Vous êtes sur la page 1sur 98

EQUIPE PEDAGÓGICA:

LÍNGUA PORTUGUÊS: SINVAL FARIAS | SÉRGIO ROSA


MATEMÁTICA: PEDRO EVARISTO | ROBÉRIO BACELAR | THIAGO PACÍFICO
HISTÓRIA: MÁRCIO MICHILES | ANDRÉ ROSA
GEOGRAFIA: FERNANDES
QUÍMICA: THIAGO MAGALHÃES
FÍSICA: ANDREW AQUINO
BIOLOGIA: RODRIGO MARQUES
REVISÃO: ADELAIDE OLIVEIRA
DESIGNER GRÁFICO: ADRIANO COSTA

Índice
Linguagens e Códigos
Conceitos Gerais ................................................................................................................ 08 a 17
Interpretação e Textos ....................................................................................................... 18 a 25
Redação ............................................................................................................................. 26 a 28

Matemática
Porcentagem ..................................................................................................................... 30 a 35
Unidades de Medidas ........................................................................................................ 36 a 40
Razão e Proporção ............................................................................................................. 41 a 46

Ciências Humanas
Geopolítica ........................................................................................................................ 48 a 55
História do Brasil ................................................................................................................ 56 a 64
História Geral ..................................................................................................................... 65 a 81

Ciências da Natureza
Física .................................................................................................................................. 83 a 89
Química ............................................................................................................................. 90 a 96
Biologia .............................................................................................................................. 97 a 101

Gráfica INESP - (85) 3277.3005


CONCEITOS GERAIS

Comunicar-se é interagir. Essa máxima visuais também nos indicam os papeis sociais
chega a ser óbvia, entanto é necessário enten- de cada personagem.
der que esse processo de interação não ocorre 4. Quanto à intencionalidade das falas, nota-se
apenas entre os interlocutores envolvidos no ato um tom de ironia, uma vez que no segundo
da comunicação. É preciso interagir com o mun- quadrinho a personagem Chico Bento reve-
do que nos cerca, com as possibilidades de mu- la sua real intenção ao manifestar, de forma
dança desse mundo, com as diversas formas de tão passiva e sôfrega, a pergunta do primeiro
expressar verbalmente nossa visão. Daí advém o quadrinho. Esse recurso contribui para a ge-
que podemos chamar de múltiplas linguagens ou ração do humor na tira.
múltiplas formas de expressão verbal.
Em verdade, a linguagem está em tudo. O ENEM costuma explorar a variação da lingua-
Um cheiro pode ser um tipo de linguagem. Uma gem, não apenas a verbal, mas também a não-
cor específica pode remeter a uma informação -verbal. Note um exemplo de questão que explora
nova ou um determinado modo de gesticular pode essa habilidade:
indicar intenções variadas. Contudo nosso objeto
de estudo é a linguagem verbal e os diversos me-
canismos que permeiam esse tipo de linguagem.
Percebamos a tira abaixo:

www.turmadamonica.com.br

Em qualquer atividade de análise de texto,


é necessário se levar em consideração o papel
sociocultural e comunicativo dos interlocutores
envolvidos, a intencionalidade do discurso e os
aspectos espaciais e temporais em que se produ-
ziu o texto. Além disso, no caso de uma charge ou www.turmadamonica.com.br
uma tirinha, o aspecto não-verbal, ou seja, a ima-
gem retratada, também é de grande importância Considerando a figura acima, assinale a opção
para a compreensão global do texto. correta:
Podemos analisar a tirinha acima sob vá- a) A figura não está adequada aos padrões for-
rios aspectos: mais da língua, porque apresenta fatores de
1. Quanto ao gênero, trata-se de um texto narra- variação linguística.
tivo, o que se confirma pela interação das per- b) A figura apresenta indícios de intertextuali-
sonagens por meio de falas (discurso direto). dade e dela podem ser depreendidas men-
2. Quanto à linguagem empregada, a persona- sagens tanto verbais quanto não verbais.
gem Chico Bento utiliza um registro de fala c) As expressões faciais e corporais das per-
diferente do utilizado pela professora, pois os sonagens na figura são meramente ilustra-
papéis sociais dessas figuras são diferentes. tivas e não possuem relações com o texto.
Chico Bento usa marcas linguísticas próprias d) O fato de as personagens da figura serem
de uma expressão rural, cercadas por traços conhecidas de muitas crianças brasileiras
de oralidade. Já a professora, utiliza um re- contribui para a decodificação do conteúdo
gistro formal. Essas diferenças nos registros da mensagem veiculada.
de fala dessas personagens nos remetem ao
conceito de variação linguística, do qual trata- Comentário:
remos mais à frente. a) É falsa, pois não há como, a partir do texto e
3. Quanto à análise da expressão não-verbal, o das figuras apresentadas, perceber motivos
desenho nos sugere uma sala de aula, uma de variação linguística.
figura hierarquicamente superior (a professo- b) É correta, pois existe a intertextualidade,
ra) e outra na condição de aluno. Os aspectos quando se pensa que a figura e o texto nos

8
CONCEITOS GERAIS

remetem a uma orientação de trânsito, dia- Qui bom qui a minha lingua é u purtuguêis. Quem
logando, assim, com outros textos, de cará- soubé falá, sabi iscrevê.”
ter instrucional, que nos remetam à mesma Jô Soares, revista Veja, 28 de novembro de 1990
mensagem. Além disso, a expressão facial
das personagens, os gestos e as cores co- O Fax do Nirso
laboram para a depreensão global da men- O gerente de vendas recebeu o seguinte
sagem. fax de um dos seus novos vendedores: ‘Seo Go-
c) É falsa, pois o que temos é um texto que mis o criente de Belzonte pidiu mais cuatrucenta
aglutina a expressão verbal e a não-verbal, pessa. Faz favor toma as providenssa, Abrasso,
colaborando ambas para a compreensão Nirso.’ Aproximadamente uma hora depois, re-
global da mensagem. cebeu outro: ‘Seo Gomis, os relatório di venda
d) É falsa, pois o fato de serem personagens vai xega atrazado proque to fexando umas ven-
amplamente conhecidas pode gerar empa- da. Temo que manda treis miu pessa. Amanhã tô
tia com o público, mas não é definidor para xegando. Abrasso, Nirso.’ No dia seguinte: ‘Seo
a decodificação da mensagem. Se fossem Gomis, num xeguei pucausa de que vendi maiz
quaisquer outras personagens, o leitor po- deis miu em Beraba. To indo pra Brazilha. Abras-
deria interagir com a mensagem na mesma so, Nirso.’ No outro: ‘Seo Gomis, Brazilha fexo 20
proporção. miu. Vo pra Frolinoplis e de lá pra Sum Paulo no
vinhão das cete hora. Abrasso, Nirso’. E assim foi
LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a
Gerente – Boa tarde. Em que eu posso ajudá-lo? imagem da empresa, levou ao presidente as men-
Cliente – Estou interessado em financiamento sagens que recebeu do vendedor. O presidente,
para compra de veículo. um homem muito preocupado com o desenvolvi-
Gerente – Nós dispomos de várias modalidades mento da empresa e com a cultura dos funcio-
de crédito. O senhor é nosso cliente? nários, escutou atentamente o gerente e disse:
Cliente – Sou Júlio César Fontoura, também sou - Deixa comigo, que eu tomarei as providências
funcionário do banco. necessárias. E tomou. Redigiu de próprio punho
Gerente – Julinho, é você, cara? Aqui é a Helena! um aviso e afixou no mural da empresa, junta-
Cê ta em Brasília? Pensei que você inda tivesse mente com as mensagens de fax do vendedor:
na agência de Uberlândia! Passa aqui pra gente ‘A parti de oje nois tudo vamo fazê feito o Nirso.
conversar com calma. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vendê
BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna. maiz. Acinado, O Prizidenti.’
São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado). http://recantodasletras.uol.com.br/humor/890816

Você deve ter notado que, pelo texto aci- Rui Barbosa e o Ladrão de Galinhas
ma, a fala da gerente, inicialmente formal, muda Certa vez, um ladrão foi roubar galinhas
o tom quando ela descobre que o cliente é, na justamente na casa do escritor Rui Barbosa. O la-
verdade, um funcionário do banco. Não só isso, drão pulou o muro, e cercou as galinhas. Naquele
mas o cliente faz parte do ciclo de amizades da alvoroço, Rui Barbosa acordou de seu profundo
gerente, e isso é facilmente perceptível pelo dis- sono, e se dirigiu até o galinheiro. Lá chegando,
curso informal que passa a ser empregado por viu o ladrão já com uma de suas galinhas, e disse:
ela. A linguagem é, pois, como um grande guarda- “Não é pelo bípede de bico, nem pelo valor
-roupa, repleto de possibilidades. Dependendo da intrínseco do galináceo, mas por ousares transpor
ocasião, dá-se à linguagem a roupagem adequa- os umbrais de minha residência. Se for por mera
da, adaptando-se à situação. Leiamos os textos a ignorância, perdôo-te. Mas se for para abusar de
seguir: minha alta prosopopéia, juro-te pelos tacões meta-
“Pois é. U purtuguêis é muito fáciu di bólicos de meus calçados, que dar-te-ei tamanha
aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi bordoada, que transformarei sua massa encefálica,
ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui em cinzas cadavéricas.”
dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu O ladrão todo sem graça se virou e disse:
é qui si iscrevi algumas palavras. Im portuguêis, é “-Cumé, seu Rui, posso levar a galinha ou
só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coi- não???”
sa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu http://piadasepiadas.com.br/rui-barbosa-e-o-ladrao-de-
-galinhas
espanhol qui é parecidu, si iscrevi muito diferenti.
Os conceitos linguagem formal e lingua-

9
CONCEITOS GERAIS

gem informal estão, sobretudo, associados ao Meta dentro e fora, lata absoluta
contexto social em que a fala é produzida. Par- Deixe-a simplesmente metáfora
tindo da ideia de que a linguagem é adaptável às
diversas situações comunicativas, ninguém con- A comunicação, como vimos, é um proces-
seguiria se utilizar de formalidade na linguagem so amplo, que envolve uma considerável diversi-
vinte e quatro horas por dia. Por sua vez, não é dade de linguagens, sendo a verbal apenas uma
possível empregar a informalidade na linguagem vertente desse processo. A observação apurada
em qualquer situação. Os textos acima, que li- da língua exige, pois, uma análise global dessas
dam com situações de oralidade, revelam bem linguagens. Para tanto, é preciso abandonar cer-
o quanto pode ser esquisito ou mesmo constran- tos preconceitos linguísticos.
gedor empregar uma linguagem inadequada no
momento inadequado. Se o orgüioso pudesse,
Com seu rancô desmedido,
CONCEITOS DE DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Tarvez até já tivesse
Denotação: É o uso do signo em seu sen- Êste vento repartido,
tido real. Ficando com a viração
Conotação: É o uso do signo em sentido E dando ao pobre o furacão.
figurado, simbólico. Pois sei que ele tem vontade,
Para que seja cumprida a função social da E acha mesmo que precisa
linguagem no processo de comunicação, há ne- Gozá do frescô da brisa,
cessidade de que as palavras tenham um signi- Dando ao pobre a tempestade.
ficado, ou seja, que cada palavra represente um
conceito. Essa combinação de conceito e palavra Pois o vento, o Só, a Lua,
é chamada de signo. O signo linguístico une um A chuva e a terra também,
elemento concreto, material, perceptível (um som Tudo é coisa minha e sua,
ou letras impressas) chamado significante, a um Seu dotô conhece bem.
elemento inteligível (o conceito) ou imagem men- Pra se sabê disso tudo
tal, chamado significado. Ninguém precisa de estudo.
Eu sem escrevê, nem lê,
Temos, portanto, o seguinte: Conheço desta verdade.
Signo = significante + significado. Seu dotô, tenha a bondade
Significado = idéia ou conceito (inteligível) De uvi o que vou dizê.

Gilberto Gil, na bela canção Metáfora, nos Não invejo o seu tesôro,
mostra o quanto um signo pode ampliar seu signi- Sua mala de dinhêro,
ficado. A sua prata, seu ôro,
O seu boi, o seu carnêro,
Uma lata existe para conter algo, Seu repôso, seu recreio,
Mas quando o poeta diz lata Seu bom carro de passeio,
Pode estar querendo dizer o incontível Sua casa de morá
E a sua loja surtida,
Uma meta existe para ser um alvo, O que quero nesta vida
Mas quando o poeta diz meta É terra pra trabaiá.
Pode estar querendo dizer o inatingível
Escute o que tou dizendo,
Por isso não se meta a exigir do poeta Seu dotô, seu coroné:
Que determine o conteúdo em sua lata De fome tão padecendo
Na lata do poeta tudo-nada cabe, Meus fio e minha muié.
Pois ao poeta cabe fazer Sem briga, questão, nem guerra,
Com que na lata venha caber Meça desta grande terra
O incabível Umas tarefa pra eu!
Tenha pena do agregado,
Deixe a meta do poeta, não discuta, Não me dêxe deserdado
Deixe a sua meta fora da disputa Daquilo que Deus me deu!

10
CONCEITOS GERAIS

Fragmento do poema “A terra é natura”. In: Cor- de sua progenitora.


déis e outros poemas. Patativa do Assaré. É notória a capacidade de expressão ver-
bal do policial, entretanto ele esquece que o ob-
Como avaliar a linguagem empregada no jetivo maior de qualquer ato de comunicação é
poema de Patativa do Assaré? Seria possível jul- passar a mensagem de modo que o interlocutor
gar esse texto apenas em uma perspectiva for- possa compreender. Vejamos a situação:
mal, pinçando dele pretextos para falar sobre “er- Um programa de tevê, portanto de grande
ros” ortográficos ou gramaticais? alcance.
Certamente um bom leitor, que entende Um programa policial, logo de grande ape-
que a linguagem vai muito além de simples instru- lo nas diversas camadas sociais.
mentos gramaticais ou ortográficos, compreende- Uma linguagem polida demais, essencial-
rá o valor desse poema pelo seu contexto socio- mente formal, com termos de uso pouco comum.
cultural e pela intencionalidade a que se propõe. Junte esses ingredientes e, voilá, temos
Assim, ao avaliar o poema, algumas perguntas uma falha na comunicação. Tente pensar em
nos vêm à mente: quantos telespectadores, salvo aqueles que esti-
vessem com um dicionário próximo, conseguiram
1. Qual a intenção comunicativa desse texto? entender o que o policial disse. Para simplificar o
É possível notar que o enunciador é um texto e se adaptar à situação de comunicação, o
trabalhador rural, um homem do campo, que, por policial poderia ter dito:
meio de comparações e metáforas muito bem Nós perseguimos o ladrão, que entrou na
arregimentadas, expõe sua indignação pelo fato casa da mãe.
de o interlocutor (Seu dotô, seu coroné) ser um Agora, o que dizer de uma placa como
latifundiário indiferente à necessidade de terra do esta:
agricultor mais simples.

2. Com que tipo de texto estamos lidando?


Trata-se de uma composição poética, cuja
intenção é reivindicar a democratização da terra.

3. Por que se emprega esse tipo de linguagem?


Ora, se quem se expressa no texto é um
trabalhador rural, nada melhor do que empregar
uma linguagem que exponha a oralidade própria
dessa personagem. Além disso, por meio da lin-
guagem empregada, é possível refletir sobre al-
guns pontos importantes quanto à condição social
do enunciador. É difícil não achar engraçado, não é mes-
mo? Mas, deixando a graça de lado, o que leva
4. E não seria uma linguagem errada? alguém a escrever dessa forma. Burrice? Espero
É preciso ter muito cuidado na hora de que ninguém pense assim. É bom que se reflita
empregar conceitos de certo e errado, em qual- sobre as condições sociais, econômicas ou re-
quer situação da vida, principalmente no que diz gionais que cercam esse texto. Entenda que nem
respeito ao estudo de uma língua. Pensando as- todo mundo tem acesso a uma educação de qua-
sim, é bem melhor utilizar os conceitos de ade- lidade, o que, naturalmente, impede muita gente
quado e inadequado. A linguagem empregada no de ter acesso ao padrão formal da língua. Mas
poema é perfeitamente adequada à situação de isso não significa que estejam impossibilitados de
comunicação que envolve o texto e contribui para se comunicar, afinal, temos certeza de que você
o tom denunciativo do poema. compreendeu muito bem a mensagem repassada
Certa feita, em um programa policial de na placa. Ler essa placa simplesmente na inten-
grande audiência, um policial lançou mão do se- ção de fazer gozação sobre “erros” contidos nela
guinte discurso, ao ser indagado por uma repór- é, no mínimo, manifestar uma visão excludente.
ter: Daí advém o preconceito linguístico. Talvez o pro-
Nós empreendemos uma perseguição ao blema maior do texto da placa seja o erro social
meliante, quando o mesmo adentrou a residência que existe por trás dele.

11
CONCEITOS GERAIS

O SISTEMA DE COMUNICAÇÃO: linguístico é bem diferente do código linguístico


Nas situações de comunicação, alguns russo, o que dificulta bastante a interação com o
elementos são sempre identificados. Isto é, sem texto exposto.
eles, pode-se dizer que não há comunicação. É o Vejamos um próximo texto:
que diz a teoria da comunicação. João Carlos vivia em uma pequena casa
Os elementos da comunicação são: construída no alto de uma colina, cuja frente dava
1. Emissor ou destinador: Alguém que emite a para leste. Desde o pé da colina se espalhava em
mensagem. Pode ser uma pessoa, um grupo, todas as direções, até o horizonte, uma planície
uma empresa, uma instituição. coberta de areia. Na noite em que completava 30
2. Receptor ou destinatário: A quem se desti- anos, João, sentado nos degraus da escada co-
na a mensagem. Pode ser uma pessoa, um locada à frente de sua casa, olhava o sol poente
grupo ou mesmo um animal, como um cão, e observava como a sua sombra ia diminuindo no
por exemplo. caminho coberto de grama. De repente, viu um
3. Código: A maneira pela qual a mensagem cavalo que descia para a sua casa. As árvores e
se organiza. O código é formado por um con- as folhagens não o permitiam ver distintamente;
junto de sinais, organizados de acordo com entretanto observou que o cavalo era manco. Ao
determinadas regras, em que cada um dos olhar de mais perto verificou que o visitante era o
elementos tem significado em relação com seu filho Guilherme, que há 20 anos tinha partido
os demais. Pode ser a língua, oral ou escrita, para alistar-se no exército, e, em todo este tempo,
gestos, código Morse, sons, etc... O código não havia dado sinal de vida. Guilherme, ao ver
deve ser de conhecimento de ambos os en- seu pai, desmontou imediatamente, correu até
volvidos: emissor e destinatário. ele, lançando-se nos seus braços e começando a
4. Canal de comunicação: Meio físico ou virtu- chorar.
al, que assegura a circulação da mensagem, Vício na fala
por exemplo, ondas sonoras, no caso da voz. Para dizerem milho dizem mio
O canal deve garantir o contato entre emissor Para melhor dizem mió
e receptor. Para pior pió
5. Mensagem: É o objeto da comunicação, é Para telha teia
constituída pelo conteúdo das informações Para telhado teiado
transmitidas. E vão fazendo telhados.
6. Referente: O contexto, a situação aos quais Oswald de Andrade
a mensagem se refere. O contexto pode se
constituir na situação, nas circunstâncias de A língua é linguagem, na forma mais ple-
espaço e tempo em que se encontra o des- na de possibilidades de comunicação entre os
tinador da mensagem. Pode também dizer homens. No que se refere à linguagem e à lín-
respeito aos aspectos do mundo textual da gua, ou linguagem verbal, muitas pesquisas têm
mensagem. sido feitas, desde tempos longínquos. Mas, ao
Agora veja o texto abaixo, que está em mesmo tempo, ainda persiste a necessidade de
russo, e tente interagir com ele: reflexões, para melhor compreensão do conheci-
mento já estruturado, bem como para indagá-lo.
O texto de Oswald de Andrade atesta essa consi-
deração. Os homens que falam “mio”, “mió”, “pió”,
“teia”, “teiado” constroem os telhados, e os que
usam o padrão oficial da língua provavelmente
não conseguiram construí-los. Se constroem os
telhados aqueles que dizem “teiado”, qual o pro-
blema com esta forma? Se a língua utilizada pelo
falante pode ser compreendida enquanto men-
Entender esse texto é um tanto difícil para sagem, por que não se aceita com tranqüilidade
quem não fala russo. Há certamente um emissor, esta forma de falar?
um receptor, uma mensagem, um contexto (refe- É possível perceber que o problema não
rente), um canal (uma vez que esse texto deve ter está na escolha de “teiado”, mas na diferença que
sido veiculado por algum meio físico ou virtual). existe entre os que enunciam as duas formas da
O que nos complica é o código. O nosso código mesma palavra. São diferentes, já a partir da lín-

12
CONCEITO GERAIS

gua utilizada por eles, e tem prestígio social o que Mais prazer encontro eu lá;
enuncia a forma “telhado”, em detrimento dos que Minha terra tem palmeiras,
usam “teiado”. Onde canta o Sabiá.

A INTERTEXTUALIDADE Minha terra tem primores,


É um “diálogo” estabelecido entre textos. Que tais não encontro eu cá;
Na Literatura, a intertextualidade é uma constante, Em cismar - sozinho, à noite -
mas é possível ampliar esse conceito para outras Mais prazer encontro eu lá;
esferas da arte e da comunicação humanas. Veja
a relação que se estabelece entre a propaganda Minha tem palmeiras,
de um conhecido produto de limpeza e o famoso Onde canta o Sabiá.
quadro de Leonardo da Vinci, a Monalisa. Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores


Que não encontro por cá;
Sem qu¹inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Agora veja como outros autores parodia-


ram esse texto:

Mário Quintana
Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.

Oswald de Andrade
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte pra São Paulo
Sem que veja a Rua 15
E o progresso de São Paulo.

As atividades intertextuais podem se dar Murilo Mendes


por meio de variados mecanismos, como, por Minha tem macieiras da Califórnia
exemplo, a PARÓDIA. Onde cantam gaturamos de Veneza
As paródias são formas de apropriação (...)
que, em lugar de endossar o modelo retomado, Ai quem me dera chupar uma carambola de
rompe com ele, sutil ou abertamente. O poema a verdade
seguir é bem conhecido. Trata-se da Canção do E ouvir um sabiá com certidão de idade!
Exílio, de Gonçalves Dias.
Casimiro de Abreu
Minha terra tem palmeiras Eu nasci além dos mares:
Onde canta o Sabiá; Os meus lares,
As aves, que aqui gorjeiam, Meus amores ficam lá!
Não gorjeiam como lá. - Onde canta nos retiros
Seus suspiros,
Nosso céu tem mais estrelas, Suspiros o sabiá!
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida, Tom Jobim e Chico Buarque
Nossas vidas mais amores. Vou voltar, sei que ainda
Vou voltar para o meu lugar
Em cismar, sozinho à noite, Foi lá e ainda lá

13
CONCEITOS GERAIS

Que eu hei de ouvir cantar de estereotipação. Por exemplo, você pode ima-
Uma sabiá, cantar uma sabiá. ginar um jogador de futebol dizendo “estereotipa-
ção” ? E, no entanto, por que não?
Carlos Drummond de Andrade - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
Um sabiá -Minha saudação aos aficionados do clu-
Na palmeira, longe. be e aos demais esportistas, aqui presentes ou no
Estas aves cantam recesso dos seus lares.
Um outro canto - Como é?
(...) - Aí, galera.
Só, na noite, - Quais são as instruções do técnico?
Seria feliz: - Nosso treinador vaticinou que, com um
Um sabiá trabalho de contenção coordenada, com energia
Na palmeira, longe. otimizada, na zona de preparação, aumentam as
probabilidades de, recuperado o esférico, conca-
PARÁFRASES tenarmos um contragolpe agudo com parcimônia
A paráfrase é a reprodução do texto de de meios e extrema objetividade, valendo-nos da
outrem com as palavras do autor. Ela não se con- desestruturação momentânea do sistema oposto,
funde com o plágio porque seu autor explicita a surpreendido pela reversão inesperada do fluxo
intenção, deixa clara a fonte. Veja um exemplo de da ação.
paráfrase: - Ahn?
“Democracia é quando eu mando em você, di- - É pra dividir no meio e ir pra cima pra
tadura é quando você manda em mim”, Millôr pegá eles sem calça.
Fernandes. (Isso é uma citação.) - Certo. Você quer dizer mais alguma coi-
Como já disse Millôr Fernandes, democracia sa?
tem um conceito bem relativo, depende do lugar - Posso dirigir uma mensagem de caráter
onde a pessoa esteja. Se ela estiver no coman- sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível
do, há democracia; se ela for comandada, então e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por ra-
só existe a ditadura. (Isso é uma paráfrase da zões, inclusive, genéticas?
citação acima.) - Pode.
- Uma saudação para a minha progenito-
COMO FAZER UMA PARÁFRASE? ra.
Inicialmente o leitor deverá fazer uma lei- - Como é?
tura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar - Alô, mamãe!
e/ou esclarecer o tema central do texto apresen- - Estou vendo que você é um, um...
tado, acrescentando aspectos relevantes de uma - Um jogador que confunde o entrevista-
opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem dor, pois não corresponde à expectativa de que o
fundamentadas. Portanto, a paráfrase repousa atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade
sobre o texto-base, condensando-o de maneira de expressão e assim sabota a estereotipação?
direta e imperativa. Consiste em um excelente - Estereoquê?
exercício de redação, uma vez que desenvolve o - Um chato?
poder de síntese, clareza e precisão vocabular. - Isso.
Correio Braziliense, 13/05/1998.

MOMENTO ENEM:
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Para falar e escrever bem, é preciso, além
QUESTÃO 01 - (ENEM - 98) - O texto retrata duas
de conhecer o padrão formal da Língua Portugue-
situações relacionadas que fogem à expectativa
sa, saber adequar o uso da linguagem ao con-
do público. São elas:
texto discursivo. Para exemplificar este fato, seu
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no
professor de Língua Portuguesa convida-o a ler o
início da entrevista, e a saudação final diri-
texto Aí, Galera, de Luís Fernando Veríssimo. No
gida à sua mãe.
texto, o autor brinca com situações de discurso
b) a linguagem muito formal do jogador, ina-
oral que fogem à expectativa do ouvinte.
dequada à situação da entrevista, e um jo-
gador que fala, com desenvoltura, de modo
Aí, Galera
muito rebuscado.
Jogadores de futebol podem ser vítimas

14
CONCEITOS GERAIS

c) o uso da expressão “galera”, por parte do avexe não... (outra pausa) Se num quiser nem
entrevistador, e da expressão “progenitora” precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai pas-
, por parte do jogador. sando a grana, bem devagarinho... (pausa para
d) o desconhecimento, por parte do entrevis- pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas
tador, da palavra “estereotipação” , e a fala é pra não ficar muito pesado. Não esquenta, meu
do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra irmãozinho. (pausa) Vou deixar teus documentos
cima pra pegá eles sem calça” . na encruzilhada.
e) o fato de os jogadores de futebol serem víti-
mas de estereotipação e o jogador entrevis- Assaltante Mineiro
tado não corresponder ao estereótipo. Ô, sô, prestenção: Issé um assarto, uai.
Levantus braço e fica ketim quié mió procê. Esse
QUESTÃO 02 - (ENEM - 98) - O texto mostra uma trem na minha mão tá cheim de bala...Mió passá
situação em que a linguagem usada é inadequa- logo os trocados que eu num tô bão hoje. Vai an-
da ao contexto. Considerando as diferenças entre dando, uai! Tá esperando o quê, sô?!
língua oral e língua escrita, assinale a opção que
representa também uma inadequação da lingua- Assaltante Carioca
gem usada ao contexto: Aí, perdeu, mermão. Seguiiiinnte, bicho: tu
a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra te fu. Isso é um assalto. Passa a grana e levanta
vê direito” - um pedestre que assistiu ao aci- os braços, rapá. Não fica de caô que eu te passo
dente comenta com o outro que vai passan- o cerol... Vai andando e, se olhar pra trás, vira
do. presunto.
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” - um
jovem que fala para um amigo. Assaltante Paulista
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de Pô, meu... Isso é um assalto, meu. Alevan-
fazer uma observação” - alguém comenta ta os braços, meu. Passa a grana logo, meu. Mais
em uma reunião de trabalho. rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilhete-
d) “Venho manifestar meu interesse em candi- ria aberta pra comprar o ingresso no Pacaembu,
datar-me ao cargo de Secretária Executiva meu. Pô, se manda, meu.
desta conceituada empresa” - alguém que
escreve uma carta candidatando-se a um Assaltante Gaúcho
emprego. Ô, guri, fica atento. Bah, isso é um assalto.
e) “Porque se a gente não resolve as coisas Levanta os braços e te aquieta, tchê! Não tentes
como têm que ser, a gente corre o risco de nada e cuidado que esse facão corta uma barba-
termos, num futuro próximo, muito pouca ridade, tchê. Passa as pilas prá cá! E te manda a
comida nos lares brasileiros” - um professor la cria, senão o quarenta e quatro fala.
universitário em um congresso internacio-
nal. Assaltante de Brasília
Querido povo brasileiro, estou aqui no ho-
QUESTÃO 03 - (ENEM - 98) - A expressão “pegá rário nobre da TV para dizer que, no final do mês,
eles sem calça” poderia ser substituída, sem com- aumentaremos as seguintes tarifas: Energia,
prometimento de sentido, em língua culta, formal, Água, Gás, Passagem de ônibus, Imposto de ren-
por: da, Licenciamento de veículos, Seguro obrigató-
a) pegá-los na mentira. rio, Gasolina, Álcool, IPTU, IPVA, IPI, ICMS, PIS,
b) pegá-los desprevenidos. Cofins…
c) pegá-los em flagrante.
d) pegá-los rapidamente. QUESTÃO 04 - (ENEM - SIMULADO) - A lingua-
e) pegá-los momentaneamente gem que cada um dos cinco primeiros assaltantes
Com pequenas alterações, o texto a seguir tem empregou revela:
circulado pela Internet. Leia-o para responder ao a) que as diferenças entre os registros lin-
que se pede: guísticos típicos de cada região do país se
resumem à questão do sotaque.
Assaltante Baiano b) que a seleção lexical é uma pista relevante
Ô, meu rei... (pausa) Isso é um assalto... para reconhecer as características de cada
(longa pausa) Levanta os braços, mas não se variante regional que há no Brasil.

15
CONCEITOS GERAIS

c) que somente o assaltante paulista não se açougue é talho. Trem é comboio. E torcida é cla-
vale de um vocativo para referir-se à sua que. Que pimbolim é matraquilhos.
vítima. (Revista Língua, fevereiro de 2009, p. 38.)
d) que, na Bahia, respeita-se mais o padrão
Scolari menciona diferenças entre o português do
culto da língua, uma vez que o assaltante
Brasil e o de Portugal no que se refere a:
baiano não comete erros de ortografia.
a) ortografia. b) pronúncia.
e) que Minas Gerais é o estado brasileiro em
c) vocabulário. d) acentuação.
que há menos preocupação das pessoas
e) gramática.
em valorizar a norma culta do idioma.
Diante de uma tabuleta escrita colégio é provável
Texto I
que um pernambucano, lendo-a em voz alta, diga
No meio do caminho tinha uma pedra
còlégio, que um carioca diga culégio, que um pau-
tinha uma pedra no meio do caminho
listano diga côlégio. E agora? Quem está certo?
tinha uma pedra
Ora, todos estão igualmente certos. O que acon-
no meio do caminho tinha uma pedra
tece é que em todas as línguas existe um fenôme-
[...] ANDRADE, C. D. Reunião. Rio de Janeiro: José Olym- no chamado variação, isto é, nenhuma língua é
pio, 1971 (fragmento). falada do mesmo jeito em todos os lugares, assim
Texto II como nem todas as pessoas falam a própria lín-
As lavadeiras de Mossoró, cada uma tem sua pe- gua de modo idêntico.
dra no rio: cada pedra é herança de família, pas- (Marcos Bagno, Preconceito Linguístico, p.52)
sando de mãe a filha, de filha a neta, como vão
QUESTÃO 07 - (ENEM - SIMULADO) - Após a
passando as águas no tempo [...]. A lavadeira e a
leitura do texto, assinale a alternativa que não
pedra formam um ente especial, que se divide e
considera a variação como um fenômeno natural.
se reúne ao sabor do trabalho. Se a mulher en-
a) “Essas crenças sobre a superioridade de
toa uma canção, percebe-se que a nova pedra a
uma variante ou falar sobre os demais é um
acompanha em surdina...
dos mitos que se arraigam na cultura bra-
[...] ANDRADE, C. D. Contos sem propósito. Rio de Janeiro:
sileira. Toda variedade regional ou fa lar é,
Jornal do Brasil, Caderno B, 17/7/1979 (fragmento).
antes de tudo, um instrumento identitário,
isto é, um recurso que confere identidade a
QUESTÃO 05 - (ENEM - 2009) - Com base na
um grupo social.” (Stella Maris Bortoni-Ricardo,
leitura dos textos, é possível estabelecer uma re-
Educação em Língua Materna, p. 33)
lação entre forma e conteúdo da palavra “pedra”,
b) “Podemos flagrar variação em todos os ní-
por meio da qual se observa:
veis de língua. Por exemplo, no nível lexi-
a) o emprego, em ambos os textos, do sentido
cal, poderíamos citar conhecidas oposições
conotativo da palavra “pedra”.
de forma: ‘jerimum’ (Bahia) e ‘abóbora’ (Rio
b) a identidade de significação, já que nos dois
de Janeiro). No nível gramatical, vimos a
textos, “pedra” significa empecilho.
variação ‘elas brincam/brinca’.”(Mário Eduardo
c) a personificação de “pedra” que, em ambos
Martelotta, Manual de Linguística, p.145)
os textos, adquire características animadas.
c) “As variedades linguísticas são as variações
d) o predomínio, no primeiro texto, do sentido
que uma língua apresenta, de acordo com
denotativo de “pedra” como matéria mineral
as condições sociais, culturais, regionais e
sólida e dura.
históricas em que é utilizada.”(Revista Conhe-
e) a utilização, no segundo texto, do significa-
cimento Prático de Língua Portuguesa, edição 16, p.
do de “pedra” como dificuldade materializa-
57)
da por um objeto.
d) “Fiat lux. E a luz se fez. Clareou este mun-
dão cheinho de jecas-tatus. (...) Falamos o
QUESTÃO 06 - (ENEM - SIMULADO) - Na época
caipirês. Sem nenhum compromisso com a
em que foi técnico da seleção portuguesa de fute-
gramática portuguesa. Vale tudo: eu era, tu
bol, Luiz Felipe Scolari participou da propaganda
era, nós era, eles era.” (Dad Squarisi, Correio
de um banco lusitano. Sua fala era a seguinte:
Braziliense, 22/6/1996)
Quem sai do seu país, como eu e você,
e) “Existe muito preconceito decorrente do va-
tem de adaptar-se a muitas coisas novas. Incluin-
lor atribuído às variedades padrão e ao es-
do a língua. Eu tive de aprender que aeromoça é
tigma associado às variedades não padrão,
hospedeira, que cadarço é atacador. Aprendi que
consideradas inferiores ou erradas pela

16
CONCEITOS GERAIS

gramática.”(Parâmetros Curriculares Nacionais, Texto 2


Língua Portuguesa, p.31) Sonho Impossível
A escrita é uma das formas de expressão que as
pessoas utilizam para comunicar algo e tem vá- Sonhar
rias finalidades: informar, entreter, convencer, di- Mais um sonho impossível
vulgar, descrever. Assim, o conhecimento acerca Lutar
das variedades lingüísticas sociais, regionais e de Quando é fácil ceder
registro torna-se necessário para que se use a lín- Vencer o inimigo invencível
gua nas mais diversas situações comunicativas. Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
QUESTÃO 08 - (ENEM - 2009) - Considerando as Romper a incabível prisão
informações acima, imagine que você está à pro- Voar num limite improvável
cura de um emprego e encontrou duas empresas Tocar o inacessível chão
que precisam de novos funcionários. Uma delas É minha lei, é minha questão
exige uma carta de solicitação de emprego. Ao Virar esse mundo
redigi-la, você: Cravar esse chão
a) fará uso da linguagem metafórica. Não me importa saber
b) apresentará elementos não verbais. Se é terrível demais
c) utilizará o registro informal. Quantas guerras terei que vencer
d) evidenciará a norma padrão. Por um pouco de paz
e ) fará uso de gírias. E amanhã se esse chão que eu beijei
For meu leito e perdão
Iscute o que tô dizendo, Vou saber que valeu delirar
Seu dotô, seu coroné: E morrer de paixão
De fome tão padecendo E assim, seja lá como for
Meus fio e minha muié. Vai ter fim a infinita aflição
Sem briga, questão nem guerra, E o mundo vai ver uma flor
Meça desta grande terra Brotar do impossível chão.
Umas tarefa pra eu! (J. Darione - M. Leigh - Versão de Chico Buarque de Hollan-
Tenha pena do agregado da e Ruy Guerra, 1972.)
Não me dêxe deserdado
PATATIVA DO ASSARÉ. A terra é naturá. In: Cordéis e ou- QUESTÃO 10 - (ENEM - 2005) - A tirinha e a can-
tros poemas. Fortaleza: UFC-CE, 2008 (fragmento). ção apresentam uma reflexão sobre o futuro da
humanidade. É correto concluir que os dois textos
QUSTÃO 09 - (ENEM - 2009) - A partir da análise a) afirmam que o homem é capaz de alcançar
da linguagem utilizada no poema, infere-se que o a paz.
eu lírico revela-se como falante de uma variedade b) concordam que o desarmamento é inatin-
linguística específica. Esse falante, em seu grupo gível.
social, é identificado como um falante c) julgam que o sonho é um desafio invencível.
a) escolarizado proveniente de uma metrópole. d) têm visões diferentes sobre um possível
b) sertanejo morador de uma área rural. mundo melhor.
c) idoso que habita uma comunidade urbana. e) transmitem uma mensagem de otimismo so-
d) escolarizado que habita uma comunidade bre a paz.
do interior do país.
e) estrangeiro que imigrou para uma comuni-
dade do sul do país.

Texto 1 GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B E B B A C D D B D

(QUINO. O mundo da Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 3)

17
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

LINGUAGEM DENOTATIVA X LINGUAGEM palavras dentro da frase.


CONTATIVA
DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO Vejamos uns exemplos:
Menino vê incêndio do prédio.
palavra com significa- palavra com significa-
Eu li a notícia sobre a greve na faculdade.
ção restrita ção ampla
Garoto leva gravata do próprio irmão e vai parar
palavra cujos sentidos no hospital.
palavra com sentido
extrapolam o sentido
comum do dicionário
comum POLISSEMIA E AMBIGUIDADE
palavra usada de palavra usada de Um enunciado pode apresentar mais de
modo automatizado modo criativo um sentido acarretando, dessa forma, várias in-
linguagem rica e ex- terpretações. A múltipla possibilidade de leitura
linguagem comum pode ser usada intencionalmente pelo enuncia-
pressiva
dor, porém uma leitura atenta, normalmente, eli-
mina a maioria dos problemas de ambiguidade no
SITUAÇÃO COMUNICATIVA: - LINGUAGEM texto.
FORMAL X LINGUAGEM INFORMAL Ex.: RUFFLES – A BATATA DA ONDA
A capacidade de adequar o discurso às Para dar credibilidade à veiculação e ao
situações concretas representa uma das caracte- produto, podemos depreender dois sentidos da
rísticas essenciais da competência comunicativa palavra onda: a sua forma ondulada e estar na
de qualquer falante. moda.
Na linguagem formal, sobretudo escrita, Em síntese, ambiguidade é a indetermina-
pratica-se o registro cuidado, linguagem de pres- ção de sentido.
tígio. Pode ser:
Trata-se de uma linguagem que pode ca- Estrutural - pela posição de determinada
racterizar-se: palavra ou expressão em um enunciado.
 pelo rigor sintático Por exemplo: “O computador tornou-se
 pela riqueza do vocabulário de tipo erudito um aliado do homem, mas esse nem sempre re-
 pelo uso de formas de tratamento adequa- aliza todas as suas tarefas.” (as palavras “esse”
das ao contexto. e “suas” podem referir-se tanto a “computador”
Associado à realização de quanto a “homem”).
 Conferências, Lexical - Quando a palavra assume duas
 Discursos políticos, formas diferentes, como é o caso da polissemia
 Entrevista de emprego, ou da homonímia.
 Apresentação de um seminário, A polissemia é a pluralidade significativa
 Discurso praticado em solenidades. de um mesmo significante, isto é, a capacidade
que o próprio vocábulo possui de assumir várias
A linguagem informal é aquela que os significações, somente definidas dentro de um
falantes usam entre amigos e familiares, em que determinado contexto. Por exemplo:
a preocupação com a correção linguística é me- “No meio do caminho tinha uma pedra”
nor e o vocabulário utilizado é simples, incluindo (Carlos Drummond de Andrade)
frequentemente palavras e expressões familiares, PEDRA = fragmento mineral ou problema,
bem como o calão. contratempo.
Tal fato nos leva a crer que numa men-
sagem enviada pelo celular, até aqueles bastante INTERTEXTUALIDADE
utilizados pelos interlocutores situados no espaço Referência explícita ou implícita de um
virtual. texto em outro.
É o “a quem se vai dizer” que condiciona o Também pode ocorrer com outras formas
“o quê/como se vai dizer”. além do texto, música, pintura, filme, novela etc.
Toda vez que uma obra fizer ALUSÃO à
AMBIGUIDADE E IRONIA outra ocorre a intertextualidade.
A função da ambiguidade é sugerir sig-
nificados diversos para uma mesma mensagem, PARÁFRASE
decorrente muitas vezes, da má colocação das Na paráfrase as palavras são mudadas,

18
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

porém a ideia do texto original é confirmada pelo mitivo que foi substituído pela crítica à escravidão
novo texto. existente no Brasil.
É dizer com outras palavras o que já foi dito.
TIPOLOGIAS TEXTUAIS
Texto Original A NARRAÇÃO consiste em arranjar uma
Minha terra tem palmeiras sequência de fatos na qual os personagens se
Onde canta o sabiá, movimentam num determinado espaço à medida
As aves que aqui gorjeiam que o tempo passa.
Não gorjeiam como lá. O texto narrativo é baseado na ação que
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”) envolve personagens, tempo, espaço e conflito.

PARÁFRASE DIVERSOS TIPOS DE NARRATIVA


Meus olhos brasileiros se fecham saudosos ROMANCE: É uma narrativa sobre um
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. acontecimento ficcional no qual são representa-
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? dos aspectos da vida pessoal, familiar ou social
Eu tão esquecido de minha terra... de uma ou várias personagens.
Ai terra que tem palmeiras Gira em torno de vários conflitos, sendo
Onde canta o sabiá! um principal e os demais secundários, formando
(Carlos Drummond de Andrade) assim o enredo.
CONTO: É uma narrativa mais curta, den-
O poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o sa, com poucos personagens, e apresenta um só
texto primitivo conservando suas ideias, não há conflito, sendo que o espaço e o tempo também
mudança do sentido principal do texto que é a são reduzidos.
saudade da terra natal. Geralmente em prosa, que conta situa-
ções rotineiras, anedotas e até folclores.
PARÓDIA Inicialmente, fazia parte da literatura oral.
A paródia é uma forma de contestar ou Diversos tipos do gênero textual conto
ridicularizar outros textos; ruptura com as ideolo- surgiram na tipologia textual narrativa:
gias impostas. conto de fadas, que envolve personagens do
Estimula-se uma reflexão crítica de ver- mundo da fantasia;
dades incontestadas anteriormente, com esse contos de aventura, que envolvem persona-
processo há uma indagação sobre os dogmas es- gens em um contexto mais próximo da re-
tabelecidos e uma busca pela verdade real, con- alidade;
cebida através do raciocínio e da crítica. contos folclóricos (conto popular);
contos de terror ou assombração, que se de-
TEXTO ORIGINAL senrolam em um contexto sombrio e objeti-
Minha terra tem palmeiras vam causar medo no expectador;
Onde canta o sabiá, contos de mistério, que envolvem o suspense
As aves que aqui gorjeiam e a solução de um mistério.
Não gorjeiam como lá. CRÔNICA: Também fazendo parte do
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
gênero literário, a é um texto mais informal que
trabalha aspectos da vida cotidiana, muitas vezes
PARÓDIA num tom muito “sutil”.
Minha terra tem palmares Narrativa breve, com linguagem coloquial.
onde gorjeia o mar Pode ter um tom humorístico ou um toque
os passarinhos daqui de crítica indireta, especialmente, quando apare-
não cantam como os de lá. ce em seção ou artigo de jornal, revistas e progra-
(Oswald de Andrade)
mas da TV...
FÁBULA: Geralmente composta por per-
O nome Palmares, escrito com letra mi-
sonagens representados na figura de animais, é
núscula, substitui a palavra palmeiras, há um con-
de caráter pedagógico, pois transmite noções de
texto histórico, social e racial neste texto, Palma-
cunho moral e ético.
res é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado
Quando são representadas por persona-
em 1695, há uma inversão do sentido do texto pri-
gens inanimados, recebe o nome de APÓLOGO,

19
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

mas a intenção é a mesma da fábula. COMPARAÇÃO (SÍMILE)


DESCRIÇÃO Consiste em atribuir características de um
Um texto em que se faz um retrato por es- ser a outro, em virtude de uma determinada se-
crito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um melhança.
objeto. Exemplo:
A classe de palavras mais utilizada nessa O meu coração está triste que nem um
produção é o adjetivo. céu cinzento.
Pode-se até descrever sensações ou sen- O carro dele é rápido como um avião.
timentos. METONÍMIA
É um tipo textual que se agrega facilmen- É a substituição de uma palavra por outra,
te aos outros tipos em diversos gêneros textuais. quando existe uma relação lógica, uma proximi-
Tem predominância em gêneros como: cardápio, dade de sentidos que permite essa troca. Ocorre
folheto turístico, anúncio classificado. metonímia quando empregamos:
DISSERTAÇÃO - O autor pela obra.
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou Exemplo: Li Jô Soares dezenas de vezes. (a
explicar um assunto, discorrer sobre ele. obra de Jô Soares)
DISSERTAÇÃO-EXPOSITIVA - o continente pelo conteúdo.
Apresenta um saber já construído e legiti- Exemplo: O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio
mado, ou um saber teórico. está substituindo os torcedores)
Apresenta informações sobre assuntos, - a parte pelo todo.
expõe, reflete, explica e avalia ideias de modo ob- Exemplo: Vários brasileiros vivem sem teto, ao
jetivo. relento. (teto substitui casa)
Ex: aula, resumo, textos científicos, enci- - o efeito pela causa.
clopédia, textos expositivos de revistas e jornais. Exemplo: Suou muito para conseguir a casa pró-
DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA pria. (suor substitui o trabalho)
Um texto dissertativo-argumentativo faz a - o continente pelo conteúdo.
defesa de ideias ou um ponto de vista do autor. Exemplo: O ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio
Além de explicar, também persuade o in- está substituindo os torcedores)
terlocutor, objetivando convencê-lo de algo. - a parte pelo todo.
Caracteriza-se pela progressão lógica de Exemplo: Vários brasileiros vivem sem teto, ao
ideias. relento. (teto substitui casa)
Utiliza linguagem denotativa. - o efeito pela causa.
Predomina em: sermão, ensaio, monogra- Exemplo: Suou muito para conseguir a casa pró-
fia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, pria. (suor substitui o trabalho)
editorial de jornais e revistas. HIPÉRBOLE
É um exagero intencional com a finalidade
ESTUDOS SOBRE FIGURAS DE LINGUAGEM de tornar mais expressiva a ideia.
METÁFORA Exemplo:
É o emprego de uma palavra com o signi- Ela chorou rios de lágrimas.
ficado de outra em vista de uma relação de seme- Muitas pessoas morriam de medo da per-
lhanças entre ambas. na cabeluda.
É uma comparação subentendida. PROSOPOPEIA
Exemplo: É uma figura de linguagem que atribui ca-
Minha boca é um túmulo. racterísticas humanas a seres inanimados. Tam-
Esta rua é um verdadeiro deserto. bém podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.
A semelhança resultante da intersecção Exemplo:
das duas ideias é a metáfora. O céu está mostrando sua face mais bela.
“Seus dentes são um colar de pérolas.” O cão mostrou grande sisudez.
(os dentes são tão alvos e/ou preciosos como um SINESTESIA
colar de pérolas.) Consiste na fusão de impressões senso-
“Lábios de rubi” (lábios tão vermelhos riais diferentes.
quanto o rubi) Exemplo:
A vida é um navio Raquel tem um olhar frio, desesperador.
Doido, a querer partir... (Emiliano Perneta) Aquela criança tem um olhar tão doce.

20
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

EUFEMISMO I. Tenho de entregar a carga de coco de seu


Consiste em suavizar palavras ou expres- Moreira, volto logo, por conseguinte;
sões que são desagradáveis. II. Tenho de entregar a carga de coco de seu
Exemplo: Moreira, porém volto logo;
Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (re- III. Tenho de entregar a carga de coco de seu
pousar no céu = morrer). Os homens públicos en- Moreira, no entanto volto logo;
vergonham o povo. (homens públicos = políticos) IV. Tenho de entregar a carga de coco de seu
Moreira, volto, pois, logo;
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES V. Tenho de entregar a carga de coco de seu
QUESTÃO 01 - Pela frase “ Com a chegada do Moreira, contudo volto logo.
pai, o menino deixou cair o cavalo de talo de car- Tem-se a resposta correta em:
naúba, morto de alegre. O dedo na boca, sorriso a) II, III e V
aberto”, pode-se dizer corretamente que: b) II, IV e V
a) o pai anunciara terrível surpresa, daí o ideal c) I, II e V
da morte. d) I II e IV
b) a expressão morto de alegre traduz o ele- e) I, IV e V
vado nível de contentamento do menino.
c) desfaz-se a construção hiperbólica logo que QUESTÃO 05 - Indique V, para verdadeira e F,
o menino morre. para falso.
d) a expressão coloquial morto de alegre sub- ( ) Acerca da época natalina, tem-se o se-
verte os canônicos1 padrões linguísticos de guinte trecho:
um conto. “— Nosso senhor, tá para nascer, não tá?
e) a passagem destacada associa-se a máxi- — Hoje é véspera de Natal.
ma: Morro, mas morro satisfeito. — Disse o padre Eduardo que ele veio pro mundo
só pra sofrer. Coitado...”
QUESTÃO 02 - Pela expressão destacada em: Vê-se uma reflexão sobre os valores teológicos4 e
“— Pois então vai pra dentro te assear. Guar- metafísicos5 do homem contemporâneo.
da o brinquedo. Tem que meter os pés cedo.” ( ) Em “vir à cidade e se esquecer do sono,
Percebe-se que o personagem deve, sobretu- do sol e da sede.”, observa-se uma resso-
do: nância consonantal.
a) meter os pés pelas mãos. ( ) Na passagem
b) negar a pés juntos. “Tava vendo aquele brinquedo, pai...
c) levantar-se cedo demais. — Te trouxe foi pra isso? Me dá o cabresto...”
d) estar em pé de igualdade. Verifica-se nítida subversão ao código linguístico
e) ir num pé só. padrão, que deriva da agilidade da fala dos perso-
nagens, como possível resultado do nível cultural
QUESTÃO 03 - Indique as atividades dos perso- deles.
nagens sugeridos abaixo, tomando por base a ( ) Por “João saiu acompanhando o trote,
leitura. chiando as alpargatas”, tem-se exemplo de
“João ficou passando sebo nas correias, a língua expressão que reproduz de forma escrita
de fora e fazendo careta, os dedos dos pés aju- um som.
dando no sorriso.” ( ) Ao dizer que o personagem tomou um sus-
“Dona Ana ali no canto, sentada no chão, as per- to diante do “velho grande” e que ele “olhou
nas cruzadas, as mãos ágeis trançando os bilros2 rápido para a figura grande do velho”, a
da almofada.” colocação do adjetivo grande depois dos
a) tropeiro3 e costureira. substantivos sugere aspectos afetivo-sen-
b) vaqueiro e costureira. soriais.
c) tropeiro e rendeira.
d) roceiro e escultora. QUESTÃO 06 - Pela passagem:
e) roceiro e rendeira. “Do outro lado, a meninada se divertindo, brinque-
dos de todos os jeitos. Dava pra ver perfeitamente
QUESTÃO 04 - A passagem “Tenho de entregar a o pato aos pinotes, no remelexo, se requebrando
carga de coco de seu Moreira. Volto logo” admite todo. Parecia coisa encantada, como nas histó-
conexão que se mostra no item: rias de sinhá Mundoca. Deu vontade de ver de

21
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

perto a beleza se exibindo. Abandonou os caixo- — O homem me deu, pai.


tes e atravessou pelo meio do povo.”. — Que homem?
O sentimento da personagem diante do pato afas- Apontou na direção da loja de parede de
ta somente o interesse de: vidro.”
a) posse. b) inveja. As indagações do pai já sugerem o senti-
c) repugnância. d) fantasia. do de:
e) desejo. a) incerteza. b) censura.
c) contentamento. d) satisfação.
QUESTÃO 07 - “... apressou o passo para trás. e) desterros6.
Quando quis sumir, tropeçou nas pernas atraves-
sadas no caminho. Olhou para cima, o coração QUESTÃO 11 - Assinale a alternativa em que a
fora dos eixos.” expressão a noite deve receber o acento grave
Na passagem se percebe que a última fra- indicador de crase pela mesma razão que a ex-
se sugere sentimento de: pressão à noite em “à noite dormiam encostados
a) suspeição. b) execração. um ao outro.”
c) fuga d) aflição a) Inspirava-os a noite, musa de todo poeta.
e) hesitação b) A noite parecia-lhes uma criança, amavam-
na.
QUESTÃO 08 - “O homem entra com ela na casa c) A noite parecia não terminar naqueles dias
que tinha uma parede de vidro. Tanta coisa para gélidos.
ver que um dia só não chegava.”. Percebe-se, d) Elas passaram a noite juntas, conversando
nesta passagem, uma figura que denuncia sen- sem parar.
tido: e) É aconselhável agasalhar-se a noite para
a) metafórico. b) sinestésico. evitar resfriado.
c) hiperbólico. d) metonímico.
e) prosopopaico. QUESTÃO 12 - Veja o texto a seguir.
Jovem ainda, o escritor cearense Milton
QUESTÃO 09 - Pelo texto, entende-se que: Dias já bem entrosado com as ideias modernis-
“Dentro da loja, tomou um susto. Um ve- tas via acender nele o desejo de produzir litera-
lho grande, quase da altura da casa, todo vestido riamente de forma mais regular e, sabiamente,
de vermelho, a barba branca muito comprida, um optou por um dos gêneros em que a prática do
saco nas costas. Parou abismado, boca aberta, a narrar e do descrever são gestos que devem ser
rapadura no chão. Quem seria aquele velho? As muito repetidos a fim de que a habilidade se de-
botas pretas, como as do Coronel Camilo.” senvolva com boa fluência e graça.
a) há caracteres predominantemente narrati- Complete os espaços ao lado com o subs-
vos, uma vez que fica denunciado o interes- tantivo que corresponde ao verbo grifado nas
se pelas ações da personagem. passagens.
b) percebe-se o tom solene da descrição que • “...via acender nele o desejo...,” = A
privilegia imagens do tom místico. ____________ do desejo.
c) revelam-se aspectos cinematográficos, daí • “... descrever são gestos...” = A
a construção textual marcada por elipses ________________ prática desenvolve
verbais. gestos.
d) não se aponta o nome da personagem a fim • “...devem ser muito repetidos...” = A
de que a identidade não se faça o desven- ____________ dos gestos.
damento do mistério do conto. Marque a alternativa que completa os es-
e) sobrepõem-se notas descritivas que acentu- paços abaixo.
am principalmente o apelo visual. a) acenção - descrisão - repetição
b) ascensão - descrição - repetisão
QUESTÃO 10 - Veja a passagem: c) acenção - descrição - repetisão
“— Ganhei, pai: d) acensão - descrissão - repetisão
João estancou ali no meio da rua, os olhos aber- e) acensão - descrição - repetição.
tos no brinquedo bonito.
— Onde andou metendo a mão, menino da pes- QUESTÃO 13 - Classifique os trechos transcritos
te? abaixo conforme a indicação proposta. `

22
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

(M) Frase Machista (F) Frase Feminista e) Consciência e Sofreguidão


( ) “Se os homens soubessem o valor que (Enem 98) Para falar e escrever bem, é
têm, as mulheres viveriam a seus pés.” preciso, além de conhecer o padrão formal da
( ) “Se os homens soubessem o valor que Língua Portuguesa, saber adequar o uso da lin-
têm as mulheres, viveriam aos seus pés.” guagem ao contexto discursivo. Para exemplificar
(P) Sentido Positivo (N) Sentido Negativo este fato, seu professor de Língua Portuguesa
( ) No aniversário da morte de Getúlio Var- convida-o a ler o texto “Aí, Galera”, de Luís Fer-
gas, o senador Pedro Simon declarou que nando Veríssimo. No texto, o autor brinca com si-
até hoje o PTB usa a imagem do ex-ditador. tuações de discurso oral que fogem à expectativa
( ) No aniversário da morte de Getúlio Vargas, do ouvinte.
o senador Pedro Simon declarou que até
hoje o PTB usa a imagem do ex-presidente. AÍ, GALERA
(F) Linguagem Formal (I) Linguagem Informal Jogadores de futebol podem ser vítimas
( ) “O Espírito das Trevas não é tão destituído de estereotipação7. Por exemplo, você pode ima-
de encantos e graças físicas quanto se o ginar um jogador de futebol dizendo “estereotipa-
representa por meio de traços e cores.” ção”? E, no entanto, por que não?
( ) “O diabo não é tão feio quanto se pinta.” - Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.
Corresponde à classificação: - Minha saudação aos aficionados do clube e
a) M – F – N – P – F – I aos demais esportistas, aqui presentes ou
b) F – M – N – P – I – F no recesso dos seus lares.
c) M – F – P – N – F – I - Como é?
d) M – F – P – N – I – F - Aí galera.
e) F – M – N – P – F – I - Quais são as instruções do técnico?
- Nosso treinador vaticinou8 que, com um tra-
QUESTÃO 14 - “Me dá um dinheiro aí...” é um balho de contenção coordenada, com ener-
trecho de uma conhecida marcha carnavalesca. gia otimizada, na zona de preparação, au-
Veja as afirmativas: mentam as probabilidades de, recuperado
I. Ênclise indevida, de acordo com a norma pa- o esférico, concatenarmos um contragolpe
drão, mas consagrada pelo uso no Brasil; agudo com parcimônia de meios e extre-
II. Próclise indevida, de acordo com a norma ma objetividade, valendo-nos da desestru-
padrão, mas consagrada pelo uso no Brasil; turação momentânea do sistema oposto,
III. Próclise obrigatória. surpreendido pela reversão inesperada do
Em relação ao trecho destacado é correto fluxo da ação.
afirmar: - Ahn?
a) I e III são corretas. - É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá
b) II e III são corretas. eles sem calça.
c) apenas I é correta. - Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?
d) apenas II é correta. - Posso dirigir uma mensagem de caráter senti-
e) apenas III é correta. mental, algo banal, talvez mesmo previsível
e piegas9, a uma pessoa à qual sou ligado
QUESTÃO 15 - por razões, inclusive, genéticas?
Meu partido - Pode.
É um coração partido - Uma saudação para a minha progenitora.
E as ilusões - Como é?
Estão todas perdidas - Alô, mamãe!
Os meus sonhos - Estou vendo que você é um, um...
Foram todos vendidos - Um jogador que confunde o entrevistador,
Tão barato pois não corresponde à expectativa de que
Que eu nem acredito o atleta seja um ser algo primitivo com difi-
Ah! eu nem acredito… Cazuza. culdade de expressão e assim sabota a es-
a) Ceticismo e Idealismo tereotipação?
b) Política e Politicagem - Estereoquê?
c) Sobriedade e Desespero - Um chato?
d) Subjetividade e Objetividade - Isso.

23
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

(Correio Braziliense, 13/05/1998) c) pegá-los em flagrante.


QUESTÃO 16 - O texto mostra uma situação em d) pegá-los rapidamente.
que a linguagem usada é inadequada ao contex- e) pegá-los momentaneamente.
to. Considerando as diferenças entre a língua oral
e língua escrita, assinale a opção que representa QUESTÃO 19 - A cada situação de fala está indi-
também uma INADEQUADA da linguagem usada cada uma frase de uso. Assinale a correspondên-
ao contexto: cia adequada.
a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra a) Situação 1: um candidato a cargo público
vê direito” - um pedestre que assistiu ao aci- fala à comunidade de uma favela.
dente comenta com o outro que vai passan- Frase: Ensejo encerrar para sempre a falta de
do. água neste logradouro.
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força? “ - um b) Situação 2: o reitor de uma Universidade
jovem que fala para um amigo. fala à comunidade acadêmica.
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de Frase: Os professores e os demais servidores
fazer uma observação” - alguém comenta hão de convir que a escolha dos dirigentes da
em uma reunião de trabalho. Universidade deve ser feita com todo cuidado e
d) “Venho manifestar meu interesse em candi- sem pressa.
datar-me ao cargo de Secretária Executiva c) Situação 3: um microempresário fala aos
desta conceituada empresa” - alguém que funcionários de limpeza de sua fábrica.
escreve uma carta candidatando-se a um Frase: Esta fábrica é uma das líderes em registro
emprego. online, servindo a mais de 10 000 clientes de um
e) “Porque se a gente não resolve as coisas pool de empresas de economia mista.
como têm que ser, a gente corre risco de d) Situação 4: um médico fala a um grupo de
termos, num futuro próximo, muito pouca mães indígenas.
comida nos lares brasileiros” - um professor Frase: Há dois tipos básicos de depressão: a
universitário em um congresso internacio- exógena e a endógena. A primeira, causada por
nal. uma grande desilusão; a segunda, sem causa ex-
terna definida.
QUESTÃO 17 - O texto retrata duas situações re- e) Situação 5: Sua Excelência, a presidenta
lacionadas que fogem à expectativa do público. Dilma Roussef, fala à nação em cadeia na-
São elas: cional.
a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no Frase: Meus camaradas brasileiros hão de con-
início da entrevista, e a saudação final diri- frontar o meu governo com todos os passados e
gida à sua mãe. saberão o que já fiz por esse país.
b) a linguagem muito formal do jogador, ina-
dequada à situação da entrevista, e um jo- (Enem 98)
gador que fala, com desenvoltura, de modo Amor é fogo que arde sem se ver;
muito rebuscado. é ferida que dói e não se sente;
c) o uso da expressão “galera”, por parte do é um contentamento descontente;
entrevistador, e da expressão “progenitora”, é dor que desatina sem doer;
por parte do jogador.
d) o desconhecimento, por parte do entrevis- É um não querer mais que bem querer;
tador, da palavra “estereotipação”, e a fala é solitário andar por entre a gente;
do jogador em “é pra dividir no meio e ir pra é nunca contentar-se de contente;
cima pra pegá eles sem calça”. é cuidar que se ganha em se perder;
e) o fato de os jogadores de futebol serem víti- É querer estar preso por vontade;
mas de estereotipação e o jogador entrevis- é servir a quem vence, o vencedor;
tado não corresponder ao estereótipo. é ter com quem nos mata lealdade.

QUESTÃO 18 - A expressão “pegá eles sem cal- Mas como causar pode seu favor
ça” poderia ser substituída, sem comprometimen- nos corações humanos amizade,
to de sentido, em língua culta, formal, por: se tão contrário a si é o mesmo Amor?
a) pegá-los na mentira. (Luís de Camões)
b) pegá-los desprevenidos.

24
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

QUESTÃO 20 - O poema tem, como caracterís-


tica, a figura de linguagem denominada antítese,
relação de oposição de palavras ou idéias. Assi-
nale a opção em que essa oposição se faz clara-
mente presente:
a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”
b) “É um contentamento descontente.”
c) “É servir a quem vence, o vencedor.”
d) “Mas como causar pode seu favor.”
e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
F,
V,
B C C A V, C D C E B
V,
F
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E E A D A E B B B B

VOCABULÁRIO DE APOIO
01. Cânon: maneira de agir; modelo, padrão
02. Bilro: peça de madeira para fazer rendas
em almofada própria.
03. Tropeiro: condutor de bestas de carga ou
de gado.
04. Teologia: conjunto dos princípios e dog-
mas da religião cristã.
05. Metafísico: que transcende a natureza fí-
sica das coisas.
06. Desterro: estado de isolamento; insula-
mento, solidão.
07. Estereotipação: que não é autêntico.
08. Vaticinar: predizer o futuro, fazer adivinha-
ção.
09. Piegas: sentimentalismo extremo.

25
REDAÇÃO

COMPETêNCIA 1 a fidelidade às regras da Gramática Tradicional.


C1 Gramática - Domínio das normas da Devemos evitar, então, os erros de concordância,
Gramática Tradicional. Os corretores buscam a cacofonia, os barbarismos, os neologismos, as
os principais erros quanto ao uso da língua ver- expressões vulgares e até o purismo, o rebusca-
nácula. Os erros são divididos em leves, me- mento, pois falar “bonito demais” também pode
dianos, graves e muito graves. Analisados ser um erro.
por ocorrência em: pontuais (acontecem várias * Coerência - Relação pertinente ou ver-
vezes e demonstram o despreparo do candida- dadeira que se estabelece entre as ideias do tex-
to) e eventuais (acontecem poucas vezes e são to, ou seja, os argumentos, e o mundo. Toda vez
pouco significativos para a banca). A crase, por que o candidato faz uma afirmação, apresenta
exemplo, pode ser eventual quando o candida- uma ideia ou informação que fazem progredir o
to erra apenas uma vez (em um daqueles casos texto, espera-se que haja verdade, ou seja, que
especiais, por exemplo), e pontual quando erra os argumentos utilizados sejam verdadeiros e,
mais de uma vez e nos casos mais simples como: portanto, coerentes.
diante de masculino ou de um verbo no infinitivo. * Estilo - Este quesito, além de identificar
Os corretores procuram imediatamente erros de: um modo particular de pensar, de agir, ser e de
Concordância, Regência, Crase, Colocação de fazer algo, o estilo é a preocupação com o modo
pronomes, Grafia errada de palavras, Acentu- ou forma de escrever, de expor a ideia. Essa ex-
ação, Pontuação e Inadequação vocabular. posição pode ser, por exemplo, irônica ou satírica,
afetada, vulgar, romântica ou metafórica, técnica,
O QUE OS PROFESSORES DE TODAS AS cientifica, subjetiva, objetiva ou realista, etc. con-
BANCAS CORRIGEM? tanto que haja critérios na construção das ideias
A prova de redação tem respaldo no binô- e das figuras ou imagens utilizadas pelo autor.
mio Forma x Conteúdo. A Forma tem a ver com o Machado de Assis, por exemplo, adotava
gênero textual definido e, especificamente, com a um estilo irônico. Euclides da Cunha, por sua vez,
gramática que rege a feitura do texto. O conteúdo, era altissonante e científico.
por sua vez, tem a ver com o tema, a ideia central O meu estilo, por exemplo, é faceto ou
(a tese) e as ideias secundárias suscitadas pelo bem humorado. Qual o seu? Lembre-se: “Estilo
assunto discutido. Portanto, as características do é igual a dinheiro: tem gente que tem, tem gente
texto que melhor representam estas prerrogativas que não tem”. (rsrs).
são:
IMPORTANTE!
Para efeito de correção e de contagem do mínimo de
* Clareza - Compreende os procedimen- linhas, a cópia parcial dos textos motivadores ou de
tos que tornam o texto inteligível, de fácil enten- questões objetivas do caderno de prova acarretará a
dimento, refletindo a boa organização das ideias desconsideração do número de linhas copiadas.
nele escritas. Cultuar a clareza é evitar a obscuri- Comentário: Os textos motivadores fazem exata-
dade, a ideia vaga e a ambiguidade. mente isto que o nome diz, motivam. Eles servem
* Concisão - Entendida também como para fazer o candidato pensar, para gerar ideias
objetividade, a concisão tem a ver com a frase: novas ligadas às ideias neles contidas. Por isso,
“Devemos dizer o máximo com o mínimo de pa- usá-los integralmente ou em parte é cometer um
lavras”. Ser conciso, então, é ir diretamente ao erro, pois as redações de vestibular e concurso
ponto, evitando-se a redundância e a prolixidade, têm uma prerrogativa: são textos originais e de
conhecidas vulgarmente como “enchimento de punho. Resumindo, são textos originais (não ca-
linguiça”. bendo cópia ou plágio de ideias) e feitos por você,
* Correção - Esta competência tem a sem a ajuda de ninguém. Ás vezes, até algumas
ver necessariamente com a gramática do texto, questões encontradas ao longo da prova podem
ou seja, com a utilização da norma culta e com gerar ideias sobre o tema proposto.

26
REDAÇÃO

IMPORTANTE! mencioná-los.
O título é um elemento opcional na produção da sua Considerando a relação entre os dois ex-
redação certos e a tela de Degas redija um texto dissertati-
vo argumentativo, sustentando um ponto de vista.
Comentário: Em todos os concursos que envol-
vem redação, principalmente na produção de gê-
Texto 1
neros como artigo, editorial, conto, crônica, por
Planeta Água - Guilherme Arantes
exemplo, é possível sim colocar um título. No en-
tanto, este não é um procedimento considerado
Água que nasce na fonte serena do mundo
obrigatório. O candidato faz isso se quiser ou, de-
E que abre um profundo grotão
pendendo do caso, se a banca do concurso exigir.
Água que faz inocente riacho
Ex. - Escreva um artigo de opinião sobre o tema
E deságua na corrente do ribeirão
“Liberdade de expressão” que tenha como título
Águas escuras dos rios
“Os limites para o que se diz”
Que levam a fertilidade ao sertão
Desvios mais graves: Águas que banham aldeias
• falta de concordância do verbo com sujeito E matam a sede da população
(com sujeito antes do verbo); Águas que caem das pedras
• períodos incompletos, truncados, que com-
No véu das cascatas, ronco de trovão
prometem a compreensão;
• graves problemas de grafia e de acentuação E depois dormem tranquilas
(letra minúscula iniciando frases e nomes de No leito dos lagos
pessoas e lugares); e No leito dos lagos
• presença de gíria; Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d›água
Comentário: Todos esses problemas são exem-
É misteriosa canção
plificados e comentados a seguir.
Água que o sol evapora
Desvios graves: Pro céu vai embora
• falta de concordância do verbo com sujeito Virar nuvens de algodão
(com sujeito depois do verbo ou muito dis- Gotas de água da chuva
tante dele);
Alegre arco-íris sobre a plantação
• falta de concordância do adjetivo com o
substantivo; Gotas de água da chuva
• regência nominal e verbal inadequada (au- Tão tristes, são lágrimas na inundação
sência ou emprego indevido de preposição); Águas que movem moinhos
• ausência do acento indicativo da crase ou São as mesmas águas que encharcam o chão
seu uso inadequado; E sempre voltam humildes
• problemas na estrutura sintática (frase justa- Pro fundo da terra
postas sem conectivos ou orações subordi-
Pro fundo da terra
nadas sem oração principal);
• desvio em palavras de grafia complexa; Terra! Planeta Água
• separação de sujeito, verbo, objeto direto e Terra! Planeta Água
indireto por vírgula; e Terra! Planeta Água
• marcas da oralidade. Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre um profundo grotão
Fonte: Guia do participante 2014
Água que faz inocente riacho
E deságua na corrente do ribeirão
PROPOSTA ENEM
Águas escuras dos rios
Leia os dois excertos abaixo e observe a
Que levam a fertilidade ao sertão
reprodução da tela de Edgar Degas, os quais de-
Águas que banham aldeias
vem servir como subsidio para a escrita de sua
E matam a sede da população
redação. Você não precisa citá-los nem mesmo

27
REDAÇÃO

Águas que movem moinhos O diretor não fez previsões sobre quando
São as mesmas águas que encharcam o chão o rodízio poderia começar a ser adotado.
E sempre voltam humildes “Se nós tivermos que retirar somente 10,
Pro fundo da terra 12 metros cúbicos por segundo, seria necessá-
Pro fundo da terra rio implantar rodízio de dois dias com água, cinco
Terra! Planeta Água dias sem água.” Eles [órgãos reguladores] é que
Terra! Planeta Água definem a vazão de retirada do Cantareira. Ain-
Terra! Planeta Água da temos uma expectativa, pequena, mas temos
expectativa de que as chuvas de verão voltem”,
Texto 2 disse Massato.
Racionamento de água em São Paulo Fonte: Folha/janeiro/2015.
A Sabesp pode adotar rodízio de cinco dias
sem água por semana se o volume de chuvas não Texto 3
aumentar no Sistema Cantareira, afirmou o dire-
tor metropolitano da companhia, Paulo Massato
Yoshimoto, em visita a Suzano, ao lado do go-
vernador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
A medida seria adotada em situação extrema. O
cálculo conceitual, teórico, para reduzir 15 metros
cúbicos por segundos no Cantareira precisaria de
um rodízio de dois dias com água por cinco dias
sem água. Se for necessário, para não chegar no
zero na represa, não ter mais água nenhuma para
distribuir, lá no limite, se as obras não avançarem
na velocidade que estamos planejando, podemos
correr esse risco de um rodízio drástico”, afirmou
o diretor.
Yoshimoto disse nesta terça-feira (27) que
a medida pode complementar ações já adotadas,
como redução da pressão e pedido de diminuição
do consumo pela população.
No evento, Alckmin não deu declarações
sobre o rodízio. O governador falou da transferên-
cia do Rio Guaratuba para o sistema Alto Tietê e
sobre as obras de transferência da água da Re-
presa Billings. “Depois do Banho” Edgard Degas (1863-1935)
Segundo Massato, a implementação da
medida vai depender da análise dos órgãos regu- In. www.google.com.br/search?q=pintura+o+ban
ladores de recursos hídricos. ho&client=ubuntu&hs=eD
“Se a Agência Nacional das Águas (ANA),
o Departamento de Águas e Energia Elétrica
(Daee), que são os órgãos reguladores de recur-
sos hídricos, chegarem à conclusão nos seus es-
tudos que a Sabesp tem que retirar muito menos
do que ela está retirando do Cantareira, a solução
no limite seria a implantação de um rodízio muito
drástico”, disse Yoshimoto.

28
MATEMÁTICA

29
PORCENTAGEM

INTRODUÇÃO
A expressão por cento vem do latim per
centum e quer dizer por um cento. Assim, quando
você lê ou escuta uma afirmação como “Grande
liquidação: 20 por cento de desconto em todos os
artigos”, significa que você terá 20 reais de des- AUMENTOS E DESCONTOS
conto para cada 100 reais do preço do artigo que AUMENTO DE 20%
comprar. • Valor inicial ⇒ x
LINK: • Valor do aumento ⇒ 20% de x
Uma porcentagem ou percentagem é uma parte de
• Valor após o aumento ⇒ 120% de x
um total de cem. Ou seja, é uma fração cujo
denominador é 100. Dessa forma, toda razão a/b na
qual b = 100, chama-se taxa de porcentagem. DESCONTO DE 20%
• Valor inicial ⇒ x
Exemplo: • Valor do desconto ⇒ 20% de x
Se uma barra de chocolate é dividida em 5 • Valor após o desconto ⇒ 80% de x
pedaços e uma pessoa come 3 deles, ela terá co- LINK:
mido 3/5 do total, mas se tivesse dividido em 100 Para ganhar tempo (o que é fundamental em concursos) lembre-se que se um capital x aumenta
20%, ele irá para 120% de x. Dessa forma não é necessário fazer o desenvolvimento:
partes ela teria comido 60 partes, o que na verda-
x + 20%x = 100%x + 20%x = 120%x = 1,20x
de representa a mesma coisa. A expressão “por
Observe os aumentos e descontos a seguir:
cento” pode ser substituída pelo símbolo “%”. x
+20%
120%x x
−20%
x
+100%
80%x 2x = 200%x
Dessa forma, temos: x
+50%
150%x x
−50%
50%x x
+200%
3x = 300%x
+84% −84% +400%
x 184%x x 16%x x 5x = 500%x
+136% +100% +800%
x 236%x x 200%x x 9x = 900%x

3 6 60 LINK:
= = = 60%
5 10 100

Exemplo:
8 pessoas em um grupo de 10 correspon-

8 80
dem a ___ ou ___ ou 80% do grupo.
10 100

Exemplo:
Num total de R$ 300,00, a quantia de R$ 21,00

21 7
equivale a ___ ou ___ ou 7% do total. PORCENTAGEM DE CABEÇA
300 100 O segredo para calcular porcentagem de
cabeça é perceber como é fácil calcular 10% e
FRAÇÃO x PORCENTAGEM 1%, pois as outras porcentagens inteiras podem
Existe uma intima relação entre porcenta- ser calculadas a partir delas.
LINK: LINK:
gem e fração!
Falar de porcentagem é falar de fração,
mas uma fração especial cujo denominador é
100.
Para fazer porcentagem de cabeça, basta
entender a relação de todas as porcentagens com
10%.
• 10% de 120 = 12 (1/10 de 120 = 120/10
= 12)
• 20% de 120 = 24 (20% = 10% + 10%,
ou seja 12 + 12 = 24)

30
PORCENTAGEM

• 30% de 120 = 36 (30% = 10% + 10% + QUESTÃO 03 - Se João gastou 18/25 do seu sa-
10%, ou seja 12 + 12 + 12 = 3.12 = 36) lário, qual o percentual que ainda resta?
• 5% de 120 = 6 (5% é a metade de SOLUÇÃO:
10%, logo a metade de 12 é 6) Quem gasta 18 partes de 25 é por que ain-
da restam 7 partes de 25, logo essa fração equi-
• 1% de 120 = 1,20 (1/100 de 120 = 120/100 =
vale a:
1,20)
• 21% de 120 = 25,2 (21% = 10% + 10% + 1%, ou
seja 12 + 12 + 1,2 = 25,2)
• 35% de 120 = 42 (35% = 10% + 10% +
10% + 5%, ou seja 12 + 12 + 12 + 6 = 42)
• 52% de 120 = 62,4 (52% = 50% (metade) + 1% + QUESTÃO 04 - Sabendo que 7/20 dos vereado-
res de um município votaram contra uma determi-
1%, ou seja 60 + 1,2 + 1,2 = 62,4)
nada obra, qual o percentual que votou a favor?
• 90% de 120 = 108 (90% = 100% (o todo) – 10%,
SOLUÇÃO:
ou seja 120 – 12 = 108) Se 7 entre 20 vereadores votaram contra
• 95% de 120 = 114 (95% = 100% (o todo) – 5%, é por que os 13 restantes entre 20 votaram a fa-
ou seja 120 – 6 = 114) vor, logo:
• 99% de 120 = 118,8 (99% = 100% (o todo)
– 1%, ou seja 120 – 1,2 = 118,8)
• 125% de 120 = 150 (125% = 100% (o todo) + 25%
(um quarto), ou seja 120 + 30 = 150)
• 151% de 120 = 181,2 (151% = 100% (o QUESTÃO 05 - Após uma prova, de cada 8 re-
todo) + 50% (metade) + 1%, ou seja 120 + 60 + cursos, 5 foram indeferidos. Qual o percentual de
1,2 = 181,2) deferidos?
SOLUÇÃO:
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM Se foram indeferidos 5 dentre 8 recursos,
QUESTÃO 01 - Em uma sala com 50 alunos, sen- então foram deferidos 3 dentre 8.
do 38 mulheres, qual o percentual de homens? Nesse caso, multiplicaremos o numerador
SOLUÇÃO: e o denominador por 100, para em seguida dividir
Lembre-se que porcentagem é fração, tudo por 8, pois dessa forma surge o denomina-
mas uma fração cujo denominador é 100. dor 100. Observe:
Então, para calcular o percentual que os
12 homens representam diante dos 50 alunos,
basta escrever a fração que isso representa, pro-
curando a fração equivalente cujo denominador
seja 100. Observe:
QUESTÃO 06 - Em uma festa, o DJ tocou 8 mú-
sicas nacionais para cada 11 estrangeiras. Qual o
percentual de nacionais nesse repertório?
SOLUÇÃO:
QUESTÃO 02 - Em uma viagem de 200km, já
foram percorridos 126km, qual o percentual já
percorridos?
SOLUÇÃO:
A fração do que já foi percorrido, em re- QUESTÃO 07 - João investiu R$ 40 mil e ganhou
lação ao total da viagem, pode ser escrito da se- R$ 18 mil. Qual o percentual de rentabilidade?
guinte forma: SOLUÇÃO:

31
PORCENTAGEM

QUESTÃO 08 - Dois aumentos sucessivos de preços promocionais devem sofrer um acréscimo


30% e 20% são equivalentes a um único aumento de A%. Determine o valor A.
de quanto? SOLUÇÃO:
SOLUÇÃO: Observe que para cada 100 aplicado
Podemos empregar nessa questão um ar- desconta-se 20, mas na volta ao original deve au-
tifício aritmético que costumo chamar de “truque mentar 20 em relação a 80, ou seja, 1/4 de 80, ou
do 100”. ainda, aumento de 25%.
A idéia consiste em escrever o número
100 e seguir os comandos, ou seja, aumentar
30% em cima dos 100 e em seguida aplicar mais Observe que a redução de 20 em relação a 100
20% em cima do novo valor, no caso 130. Isso de corresponde a 20%.
forma cumulativa, observe:

Por outro lado, o aumento de 20 em relação a 80


corresponde a 25%.
Dessa forma, como iniciamos com 100 e
terminamos com 156, percebe-se facilmente que
houve aumento de 56 partes pra cada 100 que
colocamos no início, ou seja, aumento de 56 por Dessa forma, para retornar aos preços
100, ou ainda aumento de 56%. iniciais, os preços promocionais devem sofrer
Um fato interessante é que a ordem dos acréscimo de 25%.
aumentos não altera o resultado final, observe:
QUESTÃO 12 - Após um desconto de 30%, Maria
pagou por um sofá o valor de R$350,00. Quanto
era o valor original do sofá, sem o desconto de
Isso ocorre pois quando aumentamos 20% 30%?
estamos multiplicando por 1,20 e quando aumen- SOLUÇÃO:
tamos 30% basta multiplicar por 30%, portanto Do enunciado, temos:
x.1,20.1,30 = x.1,30.1,20 = x.1,56 =
156%.x (aumento de 56%). Dessa forma, podemos afirmar que os 350
reais correspondem a 70% do valor original do
QUESTÃO 09 - Descontos sucessivos de 30% sofá, ou seja
e 20% são equivalentes a um único desconto de 70%.x = 350
quanto? Logo
SOLUÇÃO: 70/100.x = 350
Da mesma forma que na questão anterior Portanto
podemos aplicar o “truque dos 100”, veja: x = 500

QUESTÃO 13 - Após um aumento de 30%, uma


cadeira passou a valer de R$390,00. Quanto era
Portanto, redução de 44 para cada 100, o valor original da cadeira, antes do aumento de
ou seja, diminuição de 44%. 30%?
SOLUÇÃO:
QUESTÃO 10 - Três aumentos sucessivos de Do enunciado, temos:
100%, equivalem a um único aumento de quanto?
SOLUÇÃO:
Dessa forma, podemos afirmar que os 390
Aplicando o “truque dos 100”, temos:
reais correspondem a 130% do valor original do
sofá, ou seja
130%.x = 390
Logo
130/100.x = 390
QUESTÃO 11 - Uma loja, realizando uma promo- Portanto
ção, oferece um desconto de 20% nos preços dos x = 300
seus produtos. Pra voltar aos preços iniciais, os

32
PORCENTAGEM

QUESTÃO 14 - Um auditório, com 200 alunos, QUESTÃO 05 - Um laboratório realiza exames


tem 96% de mulheres e o restante de homens. em que é possível observar a taxa de glicose de
Saem N mulheres e o percentual de mulheres uma pessoa. Os resultados são analisados de
passa a ser de 95%. Determine o valor de N. acordo com o quadro a seguir.
SOLUÇÃO:
Do enunciado, temos que o número de ho-
mens é igual a 4% dos 200 alunos, ou seja
H = 4%.200 = 8
Perceba que esse número de homens é Um paciente fez um exame de glicose
fixo e depois da saída das N mulheres eles pas- nesse laboratório e comprovou que estava com
saram a valer 5% de um novo total, ou seja hiperglicemia. Sua taxa de glicose era de 300 mg/
H = 5%.x dL. Seu médico prescreveu um tratamento em
Então duas etapas. Na primeira etapa ele conseguiu re-
8 = 5/100.x duzir sua taxa em 30% e na segunda etapa em
Logo 10%. Ao calcular sua taxa de glicose após as
x = 160 duas reduções, o paciente verificou que estava
Dessa forma, como eram 200 alunos e agora são na categoria de:
apenas 160, saíram 40 mulheres. a) hipoglicemia. b) normal.
c) pré-diabetes. d) diabetes melito
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
e) diperglimia.
QUESTÃO 01 - Uma enfermeira fazendo uma
pesquisa de campo tem que entrevistar 250 pes-
QUESTÃO 06 - O Índice de Massa Corporal (IMC)
soas. Sabendo que a cada 7 dias ela entrevista
é largamente utilizado há cerca de 200 anos, mas
35 pessoas, assinale a alternativa que indica a
esse cálculo representa muito mais a corpulên-
porcentagem de pessoas entrevistadas após 30
cia que a adiposidade, uma vez que indivíduos
dias.
musculosos e obesos podem apresentar o mes-
a) 25% do total. b) 40% do total.
mo IMC. Uma nova pesquisa aponta o Índice de
c) 50% do total. d) 60% do total.
Adiposidade Corporal (IAC) como uma alternativa
e) 75% do total.
mais fidedigna para quantificar a gordura corporal,
utilizando a medida do quadril e a altura. A figura
QUESTÃO 02 - O salário de Vitória sofreu um
mostra como calcular essas medidas, sabendo-
aumento de 32% e passou a valer R$ 2.640,00.
-se que, em mulheres, a adiposidade normal está
Quanto era seu salário antes desse aumento?
entre 19% e 26%.
a) R$ 2.000,00 b) R$ 2.100,00
c) R$ 2.200,00 d) R$ 2.400,00

QUESTÃO 03 - Um médico atendeu 410 pacien-


tes no mês de setembro, o que representa 18%
a menos que o número de pacientes atendidos
no mês anterior. Qual o número de pacientes que
esse médico atendeu no mês de agosto?
a) 600 b) 550
c) 500 d) 450

QUESTÃO 04 - Na loja de Bosco, os produtos


são anunciados por 80% a mais que seu custo.
Quando vendidos a vista, ele dá um desconto de Uma jovem com IMC = 20 kg/m2, 100 cm de cir-
20% sobre o valor marcado na etiqueta. Dessa cunferência dos quadris e 60 kg de massa corpó-
forma, após o desconto, qual o percentual de lu- rea resolveu averiguar seu IAC. Para se enquadrar
cro que ele obtém sobre o custo? aos níveis de normalidade de gordura corporal, a
a) 20% b) 24% atitude adequada que essa jovem deve ter diante
c) 36% d) 44% da nova medida é: (Use √3 = 1,7 e √1,7 = 1,3):
e) 60% a) reduzir seu excesso de gordura em cerca
de 1%.

33
PORCENTAGEM

b) reduzir seu excesso de gordura em cerca podemos afirmar que, em relação ao número de
de 27%. alunos do semestre passado, o total de alunos
c) manter seus níveis atuais de gordura. matriculados no semestre:
d) aumentar seu nível de gordura em cerca de a) aumentou 8% b) diminuiu 8%
1%. c) aumentou 18% d) diminuiu 18%
e) aumentar seu nível de gordura em cerca de
27%. QUESTÃO 10 - Uma sala de aula, com 50 alunos,
tem 60% de mulheres e o restante de homens. En-
QUESTÃO 07 - Alguns filmes em DVD apresen- tram mais N mulheres e o percentual de homens
tam imagens, cuja razão entre largura e altura é passa a ser de 25%. Determine o valor de N.
16:9 (figura 1). Para esses filmes serem exibidos a) 15 b) 20
sem distorções, em uma TV tradicional de tela c) 25 d) 30
plana, cuja razão entre largura e altura é 4:3 (figu-
ra 2), surgem faixas pretas horizontais, conforme EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
a figura 2. QUESTÃO 01 - Se o comprimento de um terreno
aumenta em 40% e a largura aumenta 10%, en-
tão o aumento da área do terreno foi de:
a) 58% b) 54%
c) 50% d) 44%

QUESTÃO 02 - O preço da saca de café sofre


duas reduções sucessivas de 30% e 10%. Essas
duas reduções são equivalentes a uma única re-
dução de:
a) 40% b) 37%
Qual o percentual que a área ocupada pe- c) 33% d) 20%
las faixas representa em relação á área total des-
sa TV? QUESTÃO 03 - Uma loja, realizando uma promo-
a) 33% b) 30% ção, oferece um desconto de 50% nos preços dos
c) 25% d) 20% seus produtos. Para voltar aos preços iniciais, os
preços promocionais devem sofrer um acréscimo
QUESTÃO 08 - Um comerciante resolve aumen- de A%. Determine o valor A.
tar em 40% o preço de todos os produtos de sua a) 25 b) 50
loja, para em seguida, zanunciar uma liquidação c) 80 d) 100
com desconto de 40% em todos eles. Podemos
afirmar que, após o desconto, o valor do produto: QUESTÃO 04 - Dona Menina investiu 20% de
a) aumentou 16% em relação ao valor antes suas economias comprando Euro e o restante
do aumento. comprando Dólar. Sabendo que o Euro valorizou
b) reduziu 16% em relação ao valor antes do 10% em 6 meses e o Dólar caiu 20% ao final do
aumento. mesmo período, determine o que aconteceu com
c) não pode ser definido, pois depende do va- o investimento que ela fez.
lor marcado na etiqueta. a) rendeu 10% b) reduziu 10%
d) não sofreu alteração em relação ao valor c) rendeu 14% d) reduziu 14%
antes do aumento.
QUESTÃO 05 - Hoje, 50% da produção de uma
QUESTÃO 09 - No semestre passado, sabe-se fábrica de sucos é de suco de laranja e 50% é de
que 30% dos alunos matriculados no curso de suco de manga. Se a produção de suco de laranja
idiomas “Spanglish” estudavam espanhol e os diminuir em 10% e a de suco de manga aumentar
outros 70% estudavam inglês, mas nenhum deles em 30%, então a porcentagem de suco de manga
estava matriculado nos dois idiomas. No semes- produzido, em relação ao total produzido, será de
tre seguinte, a turma de espanhol teve aumento aproximadamente:
de 50% no número de matrículas, enquanto que a a) 41% b) 45%
turma de inglês reduziu em 10% o número de alu- c) 53% d) 59%
nos matriculados. Com base nessas informações, e) 65%

34
PORCENTAGEM

QUESTÃO 06 - Uma jarra tem 800 ml de refres-


co, em que 60% dessa quantidade corresponde a
água e 40% corresponde ao concentrado de suco
de uva. Para que o concentrado corresponda a
25% da mistura final, a quantidade de água que
deve ser acrescido ao refresco é de:
a) 320 ml b) 400 ml
c) 480 ml d) 560 ml
e) 640 ml
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 07 - O preço de um aparelho é P reais. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Como eu só possuo X reais, que correspondem a
70% de P, mesmo que me fosse concedido um
abatimento de 12% no preço, ainda faltariam R$ 11 12 13 14
54,00 reais para que eu pudesse comprar esse
aparelho. Nessas condições, a quantia que pos-
suo:
a) 210,00 b) 230,00
c) 250,00 d) 270,00
GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 08 - (FUNRIO) - Luís investiu uma de- 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
terminada quantia comprando ações de uma in-
dústria. No final do primeiro ano ele verificou que
as ações tinham valorizado 25%. No final do ano
seguinte, ele afirmou: “puxa, eu tenho hoje o do-
bro do dinheiro que investi”. Dessa forma, a valo-
rização das ações no segundo ano foi de
a) 45% b) 50% GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
c) 55% d) 60% 01 02 03 04 05 06 07 08 09
e) 65%

QUESTÃO 09 - Joãozinho gastou a metade do


dinheiro que tinha com um presente que comprou
para a sua mãe. Em seguida, gastou 30% do que
lhe restou, na compra de um jogo, e ainda ficou
com R$ 63,00. Quantos reais tinha Joãozinho an-
tes das compras?
a) 120 b) 150
c) 180 d) 200
e) 420

35
UNIDADES DE MEDIDAS

Medidas de Comprimento com diâmetros iguais a 68,21 mm; 68,102 mm;


68,001 mm; 68,02 mm e 68,012 mm. Para colocar
o pistão no motor que está sendo consertado, o
dono da oficina terá de adquirir aquele que tenha
o diâmetro mais próximo do que ele precisa. Nes-
Medidas de Superfície sa condição, o dono da oficina deverá comprar o
pistão de diâmetro:
a) 68,21mm b) 68,102 mm
c) 68,02mm d) 68,012 mm
e) 68,001mm
Unidades Agrárias
hectare (ha) = hm2 are (a) = dam2 QUESTÃO 03 - (OMBEP-2011) - Um queijo foi
centiare (ca) = m2 partido em quatro pedaços de mesmo peso. Três
desses pedaços pesam o mesmo que um peda-
Medidas de Volume ço mais um peso de 0,8 kg. Qual era o peso do
queijo inteiro?
a) 1,2 kg b) 1,5 kg
c) 1,6 kg d) 1,8 kg
e) 2,4 kg
Medidas de Capacidade
QUESTÃO 04 - (OBMEP-2011) - Quantos copos
de 130 mililitros é possível encher, até a borda,
com dois litros de água?
a) 11 b) 12
Medidas de Massa c) 13 d) 14
e) 15

QUESTÃO 05 - (OBM-2004) - Imagine uma pilha


com cem milhões de folhas de papel sulfite, cada
Medidas de Tempo
uma com 0,1 milímetro de espessura. Assinale a
1 hora = 60 minutos = 3600 segundos
alternativa mais próxima da altura da pilha.
1 minuto = 60 segundos
a) a sua altura.
b) o comprimento do maior animal do mundo, a
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
baleia azul, que é cerca de 29 metros.
QUESTÃO 01 - (OBMEP-2006) - Aninha nasceu
c) a altura do edifício mais alto do mundo, o
com 3,250 quilogramas. A figura mostra Aninha
Petronas Tower, que tem 88 andares.
sendo pesada com um mês de idade. Quanto ela
d) a altura do pico mais alto do mundo, o Mon-
engordou, em gramas, em seu primeiro mês de
te Everest, que é 8848 metros.
vida?
e) a distância do planeta Terra à Lua, que é
muito maior que todas as alternativas an-
teriores.
a) 550
b) 650 QUESTÃO 06 - (Ifsc 2011)
c) 750
d) 850
e) 950

QUESTÃO 02 - (Enem 2011) - O dono de uma


oficina mecânica precisa de um pistão das par- O consumo de água das residências que pos-
tes de um motor, de 68 mm de diâmetro, para o suem água encanada é medido por um aparelho
conserto de um carro. Para conseguir um, esse chamado hidrômetro. O hidrômetro utiliza, como
dono vai até um ferro velho e lá encontra pistões unidade de medida, o metro cúbico. Em diversos

36
UNIDADES DE MEDIDAS

municípios catarinenses, essa leitura é feita men- Ao optar pelas medidas a e b em metros, obtêm-
salmente no hidrômetro para que cada consumi- -se, respectivamente:
dor tome conhecimento de seu consumo de água a) 0,23 e 0,16 b) 2,3 e 1,6
e para que a CASAN (Companhia Catarinense de c) 23 e 16 d) 230 e 160
Águas e Saneamento) possa emitir a fatura men- e) 2300 e 1600
sal de pagamento. Recentemente, foi aprovada
uma lei que considera como consumo mínimo re- QUESTÃO 10 - (Enem 2011) - Café no Brasil
sidencial o equivalente a 10m3 ao mês. Conside- O consumo atingiu o maior nível da história no
rando que o consumo mensal de uma residência ano passado: os brasileiros beberam o equivalen-
é de 600 litros, então essa residência terá pago te a 331 bilhões de xícaras.
em litros durante um ano sem consumir, o equi- Veja. Ed. 2158. 31 mar. 2010.
valente a...
Considere que a xícara citada na noticia seja equi-
a) 48000 litros. b) 112800 litros.
valente a, aproximadamente, 120 mL de café. Su-
c) 4800 litros. d) 11280 litros.
ponha que em 2010 os brasileiros bebam ainda
e) 1128 litros.
mais café, aumentando o consumo em 1/5 do que
foi consumido no ano anterior. De acordo com es-
QUESTÃO 07 - (OBMEP-2007) - Quando Bruno
sas informações, qual a previsão mais aproxima-
chegou a escola, um dos dois relógios de sua sala
da para o consumo de café em 2010?
estava marcando 06h 50min e o outro 7h 10min.
a) 8 bilhões de litros. b) 16 bilhões de litros.
A professora avisou que um dos relógios estava
c) 32 bilhões de litros. d) 40 bilhões de litros.
atrasado 3 minutos e o outro estava adiantado.
e) 48 bilhões de litros.
Quantos minutos o outro relógio estava adianta-
do?
PRISMAS - PRISMA RETO
É todo poliedro tal que:
a) 3 minutos a) duas faces são polígonos congruentes entre
b)10 minutos si, situadas em planos paralelos distintos
c)13 minutos (BASES);
d)17 minutos b) as demais faces são retângulos (FACES LA-
e) 23 minutos TERAIS).

QUESTÃO 08 - (Cefet-MG-2011) - A África do


Sul, país sede da Copa do Mundo de 2010, pos-
sui 1.219.912 km2 de extensão territorial. Essa
área, em m2, é:
a) 1.219.912 x 102
b) 121,9912 x 103
c) 12.199,12 x 105
d) 1.219.912 x 106
1.219.912 km2 = 1.219.912 x 106 m2

QUESTÃO 09 - (Enem 2011) - Um mecânico de


uma equipe de corrida necessita que as seguintes α e β : planos paralelos dist int os.
medidas realizadas em um carro sejam obtidas h : distância entre α e β (altura do prisma ).
em metros:
a) distância a entre os eixos dianteiro e trasei-
ÁREAS E VOLUME
ro;
b) altura bentre o solo e o encosto do piloto.
Área Lateral (AL): soma das áreas das faces la-
terais.
Área da Base (AB): área de uma base.
Área Total (AT): AT = AL + 2.AB
Volume (V ): V = AB.h

37
UNIDADES DE MEDIDAS

PRISMA REGULAR c) Cubo ou Hexaedro Regular


É todo prisma reto cuja base é um polígono regu-
lar de n lados.

Área Lateral:
A = 4a 2

Área Total:
At = 6a 2
Área Lateral: AL = n.AF Área Total: AT = AL + 2AB
Volume: V = a
3
Volume: V = AB.h
Df = a 2
Prisma Oblíquo Diagonal da Face:
As arestas laterais não são perpendiculares aos Diagonal do Cubo: d = a 3
planos das bases.
A B EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - (UNICAMP-Adaptada) - A figura
C
abaixo apresenta um prisma reto cujas bases são
hexágonos regulares. Os lados dos hexágonos
medem 5 cm cada um e a altura do prisma mede
10 cm.
D E

Áreas e Volumes
· Área Lateral → É a soma das áreas das faces
laterais.
· Área Total → É a soma da área lateral com as
áreas das bases.
· Volume → É o produto da área da base pela
altura.

Casos Particulares:
a) Prisma regular é aquele cujas bases são
polígonos regulares. Calcule o volume do prisma.
b) Paralelepípedo reto retângulo ou ortoedro: 3 3
a) 375 3 cm b) 350 3 cm
3 3
c) 325 3 cm d) 300 3 cm
3
e) 275 3 cm

QUESTÃO 02 - (PUCSP) - Um tanque de usoin-


dustrial tem a forma de umprismacujabase é
umtrapézioisósceles. Na figura a seguir, são da-
das as dimensões, em metros, do prisma:

A = 2ab + 2ac + 2bc


Área Total: t
Volume: V = abc

Diagonal: d = a 2 + b2 + c2

38
UNIDADES DE MEDIDAS

O volume desse tanque, em metros cúbicos, é:


a) 50 b) 60
c) 80 d) 100
e) 120

QUESTÃO 03 - (Fatec) - A figura a seguir é um


prisma reto, cuja base é um triângulo equilátero

de 10 2 cm de lado e cuja altura mede 5 cm. Se


M é o ponto médio de aresta DF, o seno do ângulo
BME é:

O raio da perfuração da peça é igual a


a) 1 cm. b) 2 cm.
c) 3 cm. d) 4 cm.
e) 5 cm.

QUESTÃO 06 - (ENEM) - Um porta-lápis de ma-


deira foi construído no formato cúbico, seguindo o
5 7 modelo ilustrado a seguir.

a) 5 b) 7
3 1
c) 2 d) 4
2
e) 5 O cubo de dentro é vazio. A aresta do cubo maior
mede 12 cm e a do cubo menor, que é interno,
QUESTÃO 04 - (ENEM) - Para confeccionar, em mede 8 cm. O volume de madeira utilizado na
madeira, um cesto de lixo que comporá o ambien- confecção desse objeto foi de:
te decorativo de uma sala de aula, um marceneiro a) 12 cm3 b) 64 cm3
utilizará, para as faces laterais, retângulos e tra- c) 96 cm3 d) 1216 cm3
pézios isósceles e, para o fundo, um quadrilátero, e) 1728 cm3
com os lados de mesma medida e ângulos retos.
Qual das figuras representa o formato de um ces- QUESTÃO 07 - (ENEM) - A siderúrgica “Metal
to que possui as características estabelecidas? Nobre” produz diversos objetos maciços utilizan-
do o ferro. Um tipo especial de peça feita nessa
companhia tem o formato de um paralelepípedo
retangular, de acordo com as dimensões indica-
das na figura que segue:

QUESTÃO 05 - (ENEM) - Uma metalúrgica re-


cebeu uma encomenda para fabricar, em grande
quantidade, uma peça com o formato de um pris-
ma reto com base triangular, cujas dimensões da
base são 6 cm, 8 cm e 10 cm e cuja altura é 10
cm. Tal peça deve ser vazada de tal maneira que
a perfuração na forma de um cilindro circular reto O produto das três dimensões indicadas na peça
seja tangente às suas faces laterais, conforme resultaria na medida da grandeza:
mostra a figura. a) massa. b) volume.
c) superfície. d) capacidade.
e) comprimento.

39
UNIDADES DE MEDIDAS

QUESTÃO 08 - (VUNESP-Adaptada) - Calcu-


lar o volume de um paralelepípedo retângulo,
sabendo que suas dimensões são proporcio-
nais a 9, 12 e 20, e que a diagonal mede 100
m.
a) 138 240 m3 b) 136 146 m3
c) 134 234 m3 d) 132 456 m3
e) 130 864 m3

QUESTÃO 09 - (Fuvest-SP) - Dois blocos de alu-


mínio, em forma de cubo, com arestas medindo
10 cm e 6 cm, são levados juntos à fusão e em
seguida o alumínio líquido é moldado como um
paralelepípedo reto de arestas 8 cm, 8 cm e x cm.
O valor de x é:
a) 16 m b) 17 m
c) 18 m d) 19 m
e) 20 m

QUESTÃO 10 - (Mackenzie-SP) - Um prisma re-


gular triangular tem todas as arestas congruentes
e 48 m2 de área lateral. Seu volume vale:
a) 16 m3 b) 32 m3
3
c) 64 m3 d) 4 3 m
e) 16√3M³

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D E C E D B D D B E

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A D B C B D B A D E

40
RAZÃO E PROPORÇÃO

CONCEITO DE RAZÃO Densidade nº de habitantes de uma região


=
A razão entre duas grandezas é o quo- demográfica área dessa região
ciente estabelecido entre elas, ou melhor, é o re-
sultado da divisão entre as grandezas.
Assim, dados dois números reais a e b,  ESCALA NUMÉRICA
com b ≠ 0, calcula-se a razão entre a e b através É a razão entre um comprimento no de-
do quociente da divisão de a por b. senho e o seu correspondente comprimento no
Para indicarmos a razão entre a e b usa- tamanho real, medidos na mesma unidade.
mos:
Comprimento no desenho d
a Escala = ∴E=
comprimento real D
ou a : b (“a” está para “b”).
b → Tamanhos de Escala
Na razão de a por b, o número “a” é cha- • Escala Grande
mado de antecedente e o número “b” é chamado É aquela que possui um pequeno deno-
de conseqüente.
minador, ou seja, é aquela destinada a pequenos
a comprimentos reais (áreas urbanas). É rica em
Razão entre a e b = detalhes. É usada em cartas ou plantas.
b
RAZÕES INVERSAS • Escala Pequena
Duas razões são inversas quando o ante- É aquela que possui um grande deno-
cedente de uma é igual ao conseqüente da outra minador, ou seja, é aquela destinada a grandes
e vice-versa  e  . Note que, o produto de duas
a b comprimentos reais (áreas continentais). É pobre
b a em detalhes gráficos. É usada em mapas e glo-
razões inversas é sempre igual a 1. bos.

a b Observação
. =1 Há ainda um outro tipo de escala, chama-
b a
da escala gráfica, que se apresenta sob a forma
de um segmento de reta graduado. Nele, cada
RAZÕES ESPECIAIS graduação representa 1 cm de comprimento no
 CONCORRêNCIA DE UM CONCURSO desenho.
É a razão entre o número de candidatos Exemplo:
inscritos no concurso e o número de vagas ofere-
cidas por ele. 0km 200km 400km 600km 800km
nº de cand. inscritos
Concorrência =
nº de vagas oferecidas

 VELOCIDADE MÉDIA 1cm 1cm


É a razão entre a distância percorrida por
=
um móvel e o tempo gasto para percorrê-la.
200km 20.000.000cm
Escala = ou 1: 20.000.000.
distância percorriada ∆S
Velocidade média = ∴ Vm =
EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
tempo gasto ∆t
QUESTÃO 01 - Numa prova com 50 questões,
 DENSIDADE DE UM CORPO acertei 35, deixei 5 em branco e errei as demais.
É a razão entre a massa do corpo e o vo- Responda os itens à seguir:
lume por ele ocupado. a) Qual a razão entre o nº de questões certas
e erradas?
massa m
Densidade = ∴d = b) Qual a razão entre o nº de questões erradas
volume V
sobre o total de questões da prova?
 DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE UMA RE- c) Qual a razão entre o nº de questões em
GIÃO branco sobre o nº de questões certas?
É a razão entre o número de habitantes de
uma região e a área dessa região. CONCEITO DE PROPORÇÃO
Proporção é uma igualdade de duas ra-

41
RAZÃO E PROPORÇÃO

zões.
a c a+c
Dados quatro números reais a, b, c e d, to- = =
dos diferentes de zero, dizemos que eles formam, b d b+d
nesta ordem, uma proporção, quando a razão en-
tre o primeiro e o segundo (a:b) é igual à razão  QUARTA PROPORCIONAL
entre o terceiro e o quarto (c:d). Representamos Dados três números reais, a, b e c, não-
isto por: -nulos, chama-se de quarta proporcional desses
a c números dados o número x tal que:
=
b d a c
ou a : b = c : d
E lemos: “a está para b assim como c está para
=
b x
d”.
a c
Note que, a quarta proporcional forma
Na proporção = , destacamos que os termos uma proporção com os números a, b e c, nessa
b d
ordem.
a e d são chamados extremos e os termos b e c
são chamados meios.
 TERCEIRA PROPORCIONAL
MEIOS MEIOS
Dados dois números reais a e b, não-nulos, cha-
a c
a : b = c : d
= ma-se de terceira proporcional desses números o
b d número x tal que:
EXTREMOS
a b
EXTREMOS =
b x
 PROPRIEDADES DE UMA PROPORÇÃO
→ Propriedade Fundamental  SÉRIE DE RAZÕES IGUAIS
Em toda proporção, o produto dos meios é Uma série de razões iguais é uma igual-
igual ao produto dos extremos. dade de duas ou mais razões. Também, pode ser
a c chamada de proporção múltipla. Em símbolos, te-
= ⇔ a.d=b.c mos:
b d a1 a 2 a a
→ Soma dos Termos = = 3 = ... = n = k
Em toda proporção, temos:
b1 b 2 b3 bn
a +b c +d A principal propriedade a ser utilizada é:
 =
a c
a c  a1 a a a a + a 2 + a 3 + ... + a n
= 2 = 3 = ... = n = 1 =k
= ⇔  ou b1 b2 b3 bn b 1 + b 2 + b 3 + ... + b n
b d a +b c +d
 =
 b d NÚMEROS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
Os números de uma sucessão numérica A = (a1,
a2, a3, ..., an) são ditos diretamente proporcionais
→ Diferença dos Termos aos números da sucessão numérica B = (b1, b2,
Em toda proporção, temos: b3, ..., bn), quando as razões de cada termo de A
a −b c −d pelo seu correspondente em B forem iguais, isto
 = é:
a c
a c  a1 a2 a3 an
= ⇔  ou = = = ... = =k
b d a b1 b2 b3 bn
−b c −d
 = Este valor “k” é chamado de fator de pro-
 b d porcionalidade ou coeficiente de proporcionalida-
→ Soma dos Antecedentes e Consequentes de.
Em toda proporção, a soma dos antece-
dentes está para a soma dos consequentes, as- EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM
sim como qualquer antecedente está para seu QUESTÃO 01 - Verificar se os números da suces-
consequente. são (20, 16, 12) são ou não diretamente propor-

42
RAZÃO E PROPORÇÃO

cionais aos números da sucessão (5, 4, 3). Em QUESTÃO 02 - Encontrar x, y e z, sabendo que
caso afirmativo, determine o coeficiente de pro- os números das sucessões (x, 3, z) e (9, y, 36)
porcionalidade “k”. são inversamente proporcionais e têm coeficien-
Solução: te de proporcionalidade k = 36.
Note que: Solução:
20 16 12 Pela definição, temos:
= 4; =4e = 4.
5 4 3  x . 9 = 36 ⇒ x = 4.

Então as sucessões são diretamente pro-  3 . y = 36 ⇒ y = 12.
porcionais e o coeficiente de proporcionalidade k  z . 36 = 36 ⇒ z = 1.

= 4.
QUESTÃO 03 - Repartir o número 18 em partes
QUESTÃO 02 - Encontrar x e y sabendo que os
diretamente proporcionais a 5 e 4.
números da sucessão (20, x, y) são diretamente
Solução:
proporcionais aos números da sucessão (4, 2, 1).
Sejam x e y as partes procuradas:
Solução:
x + y = 18
Pela definição de números diretamente  x y 18 x = 10
x y x + y ⇒ = = = 2⇒ 
proporcionais, temos: 5 = 4 = 5 + 4 5 4 9 y = 8
20 x y x y x = 10 
= = ⇒5= = ⇒
4 2 1 2 1 y = 5
QUESTÃO 04 - (FCC) - No quadro abaixo, têm-se
NÚMEROS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS as idades e os tempos de serviço de dois técnicos
Os números de uma sucessão numérica A judiciários do TRF de uma certa circunscrição ju-
= (a1, a2, a3, ..., an) são inversamente proporcio- diciária.
nais aos números da sucessão numérica B = (b1, IDADE TEMPO DE SERVIÇO
b2, b3, ... bn), quando os produtos de cada termo JOÃO 36 ANOS 8 ANOS
da sucessão A pelo seu correspondente em B fo- MARIA 30 ANOS 12 ANOS
rem iguais, isto é:
Esses funcionários foram incumbidos de
digitar as laudas de um processo. Dividiram o
a1 . b1 = a2 . b2 = a3 . b3 = ... = an . bn = k
total de laudas entre si, na razão direta de suas
idades e inversa de seus tempos de serviço no
Este valor k também é chamado de fator
Tribunal. Se João digitou 27 laudas, determine o
ou coeficiente de proporcionalidade.
total de laudas do processo.
Na situação exposta, podemos dizer tam-
Solução:
bém que os elementos da sucessão A são direta-
Sejam
mente proporcionais aos inversos dos elementos
– Laudas de João: x
da sucessão B.
a1 a a a
= 2 = 3 = ... n = k – Laudas de Maria: y
1 1 1 1 Então:
x y x+y
b1 b2 b3 bn = =
36 30 36 30
+
8 12 8 12
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Como x = 27, temos:
QUESTÃO 01 - Verificar se os números da su- 27 x+y
=
cessão (3, 6, 8) são ou não inversamente propor- 36 36 30
cionais aos números da sucessão (24, 12, 9). Em +
8 8 12
caso afirmativo, determine o coeficiente de pro- Ou seja:
porcionalidade “k”. 8 x+y
Solução: 27. =
36 9 5
Note que: +
2 2
3 . 24 = 72; 6 . 12 = 72; 8 . 9 = 72.
x+y
Então as sucessões são inversamente 6=
7
proporcionais e o coeficiente de proporcionalida-
de é 72. Então: x+y = 42

43
RAZÃO E PROPORÇÃO

REGRA DE TRêS SIMPLES E COMPOSTA  REGRA DE TRÊS INVERSA


GRANDEZAS DIRETAMENTE PROPORCIO- A e B são grandezas inversamente proporcionais.
NAIS A1 B
= 2
Duas grandezas (A e B) são diretamente propor- A2 B1
cionais quando, aumentando-se o valor de uma
delas um certo número de vezes, o valor corres- EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
pondente da outra também aumenta o mesmo nú- QUESTÃO 01 - Se uma dúzia de ovos custa R$
mero de vezes. Em símbolos, temos: 1,40, então quanto deve custar uma bandeja com
A ∼ B ⇔ A = K ⋅ B, onde k = coeficient e de 30 ovos?
Proporcionalidade Solução:
Se duas grandezas são diretamente proporcio- Faça uma tabela relacionando a quantida-
nais, então a razão de dois valores de uma das de de ovos ao preço, e por meio de setas verifique
grandezas é igual à razão entre os dois valores a se estas grandezas são diretamente ou inversa-
eles correspondentes na outra grandeza. mente proporcionais.
A 1 = k . B 1
 ⇔ A1 = B1 Quantidade de ovos Preço (R$)
 2
A = k . B 2 A2 B2 12 1,40
30 x
GRANDEZAS INVERSAMENTE PROPORCIONAIS As setas têm o mesmo sentido porque as grande-
Duas grandezas (A e B) são inversamente zas são diretamente proporcionais, ou seja, quan-
proporcionais quando, aumentando-se uma delas to mais ovos se quer comprar, mais dinheiro se
um certo número de vezes, o valor corresponden- tem que gastar.
12 1,40 30 . 1,40
te na outra diminui o mesmo número de vezes. Logo: = ⇒ x = ⇒ x = 3,50
Em símbolos, temos: 30 x 12
1 1 coeficiente de Resposta: Uma bandeja com 30 ovos deve cus-
A~ ⇔ A =k⋅ onde k =
B B proporcionalidade tar R$3,50.
Se duas grandezas são inversamente pro-
porcionais, então a razão entre os dois valores de REGRA DE TRêS COMPOSTA
uma das grandezas é igual ao inverso da razão É uma regra prática utilizada na resolução
entre os dois valores a eles correspondentes na de problemas que envolvem várias grandezas
outra grandeza. proporcionais. A regra de três composta é realiza-
1
da da seguinte maneira.
 1
→ 1º Passo: Montamos uma tabela colocando
A 1 = k ⋅ B A B A1 B
 1
⇔ 1 = 1 ⇔ = 2 em cada coluna, ordenadamente, os valo-
 1 A2 B1
A = k ⋅ 1 A 2 res de cada grandeza.
 2
B2 B2 → 2º Passo: Escolhemos uma grandeza para
Observação servir de referência.
Se A ∼ B E A ∼ C, então A ∼ B ⋅ C → 3º Passo: Comparamos esta grandeza de
referência a cada uma das outras grande-
REGRA DE TRêS SIMPLES zas, isoladamente, identificando se há pro-
É uma regra prática que nos permite com- porcionalidade direta (seta de mesmo senti-
parar duas grandezas proporcionais, A e B, rela- do) ou inversa (setas invertidas).
cionando dois valores de A e dois valores de B. → 4º Passo: Colocamos a razão da grandeza
Nos problemas, haverá um desses quatro valores de referência isolada no 1º membro e, no 2º
que será desconhecido e deverá ser calculado membro, colocamos o produto das razões
com base nos três valores dados. Daí o nome re- das outras grandezas, lembrando que se
gra de três. há proporcionalidade inversa em relação
Dependendo das grandezas A e B, pode- a uma grandeza, devemos inverter os ele-
mos ter: mentos da respectiva coluna e escrever a
 REGRA DE TRÊS DIRETA razão inversa no produto.
A e B são grandezas diretamente proporcionais.
A1 B
= 1 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
A2 B2 QUESTÃO 01 - Dezoito operários, trabalhando 7
horas por dia durante 12 dias, conseguem reali-

44
RAZÃO E PROPORÇÃO

zar um determinado serviço. Trabalhando 9 horas mos:


por dia, 12 operários farão o mesmo serviço em J M J + M 7500 J = 3000
quantos dias? = = = = 1500 ⇒ 
2 3 2+3 5 M = 4500
Solução 1:
Montando a tabela e tomando a quantidade Resposta: João lucrou R$ 3.000,00 e Maria lu-
de dias como referência, temos: crou R$ 4.500,00.
Operários Horas por dia Dias
18 7 12 QUESTÃO 02 - Três sócios lucraram juntamente R$
12 9 x 21.500,00 após um certo investimento. Para tanto,
o primeiro entrou com um capital de R$ 7.000,00,
durante 1 ano, o segundo com R$ 8.500,00 duran-
te 8 meses e o terceiro com R$ 9.000,00 durante 7
Logo: meses. Quanto lucrou cada um?
12  12   9 
=   .   ⇒ 18.7 = 9.x ⇒ x = 14 dias Solução:
x  18   7  Utilizando a regra da sociedade, vemos que:
Resposta: São necessários 14 dias. lucro
=
x
=
y
=
z
capital ⋅ tempo 7000 ⋅ 12 8500 ⋅ 8 9000 ⋅ 7
Solução 2: onde x, y e z são as partes de cada um no lucro.
Montando a tabela e tomando o no de Simplificando a proporção, temos:
operários como referência, temos: x y z
Operários Horas por dia Dias = = ⇒
70 ⋅ 12 85 ⋅ 8 90 ⋅ 7
18 7 12 y x + y + z 21500
x z
12 9 x = = = = = 10 ⇒
840 680 630 2150 2150
x = 8400
Logo: 
⇒ y = 6800
z = 6300
18  9   x  
=   .   ⇒ 18.7 = 9.x ⇒ x = 14 dias
12  7   12  Resposta: O primeiro lucrou R$ 8.400,00; o se-
Resposta: São necessários 14 dias. gundo, R$ 6.800,00 e o terceiro, R$ 6.300,00.

REGRA DE SOCIEDADE EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM


É justo que, em uma sociedade, os lucros QUESTÃO 01 - Uma máquina, funcionando du-
e os prejuízos sejam distribuídos entre os vários rante 5 horas, enche 120 vasilhas de detergente.
sócios, proporcionalmente aos capitais emprega- Quantas vasilhas ela encheria se funcionasse du-
dos e ao tempo durante o qual estiveram empre- rante 8 horas?
gados na constituição dessa sociedade. a) 190 b) 192
Lucro ~ Capital  Lucro c) 194 d) 196
⇒ = cte e) 198
Lucro ~ Tempo  Capital ⋅ Tempo
É uma aplicação prática da divisão em QUESTÃO 02 - Vinte homens fazem um determi-
partes diretamente proporcionais. nado serviço em 10 dias. Para fazer o mesmo tra-
balho em 8 dias, quantos homens, com a mesma
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS capacidade dos primeiros, seriam necessários?
QUESTÃO 01 - João e Maria montaram uma lan- a) 25 b) 10
chonete. João entrou com R$ 20.000,00 e Maria, c) 16 d) 20
com R$ 30.000,00. Se ao fim de um ano eles obti- e) 8
veram um lucro de R$ 7.500,00, quanto vai caber
a cada um? QUESTÃO 03 - (ENEM) - Em uma tecelagem, 12
Solução: teares produzem 600 m de tecido em 5 dias. Em
Utilizando a regra da sociedade, vemos que: quantos dias 15 teares deverão produzir 1200 m
lucro J M
= = do mesmo tecido?
capital ⋅ tempo 20000 ⋅ 1 30000 ⋅ 1 a) 5 b) 10
onde J é o lucro que cabe ao João e M é o lucro c) 8 d) 36
que cabe à Maria. Simplificando a proporção, te- e) 16

45
RAZÃO E PROPORÇÃO

QUESTÃO 04 - (ENEM) - Se 10 operários traba- atendidas nas 2 horas iniciais, quando o nível de
lhando 6 horas por dia fazem determinado serviço dificuldade é duas vezes maior. Podemos afirmar
em 20 dias, em quantos dias 15 operários, traba- que o número de pessoas atendidas nesse inter-
lhando 8 horas por dia, fazem o mesmo serviço? valo é de aproximadamente:
a) 6 b) 10 a) 240 b) 150
c) 12 d) 15 c) 120 d) 90
e) 18 e) 60

QUESTÃO 05 - Um mecânico regula um auto- QUESTÃO 10 - Um fazendeiro tem milho para


móvel modelo X em 40 minutos, enquanto seu alimentar 15 galinhas durante 20 dias. No fim de
auxiliar realiza o mesmo trabalho em duas horas. 2 dias, compra três outras galinhas, quatro dias
Trabalhando juntos, regularão 3 automóveis do depois desta compra, uma raposa mata várias ga-
mesmo modelo X em: linhas e o fazendeiro pode alimentar as que res-
a) 70 minutos b) 80 minutos tam durante 18 dias. Quantas galinhas a raposa
c) 90 minutos d) 100 minutos matou?
a) 5 b) 6
QUESTÃO 06 - Uma torneira enche um tanque c) 7 d) 8
em 6 horas, uma segunda torneira enche em 3 e) 9
horas e uma válvula de escape seca o tanque em
12 horas. Se as duas torneiras e a válvula forem
abertas no mesmo instante, em quanto tempo o
tanque ficará cheio?
a) em 1 hora e 30 minutos
b) em 2 horas
c) em 2 horas e 24 minutos
d) o tanque nunca encherá

QUESTÃO 07 - (ENEM) - Trabalhando 10 horas,


durante 15 dias, 8 pedreiros fizeram uma parede
de concreto de 48m2. Se estivessem trabalhando
12 horas diárias e se o número de operários fosse GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
reduzido de 2, quantos dias levariam para fazer 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
outra parede cuja área fosse o dobro daquela? B A C B C C C B C C
a) 33 dias b) 33 dias e 8 horas.
c) 33 dias e 4 horas. d) 33 dias e 6 horas.
e) 33 dias e 5 horas.

QUESTÃO 08 - O lucro de R$ 14.000,00 da em-


presa Concursos S/A, será dividido entre seus
dois sócios. Thiago Pacífico aplicou na empre-
sa R$2.000,00 por 6 meses e Rinaldo aplicou
R$4.000,00 por 4 meses. Quanto, respectivamen-
te, coube a cada um deles?
a) R$ 4.000,00 e R$ 10.000,00
b) R$ 6.000,00 e R$ 8.000,00
c) R$ 7.000,00 e R$ 7.000,00
d) R$ 9.000,00 e R$ 5.000,00

QUESTÃO 09 - (UNIFOR) - No Banco Dimdim,


em dias normais, na agência central, 10 caixas
atendem 900 pessoas trabalhando 6 horas diá-
rias. Em uma segunda−feira chuvosa dois caixas
faltaram por conta de uma virose e o gerente quer
uma previsão de quantas pessoas poderão ser

46
CIÊNCIAS HUMANAS

47
GEOPOLÍTICA

A geopolítica é uma ciência que se de- danças nas relações trabalhistas, dariam mais
senvolveu a partir do estudo das influências dos oportunidades de desenvolvimento de mercado,
fatores geográficos nas decisões políticas dos ampliando assim o lucro do empresário industrial
Estados soberanos; decisões que objetivam sal- naquele momento. No século XIX, a necessidade
vaguardar ou ampliar o poder de determinado Es- de expandir mercados para além-europa, de bus-
tado no sistema internacional. car fontes fornecedoras de matérias-primas, em-
O pai da teoria da geoestratégia é o ge- purrou a Europa para novas áreas, chegando ao
ógrafo inglês Halford J. Mackinder, que desen- período do Neocolonialismo,
volveu a teoria do Heartland. Heartland significa, onde a África e Ásia seriam
literalmente, Coração da Terra. Mackinder situou usadas, disputadas e par-
o Heartland na zona territorial que abrange os tilhadas entre as potencias
continentes europeu e asiático, e que recebe a européias.
denominação de Eurásia ou Ilha Mundial. O surgimento de no-
A partir da teoria do Heartland, Mackinder vos Estados, como a Itália e
pronunciou, em 1904, uma conferência na Real Alemanha, exerceu maior pressão sobre França
Sociedade Geográfica de Londres, quando de- e Inglaterra e, as tensões passaram a ser poten-
fendeu a tese de que o controle dos mares não cializadas. O Projeto Alemão de expandir seu ter-
mais representava a chave do poderio das na- ritório domesticamente levou essas potencias ao
ções marítimas. confronto da I Guerra Mundial, onde o palco foi a
Na avaliação de Mackinder, a supremacia Europa.
do poder naval havia chegado ao fim. Durante sé- Ao final dessa Guerra, os países, indepen-
culos, países que, devido às suas contingências dentemente de vitoriosos e derrotados, estavam
geográficas, desenvolveram o meio de transporte sem dinheiro e infraestrutura. Nesse contexto,
marítimo, tanto para fins comerciais como para emergiu os Estados Unidos com grande aparato
fins de segurança, obtiveram a supremacia nas econômico que consolidou o País como grande
relações de força no mundo. economia mundial.
A Europa vivenciou na década de 20 um
O MUNDO ANTERIOR A 1945. período de reconstrução extremamente difícil,
A Europa foi o centro social, político e com fortes reações sociais e contestações de
econômico até 1945, quando dominou todas as ordem político-econômico, chegando a fortale-
ações revolucionárias conduzindo o mundo de cer concepções esquerdistas em alguns países,
acordo com seus interesses e preceitos. como por exemplo na Itália, onde a burguesia ra-
No Período das Grandes Navegações, pidamente tratou de apoiar o movimento fascista,
no século XV, Portugal e Espanha se tornam as de Benito Mussolini.
potencias mundiais exercendo forte influencia no Na década de 30 os países da Europa
processo de ocupação e exploração das Améri- continuavam em dificuldade, pois a crise no sis-
cas, a partir de uma política econômica pautada tema econômico mundial, advindo de Nova Ior-
no Mercantilismo. que (1929), se alastrou pelo mundo e provocou
grandes o desemprego em massa, reforçando
ondas nacionalistas extremistas, levando países
Europeus aos regimes totalitário (Nazismo, Sala-
zarismo, Franquismo).
Diante do crescimento militar alemão, ao
final da década de 30, Hitler invadiu a Polônia ini-
ciando a 2° Guerra Mundial e confrontando mais
uma vez as potencias européias. O fim dessa
Guerra assinalou uma mudança ideológica no
mundo que, pela primeira vez viu a emergência
A partir do século XVIII as inovações técni- de potencias fora do eixo Europeu.
co-científicas advindas do processo de Revolução
Industrial que consolidou a fase do capitalismo A BIPOLARIDADE MUNDIAL
liberal, onde o Estado não interfere diretamente Terminada a Segunda Guerra Mundial
nas ações de mercado e, assim, as inovações ocorreram Conferencias Internacionais que con-
da máquina a vapor, a produção em série, mu- firmaram a perda da potencialidade Política Eu-

48
GEOPOLÍTICA

rocêntrica colocando o mundo diante de duas Su-


perpotencias: Estados Unidos e União Soviética.
Dentre as transformações advindas desse
equilíbrio de forças podemos destacar a divisão
européia, numa cortina de Ferro (expressão usa-
da por Churchill), delineando as zonas de influen-
cia do Capitalismo e Socialismo, conflitando as
ideologias e acirrando os nervos entre as áreas.

Características da Bipolaridade.
• Potencias: EUA e URSS;
• Alianças Militares e Econômicas comanda-
das pelas potencias;
• Guerra Fria;
O Período de 1945 a 1991 foi considera-
do tenso e agitado em termos militares, onde o
poder foi medido pela capacidade bélico-nuclear
entre as potencias determinando uma corrida ar-
mamentista sem precedentes.
Na década de 80 a crise que se abateu
sobre a URSS foi determinante para o fim da Bi-
polaridade e queda do regime comunista no Les-
te Europeu, Assim em 1991, Mikhail Gorbatchov
dissolveu a União Soviética colocando um ponto
final nesse conturbado período. EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - (ENEM-2014) - Três décadas –
O MUNDO MULTIPOLAR. de 1884 a 1914 - separam o século XIX – que
A partir de 1991, com o fim da bipolaridade terminou com a corrida dos países europeus para
mundial, ocorreu um remodelamento no cenário a África e com o surgimento dos movimentos de
internacional com uma redução de investimentos unificação nacional na Europa - do século XX,
bélicos (embora com crescimento recente) e o de- que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o
senvolvimento de blocos econômicos, que fortale- período do Imperialismo, da quietude estagnante
ceu a percepção de poder pela maior capacidade na Europa e dos acontecimentos empolgantes na
de mercado. Ásia e na África.
Em termos de conflitos, embora já pree- ARENDT. H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
xistentes, as divergências étnico-religiosas, ét- Das Letras, 2012.
nico-nacionalistas, terrorismo e narcotráfico se-
riam amplificadas exigindo novas táticas e novas O processo histórico citado contribuiu para a eclo-
alianças. A velha divisão de mundo Leste x Oes- são da Primeira Grande Guerra na medida em
te, agora é determinada pelas forças econômicas que:
Norte x Sul, que define as relações geopolíticas a) difundiu as teorias socialistas.
do mundo no século XXI. b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos

QUESTÃO 02 - Com base nos conhecimentos


sobre a geopolítica e a economia mundial, no pe-
ríodo pós-Segunda Guerra Mundial, pode-se afir-
mar:
a) A Guerra Fria se consolidou a partir do lan-
çamento das bases da Doutrina Truman,
levando os Estados Unidos e a União So-
viética a um estado de tensão permanente.

49
GEOPOLÍTICA

b) O objetivo geopolítico da Doutrina Truman ex-comunistas, é correto afirmar:


era a consolidação do capitalismo na Euro- a) A entrada dos países comunistas na cha-
pa Oriental. mada economia capitalista trouxe ganhos
c) A substituição do ouro pelo dólar, como novo econômicos para parte desses países, mas
padrão monetário, em 1960, tornou a eco- também ampliou problemas sociais, como
nomia norte-americana inquestionavelmen- desemprego e pobreza.
te hegemônica até os dias atuais. b) A transição para a economia de mercado
d) A ONU (Organização das Nações Unidas) dos países do bloco soviético gerou pe-
foi responsável pela inserção de todos os quenas modificações no que diz respeito
países subdesenvolvidos no comércio inter- à legislação que organizava a propriedade
nacional, desde o pós-guerra. privada da terra.
e) A criação do Banco Mundial e do FMI (Fun- c) Os países do ex-bloco comunista que atu-
do Monetário Internacional), ambos com almente fazem parte da União Europeia, a
sede na Inglaterra, possibilitou a recupe- exemplo de Hungria, Eslovênia e Eslová-
ração econômica da Europa Ocidental e a quia, por terem heranças socialistas, não
industrialização dos países periféricos da foram atingidos pela atual crise econômica
América Latina e da Oceania. europeia.
d) A Rússia, principal país do bloco comunis-
QUESTÃO 03 - Em 25 de junho de 1950, tro- ta, passou por um processo de transição do
pas da Coreia do Norte ultrapassaram o Paralelo socialismo para o capitalismo muito similar
38°N, que delimitava a fronteira com a Coreia do à China, porém, sem o mesmo sucesso
Sul. Com a aprovação do Conselho de Seguran- econômico e social.
ça da ONU, quinze países enviaram tropas em e) Os países da extinta Iugoslávia, principal-
defesa da Coreia do Sul, comandadas pelo ge- mente a Croácia, a Bósnia e a Sérvia, pas-
neral norte-americano Douglas MacArthur. Após saram por um processo de transição, pací-
três anos de combate, foi assinado um armistício fico e parcial, de uma economia socialista
em 27 de julho de 1953, mantendo a divisão entre para uma economia capitalista.
as Coreias.
Adaptado de cpdoc.fgv.br. QUESTÃO 05 - Com o fim da Segunda Guerra
Mundial, o contraste entre o capitalismo e socia-
O governo norte-coreano anunciou recentemente
lismo era predominante entre a política, ideolo-
que não mais reconheceria o armistício assinado
gia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e
em 1953, o que trouxe novamente ao debate o
tentativa de influenciar outros países, os Estados
episódio da Guerra da Coreia.
Unidos não conflitaram a União Soviética (e vice-
O fator que explica a dimensão assumida por essa
-versa) com armamentos, pois os dois países ti-
guerra na década de 1950 está apresentado na:
nham em posse grande quantidade de armamen-
a) mundialização do acesso a fontes de ener-
to nuclear, e um conflito armado direto significaria
gia
o fim dos dois países e, possivelmente, da vida
b) bipolaridade das relações políticas interna-
em nosso planeta. Porém, ambos acabaram ali-
cionais
mentando conflitos em outros países como, por
c) hegemonia soviética em países do Terceiro
exemplo, na Coreia e no Vietnã.
Mundo
d) criação de multinacionais japonesas no ex- Disponível em: < http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/
tremo Oriente > Acesso em: 03/09/2014, às 18h45min (fins pedagógicos).
e) expansão do capitalismo neoliberal no con- Assinale a alternativa que compara corretamente
tinente asiático. as guerras da Coreia e do Vietnã no contexto da
Guerra Fria.
QUESTÃO 04 - Segundo o relatório do Progra- a) As duas guerras apresentaram resultados
ma das Nações Unidas para o Desenvolvimento positivos para os norte-americanos, pois as
– PNUD (2010), os países considerados ex-co- conquistas militares favoreceram a adoção
munistas apresentam dados divergentes e con- do capitalismo de forma integral nos dois
trastantes em relação ao desenvolvimento eco- países.
nômico e social dos demais países do mundo. b) A Guerra do Vietnã foi motivada pelas cons-
Com base na economia dos países considerados tantes intromissões dos Estados Unidos no

50
GEOPOLÍTICA

Norte do país, enquanto a causa da Guerra QUESTÃO 07 - Com o fim da Segunda Guer-
da Coreia está relacionada à invasão chine- ra Mundial (1939-1945), vários povos tomaram
sa à Coreia do Norte. consciência do grande desnível econômico, so-
c) As duas guerras consistiram em uma exten- cial, político, científico e tecnológico existente en-
são da Guerra Fria, nas quais houve claras tre os países do mundo. Um grupo era formado
evidências da polarização política mundial por países ou nações fortes, outro grupo era for-
que se iniciou após a Segunda Guerra Mun- mado por nações fracas economicamente. Para
dial. diferenciar esses dois conjuntos de países, na dé-
d) A divisão política após findar os conflitos, cada de 1950 foram introduzidas as expressões:
no Vietnã e na Coreia, contribuiu para que a) países desenvolvidos e países subdesen-
esse modelo, polarizado em Norte e Sul, volvidos;
chegasse ao Brasil na década de 1980. b) países do primeiro, segundo e terceiro mun-
e) Os dois conflitos contaram com a participa- do;
ção de alianças europeias, nas quais par- c) países do centro e países periféricos;
ticiparam França, Inglaterra e Alemanha d) países do Norte e países do Sul.
Ocidental, apoiando os Estados Unidos mi-
litarmente. QUESTÃO 08 - Sobre a ação do Estado na polí-
tica econômica e social de um país e suas reper-
QUESTÃO 06 - Observe o gráfico a seguir. cussões nas sociedades contemporâneas, assi-
nale a alternativa correta.
a) Nos regimes socialistas derivados do antigo
bloco soviético o Estado apresenta-se pou-
co atuante, sendo que as comunas popula-
res controlam o sistema produtivo e o poder.
b) A social democracia caracteriza-se pela
valorização da iniciativa privada e pela au-
sência de seguridade social do Estado. Os
serviços de saúde, educação e seguridade
Analisando os dados, aliados ao conhecimento social são privados.
referente ao Índice GINI (indicador que mede a c) No capitalismo neoliberal o Estado não é
concentração de renda), pode-se concluir que: controlador do mercado, favorecendo a li-
a) a desigualdade econômica e social no Bra- vre iniciativa e a livre competição entre as
sil é semelhante à dos demais países de- empresas. Não prioriza o protecionismo da
senvolvidos do mundo. Essa desigualdade produção industrial nacional.
independe do grau de desenvolvimento de d) O Estado laico caracteriza-se pela ingerên-
um país. cia religiosa nos assuntos de Estado. O Irã
b) a desigualdade social no Brasil aumentou é um exemplo de Estado laico.
significativamente na última década em e) O Parlamentarismo é a forma de represen-
decorrência do crescimento econômico do tação própria das monarquias e dos regi-
país. mes totalitários; o Presidencialismo é pró-
c) as maiores desigualdades sociais no mundo prio das democracias socialistas.
encontram-se em países do Leste Europeu,
visto que o socialismo predominante na re- QUESTÃO 09 - O texto que segue é do poeta ce-
gião ao longo das últimas décadas gerou arense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do
grande concentração de renda. Assaré, cantador do drama dos caboclos nordes-
d) apesar de o Brasil estar entre os países tinos e dos pobres do Brasil.
com maior desigualdade social no mundo, BRASI DE CIMA E BRASI DE BAXO
a concentração de renda diminuiu na última Meu compadre Zé Fulô,
década. Meu amigo e companhêro,
e) a concentração de renda evidenciada no Faz quage um ano que eu tou
gráfico ocorre de forma semelhante em to- Neste Rio de Janêro;
das as regiões brasileiras, porém é maior Eu saí do Cariri
no Sul e no Sudeste em virtude da maior Maginando que isto aqui
urbanização evidenciada nessas regiões. Era uma terra de sorte,

51
GEOPOLÍTICA

Mas fique sabendo tu ção de governo, dariam dimensão internacional


Que a miséria aqui do Su ao neoliberalismo (...)
É esta mesma do Norte. Alceu L. Pazzinato e Maria Helena V. Senise, História Mo-
derna e Contemporânea
Tudo o que procuro acho.
Eu pude vê neste crima, A doutrina econômica a que o texto se refere de-
Que tem o Brasi de Baxo fende
E tem o Brasi de Cima. a) o Estado de Bem Estar Social nas nações
Brasi de Baxo, coitado! subdesenvolvidas.
É um pobre abandonado; b) a prática da estatização dos recursos natu-
O de Cima tem cartaz, rais.
Um do ôtro é bem deferente: c) a intervenção mínima do Estado da econo-
Brasi de Cima é pra frente, mia.
Brasi de Baxo é pra trás. d) o desestímulo à livre circulação de capitais
internacionais.
Aqui no Brasi de Cima, e) a criação de rígida legislação de proteção
Não há dô nem indigença, ao trabalho.
Reina o mais soave crima
De riqueza e de opulença;
Só se fala de progresso, EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Riqueza e novo processo QUESTÃO 01 - “[...] O capitalismo contemporâ-
De grandeza e produção. neo é mundial e integrado porque potencialmente
Porém, no Brasi de Baxo colonizou o conjunto do planeta, porque atual-
Sofre a feme e sofre o macho mente vive em simbiose com países que histori-
A mais dura privação. camente pareciam ter escapado dele (países do
ex-bloco soviético e China) e porque tende a fazer
(PATATIVA DO ASSARÉ. Cante lá que eu canto cá. 11. ed.
Petrópolis: Vozes, 1978. p. 271-272.)
com que nenhuma atividade humana, nenhum se-
tor de produção fique fora de seu controle. [...] O
Segundo a interpretação do poeta sobre o proble- capitalismo mundial integrado não respeita mais
ma da pobreza, é correto afirmar: os modos de vida tradicional do que os modos de
a) A pobreza atinge principalmente os morado- organização social dos conjuntos nacionais que
res da região Nordeste, chamada por ele de parecem estar melhor estabelecidos. [...]
“Brasi de baxo”.
GUATTARI, Felix. Revolução molecular: pulsações políticas
b) Na origem da pobreza está o domínio do
do desejo. São Paulo: Brasiliense, 1987. p. 211.
acaso e do azar, predominando a riqueza
em regiões privilegiadas como o Rio de Ja- Com base no texto e nos conhecimentos sobre a
neiro. globalização e seus efeitos, é correto afirmar:
c) A pobreza deve-se às diferenças de ca- a) A economia do mundo globalizado privilegia
racterísticas pessoais (físicas, psíquicas e relações de mercado vinculadas à dinâmica
raciais, entre outras) que existem entre os da acumulação flexível do capital.
brasileiros do sul e os do norte. b) O conhecimento científico reafirma cotidia-
d) No Brasil, a pobreza atinge tanto a popula- namente a sua autonomia e independência
ção nordestina como a do sul do país, divi- em relação aos efeitos da globalização.
dindo os brasileiros em duas categorias de c) A globalização manteve a tradicional divisão
pessoas. social do trabalho capitalista fundada à épo-
e) A pobreza no Nordeste e na região Sul do ca da revolução industrial na Inglaterra.
país decorre do mau aproveitamento dos d) A lógica do mercado globalizado fortalece as
seus recursos naturais e humanos. organizações representativas dos trabalha-
dores, que resistem com sucesso à deses-
QUESTÃO 10 - A primeira eleição de Ronald truturação do mundo do trabalho.
Reagan para a presidência dos Estados Unidos e) Os sistemas produtivos dos países emer-
(1980) coincidiu com o início do governo de Mar- gentes protegem-se dos dissabores do
garet Thatcher, líder do Partido Conservador, na mercado, estabelecendo cotas para os seus
Inglaterra. Orientados por uma mesma concep- produtos exportáveis.

52
GEOPOLÍTICA

QUESTÃO 02 - Observe os quadrinhos: d) Pela apropriação das condições de traba-


lho pelos homens mais capazes em contex-
tos históricos, marcados pela igualdade de
oportunidades.

QUESTÃO 04 - Relatório divulgado pelo Banco


Mundial, em 2004, constata que o Brasil teria de
elevar “em dez ou 15 vezes” o montante de di-
nheiro destinado a programas como Bolsa-Esco-
la, a fim de equilibrar as disparidades de renda
e integrar os mais pobres ao mercado. Na atual
(QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1992).
situação, de acordo com o Banco Mundial, o Bra-
Os quadrinhos ilustram uma forma comum de ex- sil tem contribuído de maneira significativa para a
plicar a pobreza e as desigualdades sociais. As- estagnação da diminuição do número de miserá-
sinale a alternativa que apresenta pressupostos veis na América Latina. Agrava a situação o fato
utilizados pela teoria liberal clássica para compre- de que a miséria deve persistir por muito mais
ender a existência da pobreza e que foram tam- tempo em relação ao resto do mundo, mesmo se
bém assumidos pela personagem Susanita em houver um ciclo de crescimento econômico com
suas falas. taxas elevadas. Essa dificuldade é acentuada
a) As desigualdades sociais podem ser com- pelo alto endividamento do país, que vem agindo
preendidas através da análise das relações como empecilho para a melhor redistribuição de
de dominação entre classes, que determi- renda. Enfim, o Banco Mundial ressalta que tanto
nam o sucesso ou o fracasso dos indivídu- a América Latina quanto o Brasil tem-se revela-
os. do na contramão em relação ao resto do mundo,
b) A existência da pobreza pode ser compre- que, nos últimos 20 anos, diminuiu pela metade o
endida a partir do estudo das relações de número de miseráveis.
produção resultantes da exploração de uma (Adaptado de: Folha de São Paulo, São Paulo, 24 abr.
classe sobre a outra. 2004. p. A-7.)
c) A divisão em classes sociais no capitalismo
De acordo com o texto, é correto afirmar que,
está baseada na liberdade de concorrência;
para o Banco Mundial:
assim, a pobreza decorre das qualidades e
a) O Brasil tem contribuído para a estagnação
das escolhas individuais.
da pobreza mundial, em razão das altas ta-
d) O empobrecimento de alguns setores so-
xas de crescimento econômico dos últimos
ciais no capitalismo decorre da apropriação
anos.
privada dos meios de produção, que dificul-
b) A pobreza poderia ser erradicada se o Brasil
ta a ascensão social da maioria da popula-
e os governos da América Latina decidis-
ção.
sem não saldar a dívida externa.
e) O empobrecimento de grande parte da po-
c) Taxas elevadas de crescimento econômico
pulação mundial decorre da definição pelo
representam pré-condições à redução pela
imperialismo de políticas econômicas discri-
metade dos atuais níveis de pobreza na
minatórias.
América Latina.
d) A redução da pobreza deriva da retração do
QUESTÃO 03 - De acordo com a teoria de Marx,
investimento público, o que liberaria mais
a desigualdade social se explica:
dinheiro para o investimento produtivo.
a) Pela distribuição da riqueza de acordo com
e) O caminho mais adequado para a redução
o esforço de cada um no desempenho de
da pobreza é o incremento dos gastos com
seu trabalho.
programas sociais de caráter assistencial.
b) Pela divisão da sociedade em classes so-
ciais, decorrente da separação entre pro-
prietários e não-proprietários dos meios de
produção.
c) Pelas diferenças de inteligência e habilidade
inatas dos indivíduos, determinadas biologi-
camente.

53
GEOPOLÍTICA

QUESTÃO 05 - Com base nas charges e em seus QUESTÃO 07 - Ao final da Segunda Guerra Mun-
conhecimentos, assinale a alternativa correta. dial, a ruptura do acordo que unira os aliados vi-
toriosos gerou um ordenamento político interna-
cional baseado na bipolaridade. Nesse contexto,
crises políticas e tensões sociais desencadearam
um processo de construção do socialismo em di-
versos países. Assinale a opção que apresenta
uma afirmativa correta sobre a construção do so-
cialismo no mundo do pós-guerra:
a) Na Iugoslávia (1944-45), o regime comunis-
ta implantado pelo Marechal Tito submeteu-
-se à hegemonia política e econômica so-
viética, o que acarretou sua expulsão do
a) Apesar da grave crise econômica que atin- movimento dos países não alinhados.
giu alguns países da Zona do Euro, entre b) Na Tchecoslováquia (1946), o socialismo
os quais a Grécia, outras nações ainda plei- reformista, baseado na descentralização e
teiam sua entrada nesse Bloco. liberalização do sistema frente ao modelo
b) A ajuda financeira dirigida aos países da stalinista, retomado na política de Brejnev,
Zona do Euro e, em especial à Grécia, vi- foi interrompido pela repressão russa, en-
sou evitar o espalhamento, pelo mundo, cerrando a “Primavera de Praga”.
dos efeitos da bolha imobiliária grega. c) Na China (1949), a revolução comunista
c) Por causa de exigências dos credores res- derrubou o regime imperial e expulsou os
ponsáveis pela ajuda financeira à Zona do invasores japoneses da Manchúria, reunin-
Euro, a Grécia foi temporariamente suspen- do os nacionalistas, os “senhores da guer-
sa desse Bloco. ra” e os comunistas maoístas em um gover-
d) Com a crise econômica na Zona do Euro, no de coalizão que instituiu uma república
houve uma sensível diminuição dos fluxos popular no país.
turísticos internacionais para a Europa, cau- d) Na Coréia (1950-53), a intervenção militar
sando desemprego em massa, sobretudo norte-americana impediu o avanço das for-
na Grécia. ças revolucionárias comunistas que ocupa-
e) Graças à rápida intervenção dos países vam o norte do país, reunificando as duas
membros, a grave crise econômica que Coréias sob a tutela do Conselho de Segu-
atingiu a Zona do Euro restringiu-se à Gré- rança da ONU.
cia, França e Reino Unido. e) Em Cuba (1959), a vitória dos revolucioná-
rios castristas foi favorecida pela promulga-
QUESTÃO 06 - As mudanças no panorama inter- ção da Emenda Platt no Senado americano,
nacional representadas pela vitória socialista de que regularizou o envio de armamentos aos
Mao-Tsé-tung na China, pela eclosão da Guerra guerrilheiros contrários à ditadura de Ful-
da Coréia e pelas crescentes dificuldades no rela- gêncio Batista.
cionamento com a URSS, repercutiram na forma
de tratamento dispensada pelos Estados Unidos QUESTÃO 08 - Em agosto de 1961, na “Con-
ao Japão. Este, de “inimigo vencido”, passou a: ferência Econômica e Social de Punta Del Este”,
a) atuar como o mais forte aliado da URSS na- o presidente John Kennedy apresentou aos paí-
quela região. ses latino-americanos o projeto da “Aliança para
b) ser a principal base de operações norte- o Progresso”, o qual previa, em linhas gerais, o
-americanas na Ásia. aperfeiçoamento e fortalecimento das instituições
c) competir com as forças econômicas alemãs democráticas, mediante a autodeterminação dos
e inglesas. povos, a aceleração do desenvolvimento eco-
d) buscar o seu nível econômico de antes da nômico e social dos países latino-americanos, a
Primeira Guerra Mundial. erradicação do analfabetismo e a garantia aos
e) menosprezar o “consenso” - política de par- trabalhadores de uma justa remuneração e ade-
ticipação de pessoal, que visa à integração quadas condições de trabalho. Situando a “Alian-
do trabalhador no esquema da empresa ca- ça para o Progresso” no contexto das relações
pitalista. internacionais vigentes no Pós-Guerra, constata-

54
GEOPOLÍTICA

mos que sua criação se deveu ao desejo do go- por cerca de 20% do comércio internacional. Com
verno norte-americano de: este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a con-
a) bloquear a acentuada evasão de capitais dição de moeda hegemônica.
latino-americanos, resultante da importação (Gazeta Mercantil, 30/12/1998)
maciça de bens de consumo japoneses e
das altas taxas de juros pagas aos países A matéria refere-se à desmontagem das estrutu-
integrantes do “Pacto de Varsóvia” por con- ras do passado” que pode ser entendida como:
ta dos empréstimos contraídos na década a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação
de 50. mundial que dividiu o mundo em dois blocos
b) conter o avanço dos movimentos revolucio- ideológicos opostos.
nários na América Latina, reafirmando as- b) a inserção de alguns países do Leste Euro-
sim a liderança exercida pelos EUA sobre o peu em organismos supranacionais, com o
Continente, numa conjuntura de acirramen- intuito de exercer o controle ideológico no
to da Guerra Fria por conta da Revolução mundo.
Cubana. c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da
c) desviar, para a América Latina, parte dos in- democracia levando à polarização ideológi-
vestimentos previstos no “Plano Global de ca da antiga URSS.
Descolonização Afro-Asiática”, em virtude d) a confrontação dos modelos socialistas e
das revoluções socialistas de Angola e Mo- capitalista para deter o processo de unifica-
çambique, que tornaram a posição norte- ção das duas Alemanhas.
-americana na África insustentável. e) a prosperidade as economias capitalistas
d) impedir que a República Federal Alemã, país e socialistas, com o consequente fim da
de orientação socialista, firmasse acordos Guerra Fria entre EUA e a URSS.
com a finalidade de transplantar tecnologia
nuclear para o Terceiro Mundo, a exemplo QUESTÃO 10 - A reconstrução econômica do Ja-
do que havia ocorrido no Brasil sob o go- pão, acelerada após 1950, é explicada principal-
verno JK. mente:
e) reabilitar os acordos diplomáticos entre os a) pelos progressos da agricultura, dirigida
EUA e os demais países latino-americanos, prioritariamente para a produção de maté-
que haviam sido rompidos quando da inva- rias primas.
são de Honduras e do Equador pelas tro- b) pela maciça aplicação de capitais na produ-
pas norte-americanas, fortalecendo assim a ção e pela mão-de-obra numerosa e barata.
OEA. c) pela facilidade de comércio com os países
asiáticos graças à construção de numerosa
QUESTÃO 09 - Em dezembro de 1998, um dos frota.
assuntos mais veiculados nos jornais era o que d) pela abundância de riquezas minerais.
tratava da moeda única européia. Leia a notícia e) pela existência de mercado consumidor in-
destacada a seguir. terno.
O nascimento do Euro, a moeda única a ser ado-
tada por onze países europeus a partir de 1 de
janeiro, é possivelmente a mais importante reali-
zação deste continente que nos últimos dez anos
assistiu à derrubada do Muro de Berlim, à reuni-
ficação das Alemanhas, à libertação dos países GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
da Cortina de Ferro e ao fim da União Soviética. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Enquanto todos esses eventos têm a ver com a B A B A C D A C D C
desmontagem de estruturas do passado, o Euro
é uma ousada aposta no futuro e uma prova da
vitalidade da sociedade européia. A “Euroland”,
região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
Espanha, Finlândia, França, Holanda, Irlanda, Itá-
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
lia, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto
Interno Bruto) equivalente a quase 80% do ame- A C A E A B B B A B
ricano, 289 milhões de consumidores e responde

55
HISTÓRIA DO BRASIL

OCUPAÇÃO E INICIO DA COLONIZAÇÃO este fim. O fidalgo Pedro Álvares Cabral coman-
O processo da expansão marítima dos dou a expedição que chegou em 1500. Se houve
séculos XV e XVI orientada pela política mercan- ou não a intencionalidade da chegada dos por-
tilista, buscando metais preciosos, novas rotas tugueses ao Brasil e irrelevante hoje, muito mais
comerciais para fugir do monopólio das cidades importante e entender o contexto da política mer-
italianas, levaram ao processo de centralização cantilista e expansionista do periodo, além de que
do poder político e a formação das monarquias na Europa já se falava sobre as terras brasileiras,
nacionais. Portugal foi a pioneira na Europa devi- o espanhol Vicente Pizon já havia chegado em
do a revolução de Avis que centralizara o Estado nosso litoral e levado a notícia.
português, fortalecia a burguesia e organizava a
nobreza em torno do rei além da posição geográ- Periodo Pre-Colonial 1500-1530
fica privilegiada, por não estar envolvida em uma O desinteresse português nas terras bra-
guerra longa como a dos Cem Anos, uma avança- sileiras pela falta de mão-de-obra, prioridade no
da capacidade de navegação permitiram ao Esta- comércio lucrativo com as Índias além da inexis-
do português iniciar o processo expansionista. tência de relatos de riquezas materiais na carta
O marco inicial foi a tomada de Ceuta em de Pero Vaz de Caminha dão nome a este perío-
1415, núcleo estratégico da expansão árabe, do de 3 décadas.
sendo justificada inclusive em Portugal como uma A economia pré-colonial centrou-se no
cruzada cristã. Mas os interesses portugueses fo- pau-brasil, já conhecido do europeu pela extra-
ram frustrados, os assassinatos, roubos, ataques ção de corantes para tingimento de tecidos e mó-
árabes foram constantes forçando Portugal a uma veis. A extração do pau-brasil se deu através do
nova rota. ESTANCO, monopólio real de arrendamento para
A aventura marítima portuguesa foi de- extração. A exploração era feita por conta e risco
nominada Periplo Africano porque pretendia al- do arrendatário e a Coroa portuguesa sem inves-
cançar as Indias contornando a África. À medida tir nada ainda recebia uma parcela dos lucros,
que se conquistavam novas regiões criavam-se atraindo grupos perseguidos na Europa como os
Feitorias, obtendo lucros negociando os produtos Cristãos-Novos (judeus convertidos).
próprios da região conquistada. Inclusive com o já Os índios cortavam e transportavam as
lucrativo comércio de escravos. Em 1498, Vasco árvores aos navios em troca de objetos de peque-
da Gama completa a epopéia portuguesa apor- no valor, relação chamada de ESCAMBO. Esta
tando em Calicute nas Índias. atividade econômica não gerou núcleos povoa-
Enquanto isso os espanhóis estavam en- dores somente algumas feitorias. Também foram
volvidos na guerra de Reconquista, com a figura presentes neste periodo expedições exploratórias
de Cristovão Colombo e auxilio econômico dos como a de Gaspar de Lemos e Gonçalo Coelho,
reis católicos da Espanha, Colombo chega até a com o acréscimo da função de evitar as invasões
ilha de Guanaani na América, mais tarde o nome estrangeiras.
será dado em referencia ao navegador Américo- A França era a principal ameaça para Por-
Vespucio. tugal, prejudicada com o Tratado de Tordesilhas,
A descoberta de novas terras gerou a ne- o governo Frances enviava tropas piratas ao lito-
cessidade de um acordo de divisão e legitimidade ral brasileiro.Com a ameaça de perder o território
do Novo Mundo. A Espanha usa sua influencia e o comercio com as Índias entrando em deca-
com a Igreja Católica e através do Papa Alexan- dência, o reino português incumbiu Martim Afon-
dre VI, em 1493 é proclamada a Bula INTERCO- so e seu irmão Pero Lopes de explorar o litoral
ETERA, onde através de uma linha imaginária ate o Rio Prata, atacar os estrangeiros e povoar,
partindo das Ilhas de Cabo Verde, 100 léguas em sendo fundada a vila de São Vicente.
direção ao Ocidente, as terras a oeste seriam da Foram nomeados os primeiros administra-
Espanha e as terras a leste a Portugal. dores, órgãos judiciários e fiscais, distribuídas as
Com o conhecimento do Atlantico o Esta- primeiras Sesmarias e montado o primeiro forte.
do Português não aceita a divisão. É assinado en- Porém em condições precárias a Coroa irá optar
tão o Tratado de Tordesilhas em 1494, ampliando por um sistema já utilizado com sucesso, as Capi-
a distancia original para 370 leguas a partir das tanias Hereditárias.
Ilhas do Cabo Verde. Portugal dividiu o Brasil em 14 capitanias
Ao reino português era importante asse- em 15 lotes e entregues a 12 donatários. A ocu-
gurar o domínio, organizando uma esquadra para pação das terras era assegurada pela CARTA DE

56
HISTÓRIA DO BRASIL

DOAÇÃO (assinada pelo rei, cedia ao donatários correr aos mercadores e banqueiros holandeses
as terras, o poder administrativo e jurídico), e o para financiar o açúcar. A Holanda tinha o direito
FORAL (determinava os direitos e deveres). No de refino e do transporte mesmo quando nave-
Brasil as capitanias não tiveram êxito, pela falta gavam com bandeiras portuguesas. Qual seria a
de terras férteis, conflitos com os índios, falta de vantagem de Portugal nestas condições?
interesse de donatários, e falta de recursos eco- Além de promover o povoamento, garan-
nômicos. Somente as capitanias de Pernambuco, tindo a posse das terras, existia o pacto colonial.
São Vicente e Itamaracá prosperaram. Todos os navios com destino ao Brasil zarpar de
Diante do fracasso das capitanias e com Portugal e as embarcações vindas do Brasil eram
a necessidade de centralizar sua administração, obrigadas a fazer escala na metrópole. Assim o
Portugal cria o Governo Geral. governo português garantia a cobrança e o rece-
bimento de impostos sobre as transações comer-
TOMÉ DE SOUSA (1549-1553) - Estabe- ciais coloniais.
leceu a primeira sede colonial, Salvador. Criou o
primeiro bispado, primeiro colégio além dos in- MONTAGEM DA PRODUÇÃO AÇUCAREIRA
centivos a agricultura e pecuária. Monocultura, latifúndio, escravidão e
mercado externo eram as principais característi-
DUARTE DA COSTA (1553-1558) - De- cas da estrutura econômica brasileira colonial. A
sentendimento com os jesuítas e invasão france- esse conjunto de características dá-se o nome de
sa no Rio de Janeiro a França Antártica. PLANTATION.
A unidade de produção era o engenho, era
MEM DE SÁ (1558-1572) - Dissolução geralmente um latifúndio. Chegava em alguns ca-
da Confederação dos Tamoios, fundação da se- sos a abrigar 5000 habitantes. A vida no engenho
gunda cidade São Sebastião do Rio de Janeiro, girava em torno da casa grande, moenda, capela
expulsão dos franceses do Rio de Janeiro, as pri- e senzala.
meiras missões jesuíticas. Na casa grande viviam o senhor de en-
Em 1621, o Brasil foi dividido em dois Es- genho, seus parentes e agregados. Os negros
tados: O Estado do Maranhão, mais tarde Mara- escravos habitavam uma construção miserável
nhão e Grão-Pará e o Estado do Brasil. A admi- chamada de Senzala. Na capela centralizava-se
nistração colonial cabia as Câmaras municipais, a vida social e religiosa. O local onde a cana era
onde os Homens Bons (latifundiários) podiam ser moída e transformada era a moenda. Em 1560, o
eleitos, além das funções de PROVEDOR-MOR, Brasil já contava com cerca de 60 engenhos.
OUVIDOR-MOR e CAPITÃO-MOR. A alimentação provinha das plantações,
Em 1642 com a criação do Conselho Ul- da criação de animais, da caça e pesca realiza-
tramarino o excesso de poder das câmaras mu- das no próprio engenho. Montavam também ser-
nicipais foi tomado, implantando no Brasil uma rarias, onde a madeira para a construção das ca-
política mais centralizadora. sas era preparada, confecção de mobiliário.
Após o corte, a cana era levada para a
ECONOMIA COLONIAL moenda, onde, triturada, se transformava em ga-
CICLO DO AÇUCAR rapa. Conduzido para a caldeira, esse suco era
As potencias européias sempre procu- cozido até engrossa, resultando o melaço. O me-
raram explorar regiões onde já havia riquezas laço ia para a casa de purgar, onde era colocado
naturais, instalavam no local uma feitoria e se ao sol para secar, em formas de barro ou madei-
apropriavam dos produtos existentes. No Brasil a ra, transformando-se em rapadura. Finalmente, o
situação era outra, Portugal teria de adaptar sua açúcar mascavo, em forma de pães de açúcar era
política mercantilista. Seriam necessários colo- encaixotado e levado aos navios que iam para a
nos, mudas de cana-de-açucar, instrumentos de Europa.
plantio, montagem de engenhos.
Isso demandava grandes investimentos, ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS
mas o momento para Portugal era ruim. Parte do PECUÁRIA
capital da expansão eram de comerciantes ju- O Gado, além de constituir fonte de ali-
deus, porém em 1506, perseguidos pela Coroa mento, era indispensável como animal de tração
lusitana transferiram-se para os Paises Baixos. na moenda e no transporte das caixas até os
A Coroa portuguesa se viu obrigada a re- portos. A pecuária foi sendo empurrada gradati-

57
HISTÓRIA DO BRASIL

vamente para o interior da colônia. A criação de dução do açúcar brasileiro entrou em decadên-
gado deu origem a um novo tipo de latifúndio, cia com a concorrência com a Holanda. Portugal
onde o trabalho escravo não tinha de ser implan- voltou a se empenhar na descoberta de ouro em
tado. Nele, o vaqueiro, em geral mestiço ou índio, terras brasileiras.
trabalhava em regime de parceria, recebendo re- Tudo indicava que havia ouro na colônia,
ses (quarteamento), em pagamento pelo seu ser- mas no inicio a procura foi infrutífera provavel-
viço. mente pelo uso de técnicas rudimentares. Depois
de descobertas casuais de ouro, expedições de
MANDIOCA bandeiras encontraram ouro em Minas Gerais.
A mandioca, rica em amido, conhecida dos Com a descoberta de ouro, a vinda de por-
índios brasileiros, tornou-se o alimento mais utili- tugueses para colônia cresceu de forma absurda.
zado pelos escravos e setores populares. Como Os bandeirantes começaram a se desentender
os senhores de engenho priorizavam o plantio do com os forasteiros, a guerra dos Emboabas foi
açúcar havia carência de mandioca, forçando o decorrência desse fato.
governo português a decretar leis que obrigavam Embora a exploração do ouro brasileiro
latifundiários a reservar áreas para o cultivo de servisse para que a Coroa portuguesa pudesse
mandioca e outros gêneros alimentícios. A man- sobreviver financeiramente, não solucionava a
dioca era transformada em farinha-de-pau, para economia metropolitana. Embarcado no porto do
rápido consumo, ou em farinha de campanha que Rio de Janeiro, o ouro passava por Portugal e ter-
poderia ser armazenada por até 1 ano. minava sua viagem nos bancos ingleses, como
pagamento das dividas geradas pela fraca balan-
TABACO ça comercial e pelo Tratado de Methuen.
O tabaco era utilizado como escambo de A extração do ouro foi realizada inicial-
escravos africanos. Seu cultivo era feito em áre- mente por meio da faiscagem ou garimpagem. Li-
as especificas do litoral da Bahia e de Alagoas. gada ao ciclo do ouro de lavagem, era feita de for-
Como o tabaco desgastava o solo com rapidez, o ma rudimentar e utilizava mão-de-obra livre. Nas
produto era plantado em currais, onde o estrume grandes minas, a extração chamava-se lavras e
dos animais adubava constantemente a terra. baseava-se na mão-de-obra escrava.
A coroa organizou cuidadosamente o con-
ALGODÃO trole sobre a mineração. Criou o regimento dos
No século XVI, o cultivo de algodão for- superintendentes, guardas-mores e oficiais-depu-
necia apenas matéria-prima para a confecção de tados, que vigorou todo século XVIII. A descober-
roupas para os escravos. Sua produção centrali- ta de alguma jazida deveria ser comunicada ao
zava-se na capitania de Itamaracá e a exportação superintende das minas. Após a comunicação um
era mínima. Na segunda metade do século XIX, guarda-mor, que realizava a divisão dos lotes de
porém, com a revolução industrial, a procura do exploração denominados datas. Os interessados
algodão aumentou, transformando-o em impor- poderiam explorar livremente as jazidas mas fica-
tante produto de exportação. vam submetidos ao quinto.
A coroa portuguesa aumentou a tributação
CACHAÇA criando a capitação, imposto cobrado pelo nume-
As engenhocas, isto é, engenhos que pro- ro de escravos usados pelo explorador, alem de
duziam cachaça. Essa bebida tinha um importan- que era cobrado no momento da prospecção.
te papel na economia, pois era elemento de es- Diante disso o contrabando aumentou, Portugal
cambo no tráfico de escravos. então determina as casas de fundição. O ouro
em pó foi proibido e tinha de ser transformado em
DROGAS DO SERTÃO barras e era retirado o quinto real.
Cacau, baunilha, guaraná, pimenta, cravo, Mesmo com a carga tributária alta foi de-
castanha, ervas medicinais e aromáticas, repre- terminada a derrama, a cobrança de 1,5 tone-
sentou a base econômica para a exploração da ladas, quando não obtida essa quantia a Coroa
Amazonia, destacando-se o papel dos jesuítas, passaria a confiscar todo o ouro circulante utili-
utilizando a mão-de-obra do índio zando inclusive um funcionário especifico para
essa função, o dragão.
CICLO DA MINERAÇÃO
Na segunda metade do século XVII, a pro-

58
HISTÓRIA DO BRASIL

DIAMANTES organização da sociedade colonial, assinale a


No inicio do século XVIII descobriram dia- afirmativa INCORRETA:
mantes no Brasil. Sem conhecer o valor da pedra, a) “a metrópole, por isso que é mãe, deve
os habitantes usavam para jogos. A Coroa portu- prestar às colônias suas filhas todos os
guesa promulgou o regimento para os diamantes bons ofícios e socorros necessários para a
o distrito diamantino. Criava-se uma colônia den- defesa e segurança das suas vidas e dos
tro da colônia a região era cercada e a circulação seus bens, mantendo-se em uma sossega-
das pessoas era proibida. da posse e fruição dessas mesmas vidas e
desses bens.”
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM b) “é, pois necessário que os interesses da Me-
QUESTÃO 01 - A grande lavoura de exportação, trópole sejam ligados com os das colônias,
a circulação de homens em busca de riquezas mi- e que estas sejam tratadas sem rivalidade.
nerais e os estritos controles metropolitanos NÃO Quanto os vassalos são mais ricos, tanto o
caracterizam, no Brasil Colônia, a presença de: soberano é muito mais.”
a) três formas de existência social: o coloniza- c) “esta impossibilidade de subsistir qualquer
dor, o colono e os colonizadores; indivíduo sem alheios socorros, ou Lei Uni-
b) uma economia de base escravista, voltada versal que liga os homens entre si, tem a
para fora, subordinada às regras do Siste- política nas colônias para maior utilidade e
ma Colonial; dependência em que devem estar da Me-
c) uma sociedade do tipo patriarcal, cuja a cé- trópole.”
lula era o engenho, com características pre- d) “para viverem em igualdade e abundância...
dominantemente rurais; que todos ficariam ricos, tirados da miséria
d) a presença da autoridade da Coroa Portu- em que se achavam, extinta a diferença da
guesa na Colônia como elemento inibidor cor branca, preta e parda, porque uns e ou-
de reações ao Sistema Colonial; tros seriam sem diferença chamados e ad-
e) numerosos homens livres e pobres, geral- mitidos a todos os ministérios e cargos.”
mente índios e ex-escravos, vivendo como e) “numa palavra, quanto os interesses e as
agricultores e pequenos comerciantes. utilidades da pátria-mãe se enlaçarem mais
com os das colônias suas filhas, tanto ela
QUESTÃO 02 - A política colonizadora portugue- será mais rica e quanto ela dever mais às
sa, voltada para obtenção de lucros do monopólio colônias, tanto ela será mais feliz e viverá
na esfera mercantil, tinha como principal área de mais segura.”
produção:
a) a implantação da grande lavoura tropical, de QUESTÃO 04 - Apesar do predomínio da agro-
base escravista e latifundiária caracterizada manufatura açucareira na economia colonial bra-
pela diversidade de produtos cultivados e sileira, a pecuária e a extração das “drogas do
presença de minifúndios e latifúndios; sertão” foram fundamentais. A esse respeito, po-
b) o “exclusivo colonial”, que subordinava os demos afirmar que:
interesses da produção agrícola aos objeti- a) ocorreu uma grande absorção da mão-de-
vos mercantis da Coroa e dos grandes co- -obra escrava negra, particularmente na pe-
merciantes metropolitanos; cuária.
c) a agricultura de subsistência, baseadas em b) a presença do indígena na extração das
pequenas e médias propriedades, utilizan- “drogas do sertão” foi essencial pelo conhe-
do mão-de-obra indígena; cimento da geografia da região nordeste.
d) a integração agropastoril, destinada ao c) por serem atividades complementares, a
abastecimento do mercado interno colonial, força de trabalho não se dedicava integral-
sobretudo ao do metropolitano; mente a elas.
e) a criação de Companhias Cooperativas en- d) ambas foram responsáveis pelo processo
volvidas com a produção de tecidos e de- de interiorização do Brasil colonial.
mais gêneros ligados ao consumo caseiro. e) possibilitaram o surgimento de um mercado
interno que se contrapunha às flutuações
QUESTÃO 03 - Sobre o Pacto Colonial que, na do comércio internacional.
época mercantilista, definiu o relacionamento en-
tre Metrópole e Colônia e determinou a forma de QUESTÃO 05 - O engenho de açúcar pode ser

59
HISTÓRIA DO BRASIL

considerado como um recorte representativo do QUESTÃO 07 - A COLÔNIA BRASILEIRA -


mundo colonial, por conter em seu interior as prin- ECONOMIA E DIVERSIDADE:
cipais características da sociedade e da econo- Posse de escravos de acordo com a atividade
mia que se desenvolveram na colônia como, por produtiva capitania da Paraíba do Sul - ano de
exemplo, a(o): 1785
a) ampla integração entre os diversos segmen-
tos étnicos da sociedade colonial.
b) preponderância da população escrava, prin-
cipal forma de mão-de-obra.
c) participação direta do capital comercial eu-
ropeu na produção colonial, através da pro-
priedade dos engenhos.
d) ausência de qualquer controle econômico
da metrópole sobre a vida colonial.
e) controle de toda a economia e dos cargos
políticos da sociedade colonial pelos “se-
nhores de engenho”.
Adaptado de REIS, Manoel Martins do Couto. Descrição
QUESTÃO 06 - “Coloquemo-nos naquela Euro- Geográfica, política e cronológica do distrito de Campos do
pa anterior ao século XVI, isolada dos trópicos, Goitacazes. Campos de Goitacazes, arquivo (particular) de
só indireta e longinquamente acessíveis e ima- Arthur Soffrati, 1785. (Manuscrito)
ginemo-la, como de fato estava, privada quase O quadro acima permite compreender a utiliza-
inteiramente de produtos que se hoje, pela sua ção da mão-de-obra escrava na atividade agro-
banalidade, parecem secundários, eram então pecuária no Brasil Colônia. Lendo-o atentamente,
prezados como requintes de luxo. Tome-se o caso conclui-se que:
do açúcar, que embora se cultivasse em peque- a) a importância dos engenhos de cana-de-
na escala na Sicília, era artigo de grande raridade -açúcar demonstrava-se na região do Para-
e muita procura; até nos enxovais de rainhas ele íba do Sul pela maior utilização proporcio-
chegou a figurar como dote precioso e altamente nal e total de escravos.
prezado.” b) os lavradores de cana e mandioca detinham
(PRADO Jr., Caio. “Formação do Brasil contemporâneo”. a maior parte das propriedades e dos escra-
São Paulo, Brasiliense, 1961.)
vos da região.
A colonização do Brasil, a partir do século XVI, c) a região de Paraíba do Sul apresentava um
permitiu à Coroa Portuguesa usufruir das vanta- baixo índice de trabalhadores escravos em
gens trazidas pelas riquezas tropicais. Caracteri- relação ao total de mão-de-obra utilizada.
zam a economia colonial brasileira: d) a atividade econômica da região estava
a) o monopólio comercial, a monocultura de centrada no plantio da mandioca com baixa
exportação, o trabalho escravo e o predo- utilização de trabalhadores escravos.
mínio das grandes propriedades rurais. e) dos criadores de gado da região, a maioria
b) o livre comércio, a indústria do vestuário, o usava escravos, mas em pouca quantidade
trabalho livre e o predomínio das pequenas comparada às outras atividades econômi-
propriedades rurais. cas.
c) o liberalismo econômico, o trabalho assala-
riado, a monocultura canavieira e o predo- QUESTÃO 08 - Leia o documento a seguir.
mínio das grandes propriedades rurais. CARTA DE DUARTE COELHO AO REI DE POR-
d) o exclusivo colonial, o trabalho escravo, a TUGAL, DOM JOÃO III, (Olinda, 27 de abril de
exportação de ferro e aço e o predomínio 1542.)
das pequenas propriedades rurais. “Senhor: Pelo Capitão dos navios que daqui
e) o monopólio comercial, o trabalho assala- mandei o mês de setembro passado, dei conta a
riado, a produção para o mercado interno Vossa Alteza de minha viagem e chegada a esta
e o predomínio das grandes propriedades Nova Lusitânia e do que aqui era passado. De-
rurais. pois meti-me, Senhor, a dar ordem ao sossego e
paz da terra, com dádivas a uns e apaziguando

60
HISTÓRIA DO BRASIL

a outros, porque tudo é necessário. E assim dei e, se as fazendas e bens que possuem souberam
ordem a se fazerem engenhos de açúcares que falar, também lhe houveram de ensinar a dizer
de lá trouxe contratados, fazendo tudo quanto como aos papagaios, aos quais a primeira coisa
me requereram e dando tudo o que me pediram, que ensinam é: papagaio real para Portugal, por-
sem olhar a proveito nem interesse algum meu, que tudo querem para lá.
mas a obra ir avante, como desejo. Temos gran- (Frei Vicente do Salvador, “História do Brasil”, 1500-1627)
de soma de canas plantadas, todo o povo, com
todo trabalho que foi possível, e dando a todos a O texto do cronista revela que
ajuda que a mim foi possível, e cedo acabaremos a) os colonizadores procuravam usufruir as
um engenho muito grande e perfeito, e ando or- riquezas da colônia, não manifestando ne-
denando a começar outros. (...). Quanto, Senhor, nhum apego à terra.
às coisas do ouro, nunca deixo de inquirir e pro- b) os povoadores objetivavam preservar a fau-
curar sobre elas, e cada dia se esquentam mais na e a flora exóticas da nova terra, como os
as novas; mas, como sejam longe daqui pelo meu papagaios.
sertão adentro, e se há de passar por três na- c) o Brasil era visto pelos portugueses como
ções de muito perversa e bestial gente, e todas região desprovida de interesse comercial
contrárias uma das outras, há de realizar-se esta ou econômico.
jornada com muito perigo e trabalho, para a qual d) o Brasil, no entender dos colonizadores, de-
me parece, e assim a toda a minha gente, que se veria fornecer mão-de-obra barata para as
não pode fazer senão indo eu; (... ). Isto, Senhor, indústrias portuguesas.
tenho assentado e mandado aí buscar coisas ne- e) os portugueses ocuparam o Brasil com a
cessárias para a jornada e alguns bons homens, finalidade de defendê-lo e de fundar uma
porque é necessário deixar aqui tudo provido e a nova pátria.
bom recado, por todas as vias, em especial por
os franceses, os quais, se sentirem não estar eu QUESTÃO 10 - ... a reprodução da economia
na terra, começarão a fazer suas velhacarias, colonial não é inteiramente comandada pelas va-
pois há quatorze dias aqui quiseram fazer o que riações conjunturais do mercado internacional;
costumavam, mas não puderam. Mando a Vossa se isto é verdade, resta saber: o que influencia-
Alteza a notícia disso para que a veja, se for ne- ria tal ritmo? Ao nosso ver, esta pergunta é res-
cessário.” pondida se considerarmos a Colônia como uma
A partir das informações contidas na Carta sociedade, com as suas estruturas e hierarquias
de Duarte Coelho, torna-se possível identificar al- econômicas e sociais. Em realidade, o ritmo da
gumas das principais práticas mercantilistas por- economia colonial seria comandado pela lógica
tuguesas na América. Três delas foram: e necessidades da reiteração da sociedade co-
a) a produção de gêneros tropicais de exporta- lonial.
ção, o metalismo e a manutenção do exclu- (FRAGOSO, João Luís Ribeiro. HOMENS DE GROSSA
sivo colonial. AVENTURA: ACUMULAÇÃO E HIERARQUIA NA PRAÇA
MERCANTIL DO RIO DE JANEIRO (1790-1830). Rio de
b) a produção de gêneros tropicais de exporta- Janeiro, Arquivo Nacional, 1992, p. 243)
ção, o metalismo e o livre comércio com as
nações amigas. Atualmente vários trabalhos vêm procurando re-
c) a produção de gêneros tropicais para o mer- alizar uma revisão sobre a estruturação da eco-
cado interno, o liberalismo e a manutenção nomia colonial brasileira. Assim, esses novos
do exclusivo colonial. trabalhos contestam as teses do “sentido da colo-
d) a produção de gêneros tropicais para o mer- nização” e do “Antigo Sistema Colonial”, as quais
cado interno, a utilização do trabalho com- afirmam que a atividade colonizadora:
pulsório e o livre comércio com as nações a) previa o afrouxamento do exclusivo colonial
amigas. como forma de cooptação política dos colo-
e) a produção de gêneros tropicais de exporta- nos, permitindo, desta forma, acumulações
ção, o liberalismo e a manutenção do ideal internas, embora fosse subordinada à ex-
cruzadista. pansão comercial européia.
b) foi um desdobramento da expansão comer-
QUESTÃO 09 - Um cronista do período colonial cial européia e, nesse sentido, a realização
escreveu que os povoadores do Brasil, por mais da produção colonial dava-se na especia-
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal lização para o abastecimento do mercado

61
HISTÓRIA DO BRASIL

externo. tada pelo trinômio monocultura-latifúndio-


c) foi pensada enquanto complementar a eco- -escravidão.
nomia metropolitana, o que não significa di- III - Apesar da existência de homens livres em
zer que os capitais investidos na produção torno do engenho principalmente em cargos
colonial fossem exclusivamente da burgue- técnicos a mão-de-obra essencial do cultivo
sia metropolitana e voltados para enrique- da cana e do preparo do açúcar era escra-
cê-la. va.
d) era dotada de ritmos próprios, os quais re- a) Apenas II está correta.
gulavam o sentido da produção colonial b) Apenas I está correta.
para uma transferência de excedentes para c) II e III estão corretas.
a metrópole, mas não para uma subordina- d) Todas estão corretas.
ção total desta economia ao capital mercan- e) I e III estão corretas.
til europeu.
e) não era totalmente regulada por uma trans- QUESTÃO 03 - “Há exagero em dizer que a ex-
ferência de excedentes para o mercado tração do ouro liquidou a economia açucareira
externo, sendo o sentido da colonização, do Nordeste. Ela já estava em dificuldades vinte
deste modo, muito mais uma categoria de anos antes da descoberta do ouro (...). Mas não
subordinação política do que econômica. há dúvida de que foi afetada pelos deslocamen-
tos de população e, sobretudo, pelo aumento do
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES preço da mão-de-obra escrava...”
QUESTÃO 01 - Podemos dizer que a economia Uma das consequências do processo descrito no
mineradora do século XVIII, no Brasil: texto, em termos administrativos, foi:
a) era escravocrata, rigidamente estratificada a) a transferência da capital do Vice-Reinado
do ponto de vista social e tinha em seu topo para São Paulo, que passou a ser o pólo
uma classe proprietária bastante depen- econômico mais importante da Colônia.
dente do capital holandês. b) a criação das Câmaras Municipais que pas-
b) baseava-se na grande propriedade e na pro- saram a deter, na Colônia, os poderes de
dução para exportação; estimulou o apare- concessão para exploração do ouro em Mi-
cimento das primeiras estradas de ferro e nas Gerais.
gerou a acumulação de capital posterior- c) o deslocamento do eixo da vida da Colônia
mente aplicado em indústrias. para o Centro-Sul, especialmente para o
c) era voltada principalmente para as neces- Rio de Janeiro, por onde entravam escra-
sidades do mercado interno; utilizava o tra- vos e suprimentos, e por onde saía o ouro
balho escravo e o livre; difundiu a pequena das minas.
propriedade fundiária nas regiões interiora- d) o desaparecimento do sistema de Capita-
nas do Brasil. nias Hereditárias e sua substituição, na re-
d) estimulou o aparecimento de cidades e da gião Sudeste, pelas Províncias.
classe média; estruturava-se na base do e) o desenvolvimento de um comércio paralelo
trabalho livre do colono imigrante e da pe- de escravos nas antigas regiões produtoras
quena propriedade. de açúcar, que gerou a necessidade de cen-
e) era rigidamente controlada pelo estado; em- tralizar o poder nas mãos dos ouvidores.
pregava o trabalho escravo mas permitia
também o aparecimento de pequenos pro- QUESTÃO 04 - No período colonial, a renda das
prietários e trabalhadores independentes; exportações do açúcar:
acabou favorecendo, indiretamente, a acu- a) Raramente ocupou lugar de destaque na
mulação capitalista que deu origem à Revo- pauta das exportações, pelo menos até a
lução Industrial inglesa. chegada da família real ao Brasil.
b) Mesmo no auge da exportação do ouro,
QUESTÃO 02 - Leia com atenção as afirmações sempre ocupou o primeiro lugar, continuan-
a seguir: do a ser o produto mais importante.
I - A economia colonial brasileira foi baseada c) Ocupou posição de importância mediana,
na diversificação de atividades voltadas ao lado do fumo, na pauta das exportações
para o mercado interno. brasileiras, de acordo com os registros co-
II - A agricultura no período colonial era pau- merciais.

62
HISTÓRIA DO BRASIL

d) Ocupou posição relevante apenas durante QUESTÃO 08 - A função histórica das colônias
dois decênios, ao lado de outros produtos, era completar a economia das metrópoles; no
tais como a borracha, o mate e alguns deri- caso brasileiro, a atividade econômica que iniciou
vados da pecuária. este papel histórico foi:
e) Nunca ocupou o primeiro lugar, sendo que a) a criação de gado, facilitando a penetração
mesmo no auge da mineração, o açúcar foi e povoamento do sertão.
um produto de importância apenas relativa. b) a cana-de-açúcar, produto em expansão no
mercado europeu, que permitiu a ocupação
QUESTÃO 05 - Quais as características domi- efetiva da colônia.
nantes da economia colonial brasileira: c) a exploração do ouro, fato que consolidou
a) propriedade latifundiária, trabalho indígena o modelo metalista de mercantilismo portu-
assalariado e produção monocultura; guês.
b) propriedades diversificadas, exportação de d) a exploração de drogas do sertão, utilizando
matérias-primas e trabalho servil; trabalho indígena através de missões jesu-
c) monopólio comercial, latifúndio e trabalho íticas.
escravo de índios e negros; e) a produção de gêneros de primeira necessi-
d) pequenas vilas mercantis, monocultura de dade voltados para o mercado interno.
exportação e trabalho servil de mestiços;
e) propriedade minifundiária, colônias agríco- QUESTÃO 09 - A riqueza produzida pela minera-
las e trabalho escravo. ção trouxe poucos benefícios de caráter perma-
nente à economia luso-brasileira, porque:
QUESTÃO 06 - A exploração do pau-brasil se fa- a) a rígida estrutura escravista da zona do ouro
zia pelo sistema de escambo. Isto significa que: não permitiu alforrias e mobilidade social.
a) a exploração era monopólio real; b) o mercado interno não se desenvolveu man-
b) a exploração se baseava no trabalho força- tendo-se a situação de ilhas econômicas.
do dos indígenas; c) o contrabando e a voracidade do fisco por-
c) a exploração era feita pelo sistema de arren- tuguês não podem ser considerados fatores
damento; que colaboraram para este resultado.
d) a exploração era feita por contrabandistas; d) a região não atraiu mão-de-obra da metró-
e) a exploração implicava na troca do produto pole, ocorrendo um povoamento disperso e
por produto. pouca vida urbana.
e) a dependência econômica de Portugal, em
QUESTÃO 07 - Duas atividades econômicas des- relação à Inglaterra configurada no Tratado
tacaram-se durante o período colonial brasileiro: de Methuen, transferiu para este país gran-
a açucareira e a mineração. Com relação a essas de parte do ouro explorado.
atividades econômicas, é correto afirmar que:
a) na atividade açucareira, prevalecia o latifún- QUESTÃO 10 - A corrida do ouro em Minas Ge-
dio e a ruralização, a mineração favorecia rais no final do século XVII trouxe uma riqueza
a urbanização e a expansão do mercado muito grande para a Coroa portuguesa mas tam-
interno. bém exigiu muitos esforços no sentido de fiscali-
b) o trabalho escravo era predominante na ati- zar a produção e punir o contrabando. Assinale a
vidade açucareira e o assalariado na mine- expressão correta a respeito das medidas fiscais
radora. empreendidas por Portugal na área das minas:
c) o ouro do Brasil foi para a Holanda e os lu- a) apesar dos protestos dos fidalgos encarre-
cros do açúcar serviram para a acumulação gados da arrecadação, a Coroa portuguesa
de capitais ingleses. evitava pressionar os produtores através
d) geraram movimentos nativistas como a das derramas, limitando-se a aumentar os
Guerra dos Emboabas e a Revolução Far- impostos.
roupilha. b) sem conseguir se impor aos proprietários
e) favoreceram o abastecimento de gêneros das minas, a administração colonial passou
de primeira necessidade para os colonos e a permitir a livre comercialização do ouro,
o desenvolvimento de uma economia inde- arrecadando impostos nos portos e nas es-
pendente da Metrópole. tradas.
c) a administração colonial instalou as casas

63
HISTÓRIA DO BRASIL

de fundição para regulamentar a produção


do ouro e arrecadar mais impostos, obtendo
total apoio dos proprietários das minas.
d) ao aumentar a carga fiscal e as casas de
fundição, a Coroa logrou aumentar a arre-
cadação de impostos, mas provocou a re-
volta dos proprietários das minas.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E B D D B A A A A B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
E C C C C E A B E D

64
HISTÓRIA GERAL

• PRÉ-HISTÓRIA/EGITO/MESOPOTÂMIA/ vações do Sol e da Lua, pelos chineses, egípcios


HEBREUS, PÉRSIA, FENÍCIA ou sumérios.
• GRÉCIA
DIFÍCIL NÃO LER Vejamos três exemplos clássicos.
TEMPO. A INTERMINÁVEL SEQUÊNCIA PAS- Os judeus organizam a história a partir da
SADO, PRESENTE, FUTURO... criação do mundo registrada na Bíblia Sagrada.
Santo Agostinho parece ter conseguido Segundo o relato bíblico, esse fato teria ocorrido
resumir o pensamento humano com relação ao no final da tarde de 7 de outubro do ano 3760 an-
tempo: “O que é, então, o tempo? Enquanto não tes do nascimento de Jesus Cristo, o que justifica
me perguntam, eu sei; se me perguntam e quero para o dia judaico começar ao anoitecer.
explicar, não sei”. Os cristãos têm seu calendário baseado
É verdade. A relação do homem com o em um evento da cultura judaica – o nascimento
tempo sempre foi muito complexa, dependendo de Jesus Cristo –, e organizam a história a par-
de uma série de fatores relacionados à tradição tir da chegada desse bebê fora do comum, que
e à cultura de cada agrupamento humano. E os mudaria o curso da história da grande maioria da
documentos históricos demonstram que cada um população ocidental. Por isso, usamos as siglas
encontrou uma forma diferente de contabilizar a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo)
o tempo, sendo que a única coisa com que to- para situar os acontecimentos históricos.
dos parecem concordar, é o fato de ele se mover Já os muçulmanos, baseados nos regis-
numa interminável sequência de passado, pre- tros do profeta Maomé, organizam a história a
sente e futuro. partir da Hégira, fuga do fundador da religião islâ-
Ah, quase esquecíamos de um detalhe mica, de Meca para Medina, ambas cidades ára-
fundamental nessa diversificada relação: o tempo bes, no ano de 622 d.C.
histórico nem sempre corresponde ao tempo cro- Precisando organizar o tempo em perío-
nológico. Acontece que, enquanto aquele, o his- dos mais longos, os especialistas criaram con-
tórico, pode ser apreendido a partir de vivências venções universais para facilitar o controle des-
pessoais, esse, o cronológico, corresponde à sé- sas contagens. Assim, partindo de intervalos mais
rie de acontecimentos pontuais, organizados em curtos, como biênio (dois anos) e década (dez
uma infinita linha numérica (datas e calendários). anos), chega-se a século (cem anos) e milênio
Há de se compreender, ainda, que o tempo his- (mil anos), os mais conhecidos e utilizados.
tórico, em consequência de sua complexidade, Foi dessa forma que definiu-se intervalos
além de utilizar o tempo cronológico, termina ainda maiores, delimitados por marcos, fatos his-
transformando-o, a partir das ações humanas tóricos importantes a ponto de mudarem a feição
que correspondem à sua própria maneira de se de uma sociedade inteira. Entre dois marcos con-
desenvolver. sidera-se ter decorrido um período chamado Era.
Mas, como será que essa complexa rela- Por isso vivemos, hoje, no Ocidente, a
ção começou? Bem, o homem primitivo passou a chamada Era Cristã, ou seja, o período marcado
marcar o tempo a partir de fenômenos naturais, pelo nascimento de Jesus Cristo, como já nos re-
como a alternância entre o dia e a noite, as dife- ferimos na explicação sobre os calendários, algu-
rentes fases da Lua, a mudança da posição de mas linhas atrás.
astros e estrelas e o movimento dos oceanos e do
Sol. FASES DA PRÉ-HISTÓRIA. FOGO E AGRICUL-
Daí, começou a definir as melhores épo- TURA, MAIORES REVOLUÇÕES DO HOMEM
cas para a semeadura e a colheita, passando a Vivendo da caça, da pesca e da coleta, os
organizar o tempo em períodos cada vez mais es- primeiros agrupamentos humanos, formados por
pecíficos, chegando a uma organização já bem apenas cerca de vinte a trinta indivíduos e sur-
parecida com o que conhecemos hoje. gidos na África, eram nômades, até por imposi-
E criou o calendário! Calendário, claro, ção de fatores da natureza, como a migração dos
como não poderia deixar de ser, personalizado a animais e os ciclos de vegetação, que os obriga-
cada sociedade e variando de acordo com a cren- vam a se deslocar, constantemente, quando os
ça, a cultura e os costumes dos mais diferentes alimentos começavam a escassear.
povos. Estima-se que o primeiro calendário tenha Nessa época, tanto homens quanto mu-
sido criado entre os anos 3000 e 2000, antes do lheres se dedicavam à mais importante atividade
nascimento de Cristo, tendo como base as obser- humana – a busca de alimentos. A única divisão

65
HISTÓRIA GERAL

de tarefas que havia era o fato de o homem ter para a dinâmica da natureza ou a origem da vida.
que se afastar da comunidade em busca de caça, Sem conseguir compreender esses e outros fe-
enquanto a mulher ficava protegendo as crianças nômenos, o ser humano passou a elaborar suas
e os velhos, inclusive, de possíveis ataques de próprias teorias sobre o extraordinário, criando os
feras e tribos inimigas, e coletando raízes, grãos mitos, como formas de explicar o mundo, e os es-
e frutos. píritos, como maneira de representar elementos
À medida que aprendia a transformar da natureza.
pedras e ossos em armas e ferramentas, a do- Buscando agradar essas divindades,
mesticar plantas e animais e a controlar o fogo, montava rituais em forma de súplica e oferenda, e
o ser humano inaugurou um novo período de sua buscava reverenciar a figura de um totem, símbo-
existência na Terra, a Era Paleolítica ou Idade da lo protetor de cada grupo, esculpido em madeira
Pedra Lascada, e criou os primeiros elementos ou pedra, em forma de animal, e fixado no centro
culturais, com o desenvolvimento da cerâmica, da das aldeias.
pintura e da escultura. Fica simples de compreender, a partir
Foi começar a dominar o meio ambiente dessas informações, porque o politeísmo, culto
e os grupos caçadores-coletores passarem a se a vários deuses, dominava as primeiras manifes-
afastar das áreas que ocupavam, inicialmente, tações religiosas. Também fica fácil entender as
espalhando-se e povoando extensos espaços características humanas de determinadas divin-
dos gigantecos blocos de terras firmes do plane- dades, como inveja e vingança, por exemplo, e a
ta. importância de que se revestiam os sacerdotes,
As análises de fósseis têm revelado dois considerados intermediários entre os homens e
detalhes fundamentais ao melhor conhecimento os deuses.
das sociedades primitivas: 1. foi o período que, A única exceção à regra geral do polite-
calcula-se, se estendeu entre os anos 5.000.000 ísmo, na Antiguidade, foram os hebreus, que
e 10.000 antes da Era Cristã; 2. foi a descoberta ocupavam a área onde, hoje, fica a Palestina, no
da agricultura a grande revolução neolítica. Al- Oriente Médio, cujas diversas tribos tinham como
guns historiadores, inclusive, chegam a comparar fator de unidade a crença num único deus – mo-
essa às grandes revoluções que marcaram a hu- noteísmo –, que estendeu sua influência a muitas
manidade. das religiões do mundo atual.
O cultivo da terra e a domesticação de Os hebreus, na verdade, como veremos
determinados tipos de plantas e animais, fizeram mais adiante, adotaram, desde sua origem, como
com que o ser humano passasse a se fixar em povo, a prática monoteísta, cultuando uma só di-
determinados lugares, tornando-se sedentário, vindade, tradição que se estende até os nossos
graças ao controle da produção de alimentos, e dias.
aperfeiçoasse seus instrumentos de trabalho e Aí chegou a primeira revolução da huma-
defesa. nidade – a agricultura. Contava-se, aproximada-
Inaugurava-se a Era Neolítica ou Idade da mente, 12 mil anos, e a atividade agrícola pro-
Pedra Polida, caracterizada pela confecção de porcionou estabilidade ao homem, a ponto de ele
vestimentas, fabricação de cerâmica, para acon- poder se organizar em aldeias, e até construir ca-
dicionar alimentos, e de ferramentas de pedra po- sas de madeira, pedra ou tijolos de adobe (argila
lida para as atividades do dia-a-dia. crua secada ao sol), sem portas ou janelas, cuja
Calcula-se ter sido no início desse perío- entrada era uma pequena abertura no teto.
do, há cerca de 20 a 15 mil anos, que os grupos Com o domínio do fogo, o homem neolítico apren-
humanos tenham aprendido a identificar os ani- deu a fundir metais, como cobre, bronze e ferro,
mais que podiam caçar e as plantas que podiam passando a fabricar instrumentos de maior dura-
comer ou usar como remédio. bilidade, melhor desempenho e que podiam ser
Alcançavam estágio de desenvolvimento consertados e reaproveitados. E alcançou a cha-
tal, que aprenderam, inclusive, a construir peque- mada Idade dos Metais.
nas embarcações, a polir e triturar pedras, crian- Fixado em determinadas áreas, o ser hu-
do instrumentos mais duráveis e resistentes, e até mano passou a se organizar melhor, tanto do pon-
a desenvolver crenças religiosas. to de vista social como da divisão do trabalho. À
Do ponto de vista religioso, aliás, os es- medida que aumentava o número de indivíduos
pecialistas creditam esse tipo de atividade à ne- que ocupava uma certa faixa de terra, crescia a
cessidade de explicação que os antigos teriam necessidade de se aperfeiçoar o controle desse

66
HISTÓRIA GERAL

espaço, com a fixação de limites e a consequente ta sorte, ficando áreas mais áridas e de pouca
formação de um novo tipo de aglomerado, cha- produção. As diferenças econômicas e sociais já
mado aldeia. se faziam sentir quando o comércio nasceu, por
Essas aldeias, segundo as pesquisas ar- volta de 8000 a.C., nas principais áreas de con-
queológicas, eram constituídas por poucas famí- centração humana da época: o norte da África, o
lias com grande número de pessoas cada uma, Oriente Próximo, a Europa mediterrânea, a Chi-
denominadas clãs. Um grupo de anciãos era en- na e a Índia. Nasciam a desigualdade social e os
carregado das decisões mais importantes e de conflitos pela posse de terras.
administrar eventuais conflitos, sempre na base O Oriente Próximo era a região, na Anti-
do entendimento e não por força ou imposição. guidade, que abrigava, entre outros, Mesopotâ-
Desse sistema evoluiu-se para o de um mia, Egito e a civilização hebraica, a qual, atual-
líder único, escolhido entre mais os sábios e va- mente, corresponde ao chamado Oriente Médio,
lentes anciãos das famílias que compunham cada área ocupada por árabes e israelenses, fonte das
aldeia. Acumulando as funções de chefe religio- maiores reservas petrolíferas do planeta e tam-
so, político e militar, esse patriarca organizava, bém de um dos mais instáveis focos de conflito do
inclusive, a defesa da comunidade, diante de al- mundo.
guma ameaça externa, como o ataque de outros Pela primeira vez na história, as pessoas
grupos. foram divididas, sendo um grupo formado pelos
Embora ainda careçamos de informações produtores de alimentos e o outro por especialis-
mais precisas, tudo indica que, assim como o tra- tas das mais variadas funções, como artesãos, te-
balho, o resultado dos plantios também era dividi- celãos, sacerdotes e metalúrgicos, por exemplo.
do igualitariamente, não havendo uma divisão de Muitos abandonaram os campos em busca das
tarefas específicas ou especializadas. Produzindo atividades artesanais das cidades e os que fica-
apenas o suficiente para cobrir as necessidades ram, passaram a produzir, além do sustento fami-
internas, as aldeias neolíticas não contavam com liar, também para cobrir a necessidade coletiva,
o excesso de produção, e, consequentemente, inclusive das populações urbanas.
não exerciam qualquer tipo de troca com outras O fruto do trabalho no campo, então, pas-
comunidades. sou a ser considerado mercadoria, juntamente
Estudos arqueológicos confirmaram que, com as terras e a mão-de-obra propriamente dita.
além de cabras, porcos e bois, esses aglomera- Enquanto isso, nos centros urbanos, o comércio
dos humanos aprenderam a domesticar o cão e e a divisão do trabalho ganhavam novas formas e
usá-lo como proteção dos rebanhos contra preda- regras, acentuando a desigualdade entre ricos e
dores e intrusos. O cultivo de cereais, como trigo pobres.
e cevada, essenciais no cardápio da época, se Essa separação foi confirmada pelos di-
juntava à utilização de fibras vegetais e animais ferentes tipos de túmulos encontrados nos sítios
no fabrico de vestimentas, de linho e lã, que subs- arqueológicos das comunidades mais antigas que
tituíam agasalhos de peles de animais. se tem notícia, como Jericó (8000 a.C.) e Beidha
A fixação de limites e de uma nova ordem (7000 a.C.), na atual Palestina, e ÇatalHüyük
social levou o homem ao estágio seguinte de sua (7000 a.C.), na Turquia de nossos dias.
evolução: a formação das cidades. Sedes dos Como a cadeia de acontecimentos histó-
centros administrativos, comerciais, políticos e ricos vai evoluindo na sequência exata de cada
religiosos das sociedades da época, esses aglo- fato, o desenvolvimento de técnicas inovadoras
merados mais complexos proporcionaram a hie- e o estabelecimento de novas relações sociais e
rarquização social e a divisão de trabalho. comerciais, exigiu, igualmente, formas inéditas de
Quando a produção passou a exceder a comunicação, dando origem a códigos e símbolos
necessidade interna, esses núcleos passaram a que evoluíram até chegar na escrita.
negociar com comunidades vizinhas, trocando o
que tinham em excesso pelo que não conseguiam COMUNICAÇÃO. PINTURA E ESCRITA, A CUL-
produzir. Nascia o comércio, ou seja, a troca de TURA MATERIAL
uma mercadoria por outra ou por ferramentas de Falando em escrita, hoje se pode afirmar
trabalho. que esse tipo de comunicação surgiu das mais di-
Aí começaram a surgir as diferenças. versas formas e em diferentes regiões, como são
Enquanto algumas famílias pegaram com terras os casos da escrita cuneiforme, criada na Meso-
mais férteis e produtivas, outras não tiveram tan- potâmia; da escrita hieroglífica, nascida no Egito;

67
HISTÓRIA GERAL

e da escrita alfabética, produzida pelos fenícios; teses científicas, existe uma linha de pensamento
todas essas localizadas na área conhecida como diferente dessa. É a chamada Teoria do Estreito
Crescente Fértil, berço das maiores civilizações de Bering, segundo a qual os pioneiros habitan-
da Antiguidade. tes das Américas teriam atravessado esse estrei-
Enquanto isso, em outras regiões, sur- to – que liga a Sibéria, na Federeração Russa,
giam, não necessariamente na mesma época ao Alasca, nos Estados Unidos –, quando este
mas em períodos bem próximos das que acaba- se encontrava emerso formando uma gigantesca
mos de ver, outras formas de escrita, em civiliza- ponte de gelo e rocha, durante o último período
ções que também se desenvolveram às margens de glaciação, ocorrido, aproximadamente, entre
de rios, como são os casos do vale do Indo, no 50 e 12 mil anos passados.
atual Paquistão; do Huang Ho e Yangtsé, na Chi- Em consequência desse fenômeno natu-
na; e do San Juan, na chamada Mesoamérica, ral, houve um aumento das geleiras nos pólos,
faixa de terra situada entre as Américas do Norte retendo as águas, provocando o rebaixamento do
e Central, onde, hoje, ficam o México e os países nivel dos oceanos, descobrindo grandes exten-
centro-americanos. sões de terras e interligando ilhas e continentes.
Mas a forma mais antiga de expressão Aproveitando essa oportunidade propor-
cultural não foi a escrita e, sim, a pintura rupes- cionada pela natureza, agrupamentos humanos
tre, um tipo de registro gravado em pedras ou pa- de origem mongolóides ou pré-mongolóides, vin-
redes de cavernas, no Paleolítico, cujas origens dos da Sibéria ou da Mongólia, na Ásia, teriam
ainda não foram totalmente esclarecidas pelos alcançado o continente americano e se espalha-
estudiosos. O que se sabe é que o homem con- do ao longo de suas terras, chegando, inclusive,
seguiu produzir cores fortes e vivas, misturando ao Brasil, razão de nossos primitivos habitantes
pó de minérios triturados ou raspados com cera terem feições mongólicas.
de abelha, gordura animal ou resina de árvores. Os especialistas que defendem a chama-
Apesar da importância das pinturas rupestres, foi da “Cultura de Clóvis”, consideram que o sítio
somente a partir da criação da escrita cuneiforme, arqueológico descoberto próximo da cidade de
por volta do ano 3500 a.C., que os especialistas Clóvis, no Novo México, Estados Unidos, seria o
consideram ter o ser humano alcançado o estágio mais antigo das Américas, com cerca de 10.500 a
seguinte de sua evolução, conhecido como Perí- 11.400 anos. Essa hipótese já foi desmentida por
odo Histórico. achados mais recentes, que atestam presença
Aí, sim, com os caracteres cuneiformes, humana contemporânea a Clóvis, em áreas fora
que se conseguia fazendo pequenos cortes, em da América do Norte, ou até mesmo mais antigas.
argila úmida, com pedaços de cana ou madeira Há, ainda, uma terceira hipótese, sem quase ne-
em forma de cunha, passou-se a registrar todo nhum respaldo na comunidade científica da atua-
tipo de acordo ou relação entre pessoas ou comu- lidade, segundo a qual o homem americano seria
nidades, fosse comercial, social ou de outra natu- autóctone, ou seja, teria surgido no próprio conti-
reza, como tratados ou casamentos, por exemplo. nente, possibilidade também negada pela ausên-
cia de qualquer vestígio, na América, anterior ao
AMÉRICA. PRÉ-HISTÓRIA MULTICULTURAL? Homo sapiens sapiens.
Partindo do princípio que o ser humano O intervalo de tempo que poderíamos cha-
surgiu na África e examinando a disposição dos mar de “pré-história americana”, iniciado há mais
blocos de terra firme do planeta, em nossos dias, de 20 mil anos, também pode ser subdividido em
nos parece que o povoamento dos outros conti- três períodos distintos: o Paleoíndio – da chegada
nentes só poderia ter sido feito cruzando os ocea- dos primeiros grupos humanos até por volta do
nos. ano 8000 a.C.; o Arcaico – dessa época até mais
Bem, realmente essa é uma das teorias ou menos 2000 a.C; e o Formativo – que se es-
mais aceitas sobre a ocupação das Américas, a tenderia até a chegada de Cristóvão Colombo ao
qual defende a tese de os primitivos habitantes continente, no século XV.
terem aqui chegado, vindos da Ásia, através do A mais importante atividade dos primitivos
oceano Pacífico. Ocupando rústicas embarca- povos mesoamericanos, foi a agricultura, desen-
ções, esses desbravadores teriam passado pela volvida, gradativamente, a partir de experiências
Oceania, ocupando ilha após ilha, até chegarem como a domesticação de alguns animais e a mo-
a seu destino final, a costa leste americana. dificação genética de certas espécies vegetais.
Mas, como acontece com a maioria das Não sem motivo, o milho se destaca nes-

68
HISTÓRIA GERAL

se cenário, como produto fundamental no cardá- made, de cultura baseada nos produtos extraídos
pio dos pioneiros ocupantes das Américas, a pon- do mar e cuja cultura material são os sambaquis,
to de os botânicos modernos considerarem esse montes artificiais de conchas de moluscos e res-
cereal produzido exclusivamente pelo cultivo. Ou tos de outros animais e peixes, que chegam a
seja, o milho não teria frutificado naturalmente, alcançar 100 metros de comprimento por 30 de
mas, sim, criado por processos artificiais introdu- altura.
zidos pelos agricultores, nos campos de longín- Segundo as pesquisas, os últimos espéci-
quos períodos da história americana. mes desse grupo humano teriam ocupado o ter-
ritório brasileiro a cerca de 1.000 anos antes de
BRASIL. SAMBAQUIEIROS NO REINO DE “LU- nossa época e seu desaparecimento estaria liga-
ZIA” do ao estabelecimento da agricultura ou à ocupa-
O Brasil poderia, muito bem, ser conside- ção de suas terras por agrupamentos do tronco
rado o “país dos sítios arqueológicos”, além de Tupi.
“país do futebol”, como todos conhecem. Isso As descobertas mais recentes revelaram
porque já foram identificados mais de mil desses que o restante da parte meridional das Américas,
sítios em território brasileiro. hoje chamada América do Sul, teria sido povoado
E só para completar a marcante presença simultaneamente ao Brasil. Tanto que o sítio Mon-
nacional no universo dos vestígios pré-históricos, te Verde, no Chile, tem revelado vestígios que
foi encontrado, em Lagoa Santa, Minas Gerais, comprovam presença humana de mais de 12.300
um esqueleto, com idade estimada em cerca de anos.
11.500 anos, e batizado de “Luzia”, cujos traços
característicos africanos e australianos, são bem CONCLUSÃO
diferentes dos asiáticos a que nos referimos algu- Parece que depois de tantos estudos, con-
mas linhas atrás. clusões e impressões tudo ficou tão bem solucio-
Foi analisando esse rico conjunto de regis- nado mas que nada, pois todas essas situações
tros, que os pesquisadores descobriram termos apresentadas são apenas fontes pesquisadas
tido grupos humanos em nossas terras, ainda por que fizeram o homem atual chegar a uma certa
volta do ano 6000 a.C., quando primitivos caçado- direção um pouco melhor sobre nossos ances-
res-coletores, subdivididos em grupos nômades e trais que são ao mesmo tempo nós mesmos, com
seminômades, já se abrigavam nas grutas do mu- suas gerações bem melhores ou bem piores, mas
nicípio de São Raimundo Nonato, no Piauí, onde sempre caminhando, sempre caminhando.
deixaram, nas paredes, claros vestígios de sua
passagem. EGITO - ANÁLISE GERAL
A riqueza do acervo encontrado no local, O estudos sobre os povos antigos sempre
que contabiliza cerca de 30 mil pinturas, retratan- requer um cuidado especial por causa das pou-
do figuras as mais diversas, como signos, obje- cas fontes que ainda se tem, pois saber o que ver-
tos, animais e pessoas, foi conservada graças à dadeiramente levou aquele povo a estar naquela
aridez do clima e ao difícil acesso, que o guardou região define boa parte desse mistério que iremos
de ser depredado por visitantes desavisados. conversar. A primeira lógica é fazer algumas com-
Embora a equipe de pesquisadores, liderada pe- parações com o mundo atual e com isso perceber
los arqueólogos NièdeGuidon e Fábio Parente, que as civilizações procuravam lugares próximos
tenha calculado pelo menos 20 mil anos para as aos rios pela lógica de vida que eles forneciam,
pinturas e outros vestígios da passagem humana, por isso o nome civilização de regadio.
grande parte da comunidade científica discorda As formações étnicas que aconteciam,
dessa hipótese, que provocaria uma mudança ra- muitas ainda sem uma total solução de sua ori-
dical nos atuais conceitos e teorias a respeito da gem, vão se deslocar para essas grandiosas fon-
ocupação do continente americano. tes de vida e essas famílias, chegando as mar-
Não resta dúvida que outras grandes atra- gens do Nilo quando se organizam politicamente
ções arqueológicas do Brasil, são os depósitos são tradicionalmente chamadas de nomos, oca-
de conchas e restos humanos, chamados sam- sionando uma lógica de criação de várias famí-
baquis, encontrados nos litorais de Espírito Santo lias, portanto vários nomos, vários chefes que
e Santa Catarina, e no vale do Ribeira, em São aqui são chamados de nomarcas e por isso o po-
Paulo. der é descentralizado.
Os sambaquieiros eram um povo seminô- Com isso o primeiro período da história

69
HISTÓRIA GERAL

desse povo é Pré-dinástico, fazendo você tam-


bém entender que os nomarcas, chefes dos no-
mos, que são denominados também de nobres,
tinham em cada região seu próprio governo, lei e
religião (cada nomo com seu deus) e também por
causa da descentralização não poderia existir o
principal sistema econômico daquela época que
dependia do Estado centralizado para se consu-
mar: o modo de produção asiático, sistema produ-
tivo que recebe essa denominação por causa de
avaliação histórica marxista.
Com crescimento da população, a neces- Sociedade: hierárquica e imobilista.
sidade de criar mais fontes econômicas ficou sen- Economia: agrária, baseada num siste-
do natural e a única solução encontrada pelos pa- ma de irrigação. O Estado controlava, planejava
triarcas, seria unificar todos os nomos, onde seria e fiscalizava as atividades econômicas (modo de
escolhido um nomarca principal que futuramente produção asiático).
se chamaria faraó, o chefe supremo. Mas como Política: monarquia despótica. O faraó
dizer para o povo que seria escolhido seu único era um deus vivo. Estado teocrático.
governante sem a interferência da população? Se Escultura e arquitetura: se dedicavam à
os nomarcas não descobrissem uma forma de construção de templos, palácios, túmulos, pirâmi-
ludibriar o povo, acho que Egito seria também o des e esculturas como a esfinge (cabeça humana
berço da democracia, pois os populares de de- e corpo de animal).
terminadas regiões não admitiriam, quem sabe, Escrita: hieróglifo, decifrado por Cham-
um governante que não fosse seu de origem. pollion, já no século XIX, que deu origem a uma
Solução? Solução? Dizer que o faraó é filho de nova ciência chamada de egiptologia, e a demóti-
deus,enviado para nos proteger e nos salvar con- ca, que era chamada de escrita popular.
tra todos os perigos e males, o absoluto, gerando Ciência: Matemática, Astronomia (deram
assim um governo teocrático, politeísta, de rega- o nome às estrelas e planetas), calendário solar e
dio e principalmente centralizado. Agora você en- medicina.
tende porque Karl Marx, sendo citado aqui mais
uma vez, diz que a religião é o ópio do povo, pois MESOPOTÂMIA (POVOS ENTRE RIOS) - ANA-
a classe dominante, na maioria das vezes sabe LISE GERAL
que aquele deus não é deus e o cria para enga- A investigação que iremos fazer vai ser um
nar a população. Com a unificação do alto e baixo pouco complicada, pois quando didaticamente
Egito começaria agora o Antigo Império. abordamos um certo povo para estudar ele pode
ter diferentes origens, mas é um único povo, en-
ECONOMIA, SOCIEDADE E CULTURA quanto no tema que vamos conversar são cinco
O final do Império foi marcado pelo enfra- povos, que com o passar do tempo vão se unir
quecimento do poder político do faraó e pelas cri- e acumular experiências formando a civilização
ses internas e externas. A partir do domínio persa, conceituada de entre rios ou mesopotâmica.
a civilização perde sua independência passando As semelhanças com o Egito são imensas
a sofrer novas invasões como a dos macedônicos como ter um rio como fonte de colonização da
e os romanos. região, ter um estado centralizado podendo ter o
Religião: politeísmo, antropomórfico, zoo- sistema de modo de produção asiático, serem se-
mórfico, antropozoomórfico. O deus mais impor- mitas, base econômica agrícola, mas tendo evo-
tante era Rá, e o mais popular era Osíris. Acredi- luído para o comércio, terem experiências milita-
tavam na imortalidade e reencarnação da alma, ristas e expansionistas, proliferarem uma cultura
juízo final. Fizeram o livro dos mortos. religiosa politeísta e seu governante ser também
um representante divino, formando um governo
teocrático.
Agora analisando algumas diferenças po-
demos citar a superioridade de poder que o fa-
raó tem em relação ao governante mesopotâmico
conhecido como patesi. As terras dessa civiliza-

70
HISTÓRIA GERAL

ção não são todas de controle estatal, a escra- zer e que realmente o que eles gostavam era de
vidão é mais intensa que a servidão coletiva, a praticar crueldades, onde se destacou nesse tipo
militarização vinda principalmente pelos assírios de ação o rei Assurbanipal, que investiu nos mas-
é uma fonte econômica, a religião é antropomór- sacres, nas destruições e nos equipamentos, pois
fica e não se acredita na vida após a morte, quer o exército dos assírios era um dos melhores do
dizer na Mesopotâmia quando se morrer se mor- período com lanças, escudos e espadas de ferro,
rer mesmo e eles foram os criadores da primeira carros de combate com rodas reforçadas.
escrita que é a cuneiforme, desenvolvida pelos Essa realidade parecia ser indestrutível,
sumérios, pioneiros na ocupação do território, mas a revolta dos vencidos que não aguentavam
tendo inicialmente um processo de ocupação de mais as crueldades dos vencedores, juntamente
cidades-estados, onde não havia com isso uma com ação de povos que foram com o tempo se
centralização. tornando superiores, os assírios foram sendo su-
Só depois, com a dominação dos acádios perados pelos novos moradores da Caldéia, que
sobre a liderança de Sargão I, houve a conquista por terem uma boa relação com os medos, no pla-
de toda aquela região, unificando-as, nascendo nalto do Irã, portanto seus vizinhos, suplantaram
o primeiro império mesopotâmico, que por cau- os povos do norte e aquela era de crueldades foi
sa de revoltas internas sumerianas, o império foi substituída por um novo povo: os caldeus. A as-
se enfraquecendo e abrindo um espaço para um censão dos caldeus ao topo de comando do mun-
povo que estava ganhando força através de suas do mesopotâmico não aconteceu somente por
invasões: os amoritas. Os amoritas se instalaram causa do setor bélico expansionista, mas também
na região, assimilaram muita carga cultural dos por causa do seu setor comercial, que diferenciou
sumerianos e fundaram a cidade da Babilônia, essa nova versão do povo babilônico dos demais
por isso serem chamado de velhos babilônicos e que habitaram naquela região, que se profissio-
seu destaque maior foi na questão comercial, no nalizaram nos sistemas agrícolas. No governo, o
expansionismo do seu império e no sistema jurídi- rei mais lembrado foi aquele que mais investiu na
co, onde um patesi de grande poder chamado de exuberância da sua região, criando expressões
Hamurábi, criou o primeiro código de leis escritas arquitetônicas que chegaram a ser imortalizadas
baseado na pena de Talião, que era sintetizado pela história como os jardins suspensos da ba-
na frase olho por olho, dente por dente, mas na bilônia, os zigurates, que eram templos, idealiza-
prática as coisas não aconteciam dessa maneira, dos pela autoridade maior Nabucodonosor, filho
pois tudo dependia da classe social que o indiví- de Nabopolassar.
duo pertencia, porque se fosse de uma classe do- O expansionismo desse rei estimulou o
minante com certeza sua penalização seria mais crescimento da civilização, principalmente em tra-
branda do que uma pessoa que fosse de uma balhadores, pois a política escravista foi também
classe mais humilde. intensificada com a conquista dos hebreus, que
Com a superação dos amoritas, que po- na verdade como já tinha acontecido o Cisma já
deriam ser considerados de grande avanço em eram os judeus, e os aprisionados no Cativeiro da
muitos setores na região, o povo que logo em se- Babilônia, que depois foi atacado pelo rei Ciro,da
guida deve ser destacado são os assírios, que co- Pérsia, libertando-os e logo em seguida dominan-
meçaram sua vida de povo militarizado através de do a sua região da Palestina. O fato dá início a
questão geográfica, pois se localizavam na região decadência do mundo babilônico, que passaria a
mais difícil de sobreviver da Mesopotâmia, com ser anexado ao grande império persa.
muitas secas, regiões montanhosas e principal-
mente por ser uma região de passagem, que para HEBREUS, PÉRSIA, FENÍCIA
muitos seria uma forma de criar uma nova fonte HEBREUS
de renda, cobrando um pedágio, mas naquele ins- ANÁLISE GERAL
tante essa característica demonstrava uma fragili- O nosso mundo tem uma imensa varieda-
dade de defesa, pois se todo mundo pode passar de cultural, povos com suas particularidades em
a região é fácil de ser atacada. Então vamos nos diferentes áreas como a cultural, social, religiosa,
preparar para a guerra, devem ter pensado os etc, mas a universalidade de algumas coisas tam-
assírios e dessa atitude nasceram inúmeras con- bém chega a existir como uma fonte literária mais
quistas, expansão, riquezas e uma personalidade conhecidas e traduzidas em todo o mundo que é
cruel de alguns governantes assírios. Diziam que a Bíblia, livro considerado sagrado por muitos po-
eles não tinha a morte como um verdadeiro pra- vos, acaba sendo uma das principais fontes his-

71
HISTÓRIA GERAL

tóricas para estudos de civilizações antigas,onde para a entrada do Juizado, período dos chefes
se enquadra com isso os hebreus. A Bíblia tem militares, que tinham como determinação expul-
histórias que muitas delas foram comprovadas sar de vez os originais moradores dessa cobiçada
e a dos hebreus começa a ser apresentada na região. Vamos de novo pensar um pouco: você
região da Mesopotâmia quando o que vai ser o reparou como a vida dos hebreus era instável,
primeiro patriarca, Abraão, saiu de Ur, na Caldéia, quer dizer descentralizada? Notaram? Lutas, fu-
designado por Iavé (deus único) para desenvolver gas, apenas líderes familiares e por causa dessa
seu povo em uma terra prometida, que ficaria no estrutura uma coisa que não tinham é um Estado
Oriente Médio, a Canaã. organizado, e com isso não podia se desenvol-
O projeto de deus foi posto em ação, ver naquele povo um sistema de Modo de Produ-
quando Abraão leva sua família em peregrinação ção Asiático, as terras ainda não eram nem deles
para essa nova terra, mas também o patriarca vai quanto mais do Estado, mas a busca por uma to-
começar uma nova história, onde boa parte dela tal criação de um império era incessante e teve
é de muito sofrimento. A terra procurada não era resultados, pois juízes como Sansão, Samuel ti-
desabitada, existiam moradores que já tinham de- veram sua participação marcante no combate aos
senvolvido sua própria história e agora os nova- inimigos, dando a Saul a condição de se tornar o
tos hebreus iriam começar uma saga de disputas, primeiro rei da nascente Monarquia hebraica, que
que posso dizer duradoura até hoje. Pense comi- foi curta, mas ao mesmo tempo teve sua proprie-
go: não era direito os hebreus, que começam a dade expansionista, militarista e também cheia de
ser verdadeiramente denominados assim, quan- intrigas, principalmente no tempo do grande rei
do os filhos de Jacó nascem na terra, são próprios Salomão, criador de templos suntuosos, de rique-
da terra e Jacó era também um patriarca, filho de zas que explorou de outros povos e também pro-
Abraão com a missão de alojar bem seu povo, dutor de muitos gastos, que acabou fazendo com
custe o que custar, em nome do seu deus, mas que as antigas doze tribos, que deram origem ao
os filisteus, moradores do sul da região e os ca- povo tivessem um Cisma (divisão) onde dez tribos
naneus, da parte norte, como ficariam? São mui- começaram a apoiar o herdeiro não-legítimo de
tas implicações para dominar aquela terra, mas Salomão, Jereboão, e acabaram formando a tribo
a determinação, quem sabe até divina, envolve de Israel, com capital em Samaria, comerciantes,
tanto o povo que desistir é uma coisa para eles que retrocederam ao politeísmo para facilitar os
inadmissível. contatos comerciais com outros povos e foram
Será que estou dando uma visão parcial totalmente exterminadas pelos assírios, enquanto
e vilã a esse povo? Espero que não. Existe neles as outras duas tribos ficaram fiéis ao verdadeiro
muitas virtudes como o trabalho coletivo, o desen- herdeiro de Salomão, que era Roboão, formando
volvimento no setor comercial, a cultura monote- as tribos de Judá, com capital Jerusalém, crian-
ísta, porque não dizer uma acerta nacionalidade, do assim o povo judeu, que por viverem em uma
mas foi tudo tão difícil, pois teve a luta para expul- área mais isolada da Palestina, resistiram a mui-
sar os antigos moradores, a secas que assolavam tos ataques inimigos e mantiveram suas tradições
aquela região fazendo com que os hebreus por monoteístas, mesmo depois que perderam suas
um bom tempo se afastassem da Palestina, fos- terras para os romanos, que se tornaram o maior
sem morar no Egito, que no começo para ser qua- império militar do mundo antigo, e provocaram
se convidados com uma vida livre, mas que não com esses judeus o que se chamou de Diáspo-
foi duradoura, pois com as mudanças de governo, ra, que só foi acabar com a criação do estado de
o povo de deus foi escravizado e o pior começou Israel (1948), sobre muitas polêmicas, onde uma
a perder a credibilidade nesse deus que lhe criou, delas era se esse povo ainda tinha o direito, de-
por causa da constante convivência com o polite- pois de tanto tempo, de ter essa terra para eles,
ísmo egípcio. retirando mais uma vez um povo que já estava
Para Moíses, libertador o povo do domí- morando e criando sua história.Que dificuldade é
nio egípcio, a fuga, que chamada historicamente ser feliz.
de Êxodo, mas biblicamente de Páscoa, foi uma
peregrinação para renovar esse amor do povo a PÉRSIA -
seu deus e quantas vezes o patriarca parou, con- ANÁLISE GERAL - ORIGEM DO POVO
versou, pregou em alguns casos se irritou com os Durante um bom tempo, para muitos his-
descrentes, mas no final foi inaugurado um outro toriadores, os persas seriam derivados dos me-
período para os hebreus, pois saiu o Patriarcado dos, do mesmo planalto do Irã, mas estudos um

72
HISTÓRIA GERAL

pouco mais precisos revelam uma situação ainda neira, pois ainda muitas coisas são tradicionais,
não muito bem explicada, que esses povos viviam como por exemplo o direcionamento econômico
avizinhados e por uma estratégia para aumentar tomado pelo povo fenício, que foi o comércio ma-
poder e uma diplomacia do rei Ciro, da Pérsia, os rítimo.
povos resolveram se unir, para que essa unidade A escolha do sistema não foi por acaso. A
produzisse um império. E não é que deu certo. oportunidade não poderia ser desperdiçada por-
Ciro virou o criador do império mais po- que o litoral extenso que se tinha, as poucas áre-
deroso daquele período, onde suas dimensões as agricultáveis motivou esse povo a enveredar
ao final de tanto expansionismo era do tamanho para um sistema em que poucos estavam envol-
do Brasil, portanto gigantesco, e daí em diante a vidos, como os filisteus, cretenses e os gregos,
grande marca dos persas era o militarismo e o im- portanto os fenícios estavam participando de uma
perialismo, já que nisso que eles estavam obten- verdadeira elite comercial, que futuramente eles
do sucesso. Uma das marcas dessas incursões iriam ser a grande liderança.
era a sua tolerância militar, o que isso quer di- Alguns pesquisadores desse povo dizem
zer? Quando uma guerra e com isso uma invasão que eles inauguraram uma forma múltipla de fon-
era concretizada eram poucos os aspectos dos tes comerciais, pois naquele tempo enquanto era
vencidos que eram modificados como política, re- comum negociar produtos agrícolas, a Fenícia
ligião ou sociedade, mas na área econômica, os negociava o seu cedro para fazer embarcações,
saques e a tributação eram garantidas. Segundo utensílios para artesanato, papiro para fontes de
os historiadores essa tolerância se dava por dois comunicação e até pessoas, já que eles se espe-
motivos, ou seja pela fragilidade cultural do povo cializaram em negociar escravos, pois o comum
persa, que não tinha o que impor aos dominados, era conseguir esse trabalhador através de dívidas
pois sua cultura era muito primária, em relação a ou guerras, mostrando assim como era ambicioso
alguns povos como os egípcios e também o outro esse povo.
motivo, era que os persas não faziam essa impo- O setor econômico é aquilo que é mais
sição para não incitar uma reação contrária, ou lembrado de sua história, mas a situação políti-
seja, um distúrbio revolucionário. ca merece também uma atenção, já que também
A idéia era interessante, pois as mudan- destoando de povos da época, essa civilização
ças bruscas poderiam provocar revoltas ou até não teve um estado centralizado, constituindo o
mesmo guerras de libertação e aí perder tudo se- mesmo sistema político que os sumérianos, que
ria o fim. Mas ao mesmo tempo que a atitude foi foi o de cidades-estado, que eram comandados
ótima, já que na antiguidade muitos diziam que se por aqueles que se denominavam de sufetas, que
era pra ser dominado por alguém, que seja pelos não eram reis, pois no governo fenício foi consta-
persas, foi essa ação motivo de sua ruína. Obser- tado que a monarquia não era a única forma de
ve bem o que aconteceu, a aquisição de algum governo, por isso esses líderes são considerados
território também reforços militares, ou seja, mui- juízes das comunidades originários, é claro, da
tos vencidos eram usados no exército dos persas rica classe de comerciantes da região.
e aí essa utilização de diferentes povos no mes- Por esse critério de política e economia,
mo exército criava o problema de variedade de et- acaba acontecendo o destaque para algumas ci-
nias, línguas e com isso a dificuldade de coman- dades como Sídon, Biblos e Tiro, que vão fazer
do. Essa diversidade prejudicou em muito a força um comércio tão excepcional, que quando fala-
do império, que em seus últimos governantes foi mos, na Idade Moderna, de grandes navegações
superado por outro reinos mais fortes como a Ma- comprovamos que estamos tendo como referen-
cedônia e dos romanos. cial de estudos o mundo europeu e não o planeta,
pois o pouco reconhecimento de glória que os fe-
FENÍCIA - ANÁLISE GERAL nícios tem é o que conseguiram esses europeus.
Muitos fatores se tornaram decisivos para Existem até relatos que os fenícios, nas
o futuro de um determinado povo na antiguidade suas aventuras lucrativas chegaram até a Améri-
e um desses fatores os mais críticos historiadores ca, é obvio que antes de Colombo, e não se deve
repudiam muito, que é o geográfico ou do deter- duvidar disso, eles destemidos, ambiciosos quan-
minismo. Eu não entendo o por que desse imenso do faziam suas incursões sobre o Mediterrâneo,
repúdio. Sei que a história evoluiu para um pro- chegando até o Atlântico, fazendo comércio com
cesso de mentalidades, de criticidade, mas espe- habitantes da Bretanha, espalhando um imperia-
ra aí, nem tudo na história é resolvido dessa ma- lismo que seus concorrentes vão aprender a fazer

73
HISTÓRIA GERAL

muito bem, gerando colônias onde uma delas foi mos.


tão importante, que acabou sendo pivô de uma Épocas históricas que mudam sem ter
grande guerra na antiguidade. uma devida explicação, que alegam alguns pes-
A colônia era Cartago a disputa foi con- quisadores até certos fenômenos naturais, mas
tra os romanos, desenvolvendo o que chamamos marcos históricos importantes se verificaram, que
de Guerras Púnicas, onde os romanos venceram seriam o comércio marítimo e supervalorização
mais outra, gerando a decadência do que posso feminina, que foram poucas as civilização que vi-
chamar de império fenício, que já tinha sido ata- mos isso acontecer. Entender sobre isso não é
cado, em outro momento pelos macedônios e en- só entender uma civilização é compreender como
fraquecido muito o território. eles foram a base para a formação cultural de um
Essa economia marcou tanto a história outra povo, que nos encanta e impressiona até
desse povo, que quando falamos de suas heran- hoje: os gregos.
ças culturais, uma delas foi sem dúvida o alfabe- Os contatos com esses povos e com ou-
to. E isso tem ligação? E muita. A comunicação é tros, que segundo os pesquisadores, já existiam
uma parte essencial para que os negócios pos- na região, porque muitos dizem que os povos
sam fluir bem, pois como dizia um velho jargão gregos são autóctones (nascidos na região), pro-
¨quem não se comunica se trumbica¨. O alfabeto duziu uma civilização que serão marco maior da
foi criado para generalizar um método de comu- antiguidade, que vai ser chamada de clássica.
nicação e beneficiar esses fenícios no dinamismo Nesse momento a Grécia vivia as seguin-
de seu comércio. tes características de formação de famílias, que
É claro que os gregos, com as vogais eram chamadas de génos, a existência da pro-
formalizaram a linguagem que estamos usando, priedade coletiva, mas estivesse nas terras mais
mas a primeira experiência nessa comunicação férteis começaria a ter mais poder gerando futura-
veio mesmo desses navegadores, que outra par- mente a mudança dessa terra para uma proprie-
te cultural que deve ser destacada é de sua reli- dade privada, a criação de animais e ainda uma
gião, que também era politeísta e era designado manifestação de comércio marítimo, que acaba-
um deus principal em cada cidade-estado que mos de entender que foi estimulada pelos aqueus,
era para todos chamado de Baal, como Melcarte, que tiveram a infelicidade de serem atacados por
Echmun e Astartéia. A adoração desses deuses povos guerreiros chamados de dórios, que além
envolvia rituais de sacrifício, pois se dizia que as- de conquistar a planície da Lacônia, iriam ater-
sim o único método que iria fazer os deus fica- rorizar toda a região continental, promovendo o
rem felizes para proteger cada cidade. Opinião: fato da primeiro diáspora grega, onde os povos do
primórdios da pena de morte. território para fugir desses conquistadores come-
çaram a ocupar as terras dos vales montanhosos,
GRÉCIA - ANÁLISE GERAL que eram isolados naturalmente para aproveitar
Para começarmos bem a nossa aborda- as planícies, que sua fertilidade era limitada, cau-
gem devemos começar pela colonização do povo sando com isso um constante conflito entre povos
grego, que no início de tudo eram chamados de para a dominação dessa região, provocando o
pelasgos ou pelágios, fazendo referência aos po- surgimento da propriedade privada e a desagre-
vos que se deslocam através do mar, que real- gação dos génos, onde a divisão das famílias se
mente será uma das formas de riqueza que es- tornou uma coisa comum.
ses gregos conseguiram com o passar do tempo Para muitos historiadores esse período
e sua estrutura territorial era dividida em grécia que descrevi ganha um nome de Homérico, que
continental, que também agregava as penínsulas, seria a colonização da região, a formação dessas
asiática e insular. famílias e surgimento da propriedade privada de-
São vários os povos que começaram essa rivada da diáspora, mesmo tendo alguns autores
forma de colonização da região balcânica entre que faz na divisão a inclusão de um período an-
eles os aqueus, dórios, eólios, jônios, cretenses, terior que seria o Pré-homérico, portanto fazendo
quer dizer uma variedade de povos arianos ou uma divisão dessas características.
indo-europeus, que devemos focalizar suas his- Mas uma característica que não foi citada
tórias e suas lendas para entendermos como os de todo esse processo, que deve ser mais do que
povos da Grécia foram concebidos. lembrada, foi a criação das cidades-estados que
Dentre os povos que estamos estudando, vai compor a figuração política principal da Grécia
os cretenses são um dos que menos fontes te- e também com esse novo fato dizem os estudio-

74
HISTÓRIA GERAL

sos que surgiu a segunda diáspora, onde apare- rios, com sua tradição guerreira e com suas con-
cerá a moeda, o comércio intenso e a escravidão quistas sobre a planície da Lacônia, onde chega-
que gerou importantes mudanças para o cenário ram a dominar os aqueus e fazer influência sobre
político e essas cidades de uma situação de vida as regiões vizinhas e como a tradição de se mili-
completamente independente, pois com os isola- tarizar se tornou presente naquela cidade isso co-
mentos ficava difícil os contatos com outros po- meçou a gerar uma tradição em seus habitantes
vos, mesmo sendo da mesmo região, às vezes em produzirem pessoas que pudessem ser úteis
era mais fácil para esse povo ter contato com os ao governo para se tornarem soldados, guerreiros
estrangeiros que com seu vizinho, por causa da desse estado.
região muito próxima ao mar e com formação de As crianças ao nascerem seriam imedia-
penínsulas, que servia como um porto natural. tamente investigadas pelos pais para ver se não
A evolução a partir daí começava a ser das tinha nenhuma imperfeição, porque se procurava
famílias (génos), que se desagregaram e forma- eram corpos perfeitos para servir ao exército e
ram nessas regiões comunidades independentes, quando acontecia essas imperfeições a criança
que iriam precisar se defender para não serem era logo eliminada, pelos próprios pais, que na-
surpreendidas por outros inimigos e com isso quele momento sentiam vergonha de ter gerado
formaram as frátrias, expressões de comunida- um filho imperfeito para servir a sua comunidade.
des militares, depois as tribos e logo em seguida Mas nos casos em que a criança passava
as polis, que já seriam as cidades-estados, com na vistoria, ela seria criada pelos seus genitores
toda uma constituição política, divisão da cidade até seus sete anos de idade, de ambos os sexos
em parte de melhor defesa, que seria a parte alta e depois recolhidas para o serviço obrigatório do
chamada de Acrópole e a parte do comércio que exército, que iria ser rigoroso, fazendo no treina-
é a Agora, dominada por regente chamado de ba- mento os jovens muitas vezes completamente
sileu, que iria equivaler a um rei, mas por pouco despidos, passarem frio ou calor excessivo, sem
tempo, pois a força das classes dominantes fez falar também na fome e nas torturas físicas, isso
uma evolução política para o território que saire- até se formarem soldados aos vinte anos.
mos de uma monarquia para uma oligarquia, quer É claro que com isso a classe de milita-
dizer um pequeno grupo no poder, só a cidade de res ganhava com o status de classe dominante,
Atenas que iria evoluir de uma maneira diferente sendo chamado de espartanos, tendo a autori-
chegando a ter uma forma democrática de poder, dade política, que monopolizada pelos filhos da
que é uma democracia completamente diferente cidade, que comandariam os periecos, que são
da nossa atualidade. descendentes dos dominados aqueus, que viviam
Esta explicação nos mostrou como acon- na periferia da cidade e da política, pois não ti-
teceu o surgimento dessas unidades políticas, nham direito a voto e os hilotas, servos do estado,
mas deve você ter a noção maior sobre a Grécia muito semelhantes a escravos mas com grandes
em relação a outros povos, pois até agora você só diferenças como não podendo ser vendidos e se-
viu os aqueus que foram dominados pelos dórios rem partes das terras que eram adquiridas pelos
e com isso a região do Peloponeso foi conquista- espartanos, vivendo em mesmo grupo sempre
da para a formação de uma das mais importantes e também sendo alvos das atrocidades dos sol-
cidades da história dessa civilização, que foi Es- dados, que ao mesmo tempo que treinavam sua
parta, mas ainda existem os eólios que acabaram estrutura militar, eliminavam um excedente popu-
sendo unificados aos jônios, que se instalaram na lacional que poderia revidar contra os poderosos
região da Ática e começaram a construção da- da cidade.
quela que seria a cidade referencial para os estu- A vida em Esparta era só de treinamentos
dos da Grécia, que é Atenas. militares, prática de esportes para os bem-nasci-
Quando começamos a falar das cidades- dos e administrar a produção agrícola, que era a
estados que mais se destacam, entraremos no base da economia da região, pois com uma tradi-
período que chamamos de Arcaico, que signifi- ção de ter uma postura muito fechada para rela-
caria o momento da formação dessas cidades e ções com outras cidades, isso dificultava as ques-
como o número de cidades é bem variado iremos tões comerciais e isso é muito bem visto quando
destacar as duas cidades principais que são Es- se repara na relação que a cidade tinha com a
parta e Atenas, por causa de sua extrema heran- outra cidade-estado também famosa: Atenas.
ça para outras cidades e para o mundo ocidental. Atenas estava na região da Ática e a vida
A cidade de Esparta veio derivada dos dó- dessa cidade foi muito diferente de Esparta e por-

75
HISTÓRIA GERAL

que não dizer de todas as outras, pois quando fa- tenes, que modificou a maneira de governar de
lamos da Grécia o que na verdade falamos é de Atenas, consolidando a abertura para o voto cen-
Atenas, com sua cultura derivada dos jônios, que sitário e também a criação de outras assembléias,
se juntaram aos eólios e vão ter no final uma po- que iriam comandar o governo das dez tribos ate-
pulação numerosa para os padrões daquela épo- nienses (por isso o nome, demos é tribo, ecracia
ca de mais ou menos quatrocentos mil habitantes. é poder) e uma dessas assembléias foi a Bulé,
A sequência de evolução política da ci- que era um conselho de Quinhentos, o coman-
dade foi maior do que de muitas outras, pois en- do do arconte e surgimento do ostracismo. Mas
quanto Esparta iniciou com uma diarquia indo na o processo democrático era comprometido pelos
seu desenvolvimento para uma oligarquia, Atenas interesses de muitas classes dominantes e essa
começou com uma monarquia, depois foi para um democracia só valia para aqueles que eram livres
processo oligárquico, depois para uma tirania e e atenienses, acima de 21 anos, que suas partici-
por último evoluiu para uma democracia, que não pações na assembléia do povo era remuneradas
é igual a dos nossos dias, mas pelo menos pro- como uma forma de incentivo dessa participação,
moveu uma abertura que nunca se imaginava a mas quem sabe isso deve ter aumentado a carga
Grécia ter na vida. tributária e fez com que diminuísse os represen-
A região começou a ser favorecida pela si- tantes da população e com isso a participação do
tuação geográfica inicialmente, por causa de seu que era popular se restringia mais ainda, já que
litoral bastante recortado que facilitava as rela- as mulheres, escravos e estrangeiros não eram
ções comerciais, fazendo com que os atenienses cidadãos.
se tornassem um povo bem sucedido em um sis- Um outro fato que marca muito o perío-
tema imperialista, concorrendo com outros gran- do arcaico são as questões das guerras que as
des, como por exemplo os fenícios, que também cidades se envolvem e uma delas é em relação
tinham influência sobre o mar Egeu. a invasão dos persas ao território, começando a
A situação econômica em que se encon- invadir através da cidade de Mileto, fazendo sur-
trava a cidade era invejável, fazendo com que fos- gir algo inédito que era a união das cidades, que
se desenvolvida uma linha social de dominação eu acho que você tinha reparado que as cidades
muito forte que desativou, depois de um tempo o nunca chegaram a se unificar, mas agora como
poder do basileu, como era chamado o rei na re- eles tinham um inimigo em comum que era o
gião, para ele ser substituído por agrupamento de império de Dario I, vamos ver o surgimento das
oligarquicas que passaram a eleger representan- guerras greco-pérsicas.
tes que começaram a propagar muitas mudanças As batalhas foram muito intensas, mas a
que seriam de alto benefício para aquela socieda- superioridade dos gregos surpreendeu os persas,
de. que a muito tempo não tinha perdido batalhas
Um desse legisladores foi Drácon, que para certos inimigos e agora sentiu na pele o gos-
com suas leis severas produziu o primeiro códi- to desagradável da derrota, onde uma das prin-
go de leis escritas, para que a população tivesse cipais derrotas dos persas foi na batalha de Ma-
um referencial de obediência, principalmente os ratona, que ficou selada como os gregos tiveram
membros das outras classes como os metecos, nessa união de forças uma eficiência militar, tanto
que eram os estrangeiros e os demiurgos, que que os filhos de Dario, como Xerxes não suportou
eram comerciantes. a resistência e acabaram sendo duramente ani-
Depois viria Sólon, que conseguiu aca- quilados.
bar com a escravidão por dívidas e começou a A guerra gerou um resultado preocupante,
desenvolver, que foi aprimorado com Clítenes, o que seria a vulnerabilidade do território, que ao
princípio censitário para as eleições e com isso mesmo tempo que facilitava os contatos com o
modificando a forma tradicional de ter como única estrangeiro para fazer negócios, também abria ca-
fonte de eleitor os que tinham bom parentesco. minho para os inimigos terem uma perspectiva de
A chegada de Psístrato ao poder foi de se apossarem da região, por isso todo cuidado é
uma nomeação ao cargo de tirano, que teve com pouco, então foi idealizado pelos atenienses uma
prioridade o desenvolvimento comercial da loca- liga militar de proteção permanente, que ficaria na
lidade, mas com sua saída, os seus sucessores ilha de Delos, com foi chamada de Confederação
que foram seus filhos, não foi continuado o go- de Delos, para deixar as cidades membros mais
verno de poder que o legislador conseguiu criar seguras e com isso seriam arrecadados impostos
e para o último destaque temos que falar de Clís- que seriam revertidos em segurança para as cida-

76
HISTÓRIA GERAL

des participantes. que identifica uma área da civilização antiga, re-


Mas esse momento que é marcado com fere-se às seguintes civilizações:
avanços econômicos, do governo do legisla- a) China, Índia e Japão.
dor Péricles que chegou a transformar a cidade b) Grécia, Roma e Egito.
como centro do mundo foi desmascarado quando c) Egito, Síria e Mesopotâmia.
a sua grande rival Esparta, que tinha uma outra d) Fenícia, Cartago e Roma.
liga comercial e militar que era a do Peloponeso,
revelou todos os desvios de verba para a utiliza- QUESTÃO 03 - “Durante o período (...), os homens
ção do próprio benefício de Atenas, gerando com praticaram uma economia coletora de alimentos.
isso a reação das cidades membros e a guerra À medida que começaram a cultivar plantas e a
mais famosa da civilização chamada de Guerra domesticar animais, tornaram-se produtores de
do Peloponeso, que durou em média vinte sete alimentos, ou seja, passaram a ter controle sobre
anos, onde ficou comprovado como ainda existia o abastecimento de sua alimentação. Esse fato re-
uma superioridade de Esparta sobre Atenas, que presenta uma profunda transformação econômica,
foi duramente castigada, mas que perdeu não foi com importantíssimas consequências para a so-
Atenas foi a Grécia toda, pois como Esparta ti- brevivência da espécie: é a Revolução Agrícola.”
nha um ineficiência de administrar, toda a Grécia A Revolução Agrícola, descrita no texto acima, é
começou a entrar em decadência, abrindo espa- conhecida como a:
ço para o domínio de Tebas, cidade-estado, mas a) Revolução do Neolítico.
isso logo em seguida vem os macedônicos, na fi- b) Revolução do Paleolítico.
gura de Felipe II e de seu filho Alexandre que vão c) Revolução do Antigo Império Egípcio.
acabar com aquela total originalidade helênica e d) Revolução da Cidade-Estado.
dar espaço ao que chamamos de helenismo (fu-
são da cultura grega e oriental). QUESTÃO 04 - Analise o texto abaixo:
“E repare leitor como a língua portuguesa é en-
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM genhosa. Um contador de histórias é justamente
QUESTÃO 01 - “Em cada cidade-estado havia um o contrário do historiador, não sendo um historia-
templo dedicado à divindade principal. Os deuses dor, afinal de contas, mais do que um contador de
eram considerados proprietários das terras de histórias. (...)”
cultivo, preparadas pelos camponeses, através (Fonte: ASSIS, Machado de apud CHALHOUB, S. e
da secagem dos pântanos e da irrigação dos de- PEREIRA,L. A. de M. (Org) A História Contada, Rio de
sertos. Os sacerdotes administravam os templos Janeiro: Nova Fronteira, 1998, p.67.)
e também a riqueza dos deuses como se fossem
Ante as novas tendências interpretativas da His-
propriedade privada.”
tória, há uma diferença entre o contador de histó-
AQUINO, R., FRANCO, D., LOPES, O. História das socie- rias e o historiador, de acordo com a qual é corre-
dades. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986. p.110. to afirmar que:
O texto acima refere-se à: a) a literatura torna-se inexpressiva ao histo-
a) sociedade grega antiga, onde havia uma riador, que se fundamenta nos documentos,
distinção clara entre o setor da produção, manuscritos e impressos.
de caráter coletivo, e o religioso, de caráter b) o contador de histórias recorre à ficção e o
privado. historiador envolve-se com o real, de acor-
b) estrutura social da Mesopotâmia, cuja uni- do com a sua interpretação e as práticas
dade ideológica e econômica se baseava sociais consideradas.
no setor religioso, representado por santu- c) a interpretação do historiador, apesar de va-
ários. lorizar a diversidade de informações, deve
c) organização do setor produtivo da Judéia, limitar-se a do contador de histórias.
o qual se baseava num regime de parceria d) a história do cotidiano passou a ser depre-
entre a classe sacerdotal e a camponesa. ciada pelos profissionais da História por
d) estrutura sócio-religiosa das cidades fe- menosprezar a análise social.
nícias, onde o poder político e econômico e) a autenticidade dos fatos históricos exclui a
provinha de uma aristocracia latifundiária. força da subjetividade, presente na recons-
trução do passado.
QUESTÃO 02 - O Crescente Fértil, expressão QUESTÃO 05 - A História é uma das áreas do

77
HISTÓRIA GERAL

conhecimento mais polêmicas. Pode-se atribuir cumentos privilegiados são aqueles que
este caráter à História, porque, em sentido gené- provêm da cultura, das artes e da imagina-
rico, todos somos historiadores e, por outro lado, ção.
porque o acontecimento histórico é passível das d) O conhecimento da História é definitivo
mais diferentes interpretações. quando os documentos são comprovada-
a) ( ) No período de crescimento, a criança mente autênticos, fato aceito por todos os
e o adolescente, através da convivência so- historiadores.
cial, da escola e da cultura, formam de ma-
neira quase natural uma visão do passado, QUESTÃO 07 - Sobre o surgimento da agricultura
do presente e do futuro. Constroem, assim, e seu uso intensivo pelo homem, pode-se afirmar
uma visão histórica, em ressonância com o que:
que seu grupo social ensinou-lhe. a) foi posterior, no tempo, ao aparecimento do
b) ( ) A História, apesar de ser alvo de muitas Estado e da escrita.
polêmicas, estabelece verdades comprova- b) ocorreu no Oriente Próximo (Egito e Meso-
das, que têm como base os documentos. potâmia) e daí se difundiu para a Ásia (Índia
Por essa razão, é correto admitir, como fa- e China), Europa e, a partir desta, para a
zem todos os autores, que a história da hu- América.
manidade só se inicia com o uso da escrita. c) como tantas outras invenções teve origem
c) ( ) A História é um saber científico e, por- na China, donde se difundiu até atingir a
tanto, não muda. Podemos comprovar que Europa e, por último, a América.
aquilo que aprendemos, muitas vezes, são d) ocorreu, em tempos diferentes, no Oriente
verdades inquestionáveis através dos sécu- Próximo (Egito e Mesopotâmia), na Ásia (Ín-
los. Essa característica da História garante- dia e China) e na América (México e Peru).
-lhe um lugar entre as demais ciências. e) de todas as invenções fundamentais, como
d) ( ) Todos aqueles que defendem a História a criação de animais, a metalurgia e o co-
como um conhecimento possível de muitas mércio, foi a que menos contribuiu para o
interpretações contribuem para fortalecer a ulterior progresso material do homem.
idéia de que a História é um conhecimen-
to certo e verdadeiro, construído a partir de QUESTÃO 08 - A Filosofia Grega antiga repre-
documentos que não deixam margem a dú- sentou uma das principais influências da cultura
vidas. clássica na Civilização Ocidental. Entre as diver-
e) ( ) O bombardeio atômico sobre as ci- sas tendências filosóficas, o pensamento socráti-
dades japonesas em 1945, embora seja co caracterizava-se por:
um fato inegável para alguns historiadores, a) basear toda a reflexão filosófica num novo
significou um genocídio injustifícavel; para método, a maiêutica, enquanto concepção
outros, foi um ato necessário para evitar o de idéias;
prolongamento da II Guerra, o que revela o b) defender princípios individualistas de com-
caráter interpretativo preensão da realidade pela reflexão e o iso-
lamento;
QUESTÃO 06 - O principal meio de acesso ao c) reafirmar a sofística, onde a Filosofia serve
passado é o documento, com o qual o historia- para se chegar o fins imediatos;
dor se relaciona conforme suas opções teóricas e d) admitir o princípio espiritualista do Profeta
suas hipóteses de trabalho. Assinale a alternativa Daniel, em que toda ética é transcendente;
que expressa corretamente este relacionamento: e) justificar a crença nos deuses atenienses,
a) A História nunca será uma ciência útil para destacando seus valores morais humanis-
os homens, pois os documentos não ex- tas.
pressam senão uma pequena parcela do
passado, permanecendo o resto desconhe- QUESTÃO 09 - Mãe, ama, pai e professor com-
cido. petem entre si para o aperfeiçoamento da crian-
b) Para o historiador positivista, o documen- ça, logo que esta é capaz de entender o que lhe
to considerado autêntico é a expressão da dizem... se obedece, tudo está bem. Do contrário,
verdade histórica e, por isso, ele privilegia é corrigida à força de ameaças e pancadas, com
as fontes oficiais e escritas. um pedaço de madeira curvo ou torcido.
c) Para os historiadores materialistas, os do- (Protágoros)

78
HISTÓRIA GERAL

O fragmento do texto acima retrata a educação e) impedir que conflitos entre os cidadãos pre-
em Atenas, que tinha entre os seus objetivos: judicassem a cidade.
a) desenvolver nos cidadãos um conjunto,
harmonioso e refinado, de qualidades da QUESTÃO 02 - Com o advento da democracia
mente e do corpo, visando a vida pública. na pólis grega durante o período clássico, foram:
b) incentivar os cidadãos o servir a diarquia a) abandonados completamente os ideais de
como bons soldados, com uma cultura su- autarquia da pólis, de glorificação da guer-
mária, que nutria grande desprezo pela ri- ra e a visão aristocrática da sociedade e da
queza. política, que haviam caracterizado os perío-
c) a formação de boas mães e pais, leais e dos anteriores.
obedientes, privilegiando a formação física b) introduzidos novos ideais baseados na
e militar dos jovens de ambos os sexos. economia de mercado, na condenação da
d) perpetuar a estrutura social e política exis- guerra e na valorização da democracia,
tente, por meio do laconismo e da rígida mais condizentes com a igualdade vigente.
obediência à autoridade, resultantes da dis- c) preservados os antigos ideais de autarquia,
ciplina militar. da guerra, da propriedade da terra, do ócio,
e) desenvolver a cidadania, preparando todos como valores positivos.
os habitantes da cidade para o exercício do d) recuperadas antigas práticas do período
poder nas instituições públicas. homérico — abandonadas no período arcai-
co — como a escravidão em grande escala
QUESTÃO 10 - No período arcaico, Esparta, e o imperialismo econômico.
cidade-estado grega tinha como principal carac- e) adaptados aos antigos ideais aristocráticos
terística a militarização. Sobre sua influência na e de autarquia (do período homérico e ar-
sociedade espartana é correto afirmar: caico) os novos ideais de economia de mer-
a) o aperfeiçoado sistema militar garantiu a cado do período clássico.
ampliação das conquistas coloniais.
b) a obediência divina era o princípio educa- QUESTÃO 03 - Dentre os legados dos gregos da
cional militar para as crianças de 7 a 12 Antiguidade Clássica que se mantêm na vida con-
anos de idade. temporânea, podemos citar:
c) os espartanos, grupo social minoritário, uti- a) a concepção de democracia com a partici-
lizavam a força militar para manter seus pri- pação do voto universal;
vilégios. b) a promoção do espírito de confraternização
d) as crianças do sexo masculino que apre- por intermédio do esporte e de jogos;
sentavam deficiências eram mantidas pelo c) a idealização e a valorização do trabalho
Estado. manual em todas as suas dimensões;
d) os valores artísticos como expressão do
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES mundo religioso e cristão;
QUESTÃO 01 - “Vendo Sólon [que] a cidade se e) os planejamentos urbanísticos segundo pa-
dividia pelas disputas entre facções e que alguns drões das cidades-acrópoles.
cidadãos, por apatia, estavam prontos a aceitar
qualquer resultado, fez aprovar uma lei específica QUESTÃO 04 - Mulheres de Atenas
contra eles, obrigando-os, se não quisessem per-
(Chico Buarque e Augusto Boal)
der seus direitos de cidadãos, a escolher um dos
partidos.” Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de
(Aristóteles, em A Constituição de Atenas) Atenas.
A lei visava: Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de
a) diminuir a participação dos cidadãos na vida Atenas.
política da cidade. Quando amadas, se perfumam.
b) obrigar os cidadãos a participar da vida po- Se banham com leite, se arrumam.
lítica da cidade. Suas melenas.
c) aumentar a segurança dos cidadãos que Quando fustigadas não choram.
participavam da política. Se ajoelham, pedem, imploram.
d) deixar aos cidadãos a decisão de participar Mais duras penas.
ou não da política. Cadenas.

79
HISTÓRIA GERAL

na, a camada social dos hilotas:


Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de a) desenvolvia atividades mercantis que lhe
Atenas. possibilitava acumular pequenas fortunas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de com as quais comprava títulos de cidada-
Atenas. nia.
As jovens viúvas marcadas. b) literalmente, “homens do litoral”, compunha
E as gestantes abandonadas. um dos três partidos políticos regionais de
Não fazem cenas. Esparta pós-Sólon.
Vestem-se de negro, se encolhem. c) sofria os “Kriptios”, formas de repressão e
Se conformam e se recolhem. extermínio, realizados por jovens esparta-
Às suas novenas. nos.
Serenas. d) enriqueceu executando cobrança de impos-
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de tos (pública nos), arrendando florestas e mi-
Atenas. nas públicas.
Secam por seus maridos, orgulho e raça de e) também lucrou com as conquistas, pelo
Atenas. monopólio dos cargos públicos; acumulou
Sobre a democracia ateniense, podemos dizer fortunas com os subornos dos particulares,
que: aos quais concedia permissão para explo-
a) admitia o sistema representativo, com voto rar terras públicas.
direto e secreto da maioria da população;
b) era indireta, com participação ampla de to- QUESTÃO 07 - O sistema educativo espartano
dos os habitantes; visava:
c) era direta, mas excluía a maioria da popu- a) à formação de soldados fortes e disciplinari-
lação formada de escravos estrangeiros, e dade para a defesa da Pátria;
não reconhecia direito político à mulheres; b) à formação de bons cidadãos, acentuando
d) admitia a participação das mulheres, ex- a importância do amor à Pátria, às ciências,
cluindo apenas os escravos e os estrangei- letras e artes;
ros. c) ao equilíbrio harmônico entre o físico e o es-
pírito de seus cidadãos;
QUESTÃO 05 - Segundo Marilena Chauí, “a Fi- d) à formação política democrática e de seus
losofia surge quando alguns gregos, admirados e cidadãos.
espantados com a realidade, insatisfeitos com as
explicações que a tradição lhes dera, começaram QUESTÃO 08 - Comparando-se as civilizações
a fazer perguntas e buscar respostas para elas”. da Antiguidade Ocidental (Grécia e Roma), com
as da Antiguidade Oriental (Egito e Mesopotâmia),
(Convite à Filosofia. 4ª ed., São Paulo: Atica, 7995, p. 23)
constata-se que ambas conheceram as mesmas
É legado da Filosofia grega para o Ocidente eu- instituições básicas, muitas das quais, aliás, o
ropeu: Ocidente tomou do Oriente. Contudo, houve um
a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, à setor original e específico da civilização greco-
felicidade e à justiça, indicando que a hu- -romana. Trata-se do:
manidade não age caoticamente. a) econômico, com novas formas de indústria
b) A preocupação com a continuidade entre a e comércio que permitiram o surgimento de
vida e a morte, através da prática de embal- centros urbanos.
samento e outros cuidados funerários. b) social, com novas formas de trabalho com-
c) A criação da dialética, fundamentada na pulsório e hierarquias sociais baseadas no
luta de classes, como forma de explicação nascimento e na riqueza.
sociológica da realidade humana. c) religioso, com o aparecimento de divindades
d) O nascimento das ciências humanas, im- com representação antropomórfica e pode-
plicando em conhecimentos autônomos e res ilimitados.
compartimentados. d) cultural, com o desenvolvimento das artes
e) A produção de uma concepção de história plásticas e de expressões artísticas deriva-
linear, que tratava dos fins últimos do ho- das do uso da escrita.
mem e da realização de um projeto divino. e) político, com a criação de práticas partici-
QUESTÃO 06 - Em relação à sociedade esparta- pativas no poder e instituições republicanas

80
HISTÓRIA GERAL

de governo.

QUESTÃO 09 - ”Democracia e imperialismo fo-


ram duas faces da mesma moeda na Atenas do
século V a.C.”. Tal afirmativa é:
a) correta, já que a prosperidade proporciona-
da pelos recursos provenientes das regiões
submetidas liberava, aos cidadãos atenien-
ses, o tempo necessário a uma maior parti-
cipação na vida política.
b) falsa, pois aquelas práticas políticas eram
consideradas contraditórias, tanto que fora
em nome da democracia que Atenas enfren-
tara o poderoso Império Persa nas Guerras
Peloponésicas.
c) correta, pois foi o desejo de manter a Grécia
unificada e de estender a democracia a to-
das suas cidades que levou os atenienses a
se oporem ao imperialismo espartano.
d) falsa, já que o orgulho por seu sistema po-
lítico sempre fez com que Atenas ficasse
fechada sobre si mesma, desprezando os
contatos com outras cidades-Estado.
e) correta, se aplicada exclusivamente ao perí-
odo das Guerras Médicas contra Esparta e
sua liga aristocrática.

QUESTÃO 10 - A decadência da Grécia, que teve


início a partir do século IV a.C., é explicada, entre
outros fatores, pela:
a) ausência de unidade política e pelas lutas
entre as cidades-estados.
b) invasão dos cretenses na cidade de Tróia e
pela destruição da civilização micênica.
c) evolução da pólis que colaborou para o de-
senvolvimento do ideal da democracia na
região do Peloponeso.
d) organização social das cidades-estados de
Atenas e Esparta, estruturada no trabalho
escravo dos indivíduos oriundos da Messê-
nia.
e) postura isolacionista desenvolvida pelas ci-
dades-estados sem condições de participar
do comércio marítimo e logicamente, sem
oportunidades de desenvolvimento econô-
mico.

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

81
CIÊNCIAS DA NATUREZA

82
ELETRODINÂMICA

CORRENTE ELÉTRICA: quantidade de corrente elétrica em um circuito, ou


- Denominamos corrente elétrica esse mo- seja, oferece resistência à passagem de elétrons.
vimento ordenado de cargas elétricas pelo condu- Basicamente os resistores são represen-
tor. tados da seguinte maneira:
- O sentido convencional da corrente coin-
cide com o sentido de movimentação das cargas
elétricas positivas, que é contrário ao movimento
dos elétrons.

INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA:


A intensidade da corrente é dada pela
quantidade de carga elétrica por unidade de tem-
po. Então temos:
Representação de resistores

Podemos então definir a resistência elétri-


ca da seguinte maneira:
UNIDADES NO SISTEMA INTERNACIONAL DE U
UNIDADES (SI): ___
R=
Q = carga elétrica > Coulomb (C) i
Δt = intervalo de tempo > segundo (s) Onde:
i = intensidade de corrente elétrica > Coulomb R – é a resistência elétrica medida em ohm (Ω)
por segundo (C/s) = Ampere (A). U – é a tensão medida em volt (V)
i – é a corrente elétrica medida em ampère (A)
POTêNCIA ELÉTRICA:
1ª lei de Ohm:
En
___
- Pot = → Pot = i .U
Δt

UNIDADES NO SISTEMA INTERNACIONAL DE


UNIDADES (SI):
Pot = potência elétrica > Watt (W) = Joule por
segundo (J/s)
En = energia elétrica > Joule (J)
Δt = intervalo de tempo > segundo (s)
i = intensidade de corrente elétrica > Ampere
(A)
U = D.D.P. > Volt (V)

RESISTORES:
- É um elemento de circuito que tem duas
funções básicas: ora transforma energia elétri-
ca em energia térmica (efeito joule), ora limita a

83
ELETRODINÂMICA

POTENCIA DISSIPADA POR UM RESISTOR:

2ª lei de Ohm:

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
QUESTÃO 01 - Gastão, estudante de Econo-
mia, comenta com Jacy que pretende substituir
o seu fogão a gás por um forno microondas. Ele
Associação de resistores: argumenta que apesar de o funcionamento do mi-
Em série: croondas ser muito mais caro do que o fogão a
Associação em série é aquela em que os gás, a relação custo benefício é compensadora.
resistores são associados um em seguida ao ou- Atento como sempre, Jacy sabe que, ferver um li-
tro, de tal forma a serem percorridos pela mesma tro de água em um fogão a gás custa, atualmente,
corrente elétrica R$ 0,027. Com os dados indicados ele calcula
que o custo para o microondas efetuar a mesma
tarefa é, aproximadamente:

a) R$ 0,032 b) R$ 0,036
c) R$ 0,043 d) R$ 0,054
e) R$ 0,064
EM PARALELO:
Associação em paralelo é aquela em que QUESTÃO 02 - A distribuição média, por tipo de
os resistores são associados de tal forma a serem equipamento, do consumo de energia elétrica nas
submetidos a uma mesma tensão elétrica. Equa- residências no Brasil é apresentada no gráfico.
cionando o circuito, temos:

84
ELETRODINÂMICA

QUESTÃO 05 - Um eletricista tem uma tarefa para


resolver: precisa instalar três lâmpadas, cujas es-
pecificações são 60W e 110V, em uma residência
onde a tensão é 220V. A figura a seguir represen-
ta os três esquemas considerados por ele.

Em associação com os dados do gráfico, conside-


re as variáveis:
I. potência do equipamento
II. horas de funcionamento Analisando os elementos da figura, é correto con-
III. número de equipamentos cluir que, no esquema:
O valor das frações percentuais do consumo de a) 1, todas as lâmpadas queimarão.
energia depende de: b) 2, duas lâmpadas queimarão, e a outra terá
a) I, apenas b) II, apenas seu brilho diminuído.
c) I e II, apenas d) II e III, apenas c) 3, todas as lâmpadas terão seu brilho dimi-
e) I, II e III nuído.
d) 1, só uma das lâmpadas queimará, e as ou-
QUESTÃO 03 - Como medida de economia, em tras não acenderão.
uma residência com 4 moradores, o consumo e) 2, duas lâmpadas exibirão brilho normal.
mensal médio de energia elétrica foi reduzido
para 300 kWh. Se essa residência obedece à dis- QUESTÃO 06 - É possível, com 1 litro de gasolina,
tribuição dada no gráfico, e se nela há um úni- usando todo o calor produzido por sua combustão
co chuveiro de 5 000 W, pode-se concluir que o direta, aquecer 200 litros de água de 20°C a
banho diário da cada morador passou a ter uma 55°C. Pode-se efetuar esse mesmo aquecimento
duração média, em minutos, de: por um gerador de eletricidade, que consome 1
a) 2,5 b) 5,0 litro de gasolina por hora e fornece 110V a um
c) 7,5 d) 10,0 resistor de 11Ω, imerso na água, durante um
e) 12,0 certo intervalo de tempo. Todo o calor liberado
pelo resistor é transferido à água. Considerando
QUESTÃO 04 - Um grupo de alunos, ao observar que o calor específico da água é igual a 4,19 J
uma tempestade, imaginou qual seria o valor, em g-1 °C-1, aproximadamente qual a quantidade de
reais, da energia elétrica contida nos raios. gasolina consumida para o aquecimento de água
obtido pelo gerador, quando comparado ao obtido
a partir da combustão?
a) A quantidade de gasolina consumida é igual
para os dois casos.
b) A quantidade de gasolina consumida pelo
gerador é duas vezes maior que a consumi-
Para a definição desse valor, foram considerados da na combustão.
os seguintes dados: c) A quantidade de gasolina consumida pelo
- potencial elétrico médio do relâmpago = 2,5 gerador é duas vezes menor que a consu-
× 107V; mida na combustão.
d) A quantidade de gasolina consumida pelo
- intensidade da corrente elétrica estabelecida
gerador é sete vezes maior que a consumi-
= 2,0 × 105 A; da na combustão.
- custo de 1 kWh = R$ 0,38. e) A quantidade de gasolina consumida pelo
- 1kWh=3,6.106J gerador é sete vezes menor que a consumi-
Admitindo que o relâmpago tem duração de um da na combustão.
milésimo de segundo, o valor aproximado em re-
ais, calculado pelo grupo para a energia nele con- QUESTÃO 07 - Considere o esquema represen-
tida, equivale a: tando uma célula animal, onde (1) é o líquido in-
a) 280 b) 420 terno, (2) é a membrana da célula e (3) o meio
c) 530 d) 810 exterior à célula. Considere, ainda, o eixo X de
e) 1.010 abcissa x, ao longo do qual pode ser observada a

85
ELETRODINÂMICA

intensidade do potencial elétrico. Um valor admi- ter 2,5m de comprimento e 25cm de diâmetro. Na
tido para o potencial elétrico V, ao longo do eixo cauda, que ocupa cerca de quatro quintos do seu
X, está representado no gráfico a seguir, fora de comprimento, está situada a sua fonte de tensão
escala, porque a espessura da membrana é muito - as eletroplacas.
menor que as demais dimensões.

Dependendo do tamanho e da vitalidade do ani-


mal, essas eletroplacas podem gerar uma tensão
de 600V e uma corrente de 2,0A, em pulsos que
duram cerca de 3,0 milésimos de segundo, des-
carga suficiente para atordoar uma pessoa ou
matar pequenos animais.
(Adaptado de Alberto Gaspar. “Física”. v.3. São Paulo: Áti-
ca, 2000, p. 135)

De acordo com as indicações do gráfico e admi- A energia elétrica que a enguia gera, em cada pul-
tindo 1,0.10-8m para a espessura da membrana, o so, em joules, vale:
módulo do campo elétrico no interior da membra- a) 1,0.10-3 b) 4,0.10-1
c) 9,0 d) 3,6
na, em N/C, é igual a:
e) 1,0.103
a) 7,0 . 10-10 b) 1,4 . 10-7
c) 7,0 . 10-6 d) 7,0 . 106
e) 1,4 . 1011 QUESTÃO 10 - A energia solar é uma das fontes
QUESTÃO 08 - Uma das mais promissoras no- alternativas de energia utilizadas pelo homem. A
vidades tecnológicas atuais em iluminação é um intensidade média anual da radiação solar na ci-
diodo emissor de luz (LED) de alto brilho, comer- dade de Campo Grande-MS é igual a 700W/m2
cialmente conhecido como ‘luxeon’. Apesar de ter considerando 6 horas de irradiação por dia.
uma área de emissão de luz de 1 mm2 e consu-
mir uma potência de apenas 1,0W, aproximada-
mente, um desses diodos produz uma iluminação
equivalente à de uma lâmpada incandescente co-
mum de 25 W. Para que esse LED opere dentro
de suas especificações, o circuito da figura é um
dos sugeridos pelo fabricante: a bateria tem fem E
= 6,0 V (resistência interna desprezível) e a inten-
sidade da corrente elétrica deve ser de 330 mA.

Um equipamento de captação de energia solar,


para aquecer a água destinada ao consumo do-
méstico, possui rendimento igual a 60%, isto é,
Nessas condições, pode-se concluir que a 60% da potência da radiação solar disponível é
resistência do resistor R deve ser, em ohms, transformada em potência útil pelo equipamento.
aproximadamente de: Considere uma residência que possui um desses
a) 2,0. b) 4,5. equipamentos instalado, cuja área de captação
c) 9,0. d) 12. de irradiação solar é de 4m2 e que toda a potência
e) 20. útil é consumida. Se o custo da energia elétrica
no local é de R$ 0,60 por kWh, a economia média
QUESTÃO - 09 A enguia elétrica ou poraquê, pei-
anual (365 dias) em reais, nessa residência, será:
xe de água doce da região amazônica chega a

86
ELETRODINÂMICA

a) maior que R$ 2.124,00. elétrica sem que ocorram perdas de energia na


b) igual a R$ 551,88. forma de calor.
c) igual a R$ 367,92. O QUE FAZ UM CONDUTOR SER SUPER?
d) menor que R$ 367,92.
A história dos semicondutores já é quase cen-
e) igual R$ 1.980,00.
tenária e começa em 1911 com o físico Heike
Kamerling Onnes, que observou o fenômeno no
QUESTÃO 11 - Para iluminar sua barraca, um mercúrio resfriado a 4,2K. Em 1995, compostos
grupo de campistas liga uma lâmpada a uma ba- de cobre dopados com tálio exibiram o fenômeno
teria de automóvel. da supercondutividade a temperaturas de 138K a
pressões ambientes e até a temperaturas de 164K
em altas pressões. Em um condutor comum, os
elétrons da corrente elétrica são continuamente
espalhados pelos íons metálicos do fio, perdendo
energia, que aquece o fio, fenômeno conhecido
como efeito joule. Em um supercondutor, esses
elétrons combinam-se e formam os chamados
A lâmpada consome uma potência de 6 W quan-
pares de Cooper, unidos por uma interação atrati-
do opera sob uma tensão de 12 V. A bateria traz va, e movem-se sem haver espalhamento.
as seguintes especificações: 12 V, 45 Ah, sendo
(Texto adaptado de Scientific American Brasil, ano 8
o último valor a carga máxima que a bateria é ca- numero 88, págs. 48-55.)
paz de armazenar. Supondo-se que a bateria seja
Considere uma linha de transmissão de energia
ideal e que esteja com a metade da carga máxi- elétrica em um fio condutor com diâmetro de 2
ma, e admitindo-se que a corrente fornecida por cm e comprimento de 2000 m percorrido por uma
ela se mantenha constante até a carga se esgotar corrente de 1000 A. Se essa transmissão fosse
por completo, quantas horas a lâmpada poderá feita através de um supercondutor, a cada hora,
permanecer funcionando continuamente? seria evitada a perda de uma energia de, aproxi-
a) 90 h. b) 45 h. madamente, igual a:
c) 60 h. d) 22 h 30 min. Dado: ρ =1,57 x 10-8 Ω .m
a) 3,6 x 10 J b) 1,4 x 10 J
8 9
e) 11 h 15 min. 10
c) 7,2 x 10 J d) 8,5 x 10 J
8

e) 5,4 x 109J
QUESTÃO 12 - Considere a seguinte situação hi-
potética: ao preparar o palco para a apresentação
QUESTÃO 14 - Originalmente, quando comprou
de uma peça de teatro, o iluminador deveria colo-
seu carrinho de churros, a luz noturna era reforça-
car três atores sob luzes que tinham igual brilho e da por um lampião a gás. Quando seu vizinho de
os demais, sob luzes de menor brilho. O ilumina- ponto, o dono da banca de jornais, lhe ofereceu a
dor determinou, então, aos técnicos, que instalas- possibilidade de utilizar uma tomada de 220V, tra-
sem no palco oito lâmpadas incandescentes com tou logo de providenciar um modo de deixar ace-
a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em sas duas lâmpadas em seu carrinho. Entretanto,
um circuito com uma bateria, conforme mostra a como não era perito em assuntos de eletricidade,
figura. construiu um circuito para duas lâmpadas, conhe-
cido como circuito em série. Sobre esse circuito,
analise:
I. A vantagem desse tipo de circuito elétrico
é que se uma das lâmpadas se queima, a
outra permanece acesa.
II. Utilizando duas lâmpadas idênticas, de
Nessa situação, quais são as três lâmpadas que valores nominais 220V/100W, deve-se
acendem com o mesmo brilho por apresentarem obter, em termos de iluminação, o previsto
igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais pelo fabricante das lâmpadas.
devem se posicionar os três atores? III. Utilizando-se duas lâmpadas idênticas de
a) L1, L2 e L3. b) L2, L3 e L4. 110 V, elas se queimarão, uma vez que a
c) L2, L5 e L7. d) L4, L5 e L6. diferença de potencial para a qual elas foram
e) L4, L7 e L8. fabricadas será superada pela diferença de
potencial oferecida pelo circuito.
QUESTÃO 13 - SUPERCONDUTIVIDADE - O IV. Ao serem ligadas duas lâmpadas idênticas,
sejam elas de 110V ou de 220V, devido às
termo supercondutividade se refere à capacidade características do circuito em série, a diferença
que alguns materiais têm de conduzir a corrente

87
ELETRODINÂMICA

de potencial sobre cada lâmpada será de 110V. Em relação a isso, são mostrados três possíveis
É correto o contido apenas em: circuitos elétricos, onde A e B correspondem aos
a) I. b) IV. pontos situados mais alto e mais baixo da escada
c) I e III. d) II e III. e L é a lâmpada que queremos ligar ou desligar.
e) II e IV.

QUESTÃO 15 - Observe a tabela seguinte. Ela


traz especificações técnicas constantes no ma-
nual de instruções fornecido pelo fabricante de O(s) esquema(s) que permite(m) ligar ou desligar
uma torneira elétrica. a lâmpada, de forma independente, está(ão) re-
Especificações Técnicas presentado(s) corretamente somente em:
Modelo Torneira a) I. b) II.
Tensão Nominal (volts) 127 220
c) III. d) II e III.
e) I e III.
Potência (Frio) Desligado
Nominal (Morno) 2800 3200 2800 3200
(Watts) (Quente) 4500 5500 4500 5500 QUESTÃO 17 - Os motores elétricos são dispo-
Corrente Nominal
sitivos com diversas aplicações, dentre elas, des-
35,4 43,3 20,4 25,0 tacam-se aquelas que proporcionam conforto e
(Ampères)
praticidade para as pessoas. É inegável a prefe-
Fiação Mínima (Até 30m) 6mm2 10mm2 4mm2 4mm2
rência pelo uso de elevadores quando o objetivo
Fiação Mínima é o transporte de pessoas pelos andares de pré-
10mm2 16mm2 6mm2 6mm2
(Acima de 30m) dios elevados. Nesse caso, um dimensionamento
Disjuntor (Ampère) 40 50 25 30 preciso da potência dos motores utilizados nos
Disponível em: http://www.cardeal.com.br.manualprod/
elevadores é muito importante e deve levar em
Manuais/Torneira%20
consideração fatores como economia de energia
Suprema/”Manual…Torneira…Suprema…roo.pdf
e segurança. Considere que um elevador de 800
kg, quando lotado com oito pessoas ou 600 kg,
Considerando que o modelo de maior potência da precisa ser projetado. Para tanto, alguns parâme-
versão 220V da torneira suprema foi inadvertida- tros deverão ser dimensionados. O motor será li-
mente conectada a uma rede com tensão nominal gado à rede elétrica que fornece 220 volts de ten-
de 127V, e que o aparelho está configurado para são. O elevador deve subir 10 andares, em torno
trabalhar em sua máxima potência. Qual o valor de 30 metros, a uma velocidade constante de 4
aproximado da potência ao ligar a torneira? metros por segundo. Para fazer uma estimativa
a) 1.830 W b) 2.800 W simples de potência necessária e da corrente que
c) 3.200 W d) 4.030 W deve ser fornecida ao motor do elevador para ele
e) 5.500 W operar com lotação máxima, considere que a ten-
são seja contínua, que a aceleração da gravidade
vale 10 m/s e que o atrito pode ser desprezado.
2
QUESTÃO 16 - Uma situação prática bastante
comum nas residências é o chamado “interruptor Nesse caso, para um elevador lotado, a potência
média de saída do motor do elevador e a corrente
paralelo”, no qual é possível ligar ou desligar uma elétrica máxima que passa no motor serão res-
determinada lâmpada, de forma independente, pectivamente de:
estando no ponto mais alto ou mais baixo de uma
a) 24 kW e 109 A. b) 32 kW e 145 A.
escada, como mostra a figura.
c) 56 kW e 255 A. d) 180 kW e 818 A.
e) 240 kW e 1090 A.

QUESTÃO 18 - O chuveiro elétrico é um dis-


positivo capaz de transformar energia elétrica
em energia térmica, o que possibilita a ele-
vação da temperatura da água. Um chuveiro
projetado para funcionar em 110V pode ser
adaptado para funcionar em 220V, de modo
a manter inalterada sua potência. Uma das
maneiras de fazer essa adaptação é trocar a
resistência do chuveiro por outra, de mesmo

88
ELETRODINÂMICA

material e com o(a):


a) Dobro do comprimento do fio.
b) Metade do comprimento do fio.
c) Metade da área de seção reta do fio.
d) Quádruplo da área da seção reta do fio.
e) Quarta parte da área da seção reta do fio.

QUESTÃO 19 - Uma jovem mudou-se da cidade


do Rio de Janeiro para a capital de Pernambuco.
Ela levou consigo um ferro elétrico, cuja potên-
cia nominal é de 4400 W, que funcionava perfei-
tamente quando ligado à rede elétrica do Rio de
Janeiro. Durante a mudança, a resistência elétri-
ca do ferro foi danificada e para continuar sendo
usada teve que ser reduzida à quarta parte. Para
que o ferro elétrico continue a dissipar, por efeito
Joule, a mesma potência que era obtida no Rio
de Janeiro, a corrente elétrica que percorre o ferro
será:
a) diminuída em 50%
b) mantida inalterada
c) duplicada
d) triplicada
e) quadruplicada.

QUESTÃO 20 - Certo estudante dispõe de um


voltímetro e de um amperímetro, ambos ideais, de
um gerador elétrico (pilha), de resistência interna
4,5Ω, e de uma lâmpada incandescente com as
seguintes inscrições nominais: 1,0W — 9,0V. Para
que esses dispositivos sejam associados correta-
mente, proporcionando à lâmpada o maior brilho
possível, sem “queimá-la”, o esquema que deverá
ser utilizado é o ilustrado na _________ e a força
eletromotriz do gerador deverá ser ______.

As lacunas, do texto anterior, são corretamente


preenchidas com as afirmações
a) FIGURA 1; 9,5V b) FIGURA 2; 9,5V
c) FIGURA 3; 9,5V d) FIGURA 2; 9,0V
e) FIGURA 3; 9,0V

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A E C C E D D C D A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B B A B A C C E C B

89
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

ASSUNTO: SUBSTÂNCIAS PURAS, MISTU- eutético), que se funde/solidifica em temperatura


RAS , PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE MIS- constante (como no caso da liga metálica que
TURAS E TRATAMENTO DA ÁGUA. contém, em massa, 62% de estanho e 38% de
chumbo, que se funde à temperatura constante
1 – COMO A MATÉRIA SE COMPORTA: de 183°C); no segundo caso, temos uma mistu-
ra azeótropica (ou, simplesmente, umazeótropo),
que ferve/se condensa em temperatura constante
(como ocorre com a mistura contendo, em volu-
me, 96% de álcool comum e 4% de água, que
ferve à temperatura constante de 78,1°C).

3 – SEPARAÇÃO DE MISTURAS
Separação dos componentes de misturas he-
terogêneas
I. Sólido-Sólido
Catação: Os componentes são separados usan-
2 – SUBSTÂNCIA PURA X MISTURA: do a mão ou uma pinça. Ex: arroz + feijão
- Substância pura: composição e proprieda- Tamisação: Nesse processo os componentes
des bem definidas. são separados pelo tamanho. Ex: Peneiração de
O gráfico abaixo mostra que durante os proces- grãos de areia, banco de moedas
sos de fusão e ebulição as temperaturas são Levigação: Permite separar sólidos de diferentes
mantidas constantes. densidades, geralmente por meio de uma corren-
te de água. Ex: areia+ouro nos garimpos, ao la-
varmos o arroz cru.
Flotação: A flotação é uma técnica de separação
de misturas que consiste na introdução de bolhas
de ar a uma suspensão de partículas. Com isso,
verifica-se que as partículas aderem às bolhas,
formando uma espuma que pode ser removida da
solução e separando seus componentes de ma-
neira efetiva. Ex: separar minérios das impurezas.
Separação magnética: A separação é feita apro-
ximando um ímã da mistura. Os componentes que
possuem propriedade magnética ficam presos ao
ímã e são separados dos demais. Ex: recolher al-
- MISTURA: COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES finetes que caíram no carpete, separar latas de
NÃO BEM DEFINIDAS ferro com as de alumínio.
O gráfico abaixo mostra que durante os proces- Dissolução fracionada: Pode ser usada quando
sos de fusão e ebulição as temperaturas sofrem um dos componentes sólidos da mistura é dissol-
variações. vido em um líquido. Ex: areia + sal. A separação
dos componentes (água+sal+areia) é feita utili-
zando outros processos: com a filtração, separa-
-se a areia (fase sólida); com a evaporação da
água, obtém o sal.

II. Sólido-líquido
Decantação ou sedimentação: consiste em dei-
xar o sistema em repouso. Uma fase decanta, isto
é sedimenta. Ex: água barrenta
Obs: Existem misturas especiais que acabam se Centrifugação: consiste em aumentar a veloci-
comportando como se fossem susbtâncias puras, dade da decantação com um aparelho chamado
diantedos fenômenos de fusão/solidificação ou centrífuga ou centrifugador. Ex: separação dos
de ebulição/condensação. No primeiro caso, te- glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo ou nata
mos uma mistura eutética (ou, simplesmente, um do leite.

90
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

Filtração: por esse processo separam-se subs- suspensão fina, em estado coloidal ou em solu-
tâncias presentes em misturas heterogêneas en- ção, e por ter dimensões muito reduzidas (como
volvendo sólidos e líquidos. Ex: areia + água. a argila, por exemplo), não se depositam, dificul-
tando a remoção.
III. Líquido-líquido 2 – Coagulação: visa aglomerar essas partículas,
Decantação: nesses processos separam-se lí- aumentando o seu volume e peso, permitindo que
quidos com densidades diferentes. a gravidade possa agir. Isso é feito, geralmente,
através da adição de cal hidratada (hidróxido de
IV. Gás-sólido cálcio) e sulfato de alumínio, sendo agitada rapi-
Filtração: também é aplicada para separar mis- damente. Esses materiais fazem as partículas de
turas formadas por sólidos e gases. As partículas sujeira se juntarem.
sólidas ficam retidas no filtro. 3 – Floculação: a água é agitada lentamente,
para favorecer a união das partículas de sujeira,
Separação dos componentes de misturas ho- formando os flocos. Em solução alcalina, o sulfato
mogêneas de alumínio reage com íons hidroxila, resultando
I. Sólido-Líquido em polieletrólitos de alumínio e hidroxila (poli-
Evaporação: nesse processo a mistura é deixa- cátions) com até 13 átomos de alumínio. Esses
da em repouso ou é aquecida até que o compo- polieletrólitos de alumínio atuam pela interação
nente mais volátil (o líquido) sofra a evaporação. eletrostática com partículas de argila carregadas
Ex: extração do sal de cozinha. negativamente e pelas ligações de hidrogênio
devido ao número de grupos OH, formando uma
Destilação simples: método que permite separar rede com microestrutura porosa (flóculos).
sólidos dissolvidos em líquidos. Ex: sal dissolvido 4- Decantação: a água não é mais agitada e os
em água. flocos vão se depositando no fundo, separando-
-se da água. O lodo do fundo é conduzido para
tanques de depuração. O ideal é que ele seja
transformado em adubo, em um biodigestor. A
água mais limpa vai para o filtro de areia.
5- Filtração: A água já decantada passa por um
filtro de cascalho/areia/antracito (carvão mineral),
onde vai se livrando dos flocos que não foram de-
cantados na fase anterior e de alguns microrga-
nismos.
6- Cloração: A água filtrada está limpa, mas ain-
da pode conter microrganismos causadores de
doenças. Por isso, ela recebe um produto que
contém cloro, que mata os microrganismos. Na
água, o cloro age de duas formas principais: a)
como desinfetante, destruindo ou inativando os
microorganismos patogênicos, algas e bactérias
de vida livre; e b) como oxidante de compostos
II. Líquido-líquido orgânicos e inorgânicos presentes.
Destilação fracionada: separam-se líquidos mis- Quando o cloro é adicionado a uma água isenta
cíveis cujas temperaturas de ebulição (TE) não de impurezas, ocorre a seguinte reação:
sejam muito próximas. Ex: água + álcool, destila-
ção do petróleo
Dependendo do pH da água, o ácido hipocloro-
ETAPAS DO TRATAMENTO DA ÁGUA
so (HC1O) se ioniza, formando o íon hipoclorito
Vejamos as etapas que acontecem no processo
(ClO–), segundo a reação a seguir:
de tratamento da água:
1 – Captação: a água passa por um sistema de
grades que impede a entrada de elementos ma-
croscópicos grosseiros (animais mortos, folhas, Ambos os compostos possuem ação desinfetante
etc.) no sistema. Parte das partículas está em e oxidante; porém, o ácido hipocloroso é mais efi-

91
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

ciente do que o íon hipoclorito na destruição dos 2 - Na Química, para se caracterizar um deter-
microrganismos em geral. minado material são utilizadas, dentre outras,
6- Fluoretação: Nas grandes cidades brasileiras quatro constantes físicas: ponto de fusão, ponto
a água tratada ainda recebe o flúor, que ajuda a de ebulição, densidade e solubilidade que consti-
prevenir a cárie dentária. tuem um “quarteto fantástico”.
7, 8 – Reservação: A água tratada é armazenada Em um laboratório, foram obtidos os dados da
em grandes reservatórios, antes da distribuição. tabela abaixo, relativos a propriedades específi-
Esses reservatórios sempre são instalados nos cas de amostras de alguns materiais.
locais mais altos das cidades. Tempe-
Tempe-
9 – Distribuição: A água tratada é distribuída Massa (g) Volume ratura de
Materiais ratura de
a 20ºC cm³ Fusão (°C)
Ebulição
para as residências, comércio e indústria a partir (°C)
dos reservatórios de água potável. A 115 100 80 218
B 174 100 650 1120
C 74 100 – 40 115
D 100 100 0 100
Considerando os dados da tabela e as proprieda-
des da matéria, temos que:
a) à temperatura de 25ºC, os materiais A e C
estão no estado líquido.
b) massa e volume são propriedades específi-
cas de cada material.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM c) se o material B for insolúvel em D, ao reali-
QUESTÃO 01 - A adição de cloreto de sódio à zar a mistura o material deverá afundar.
água reduz o seu ponto de congelamento devi- d) se o material A for insolúvel em D, ao reali-
do ao efeito crioscópico. A presença de 23,3% zar a mistura o material D ele deverá flutuar.
de NaC ( s ) na água pode reduzir o seu ponto de e) à temperatura de 20ºC a densidade do ma-
congelamento a -21,1ºC, formando entre ambos terial C é igual a 7,4 g/dm3.
uma mistura eutética. Se cloreto de sódio sólido
for adicionado ao gelo acima dessa temperatura, QUESTÃO 03 - Para impedir a contaminação mi-
parte desse gelo se fundirá e ocorrerá a dissolu- crobiana do suprimento de água, deve-se eliminar
ção do sal adicionado. Se mais sal for adiciona- as emissões de efluentes e, quando necessário,
do, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática tratá-lo com desinfetante. O ácido hipocloroso
(HCO), produzido pela reação entre cloro e água,
comum, utilizada para remover o gelo das ruas
das cidades em que neva no inverno. O gráfico é um dos compostos mais empregados como de-
de aquecimento que melhor caracteriza a mistura sinfetante. Contudo, ele não atua somente como
citada é o representado por: oxidante, mas também como um ativo agente de
Dados: S=Sólido; L=Líquido, G=Gasoso. cloração. A presença de matéria orgânica dissol-
vida no suprimento de água clorada pode levar à
formação de clorofórmio (CHC 3 ) e outras espé-
cies orgânicas cloradas tóxicas.
a) b) SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. São
Paulo: Pearson. 2009 (adaptado).

Visando eliminar da água o clorofórmio e outras


moléculas orgânicas, o tratamento adequado é a:
a) filtração, com o uso de filtros de carvão ativo.
c) d) b) fluoretacão, pela adição de fluoreto de sódio.
c) coagulação, pela adição de sulfato de alu-
mínio.
d) correção do pH, pela adição de carbonato
de sódio.
e) e) floculação, em tanques de concreto com a
água em movimento.

92
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

QUESTÃO 04 - Belém é cercada por 39 ilhas, e O método de separação comumente usado para
suas populações convivem com ameaças de do- retirar o sulfato de alumínio com as impurezas
enças. O motivo, apontado por especialistas, é aderidas é a:
a poluição da água do rio, principal fonte de so- a) flotação. b) levigação.
brevivência dos ribeirinhos. A diarreia é frequente c) ventilação. d) peneiração.
nas crianças e ocorre como consequência da falta e) centrifugação
de saneamento básico, já que a população não
tem acesso à água de boa qualidade. Como não QUESTÃO 07 - Dentre os constituintes do petró-
há água potável, a alternativa é consumir a do rio. leo, há aqueles conhecidos, que são usados como
O Liberal. 8 jul. 2008. Disponível em: http://www.oliberal. combustíveis, como gasolina, querosene e diesel,
com.br. mas há muitos outros que são empregados como
matéria-prima para produção industrial de diver-
O procedimento adequado para tratar a água dos sos materiais, para as mais variadas aplicações.
rios, a fim de atenuar os problemas de saúde cau- Após sua extração, o petróleo é transportado para
sados por microrganismos a essas populações ri- refinarias, onde passa por diversos processos. No
beirinhas é a: processamento do petróleo:
a) filtração. b) cloração. a) boa parte vem de regiões de águas profun-
c) coagulação. d) fluoretação. das, mas isso não eleva o custo da explo-
e) decantação. ração.
b) a primeira etapa consiste numa destilação
QUESTÃO 05 - Em visita a uma usina sucroalco- simples, para separar o composto de me-
oleira, um grupo de alunos pôde observar a série nor ponto de ebulição, a gasolina.
de processos de beneficiamento da cana-de-açú- c) uma etapa envolve a destilação fracionada
car, entre os quais se destacam: do petróleo, na qual vários compostos são
1. A cana chega cortada da lavoura por meio de separados por ordem de ponto de ebulição.
caminhões e é despejada em mesas alimenta- d) numa etapa chamada de craqueamento,
doras que a conduzem para as moendas. Antes frações sólidas de petróleo são trituradas
de ser esmagada para a retirada do caldo açu- para serem utilizadas como fertilizante.
carado, toda a cana é transportada por esteiras e) não há riscos de contaminação, já que o
e passada por um eletroímã para a retirada de petróleo, por ser polar, é facilmente removi-
materiais metálicos. do pela água.
2. Após se esmagar a cana, o bagaço segue
para as caldeiras, que geram vapor e energia QUESTÃO 08 - Atualmente, é comum encontrar,
para toda a usina. nas prateleiras de supermercados, alimentos de-
3. O caldo primário, resultante do esmagamen- sidratados, isto é, isentos de água em sua compo-
to, é passado por filtros e sofre tratamento para sição. O processo utilizado na desidratação dos
transformar-se em açúcar refinado e etanol. alimentos é a liofilização. A liofilização consiste em
Com base nos destaques da observação dos congelar o alimento a uma temperatura de -197°C
alunos, quais operações físicas de separação de e depois submeter o alimento congelado a pres-
materiais foram realizadas nas etapas de benefi- sões muito baixas. Na temperatura de -197°C, a
ciamento da cana-de-açúcar? água contida no alimento encontra-se no estado
a) Separação mecânica, extração, decanta- sólido e, com o abaixamento de pressão, passa
ção. diretamente para o estado de vapor, sendo então
b) Separação magnética, combustão, filtração. eliminada. No processo de liofilização:
c) Separação magnética, extração, filtração. a) a água passa por uma transformação quí-
d) Imantação, combustão, peneiração. mica, produzindo H2 e O2, que são gases.
e) Imantação, destilação, filtração. b) a água passa por um processo físico conhe-
cido como evaporação.
QUESTÃO 06 – Entre as substâncias usadas c) o alimento sofre decomposição, perdendo
para o tratamento de água está o sulfato de alu- água.
mínio que, em meio alcalino, forma partículas em d) a água sofre decomposição.
suspensão na água, às quais as impurezas pre- e) a água passa por uma transformação física
sentes no meio aderem. denominada sublimação.

93
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

QUESTÃO 09 - O garimpo do ouro é uma ativi- envolvem conceitos fundamentais da Química.


dade econômica comum em determinados pontos Supondo que a gasolina comercializada fosse
da Amazônia. Uma das formas de separar o ouro constituída apenas de octano (C8H18), para verifi-
dos outros materiais é por meio de bateias, uma car a presença de compostos adulterantes numa
espécie de bacia em que água corrente é passa- amostra homogênea de gasolina são feitas análi-
da para remover a areia, deixando o ouro, que é ses das propriedades como:
mais denso, no fundo. Outro método para separar a) avaliação do odor da amostra.
o ouro consiste em adicionar mercúrio à areia. O b) inspeção visual da cor da amostra.
ouro dissolve-se no mercúrio, mas a areia não. c) medições dos pontos de fusão e de ebuli-
A solução pode ser facilmente separada da areia ção.
e recolhida. Para separar o mercúrio do ouro, a d) avaliação do preço do produto.
solução é aquecida em um recipiente. O mercúrio e) Medição do grau de compressibilidade
volatiliza, e seu vapor é resfriado até voltar ao es-
tado líquido, sendo recolhido em um recipiente à QUESTÃO 02 - Durante uma investigação crimi-
parte; depois que todo o mercúrio foi removido, o nal, o perito solicitou o exame das roupas da víti-
ouro fica como resíduo. ma. Para isso, ordenou o seguinte procedimento:
Com base nessas informações, é correto afirmar queimar totalmente uma amostra do tecido, reco-
que: lher as cinzas em um frasco, tratá-las com água
a) a mistura ouro-areia é heterogênea e pode destilada, agitar e filtrar. O resíduo obtido no filtro,
ser separada por levigação. em estado de alta pureza, é o constituinte deseja-
b) a mistura ouro-mercúrio é heterogênea e do. O perito criminal estava procurando:
pode ser separada por destilação. a)perfume francês. b) maconha.
c) a adição de mercúrio à mistura ouro-areia c) cocaína. d) ouro em pó.
promove a dissolução fracionada da areia. e) sangue.
d) a mistura de mercúrio, ouro e areia apresen-
ta três fases: mercúrio líquido, ouro dissolvi-
do e areia sólida. QUESTÃO 03 - Na operação de extração de pe-
e) os componentes da mistura ouro-mercúrio tróleo em uma jazida petrolífera, a pressão dos
podem ser separados por centrifugação. gases faz com que o petróleo seja jorrado para
fora, porém, devido a sua extração acontecer no
QUESTÃO 10 - Há várias maneiras de se prepa- subsolo, o petróleo pode estar misturado com a
rar um biodiesel. Por exemplo, pode-se adicionar água do mar. O processo mecânico mais adequa-
hidróxido de sódio a metanol, agitando o sistema do, para realizar a separação entre o petróleo e a
até que se forme uma única fase. Esta solução água do mar, é a:
é, então, misturada ao óleo vegetal aquecido e a a) destilação. b) filtração.
mistura é agitada por 1 a 2 horas. Após um tem- c) separação magnética. d) evaporação.
po em repouso, formam-se duas fases líquidas: a e) decantação.
superior é o biodiesel e a inferior contém glicerina.
Para separar o biodiesel da glicerina, podem ser QUESTÃO 04 - O tratamento de águas prove-
usados o seguinte método e equipamento, res- nientes de mananciais para consumo humano
pectivamente: envolve diversos processos para deixar a água
a) filtração e funil de buchner. potável. As etapas são: pré-cloração, pré-alcalini-
b) decantação e funil de decantação. zação, coagulação, floculação, decantação, filtra-
c) destilação fracionada e condensador de re- ção, pós-alcalinização, desinfecção e fluoretação.
fluxo. Na etapa de coagulação é adicionado sulfato de
d) destilação simples e erlenmeyer. alumínio ou cloreto férrico para desestabilizar ele-
e) filtração e funil analítico. tricamente as partículas de sujeira para, em se-
guida, na etapa de floculação, permitir que estas
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES partículas tornadas instáveis se agreguem. Qual
QUESTÃO 01 – Não é difícil denúncias de postos das alternativas abaixo apresenta a explicação
que adulteram a gasolina com a adição de vários correta para o fenômeno de floculação?
solventes, inclusive água. Há diversas análises a) Formação de mistura homogênea entre o
que podem ser feitas para verificar a composição solvente e o coloide.
do combustível vendido nos postos, e algumas b) Precipitação de um coloide em meio aquo

94
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

so. O gás coletado no tubo de ensaio e o nome da


c) Processo de dissolução de um coloide em substância líquida recolhida no erlenmeyer são,
meio aquoso. respectivamente:
d) Formação de agregados de partículas não a) O2 e metanol. b) N2 e metanal.
dissolvidas no solvente. c) H2 e etanal. d) H2 e metano.
e) Processo de estabilização elétrica de um e) O2 e etano.
coloide em meio catiônico
QUESTÃO 09 - O principal processo industrial
QUESTÃO 05 - Água mineral engarrafada, pro- utilizado na produção de fenol é a oxidação do
panona (C3H6O) e gás oxigênio são classificados, cumeno (isopropilbenzeno). A equação mostra
respectivamente,como: que esse processo envolve a formação do hidro-
a) substância pura composta, substância pura peróxido de cumila, que em seguida é decompos-
simples e mistura homogênea. to em fenol e acetona, ambos usados na indústria
b) substância pura composta, mistura homo- química como precursores de moléculas mais
gênea e substância pura simples. complexas. Após o processo de síntese, esses
c) mistura heterogênea, substância pura sim- dois insumos devem ser separados para comer-
ples e substância pura simples. cialização individual.
d) mistura homogênea, substância pura com-
posta e substância pura composta.
e) mistura homogênea, substância pura com-
posta e substância pura simples.

QUESTÃO 06 - O ciclo da água na natureza,


relativo à formação de nuvens, seguida de pre-
Considerando as características físico-químicas
cipitação da água na forma de chuva, pode ser
dos dois insumos formados, o método utilizado
comparado, em termos das mudanças de estado
para a separação da mistura, em escala indus-
físico que ocorrem e do processo de purificação
trial, é a:
envolvido, à seguinte operação de laboratório:
a) filtração. b) ventilação.
a) sublimação b) filtração
c) decantação. d) evaporação.
c) decantação d) dissolução
e) destilação fracionada.
e) destilação
QUESTÃO 10 – Seguem alguns trechos de uma
QUESTÃO 07 - Na nova estação de águas de
matéria da revista Superinteressante, que descre-
Florianópolis, à beira do Rio Cubatão, serão pro-
ve hábitos de um morador de Barcelona (Espa-
duzidos cerca de 4.300 L/seg de água tratada.
nha), relacionando-os com o consumo de energia
Reações de dupla troca, que produzem substân-
e efeitos sobre o ambiente.
cias gelatinosas, auxiliam na retirada dos mate-
riais em suspensão. Este processo denomina-se: I. Apenas no banho matinal, por exemplo, um ci-
a) floculação. b) desinfecção. dadão utiliza cerca de 50 litros de água, que de-
c) filtração. d) decantação. pois terá que ser tratada. Além disso, a água é
e) aeração. aquecida consumindo 1,5 quilowatt-hora (cerca
de 1,3 milhões de calorias), e para gerar essa
QUESTÃO 08 - No experimento esquematizado energia foi preciso perturbar o ambiente de algu-
abaixo, os vapores de álcool etílico passam por ma maneira...
raspas de cobre a alta temperatura. Nessas con- II. Na hora de ir para o trabalho, o percurso médio
dições, ocorre a desidrogenação do álcool. dos moradores de Barcelona mostra que o car-
ro libera 90 gramas do venenoso monóxido de
carbono e 25 gramas de óxidos de nitrogênio...
Ao mesmo tempo, o carro consome combustível
equivalente a 8,9 kwh.
III. Na hora de recolher o lixo doméstico... quase
1kg por dia. Em cada quilo há aproximadamente
240 gramas de papel, papelão e embalagens; 80

95
SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

gramas de plástico; 55 gramas de metal, 40 gra-


mas de material biodegradável e 80 gramas de
vidro.
No trecho I, a matéria faz referência ao tratamen-
to necessário à água resultante de um banho. As
afirmações a seguir dizem respeito a tratamentos
e destinos dessa água. Entre elas, a mais plausí-
vel é a de que a água:
a) passa por peneiração, cloração, floculação,
filtração e pós-cloração, e é canalizada para
os rios.
b) passa por cloração e destilação, sendo de-
volvida aos consumidores em condições
adequadas para ser ingerida.
c) é fervida e clorada em reservatórios, onde
fica armazenada por algum tempo antes de
retornar aos consumidores.
d) passa por decantação, filtração, cloração e,
em alguns casos, por fluoretação, retoman-
do aos consumidores.
e) não pode ser tratada devido à presença do
sabão, por isso é canalizada e despejada
em rios.

GABARITO - EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B C A B C A C E A B

GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES


01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C D E D E E A C E D

96
BIOLOGIA

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES e) evitar o crescimento de pragas pelo uso de


QUESTÃO 01 - O hormônio insulina, que é produ- repelentes industrializados, que não as ma-
zido pelo pâncreas, tem sua função relacionada tam mas fazem-nas abandonar a área agrí-
com a entrada de açúcar nas células. Nas pes- cola.
soas diabéticas, o pâncreas, ou não produz, ou
produz muito pouca insulina e, então, essas pes- QUESTÃO 04 - Depois de ler o texto, os alunos
soas têm que administrar insulina via intravenosa. podem supor que, em Jurubatiba, os vegetais que
A administração oral de insulina pelos diabéticos sobrevivem nas áreas planas têm características
não resolve o problema porque: tais como:
a) sendo um lipídio, perde a sua ação durante a) quantidade considerável de folhas, para au-
a digestão. mentar a área de contato com a umidade do
b) sendo um carboidrato, vai ser digerido e ar nos dias chuvosos.
convertido em energia. b) redução na velocidade da fotossíntese e
c) sendo uma enzima, perde sua função catalí- realização ininterrupta desse processo, du-
tica devido ao pH ácido do estômago. rante as 24 horas.
d) sendo uma substância não digerível, vai ser c) redução do calibre dos vasos que condu-
eliminada pelo organismo. zem a água e os sais minerais da raiz aos
e) sendo uma proteína, seria quebrada no centros produtores do vegetal, para evitar
processo digestivo e não poderia mais ser perdas.
construída pelo organismo. d) caules e folhas cobertos por espessas cutí-
culas que impedem o ressecamento e a
QUESTÃO 02 - A pressão sanguínea nos capi- consequente perda de água.
lares é imprescindível para a saída de água para e) crescimento sob a copa de árvores frondo-
os tecidos. Essa saída leva gases e substâncias sas, que impede o ressecamento e conse-
para as células adjacentes. No final do capilar, a quente perda de água.
pressão é baixa, mas a pressão osmótica do san-
gue é alta, e parte da água retorna aos capilares QUESTÃO 05 - Infecção hospitalar é um fato que
e à circulação sistêmica. vem preocupando seriamente o Sistema de Saú-
Sabendo que nem todo o líquido que extravasa de. As bactérias responsáveis pelas infecções são
para os tecidos retorna ao capilar, podemos afir- resistentes a um grande número de antibióticos.
mar que o acúmulo de líquido nos tecidos é evi- Essa resistência é consequência do fato de que
tado pela: as bactérias:
a) ação de válvulas venosas, que impulsionam a) sofrem mutações para se adaptar aos an-
o sangue para o coração. tibióticos, transmitindo esta mutação aos
b) drenagem dos líquidos intersticiais pelo sis- seus descendentes.
tema linfático. b) sofrem mutações para se adaptar aos anti-
c) pressão hidrostática dos vasos, que é resta- bióticos, embora sejam incapazes de trans-
belecida no final do capilar. mitir esta mutação aos seus descendentes.
d) pressão osmótica dos tecidos, que expulsa c) são selecionadas devido à ampla utilização
a água para o sangue. de antibióticos gerando linhagens resisten-
e) utilização da água no metabolismo celular tes.
d) modificam o seu metabolismo para neutra-
QUESTÃO 03 - Uma das alternativas para substi- lizar o efeito dos antibióticos usados nos
tuir o uso de inseticidas na agricultura é o controle hospitais.
biológico. Essa técnica consiste em e) sofrem mutações contínuas, que as tornam
a) utilizar fungos para produzir antibióticos, e cada vez mais patogênicas.
estes serem usados como medicamento.
b) preparar o solo com técnicas agrícolas que QUESTÃO 06 - Uma dieta com consumo adequa-
envolvem o adubo verde. do de carboidratos, além de prover energia para
c) utilizar uma determinada espécie para com- o corpo, ainda proporciona um efeito de “preser-
bater uma praga. vação das proteínas”. A afirmação está correta
d) contaminar o solo com uma substância in- porque:
dustrializada para combater especificamen- a) os carboidratos, armazenados sob a forma
te as pragas. de gordura corpórea, constituem uma bar-

97
BIOLOGIA

reira protetora das proteínas armazenadas Segundo a teoria sintética da evolução, esses re-
nos músculos. sultados se devem ao fato de o inseticida:
b) as enzimas que quebram os carboidratos a) ter sofrido alteração química e perdido o seu
interrompem a ação de outras enzimas que efeito.
desnaturam proteínas. b) ter levado os insetos a adquirir resistência.
c) o nitrogênio presente nos aminoácidos das c) ter selecionado os insetos geneticamente
proteínas não pode ser inativado em pre- resistentes a ele.
sença de carboidratos. d) ser inadequado para a região.
d) a energia liberada pela quebra de carboi- e) não ser biodegradável e ter se acumulado
dratos desnatura enzimas que degradam nos insetos.
proteínas.
e) se as reservas de carboidratos estiverem QUESTÃO 09 - “Muito se tem falado sobre os
reduzidas, vias metabólicas sintetizarão gli- transgênicos e praticamente todo mundo tem al-
cose a partir de proteínas. guma opinião sobre o assunto. Mas, este tema
não pode progredir na base do ser contra ou a
QUESTÃO 07 - Pesquisadores franceses identifi- favor, porque suas implicações são muito sérias.
caram um gene chamado de RN, que, quando mu- Nenhum cientista deixa de reconhecer o poder da
tado, altera o metabolismo energético do músculo tecnologia do DNA. O problema está em algumas
de suínos, provocando um acúmulo de glicogênio de suas aplicações, implicações e incertezas. Isto
muscular, o que prejudica a qualidade da carne e envolve a natureza, a saúde humana e a econo-
a produção de presunto (Pesquisa “FAPESP”, nº. mia.” (“Revista Galileu”, Nov/2003)
54, p. 37, 2000). Sobre os OGM (organismos geneticamente modifi-
Com base nos conhecimentos sobre o glicogênio cados), é correto afirmar:
e o seu acúmulo como reserva nos vertebrados, é a) Os defensores dos OGM enumeram a capa-
correto afirmar: cidade de aumento da produtividade agríco-
a) É um tipo de glicolipídeo de reserva muscu- la, redução do uso de agrotóxicos, tornar os
lar acumulado pela ação da adrenalina. alimentos mais nutritivos e saudáveis e criar
b) É um tipo de glicoproteína de reserva mus- novos tipos de terapias e medicamentos, fa-
cular acumulado pela ação do glucagon. vorecendo toda população mundial.
c) É um polímero de frutose, presente apenas b) A bactéria Bacillus thuringiensis’(Bt) é um
em músculos de suínos. agente de controle biológico encontrado no
d) É um polímero de glicose estocado no fíga- solo, que produz uma toxina contra lagartas.
do e nos músculos pela ação da insulina. A transferência do gene Bt para as varieda-
e) É um polímero protéico estocado no fígado des de milho, algodão, fumo, batata e soja,
e nos músculos pela ação do glucagon. as torna resistentes a certos tipos de insetos,
além de mais nutritivos.
QUESTÃO 08 - Uma região infestada por mosqui- c) Vários tipos de alimentos, como grãos, leite e
tos foi tratada com inseticida durante quatro meses ovos, além de servirem para a alimentação,
consecutivos. Diariamente eram feitas contagens podem ser usados para produzir remédios,
da população desses insetos, para determinar o produtos químicos, plásticos e combustíveis,
efeito das aplicações. O resultado consta do grá- oportunizando melhores condições ambien-
fico a seguir. tais e sociais, regulamentados pelas normas
de biossegurança.
d) A poluição genética, a perda de biodiversi-
dade, o surgimento de ervas daninhas re-
sistentes a herbicidas, o aumento do uso de
agrotóxicos e a perda da fertilidade natural
do solo, são os principais riscos ambientais,
porém o uso dos OGM tornaria os pequenos
agricultores independentes em relação às
empresas fornecedoras de sementes.
e) OGM são produtos obtidos pela transferência
de gene entre espécies similares ou diferen-
tes, podendo misturar o DNA de microorga-

98
BIOLOGIA

nismos, de plantas, de animais e do homem.


QUESTÃO 10 - Jamie Whitaker mal nasceu e já
se tornou celebridade. Jamie é o que já está sen-
do chamado de “irmão salvador” pelos tablóides
(jornais populares) do Reino Unido, uma criança
gerada para fornecer tecidos vivos para tentar
salvar a vida de outro filho de seus pais. O irmão
de Jamie se chama Charlie e sofre de uma forma
rara de anemia causada por anomalia genética...
Como foi concebido por técnicas de fertilização
“in vitro”... Jamie pôde ter suas células testadas
no útero, uma forma de confirmar sua compatibili-
dade com as de Charlie. O gráfico indica as quantidades de células CD4
(Leite, M. Ciência em Dia. Folha de S. Paulo, MAIS! (linha cheia, com escala à esquerda) e de vírus
29.06.2003.) (linha interrompida, com escala à direita) no san-
Em relação ao texto, podemos afirmar que: gue de um paciente que não recebeu tratamento
a) o fato relatado, embora envolva questões de algum no curso de uma infecção pelo HIV. Este
biotecnologia, nada tem a ver com aspec- gráfico mostra que:
tos de bioética, pois não envolve escolha de a) a partir do momento da infecção, a quanti-
genótipo de seres humanos. dade de vírus aumentou continuamente até
b) não se trata de uma questão que envolva a morte do paciente.
biotecnologia e bioética, pois as técnicas de b) no início da infecção, o sistema imunitário
fertilização in vitro já são de total domínio foi estimulado, o que provocou aumento na
e amplamente utilizadas pelos especialistas quantidade de células CD4.
na área de reprodução humana. c) a quantidade de vírus aumentou sempre
c) ao fazer referência à técnica de fertilização que ocorreu aumento de células CD4, onde
in vitro e de escolha de genótipos de seres eles se reproduzem.
humanos, o texto nos coloca diante de situ- d) os sintomas típicos da doença apareceram
ações concretas de biotecnologia e de bio- quando a quantidade de células CD4 caiu
ética. abaixo de 200 por mL de sangue.
d) o caso relatado não envolve problemas de e) não existiu relação entre a quantidade de
bioética, uma vez que na concepção de Ja- vírus e a quantidade de células CD4 no san-
mie foram empregadas técnicas de fertiliza- gue do paciente infectado pelo HIV.
ção in vitro.
e) não se pode associar a fertilização “in vi- QUESTÃO 12 - A água é a substância mais abun-
tro” com biotecnologia ou com bioética, uma dante na constituição dos mamíferos. É encontra-
vez que o embrião, depois de selecionado, da nos compartimentos extracelulares (líquido
é implantado no útero materno, onde, de intersticial), intracelulares (no citoplasma) e trans-
fato, se dá o desenvolvimento do feto. celulares (dentro de órgãos como a bexiga e o
estômago). Sobre a água e sua presença nos ma-
QUESTÃO 11 - “O vírus HIV, causador da aids, míferos é correto afirmar que:
é transmitido de pessoa a pessoa através de re- a) A quantidade em que é encontrada nos or-
lações sexuais, por exposição direta a sangue ganismos é invariável de espécie para es-
contaminado ou da mãe para o filho, durante a pécie, podendo ser encontrado nas mes-
vida intra-uterina ou através da amamentação. No mas proporções em diversos organismos.
corpo, o vírus invade certas células do sistema b) Participa da constituição dos fluidos orgâ-
imunitário - incluindo os linfócitos T auxiliadores, nicos que transportam substâncias dissolvi-
ou CD4 - multiplica-se dentro delas e se espalha das por todo o corpo. Constitui meio disper-
para outras células. [...]” sante para facilitar a realização das reações
químicas.
(John G. Bartlett e Richard D. Moore.
c) Com o passar dos anos, existe uma ten-
SCIENTIFIC AMERICAN 279, 64-67, 1998).
dência de aumentar seu percentual em um
determinado tecido, pelo fato da atividade
metabólica se alterar com a idade.

99
BIOLOGIA

b) Não é importante fator de regulação térmica pesquisadores, a eficácia da operação só poderá


dos organismos, pois ao animais que regu- ser comprovada em alguns meses”
lam a temperatura, os pecilotérmicos, dis-
(FOLHA DE SÃO PAULO, 3 de julho de 1998).
põe de outros mecanismos para isso.
e) Em tecidos metabolicamente ativos é ine- Ao transformar células cancerosas em células
xistente, essa função acontece na presença nervosas, os cientistas conseguiram que estas
dos lipídios que constituem o citoplasma ce- últimas passassem a ter a seguinte constituição
lular e suas membranas. básica:
a) corpo celular, parede celular e flagelos.
QUESTÃO 13 - Cientistas sul-coreanos clonam b) parede celular, axônio e dendritos.
pela primeira vez um cachorro, utilizando uma cé- c) corpo celular, axônio e dendritos.
lula obtida da orelha do pai genético. Os cientistas d) axônio, dendritos e flagelos.
tiraram material genético da célula e o colocaram e) corpo celular, parede celular e dendritos.
em um óvulo esvaziado do seu núcleo, posterior-
mente estimulado para que se dividisse e virasse QUESTÃO 15 - O que têm em comum Noel Rosa,
um embrião dentro da mãe adotiva, da raça La- Castro Alves, Franz Kafka, Álvares de Azevedo,
brador. O animal clonado, da raça Afgham, rece- José de Alencar e Frédéric Chopin? Todos eles
beu o nome de Snuppy , e nasceu 60 dias após. morreram de tuberculose, doença que ao longo
(“Folha de S. Paulo”, 03.08.2005.)
dos séculos fez mais de 100 milhões de vítimas.
Aparentemente controlada durante algumas dé-
A partir do texto e do que se conhece sobre clona- cadas, a tuberculose voltou a matar. O principal
gem, podemos afirmar corretamente que: obstáculo para seu controle é o aumento do nú-
a) usando o mesmo pai genético, é possível mero de linhagens de bactérias resistentes aos
obter um outro clone que seja fêmea. antibióticos usados para combatê-la. Esse au-
b) o clone gerado terá o genótipo Afgham e o mento do número de linhagens resistentes se
fenótipo Labrador e será do sexo masculi- deve a:
no. a) modificações no metabolismo das bactérias,
c) o núcleo do óvulo inserido em uma célula para neutralizar o efeito dos antibióticos e
de orelha anucleada origina uma fêmea La- incorporá-los à sua nutrição.
brador. b) mutações causadas pelos antibióticos, para
d) é possível obter células-tronco embrioná- que as bactérias se adaptem e transmitam
rias usando-se células diferenciadas de um essa adaptação a seus descendentes.
adulto. c) modificações fisiológicas nas bactérias, para
e) o ambiente celular do Labrador alterou a torná-las cada vez mais fortes e mais agres-
expressão genotípica do núcleo transplan- sivas no desenvolvimento da doença.
tado. d) modificações na sensibilidade das bacté-
rias, ocorridas depois de passarem um lon-
QUESTÃO 14 - Considere o texto a seguir: go tempo sem contato com antibióticos.
“Um implante de células nervosas, já testado com e) mutações selecionadas pelos antibióticos,
sucesso em ratos para recuperar lesões cere- que eliminam as bactérias sensíveis a eles,
brais, foi feito pela primeira vez em seres huma- mas permitem que as resistentes se multi-
nos nos EUA, por pesquisadores da Universidade pliquem.
de Pittsburgh, segundo informou ontem o jornal
“The Washington Post”. [...] O material implanta- QUESTÃO 16 - O texto a seguir, escrito pelo his-
do, extraído de um tumor de testículo, foi cultiva- toriador inglês Kennet Maxwell, um dos principais
do em laboratório por 20 anos. Nesse período, os estudiosos do Brasil, foi extraído do caderno Mais!
cientistas foram capazes de ‘forçar’ quimicamen- do jornal “Folha de São Paulo”, 11 de agosto de
te a transformação das células cancerosas em 2002.
neurônios. As células de tumor foram escolhidas “Uma das consequências imprevistas do
porque têm grande poder de multiplicação. [...] contato intercontinental e da comunicação maríti-
Cerca de 2 milhões de novas células nervosas fo- ma iniciada por Colombo em 1492 foi a chegada
ram aplicadas na região lesada de uma mulher de de doenças do Velho Mundo que atacaram os ha-
62 anos, parcialmente paralisada por um derra- bitantes nativos do Novo Mundo, que não tinham
me cerebral ocorrido há 19 anos. [...] Segundo os imunidade (....). Doenças até então desconheci-

100
BIOLOGIA

das, como malária e febre amarela, dizimaram a ros são usados pelos pintores para obter certos
população nativa em menos de um século, exi- efeitos especiais na técnica de aquarela; antiga-
gindo ajustes econômicos e sociais que levaram mente, eram usados também como esponjas de
à criação de uma sociedade multiétnica no conti- banho. Quanto às esponjas, é correto afirmar que:
nente”. a) não possuem tecidos verdadeiros e apre-
A respeito dessas doenças, ainda hoje presentes sentam apenas espículas silicosas.
no nosso país, mesmo passados mais de cinco b) possuem tecidos verdadeiros e podem apre-
séculos, podemos afirmar, sob o enfoque biológi- sentar espículas calcárias ou silicosas.
co, que são: c) não possuem tecidos verdadeiros e podem
a) causadas por insetos. apresentar espículas calcárias ou silicosas.
b) causadas por bactérias. d) não possuem tecidos verdadeiros e apre-
c) transmitidas por protistas. sentam apenas espículas calcárias.
d) transmitidas por insetos. e) possuem tecidos verdadeiros e apresentam
e) transmitidas por bactérias. apenas espículas silicosas.

QUESTÃO 17 - A Doenças de Chagas continua QUESTÃO 19 - O Schistosoma mansoni é o


causando muitas mortes no Brasil e em países agente etiológico da esquistossomose, doença
pobres do mundo. O texto a seguir sobre esta do- parasitária que atinge principalmente o homem.
ença é hipotético. Leia-o com atenção. De seu ciclo evolutivo, participam caramujos do
“Um paciente residente na periferia de Fortale- gênero Biomphalaria. Indique a que filos perten-
za procurou o posto médico, queixando-se, en- cem, respectivamente, a espécie em questão,
tre outras coisas, de febre, anemia, cansaço e seu hospedeiro definitivo e seu hospedeiro inter-
hipertrofia ganglionar. Após os exames clínico e mediário:
laboratorial, diagnosticou-se, corretamente, que a) Trematoda, Mammalia e Gastropoda.
ele estava com a Doença de Chagas. Ao tomar b) Platyhelminthes, Primata e Mollusca.
conhecimento do caso, um professor resolveu c) Planorbidae, Chordata e Gastropoda.
discutir o caso com seus alunos, solicitando que d) Platyhelminthes, Chordata e Mollusca.
eles opinassem sobre que medidas deveriam ser e) Trematoda, Mammalia e Mollusca.
tomadas para controlar a propagação da doença.
Os alunos apresentaram cinco sugestões.” QUESTÃO 20 - No combate biológico ao hospe-
Dentre as sugestões apresentadas pelos alunos, deiro intermediário da esquistossomose, têm sido
a única inteiramente correta é: empregadas atualmente técnicas de introdução,
a) isolamento do paciente, para evitar o contá- na região, de outras espécies de caramujos, mais
gio com outras pessoas, pois a doença se ágeis e resistentes, e de outros animais, como pa-
propaga também pela inalação do ar con- tos e marrecos. A ação dos caramujos e dos pa-
taminado; tos e marrecos introduzidos em regiões endêmi-
b) campanha de vacinação em massa, em For- cas, são respectivamente exemplos de relações
taleza e por todo o estado do Ceará, para ecológicas do tipo:
evitar uma epidemia na cidade. a) parasitismo - amensalismo.
c) aplicação de inseticidas em toda a cidade, b) competição - predatismo.
para eliminação do ‘Aedes aegypti’, inseto c) competição - parasitismo.
transmissor do ‘Trypanosoma cruzi’, agente d) predatismo - amensalismo.
causador da doença; e) predatismo - competição.
d) vacinação de cães e eliminação de cães de
rua, pois eles são reservatórios naturais de
protozoários do grupo Trypanossoma;
e) proteção das portas e janelas com telas, a GABARITO - EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES
fim de evitar a entrada do barbeiro, inseto 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
transmissor da doença, nas residências”. E B C D C E D C E C
QUESTÃO 18 - As esponjas constituem o filo Po- 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
rifera do reino Animal, sendo indivíduos de orga- D B D C E D E C D B
nização corporal simples, considerados um ramo
primitivo na evolução dos metazoários. Os porífe-

101
PROJETO FOLHA DE REDAÇÃO
ENEM 2015

ALUNO(A)__________________________________________________________________________________

DATA:________/________/________
TÍTULO (OPCIONAL)
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

RESERVADO AO CORRETOR
Competências Pontos Níveis INSTRUÇÕES
1. Preencha o seu nome e assine nos locais apropriados.
I 1 2 3 4 5 2. A transcrição da sua redação deve ser feita preferencialmente com
caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transpa- CORRETOR
II 1 2 3 4 5 rente.
3. Em nenhuma hipótese, haverá substituição desta folha por erro de
preenchimento do participante.
III 1 2 3 4 5 4. Escreva a sua redação com letra legível. No caso de erro, risque
com um único traço e escreva, em seguida, o respectivo substitutivo.
IV 1 2 3 4 5 Lembre-se: parênteses não podem ser usados para tal finalidade. Nome
5. Não será avaliado texto escrito em local indevido. Respeite rigoro-
V 1 2 3 4 5 samente as margens.
6. Não será permitido utilizar material de consulta. Data:_____/_____/_____
Total 7. Não será permitido o empréstimo de qualquer material entre os par-
ticipantes.
Média (Nota Final) • Atenção: A redação será corrigida a partir de 8 linhas.

102
GRADE CORREÇÃO
Nível 0 0,0 | Nível I 2,0 | Nível II 4,0 | Nível III 6,0 | Nível IV 8,0 | Nível V 10,0
COMPETêNCIA CRITÉRIOS (Níveis)
0. Demonstra desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
1. Demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramati-
cais, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2. Demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando muitos desvios gramaticais, de escolha
I de registro e de convenções da escrita.
Demonstrar domínio da norma 3. Demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais e de con-
padrão da língua escrita. venções da escrita.
4. Demonstra bom domínio da norma padrão, com poucos desvios gramaticais e de convenções da es-
crita.
5. Demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando escassos desvios
gramaticais e de convenções da escrita.
0. Foge ao tema proposto.
1. Desenvolve de maneira tangencial o tema ou apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argu-
II
mentativo.
Compreender a proposta de
2. Desenvolve de forma mediana o tema a partir de argumentos do senso comum, cópias dos textos mo-
redação e aplicar conceitos das
tivadores ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo.
várias áreas de conhecimento
3. Desenvolve de forma adequada o tema, a partir de argumentação previsível e apresenta domínio ade-
para desenvolver o tema,
quado do tipo textual dissertativo-argumentativo.
dentro dos limites estruturais
4. Desenvolve bem o tema a partir de argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual
do texto dissertativo-
dissertativo-argumentativo.
argumentativo.
5. Desenvolve muito bem o tema com argumentação consistente, além de apresentar excelente domínio
do tipo textual dissertativo-argumentativo, a partir de um repertório sociocultural produtivo.
0. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes.
1. Não defende ponto de vista e apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pouco relacionados
ao tema.
2. Apresenta informações, fatos e opiniões, ainda que pertinentes ao tema proposto, com pouca articula-
III
ção e/ou com contradições, ou limita-se a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação
Selecionar, relacionar, organizar
em defesa de seu ponto de vista.
e interpretar informações, fatos,
3. Apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém pouco orga-
opiniões e argumentos em
nizados e relacionados de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista.
defesa de um ponto de vista.
4. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, com indícios de autoria, em defesa de seu ponto de vista.
5. Seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema propos-
ta de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista.
0. Apresenta informações desconexas, que não se configuram como texto.
IV
1. Não articula as partes do texto ou as articula de forma precária e/ou inadequada.
Demonstrar conhecimento
2. Articula as partes do texto, porém com muitas inadequadas na utilização dos recursos coesivos.
dos mecanismos linguístico
3. Articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos.
necessários para a construção
4. Articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos.
da argumentação.
5. Articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos.
0. Não elabora proposta de intervenção.
1. Elabora proposta de intervenção tangencial ao tema ou a deixa subentendida no texto.
V 2. Elabora proposta de intervenção de forma precária ou relacionada ao tema mas não articulada com a
Elaborar proposta de solução discussão desenvolvida no texto.
para o problema abordado, 3. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema mas pouco articulada à discussão desenvolvida
respeitando os valores no texto.
humanos e considerando a 4. Elabora proposta de intervenção relacionada ao tema e bem articulada à discussão desenvolvida no
diversidade sociocultural. texto.
5. Elabora proposta de intervenção inovadora relacionada ao tema e bem articulada à discussão desen-
volvida em seu texto, com detalhamento.
Aspectos considerados na avaliação de cada competência

a) Adequação ao Registro b) Norma Gramatical


c) Convenções da Escrita
• Grau de formalidade. • Sintaxe de concordância, regência • Escrita das palavras (ortografia,
Comp. I • Variedade linguística adequada e colocação.
ao tipo de texto e à situação de • Pontuação. acentuação).
• Maiúsculas / minúsculas.
interlocução. • Flexão.
a) Tema b) Estrutura
Comp. II
• Compreensão da proposta. • Encadeamento das partes do
• Desenvolvimento do tema a partir texto
de um projeto de texto. • Progressão temática.
c) Indícios de Autoria
a) Coerância Textual • Presença de marcas pessoais
Comp. III • Organização do texto quanto à b) Argumentatividade manifestas no desenvolvimen-
sua lógica interna e externa. to temático e na organização
textual.
b) Coesão Gramatical
a) Coesão Lexical
• Adequação no uso de recursos
• Adequação no emprego de co-
nectivos, tempos verbais, pontua-
Comp. IV lexicais, tais como: sinônimos,
ção, sequência temporal, relações
hiperônimos, repetição, reiteração
anafóricas, conectores intervoca-
etc.
bulares, interparágrafos etc.

Cidadania ativa com proposta solidária,


Comp. V
compartilhada e inovadora.

103

Vous aimerez peut-être aussi