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MAÇONARIA E PÓS-MODERNIDADE
INTERFACES, NOVOS DISCURSOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS
Mata/Shutterstock
2018
2
Sumário
Apresentação ................................................................................................................................ 3
Capítulo 1 – A era da comunicação, do conhecimento e da informação ..................................... 5
1.1 Uma sociedade em rede ..................................................................................................... 6
1.2 Comunidades virtuais .......................................................................................................... 7
1.3 A nova Caverna de Platão?.................................................................................................. 8
1.4 A Maçonaria na Internet ..................................................................................................... 9
Capítulo 2 – O pensamento pós-moderno e a Maçonaria .......................................................... 13
2.1 A condição pós-moderna .................................................................................................. 14
2.2 Desdobramentos ............................................................................................................... 15
2.3 Maçonaria, tradição e contemporaneidade ..................................................................... 20
Capítulo 3 – A vida em Loja ......................................................................................................... 21
3.1 A Loja ................................................................................................................................. 22
3.2 Comportamento em Loja .................................................................................................. 24
3.3 Organização dos trabalhos ................................................................................................ 27
3.4 A prática ritualística........................................................................................................... 28
Capítulo 4 – Interfaces, novos discursos, desafios e perspectivas.............................................. 34
4.1 Universalidade maçônica .................................................................................................. 34
4.2 O grande “Cisma” .............................................................................................................. 36
4.3 Teoria da dupla tradição ................................................................................................... 40
4.4 Igualdade de gênero.......................................................................................................... 41
4.4 Portadores de deficiência na Maçonaria .......................................................................... 45
Para concluir................................................................................................................................ 46
Referências .................................................................................................................................. 48
Sobre o autor............................................................................................................................... 52
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3
Apresentação
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4
1
Aldeia global é um termo criado na década de 1960 pelo filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan.
Ele tinha o objetivo de indicar que as novas tecnologias eletrônicas tendem a encurtar distâncias e o
progresso tecnológico tende a reduzir todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia: um
mundo em que todos estariam, de certa forma, interligados. Cf. MCLUHAN, Marshall. A galáxia de
Gutenberg: a formação do homem tipográfico. São Paulo, Editora Nacional, Editora da USP, 1972.
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6
2
SROUR, Robert Henry. Poder, cultura e ética nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1998. p.29-30.
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CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. v. 1. A era da informação: economia, sociedade e cultura. 6.
ed. São Paulo: Paz e Terra, 2012.p.414
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7
4
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora da Universidade Estadual
Paulista, 1991. p. 28.
5
HUNTER, B. Learning in the Virtual Community Depends upon Changes in Local Communities. In:
RENNINGER, K. A.; SHUMAR, W. Building virtual communities. Learning and change in cyberspace. New
York: Cambridge University Press, 2002. p. 96.
6
CASTELLS, op. cit., p. xiii.
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8
7
Cf. PLATÃO. República. Rio de Janeiro: Editora Best Seller, 2002.
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9
8
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulação. Lisboa, Relógio d’Água editores, 1991.
9
BAUDRILLARD, Jean. Tela total: mito-ironias da era do virtual e da imagem. Porto Alegre: Editora
Sulina, 1999. p. 59.
10
LLORENTE, José Antônio. A era da pós-verdade: realidade versus percepção. Revista UNO, São Paulo,
nº 27, 2017.p. 9.
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10
11
ISMAIL, Kennyo. Debatendo tabus maçônicos. Londrina: Ed. Maçônica “A Trolha”, 2016.
12
Ibid., p. 73.
13
RAIMUNDO, Nuno. A Maçonaria e as novas tecnologias de informação e comunicação (2016). In: A
partir pedra. Blogue sobre Maçonaria escrito por mestres da Loja Mestre Affonso Domingues. Disponível
em: <https://a-partir-pedra.blogspot.com.br/2016/05/a-maconaria-e-as-novas-tecnologias-de.html>.
Acesso em: 04 dez. 2017.
14
ISMAIL, op. cit, p. 74-75.
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11
15
Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo. Como checar informações na internet.
Disponível em: <http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/temas/internet-e-tecnologia/como-checar-
informacoes-na-internet.php>. Acesso em 29 jan. 2018.
16
Internet Lodge nº 9659. Disponível em: <http://internet.lodge.org.uk>. Acesso em 04 fev. 2018.
17
Lodge Ireland 2000. Disponível em <https://www.ireland2000.org/>. Acesso em 04 fev. 2018.
18
MORAIS, Cassiano Teixeira de. Evasão maçônica. Causas e consequências. 2.ed. Brasília: Ed. DMC,
2017. p. 104.
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12
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13
Vive-se hoje em “tempos líquidos”, nos quais nada foi feito para durar. São
tempos pós-modernos, nos quais a transitoriedade prevalece sobre os valores
tradicionais que até então davam sustentação às sociedades ocidentais.19
A incredulidade em relação às metanarrativas é a marca da condição pós-
moderna.20 Entende-se por metanarrativa, uma narrativa de nível superior capaz
de explicar todo o conhecimento existente ou de representar uma verdade
absoluta sobre o universo. Representam visões totalizantes da história, capazes
de prescrever regras de conduta política e ética para toda a humanidade. A Bíblia
e o Alcorão são exemplos de metanarrativas universalmente conhecidas. Da
mesma forma, as ideologias iluministas e marxistas também representam
metanarrativas.
As grandes narrativas estão em crise, em vias de desaparecer,
carregando com elas também as narrativas religiosas, que entram em declínio
juntamente com concepções filosóficas, utopias gerais e projetos históricos com
pretensões totalizantes. A consequência é que tudo que é sólido parece se
dissolver no ar e que a humanidade caminha sobre areia movediça.21
No que diz respeito à Maçonaria, algumas questões podem ser
levantadas. Que atitude ela deve adotar em relação à contemporaneidade? Deve
se tornar um reduto de conservadorismo, resistindo às mudanças do tempo, ou
deve estar em constante processo de construção, renovação e adaptação à pós-
modernidade? É o que será discutido a seguir.
19
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001
20
LYOTARD, Jean-François. O Pós-Moderno. 4.ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1993. p.24.
21
Tudo que é Sólido Desmancha no Ar é a obra mais conhecida do autor estadunidense Marshall Berman,
configurando-se numa história crítica da modernidade e contendo análises críticas de vários autores e
suas épocas - desde o Fausto de Goethe, passando pelo 'Manifesto' de Marx e Engels e pelos poemas em
prosa de Baudelaire.
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14
Cabe ressaltar que nem todos os autores optaram pelo termo “pós-
moderno”. Não obstante, apesar de usarem terminologias diferenciadas, não
escapam de apresentar a época atual como marcada pela subjetividade e
incertezas. A expressão “tempos hipermodernos”, por exemplo, é utilizada para
definir uma época na qual, ocorre a intensificação do tripé da modernidade, ou
seja, a exaltação do mercado, o individualismo e a escalada técnico-científica.23
O conceito de “modernidade líquida” também seria adequado para definir
o tempo presente. A metáfora do “líquido” ou da fluidez serve para ilustrar o
principal aspecto do estado dessas mudanças. Um líquido sofre constante
mudança e não conserva sua forma por muito tempo. As formas de vida
contemporânea se assemelham aos líquidos pela vulnerabilidade e fluidez,
incapazes de manter a mesma identidade por muito tempo, o que reforça um
estado temporário e frágil das relações sociais e dos laços humanos. Essas
mudanças de perspectivas aconteceram em um ritmo intenso e vertiginoso a
partir da segunda metade do século XX. Com as tecnologias, o tempo se
22
Entende-se por Modernidade o período, influenciado pelo Iluminismo, em que o homem passa a se
reconhecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal, e a se mover pela crença de que, por
meio da razão, se pode atuar sobre a natureza e a sociedade. Já a pós-modernidade teve início a partir
dos anos de 1960. As raízes da discussão encontram-se na crise cultural que se faz sentir principalmente
a partir do pós-guerra. O desencanto que se instala na cultura é acompanhado da crise de conceitos
fundamentais ao pensamento moderno, tais como verdade, razão e progresso. Cf. CHEVITARESE, L. “As
razões da pós-modernidade”. In: Análogos. Anais da I SAFPUC, Rio de janeiro: Boolink.
23
Cf. LIPOVESTSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.
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15
2.2 Desdobramentos
[...] Para onde foi Deus? gritou ele, já lhes direi! Nós o matamos –,
vocês e eu. Somos todos os seus assassinos! [...] O mais forte e mais
sagrado que o mundo até então possuíra sangrou inteiro sob os nossos
24
Cf. BAUMAN, op. cit. p.9
25
BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Ed. Zahar,
2004. p. 7
26
Cf. BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2011.
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16
punhais – quem nos limpará deste sangue? Com que água poderíamos
nos lavar? Que ritos expiatórios, que jogos sagrados teremos que
inventar? A grandeza deste ato não é demasiado grande para nós?
Não deveríamos nos tornar deuses, para ao menos parecer dignos
dele?27
27
NIETZSCHE, Friedrich W. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. Parte 125. p.147-148.
28
GIACOIA Jr., Oswaldo. Nietzsche. São Paulo: Publifolha, 2000. p.64-65.
29
LIPOVETSKY, Gilles. A era do vazio: ensaios sobre o individualismo contemporâneo. Barueri, SP:
Manole, 2005. p. xviii-xix.
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17
30
VÁZQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 15.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995. p.229
31
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27.ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p.42
32
Ibid., p.42.
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18
doravante propulsionam a nave espacial Terra, não são regulados nem pela
política nem pela ética nem pelo pensamento”.33
Ressalte-se o fato de que, a ação humana tecnologicamente
potencializada pode danificar irreversivelmente a natureza e o próprio homem.
Surge assim uma nova dimensão para a responsabilidade, que seja capaz de
interagir com essa nova ordem de grandeza, em termos de consequências
futuras para a ação humana.34
Tudo conduz a uma crise socioambiental sem precedentes, uma situação
que perdura desde as últimas décadas do século XX. Crise que afeta todos os
aspectos da vida humana – saúde, relações sociais, economia, tecnologia e
política. Uma crise de dimensões morais, intelectuais e espirituais, em tal escala
que, pela primeira vez na história, a humanidade está sendo obrigada a se
defrontar com a real ameaça de sua extinção e de toda a vida no planeta. 35
33
MORIN, Edgar. Rumo ao abismo: ensaio sobre o destino da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2001. p.7.
34
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de
Janeiro: Contraponto : Ed. PUC-Rio, 2006.
35
CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação: a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo: Cultrix,
2012. p.21
36
BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 2003.p. 132
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19
37
Governo do Estado de São Paulo – Secretaria do Meio Ambiente. Cadernos de educação ambiental:
consumo sustentável. Disponível em: <http://arquivos.ambiente.sp.gov.br/cea/2014/11/10-CONSUMO-
SUSTENT%C3%81VEL.pdf>. Acesso em 28 mar 2018.
38
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 11. ed.
Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 49.
39
KOTLER, Philip. Capitalismo em confronto: soluções reais para os problemas de um sistema
econômico. Rio de Janeiro: Best Business, 2015.p.22-23.
40
Ibid. p. 30-31.
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20
41
Cf. MORAIS, op. cit., p. 69-73.
42
BENDAVID, Naftali. Europa coloca suas igrejas vazias à venda. The Wall Street Journal. Jan. 7, 2015.
Disponível em: <https://www.wsj.com/articles/europa-coloca-suas-igrejas-vazias-a-venda-
1420607030>. Acesso em 28 mar 2018.
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21
43
CAMINO, R. da. A maçonaria e o terceiro milênio: objetos e objetivos da maçonaria. São Paulo:
Madras, 2005. p. 16.
44
TRAUTWEIN, B. Novos rumos à maçonaria. Londrina: Ed. Maçônica “A Trolha”, 1999. p. 32
45
Sobre o conceito de Prudência (phronesis) ver JAPIASSÚ, Hílton; MARCONDES, Danilo. Dicionário
básico de filosofia. Rio e Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991. p. 193.
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22
Por tudo que foi apresentado até agora, uma pergunta se faz obrigatória:
“Como tornar a Maçonaria mais interessante para os seus membros, como levá-
los a preferirem os trabalhos em Loja, num mundo cheio de novas atrações,
Internet, cinema, desporto de massas?”.46
Está aí mais um grande desafio, do qual nenhum maçom pode se eximir.
Reuniões burocráticas, repetitivas e sem conteúdo, quase sempre omissas em
relação a temas relevantes e que dizem respeito à atualidade, podem contribuir
para a desmotivação em relação aos trabalhos em Loja. Da mesma forma,
posturas autoritárias e dogmatismos de toda natureza, assim como problemas
de relacionamento interpessoal contribuem para o esvaziamento das oficinas
maçônicas. Antes de discutirmos esses fatores, cabe compreender o
significado do termo “Loja”.
3.1 A Loja
46
OLIVEIRA, Cipriano. Maçonaria: passado, presente e futuro. Londrina: Ed. Maçônica “A Trolha”, 2011.
p.47.
47
Em Maçonaria, Loja é reunião de maçons, enquanto que o Templo é o local onde são realizadas as
sessões maçônicas. Sobre o conceito de Loja ver CASTELLANI, José. Dicionário de termos maçônicos.
2.ed. Londrina: Editora Maçônica “A TROLHA”, 1995. p. 10102-103. Ver também CASTRO FILHO, Plínio
Barroso de. Dicionário enciclopédico maçônico do Rito Escocês Antigo e Aceito. 10 ed. Curitiba: Eureka
Editora, 2014. p. 275.
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23
48
Sobre as Comunidades de Prática ver WENGER, E. Communities of practice: learning, meaning and
identity. 18. ed. Cambridge: University Press, 2008.
49
KOFES, Suely. Dilemas na maçonaria contemporânea: um experimento antropológico. Campinas:
Editora Unicamp, 2015. p. 85.
50
BÍBLIA, A. T. Salmos. In BÍBLIA. Português. Estudando a Palavra de Deus. Petrópolis: Vozes, 1995. p.
588.
51
PETERS, Ambrósio. Maçonaria, história e filosofia. 2.ed. Curitiba: Academia Paranaense de Letras
Maçônicas: Grande Oriente do Estado do Paraná, 1999. p. 39
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24
Mas nem sempre é assim, visto que fatores comportamentais muitas vezes
comprometem a harmonia da Loja.
52
MORAIS, op. cit., p. 92
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25
53
Cf. ISMAIL, op. cit., p.164 e PETTERS, op. cit, p. 219
54
Sobre a competência comunicativa ver HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
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26
55
PETERS, op. cit., p. 212.
56
WEIL, Pierre. Relações humanas na família e no trabalho. 44.ed. Petrópolis: Vozes, 1992. p. 75.
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27
57
PETERS, op. cit., p. 213.
58
Sobre as causas das evasões ver MORAIS, op. cit., p. 92-93.
59
Cf. Anais do I Congresso Internacional de História e Geografia. Rio de Janeiro: Academia Brasileira
Maçônica de Letras, 1981.
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28
60
Cf. GALDEANO, L. F. As lojas universitárias e a modernização da Maçonaria. Um estudo no GOB na
Primeira Década do Século XXI. C&M. Brasília, Vol. 1, n.2, p. 125-136, jul/dez, 2013. Disponível em:
<http://cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem/article/viewFile/17/15>. Acesso em: 31 mar 2018.
61
Sobre o “desencantamento do mundo” ver WEBER, Max. Ensaios de sociologia. 5.ed. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos Editora, 1982.
62
PIKE, Albert G. O simbolismo da Maçonaria. v.2. São Paulo: Universo dos Livros, 2008. p. 89.
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29
63
GALVÃO, Octaviano. In: CASTELLANI, José. A Maçonaria moderna. 2ª ed. São Paulo: A Gazeta
Maçônica, 1987. p. 11.
64
Cf. MENEGAZZO, Carlos M. Magia, mito e psicodrama. São Paulo: Ágora, 1994. P. 90-91
65
KOFES, op. cit., p. 218.
66
FORTUNE, Dion. Magia aplicada. São Paulo: Editora Pensamento, 1988. p. 27-28.
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30
67
Usa-se o termo hierofania para designar a existência do sagrado quando se manifesta através de
objetos habituais do nosso cosmos. A sacralização da natureza ou os objetos sagrados.
68
NAUDON, Paul. A Maçonaria. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1968. p, 97-98
69
Genericamente, o termo inconsciente define todos aqueles processos mentais que ocorrem sem que o
indivíduo se dê conta. Sem que tenha consciência sobre eles. Para Freud, muito do que forma a
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31
consciência (desejos, lembranças, etc.) é inconsciente e escapam à própria consciência. Cf. JAPIASSU;
MARCONTES, op. cit. p. 131-132.
70
Sobre a ligação entre o homem profano e homo religiosus ver ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano.
São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 162-165.
71
Inconsciente Coletivo, segundo o conceito de psicologia analítica criado pelo psiquiatra suíço Carl
Gustav Jung, é a camada mais profunda da psiquê. Ele é constituído pelos materiais que foram herdados,
e é nele que residem os traços funcionais, tais como imagens virtuais, que seriam comuns a todos os seres
humanos. Cf. JUNG, Carl Gustav. Símbolos e interpretação dos sonhos. Rio de Janeiro: Vozes, 2011.
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32
72
NAUDON, op. cit., p. 86-87.
73
ELIADE, op. cit., p. 157
74
NAUDON, op. cit., p. 100.
75
ELIADE, op.cit., p.32.
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33
76
Cf. CHABOUD, Jack. Les francs-maçons. Toulouse: Éditions Milan, 2012. p. 26.
77
JINARAJADASA, C. Os ideais da Maçonaria. Curitiba: CEDITEO, 1987. p. 28-29.
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34
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35
78
O List of Lodges é uma publicação anual da Pantagraph Printing Stationery Company, e é uma
importante referência da Maçonaria regular enquanto fonte de consulta. A condição para uma Grande
Loja aparecer no diretório List of Lodges é o reconhecimento por dez (10) Grandes Lojas regulares dos
Estados Unidos da América. Fonte: <http://www.pantagraphprinting.com/2017LoL.html>
79
A disputa entre “Modernos” e “Antigos” é uma disputa fundamental da maçonaria Inglesa.
Classicamente, ela é enunciada assim: até 1750, a Maçonaria Inglesa esteve unida e uniforme. Em 1751,
maçons irlandeses que viviam em Londres e afeitos aos usos e costumes herdados dos operativos,
passaram a questionar as inovações da Grande Loja de Londres e Westminster e fundaram a “Grande Loja
dos Antigos”. A partir daí, a outra grande loja, passou a ser chamada de “Grande Loja dos Modernos”.
80
MUNIZ, André Otávio Assis. Curso elementar de maçonologia. São Paulo: Richard Veiga, 2016. p. 49-
50
81
PETERS, op. cit., p. 45.
82
Ibid., p. 121-122.
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36
Feito esse adendo, qual seria a regra a ser seguida no que diz respeito a
um poder maçônico superior?
A GLUI, que tem um pouco mais de 200 mil maçons é a regra? A
primeira sempre manda? Aliás, ela é realmente a primeira? Ou será
que os EUA, que possuem mais de 2,5 milhões de Maçons, seriam a
regra? Aliás, a regra é sempre se balizar pelos outros? Isso não seria
um tipo de “colonialismo”?83
Tema pouco explorado pelos estudiosos brasileiros, mas que não pode
ser ignorado pelo seu alcance e consequências foi o rompimento ocorrido na
segunda metade do século XIX entre o Grande Oriente de França (GODF) e a
Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI), as duas Potências mais tradicionais da
época.
Em 1877 o GODF suprimiu a obrigatoriedade da utilização da fórmula “À
G.·.D.·.G.·.A.·.D.·.U.·.” e franqueou que se utilizassem “ao progresso da
Humanidade” e “a Glória da Franco-Maçonaria Universal”. Por considerar essa
atitude incompatível com os Landmarks, em 1878 a GLUI rompeu com o GODF.
Portanto, a causa do rompimento foi uma divergência entre as concepções
teístas e deístas na condução dos trabalhos maçônicos.
83
ISMAIL, op.cit., p. 196.
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37
84
Sobre os conceitos de teísmo e deísmo ver JAPIASSÚ; MARCONDES, op. cit., p. 66 e p. 238.
85
VOLTAIRE. Deus e os homens. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 9.
86
Não pode ser meramente casual a coincidência tão marcante da Maçonaria Especulativa e do
nascimento do livre-pensamento e do deísmo, uma ideia bastante simpática aos pensadores ingleses e
franceses da época notoriamente influenciados pelo Iluminismo.
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38
87
MUNIZ, op. cit., p. 49-50
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39
e que deve fugir das heresias e do erro. O valor profissional era, assim, uma
forma de serviço à Deus.
88
CASTELLANI, José. A Maçonaria moderna. 2.ed. São Paulo: A Gazeta Maçônica, 1987. p. 21
89
NAUDON, op. cit., p.20
90
Ibid., p.21
91
Ibid., p.28
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40
92
Diversos autores sustentam a Teoria da Dupla Tradição, destaque para Mellor (1976); Kofes (2015);
Oliveira (2011); Lima (2012); Muniz (2016); Moretti (2012); e Chaboud (2012).
93
MELLOR, Alec. Os grandes problemas da atual Franco-Maçonaria: os novos rumos da Franco-
Maçonaria. São Paulo: Editora Pensamento, 1989. p. 170.
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41
94
Centro de Ligação e de Informação dos Poderes maçônicos Signatários do Apelo de Strasbourg.
Disponível em <http://www.clipsas.org/>. Acesso em 15 mar 2018.
95
European Masonic Alliance (EMA). Disponível em <http://www.ame-ema.eu/>. Acesso em 15 mar.
2018.
96
CASTELLANI, op.cit., p. 42.
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42
97
Cf. OLIVEIRA, op. cit., p. 54-57. Ver também Nascimento da OMMILDH disponível em
<http://www.droit-humain.org.br/website/pagina12.php> Acesso em 10 mar 2018.
98
PETERS, op. cit., p. 39.
99
ISMAIL, op. cit., p. 122.
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43
100
Cf. ISMAIL, Kennyo. Desmistificando a Maçonaria. São Paulo: Universo dos Livros, 2012. p. 70-73
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44
101
There exist in England and Wales at least two Grand Lodges solely for women. Except that these bodies
admit women, they are, so far as can be ascertained, otherwise regular in their practice. There is also one
which admits both men and women to membership. They are not recognised by this Grand Lodge and
intervisitation may not take place. There are, however, discussions from time to time with the women’s
Grand Lodges on matters of mutual concern. Brethren are therefore free to explain to non-Masons, if
asked, that Freemasonry is not confined to men(even though this Grand Lodge does not itself admit
women). Further information about these bodies may be obtained by writing to the Grand Secretary. Cf.
HFAF Official. http://www.hfaf.org/hfaf-official/
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45
102
KOFES, op. cit., p. 85.
103
ISMAIL op. cit., p. 123
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46
cegos são admitidos nas lojas para guiarem os irmãos nas iniciações, elevações
e exaltações. 104
Para concluir
104
Ver posição 10 grandes lojas estrangeiras [GL Estado de New York; Tennessee; Michigan;
Massachusetts; Maine; Kentucky; Irlanda; Geórgia; Inglaterra; Carolina do Norte]. Cf. ISMAIl, Debatendo
tabus maçônicos, p. 125-132.
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Referências
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Sobre o autor
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