaler a um rei, mas por pouco despidos, passarem frio ou calor excessivo, sem
tempo, pois a força das classes dominantes fez falar também na fome e nas torturas físicas, isso
uma evolução política para o território que saire- até se formarem soldados aos vinte anos.
mos de uma monarquia para uma oligarquia, quer É claro que com isso a classe de milita-
dizer um pequeno grupo no poder, só a cidade de res ganhava com o status de classe dominante,
Atenas que iria evoluir de uma maneira diferente sendo chamado de espartanos, tendo a autori-
chegando a ter uma forma democrática de poder, dade política, que monopolizada pelos filhos da
que é uma democracia completamente diferente cidade, que comandariam os periecos, que são
da nossa atualidade. descendentes dos dominados aqueus, que viviam
Esta explicação nos mostrou como acon- na periferia da cidade e da política, pois não ti-
teceu o surgimento dessas unidades políticas, nham direito a voto e os hilotas, servos do estado,
mas deve você ter a noção maior sobre a Grécia muito semelhantes a escravos mas com grandes
em relação a outros povos, pois até agora você só diferenças como não podendo ser vendidos e se-
viu os aqueus que foram dominados pelos dórios rem partes das terras que eram adquiridas pelos
e com isso a região do Peloponeso foi conquista- espartanos, vivendo em mesmo grupo sempre
da para a formação de uma das mais importantes e também sendo alvos das atrocidades dos sol-
cidades da história dessa civilização, que foi Es- dados, que ao mesmo tempo que treinavam sua
parta, mas ainda existem os eólios que acabaram estrutura militar, eliminavam um excedente popu-
sendo unificados aos jônios, que se instalaram na lacional que poderia revidar contra os poderosos
região da Ática e começaram a construção da- da cidade.
quela que seria a cidade referencial para os estu- A vida em Esparta era só de treinamentos
dos da Grécia, que é Atenas. militares, prática de esportes para os bem-nasci-
Quando começamos a falar das cidades- dos e administrar a produção agrícola, que era a
estados que mais se destacam, entraremos no base da economia da região, pois com uma tradi-
período que chamamos de Arcaico, que signifi- ção de ter uma postura muito fechada para rela-
caria o momento da formação dessas cidades e ções com outras cidades, isso dificultava as ques-
como o número de cidades é bem variado iremos tões comerciais e isso é muito bem visto quando
destacar as duas cidades principais que são Es- se repara na relação que a cidade tinha com a
parta e Atenas, por causa de sua extrema heran- outra cidade-estado também famosa: Atenas.
ça para outras cidades e para o mundo ocidental. Atenas estava na região da Ática e a vida
A cidade de Esparta veio derivada dos dó- dessa cidade foi muito diferente de Esparta e por-
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HISTÓRIA GERAL
que não dizer de todas as outras, pois quando fa- tenes, que modificou a maneira de governar de
lamos da Grécia o que na verdade falamos é de Atenas, consolidando a abertura para o voto cen-
Atenas, com sua cultura derivada dos jônios, que sitário e também a criação de outras assembléias,
se juntaram aos eólios e vão ter no final uma po- que iriam comandar o governo das dez tribos ate-
pulação numerosa para os padrões daquela épo- nienses (por isso o nome, demos é tribo, ecracia
ca de mais ou menos quatrocentos mil habitantes. é poder) e uma dessas assembléias foi a Bulé,
A sequência de evolução política da ci- que era um conselho de Quinhentos, o coman-
dade foi maior do que de muitas outras, pois en- do do arconte e surgimento do ostracismo. Mas
quanto Esparta iniciou com uma diarquia indo na o processo democrático era comprometido pelos
seu desenvolvimento para uma oligarquia, Atenas interesses de muitas classes dominantes e essa
começou com uma monarquia, depois foi para um democracia só valia para aqueles que eram livres
processo oligárquico, depois para uma tirania e e atenienses, acima de 21 anos, que suas partici-
por último evoluiu para uma democracia, que não pações na assembléia do povo era remuneradas
é igual a dos nossos dias, mas pelo menos pro- como uma forma de incentivo dessa participação,
moveu uma abertura que nunca se imaginava a mas quem sabe isso deve ter aumentado a carga
Grécia ter na vida. tributária e fez com que diminuísse os represen-
A região começou a ser favorecida pela si- tantes da população e com isso a participação do
tuação geográfica inicialmente, por causa de seu que era popular se restringia mais ainda, já que
litoral bastante recortado que facilitava as rela- as mulheres, escravos e estrangeiros não eram
ções comerciais, fazendo com que os atenienses cidadãos.
se tornassem um povo bem sucedido em um sis- Um outro fato que marca muito o perío-
tema imperialista, concorrendo com outros gran- do arcaico são as questões das guerras que as
des, como por exemplo os fenícios, que também cidades se envolvem e uma delas é em relação
tinham influência sobre o mar Egeu. a invasão dos persas ao território, começando a
A situação econômica em que se encon- invadir através da cidade de Mileto, fazendo sur-
trava a cidade era invejável, fazendo com que fos- gir algo inédito que era a união das cidades, que
se desenvolvida uma linha social de dominação eu acho que você tinha reparado que as cidades
muito forte que desativou, depois de um tempo o nunca chegaram a se unificar, mas agora como
poder do basileu, como era chamado o rei na re- eles tinham um inimigo em comum que era o
gião, para ele ser substituído por agrupamento de império de Dario I, vamos ver o surgimento das
oligarquicas que passaram a eleger representan- guerras greco-pérsicas.
tes que começaram a propagar muitas mudanças As batalhas foram muito intensas, mas a
que seriam de alto benefício para aquela socieda- superioridade dos gregos surpreendeu os persas,
de. que a muito tempo não tinha perdido batalhas
Um desse legisladores foi Drácon, que para certos inimigos e agora sentiu na pele o gos-
com suas leis severas produziu o primeiro códi- to desagradável da derrota, onde uma das prin-
go de leis escritas, para que a população tivesse cipais derrotas dos persas foi na batalha de Ma-
um referencial de obediência, principalmente os ratona, que ficou selada como os gregos tiveram
membros das outras classes como os metecos, nessa união de forças uma eficiência militar, tanto
que eram os estrangeiros e os demiurgos, que que os filhos de Dario, como Xerxes não suportou
eram comerciantes. a resistência e acabaram sendo duramente ani-
Depois viria Sólon, que conseguiu aca- quilados.
bar com a escravidão por dívidas e começou a A guerra gerou um resultado preocupante,
desenvolver, que foi aprimorado com Clítenes, o que seria a vulnerabilidade do território, que ao
princípio censitário para as eleições e com isso mesmo tempo que facilitava os contatos com o
modificando a forma tradicional de ter como única estrangeiro para fazer negócios, também abria ca-
fonte de eleitor os que tinham bom parentesco. minho para os inimigos terem uma perspectiva de
A chegada de Psístrato ao poder foi de se apossarem da região, por isso todo cuidado é
uma nomeação ao cargo de tirano, que teve com pouco, então foi idealizado pelos atenienses uma
prioridade o desenvolvimento comercial da loca- liga militar de proteção permanente, que ficaria na
lidade, mas com sua saída, os seus sucessores ilha de Delos, com foi chamada de Confederação
que foram seus filhos, não foi continuado o go- de Delos, para deixar as cidades membros mais
verno de poder que o legislador conseguiu criar seguras e com isso seriam arrecadados impostos
e para o último destaque temos que falar de Clís- que seriam revertidos em segurança para as cida-
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir cumentos privilegiados são aqueles que
este caráter à História, porque, em sentido gené- provêm da cultura, das artes e da imagina-
rico, todos somos historiadores e, por outro lado, ção.
porque o acontecimento histórico é passível das d) O conhecimento da História é definitivo
mais diferentes interpretações. quando os documentos são comprovada-
a) ( ) No período de crescimento, a criança mente autênticos, fato aceito por todos os
e o adolescente, através da convivência so- historiadores.
cial, da escola e da cultura, formam de ma-
neira quase natural uma visão do passado, QUESTÃO 07 - Sobre o surgimento da agricultura
do presente e do futuro. Constroem, assim, e seu uso intensivo pelo homem, pode-se afirmar
uma visão histórica, em ressonância com o que:
que seu grupo social ensinou-lhe. a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do
b) ( ) A História, apesar de ser alvo de muitas Estado e da escrita.
polêmicas, estabelece verdades comprova- b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Meso-
das, que têm como base os documentos. potâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia
Por essa razão, é correto admitir, como fa- e China), Europa e, a partir desta, para a
zem todos os autores, que a história da hu- América.
manidade só se inicia com o uso da escrita. c) como tantas outras invenções teve origem
c) ( ) A História é um saber científico e, por- na China, donde se difundiu até atingir a
tanto, não muda. Podemos comprovar que Europa e, por último, a América.
aquilo que aprendemos, muitas vezes, são d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente
verdades inquestionáveis através dos sécu- Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Ín-
los. Essa característica da História garante- dia e China) e na América (México e Peru).
-lhe um lugar entre as demais ciências. e) de todas as invenções fundamentais, como
d) ( ) Todos aqueles que defendem a História a criação de animais, a metalurgia e o co-
como um conhecimento possível de muitas mércio, foi a que menos contribuiu para o
interpretações contribuem para fortalecer a ulterior progresso material do homem.
idéia de que a História é um conhecimen-
to certo e verdadeiro, construído a partir de QUESTÃO 08 - A Filosofia Grega antiga repre-
documentos que não deixam margem a dú- sentou uma das principais influências da cultura
vidas. clássica na Civilização Ocidental. Entre as diver-
e) ( ) O bombardeio atômico sobre as ci- sas tendências filosóficas, o pensamento socráti-
dades japonesas em 1945, embora seja co caracterizava-se por:
um fato inegável para alguns historiadores, a) basear toda a reflexão filosófica num novo
significou um genocídio injustifícavel; para método, a maiêutica, enquanto concepção
outros, foi um ato necessário para evitar o de idéias;
prolongamento da II Guerra, o que revela o b) defender princípios individualistas de com-
caráter interpretativo preensão da realidade pela reflexão e o iso-
lamento;
QUESTÃO 06 - O principal meio de acesso ao c) reafirmar a sofística, onde a Filosofia serve
passado é o documento, com o qual o historia- para se chegar o fins imediatos;
dor se relaciona conforme suas opções teóricas e d) admitir o princípio espiritualista do Profeta
suas hipóteses de trabalho. Assinale a alternativa Daniel, em que toda ética é transcendente;
que expressa corretamente este relacionamento: e) justificar a crença nos deuses atenienses,
a) A História nunca será uma ciência útil para destacando seus valores morais humanis-
os homens, pois os documentos não ex- tas.
pressam senão uma pequena parcela do
passado, permanecendo o resto desconhe- QUESTÃO 09 - Mãe, ama, pai e professor com-
cido. petem entre si para o aperfeiçoamento da crian-
b) Para o historiador positivista, o documen- ça, logo que esta é capaz de entender o que lhe
to considerado autêntico é a expressão da dizem... se obedece, tudo está bem. Do contrário,
verdade histórica e, por isso, ele privilegia é corrigida à força de ameaças e pancadas, com
as fontes oficiais e escritas. um pedaço de madeira curvo ou torcido.
c) Para os historiadores materialistas, os do- (Protágoros)
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HISTÓRIA GERAL
O fragmento do texto acima retrata a educação e) impedir que conflitos entre os cidadãos pre-
em Atenas, que tinha entre os seus objetivos: judicassem a cidade.
a) desenvolver nos cidadãos um conjunto,
harmonioso e refinado, de qualidades da QUESTÃO 02 - Com o advento da democracia
mente e do corpo, visando a vida pública. na pólis grega durante o período clássico, foram:
b) incentivar os cidadãos o servir a diarquia a) abandonados completamente os ideais de
como bons soldados, com uma cultura su- autarquia da pólis, de glorificação da guer-
mária, que nutria grande desprezo pela ri- ra e a visão aristocrática da sociedade e da
queza. política, que haviam caracterizado os perío-
c) a formação de boas mães e pais, leais e dos anteriores.
obedientes, privilegiando a formação física b) introduzidos novos ideais baseados na
e militar dos jovens de ambos os sexos. economia de mercado, na condenação da
d) perpetuar a estrutura social e política exis- guerra e na valorização da democracia,
tente, por meio do laconismo e da rígida mais condizentes com a igualdade vigente.
obediência à autoridade, resultantes da dis- c) preservados os antigos ideais de autarquia,
ciplina militar. da guerra, da propriedade da terra, do ócio,
e) desenvolver a cidadania, preparando todos como valores positivos.
os habitantes da cidade para o exercício do d) recuperadas antigas práticas do período
poder nas instituições públicas. homérico — abandonadas no período arcai-
co — como a escravidão em grande escala
QUESTÃO 10 - No período arcaico, Esparta, e o imperialismo econômico.
cidade-estado grega tinha como principal carac- e) adaptados aos antigos ideais aristocráticos
terística a militarização. Sobre sua influência na e de autarquia (do período homérico e ar-
sociedade espartana é correto afirmar: caico) os novos ideais de economia de mer-
a) o aperfeiçoado sistema militar garantiu a cado do período clássico.
ampliação das conquistas coloniais.
b) a obediência divina era o princípio educa- QUESTÃO 03 - Dentre os legados dos gregos da
cional militar para as crianças de 7 a 12 Antiguidade Clássica que se mantêm na vida con-
anos de idade. temporânea, podemos citar:
c) os espartanos, grupo social minoritário, uti- a) a concepção de democracia com a partici-
lizavam a força militar para manter seus pri- pação do voto universal;
vilégios. b) a promoção do espírito de confraternização
d) as crianças do sexo masculino que apre- por intermédio do esporte e de jogos;
sentavam deficiências eram mantidas pelo c) a idealização e a valorização do trabalho
Estado. manual em todas as suas dimensões;
d) os valores artísticos como expressão do
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES mundo religioso e cristão;
QUESTÃO 01 - “Vendo Sólon [que] a cidade se e) os planejamentos urbanísticos segundo pa-
dividia pelas disputas entre facções e que alguns drões das cidades-acrópoles.
cidadãos, por apatia, estavam prontos a aceitar
qualquer resultado, fez aprovar uma lei específica QUESTÃO 04 - Mulheres de Atenas
contra eles, obrigando-os, se não quisessem per-
(Chico Buarque e Augusto Boal)
der seus direitos de cidadãos, a escolher um dos
partidos.” Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de
(Aristóteles, em A Constituição de Atenas) Atenas.
A lei visava: Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de
a) diminuir a participação dos cidadãos na vida Atenas.
política da cidade. Quando amadas, se perfumam.
b) obrigar os cidadãos a participar da vida po- Se banham com leite, se arrumam.
lítica da cidade. Suas melenas.
c) aumentar a segurança dos cidadãos que Quando fustigadas não choram.
participavam da política. Se ajoelham, pedem, imploram.
d) deixar aos cidadãos a decisão de participar Mais duras penas.
ou não da política. Cadenas.
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HISTÓRIA GERAL
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HISTÓRIA GERAL
de governo.
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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ELETRODINÂMICA
RESISTORES:
- É um elemento de circuito que tem duas
funções básicas: ora transforma energia elétri-
ca em energia térmica (efeito joule), ora limita a
83
ELETRODINÂMICA
2ª lei de Ohm:
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - Gastão, estudante de Econo-
mia, comenta com Jacy que pretende substituir
o seu fogão a gás por um forno microondas. Ele
Associação de resistores: argumenta que apesar de o funcionamento do mi-
Em série: croondas ser muito mais caro do que o fogão a
Associação em série é aquela em que os gás, a relação custo benefício é compensadora.
resistores são associados um em seguida ao ou- Atento como sempre, Jacy sabe que, ferver um li-
tro, de tal forma a serem percorridos pela mesma tro de água em um fogão a gás custa, atualmente,
corrente elétrica R$ 0,027. Com os dados indicados ele calcula
que o custo para o microondas efetuar a mesma
tarefa é, aproximadamente:
a) R$ 0,032 b) R$ 0,036
c) R$ 0,043 d) R$ 0,054
e) R$ 0,064
EM PARALELO:
Associação em paralelo é aquela em que QUESTÃO 02 - A distribuição média, por tipo de
os resistores são associados de tal forma a serem equipamento, do consumo de energia elétrica nas
submetidos a uma mesma tensão elétrica. Equa- residências no Brasil é apresentada no gráfico.
cionando o circuito, temos:
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ELETRODINÂMICA
85
ELETRODINÂMICA
intensidade do potencial elétrico. Um valor admi- ter 2,5m de comprimento e 25cm de diâmetro. Na
tido para o potencial elétrico V, ao longo do eixo cauda, que ocupa cerca de quatro quintos do seu
X, está representado no gráfico a seguir, fora de comprimento, está situada a sua fonte de tensão
escala, porque a espessura da membrana é muito - as eletroplacas.
menor que as demais dimensões.
De acordo com as indicações do gráfico e admi- A energia elétrica que a enguia gera, em cada pul-
tindo 1,0.10-8m para a espessura da membrana, o so, em joules, vale:
módulo do campo elétrico no interior da membra- a) 1,0.10-3 b) 4,0.10-1
c) 9,0 d) 3,6
na, em N/C, é igual a:
e) 1,0.103
a) 7,0 . 10-10 b) 1,4 . 10-7
c) 7,0 . 10-6 d) 7,0 . 106
e) 1,4 . 1011 QUESTÃO 10 - A energia solar é uma das fontes
QUESTÃO 08 - Uma das mais promissoras no- alternativas de energia utilizadas pelo homem. A
vidades tecnológicas atuais em iluminação é um intensidade média anual da radiação solar na ci-
diodo emissor de luz (LED) de alto brilho, comer- dade de Campo Grande-MS é igual a 700W/m2
cialmente conhecido como ‘luxeon’. Apesar de ter considerando 6 horas de irradiação por dia.
uma área de emissão de luz de 1 mm2 e consu-
mir uma potência de apenas 1,0W, aproximada-
mente, um desses diodos produz uma iluminação
equivalente à de uma lâmpada incandescente co-
mum de 25 W. Para que esse LED opere dentro
de suas especificações, o circuito da figura é um
dos sugeridos pelo fabricante: a bateria tem fem E
= 6,0 V (resistência interna desprezível) e a inten-
sidade da corrente elétrica deve ser de 330 mA.
86
ELETRODINÂMICA
e) 5,4 x 109J
QUESTÃO 12 - Considere a seguinte situação hi-
potética: ao preparar o palco para a apresentação
QUESTÃO 14 - Originalmente, quando comprou
de uma peça de teatro, o iluminador deveria colo-
seu carrinho de churros, a luz noturna era reforça-
car três atores sob luzes que tinham igual brilho e da por um lampião a gás. Quando seu vizinho de
os demais, sob luzes de menor brilho. O ilumina- ponto, o dono da banca de jornais, lhe ofereceu a
dor determinou, então, aos técnicos, que instalas- possibilidade de utilizar uma tomada de 220V, tra-
sem no palco oito lâmpadas incandescentes com tou logo de providenciar um modo de deixar ace-
a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em sas duas lâmpadas em seu carrinho. Entretanto,
um circuito com uma bateria, conforme mostra a como não era perito em assuntos de eletricidade,
figura. construiu um circuito para duas lâmpadas, conhe-
cido como circuito em série. Sobre esse circuito,
analise:
I. A vantagem desse tipo de circuito elétrico
é que se uma das lâmpadas se queima, a
outra permanece acesa.
II. Utilizando duas lâmpadas idênticas, de
Nessa situação, quais são as três lâmpadas que valores nominais 220V/100W, deve-se
acendem com o mesmo brilho por apresentarem obter, em termos de iluminação, o previsto
igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais pelo fabricante das lâmpadas.
devem se posicionar os três atores? III. Utilizando-se duas lâmpadas idênticas de
a) L1, L2 e L3. b) L2, L3 e L4. 110 V, elas se queimarão, uma vez que a
c) L2, L5 e L7. d) L4, L5 e L6. diferença de potencial para a qual elas foram
e) L4, L7 e L8. fabricadas será superada pela diferença de
potencial oferecida pelo circuito.
QUESTÃO 13 - SUPERCONDUTIVIDADE - O IV. Ao serem ligadas duas lâmpadas idênticas,
sejam elas de 110V ou de 220V, devido às
termo supercondutividade se refere à capacidade características do circuito em série, a diferença
que alguns materiais têm de conduzir a corrente
87
ELETRODINÂMICA
de potencial sobre cada lâmpada será de 110V. Em relação a isso, são mostrados três possíveis
É correto o contido apenas em: circuitos elétricos, onde A e B correspondem aos
a) I. b) IV. pontos situados mais alto e mais baixo da escada
c) I e III. d) II e III. e L é a lâmpada que queremos ligar ou desligar.
e) II e IV.
88
ELETRODINÂMICA
89
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
3 – SEPARAÇÃO DE MISTURAS
Separação dos componentes de misturas he-
terogêneas
I. Sólido-Sólido
Catação: Os componentes são separados usan-
2 – SUBSTÂNCIA PURA X MISTURA: do a mão ou uma pinça. Ex: arroz + feijão
- Substância pura: composição e proprieda- Tamisação: Nesse processo os componentes
des bem definidas. são separados pelo tamanho. Ex: Peneiração de
O gráfico abaixo mostra que durante os proces- grãos de areia, banco de moedas
sos de fusão e ebulição as temperaturas são Levigação: Permite separar sólidos de diferentes
mantidas constantes. densidades, geralmente por meio de uma corren-
te de água. Ex: areia+ouro nos garimpos, ao la-
varmos o arroz cru.
Flotação: A flotação é uma técnica de separação
de misturas que consiste na introdução de bolhas
de ar a uma suspensão de partículas. Com isso,
verifica-se que as partículas aderem às bolhas,
formando uma espuma que pode ser removida da
solução e separando seus componentes de ma-
neira efetiva. Ex: separar minérios das impurezas.
Separação magnética: A separação é feita apro-
ximando um ímã da mistura. Os componentes que
possuem propriedade magnética ficam presos ao
ímã e são separados dos demais. Ex: recolher al-
- MISTURA: COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES finetes que caíram no carpete, separar latas de
NÃO BEM DEFINIDAS ferro com as de alumínio.
O gráfico abaixo mostra que durante os proces- Dissolução fracionada: Pode ser usada quando
sos de fusão e ebulição as temperaturas sofrem um dos componentes sólidos da mistura é dissol-
variações. vido em um líquido. Ex: areia + sal. A separação
dos componentes (água+sal+areia) é feita utili-
zando outros processos: com a filtração, separa-
-se a areia (fase sólida); com a evaporação da
água, obtém o sal.
II. Sólido-líquido
Decantação ou sedimentação: consiste em dei-
xar o sistema em repouso. Uma fase decanta, isto
é sedimenta. Ex: água barrenta
Obs: Existem misturas especiais que acabam se Centrifugação: consiste em aumentar a veloci-
comportando como se fossem susbtâncias puras, dade da decantação com um aparelho chamado
diantedos fenômenos de fusão/solidificação ou centrífuga ou centrifugador. Ex: separação dos
de ebulição/condensação. No primeiro caso, te- glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo ou nata
mos uma mistura eutética (ou, simplesmente, um do leite.
90
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
Filtração: por esse processo separam-se subs- suspensão fina, em estado coloidal ou em solu-
tâncias presentes em misturas heterogêneas en- ção, e por ter dimensões muito reduzidas (como
volvendo sólidos e líquidos. Ex: areia + água. a argila, por exemplo), não se depositam, dificul-
tando a remoção.
III. Líquido-líquido 2 – Coagulação: visa aglomerar essas partículas,
Decantação: nesses processos separam-se lí- aumentando o seu volume e peso, permitindo que
quidos com densidades diferentes. a gravidade possa agir. Isso é feito, geralmente,
através da adição de cal hidratada (hidróxido de
IV. Gás-sólido cálcio) e sulfato de alumínio, sendo agitada rapi-
Filtração: também é aplicada para separar mis- damente. Esses materiais fazem as partículas de
turas formadas por sólidos e gases. As partículas sujeira se juntarem.
sólidas ficam retidas no filtro. 3 – Floculação: a água é agitada lentamente,
para favorecer a união das partículas de sujeira,
Separação dos componentes de misturas ho- formando os flocos. Em solução alcalina, o sulfato
mogêneas de alumínio reage com íons hidroxila, resultando
I. Sólido-Líquido em polieletrólitos de alumínio e hidroxila (poli-
Evaporação: nesse processo a mistura é deixa- cátions) com até 13 átomos de alumínio. Esses
da em repouso ou é aquecida até que o compo- polieletrólitos de alumínio atuam pela interação
nente mais volátil (o líquido) sofra a evaporação. eletrostática com partículas de argila carregadas
Ex: extração do sal de cozinha. negativamente e pelas ligações de hidrogênio
devido ao número de grupos OH, formando uma
Destilação simples: método que permite separar rede com microestrutura porosa (flóculos).
sólidos dissolvidos em líquidos. Ex: sal dissolvido 4- Decantação: a água não é mais agitada e os
em água. flocos vão se depositando no fundo, separando-
-se da água. O lodo do fundo é conduzido para
tanques de depuração. O ideal é que ele seja
transformado em adubo, em um biodigestor. A
água mais limpa vai para o filtro de areia.
5- Filtração: A água já decantada passa por um
filtro de cascalho/areia/antracito (carvão mineral),
onde vai se livrando dos flocos que não foram de-
cantados na fase anterior e de alguns microrga-
nismos.
6- Cloração: A água filtrada está limpa, mas ain-
da pode conter microrganismos causadores de
doenças. Por isso, ela recebe um produto que
contém cloro, que mata os microrganismos. Na
água, o cloro age de duas formas principais: a)
como desinfetante, destruindo ou inativando os
microorganismos patogênicos, algas e bactérias
de vida livre; e b) como oxidante de compostos
II. Líquido-líquido orgânicos e inorgânicos presentes.
Destilação fracionada: separam-se líquidos mis- Quando o cloro é adicionado a uma água isenta
cíveis cujas temperaturas de ebulição (TE) não de impurezas, ocorre a seguinte reação:
sejam muito próximas. Ex: água + álcool, destila-
ção do petróleo
Dependendo do pH da água, o ácido hipocloro-
ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
so (HC1O) se ioniza, formando o íon hipoclorito
Vejamos as etapas que acontecem no processo
(ClO–), segundo a reação a seguir:
de tratamento da água:
1 – Captação: a água passa por um sistema de
grades que impede a entrada de elementos ma-
croscópicos grosseiros (animais mortos, folhas, Ambos os compostos possuem ação desinfetante
etc.) no sistema. Parte das partículas está em e oxidante; porém, o ácido hipocloroso é mais efi-
91
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
ciente do que o íon hipoclorito na destruição dos 2 - Na Química, para se caracterizar um deter-
microrganismos em geral. minado material são utilizadas, dentre outras,
6- Fluoretação: Nas grandes cidades brasileiras quatro constantes físicas: ponto de fusão, ponto
a água tratada ainda recebe o flúor, que ajuda a de ebulição, densidade e solubilidade que consti-
prevenir a cárie dentária. tuem um “quarteto fantástico”.
7, 8 – Reservação: A água tratada é armazenada Em um laboratório, foram obtidos os dados da
em grandes reservatórios, antes da distribuição. tabela abaixo, relativos a propriedades específi-
Esses reservatórios sempre são instalados nos cas de amostras de alguns materiais.
locais mais altos das cidades. Tempe-
Tempe-
9 – Distribuição: A água tratada é distribuída Massa (g) Volume ratura de
Materiais ratura de
a 20ºC cm³ Fusão (°C)
Ebulição
para as residências, comércio e indústria a partir (°C)
dos reservatórios de água potável. A 115 100 80 218
B 174 100 650 1120
C 74 100 – 40 115
D 100 100 0 100
Considerando os dados da tabela e as proprieda-
des da matéria, temos que:
a) à temperatura de 25ºC, os materiais A e C
estão no estado líquido.
b) massa e volume são propriedades específi-
cas de cada material.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM c) se o material B for insolúvel em D, ao reali-
QUESTÃO 01 - A adição de cloreto de sódio à zar a mistura o material deverá afundar.
água reduz o seu ponto de congelamento devi- d) se o material A for insolúvel em D, ao reali-
do ao efeito crioscópico. A presença de 23,3% zar a mistura o material D ele deverá flutuar.
de NaC ( s ) na água pode reduzir o seu ponto de e) à temperatura de 20ºC a densidade do ma-
congelamento a -21,1ºC, formando entre ambos terial C é igual a 7,4 g/dm3.
uma mistura eutética. Se cloreto de sódio sólido
for adicionado ao gelo acima dessa temperatura, QUESTÃO 03 - Para impedir a contaminação mi-
parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolu- crobiana do suprimento de água, deve-se eliminar
ção do sal adicionado. Se mais sal for adiciona- as emissões de efluentes e, quando necessário,
do, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática tratá-lo com desinfetante. O ácido hipocloroso
(HCO), produzido pela reação entre cloro e água,
comum, utilizada para remover o gelo das ruas
das cidades em que neva no inverno. O gráfico é um dos compostos mais empregados como de-
de aquecimento que melhor caracteriza a mistura sinfetante. Contudo, ele não atua somente como
citada é o representado por: oxidante, mas também como um ativo agente de
Dados: S=Sólido; L=Líquido, G=Gasoso. cloração. A presença de matéria orgânica dissol-
vida no suprimento de água clorada pode levar à
formação de clorofórmio (CHC 3 ) e outras espé-
cies orgânicas cloradas tóxicas.
a) b) SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. São
Paulo: Pearson. 2009 (adaptado).
92
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
QUESTÃO 04 - Belém é cercada por 39 ilhas, e O método de separação comumente usado para
suas populações convivem com ameaças de do- retirar o sulfato de alumínio com as impurezas
enças. O motivo, apontado por especialistas, é aderidas é a:
a poluição da água do rio, principal fonte de so- a) flotação. b) levigação.
brevivência dos ribeirinhos. A diarreia é frequente c) ventilação. d) peneiração.
nas crianças e ocorre como consequência da falta e) centrifugação
de saneamento básico, já que a população não
tem acesso à água de boa qualidade. Como não QUESTÃO 07 - Dentre os constituintes do petró-
há água potável, a alternativa é consumir a do rio. leo, há aqueles conhecidos, que são usados como
O Liberal. 8 jul. 2008. Disponível em: http://www.oliberal. combustíveis, como gasolina, querosene e diesel,
com.br. mas há muitos outros que são empregados como
matéria-prima para produção industrial de diver-
O procedimento adequado para tratar a água dos sos materiais, para as mais variadas aplicações.
rios, a fim de atenuar os problemas de saúde cau- Após sua extração, o petróleo é transportado para
sados por microrganismos a essas populações ri- refinarias, onde passa por diversos processos. No
beirinhas é a: processamento do petróleo:
a) filtração. b) cloração. a) boa parte vem de regiões de águas profun-
c) coagulação. d) fluoretação. das, mas isso não eleva o custo da explo-
e) decantação. ração.
b) a primeira etapa consiste numa destilação
QUESTÃO 05 - Em visita a uma usina sucroalco- simples, para separar o composto de me-
oleira, um grupo de alunos pôde observar a série nor ponto de ebulição, a gasolina.
de processos de beneficiamento da cana-de-açú- c) uma etapa envolve a destilação fracionada
car, entre os quais se destacam: do petróleo, na qual vários compostos são
1. A cana chega cortada da lavoura por meio de separados por ordem de ponto de ebulição.
caminhões e é despejada em mesas alimenta- d) numa etapa chamada de craqueamento,
doras que a conduzem para as moendas. Antes frações sólidas de petróleo são trituradas
de ser esmagada para a retirada do caldo açu- para serem utilizadas como fertilizante.
carado, toda a cana é transportada por esteiras e) não há riscos de contaminação, já que o
e passada por um eletroímã para a retirada de petróleo, por ser polar, é facilmente removi-
materiais metálicos. do pela água.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue
para as caldeiras, que geram vapor e energia QUESTÃO 08 - Atualmente, é comum encontrar,
para toda a usina. nas prateleiras de supermercados, alimentos de-
3. O caldo primário, resultante do esmagamen- sidratados, isto é, isentos de água em sua compo-
to, é passado por filtros e sofre tratamento para sição. O processo utilizado na desidratação dos
transformar-se em açúcar refinado e etanol. alimentos é a liofilização. A liofilização consiste em
Com base nos destaques da observação dos congelar o alimento a uma temperatura de -197°C
alunos, quais operações físicas de separação de e depois submeter o alimento congelado a pres-
materiais foram realizadas nas etapas de benefi- sões muito baixas. Na temperatura de -197°C, a
ciamento da cana-de-açúcar? água contida no alimento encontra-se no estado
a) Separação mecânica, extração, decanta- sólido e, com o abaixamento de pressão, passa
ção. diretamente para o estado de vapor, sendo então
b) Separação magnética, combustão, filtração. eliminada. No processo de liofilização:
c) Separação magnética, extração, filtração. a) a água passa por uma transformação quí-
d) Imantação, combustão, peneiração. mica, produzindo H2 e O2, que são gases.
e) Imantação, destilação, filtração. b) a água passa por um processo físico conhe-
cido como evaporação.
QUESTÃO 06 – Entre as substâncias usadas c) o alimento sofre decomposição, perdendo
para o tratamento de água está o sulfato de alu- água.
mínio que, em meio alcalino, forma partículas em d) a água sofre decomposição.
suspensão na água, às quais as impurezas pre- e) a água passa por uma transformação física
sentes no meio aderem. denominada sublimação.
93
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
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SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
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SUBSTÂNCIAS E MISTURAS
96
BIOLOGIA
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BIOLOGIA
reira protetora das proteínas armazenadas Segundo a teoria sintética da evolução, esses re-
nos músculos. sultados se devem ao fato de o inseticida:
b) as enzimas que quebram os carboidratos a) ter sofrido alteração química e perdido o seu
interrompem a ação de outras enzimas que efeito.
desnaturam proteínas. b) ter levado os insetos a adquirir resistência.
c) o nitrogênio presente nos aminoácidos das c) ter selecionado os insetos geneticamente
proteínas não pode ser inativado em pre- resistentes a ele.
sença de carboidratos. d) ser inadequado para a região.
d) a energia liberada pela quebra de carboi- e) não ser biodegradável e ter se acumulado
dratos desnatura enzimas que degradam nos insetos.
proteínas.
e) se as reservas de carboidratos estiverem QUESTÃO 09 - “Muito se tem falado sobre os
reduzidas, vias metabólicas sintetizarão gli- transgênicos e praticamente todo mundo tem al-
cose a partir de proteínas. guma opinião sobre o assunto. Mas, este tema
não pode progredir na base do ser contra ou a
QUESTÃO 07 - Pesquisadores franceses identifi- favor, porque suas implicações são muito sérias.
caram um gene chamado de RN, que, quando mu- Nenhum cientista deixa de reconhecer o poder da
tado, altera o metabolismo energético do músculo tecnologia do DNA. O problema está em algumas
de suínos, provocando um acúmulo de glicogênio de suas aplicações, implicações e incertezas. Isto
muscular, o que prejudica a qualidade da carne e envolve a natureza, a saúde humana e a econo-
a produção de presunto (Pesquisa “FAPESP”, nº. mia.” (“Revista Galileu”, Nov/2003)
54, p. 37, 2000). Sobre os OGM (organismos geneticamente modifi-
Com base nos conhecimentos sobre o glicogênio cados), é correto afirmar:
e o seu acúmulo como reserva nos vertebrados, é a) Os defensores dos OGM enumeram a capa-
correto afirmar: cidade de aumento da produtividade agríco-
a) É um tipo de glicolipídeo de reserva muscu- la, redução do uso de agrotóxicos, tornar os
lar acumulado pela ação da adrenalina. alimentos mais nutritivos e saudáveis e criar
b) É um tipo de glicoproteína de reserva mus- novos tipos de terapias e medicamentos, fa-
cular acumulado pela ação do glucagon. vorecendo toda população mundial.
c) É um polímero de frutose, presente apenas b) A bactéria Bacillus thuringiensis’(Bt) é um
em músculos de suínos. agente de controle biológico encontrado no
d) É um polímero de glicose estocado no fíga- solo, que produz uma toxina contra lagartas.
do e nos músculos pela ação da insulina. A transferência do gene Bt para as varieda-
e) É um polímero protéico estocado no fígado des de milho, algodão, fumo, batata e soja,
e nos músculos pela ação do glucagon. as torna resistentes a certos tipos de insetos,
além de mais nutritivos.
QUESTÃO 08 - Uma região infestada por mosqui- c) Vários tipos de alimentos, como grãos, leite e
tos foi tratada com inseticida durante quatro meses ovos, além de servirem para a alimentação,
consecutivos. Diariamente eram feitas contagens podem ser usados para produzir remédios,
da população desses insetos, para determinar o produtos químicos, plásticos e combustíveis,
efeito das aplicações. O resultado consta do grá- oportunizando melhores condições ambien-
fico a seguir. tais e sociais, regulamentados pelas normas
de biossegurança.
d) A poluição genética, a perda de biodiversi-
dade, o surgimento de ervas daninhas re-
sistentes a herbicidas, o aumento do uso de
agrotóxicos e a perda da fertilidade natural
do solo, são os principais riscos ambientais,
porém o uso dos OGM tornaria os pequenos
agricultores independentes em relação às
empresas fornecedoras de sementes.
e) OGM são produtos obtidos pela transferência
de gene entre espécies similares ou diferen-
tes, podendo misturar o DNA de microorga-
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BIOLOGIA
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BIOLOGIA
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BIOLOGIA
das, como malária e febre amarela, dizimaram a ros são usados pelos pintores para obter certos
população nativa em menos de um século, exi- efeitos especiais na técnica de aquarela; antiga-
gindo ajustes econômicos e sociais que levaram mente, eram usados também como esponjas de
à criação de uma sociedade multiétnica no conti- banho. Quanto às esponjas, é correto afirmar que:
nente”. a) não possuem tecidos verdadeiros e apre-
A respeito dessas doenças, ainda hoje presentes sentam apenas espículas silicosas.
no nosso país, mesmo passados mais de cinco b) possuem tecidos verdadeiros e podem apre-
séculos, podemos afirmar, sob o enfoque biológi- sentar espículas calcárias ou silicosas.
co, que são: c) não possuem tecidos verdadeiros e podem
a) causadas por insetos. apresentar espículas calcárias ou silicosas.
b) causadas por bactérias. d) não possuem tecidos verdadeiros e apre-
c) transmitidas por protistas. sentam apenas espículas calcárias.
d) transmitidas por insetos. e) possuem tecidos verdadeiros e apresentam
e) transmitidas por bactérias. apenas espículas silicosas.
101
PROJETO FOLHA DE REDAÇÃO
ENEM 2015
ALUNO(A)__________________________________________________________________________________
DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
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12
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21
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29
30
RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
preenchimento do participante.
III 1 2 3 4 5 4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.
102
GRADE CORREÇÃO
Nível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0
COMPETêNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência
103