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VALENTINO - VALOR

Valentino acabou sendo associado aos que se amam, e o no". Um valor é algo que "vale alguma coisa" para al-
"dia de São Valentino" é mais ou menos o equivalente do guém. Um valor não é algo necessariamente "verdadei-
mais moderno "dia dos namorados". Parece que isso suce- ro", embora seja considerado assim por aquele que o
deu por causa do fato de que os pássaros iniciam seu perí- considera. Alguns valores são falsos. Um valor é algo de-
odo de cruzamento mais ou menos na época dessa festa sejável ou útil. As pessoas não concordam quanto aos va-
religiosa. Os namorados começaram a chamar-se mutua- lores, pelo que muita filosofia e teologia circunda a
mente de "valentinos", e, especialmente em alguns luga- questão. São numerosas as teorias de valor. Posso valori-
res, cartões especiais de saudações eram enviados uns aos zar uma fotografia ou algum item que, para outrem, não
outros. Um dos serviços supostamente prestados por São tenha nenhum valor. Avaliações subjetivas tornam-se parte
Valentino era o de pacificar os namorados que brigassem, integrante dessa questão e nem sempre estão envolvidas
no interesse da concórdia e do amor restaurado. questões de certo e errado. Mas muitos valores têm uma
Outra explicação sobre como São Valentino acabou valia intrínseca e objetiva. Alguns valores são práticos ou
tendo seu nome misturado com os amantes é menos ro- pragmáticos; mas outros pertencem ao terreno do
mântico, mas provavelmente é mais veraz. Os pagãos bem-estar da alma. Possuir uma casa confortável é um
costumavam desenhar gravuras bastante sensuais de suas valor pragmático muito importante para alguns. Mas
namoradas. em honra a Februata Juno, uma deusa da fer- higidez da alma é um valor intrínseco.
tilidade, cujo festival ocorria até pelos meados de feve-
reiro. Mediante sincretismo, Valentino tomou o lugar até Idéias dos filósofos:
então conferido a Februata Juno. 1. Platão encontrava valores instrumentais nesta esfe-
ra terrena, embora achasse valores intrínsecos e perma-
VALIDADE nentes no mundo das Idéias (Formas, Universais, vide).
Essa palavra vem do latim, yaliditas; "força". Essa Todos os valores terrenos, para ele, são pobres imitações
palavra tem uma larga aplicação, mas na filosofia aplica-se dos valores eternos. Os valores terrenos usualmente são
principalmente à lógica. Aquilo que é válido é aquilo que, instrumentais: buscam algum cumprimento prático. Os
de acordo com as evidências, é sadio, bem escolhido, su- valores eternos pertencem a Deus (segundo se vê no diá-
ficiente, eficaz e amplo. Validar significa mostrar ser ve- logo platônico Leis).
raz, digno ou bom, e isso através de uma adequada 2. Sorley seguia, de modo geral, a análise platônica.
demonstração de fatos. Porém, aplicava valores instrumentais às coisas, e valo-
1. Na lógica dedutiva, a validade é semântica, ou seja, res intrinsecos às pessoas.
depende da veracidade das premissas. Se as premissas 3. Dewey referia-se aos valores instrumentais em sua
são verdadeiras, e se forem seguidas as leis fundamen- forma de pragmatismo (ver a respeito), onde faziam par-
tais, então as conclusões serão válidas e verazes. Mas, em te de sua doutrina de contínuo de meios-fins. Todos os
caso contrário, então as conclusões serão falsas, a despei- fins tornam-se novos meios, pelo que jamais poderá ha-
to da obediência às leis básicas da lógica dedutiva. ver estagnação. Ele pensava que todos os valores podem
2. "Em todos os sistemas formais e logísticos, incluindo ser extrínsecos (intermediários) ou intrínsecos e evitava
o cálculo proposicíonal, a validade é sintática. Em outras o sistema de valores dualista da concepção platônica.
palavras, é antes uma propriedade do sistema do que dos 4. R. B. Perry alistava oito categorias de valores, e a
argumentos isolados. Os diversos tipos de argumentos dos essas categorias como um todo chamava de "reino". Es-
sistemas logísticos, também conhecidos como 'esquemas ses valores são morais, estéticos, científicos, religiosos,
funcionais da verdade', são válidos sob qualquer interpre- econômicos, politicos, legais e costumeiros.
tação de 'fórmulas bem formadas' do sistema" (P). 5. Alexandro Korn distinguia nove tipos de valores:
3. Peirce (e depois, outros) aplicava a palavra válido à econômicos. instintivos, eróticos, vitais, sociais, religio-
lógica indutiva quando os argumentos acumulados "pen- sos, éticos, lógicos e estéticos. E concebia que cada um
dem na direção da verdade" que estiver sendo considera- desses tipos tinha seu respectivo pólo. Para exemplificar,
da. As evidências acumuladas produzem conclusões que os valores econômicos teriam um pólo útil e outro inútil;
podem ser consideradas válidas. os valores instintivos teriam um pólo agradável e outro
4. Em umafé religiosa, o primeiro teste da validade é desagradável. Cada grupo de pólos também poderia ser
a revelação, usualmente achada em Livros Sagrados. classificado quanto ao seu tipo básico, como utilitário,
Outras provas são a vida moldada segundo a lei do amor, hedonista, etc.
que é o grande princípio ético, bem como a razão e a 6. Scheler inventou um sistema de hierarquia de valo-
intuição. Não fica anulada a investigação empírica, em- res, tendo alistado os principais valores como os sensóri-
bora ela receba uma importância secundária, na concep- os, a vida, os valores espirituais e religiosos, subindo na
ção da maioria das pessoas de mente religiosa. A ordem da importância.
validação trivial, infelizmente popular, é o método de 7. C.S. Lewis distinguia cinco tipos de valores,
texto de prova, mediante o qual uma citação extraída de classificando-os quanto às funções ou natureza específi-
algum livro sagrado, como a Bíblia, supostamente solu- ca: utilitários, instrumentais, inerentes, intrínsecos e
cionaria, instantaneamente, todas as questões neste mun- contribuidores.
do e fora dele. 8. G.H. von Wright considerava todos os valores como
aspectos da bondade, tendo descrito tipos específicos:
VALIDADE (VALOR) instrumentais, técnicos, utilitários, hedôrricos e do
Ver os seguintes artigos que se relacionam a esses ter- bem-estar.
mos: Validade; Valor; Valor, Juízes de Valor e 9. A axiologia é a "filosofia dos valores". Usualmente
Liberdade-de-Valor; Valor, Teorias de; Valores Finais. são distinguidos três sistemas básicos de valor: ética, re-
Ver também Axiologia. ligião e estética. Ver sobre Axiologia.
10. A mente religiosa assevera que Deus é a origem
VALOR dos grandes valores da vida, embora admita que existam
Essa palavra vem do latim valere, "ser forte", "ser dig- valores terrenos, instrumentais. Também haveria valores.

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VALOR EXTRÍNSECO - VALOR, TEORIAS DE
como os técnicos, hedônicos, e mesmo eróticos, os quais é, necessariamente, o que deveria existir, e equiparar o é
devem ser levados em conta, com moderação, sem ja- com o deve ser, é apenas uma falácia. Uma excessiva
mais nos esquecermos de que os principais valores deve- liberdade-valor ajusta-se a essa falácia.
riam governar-nos na vida. Ver sobre Valores Finais.
VALOR, TEORIAS DE
VALOR EXTRÍNSECO Ver o artigo geral sobre a Axiologia, que aborda os três
Ver o contrário, o valor intrínseco. Um valor extrínseco campos amplos da ética, da estética e da religião, bem
é algo que tem valor por causa dos efeitos que produz, e como os valores desses sistemas. As teorias de valor dis-
não por causa daquilo que a coisa é em si mesma. Uma tinguem determinado número de tipos diversos, conforme
expressão sinônima é valor instrumental. A distinção entre mostramos no artigo intitulado Valor, onde são alistados os
valores intrínsecos e valores extrínsecos foi desenvolvida filósofos envolvidos e as idéias que eles têm ensinado.
dentro da filosofia grega, pelo menos desde a época de Termos úteis relacionados à teoria de valores são:
Platão (República). Dewey, nos tempos modernos, desa- cognitivo, não-cognitivo; absoluto, relativo; natural,
fiou a validade dessa distinção em conexão com o seu desnatural, sobrenatural; essencialista, existencialista,
raciocínio acerca dos contínuos meios e finalidades. Os justificável e não-justificável; divino e humano.
fins, que poderíamos postular como finalidades, por si Idéias de Vários Filósofos:
mesmos tornam-se os meios para a busca de novos valo- I. Pitágoras identificava os valores com os números,
res, pelo que todos os valores seriam, na verdade, instru- o que, até certo ponto, foi uma antecipação da teoria atô-
mentais ou extrínsecos. mica. Para ele, o valor é a matemática aplicada. Natural-
mente, isso deu origem à numerologia.
VALOR INTRÍNSECO 2. Heráclito pensava que o conflito é o poder que gera
Um valor intrínseco é algo que é valioso em si mesmo, todos os valores, de natureza cósmica, terrena ou pessoal.
à parte de conseqüências ou fatores condicionadores. A 3. Platão rejeitava aquelas filosofias que acham valor
expressão "valor final" é usada como sinônimo desse con- nas considerações meramente terrenas, especialmente de
ceito. Na ética (vide) de quase todos os sistemas, a lei do tendências hedonistas e pragmáticas. Ele buscava os va-
amor é tida como tão valiosa e profunda que ela é válida lores intrínsecos e eternos, que vão além do campo dos
por si mesma, sem precisar de qualquer outra prova ou sentidos e das coisas que os sentidos são capazes de de-
comprovação externa, embora, como é óbvio, seus resul- tectar. Ele cria que os verdadeiros valores podem ser des-
tados derivem-se de seu valor. Outros valores intrínsecos cobertos pela razão, pela intuição e pelas experiências
seriam a bondade, a inocência, a justiça e a utilidade. místicas (como a contemplação). Descobria verdadeiros
Aquelas coisas que são valiosas por produzirem bons re- valores na hierarquia das Idéias (ou Universais, vide), e
sultados são chamadas de valores extrínsecos (vide). Te- dava supremo valor à Bondade (virtualmente o seu Deus).
mos aí o pragmatismo (vide) em operação. Assim, aquilo Daí ele extraía valores principais, como a justiça, a ver-
que funciona bem é valioso, embora seja evidente que dade, a beleza, etc.
aquilo que funciona bem para uma pessoa não funciona 4. Aristóteles buscava seus valores neste mundo mate-
bem, necessariamente, para outra. A distinção entre dois rial, os quais seriam determinados pelos interesses e be-
alegados tipos de valor vem sendo reconhecida na filoso- nefícios humanos, com freqüência alicerçados na
fia desde a época de Platão. Dewey e outros pragmatistas, utilidade, principal virtude dos valores, segundo ele.
entretanto, negam essa distinção, supondo que todos os 5. Sidgwick, G. E. Moore e w'D. Ross acreditavam
valores sejam práticos e instrumentais. Ver o artigo sepa- que os valores são descobertos pelos poderes intuitivos
rado Valores, Teoria dos. do homem.
6. Nietzsche asseverava que os valores são arquiteta-
VALOR, JUÍZOS DE E LIBERDADE-VALOR dos a partir da experiência humana, embora continuem
Os filósofos falam muito sobre os juizos de valor. São sujeitos ao juízo de "melhor e pior". Usualmente, esses
avaliações morais, éticas e religiosas a respeito das con- valores viriam à tona em situação de conflito, de ressenti-
dições da sociedade, dos atos pessoais e coletivos, etc. mento e de luta pelo poder, mas seriam capazes de uma
Essas avaliações indicam se os atos ou condições são transformação criativa.
"bons", "maus", "úteis", "inúteis", "legais", "ilegais", etc. 7. Kant e o neokantianismo opinam que os valores são
Em certo sentido, a lei é um sistema que faz osjuízos de objetivos, um fator que subjaz à existência, uma parte
valor tornarem-se oficiais e obrigatórios para uma socie- das categorias da mente, que se impõe a este mundo da
dade. As religiões muito estão envolvidas nessa questão percepção dos sentidos. Os valores seriam uma chave, se
de fazer juízos de valor. Os modernos cientistas sociais não mesmo "a chave" para a teoria do conhecimento.
mostram-se cautelosos quanto a fazer juízos de valor a Munsterberg (seguindo as idéias de Fichte) acreditava que
respeito das condições sociais que estudam, como se to- os valores dependem da Vontade Absoluta.
dos estivessem certos, se é que pensam que o estão. Natu- 8. Meinong asseverava que os valores derivam-se de
ralmente, é verdade que umjuízo de valor, com freqüência sentimentos dotados de algum valor intrínseco.
é algo subjetivo, condicionado pela cultura em que uma 9. C.S. Lewis referia-se aos valores em termos de "rea-
pessoa foi criada, ou pela religião que segue. Muitos juízos ção". O homem teria reações morais, cognitivas e estéti-
de valor, entretanto, equivocam-se. Por outra parte, a éti- cas, e daí é que emergiriam os valores.
ca é impossível sem os juizos de valor. 10. Dewey cria que os valores são instrumentais. Os
Liberdade- Valor. Esse é o nome que se dá à asserção valores derivar-se-iam do hábito humano de ''valorizar ou
que diz que os cientistas sociais (ou filósofos) deveriam privilegiar", uma atividade que é oriunda de seus interes-
evitar fazer juízos de valor, concedendo liberdade para ses e necessidades específicas. Os valores têm uma tarefa a
todos, sem qualquer censura. Porém, a Lei de Hume cer- realizar, para que as coisas almejadas sejam concretizadas.
tamente está com a razão. Aquilo que é, não é necessari- 11. Morits Schlick afirmava a natureza relativa dos
amente o que deveria ser. A falácia naturalista não passa, valores, e mediante o raciocínio positivista, rejeitava a
realmente, de uma falácia. O que existe na natureza não idéia de valores absolutos.

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VALOR, TEORIAS DE - VALORES FINAIS
12. Sartre asseverava que os valores são meras inven- das obras". Ele fala de guardar os mandamentos de Deus
ções dos homens, enredados em seu dilema existencial. pelo poder transformador do Espírito, e os mandamentos
Mas nem seriam essências de coisas eternas e nem seri- aqui são a exigência moral divina escrita no coração.
am justificáveis. Obviamente, este tipo de guardar as ordenanças é neces-
13. Charles Stevenson acreditava que os valores estão sário à salvação, porque isto é somente uma outra manei-
baseados nas emoções. As emoções das pessoas têm a ra para dizer: "o Espírito trabalha em nós para formar a
capacidade de produzir reações eficazes diante das situa- imagem de Cristo na alma.. Isto é a própria essência da
ções, criando normas que facilitam a avaliação. Os siste- salvação".
mas éticos não estariam alicerçados sobre diferenças de 7. As obras como sinônimo da graça. A graça nos traz
crença, mas sobre atitudes diferentes. a força transformadora do Espírito. Esta força ativa po-
14. As religiões, de maneira geral, afirmam a natureza demos chamar de "obras", mas as obras, neste caso, são
divina dos valores impostos aos homens, "de cima para divinas, não humanas. Este tipo de obra é "guardando as
baixo", pelos poderes divinos, por Deus, por alguma hie- ordenanças de Deus" misticamente, isto é, pela comu-
rarquia de espíritos, etc. Isso não nega a realidade de va- nhão que temos com o Espírito. Este processo exige, na-
lores pragmáticos e instrumentais, mas afirma que existem turalmente, a cooperação da vontade humana que é a parte
valores absolutos que não são criações humanas. O que o homem tem no processo espiritual (ver Efé. 2:8-10).
bem-estar e o destino da alma estão envolvidos nesses 8. Tais tipos de obras estão envolvidas na questão de
tipos mais elevados de valores, éticos e espirituais em galardões e galardões são envolvidos na "glorificação".
sua essência. A glorificação é a fruição da salvação futura. Portanto,
estes tipos de obras são a verdadeira essência da nossa
VALORES DA VIDA salvação. Ver o artigo separado sobre Galardão, bem como
Os valores verdadeiros na vida. O que realmente im- a Lei da Semeadura e Colheita.
porta? Não os ritos, ou ordenanças, ou cerimônias, ou 9. Esses tipos de "obras" não são meros "resultados"
espetáculos externos, ou o ser membro de alguma organi- da nossa salvação. São a própria salvação nas suas opera-
zação religiosa, ou o batismo, ou a Ceia do Senhor, em- ções.
bora todas essas coisas tenham a sua própria importância, 1O. A capacidade de guardar as ordenanças de Deus, é
dentro de sua própria categoria. O que realmente impor- criada pelo exercício dos meios espirituais como estudo:
ta, é: treinamento do intelecto nas coisas espirituais, oração,
1. Ser nova criatura, nova criação, recebendo a trans- meditação, prática da lei do amor, santificação, o toque
formação segundo a imagem de Cristo, através do pro- místico (dons espirituais).
cesso místico. (Ver Rom. 8:29).
2. A participação na natureza divina. (Ver o artigo so- VALORES FINAIS
bre Divindade, Participação dos Homens na). Ver o artigo Validade (Valor), onde são alistados vári-
3. Em Gál. 5:16 encontramos outra resposta paulina: os artigos que abordam essa questão dos valores. Ver tam-
"Porque em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a bém o artigo geral Axiologia. Um valor final é aquele
incircucisão, têm valor algum, mas a fé que atua pelo que uma pessoa qualquer considera o alvo principal de
amor". Isso porque o amor é o cumprimento mesmo da sua vida. Esse alvo pode ser secular ou transcendental.
lei inteira (ver Rom. 13:10). Naturalmente, alguns filósofos não crêem na existência
4. Em 1Cor. 7: 19, o que tem valor é a "observância dos de tais valores, pois assumem uma atitude pragmática ou
mandamentos de Deus". Paulo não aborda aqui a ques- cética.
tão, mas isso é feito através do amor, o grande motivador Idéias dos filósofos:
espiritual de todas as atividades cristãs. (Quanto a esse 1. Platão e Aristóteles. O primeiro foi o mestre do se-
mesmo princípio, ver os trechos de João 14: 15; 15: 12 e 1 gundo, mas não concordavam quanto a tudo. De fato,
João 4:21. Quanto ao grande tema do "amor", ver o arti- quanto a algumas questões, assumiram pontos de vista
go separado; ver João 3:16; 14:21; 15:10; e Rorn. 5:5,8). contrários. Platão concebia seu valor final em termos do
A passagem do décimo terceiro capítulo da primeira epís- retorno da alma ao mundo das Idéias (Formas ou Univer-
tola aos Coríntios apresenta-nos o grande hino de louvor sais). Ver sobre Universais. Esse retomo envolveria a ab-
ao amor cristão. sorção da alma pelo Eterno, quando ela deixaria de ser
5. A grande verdade é que o amor é a estrada mais meramente perene para ser imortal. Nesse retomo é que
rápida de retomo a Deus. Em outras palavras, no espírito se acharia a verdadeira felicidade.
do amor, o homem é mais prontamente reconciliado com Aristóteles, por sua vez, achava que o valor final dos
o seu próprio eu mais elevado, com os seus semelhantes e homens encontra-se nesta esfera terrestre, exaltando a
com Deus. O amor é fruto do Espírito de Deus, e nunca função (completa auto-realização) como a principal vir-
uma realização humana, se porventura é um fator espiri- tude a ser buscada. Essa função consistiria na tarefa es-
tual verdadeiro (ver Gál. 5:22,23). O amor cristão trans- pecífica que cada indivíduo precisa realizar na sociedade,
forma moralmente os homens, e essa transformação moral para seu bem e para bem da comunidade. Desse modo, o
provoca a transformação metafisica, por intermédio da homem seria feliz, a idéia que Aristóteles mais afagava
qual assumimos a própria natureza de Cristo, no sentido como valor final do ser humano. Tomás de Aquino acei-
mais literal do termo. Ora, tudo isso está envolvido na tava essa análise, embora conferindo-lhe uma interpreta-
"observância dos mandamentos de Deus", o que o após- ção cristã, pois via a felicidade em Deus e no bem-estar
tolo dos gentios identifica neste versículo como aquilo eterno da alma. A felicidade (no grego, eudaimonia) sem-
que realmente tem importância. pre foi a principal candidata para ocupar o lugar de valor
6. Guardando as ordenanças de Deus, 1 Cor. 7:19. final na filosofia e na religião. Entretanto, esse termo tem
Como aplica o textoaqui, deve ser interpretado através sido definido de maneiras muito diferentes.
dos olhos paulinos. E impossível que a expressão possa 2. O prazer sempre foi o valor final para muitas pesso-
ser interpretada legalisticamente. Paulo não volta, num as. Para algumas em seu aspecto físico (como para os
momento de descuido, para a noção de "salvação através hedonistas; ver sobre Hedonismo); e para outros em seu

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VALORES FINAIS - VAMPIRO
aspecto mental (como no Epicurismo; vide). Nomes vin- dizia que Deus é o valor final do homem. Mas como Deus
culados à teoria do prazer são Aristipo (vide), fundador é esse valor, tem sido variadamente interpretado. Ver o
da escola cirenaica, Epicuro, Demócrito, Pirro (vide) e sexto ponto.
Lucrécio. Para o epicurismo, o prazer é a ataraxia, o pra- 17. Ortega y Gasset e Jean Paul Sartre salientavam a
zer moderado (principalmente mental), desfrutado na tran- autenticidade como o valor final do homem. De modo
qüilidade. Na filosofia moderna, Jeremy Bentham, James geral, os valores são invenções humanas, e a autenticida-
Mill, John Stuart Mill, Sigmundo Freud e a maioria dos de é uma realização humana. Para o primeiro, a "verda-
pragmatistas têm exaltado alguma forma de prazer como deira vocação" é a esfera da autenticidade. Para o último,
o valor final do ser humano. o homem inventa os seus valores à luz da afirmação de
3. O confucionismo (vide) nunca salientou algum va- que "Deus está morto", O homem toma-se autêntico por
lor final, mas tem sugerido o jen (humanidade), o li (pro- si mesmo, quando deixa de lado falsas suposições. In-
priedade) e a sinceridade, como os principais valores. venta a pessoa que queres ser (excetuando apenas a pes-
4. O taoísmo (vide) tem ensinado que a adaptabilida- soa de Deus), e serás essa pessoa (autêntica).
de, a flexibilidade, o viver acompanhando o tempo, a ina- 18. Camus opinava que a solidariedade humana (ou-
ção e a tranqüilidade são os principais valores. A tro nome para o "amor") é a principal finalidade da vida
combinação dessas coisas é que comporia o caminho do humana.
Tao; e o homem espiritual deixar-se-ia envolver por elas. 19. O summum bonum, o valor final da existência hu-
5. O estoicismo tinha apenas um valor final, a apatia. mana, é variadamente interpretado pelas religiões, mas
De acordo com o estoicismo romano, moderação e tran- quase todas elas encontram esse valor em Deus e em como
qüilidade foram substituídos pela total impassibilidade. Deus relaciona-se com os homens. Na Igreja cristã, po-
6. O cristianismo salienta o amor (no grego, agapé) pularmente, o valor principal consiste em terem sido per-
como o valor final na vida diária. Alguns filósofos, como doados os pecados de alguém, que um dia transferir-se-ia
C.S. Peirce, têm destacado o agapismo, o aumento gra- para o céu, desfrutando de condições utópicas para sem-
dual do amor em todos os relacionamentos humanos. No pre. Os teólogos costumam salientar a Transformação à
cristianismo, o valor final encontra-se em Deus, e o ho- Imagem de Cristo (vide) como o principal valor, que fa-
mem obtém esse valor, neste lado da existência, na Visão ria parte intrínseca da Visão Beatífica (vide), o que, por
Beatifica (vide), que resulta em profunda transformação sua vez, envolve a participação na própria natureza divi-
do ser humano segundo a imagem de Cristo e a participa- na (ver 11 Ped. I :4), mediante a participação na natureza e
ção na natureza divina (ver II Ped. 1:4; Rom. 8:29; II Cor. nos atributos do Filho de Deus (ver Rom. 8:29) e na
3:18 e Efé. 3:19). pleroma, a totalidade da natureza e dos atributos de Deus
7. Teodoro, o Ateu, ensinava que a inteligência prática Pai (ver Efé. 3:19).
pode levar o homem a gozar de uma alegria permanente,
que era o seu valor final. VALORES INSTRUMENTAIS
8. Petrarca designava o autocultivo como o principal Ver sobre Valor, pontos primeiro e segundo. Ver também
valor do homem. Telésio preferia pensar na os artigos intitulados Bem Instrumental e Bem Intrínseco.
"autopreservação".
9. Spinoza ensinava que a felicidade, obtida por meio VAMPIRO
da sabedoria, é o valor final. Parece que a origem desse vocábulo é eslava; mas os
10. Schopenhauer; em seu fantástico pessimismo, ain- dicionários não ousam sugerir o que a palavra significa-
da assim pensava que há valor na simpatia. De fato, para va originalmente. Todavia, a tradição a respeito dos vam-
ele, esse seria o único valor final que podemos encontrar piros é bastante clara. Estão em vista os mortos-vivos, ou
neste mundo lúgubre. Para evitar a dor, ele pensava que a seja, cadáveres que, presumivelmente, poderiam ser rea-
renúncia revestia-se de valor, o que poderia ser classifi- nimados, cadáveres vivos, se é possível imaginar tal aber-
cado como um valor secundário. ração. Tal cadáver precisa de sangue para continuar
11. Com te , em sua abordagem positivista, localizava o "vivendo", o que explica por que vive constantemente à
valor no aqui-e-agora, pensando que a "ordem e o pro- cata de sangue. Quando um vampiro morde alguém, esse
gresso" (incidentalmente, o lema que aparece na bandei- alguém é infeccionado pelo vampirismo, e assim a espé-
ra brasileira) sejam as questões mais importantes. cie se vai multiplicando!
12. A auto-realização ou autocumprimento tem sido o A ciência tem demonstrado que existe uma espécie de
principal valor, na concepção de muitos, como os vampirismo. Trata-se de uma condição patológica na qual
neo-hegelianos, e, naturalmente, a ênfase aristotélica so- a pessoa tem tremenda necessidade de sangue, e passa a
bre a virtude como função, o que já sugeria isso. T.H. morder as pessoas e a lamber-lhes e sorver-lhes o sangue.
Green interpretava a auto-realização em termos de um No entanto, a pessoa afetada é apenas alguém que está
impulso na direção da perfeição humana. Stirner opina- enfermo, e jamais um morto-vivo. Mas há muitas "su-
va que a individualidade bem desenvolvida é necessária perstições", surgidas em tomo dessa questão. Uma delas
para o ser humano. é que se um gato saltar por cima de um cadáver, quando
13. Nietzsche, em sua busca pelo super-homem, faz da este está no esquife, antes de ser sepultado, esse corpo
força de vontade a principal virtude humana, o seu prin- será reanimado, tomando-se um vampiro. As lendas tam-
cipal valor. Se aquilo que o homem quiser pode ser con- bém asseveram que os vampiros só agem à noite, a me-
cretizado, então a criação do super-homem é a mais nos que se transformem em morcegos, o que pode ampliar
importante empreitada da humanidade. seu período de consciência, De outra sorte, o vampiro
14. Royce opinava que a lealdade é aquilo que os ho- ficará adormecido. Se alguém puder apanhar um vampi-
mens mais deveriam valorizar. ro enquanto estiver "dormindo" em seu caixão (sua resi-
1S. Albert Schweitzer pensava que a reverência à vida dência constante) enfiando-lhe uma estaca no coração,
é a principal atitude que devemos cultivar. Para ele, esse terá diminuído a população vampiresca. E uma outra
é o valor final, bem como a chave mesma da ética. maneira de aniquilar um vampiro é conseguir dar um tiro
16. William Temple, refletindo a maioria das religiões, no coração de um vampiro que esteja atacando, com bala

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