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1 Nereida Cristina Nascimento Abreu Gomes de Carvalho

OAB/GO 30.631

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS.

Agravante : VIAÇÃO REUNIDAS S.A


Agravado : RAIMUNDO CÉLIO ALVES MORAIS
Processo nº 0321674.49.2010.8.09.0174

RAIMUNDO CÉLIO ALVES MORAIS, devidamente qualificado


nos autos da presente ação, sob numero em epígrafe, vêm, à presença de Vossa
Excelência, por sua procuradora infra-assinado, propor a presente

CONTRARRAZÃO AO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL

pelas razões expostas em anexo, requerendo que após a juntada aos autos seja
julgado o agravo em recurso especial prejudicado, para os fins de direito.

Termos em que, se pede deferimento


Goiânia, 12 de março de 2018

Nereida Cristina N. A. Gomes Carvalho


OAB/GO 30631

E-mail: nereidagomescarvalho@hotmail.com
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EXCELSO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, EXCELENTÍSSIMO SENHOR


MINISTRO RELATOR, COLENDA TURMA.

Agravante : VIAÇÃO REUNIDAS S.A


Agravado : RAIMUNDO CÉLIO ALVES MORAIS
Natureza : RECURSO ESPECIAL EM APELAÇÃO CÍVEL
Processo nº 0321674.49.2010.8.09.0174

I BREVE HISTÓRICO DO PROCESSO

Trata-se de ação indenizatória por acidente no trânsito, proposta pelo


incapaz Raimundo Célio Alves Morais, representado por sua genitora Sra. Maria
Angelina Alves Moraes, em Face da Empresa Jurídica de Direito Privado Viação
Reunidas.

Após análise dos fatos, o Juiz de Direito da 1ª Vara Civil da Comarca


de Senador Canedo, concluiu que em razão do acidente o agravado se tornou incapaz,
razão pela qual, condenou a agravante no dia 20/07/2015 ao pagamento a título de
indenização por dano moral a quantia de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) a serem
corrigidos, e uma pensão mensal no valor de 1 (um) salário mínimo até que a vitima
complete 65 (sessenta e cinco) anos a título de danos materiais.

Insatisfeita com a condenação foi interposto recurso de apelação,


alegando desproporcionalidade no valor da condenação e culpa exclusiva da vítima,
entretanto, a 1ª Câmera Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, entendeu por
unanimidade manter a decisão do Juiz de 1º grau, afastando a tese de culpa exclusiva
da vítima.

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Outrossim, estabeleceu que o valor indexado na indenização deve


cumprir uma finalidade educativa e preventiva, não podendo gerar um enriquecimento
injustificado, nem empobrecimento desmensurado e que pelas peculiaridades do caso
concreto não se trata de um valor desproporcional.

Inconformada com o valor da condenação e esgotada as vias


recursais, foi impetrado embargos de declaração prequestionatório para interposição
de recurso especial e extraordinário, entretanto, a 1ª Câmera Cível, por unanimidade
dos votos, conheceu os embargos e os rejeitaram, por inexistir omissão, obscuridade
ou contradição ou erra material no acordão proferido.

Destarte, foi protocolizado recurso especial e extraordinário, os quais


não foram aceitos pelo Douto Presidente do Tribunal de Justiça sobre fundamento, in
verbis:

“(...) a recorrente não indica com precisão o artigo ou


artigos de lei federal que, na decisão recorrida, a seu ver,
foram objeto de contrariedade ou divergência
jurisprudencial. Para que se justifique a interposição é
necessário que esta se refira a determinada norma de direito
federal. Não havendo demonstração nesse sentido, ocorre
falta de fundamentação, o que enseja a incidência da Súmula
284 do Supremo Tribunal Federal.”

Desta feita, foi interposto agravo em recurso especial.

PRELIMINARMENTE
Inicialmente, antes de adentrar ao mérito da questão, cumpre salientar
que o recurso especial deve ser improvido, com fulcro na Sumulas 284 do STF, 07 do
STJ, in verbis:

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“Súmula 284 STF - É inadmissível o recurso extraordinário,


quando a deficiência na sua fundamentação não permitir a
exata compreensão da controvérsia.”

“Súmula 07 STJ - A pretensão de simples reexame de prova


não enseja recurso especial.”

Ante o exposto, observasse notória deficiência na fundamentação, não


permitindo a exata compreensão da controvérsia, ensejando tão somente reapreciação
de material probatório.

II DAS CONTRARRAZÕES DO RECURSO

Aduz o agravante que a decisão monocrática e a decisão colegiada


não respeitaram aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade na indexação dos
danos morais e matérias sofridas pelo agravado.

Pois bem, ao alegar que a decisão confronta o artigo 8º do Código de


Processo Civil, baseando-se nos princípios constitucionais esqueceram-se de fazer
alusão ao princípio da dignidade da pessoa humana, um dos princípios basilares do
ordenamento jurídico.

“Art. 8º - Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá


aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa
humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade,
a legalidade, a publicidade e a eficiência.”

Vale ressaltar que, o princípio da dignidade da pessoa humana é um


valor moral e espiritual inerente à pessoa, ou seja, todo ser humano é dotado desse

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preceito, e tal constitui o princípio máximo do estado democrático de direito, evitando


abusos daqueles que detém os meios do fim.

Segundo Grundlegung zur Metaphysik der Sitte, as pessoas deveriam ser


tratadas como um fim em si mesmas, e não como um meio (objetos), vejamos:

"No reino dos fins, tudo tem ou um preço ou uma dignidade.


Quando uma coisa tem preço, pode ser substituída por algo
equivalente; por outro lado, a coisa que se acha acima de
todo preço, e por isso não admite qualquer equivalência,
compreende uma dignidade."

No que tange o valor indexado na indenização, alude a agravante que:

“(...) é válido que o juiz, no caso concreto, estabeleça limites


a esse princípio e critérios objetivos para que a indenização
não seja um valor absurdo, nos precisos termos do disposto
no art. 944, § único, CC (...)”

Entretanto, o Código Civil impõe critérios para valorar o quantum


debeatur, vejamos:

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a


gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir,
eqüitativamente, a indenização.”

Ao que parece, não houve observância ao Caput do presente artigo,


visto que a vitima do acidente se encontra com debilidade mental, conforme declarado
na parte cognitiva dos autos.

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Ato continuo, vale ressaltar que a extensão do dano ocasionado ao


agravado não se pode ser comparado com uma mera restrição nominal em cadastro de
crédito ou a perca de um bem material, tendo em vista que além da saúde e de
intelecto, o agravado perdeu uma das coisas mais preciosas na vida de um homem,
que é sua família.

Adentrando ao mérito, o próprio Código Civil no seu artigo 949,


determina que o ofensor indenize o ofendido por lesão ou outra ofensa à saúde,
restituindo as despesas e os lucros cessantes suprimidos até cessar a enfermidade,
além dos prejuízos que o ofendido prove ter sofrido, in verbis:

“Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o


ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e
dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de
algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.”

Outrossim, se a ofensa resultar em defeito a qual o ofendido não possa


exercer sua atividade de ofício ou lhe diminuía a capacidade laboral, o que vem ao
caso, caberá indenização, além de despesas com o tratamento e lucros cessantes até
que se recupere, incluído pensão correspondente a importância do trabalho ou
depreciação do que sofreu, in verbis:

“Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido


não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe
diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das
despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da
convalescença, incluirá pensão correspondente à
importância do trabalho para que se inabilitou, ou da
depreciação que ele sofreu.

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir


que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.”

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Neste sentido, a Superior Tribunal de Justiça entende que:

“(STJ - REsp: 1349968 DF 2012/0220113-0, Relator:


Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Data de
Julgamento: 14/04/2015, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 04/05/2015)
Em primeiro grau, o pedido foi julgado parcialmente
procedente (e-STJ, fls. 279-290) para condenar a ré a pagar
ao autor, a título de indenização por danos materiais, os
valores por ele despendidos com exames, produtos
farmacêuticos e hospitalares, "conforme determina o art. 949
do Código Civil, que deverão ser atualizados desde cada
desembolso, e acrescidos de juros de mora de 1% ao mês
desde a citação" (e-STJ, fl. 289), além de reparação por
danos morais correspondentes a R$ 200.000,00 (duzentos
mil reais) e outros R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) por
danos estéticos, tudo devidamente atualizado e acrescido de
juros de mora de 1% ao mês desde a citação até a data do
efetivo pagamento. Foi imposto, ainda, à ré o pagamento de
pensão mensal, pela perda da capacidade laboral, de R$
600,00 (seiscentos reais), "a ser atualizado pelo INPC, a
contar desde a data do acidente até a data em que o autor
completar 70 anos (29⁄07⁄2056), a ser pago de uma só vez,
conforme parágrafo único do art. 950 do CC" (e-STJ, fl.
290), acrescido das custas e dos honorários advocatícios,
ante a sucumbência mínima do autor quanto ao pedido.”

Assim como:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO


ESPECIAL EDcl no REsp 813209 MG 2006.

E-mail: nereidagomescarvalho@hotmail.com
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PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO


RECURSO ESPECIAL.OMISSÃO CONFIGURADA.
RESPONSABILIDADE CIVIL. MOLÉSTIA
PROFISSIONAL.PENSÃO MENSAL VITALÍCIA. ART. 950
DO CC/2002 . CORREÇÃO MONETÁRIA.TERMO INICIAL.
1. Os embargos de declaração somente são cabíveis quando
houver na sentença ou no acórdão, obscuridade,
contradição, omissão ou erro material, consoante dispõe o
art. 535 , I e II , do CPC . 2. A pensão mensal vitalícia fixada
em razão da incapacidade laborativa total ou parcial
resultante de moléstia profissional, mercê do caráter
indenizatório, deve ser corrigida monetariamente a partir
do evento danoso. 3. Nesse contexto, a remuneração mensal
da autora declarada na petição inicial deve ser corrigida
monetariamente desde a data do evento danoso, para fins de
determinação do valor inicial da pensão mensal vitalícia,
incidindo correção monetária sobre o valor devido a contar
de cada vencimento. (...)”

Por fim, vale ressaltar sobre a possibilidade de cumulação dos danos


materiais e dos danos morais, conforme entendimento da sumula 37 da Superior Corte
de Justiça, in verbis:

“Súmula 37 STJ – São cumuláveis as indenizações por dano


material e dano moral oriundos do mesmo fato.”

III PEDIDOS

Ante o exposto, requer que seja indeferido o pedido na exordial,


negando à remessa da matéria a apreciação do E. Superior Tribunal de Justiça.

E-mail: nereidagomescarvalho@hotmail.com
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Outrossim, que seja indeferido o prosseguimento recurso especial por


falta de fundamentação jurídica que abarque o direito pleiteado.

Termos em que, se pede deferimento.


Goiânia, 12 de março de 2018

Nereida Cristina N. A. Gomes Carvalho


OAB/GO 30631

E-mail: nereidagomescarvalho@hotmail.com

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