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COLÉGIO BAPTISTA DA PAZ

ENSINO PARTICULAR

TRABALHO DE INGLÊS
GRUPO Nº4

TEMA:

Docente

Prof. Lubango
Elementos do grupo:

 Félix Dala
 Gabriel Bastos
 Teresa Alexandre
 Lucrécia Sacahiana
ÍNDICE:

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

2. ROMANCE ......................................................................................................................... 5

3. ORIGEM DA PALAVRA ROMANCE ............................................................................. 6

4. CARACTERISTICAS DO ROMANCE............................................................................. 7

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1. INTRODUÇÃO

A definição do conceito de adolescência é pouco consensual e muito complexa.


Sabemos que a etiologia da palavra adolescência vem de duas raízes inter-relacionadas: do
latim ad (a, para) e olescer (crescer) e também de adolesce, origem da palavra adoecer. A
adolescência só a partir do séc. XIX foi vista como uma etapa distinta do desenvolvimento e
durante várias décadas a adolescência, esteve associada a uma fase de tumulto, conflito e
tensão para o adolescente e todos os que com ele lidavam.

A adolescência é actualmente entendida como uma etapa de desenvolvimento marcada por


drásticas mudanças, tanto a nível físico, como a nível cognitivo e social. Considera-se que se
inicia por volta dos 10 anos de idade e termina por volta dos 19 anos.

Hoje, para alguns autores, a adolescência é considerada um período em que os “jovens”,


após momentos de maturação diversificados, constroem a sua identidade, os seus pontos de
referência, escolhem o seu caminho profissional e o seu projecto de vida.

A duração da adolescência está determinada culturalmente. Apesar do aspecto biológico


deste fenómeno, as transformações psíquicas são profundamente influênciadas pelo ambiente
social e cultural em que o adolescente se encontra inserido.

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2. ASPECTOS FISIOLÓGICOS

O rápido crescimento em estatura, característico da adolescência, é chamado de estirão


puberal. O crescimento pondo-estatural na puberdade e a rapidez e a magnitude com que os
jovens crescem podem ser acompanhados com a utilização de tabelas e gráficos de altura e
peso construídos a partir de estudos populacionais. No acompanhamento da saúde do
adolescente, é fundamental que se trabalhe com a detecção da velocidade dessas mudanças,
tendo em vista que o seu acompanhamento é um sensível detector de possíveis agravos que
podem retardar o desenvolvimento físico. O fenômeno puberdade/adolescência não pode ser
estudado isoladamente. Segundo Osório (1989) e Chipkevitch (1995), a puberdade
corresponde às modificações biológicas e a adolescência, às transformações biopsicossociais
em que elas se inserem. O conceito de puberdade está relacionado aos aspectos físicos e
biológicos do indivíduo, iniciando-se por volta dos 9/10 anos de idade. Segundo Tiba (1994),
é nesse período que a criança perde o modo infantil e sente as primeiras modificações
corporais. Embora as modificações pubertárias sejam observadas em praticamente todo o
organismo, apresentam-se, sobretudo, nos seguintes componentes estirão de crescimento
pondo-estatural; • modificação da composição corporal, resultante do desenvolvimento
esquelético e muscular e das modificações na quantidade e distribuição de gordura; •
desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório, predominantemente da força e da resistência;
• desenvolvimento do aparelho reprodutor. Nesse momento do ciclo vital, o hipotálamo passa
a estimular a hipófise para a produção de hormônios do crescimento e amadurecimento,
fazendo com que ocorra o desenvolvimento das características sexuais secundárias. Segundo
Rappaport (1997), a puberdade marca a adolescência do ponto de vista biológico e possibilita
a aquisição de um corpo adulto, com acesso à expressão da sexualidade e da capacidade
reprodutiva.

Nas meninas, o estrogênio e a progesterona são os responsáveis pelo surgimento das


características sexuais secundárias, estando relacionados à vida sexual e reprodutiva. Nos
meninos, a testosterona é o hormônio responsável pelo surgimento das características sexuais
secundárias, pela produção de espermatozoides e pelo aumento do impulso sexual, da
agressividade, do crescimento em altura e da força física, entre outros. Geralmente a
puberdade feminina inicia-se entre os 10 e 11 anos de idade, com o surgimento dos brotos
mamários; concomitantemente, aparecem os pelos púbicos. A quantidade de pelos púbicos e o
tamanho Durante a puberdade, em ambos os sexos, mas de forma mais acentuada nos

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meninos, a pele se torna mais oleosa, aumenta a produção de suor e pode surgir a acne;
também ocorre a mudança de voz e o crescimento dos pelos axilares. Uma das características
importantes desse processo é a magnitude e a rapidez das transformações que a caracterizam.

Durante um período de 3 a 5 anos surgem e desenvolvem-se os caracteres sexuais


secundários, culminando com a aquisição da capacidade reprodutora, quando ocorre intenso
estirão do crescimento, durante o qual são ganhos cerca de 50% do peso e 20% da estatura
definitiva. De acordo com, a velocidade de ganho de peso acompanha a do crescimento em
estatura durante o estirão puberal; a velocidade máxima de ganho de peso coincide com o pico
de velocidade de crescimento (PVC) ou ocorre logo em sequência, alguns meses após. No ano
que inclui o PVC, o adolescente ganha cerca de 9 a 10 kg. São muitas as diferenças na
composição corporal entre ambos os sexos. O ganho de peso dos meninos é consequência do
grande crescimento da sua massa muscular, enquanto nas meninas o maior responsável é o
ganho do tecido adiposo.

A maioria das crianças passa por uma fase de repleção puberal: entre 8 e 10 anos de
idade, acontece o ganho de tecido adiposo em ambos os sexos, que se traduz no aumento da
porcentagem de gordura corpórea e da espessura das pregas cutâneas, proporcionando um
aspecto mais "rechonchudo" nessa fase. Com o início do estirão puberal, entretanto, a
velocidade de ganho de gordura diminui. Essa diminuição na deposição do tecido adiposo
ocorre juntamente ao incremento do crescimento ósseo e muscular. Como músculo e osso
pesam mais que gordura, a densidade corpórea (peso/altura) aumenta na adolescência, e é
maior no sexo masculino, devido à sua maior massa muscular. A diferença importante entre
os sexos consiste no fato de que as meninas têm taxa de deposição de gordura sempre maior
que os meninos e, mesmo diminuindo o ritmo de acréscimo, continuam sempre ganhando
gordura, embora mais lentamente, enquanto os meninos chegam realmente a perder tecido
adiposo. Isso explica por que os meninos se tornam aparentemente mais magros nessa fase e
as meninas, mais gordinhas – principalmente após passarem pelo PVC, na época da menarca.
A porcentagem da gordura corpórea está em torno de 15%, em ambos os sexos, aos 9 anos de
idade. Na época do PVC ela é de 12% nos meninos (permanecendo assim Aula 5: Cuidados
com a saúde: Alimentação Saudável. Texto 1 4 por alguns anos), e de 19% nas meninas,
subindo para 25% após a menarca.

Assim, ao fim da puberdade, as moças têm o dobro de gordura, se comparadas aos


rapazes. A exemplo do estirão puberal em estatura, o crescimento e desenvolvimento do
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aparelho reprodutor e dos caracteres sexuais secundários é um dos acontecimentos mais
característicos e importantes da puberdade. A realização constante e sucessiva das medidas da
estatura e cálculos da velocidade de crescimento são muito importantes para caracterizar a
fase de crescimento físico do adolescente, sendo necessário algum método de mensuração do
grau de maturação sexual também para avaliar a progressão pubertária. O estadiamento da
maturação sexual é feito pela avaliação das mamas e dos pelos púbicos no sexo feminino e
dos genitais e pelos púbicos no sexo masculino. A maturação sexual é um processo contínuo,
e os estágios de Tanner são pontos arbitrários dentro desse processo.

A puberdade termina e com ela o crescimento físico e o amadurecimento gonadal, em


torno dos 18 anos, coincidindo com a soldadura das cartilagens de conjugação da epífise dos
ossos longos, o que determina o fim do crescimento esquelético (OSORIO, 1989). O
crescimento é, portanto, um processo caracterizado pelo aumento físico do corpo e pelo
aumento do tamanho e do número de células de todos os órgãos e sistemas, que se inicia na
concepção e continua por toda a vida. Já o desenvolvimento pubertário é o aumento da
capacidade do indivíduo de realizar funções orgânicas cada vez mais complexas (BRASIL,
1996).

3. DESENVOLVIMENTO SÓCIO-MORAIS

O desejo e a luta pela autonomia constituem uma tarefa crucial deste período da vida.
Dentro e fora da família, o adolescente vai tentar expressar, de uma forma muito particular,
que é diferente e independente. Para isso, intensifica a sua relação com o mundo social,
exterior à família, que inclui a escola, a comunidade e os pares (Menezes, 1990 cit in Lima,
2000). O processo de conquista de autonomia e individuação, nuclear à construção da
identidade, afecta de um modo particular as relações do adolescente com a família, com os
pares e os outros em geral, conduzindo a modificações importantes na esfera interpessoal. Há
como que um movimento centrífugo em relação à estrutura familiar, estabelecendo fortes
relações com os pares mas o adolescente continua a necessitar de apoio e suporte familiar. De
facto, na adolescência, a dimensão cognitivo-afectiva da relação com a A Adolescência 98
família permanece intacta e a sua expressão comportamental é que se altera, diminuindo
(Weiss, 1982; Paterson, Field & Pryor, 1994 cit in Lima, 2000). Tudo isto permite concluir
que a autonomia do adolescente e a sua vinculação aos pais constituem “processos
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complementares” e igualmente importantes para o desenvolvimento do jovem nas diversas
facetas do seu processo de socialização (Soares & Campos, 1988). As relações do adolescente
com os seus pais modificam-se a vários níveis: em termos de estrutura, deixam de ser
unilaterais para serem recíprocas e diferenciadas2 (desiguais).

Com o avançar da idade, o estar em grupo, as saídas, os convívios e o lazer social ganham
mais peso, levando a que o adolescente passe cada vez mais tempo fora de casa. Assim, os
factores explicativos deste fenómeno são extrínsecos e não intrínsecos à família. Contudo,
esta relação deve ser mantida com equilíbrio, dedicando um determinado tempo aos pais e aos
pares (dimensão temporal). De acordo com Youniss (1980) o tempo dedicado aos pais é
preenchido com actividades instrumentais e de mestria (cumprimento de regras,
desenvolvimento do sentido de responsabilidade); por sua vez o tempo ocupado com os pares
é menos estruturado, é mais lúdico e social. As interacções que o adolescente estabelece e
constrói com os outros são horizontais, diádicas e menos unilaterais.

4. DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

A aceleração somática que acontece na puberdade é isolada, ou seja, a evolução do


psiquismo não segue o ritmo de evolução do corpo. As mudanças na esfera intelectual
permitem compreender e atribuir um significado particular às outras transformações. É a nova
capacidade de pensar que proporciona ao adolescente avaliar e gerir muitas das
transformações pubertárias ocorridas. O início do pensamento formal (capacidade de
abstracção, de pensar sobre o pensar, etc.), a capacidade de distinguir o subjectivo do
objectivo e o eu do outro são aspectos determinantes na forma como os adolescentes se vêem
e se compreendem. O sistema de valores sofre modificações, uma vez que o adolescente já é
capaz de elaborar um tipo de questionamento diferente do utilizado até então (ligação entre o
desenvolvimento moral e o desenvolvimento intelectual/cognitivo). A capacidade do
adolescente para pensar sobre diferentes possibilidades torna-o capaz de testar hipóteses e de
resolver problemas (Lima, 2000). O raciocínio abstracto desenvolve-se e os pensamentos
abstractos tornam-se objecto do pensamento. O adolescente, além de pensar sobre as coisas,
pensa sobre os outros, sobre o que acontece à sua volta e sobre si próprio. No início da
adolescência, a capacidade de pensar e raciocinar pode parecer altamente variável. A
tendência é para tanto sobrestimar como subestimar o nível de funcionamento cognitivo de
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que o jovem é, realmente, capaz. O adolescente questiona-se sobre si mesmo, sobres as suas
sensações e emoções, sobre as ideias que tem, sobre as relações que constrói com os outros:
pares, colegas, pais. Esta capacidade de pensar sobre si próprio e de se colocar na “pele dos
outros” tem um efeito paradoxal (Lima, 2000). Se, por um lado, consegue pensar sobre os
pensamentos dos outros, por outro não o consegue fazer de uma forma diferenciada e
separada do seu próprio objecto de pensamento (ibidem). Todas as mudanças que atravessa
nesta fase são compreendidas pelos outros, constituindo também parte integrante das suas
preocupações – egocentrismo adolescente.

5. IDENTIDADE PESSOAL

O conceito de identidade deriva do latim de identitas e refere-se ao conjunto das


características e dos traços próprios de um indivíduo ou de uma comunidade. Identidade
significa aquilo que nós somos e de onde provimos, ou seja, em termos vivenciais a
identidade é uma experiência subjetiva que se processa ao longo da vida. Na fase etária que
abrange os adolescentes ela toma diferentes contornos (Coslin, 2009).

A identificação surge pelo facto de o indivíduo tender a assemelhar--se cada vez mais com
os que o rodeiam. O desenvolvimento da personalidade é por si mesmo um processo Empatia
e Agressividade na Adolescência e Sucesso Escolar 3 interpessoal, visto ocorrer,
inevitavelmente, sob a direção ou, pelo menos, na companhia de outros. Não é difícil de
documentar a influência dos contactos sociais na formação de personalidades. As ações são
controladas e modificadas através da interação social. A identidade social é parte integrante
da “self” e advém do facto de sermos membros de grupos sociais e de nos identificarmos com
eles. Este pensamento reflete a importância da pertença grupal para o desenvolvimento do
autoconceito de uma pessoa. Poderemos dizer que o indivíduo possui uma identidade pessoal
que engloba os aspetos únicos e individuais do seu autoconceito, ou seja, a consciência de que
faz parte de um grupo particular que foi escolhido por si e uma identidade social que advém
do conhecimento de ser membro de um grupo ou de uma cultura (Neto, 1998). A consciência
do sentido de identidade coincide com a altura em que todas as outras mudanças ocorrem,
como o desenvolvimento cognitivo, o raciocínio moral e a afetividade.

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O jovem tende a desenvolver-se em três dimensões: das operações concretas para as
formais, do raciocínio moral convencional para o pós-convencional e de uma identidade
difusa para uma identidade estável. Através de um processo psicológico que passa pelo
questionar dos valores antigos e das velhas estratégias, a fim de atingir formas mais
elaboradas de pensamentos, raciocínio moral e identidade pessoal, o jovem desenvolve-se e
reorganiza o seu self. Ele é o responsável pelo processo de autoconhecimento, construção e
reconstrução da sua identidade. “Nós somos não o que somos mas sim o que fazemos de nós”
(Giddens, 1994). No sentido do self, o adolescente surge não como uma identidade passiva,
determinada por influências externas, mas como construtor e negociador das influências
sociais e do grupo. Nesta relação ele envolve-se e envolve o grupo no seu sentido de
identidade. O indivíduo tem consciência de que a sua identidade depende desta dialética com
o outro.

É uma identidade pessoal mas também social e as suas flutuações dependem das
experiências e interações que ele tem com os outros. “É a identificação individual e grupal
que permite reconhecermo-nos como indivíduos distintos dos outros e ocupando uma posição
definida no contexto social onde vivemos” (Albuquerque, 1996). Contudo, Jardim (2002)
afirma que o adolescente adquire a sua identidade quando este se identificar com os diferentes
setores da sua vida, sejam estes, sexuais, sociais, profissionais, políticos entre outros, sendo
que a empatia é um dos traços da personalidade que o adolescente possui ou que pode vir a
desenvolver nesta relação com os outros (Vreeke e Mark, 2003).

6. O ADOLESCENTE E OS CONFLITOS

A agressividade é um construto menos ambíguo que empatia e refere-se à tendência de um


comportamento com a “intenção de magoar ou prejudicar a vítima”. Este termo é usado para
se referir à agressão física, assim como à agressão verbal. Este fenómeno tem sido abordado
por diferentes Ciências de variadas áreas de conhecimento, o que significa que é um tema que
preocupa a vida social, pois esta interfere na identidade, integridade e bem-estar de cada
indivíduo, tal como na vida sociocultural, ou seja, na vida comunitária. (Lorenz, 1967, citado
em Gleitman, Fridlund e Reisberg, 2009) refere que a agressividade é um impulso inato que
se verifica tanto no homem como nos animais. Ou seja, este comportamento é fundamental
para garantir a sobrevivência da espécie, quer na procura do alimento, quer na defesa do
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território ou nos rituais de acasalamento. A agressividade aqui referida por Lorenz refere-se,
assim, às influências biológicas no comportamento agressivo dos seres humanos e Ramirez
(2001) refere que a agressividade pode ser analisada no contexto biológico ou social.
Contudo, se a agressividade faz parte do comportamento humano, como reação a uma
frustração, esta pode ocorrer ou não dependendo de estímulos que estão associados a
acontecimentos passados que foram causadores de comportamentos de agressão, podendo
desencadear novamente comportamentos agressivos. Estes comportamentos são classificados
por agressão reativa ou afetiva (Berkowitz, 1993, citado em Gleitman, et al., 2009).

A teoria da aprendizagem por observação refere que as condições sociais, familiares e


ambientais podem ensinar os indivíduos a ser agressivos (Bandura, 1973, 1983, citado em
Gleitman, et al., 2009). O mesmo autor refere ainda que é a recompensa ou a punição que a
criança recebe pelo seu comportamento, a partir dos seus modelos (pais ou indivíduos que
funcionam como modelo/ guia para o comportamento apropriado), que funciona como
aprendizagem para o seu comportamento futuro. De acordo com esta teoria, a criança observa
o comportamento do modelo e as consequências do seu comportamento; se a consequência for
positiva é normal que a mesma, numa situação semelhante, adote comportamento semelhante
(Ibidem).

Em estudos desenvolvidos por Bandura, o autor observou que crianças em idade pré-
escolar se observavam um adulto num comportamento agressivo, as crianças reproduziam o
mesmo comportamento caso estivessem previamente zangadas. Empatia e Agressividade na
Adolescência e Sucesso Escolar 9 Um estudo desenvolvido por Arriaga, Monteiro e Esteves
(2008) demonstra como meios de entretinimento como televisão, cinema e jogos eletrónicos
são também facilitadores do desenvolvimento de agressividade humana. Esta variável é de tal
maneira importante que Beresin (2010) refere que as crianças americanas que assistem a cerca
de 28 horas de televisão por semana, irão assistir, até aos 18 anos, a mais de 200.000 atos de
violência, incluindo mais de 16.000 assassinatos antes dos 18 anos. O autor refere ainda que
os programas de televisão exibem 812 cenas de violência por hora; a programação infantil,
principalmente os desenhos animados, exibe cerca de 20 cenas de violentos por hora. As
crianças são assim educadas sem conseguir distinguir a fantasia da realidade. Para além doas
variáveis fisiológicas e aprendizagem por imitação, a agressividade inclui também variáveis
de personalidade (neurotismo, impulsividade), de cognição e emoção (empatia, autoestima e
hierarquia de valores), no processo de crescimento. Estas variáveis são importantes no

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desenvolvimento socio-afetivo da criança e do adolescente. Decety et al (2009) refere que as
crianças agressivas podem apresentar alterações de comportamento, como: agressão física ou
verbal, manipulação, roubo, assédio sexual, invasão e destruição de propriedade alheia, ou
ainda comportamentos com prejuízo para a saúde, como a droga, entre outros. Na sequência
desta perspetiva, Matos, Simões e Carvalhosa (2000) referem que existem quatro fatores que
manifestam o comportamento antissocial: fatores destrutivos, como a violação de
propriedade, e a agressão, os quais podem conduzir à delinquência (atos criminosos
cometidos por menores de idade); o comportamento antissocial não destrutivo que se refere à
violação das normas e à oposição da autoridade. As mesmas autoras referem ainda que os
comportamentos agressivos resultam de problemas emocionais originados na infância e na
adolescência; manifestam-se através da incapacidade de desenvolver laços afetivos,
dificuldade de interiorizar as normas, problemas de integração.

Dentro deste contexto, a Associação Americana de Psiquiatria (citado em Ramirez, 2001,


p. 5) refere a existência de quatro grupos de comportamentos agressivos na infância e
adolescência: 1 - Comportamentos agressivos que causam danos físicos ou ameaças a pessoas
e animais, expressando-se das seguintes formas: o indivíduo ameaça ou intimida frequente aos
outros; é promotor de agressão física com alguma frequência; utiliza armas com a intenção de
causar problemas ao outro; é cruel para com os animais; agride fisicamente as outras pessoas;
rouba enfrentando a vítima; força alguém a manter relações sexuais. Empatia e Agressividade
na Adolescência e Sucesso Escolar 10 2 - Comportamento agressivo que causa a destruição da
propriedade de outra pessoa ou animais: aquele em que o indivíduo provoca deliberadamente
incêndios com a intenção de causar danos graves aos outros; destrói propositadamente a
propriedade de outra pessoa. 3 - Comportamento fraudulento ou roubo: assaltar a habitação ou
o automóvel das outras pessoas, mentir frequentemente para obter bens ou favores de alguém
assim ou absterse de cumprir as suas obrigações e roubar objetos valiosos sem enfrentar a
vítima. 4 - Comportamentos que contemplam as violações graves das normas: permanecer
fora de casa, com frequência, durante a noite, apesar de os pais se oporem (procedimento que
tem início antes dos 13 anos de idade), fugir de casa dos pais durante a noite pelo menos duas
vezes, faltar com frequência à escola (prática também iniciada antes dos 13 anos). Ainda no
contexto das teorias acerca da agressividade, Berkowitz (1972, 1993) citado em Ramirez
(2001) aponta duas áreas: a agressividade que tem uma causa endógena, ou seja, a sua origem
situa-se nos impulsos internos, ou reside nos traços da personalidade; agressividade que tem

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causa exógena, resultante da reação a um acontecimento ou contexto (socioeconómico, de
bairro, der heterogeneidade étnica, entre outros).

6.1.COMPORTAMENTO ANTISSOCIAL

De acordo com as abordagens apresentadas, de um modo geral, as teorias situam-se nos


processos básicos de interação entre a variável biológica e a social. As escolas são os locais
privilegiados para observar esta interação. (A violência nas escolas referem-se a “uma ampla
gama de comportamentos como agressão, bullying, intimidação, ameaça, ofensa à integridade,
combate, roubo e vandalismo” Carvalhosa, Moleiro e Sales, 2009, p. 2). O Observatório de
Segurança Escolar, no ano letivo de 2006/2007, realizou um estudo acerca da violência/
agressividade nas escolas destacando que a agressividade é o resultado de múltiplos fatores,
tais como: individuais, culturais, sociais. O mesmo estudo refere a dificuldade de analisar as
ocorrências de agressão porque nem todas são comunicadas, ou mesmo porque os critérios
das escolas para determinar a existência de indisciplina ou agressividade não são
uniformizados.

Este fator decorre da localização geográfica e social da escola: comportamentos que


numas escolas são considerados agressivos (como o aluno que fala alto na sala de aula, o
aluno que se levanta sem autorização, ou é mal educado para o professor, ou assistentes
operacionais), noutras refere-se que é relativamente comum entre os alunos um
comportamento mais agressivo mesmo quando este é direcionado ao professor ou Empatia e
Agressividade na Adolescência e Sucesso Escolar ao funcionário, sendo assim naturalizado
alguns comportamento. Decorre daqui que nem todas as escolas comuniquem as ocorrências
de agressividade que se verificam nas escolas (Sebastião, 2009).

Num estudo que foi realizado, por Catulo (2012), entre Espanha e Portugal, 46,9% de
estudantes entre os 12 e os 15 anos, da Múrcia – Algarve, dizem nunca se terem sentido
maltratados, na escola, com o fenómeno do bullying um que indica que 53,1 dos adolescentes
já se sentiram mal tratados. Número idêntico aponta um estudo realizado numa escola do
Porto, onde 44,7% dos participantes dizem terem sido agredidos. Se as escolas são espaços
ondem se verificam o maior número de agressões, nesta faixa etária, estudos na área das
relações interpessoais têm mostrado a importância de se desenvolverem competências socias
de empatia, de modo a trabalhar e a reduzir o comportamento antissocial. Segundo Hoffman e
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Eisenberg, a educação para a moralidade desempenha um papel importante na cognição e na
emoção. Assim, de acordo com Eisenberg (2000), Gibbs (1994) e Hoffman (1991), (citado em
Martins e Mogarro, 2010) as emoções morais, como a empatia, a culpa, e o remorso são
determinantes no desencadear de comportamentos pró-sociais, ou seja, ótimos inibidores de
comportamentos antissociais, o que significa que o cumprir regras e deveres e o colocar-se no
lugar do outro são promotores de comportamento empático e facilitadores no processo de
aprendizagem / sucesso escolar.

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7. CONCLUSÃO

Durante a puberdade, meninos e meninas passam por mudanças corporais e biológicas. É


um período repleto de "sentimentos como rebeldia, lágrimas e risos, amor e ódio, em que os
sentimentos estão à flor da pele".
A adolescência é uma fase fundamental na vida de um individuo, pois vai prepará-lo para
o seu futuro. É nesta que o jovem se vai impor e começar a contribuir de forma positiva e
por ezes negativa na evolução da sociedade na qual este está inserido onde se pretende
afirmar.

A adolescência "é uma fase maravilhosa em que vivemos e aprendemos sem medo de
correr riscos. Por isso, se você é adolescente, aproveite essa idade, pois ela nunca mais
voltará"!

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA

LEAL, M. M.; SILVA, L. E. V. Crescimento e desenvolvimento puberal. In: SAITO, M. I.;

SILVA, L. E. V. Adolescência: prevenção e risco. São Paulo: Atheneu, 2001. Cap. 5, p. 42.

OSÓRIO, L. C. Adolescente hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. 103p.

RAPPAPORT, C. Encarando a adolescência. São Paulo: Ática, 1997.

TIBA, I. Adolescência: o despertar do sexo: um guia para entender o desenvolvimento sexual


e afetivo nas novas gerações. São Paulo: Gente, 1994. 130p. TIBA, I. Puberdade e
adolescência: desenvolvimento biopsicossocial. São Paulo: Ágora, 1986. 236p.

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