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ESTADO DE GOIÁS
POLÍCIA MILITAR
COMANDO DA ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR
CURSO DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS 2017

APOSTILA DE USO SELETIVO DA FORÇA POLICIAL

GOIÂNIA
2017
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SUMÁRIO

I. CUIDADOS, NORMAS E PRECAUÇÕES COM ARMAS DE FOGO 3

II. ARMAMENTO, EQUIPAMENTO E MUNIÇÕES 5

III. MUNIÇÕES E NOÇÕES DE BALÍSTICA 11

IV. FUNDAMENTOS DO TIRO 16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
3

I. CUIDADOS, NORMAS E PRECAUÇÕES COM ARMAS DE FOGO

NORMAS DE SEGURANÇA COM ARMA DE FOGO

1. Conhecer a arma que porta (manejo, calibre, capacidade, alcance, peças


primordiais para o perfeito funcionamento;

2. Ler e seguir as instruções do manual do fabricante para limpeza, manutenção,


utilização. Na limpeza, sempre fazer com arma descarregada, não alimentada e
desmuniciada;

3. Em toda ocasião, tratar a arma como se estivesse carregada;

4. Manter o dedo indicador sempre fora do gatilho, com exceção aos momentos que
antecedem o disparo;

5. Manter o cano da arma sempre voltado para direção segura, quando não for
efetuar o disparo;

6. Jamais apontá-la a ninguém, mesmo com certeza de estar descarregada;

7. Ao entregar para outra pessoa, a arma deve estar sempre aberta e descarregada.
O recebedor deve certificar-se e confirmar verbalmente, com a palavra “limpa”, que
está descarregada,

8. Caso receber erroneamente uma arma fechada, abrir e retirar os cartuchos ou


estojos imediatamente, salvo quando uma perícia técnica recomendar que não;

9. Não atirar em direção a superfícies duras ou em água, por possíveis ricochetes.

10. Sempre utilizar munições novas e originais. Munições velhas, úmidas, deterioradas
e recarregadas, podem falhar em momentos cruciais, ou ainda funcionar de modo
diverso do esperado;

11. Usar sempre munições para o calibre específico de sua arma;

12. Não utilizar a arma com instrumento contundente ou como qualquer outro
instrumento que não seja específico para tiro;

13. Para alimentação e carregamento, fazer sempre em local seguro. Se dentro de


unidades policiais, em área destinada para tal, fora de unidades policiais, em locais
com superfície que possa favorecer dispersão de força e parada do projétil sem
risco de ricochete, e com controle de circulação de pessoas;

14. Nunca engatilhar a arma de fogo em deslocamentos;

15. Dentro da residência do portador, ou outros locais onde seja necessário guardar
(hotéis, residências de amigos ou parentes onde o portador da arma for
permanecer/pernoitar) deixar fora do alcance de crianças ou leigos.
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NORMAS DE SEGURANÇA EM INSTRUÇÕES

1. Obrigatória a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI -abafador,


óculos de proteção e coletes balísticos), em todas as instruções práticas e com tiro
real;

2. Todo manuseio com arma só deve ser executado em local apropriado e sob a
coordenação do instrutor;

3. Todos os procedimentos de treinamento, só devem ser executados sob o comando


do instrutor a frente da instrução;

4. Na instrução de tiro real, é inadmissível quebra de angulação do cano da arma


para locais que não sejam, estritamente, o alvo ou para-balas da área de tiro ou
área de segurança destinada para manuseio de armamento;

5. Qualquer policial, mesmo na condição de aluno, tem obrigação de informar o


instrutor imediatamente ao presenciar qualquer ato inseguro.

Ato inseguro: É a conduta inadequada do usuário do armamento, quando por


imprudência, imperícia ou negligência, deixa de agir preventivamente e utilizar as
normas de segurança relativas a conduta com o armamento.
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II. ARMAMENTO, EQUIPAMENTO E MUNIÇÕES

CLASSIFICAÇÃO DE ARMAMENTO LEVE:

Tipo:

De Porte:quando por seu pouco peso e dimensões reduzidas, pode ser conduzida em
um coldre. Ex.: Pistola, revólver e garruchas;

Portátil: pode ser transportada por um só homem, porém, geralmente dotada de


bandoleira para comodidade no transporte. Ex.: Fuzil, Carabina, Escopeta.

Emprego:

Individual: quando se destina à proteção daquele que o conduz. Ex.:revólver, pistola e


fuzil;

Coletivo: quando seu emprego tático se destina a ser utilizado em benefício de um


grupo de homens ou fração de tropa, sendo operada por dois ou mais homens. Ex.:
Metralhadora .50 BMG.

Alma do Cano:

Lisa: quando a superfície interna do cano é completamente lisa. Ex.:espingarda de caça


e gauge 12.

Raiada: quando a superfície interna do cano apresenta sulcos, que têm por objetivo
imprimir ao projétil um movimento de rotação, por forçamento, dando estabilidade ao
projétil sobre seu eixo longitudinal, através do princípio da física chamado rigidez
giroscópica. Ex.: Revólveres, pistolas e fuzis.

Sistema de Carregamento:

Antecarga: Carregamento feito pela boca do cano. Ex.: arcabuzes e bacamartes;

Retrocarga: Carregamento feito pela parte traseira do armamento. Ex.: fuzil.

Sistema de Inflamação:

Percussão de fogo central: o dispositivo iniciador encontra-seno centro do cartucho,


obrigando o percussor a feri - lá no centro do cartucho. Ex.: revólveres 38. e 357,
pistolas 9mm, .40 e 45.
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Percussão de fogo circular ou radial:quando o dispositivo iniciador encontra-se na


virola do cartucho, obrigando o percussor a ferir lateralmente a base do cartucho. Ex.:
revólveres cal. 22 LR.

Observação: a percussão pode ser direta ou indireta:


 Direta – o percussor é o próprio cão, ou está montado neste, podendo ser fixo ou
móvel (flutuante);
 Indireta – o percussor é uma peça inerte, retrátil, acionada pelo impacto do cão.

Refrigeração:

Refrigeração a ar: resfria por ação do ar atmosférico. Ex.: revólveres, fuzis, pistolas e
metralhadoras de mão;

Refrigerada a água: possui um tubo chamado “camisa d’água” que envolve o cano com
a finalidade de resfriá-lo. Ex.: Metralhadora Maxim;

Alimentação:

Manual: os cartuchos são introduzidos manual e diretamente na arma. Ex.: Espingardas


de caça, espingarda Bonanza GA 12.

Com carregadores: quando a arma dispõe de um carregador para alimentação. Pode


ser de pano, lona, cofre, tubular, fita de elos, etc.
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Sentido da Alimentação:

Da direita para esquerda. Ex.: Mtr Maxin


Da esquerda para direita. Ex.: SubMtr Sterling L2A3
De cima para baixo. Ex.: Mosquetão FO
De baixo para cima. Ex.: CT 40
De trás para frente. Ex.: Revólveres
De frente para trás. Ex.: Bacamarte

Funcionamento:

De tiro unitário: o atirador executa as operações da arma manualmente, principalmente


o carregamento. Podem ser:

 Simples: a arma comporta apenas uma carga para cada disparo, para um novo
disparo, o atirador deve carrega – lá novamente; e
 Múltipla: a arma comporta duas ou mais cargas, sendo que o carregamento
ainda é manual, geralmente possuem dois canos paralelos ou sobrepostos, há
ainda um mecanismo de disparo para cada câmara.

De repetição: a arma comporta várias cargas (cartuchos), sendo necessário recarrega –


lá apenas após ter disparado todas as cargas. Seu princípio motor é a força muscular do
atirador, decorrendo a necessidade de repetir a ação para cada disparo, há ainda
apenas um mecanismo de disparo para todas as cargas. Ex.: revólveres, e mosquetões.

Semiautomáticas: realizam todas as operações de funcionamento, com exceção dos


disparos, ou seja, para cada disparo o atirador deve acionar a tecla do gatilho. Ex.:
pistolas e fuzis semiautomáticos.

Automáticas:realizam todas as operações de funcionamento, inclusive o disparo, após


o atirador pressionar e manter pressionado a tecla do gatilho. Ex.: Metralhadora MT40.

Princípio de Funcionamento:

Ação muscular do atirador: o atirador efetua as ações de manejo (extrair e ejetar


estojos e apresentar nova carga) manualmente. Ex.: Gauge 12 CBC;

Ação dos gases sobre o ferrolho: após o disparo, os gases da combustão efetuam o
recuo do ferrolho, extraindo e ejetando o estojo, comprimindo a mola recuperadora e
apresentando um novo cartucho.

Ação do Disparo:

“Relação entre gatilho e mecanismo de percussão”

Ação simples:O sistema de percussão está armado. O gatilho apenas aciona o sistema
de percussão. Ex.: Pistola Colt 1911.
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Ação dupla: O sistema de percussão trabalha desarmado. O gatilho arma o sistema de


percussão em sua primeira parte do curso, e aciona o sistema de percussão em sua
segunda parte do curso. Ex.: Taurus PT 840.

Ação Híbrida: O Sistema de percussão está sempre 50% armado. Em sua primeira
parte do curso, o gatilho termina de armar o sistema de percussão. Em sua segunda
parte do curso, o gatilho aciona o sistema de percussão. Ex;: pistolas da marca Glock,
sob o nome de mecanismo “Safe Action”.

ARMAS DE PORTE UTILIZADAS NA PMGO

REVÓLVER:

O termo revólver indica revolução, ou seja, um movimento de rotação em


torno de um eixo. Assim, pode ser conceituado como sendo uma arma de fogo curta
dotada de várias câmaras de combustão que giram em torno de um eixo, para alinhar a
câmara, que contém o cartucho a ser disparado, com um cano. Foi patenteado pelo
Coronel Samuel Colt nos EUA no ano de 1836.

Os incidentes de tiro mais comuns em revólveres são:


INCIDENTE CAUSA CORREÇÃO
Tambor duro ao girar ou não Vareta do extrator frouxa. Apertar a vareta.
abre, ou não fecha com
facilidade.
Falha na percussão (nega). Espoleta ligeiramente Apertar novamente o gatilho,
saliente. para o tambor girar e percutir
nova munição.
Obs.: Se o problema for no
percussor, não há como
resolver imediatamente.
Falha na extração. Rebarba ou resíduos nas Abrir o tambor e pressionar a
câmaras do tambor; vareta do extrator contra uma
Cartuchos sujos, amassados superfície dura, a fim de forçar
ou defeituosos a saída do estojos
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PISTOLAS:

Pistolas Taurus PT 92 e PT 100:

Pistolas Taurus PT940 e PT945:

Pistola Taurus PT 840:


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Pistolas Taurus 24/7 (Police, Pro e Pro D):

Pistola Imbel:
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III. MUNIÇÕES E NOÇÕES DE BALÍSTICA

Tipos de Munição:

Real: para emprego contra pessoal e alvos não blindados; é a munição comum;

Festim: é o cartucho normal sem o projétil. E utilizado para tiro simulado e para as
salvas militares;

Manejo: usado para instrução e manejo das armas: não contêm propelente e a
espoleta, quando há, é inerte;

Lançamento: munições de lançamento de granadas e o chamado lança-retinida que é


utilizado para lançamento de cabos, cordas e até mesmo de mensagens. O cartucho
lança-retinida é muito empregado pelo corpo de bombeiros para salvamento;

Recarregada: é a munição cujo estojo foi reaproveitado após limpeza e recalibragem,


para receber novo espoletamento, carga de projeção e engastamento de um novo
projétil.

Componentes da Munição:

Um cartucho é constituído de projétil, estojo, propelente e espoleta.

Estojos: Os estojos podem ser classificados como de fogo central ou de fogo circular,
conforme a localização da espoleta. Nos estojos de fogo circular o misto iniciador se
localiza no interior do estojo. Já os de fogo central a espoleta fica no centro da base do
estojo.

Espoleta: pequeno recipiente metálico, em forma de cápsula, que contém a mistura


iniciadora, montada no alojamento localizado no centro do culote do estojo. Quando
tocada de forma brusca pelo percussor, que gera calor pelo atrito, iniciando uma reação
química de alta velocidade que gera uma fagulha, queimando da pólvora contida no
estojo.

Pólvora, Propelente, ou Carga de Projeção: combustível sólido, granular, com


diversos formatos de grãos, podendo inflamar com grande rapidez, com produção de
grande volume de gases e elevação de temperatura, sem necessitar de oxigênio do
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exterior. É o elemento ativo do cartucho. Genericamente conhecida como pólvora, a


carga de projeção é responsável pela produção de gases, mediante sua combustão para
expelir o projétil.

Projétil:

Projéteis de chumbo: São geralmente cilíndricos e apresentam as seguintes partes:


base, corpo e ponta. Dessas três, a que mais nos interessa é a ponta do projétil.

Ponta: porção que não fica presa ao estojo. Seu tamanho e forma variam em função do
tipo do projétil e podem ser os seguintes:

Ogival: é o mais comum, sendo usado para fins militares, policial e defesa;

Canto-vivo: usado especificamente para tiro ao alvo;

Semi-canto-vivo: uso geral para defesa, caça e tiro ao alvo;

Cone truncado e ogival truncada: também para uso geral, tem muita aceitação entre
praticantes de tiro prático esportivo;

Cônica: uso bastante restrito;

Ponta Oca (Hollow Point): ajuda na expansão do projétil quando este atinge o alvo
provocando ferimentos graves e dolorosos, aumentando o sangramento. E usado na
defesa e para caça. Seu uso militar foi proibido pela convenção de Genebra.

Projéteis encamisados (jaquetados): Construídos por um núcleo recoberto por uma


capa externa chamada camisa ou jaqueta.

Destinam-se à defesa pessoal, pois ao atingir um alvo humano é capaz de amassar-se e


aumentar seu diâmetro, obtendo maior capacidade lesiva.
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Alcance do Tiro:

O alcance do tiro depende do ângulo de tiro, das condições atmosféricas, da arma e da


munição empregada, tendo-se em vista a variedade de projetis e de cargas para para
cartuchos de um mesmo calibre. O comprimento do cano da arma tem influencia direta
no alcance do tiro.

Alcance útil: é a distância em que o projétil causará ferimento de certa gravidade em


alvo humano ou possuirá energia equivalente a 13,6 Kgm (kilogrâmetros). Também
pode ser definido como sendo a distância da boca do cano da arma até aquela em que o
projetil tem energia suficiente para deter um agressor, pelo efeito do choque, mesmo
não o atingindo em um ponto vital.

Alcance máximo ou alcance real: é a distância compreendida entre a boca do cano da


arma e o ponto de chegada do projétil. Considera-se ponto de chegada o local em que o
projetil encontra o solo.

Alcance com precisão ou alcance de utilização: é a distância na qual um atirador


experiente é capaz de atingir, com razoável grau de certeza e precisão, um quadrado de
30cm de lado. Considera-se que esta é a área em que se situam os principais órgãos
vitais do corpo humano. Aqui a experiência do atirador irá influenciar.

Calibres:

Calibre Real: É a medida na boca do cano da arma, corresponde ao diâmetro da alma


desse cano. Em se tratando de arma com alma raiada é o diâmetro interno do cano de
uma arma, medido antes de se efetuar o respectivo raiamento, ou seja, é o diâmetro
medido entre dois cheios.

Calibre nominal: É sempre designativo de um determinado tipo particular de munição e,


por extensão da arma que utiliza. É expresso em milímetros ou frações (centésimo ou
milésimo) de polegada, seguindo uma referência indicativa, via de regra, da arma para a
qual o cartucho foi originalmente fabricado, podendo ou não coincidir com o calibre real.
Geralmente é apenas uma designação comercial.
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BALÍSTICA:

"É a ciência que estuda integralmente as armas de fogo, o alcance e a direção dos
projetis por ela expelidos e os efeitos que produzem. A balística pode ser dividida em
três momentos." (Roberto Albarracian)

Balística Interna ou Interior: é a parte da balística que estuda a estrutura, os


mecanismos, o funcionamento das armas de fogo e a técnica do tiro, bem como os
efeitos da detonação da espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos, no seu
interior, até que o projétil saia da boca do cano da arma.

Balística Externa ou Exterior: estuda a trajetória do projétil, desde que abandona a


boca do cano da arma até a sua parada final. Analisa as condições do movimento,
velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da
gravidade e os seus movimentos intrínsecos.

Balística Terminal ou dos Efeitos: também denominada de balística do ferimento,


estuda os efeitos produzidos pelo projétil desde que abandona a boca do cano até
atingir o alvo. Incluem-se, neste estudo, possíveis ricochetes, impactos, perfurações e
lesões externas ou internas nos corpos atingidos.

PODER DE PARADA – “STOPPING POWER”

Capacidade de um projétil, de fazer com que a pessoa atingida entre em colapso


imediatamente (ou no máximo, em 2 segundos) antes de fazer um disparo ou expressar
qualquer reação de ataque ou fuga. A vítima ou oponente, quando atingido não poderia
deslocar mais do que 3 metros do local onde fora atingida antes de entrar em colapso.

A análise de casos reais, mostrou que projéteis mais leves, ou seja, com maior
velocidade, e expansivos (ponta oca), tem melhor desempenho na produção do
fenômeno conhecido como “one-shot stop”, que é a incapacitação imediata provocada
por apenas um impacto de projétil no tórax.

PROTEÇÃO BALÍSTICA:

Quando um projétil de arma de fogo atinge um colete, ele encontra uma rede de fibras
muito forte, que absorve e dissipa a energia de impacto que é transmitida ao colete, que
causam ao projétil uma deformação tipo cogumelo. A energia do projétil é absorvida por
cada camada sucessiva do material de que é feito o colete, até que para.

Como as fibras trabalham juntas e em conjunto com as outras camadas, protegem as


áreas que recobre, prevenindo a penetração de projéteis. Esta característica também
ajuda na dissipação de força que pode causar os danos da não penetração (conhecido
como “trauma cego”) aos órgãos internos.

Normalmente o colete de proteção balística é confeccionado de camadas múltiplas de


tecido ou outros materiais balísticos, montado como painel. O painel balístico é então
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inserido na capa, que é confeccionado em tecido convencional. O painel pode ser


costurado na capa ou pode ser removível.

Testes confirmam que um colete molhado perde mais de 20% de suas características de
retenção, pois além da água funcionar como lubrificante, ela irá aumentar e muito o
trauma fechado; dependendo da intensidade do trauma, poderá matar o usuário. No
entanto a maioria dos fabricantes utilizam materiais hidrorrepelente ou impermeáveis.

Deve-se ter atenção quanto a forma de utilizar, pois quanto mais justo no corpo, maior é
sua eficiência. O colete deve ter o tamanho apropriado ao usuário, afim de oferecer-lhe
maior conforto, não deve ser nem pequeno e nem grande.

Não se deve amassar as placas balísticas do colete. O colete antibalístico deve ser
guardado dependurado ou na horizontal, sem dobrar suas placas. Antes de usar um
colete, leia sempre as suas etiquetas internas, onde você poderá conferir a data de
validade do colete, o seu nível balístico e se ele está sendo vestido do lado correto.

Tabela de níveis balísticos:


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IV. FUNDAMENTOS DO TIRO

Empunhadura:

Com as duas mãos sendo que a mão forte deve ficar em contato propriamente dito com
as placas do punho, e a mão fraca, revestindo a mão forte.

Dedos polegares não se cruzam, e sim ficam paralelos horizontalmente, com o polegar
da mão fraca um pouco a frente do polegar da mão forte.

A pressão das mãos na arma devem ser feitas de forma firme e confortável, nem muito
forte, para não “tremer”, nem muito fraca, para não perder a empunhadura durante o
acionamento da tecla do gatilho.

Posição Corporal (postura):

Pés: alinhados na mesma abertura dos ombros, com o pé equivalente à mão fraca
levemente à frente, (weaver) para o disparo parado. Preferimos não efetuar treinamento
na posição isósceles (pés no mesmo alinhamento), pois o tiro policial tende a ser em
movimento, entre passos;

Cotovelos: semi-flexionados, quase totalmente estivados, e paralelos, gerando maior


estabilidade no disparo. O erro mais comum do atirador é manter o cotovelo do braço da
mão fraca mais baixo e com flexão exagerada;

Cabeça: ereta, a arma vai até a altura dos olhos para fazer a visada. Erro comum é o
policial abaixar a cabeça para os olhos irem de encontro à alça e massa de mira da
pistola;

Tronco: levemente inclinado para frente, confortavelmente em forma de “ataque” ao


alvo, para gerar estabilidade de disparo. Erros comuns são troncos inclinados para trás,
ou muito inclinados para frente, gerando desconforto no centro de gravidade corporal do
atirador.
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Enquadramento (visada):

A imagem abaixo já explica tudo:

Lembre-se e repita: ALÇA – MASSA – ALVO!

Acionamento da Tecla do Gatilho:

Com o dedo indicador, deve ser feita de forma progressiva e uniforme, tanto para
disparos de precisão, quando para disparos policiais rápidos e duplos. Deve ter atenção
para, durante este acionamento, não perder a empunhadura, nem o enquadramento.
Um erro frequente é realizar o acionamento quase inteiro de forma uniforme, e no final
deste, apertar mais forte, querendo antecipar o disparo, perdendo assim o
enquadramento e a empunhadura.

Costumamos usar o jargão de pensamento do mau atirador no quesito acionamento da


tecla do gatilho: “Estou no finalzinho, agora vai sair o disparo... É agora! É agora!!! É
agora... que eu erro.”

Não antecipe o recuo da arma. Não antecipe o disparo. Aperte uniformemente do início
ao final, mantendo os outros fundamentos. Surpreenda-se com o disparo. Não se
preocupe, quando o recuo da arma ocorrer, se estiver feito os fundamentos de forma
correta, o disparo já vai estar exatamente no centro do alvo!

O local de contato do indicador com o gatilho, primariamente, também é fundamental


para o bom disparo.Erros simultâneos com mais de um fundamento, causará uma
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miscelânea de erros de precisão no disparo. Na figura abaixo considera-se todos os


outros fundamentos executados de forma correta.

Respiração:

Feita de forma natural, sem movimentos respiratórios acentuados. Sabemos que em


situações de perigo, o ser humano sofre alterações hormonais, elevando os batimentos
cardíacos, enrijecendo os músculos,aumentando o fluxo e a cadência da respiração,
entre outros. Com repetidos exercícios de fundamentos de tiro, torna-se natural todos,
inclusive a respiração, pelo próprio poder subconsciente do ser humano, e de sinapses
neurais formadas por repetição de exercícios, conhecido popularmente no meio policial
como “memória muscular”.

TIPOS DE RECARGAS

Recarga Administrativa: É aquela recarga que o operador faz em local apropriado para
portá-la, ou em serviço, ou em horário de folga, deixando-a arma pronta para ser
utilizada.

Recarga Tática: Quando o operador está efetuando disparos, e, por algum motivo haja
uma pausa nos disparos, estando em local abrigado, resolve aumentar o poder de
efetuar maior quantidade de disparos de uma vez só.

O operador sabe que no carregador sobressalente há maior quantidade do que no


carregador que está inserido na arma, haja vista já ter efetuado alguns disparos. Assim,
ele resolve trocar de carregador, e insere o carregador sobressalente no lugar do outro
que estava na arma. Deve ser efetuado na seguinte sequência:
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1. Apanhar o carregador sobressalente no porta-carregador com a mão fraca;


2. Levar este carregador até a base da placa do punho da pistola, formando a letra
“L” com o carregador que já estava na arma;
3. Acionar o retém do carregador, liberando o carregador da arma;
4. Girar a letra “L” formada entre os 2 carregadores no sentido anti-horário, de forma
a alinhar o carregador sobressalente no receptáculo do carregador, na pistola;
5. Encaixar o carregador sobressalente;
6. Guardar o carregador antes inserido na arma em algum local, de preferência que
não seja no porta-carregador, para não ser confundido com outro com
capacidade máxima de munições que, por ventura, esteja também no porta-
carregador.

Observações:
 Não há necessidade de nova ciclagem, pois já há munição na câmara;
 Os olhos do operador devem estar voltados sempre para a ameaça/alvo.

Recarga Emergencial: Quando, após os disparos, acabam os cartuchos do carregador


da pistola, fazendo com que a mesa transportadora deste carregador, em seu lado
esquerdo, acione o retém do ferrolho internamente para cima.A arma para aberta,
indicando tal ocorrido.

O operador, necessitando efetuar uma recarga rápida, aciona o retém do carregador,


liberando-o ao solo, simultaneamente ao apanhar com a mão fraca o carregador
sobressalente no porta-carregador, e introduzindo-o no receptáculo próprio da pistola.
Após este feito, o operador libera o retém do ferrolho fazendo com que a arma feche,
introduzindo um cartucho na câmara, colocando a arma pronta para mais uma
sequência de disparos.

PANES E RESOLUÇÕES DE PANES

A pane ocorre quando a pistola para de funcionar.

Resolução de pane é a forma mais indicada e rápida que o operador deve adotar para
fazer com que pistola volte a funcionar levando em consideração a rapidez, e
manutenção do mesmo número remanescente de munições disponíveis.
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As panes apresentadas nas pistolas são causadas essencialmente por três fatores
distintos: pelo atirador, pelo armamento (manutenção ruim ou má qualidade) e pela
munição. A frente veremos as panes mais comuns.

PANE SECA: ocorre quando o atirador não carrega a arma, deixando-a sem munição
na câmara, ou durante a inserção do carregador, este não foi devidamente encaixado.

Resolução: Estando o carregador mau encaixado, deve o policial encaixar corretamente


o carregador e seguidamente efetuar a ciclagem do conjunto ferrolho o qual irá carregar
a câmara da arma.

PANE DE NEGA: ocorre quando o atirador faz todos os procedimentos corretamente,


efetua o acionamento do gatilho, o percussor acerta a espoleta e a munição não
deflagra.

Resolução: efetuar o manejo (ciclar) do ferrolho, a fim de carregar a arma novamente,


retirando a munição não deflagrada da câmara.

PANE DE MAU TRANCAMENTO: ocorre em virtude da ciclagem ineficiente do sistema


de ferrolho, devido ao mau uso dos gases pelo sistema de trancamento, gerando pouca
força de retorno, ou quando a munição gera pouca força (muitas vezes recarregada), ou
ainda quando a mola recuperadora está fraca, dificultando a ciclagem do ferrolho.

Resolução: completar a ciclagem, batendo na parte de trás do ferrolho ou na parte de


baixo da arma, próximo ao carregador.
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PANE DE CHAMINÉ: ocorre por falta de força na ciclagem do ferrolho, fazendo com
que o cartucho deflagrado não seja completamente ejetado, ficando preso no ferrolho
como uma chaminé sobre a janela de ejeção.

Resolução: arrastar a palma da mão sobre o ferrolho, da frente para trás, até que o
cartucho caia, ou girar a arma com a janela de ejeção para baixo e puxar levemente o
ferrolho atrás, com o cuidado de não carregar a arma novamente, causando outra pane.

PANE DE RAMPEAMENTO: ocorre quando a força da mola recuperadora está


excedente, gerando grande velocidade na alimentação da arma, fazendo com que a
munição seja empurrada rapidamente, sem alcançar a câmara.

Resolução: realizar o manejo do ferrolho de forma que a munição saia e outra entre na
câmara.

PANE DE DUPLO CARREGAMENTO: ocorre quando há um mau funcionamento do


sistema de ferrolho, fazendo com que uma munição entre na câmara e outra seja
apontada para a câmara, fazendo com que o mecanismo não funcione.

Resolução: manejar o ferrolho atrás e travá-lo, retirar o carregador, retirar a munição da


câmara, recolocar o carregador e efetuar o manejo do ferrolho a fim de carregar a arma.
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PANE DE INCHAMENTO: ocorre quando, após deflagrado o projétil, o cartucho se


incha na câmara, ficando preso e não ejetando ou o extrator não se encaixa
perfeitamente do culote do estojo.

Resolução: segura-se na parte anterior do ferrolho e golpeia-se forte na parte posterior


do punho de forma a realizar um manejo no ferrolho, retirando o cartucho da câmara. Há
também a forma de firmar a ponta anterior do ferrolho em alguma parte sólida, livrando o
cano e a massa de mira do contato com esta parte, e pressionar a arma contra esta
parte para efetuar a ciclagem.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMPOS, Alexandre Flecha. Caderneta do Instrutor de Tiro. Goiânia, 2016.

CAMPOS, Alexandre Flecha. Manual Prático do Instrutor de Tiro Policial Defensivo.


Goiânia, 2015.

COSTA, Francisco Erinaldo da Silva. Apostila de Uso Seletivo da Força –


CFP/PMGO. Goiânia, 2014.

MACHADO, Maurício Corrêa Pimentel. Coleção Armamento: Armas, Munições e


Equipamentos Policiais. 2ª ed., Cascavel, PR: gráfica Tuicial, 2010.

SANTOS, Benito Franco. Apostila de Uso Seletivo da Força Policial – CHOA/PMGO.


Goiânia, 2016.

TOCCHETTO, Domingos. Balística Forense: Aspectos Técnicos e Jurídicos. 8ª ed.,


Campinas, SP: Milenium Editora, 2016.

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