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Universidade Federal de Viçosa

Departamento de Engenharia Agrícola


ENG 661 Eletrificação Rural

Energia Fotovoltaica

Enga. Eletricista Claudia Valéria Tavora Cabral


Mestranda na Área de Energia

Viçosa, MG
2001
ENERGIA FOTOVOLTAICA
_______ CLAUDIA VALÉRIA T. CABRAL___________________________________________

ENERGIA FOTOVOLTAICA

SUMÁRIO

I – INTRODUÇÃO.............................................................................................................2

II – RADIAÇÃO SOLAR E EFEITO FOTOVOLTAICO............................................5


2.1 - Radiação Solar: Captação e Conversão.......................................................................5
2.2 - Radiação Solar a Nível do Solo...................................................................................9
2.3 - Efeito Fotovoltaico...................................................................................................13

III – COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO.........................................15


3.1 – Introdução.................................................................................................................15
3.2 – Componentes básicos................................................................................................16
3.2.1 – Painel Solar............................................................................................................16
3.2.2 – Baterias...................................................................................................................17
3.2.3 – Condutores.............................................................................................................17
3.2.4 – Fusíveis..................................................................................................................17
3.2.5 – Controladores de carga...........................................................................................18
3.2.6 – Inversor..................................................................................................................18
3.2.7 – Rastreador solar......................................................................................................19

IV – DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO...............................20


4.1 – Metodologia..............................................................................................................20
4.2 – Projeto elétrico de uma residência............................................................................21

V – MANUTENÇÃO DO SISTEMA ............................................................................26


VI – ANÁLISE ECONÔMICA.......................................................................................26
6.1 – Introdução.................................................................................................................26
6.2 – Análise da viabilidade econômica do
sistema fotovoltaico numa vila da região amazônica ..............................................27
6.2.1 – Introdução..............................................................................................................27
6.2.2 - Sistema Diesel........................................................................................................28
6.2.3 – Considerações sociais e ambientais.......................................................................30
6.2.4 – Conclusões da análise econômica..........................................................................31

VII – CONCLUSÃO.............................................................................................................................31
ANEXO III........................................................................................................................33
VIII – BIBLIOGRAFIA..................................................................................................37

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ENERGIA FOTOVOLTAICA

I – INTRODUÇÃO:

A utilização da energia gerada pelo sol, seja como fonte de calor ou de luz, é uma
das alternativas energéticas mais promissoras para se enfrentar os desafios do novo
milênio, sendo o sol praticamente responsável pela origem de todas as outras fontes de
energia.
Em apenas uma hora, o Sol fornece à terra uma quantidade de energia superior ao
que aqui se consome durante um ano inteiro.
O Sol deve perder, nada menos, de duzentos e cinqüenta milhões de toneladas por
minuto. Essa desastrosa desintegração do Sol nos faz temer, naturalmente, pelo seu futuro.
Mas o seu peso é tão grande que, apesar desse enfraquecimento vertiginoso, teremos sol
por vários bilhões de anos, pelo menos é o que nos asseguram os astrofísicos.
Algumas formas de utilização da energia solar:
 Energia Solar Fototérmica: nesta análise, interessa saber a quantidade de energia que
um determinado corpo é capaz de absorver, sob a forma de calor, a partir da radiação
solar incidente no mesmo, e o modo de captá-la e armazená-la. Para se utilizar a
energia solar fototérmica, são utilizados equipamentos, sendo os mais difundidos com
objetivo específico, os coletores solares (aquecedores de fluidos líquidos ou gasosos,
classificados em coletores concentradores e coletores planos dependendo da existência
ou não de dispositivos de concentração da radiação solar).
 Arquitetura Bioclimática: é o estudo que visa harmonizar as construções ao clima e
características locais, para maior conforto do homem que habitará ou trabalhará nelas, e
aproveitando a energia solar, através de correntes convectivas naturais e de
microclimas criados por vegetação apropriada. Adotam-se soluções arquitetônicas e
urbanísticas adaptadas ao clima e hábitos de consumo de cada lugar, através da
utilização da energia que pode ser diretamente obtida das condições locais. Não se
restringe a características arquitetônicas adequadas. Além disso, há preocupação com o
desenvolvimento de equipamentos e sistemas que são necessários ao uso da edificação
tais como: aquecimento e circulação de água, circulação de ar, iluminação, conservação
de alimentos etc., e com o uso de materiais de índice energético o mais baixo possível.
 Energia Solar Fotovoltaica: é a energia obtida através da conversão direta da luz em
eletricidade (Efeito Fotovoltaico). O efeito fotovoltaico, segundo o relato de Edmond
Becquerel, em 1839, trata-se do aparecimento de uma diferença de potencial nos
extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção da luz. A
unidade fundamental do processo de conversão é a célula fotovoltaica. Na figura 1 são
apresentados, de forma cronológica, os principais eventos no desenvolvimento dos
equipamentos de conversão da energia solar fotovoltaica.

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Figura 1 – Representação dos eventos-chave no desenvolvimento das células solares.

O primeiro aparato fotovoltaico foi concebido em 1876, devido aos estudos das estruturas
de estado sólido, sendo que somente em 1956 iniciou-se a produção industrial, seguindo o
desenvolvimento da microeletrônica. Empresas do setor de telecomunicações foram as

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primeiras a se preocupar com o desenvolvimento da tecnologia devido `a procura de fontes


de energia para sistemas instalados em localidades remotas, sendo o segundo agente a
“corrida espacial”. A célula solar era, e continua sendo , o meio mais adequado (menor
custo e peso) para fornecer a quantidade de energia necessária para longos períodos de
permanência no espaço. A energia para satélites é outro uso espacial que impulsionou o
desenvolvimento das células solares. Devido à crise energética de 1973, o interesse em
aplicações terrestres foi ampliado. Mas, para tornar essa forma de energia economicamente
viável, seria necessário, naquele momento, reduzir em até 100 vezes o custo de produção
das células solares em relação ao das usadas em explorações espaciais. As empresas
envolvidas no setor mudaram o seu perfil. As empresas de petróleo nos Estados Unidos
resolveram englobar a produção de energia a partir da radiação solar. Em 1978 a produção
da indústria no mundo já ultrapassava a marca de 1 MWp/ano. O objetivo das pesquisas
americanas na década de 80 era fornecer de 1 a 5,5 % de toda a energia elétrica consumida
no ano 2000 nos Estados Unidos, através da conversão fotovoltaica. Em 1998 a produção
de células fotovoltaicas atingiu a marca de 150 Wp, sendo o Silício quase absoluto no
ranking dos materiais utilizados. O Silício, segundo elemento mais abundante na crosta
terrestre, vem sendo explorado sob diversas formas: monocristalino (mono-Si),
policristalino (poly-Si) e amorfo (a-Si). Porém, outros tipos de materiais alternativos são
pesquisados, concentrando-se na área na qual o silício amorfo se enquadra: a de filmes
finos. As células de filmes finos apresentam as seguintes vantagens: utilizam menor
quantidade de energia no seu processo de fabricação, menor quantidade de material do que
as que apresentam estruturas cristalinas, justificando o interesse em seu aperfeiçoamento.
O quadro 1 apresenta um histórico do desenvolvimento de células solares de Si. As
tecnologias mencionadas neste quadro são utilizadas para produção de células em nível de
laboratório onde se empregam processos complexos e difíceis de serem reproduzidos em
larga escala a custo razoável para produção comercial.

Quadro 1 – Desenvolvimento das células solares de Si (laboratório).


Tecnologia Desenvolvimento Eficiência
Células Negras 1974 – 1983 17 %
Célula MIS
(Metal Isulator Semiconductor) 1983 – 1984 18 %
Célula PESC
(Passivated Emitter Solar Cell) 1984 – 1986 20 %
Célula de Contato Pontual
(Point Contact Solar Cells) 1987 –1988 21,6 %
Célula PERL
(Passivated Emitter and Rear Locally Difused) 1989 –1993 22,3 %
Célula PERF
(Passivated Emitter and Rear Floating Junction) a partir de 1994 24 %

As tecnologias desenvolvidas recentemente nos processos de produção para células


comerciais de Si são: as de fita de Si (Ribbon), o confinamento magnético para o
crescimento dos cristais de Si (MCz growth), o corte de células com fio contínuo
diamantado, o melhor controle sobre o tratamento superficial (etching) das células e os
contactos metálicos enterrados (BCSC – Buried Contact Solar Cells). Algumas destas
tecnologias já são empregadas por alguns fabricantes para produção comercial.

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Quanto à vida útil, um desafio paralelo para a indústria fotovoltaica é o


desenvolvimento de acessórios e equipamentos complementares , com qualidade
comparável às dos módulos (módulos de Silício cristalino apresentam uma garantia de 25
anos enquanto os de Silício amorfo cerca de 10 anos, segundo os fabricantes).
Já no Brasil, o atendimento a comunidades isoladas tem impulsionado a busca e o
desenvolvimento de fontes alternativas de energia. Este núcleo populacional esparso e
pouco denso, típico das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte, correspondente a 15 % da
população, não possui acesso à energia elétrica e o atendimento por meio do sistema
elétrico convencional é economicamente inviável.
A crescente demanda global por energia, associada à importância do impacto das
políticas energéticas sobre a sociedade e o meio ambiente, reforça a necessidade cada vez
maior de utilizar uma fonte de energia, que possa abastecer a humanidade de forma
inesgotável, e que sirva de base para um desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, a
tecnologia fotovoltaica cumpre a função de aproveitar a energia solar e convertê-la em
outras formas, para ser aproveitada pelo homem. Diferentemente dos aquecedores solares
de água, comuns hoje em dia, o efeito fotovoltaico transforma a energia luminosa
proveniente do Sol em eletricidade, para alimentar lâmpadas, sistemas de bombeamento de
água, dessalinizadores de água, e diversos eletrodomésticos, como TV, computador e
outros.
A quantidade de radiação incidente no Brasil é um fator muito animador para o
aproveitamento da energia solar, tendo o sistema de geração de energia por conversão
fotovoltaica grande impulso nos últimos anos.

II – RADIAÇÃO SOLAR E EFEITO FOTOVOLTAICO

As explicações a seguir são dadas segundo o Cepel (1999).


A Terra recebe anualmente 5,4 x 1024 Joules de energia solar, o que corresponde a
10000 vezes o consumo mundial de energia neste período. Este fato vem indicar que, há
um enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outra
forma de energia (térmica, elétrica, etc.).
O efeito fotovoltaico é uma das possíveis formas de conversão da energia solar que
ocorre em dispositivos conhecidos como células fotovoltaicas. Estas células são
componentes optoeletrônicos que convertem diretamente a radiação solar em eletricidade.
São constituídas basicamente de materiais semicondutores, sendo o silício o material mais
empregado.

2.1 - Radiação Solar: Captação e Conversão

Em seu movimento anual em torno do Sol, a Terra descreve em trajetória elíptica


um plano que é inclinado de aproximadamente 23,5 o com relação ao plano equatorial. Esta
inclinação é responsável pela variação da elevação do Sol no horizonte em relação à
mesma hora, ao longo dos dias, dando origem às estações do ano e dificultando os cálculos
da posição do Sol para uma determinada data, como pode ser observado na figura 2.
Chama-se de Declinação Solar (d) a posição angular do Sol, ao meio dia solar, em
relação ao plano do Equador (Norte positivo). Este ângulo, que pode ser observado na
figura 2, apresenta variações de acordo com o dia do ano, dentro dos seguintes limites:

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-23,45° £ d £ 23,45°

Somando-se a declinação com a latitude local pode-se determinar a trajetória do


movimento aparente do Sol para um determinado dia em uma dada localidade na Terra.

Figura 2 - Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado
de um ângulo de 23,5o.

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As relações geométricas entre os raios solares, que variam de acordo com o


movimento aparente do Sol, e a superfície terrestre, são descritas através de vários ângulos
que são mostrados na figura 3, sendo definidos a seguir:
- Ângulo de incidência (): ângulo formado entre os raios do Sol e a normal à superfície de
captação.
- Ângulo Azimutal da Superfície (aw): ângulo entre a projeção da normal à superfície no
plano horizontal e a direção Norte-Sul. O deslocamento angular é tomado a partir do Norte.

-180° £ aw £ 180°

Obs.: Positivo quando a projeção se encontrar à esquerda do Norte e negativo quando se


encontrar à direita.
- Ângulo Azimutal do Sol (as): ângulo entre a projeção do raio solar no plano horizontal e
a direção Norte-Sul. Obedece à mesma convenção acima.
- Altura Solar (a): ângulo compreendido entre o raio solar e a projeção do mesmo sobre
um plano horizontal.
- Inclinação (b): ângulo entre o plano da superfície em questão e a horizontal.
Outros ângulos de igual importância, que não estão representados na figura 3, são:
- Ângulo Horário do Sol ou Hora Angular (): deslocamento angular leste-oeste do Sol, a
partir do meridiano local, e devido ao movimento de rotação da Terra. Assim, cada hora
corresponde a um deslocamento de 15o. Adota-se como convenção valores positivos para o
período da manhã, com zero às 12:00hs.
- Ângulo Zenital (z): ângulo formado entre os raios solares e a vertical (Zênite).

a) b)

Figura 3 - (a) Ilustração dos ângulos a e as.

(b) Coordenadas de orientação da superfície, aw e b, e o ângulo 

A radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre provém da região da


fotosfera solar que é uma camada tênue com aproximadamente 300 km de espessura e

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temperatura superficial da ordem de 5800 K. Porém, esta radiação não se apresenta como
um modelo de regularidade, pois há a influência das camadas externas do Sol (cromosfera
e coroa), com pontos quentes e frios, erupções cromosféricas, etc..
Apesar disto, pode-se definir um valor médio para o nível de radiação solar
incidente normalmente sobre uma superfície situada no topo da atmosfera. Dados recentes
da WMO (World Meteorological Organization) indicam um valor médio de 1367 W/m 2
para a radiação extraterrestre. Fórmulas matemáticas permitem o cálculo, a partir da
“Constante Solar”, da radiação extraterrestre ao longo do ano, fazendo a correção pela
órbita elíptica.
A radiação solar é radiação eletromagnética que se propaga a uma velocidade de
300.000 km/s, podendo-se observar aspectos ondulatórios e corpusculares. Em termos de
comprimentos de onda, a radiação solar ocupa a faixa espectral de 0,1  m a 5  m, tendo
uma máxima densidade espectral em 0,5  m, que é a luz verde.
É através da teoria ondulatória, que são definidas para os diversos meios materiais,
as propriedades na faixa solar de absorção e reflexão e, na faixa de 0,75 a 100  m,
correspondente ao infra-vermelho, as propriedades de absorção, reflexão e emissão (ver
figura 4).
Por outro lado, pela teoria corpuscular ou fotônica, através da mecânica quântica, é
determinada a potência emissiva espectral do corpo negro em termos de sua temperatura e
do índice de refração do meio em que está imerso. A conversão direta da energia solar em
eletricidade também é explicada por esta teoria. Nesta visão corpuscular, a potência de um
feixe luminoso é descrita como o fluxo de fótons com energia unitária hf, onde f é a
freqüência da onda eletromagnética associada e h é a Constante de Planck (6,62 x 10 -34
Js).
A energia solar incidente no meio material pode ser refletida, transmitida e
absorvida. A parcela absorvida dá origem, conforme o meio material, aos processos de
fotoconversão e termoconversão, conforme indicado na figura 5.

Figura 4a - Distribuição espectral da radiação solar.

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Figura 4b - Distribuição espectral da radiação solar.

Absorvedor

Processos Fotoconversão Eletric idade


Quânticos
Combustíveis e
Substâncias Químicas
Radiação Solar

Calor de Processo e
Produção Termoconversão de Aquec. Ambiente, etc.
de Calor

Processos Conversão Produtos de


Prim ários Mecanis mos/Tecnológic os uso final

Figura 5 - Processos de Conversão da Energia Solar.

2.2 - Radiação Solar a Nível do Solo

De toda a radiação solar que chega às camadas superiores da atmosfera, apenas uma
fração atinge a superfície terrestre, devido à reflexão e absorção dos raios solares pela
atmosfera. Esta fração que atinge o solo é constituída por uma componente direta (ou de
feixe) e por uma componente difusa.
Notadamente, se a superfície receptora estiver inclinada com relação à horizontal,
haverá uma terceira componente refletida pelo ambiente do entorno (solo, vegetação,
obstáculos, terrenos rochosos, etc.). O coeficiente de reflexão destas superfícies é
denominado de “albedo”.

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Antes de atingir o solo, as características da radiação solar (intensidade,


distribuição espectral e angular) são afetadas por interações com a atmosfera devido aos
efeitos de absorção e espalhamento. Estas modificações são dependentes da espessura da
camada atmosférica, também identificada por um coeficiente denominado "Massa de Ar"
(AM), e, portanto, do ângulo Zenital do Sol, da distância Terra-Sol e das condições
atmosféricas e meteorológicas (ver figura 6).

Figura 6 - Trajetória dos raios de Sol na atmosfera e definição do


coeficiente de "Massa de Ar" (AM).

Devido à alternância de dias e noites, das estações do ano e períodos de passagem


de nuvens e chuvosos, o recurso energético solar apresenta grande variabilidade,
induzindo, conforme o caso, à seleção de um sistema apropriado de estocagem para a
energia resultante do processo de conversão.
Observa-se que somente a componente direta da radiação solar pode ser submetida
a um processo de concentração dos raios através de espelhos parabólicos, lentes, etc.
Consegue-se através da concentração, uma redução substancial da superfície absorvedora
solar e um aumento considerável de sua temperatura.
Pelos cálculos da astronomia obtém-se que a duração do dia é função da época do
ano e da localização do lugar escolhido no globo terrestre. Também, para um observador
numa dada posição, a trajetória aparente do Sol (o plano da eclíptica) no céu muda ao
longo do ano. Esta característica é importante para o projeto de sistemas de conversão que
fazem o rastreio solar visando uma concentração dos raios solares e para a escolha da
orientação de painéis fixos de forma a otimizar o resultado alcançado durante o ano.
No Hemisfério Sul, o sistema de captação solar fixo deve estar orientado para o
Norte Geográfico de modo a melhor receber os raios solares durante o ano, e ser colocado

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inclinado com relação à horizontal de um ângulo próximo ao da latitude do lugar,


conseguindo-se captar um máximo de energia solar ao longo do ano. É evidente que,
próximo ao Equador, o melhor posicionamento é o horizontal, sendo dada, no entanto,
pequena inclinação para a drenagem de água na superfície externa do equipamento.
Há entretanto, como mencionado, outras formas de montagem para um sistema de
captação solar que seguirá o Sol, tais como: conjunto seguidor de 1 eixo Norte-Sul, de 1
eixo leste-oeste e de 2 eixos ou altazimutal.
A Figura 7 apresenta, para a América Latina, as curvas indicadoras do total diário
2
de radiação solar (em kWh/m dia) que incide em uma superfície fixa orientada para o
Norte Geográfico e inclinada de um ângulo igual ao da latitude do lugar, ao longo das
estações do ano.
Estes mapas de radiação são suficientes para o dimensionamento, na América do
Sul, da área de coleta para sistemas de conversão solar com montagens fixas e inclinadas
com ângulo igual ao da latitude do local. Quando for necessário o projeto de sistemas de
captação com rastreamento solar ou se desejar fazer estudos de simulação onde são
necessários valores instantâneos dos componentes da radiação solar ou da radiação total
(global + refletida) instantânea, os dados apresentados nesta última figura são insuficientes,
requerendo o uso de programas computacionais especialmente desenvolvidos como por
exemplo, aqueles realizados por Rossi (1985) e Barzolla (1992) que utilizam cálculos de
astronomia de posição e dados de registros solarimétricos.
Todos os mapas de radiação solar disponíveis apoiaram-se, na sua consolidação, em
valores medidos. A maior parte dos instrumentos de medição disponíveis hoje no Brasil
medem apenas o número de horas de insolação. Um número bem mais reduzido de
equipamentos é capaz de medir a radiação global no plano horizontal. Além disso, a
escassez de pontos de medição aumenta a dificuldade em estimar-se corretamente o
recurso solar. Isto concorreu para o desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de técnicas de
tratamento destas grandezas de modo a gerar, com o máximo de fidelidade, valores mais
úteis no dimensionamento de sistemas fotovoltaicos.
Os instrumentos de medição do recurso solar mais comumente encontrados são os
piranômetros (radiação global), actinógrafos (radiação global), heliógrafos (número de
horas de insolação) e os piroheliômetros (radiação direta normal) e baseiam-se em sensores
do tipo termopilhas, pares bi-metálicos ou fotocélulas. Os equipamentos que utilizam as
fotocélulas como elemento sensor, embora mais baratos, apresentam a desvantagem de não
possuírem uma resposta espectral adequada: as fotocélulas apresentam uma não
uniformidade na resposta espectral.
Convém ser lembrado que quando da montagem do sistema de captação, a
orientação para a direção Norte Geográfico pode ser feita através de uma bússola, que
indica o Norte Magnético. Através das cartas de Declinação magnética e Variação anual do
Observatório Nacional é determinada a correção angular necessária. No caso do Rio de
o
Janeiro, em 1994, por exemplo, esta correção é de 21 22’ para Leste, ou seja, deve-se
adicionar este ângulo à direção apontada pela bússola tomando-se o sentido dos ponteiros
do relógio.

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2
Figura 7 - Total diário de radiação (kWh/m dia) que incide na superfície inclinada
de um ângulo igual à latitude. [2]
Fonte: Sandia National Laboratories, SAND87 - 0804, 1992.

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2.3 - Efeito Fotovoltaico

Existem na natureza materiais classificados como semicondutores, que se


caracterizam por possuírem uma banda de valência totalmente preenchida por elétrons e
uma banda de condução totalmente "vazia" a temperaturas muitos baixas.
A separação entre as duas bandas de energia permitida nos semicondutores ("gap de
energia") é da ordem de 1 eV, o que os diferencia dos isolantes onde o gap é de vários eVs.
Isto faz com que os semicondutores apresentem várias características interessantes. Uma
delas é o aumento de sua condutividade com a temperatura, devido à excitação térmica de
portadores da banda de valência para a banda de condução. Uma propriedade fundamental
para as células fotovoltaicas é a possibilidade de fótons, na faixa do visível, com energia
superior ao gap do material, excitarem elétrons à banda de condução. Este efeito, que pode
ser observado em semicondutores puros, também chamados de intrínsecos, não garante por
si só o funcionamento de células fotovoltaicas. Para obtê-las é necessário uma estrutura
apropriada para que os elétrons excitados possam ser coletados, gerando uma corrente útil.
O semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se caracterizam por possuírem
quatro elétrons de ligação que se ligam aos vizinhos, formando uma rede cristalina. Ao
adicionarem-se átomos com cinco elétrons de ligação, como o fósforo, por exemplo,
haverá um elétron em excesso que não poderá ser emparelhado e que ficará "sobrando",
fracamente ligado a seu átomo de origem. Isto faz com que, com pouca energia térmica,
este elétron se livre, indo para a banda de condução. Diz-se assim, que o fósforo é um
dopante doador de elétrons e denomina-se dopante n ou impureza n.
Se, por outro lado, introduzem-se átomos com apenas três elétrons de ligação,
como é o caso do boro, haverá uma falta de um elétron para satisfazer as ligações com os
átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é denominada buraco ou lacuna e ocorre
que, com pouca energia térmica, um elétron de um sítio vizinho pode passar a esta posição,
fazendo com que o buraco se desloque. Diz-se portanto, que o boro é um aceitador de
elétrons ou um dopante p.
À temperatura ambiente, existe energia térmica suficiente para que praticamente
todos os elétrons em excesso dos átomos de fósforo estejam livres, bem como que os
buracos criados pelos átomos de boro possam de deslocar.
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma metade
e de fósforo na outra, será formado o que se chama junção pn, vide figura 8. O que ocorre
nesta junção é que elétrons livres do lado n passam ao lado p onde encontram os buracos
que os capturam; isto faz com que haja um acúmulo de elétrons no lado p, tornando-o
negativamente carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente
positivo. Estas cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico permanente que
dificulta a passagem de mais elétrons do lado n para o lado p; este processo alcança um
equilíbrio quando o campo elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres
remanescentes no lado n. A figura 8 mostra a variação do campo elétrico na direção
perpendicular à junção pn.

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p n

-- ++
Silício -- ++ Silício
a) com com
-- ++
boro -- ++ fósforo
-- ++

b) x

Figura 8 - (a) junção pn ilustrando região onde ocorre o acúmulo de cargas. (b) campo
elétrico resultante da transferência de cargas através da junção pn.

Se uma junção pn, como a da figura 8, for exposta a fótons (segundo Einstein, fóton
é como um pacote, onde a energia do feixe luminoso que percorre o espaço se concentra)
[4] com energia maior que o gap, ocorrerá a geração de pares elétron-lacuna; se isto
acontecer na região onde o campo elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas,
gerando assim, uma corrente através da junção; este deslocamento de cargas dá origem a
uma diferença de potencial ao qual chamamos de Efeito Fotovoltaico. Se as duas
extremidades do "pedaço" de silício forem conectadas por um fio, haverá uma circulação
de elétrons. Esta é a base do funcionamento das células fotovoltaicas.
Resta a questão de quais são os fatores limitantes neste processo de conversão de
energia da luz em energia elétrica. O primeiro limitador, ao se tentar transformar a luz do
Sol em eletricidade, é o espectro de sua radiação. Como foi visto, ele se espalha numa
ampla faixa e apenas a parcela com comprimento de onda inferior a 1 m é capaz de
excitar os elétrons em células de silício. Outro fator é o de que cada fóton só consegue
excitar um elétron. Portanto, para fótons com energia superior à energia do gap, haverá um
excesso de energia que será convertida em calor. Por fim, mesmo para os elétrons
excitados, existe uma probabilidade de que estes não sejam coletados, e não contribuam
para a corrente. A tecnologia de fabricação de células fotovoltaicas tenta reduzir ao
máximo este último efeito. Para células de silício, o limite teórico de conversão de radiação
solar em eletricidade é de 27%.
Em termos tecnológicos, o silício é um material consagrado para a produção de
células solares, podendo ser utilizado tanto na forma de mono-cristais, como também
policristais, ou ainda como filmes finos de silício amorfo. Dentre os três tipos
mencionados, a célula monocristalina, que é preparada a partir de um mono-cristal de

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silício, apresenta a maior eficiência de conversão fotovoltaica chegando na atualidade a um


valor máximo de 22,7%, sendo os valores típicos dentro do intervalo de 12-15% (o valor
recorde alcançado em laboratório é de 24%). Valores típicos de eficiência de conversão
para células de silício policristalino e amorfo são, 11-14% e 6-7%, respectivamente.

III – COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

3.1 – Introdução

Os sistemas fotovoltaicos podem ser classificados em três categorias principais:


isolados, híbridos ou conectados à rede. A utilização de cada uma dessas opções
dependerá da aplicação e/ou da disponibilidade de recursos energéticos. Cada um
deles poderá ser de complexidade variável dependendo da aplicação em questão e
das restrições específicas de cada projeto.
Sistemas autônomos, não conectados à rede elétrica, podem ou não apresentar
fontes de energia complementares à geração fotovoltaica.
 Sistemas híbridos: são aqueles em que, estando desconectados da rede elétrica, existe
mais de uma forma de geração de energia, como por exemplo, gerador diesel, turbinas
eólicas e módulos fotovoltaicos. Estes sistemas são mais complexos e necessitam de
algum tipo de controle capaz de integrar os vários geradores, de forma a otimizar a
operação para o usuário. Em geral, utilizam-se sistemas híbridos para o atendimento a
cargas de corrente alternada (CA) necessitando-se, portanto, de um inversor,
dispositivo que transforma a corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA).
Devido à maior complexidade e multiplicidade de opções e o constante
aperfeiçoamento dessas unidades, a forma de otimização desses sistemas é ainda hoje
tema de estudos.
 Conectados à rede: são aqueles em que a potência gerada pelo arranjo fotovoltaico é
entregue à rede elétrica. Para tanto é indispensável que se utilize um inversor que deve
satisfazer as exigências de qualidade e segurança para que não degrade a qualidade do
sistema no qual se interliga o arranjo fotovoltaico.
 Sistema isolado: aquele que se restringe à geração fotovoltaica.

Figura 9 - Configuração básica de Sistema Fotovoltaico [2]

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3.2 – Componentes básicos

3.2.1 – Painel Solar

O painel solar é constituído por uma ou mais placas solares onde se encontram as
células fotovoltaicas, responsáveis por converter parte da energia luminosa do sol em
energia elétrica. O tamanho do painel é definido de acordo com a demanda de potência da
instalação. Como essa demanda é muito variável, sendo específica para cada situação
particular, o que se usa fazer é agrupar mais de uma placa, quando necessário, para
constituir o painel nas dimensões desejadas. Sendo assim, podemos encontrar painéis
formados por apenas uma placa solar, ou painéis constituídos por várias placas. É
responsável pelo fornecimento da energia solara para acionar as cargas e, ou, para carregar
baterias, para posterior utilização. A quantidade de energia fornecida pelo painel depende
da sua área coletora. Quanto maior for essa área, maior será a energia elétrica fornecida. A
energia elétrica fornecida pelo painel solar depende também da intensidade de brilho solar.
Uma placa de 0,4 m2 de área coletora, fornece uma tensão máxima em torno de 14,5 Volts,
e uma corrente contínua em torno de 2,5 Ampères, em dias de céu limpo. Para efeito de
projeto de sistemas de fornecimento de energia elétrica, considera-se que a mesma placa
seja capaz de fornecer, em média, uma energia de 150 W.h por dia de funcionamento,
considerando-se seis horas efetivas de sol, cujo saldo de radiação seja de 1.000 W/m2.
Quando um painel é formado por mais de uma placa solar, elas precisam se
devidamente interligadas. Isso pode ser feito de três maneiras, ou seja: ligação em série,
em paralelo, e a ligação mista. A forma de interligação dos painéis é definida de acordo
com as características elétricas das cargas que serão alimentadas.
 Ligação em série: indicadas para atender a cargas de potência elétrica relativamente
elevadas. A associação em série de placas solares permite aumentar a tensão elétrica, e,
em conseqüência, reduz a corrente elétrica na mesma proporção. Mas, o consumo de
energia independe da tensão elétrica, pois se leva em consideração a potência da carga
e o tempo de funcionamento. Para se fazer a ligação em série de duas ou mais placas,
bastará interligar os terminais negativo de uma com o positivo da outra; positivo de
uma com o negativo da outra.
 Ligação em paralelo: é feita quando se deseja aumentar a corrente elétrica, mantendo-
se a tensão constante. Para isso, bastará interligar o terminal positivo de uma placa com
o positivo da outra, e a mesma coisa deverá ser feita para os terminais negativos.
 Ligação mista: interligação série e paralelo ao mesmo tempo. Existem situações nas
quais a corrente e a tensão precisam se aumentadas. É o caso do acionamento de alguns
motores elétricos de corrente contínua, utilizados no acionamento de motores para
bombeamento de água, por exemplo. Esses motores, por possuírem maior potência,
normalmente exigem maior tensão e maior corrente de funcionamento.
O painel solar precisa ser bem posicionado para que receba o máximo de sol, ao
longo do dia, durante todos os dias do ano. A condição ideal de aproveitamento de energia
seria promove o acompanhamento diário do sol com o painel , procurando manter a face do
mesmo, sempre perpendicular aos raios solares. Mas é um processo que envolveria
mecanismos automáticos e bastante complexos, inviabilizando, economicamente o sistema.
Por essa razão, procura-se fazer a sua instalação com um ângulo intermediário, que,
mesmo permanecendo fixo, ele possa proporcionar o maior aproveitamento de energia
possível. Dessa forma, o sistema torna-se muito mais simples e o aproveitamento de

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energia não fica comprometido, pois, as maiores perdas de radiação solar irão acontecer
pela manhã e ao entardecer, momentos em que o fluxo de radiação solar é relativamente
baixo. Nos momentos do dia de máxima insolação, que ocorre entre 11 horas e 14 horas, o
painel estará com a sua face bem posicionada em relação ao sol. Nesse sentido, a melhor
recomendação de inclinação para o painel solar é que seja igual à latitude local, e a face
voltada para a direção norte, quando ele estiver sendo instalado no Hemisfério Sul. Já para
condições de instalação no Hemisfério Norte, o painel deverá possuir também uma
inclinação correspondente à Latitude local, mas, nesse caso, a sua face deverá estar voltada
para a direção Sul. A direção para a qual a face do painel deverá estar voltada, é obtida por
meio de uma bússola.
O local onde o painel será instalado deverá ser limpo, de fácil acesso e sem a
presença de obstáculos que possam sombrear o painel. Além disso, ele deverá ficar o mais
próximo possível do local onde as cargas elétricas serão instaladas. O painel deverá ser
instalado diretamente no solo ou sobre telhados.
Independentemente da forma como o painel será instalado , ele não deverá ficar
distante mais de dez metros do conjunto de baterias e do centro de distribuição de circuitos.

3.2.2 – Baterias

Funcionam como acumuladores de carga, para permitir a utilização dos


equipamentos em horários sem a presença da luz do sol, ou quando a energia solar, captada
pelo painel e fornecida ao sistema, estiver sendo inferior à demanda da carga. Isso poderá
acontecer em dias nublados, ou após o nascer e pôr-do-sol, quando a radiação solar é de
baixa intensidade. O número de baterias que deverá ser utilizado depende da carga
instalada. Na prática recomenda-se utilizar uma bateria de 100 Ampères-hora para cada
placa de 0,4 m2 de área, instalada no painel solar, para que o sistema possa operar com
segurança. Recomenda-se, também, utilizar sempre que possível, baterias seladas para que
não haja necessidade de completar, periodicamente, o nível da solução eletrolítica.

3.2.3 – Condutores

Os sistemas alimentados por energia solar seguem, basicamente, os mesmos


padrões dos sistemas de energia elétrica convencional, de baixa tensão. Os condutores
elétricos, fios ou cabos, devem ser de cobre, com isolamento termoplástico.
A especificação do condutor adequado, para cada trecho do sistema, é feita,
levando-se em consideração a potência elétrica que tais condutores irão alimentar, bem
como o comprimento do circuito.

3.2.4 – Fusíveis

Os fusíveis são dispositivos utilizados na proteção de circuitos contra correntes


anormais, como curto-circuito e sobrecarga. Os três tipos de fusíveis mais comuns são o
cartucho, o NH e o Diazed. Os de cartucho são os mais utilizados na proteção de circuitos
residenciais, com aproveitamento de energia solar. Já para o caso de circuitos que
alimentam motores, como no bombeamento de água, por exemplo, recomenda-se utilizar
fusíveis do tipo NH ou Diazed.

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Independentemente do tipo de fusível a ser utilizado, eles deverão ser instalados no


condutor positivo e devem ser dimensionados em função da corrente absorvida pelo
circuito e pela capacidade de condução de corrente do condutor.
A capacidade nominal do fusível de proteção do condutor deverá ser maior que a
corrente absorvida pelo circuito e menor que o limite da capacidade de condução de
corrente do condutor.
Fusíveis tipo cartucho normalmente fabricados: 10, 15, 20, 25 e 30 Ampères.

3.2.5 – Controladores de carga

O controlador de carga é um componente eletrônico que deve ser instalado para


controlar o consumo de energia, em sistemas que utilizam baterias. Esse dispositivo possui
três pares de terminais de ligação. Em um deles conecta-se o painel solar, tomando-se o
cuidado de manter as polaridades, ou seja, positivo com positivo e negativo com negativo.
No segundo par de terminais, conecta-se a bateria, mantendo-se também as polaridades, e
no último par de terminais, conectam-se os condutores que vão alimentar as cargas.

Figura 10 – Esquema de ligação do controlador de cargas


O controlador de carga tem como função evitar que a bateria se descarregue
completamente. Quando a bateria é muito exigida, e a sua carga atinge um nível em torno
de 30 % da carga total, o controlador automaticamente desconectará as cargas ligadas e
passará a carregar a bateria. Nesse momento, a lâmpadas indicadora de baixa carga da
bateia acenderá no painel do controlador de cargas. Quando a bateria estiver com
aproximadamente 80 % da sua carga, acenderá a lâmpada indicadora de carga normal da
bateria e as cargas serão automaticamente conectadas ao sistema de fornecimento de
energia. Nesse momento, a bateria estará com uma tensão de saída em torno de 13,5 Volts.
Assim que a bateria estiver totalmente carregada, ou seja, com uma tensão de saída de 14,5
Volts a lâmpada indicadora de carga elevada da bateria ficará acesa e o controlador de
cargas interromperá o carregamento da bateria. Isso proporcionará maior vida útil ao
sistema.
A escolha de um controlador de cargas deverá ser feita em função da tensão de
alimentação e da corrente que o painel poderá fornecer.

3.2.6 – Inversor

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O inversor é um dispositivo eletrônico, utilizado para permitir a alimentação de


cargas de corrente alternada, a partir de sistemas de fornecimento de energia em corrente
contínua, como é o caso dos sistemas solares. Ele é conectado logo após o controlador de
cargas, mantendo-se as polaridades. Assim, este equipamento é alimentado por corrente
contínua, e fornece, na saída, corrente alternada, nas tensões de 110 V ou 220 V. Nesse
processo de conversão, existe uma perda de, aproximadamente, 10 %.
A escolha de um inversor é feita em função da potência elétrica que será fornecida.
Especificações de alguns inversores alimentados em 12 ou 24 V, em corrente contínua e
fornecendo na saída corrente alternada em 110 ou 220 V: 125 W, 250 W, 300 W, 600 W,
800 W, 1.500 W.

3.2.7 – Rastreador solar

É opcional por encarecer o sistema fotovoltaico.


Dispositivo que faz com que a estrutura dos painéis acompanhe o movimento do
sol ao longo do dia (Leste - Oeste). O sistema de rastreamento da estrutura pode ser
passivo, que funciona com base no deslocamento de um gás entre dois braços ocos
situados em lados opostos da estrutura. Dependendo da posição do sol um dos braços será
mais aquecido que o outro, provocando a expansão do gás que se deslocará para o braço
menos aquecido. O deslocamento do gás provocará desbalanceamento do peso da estrutura
fazendo-a inclinar-se para o lado do braço menos pesado (o braço menos aquecido pelo
sol). Com o movimento do sol este processo de desbalanceamento vai ocorrendo pelo
deslocamento gradativo do gás fazendo com que toda a estrutura acompanhe o movimento
solar. O movimento da estrutura é de tal forma que a incidência do sol é sempre
perpendicular ao plano dos painéis, situação mais favorável para o aproveitamento da
energia. O aumento de aproveitamento teórico de energia deste tipo de estrutura é da
ordem de 20% se comparada com a montagem fixa de painéis.

Figura 11 – Rastreador solar

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IV – DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

4.1 – Metodologia

A metodologia utilizada parte do princípio que a irradiação global diária média


mensal na superfície horizontal, H (0), para o local em questão, é conhecida.
1. Os valores médios mensais da irradiação global diária na horizontal, H(0), são os dados
solarimétricos do local, obtidos através de série histórica medida no local do evento ou
em localidades com características similares.
2. Os valores médios mensais da irradiação diária horizontal no topo da atmosfera, H0(0),
são constantes de um ano a outro para os hemisférios sul e norte. Tais informações são
obtidas através de consulta em tabelas.
3. O índice de claridade Kt é o parâmetro representativo da atenuação que sofre a radiação
solar ao atravessar a atmosfera, sendo dado pela expressão (1).
H(0)
Kt  (1)
H 0 (0)
4. A fração difusa da irradiação global no plano horizontal, Kd, é a quantidade de
irradiação difusa contida na irradiação global, tendo em vista a evidência de sua relação
com o índice de claridade. Para as correlações entre médias mensais utiliza-se a
expressão empírica (2), que proporciona bons resultados e é de simples utilização.
H d (0)
Kd   1  1,13  K t (2)
H(0)
5. A determinação dos ângulos apropriados da superfície do coletor, em relação ao azimute
 e à inclinação b, dependem da distribuição da oferta em relação à demanda de energia
ao longo do ano. Desta forma, objetiva-se maximizar a quantidade de energia em um
determinado período, que apresenta maior demanda.
 Assim para sistemas localizados no Hemisfério Norte (região objeto desse trabalho), os
coletores são orientados ao sul, ou seja,  = 0º.
 Com relação ao valor ótimo do ângulo b, uma primeira aproximação para maximizar a
irradiação global consiste em supor que o melhor ângulo é aquele que maximiza a
irradiação direta captada, ou seja, o fator Rb. O valor deste fator é mais facilmente
obtido por consulta em tabelas apropriadas, que se mostram em função da latitude ( ) e
do ângulo de inclinação (b) para cada mês do ano e ambos hemisférios terrestres.
5. Para calcular a irradiação global sobre uma superfície inclinada, H(,b), é necessário
decompô-las nas suas componentes de irradiação direta - B(,b); irradiação difusa -
D(,b); e albedo - A(,b), empregando as equações (3) e (4).

B( , b)  H(0)  (1  K d )  R b (3)
1  cosβ
D( , b)   H(0)  K d (4)
2

1  cos β
A( , b)     H(0)
2
O coeficiente de refletividade, , pode ser obtido em tabelas, para alguns tipos de
cobertura do terreno.

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Uma vez calculados todos os parâmetros mencionados, pode-se determinar a


irradiação global diária média mensal no plano do coletor H(,b), utilizando-se para tal a
expressão (5).

H(  , b)  B(  , b)  D(  , b)  A(  , b) (5)

6. Após a determinação da irradiação global sobre uma superfície inclinada é necessário o


cálculo para as cargas elétricas (em Wh/dia) que serão supridas pelo sistema
fotovoltaico.
7. De posse do cálculo das cargas elétricas, identifica-se o valor da capacidade do
gerador, CA, nos painéis fotovoltaicos, utilizando-se a expressão (6).

η
CA  (6)
Carga (Wh/dia)

O rendimento () direcionado às baterias automotivas é assumido como


aproximadamente 0,83.
8. A capacidade de corrente da bateria, Ccb, indica quanto deve ser fornecido, em
corrente, por hora ao sistema de cargas elétricas, sendo calculada pela expressão (7).

Carga (Wh/dia)
Ccb  (7)
Tensão da Bateria (V)

9. A capacidade de carga da bateria, Cb, é obtida em função da profundidade de descarga


(Pd), em %, escolhida de acordo com a utilização do sistema e a capacidade de corrente
da bateria, Ccb, sendo a mesma obtida através da expressão (8).

C b  Ccb  Pd (8)

10. Finalmente, o cálculo do dimensionamento dos painéis fotovoltaicos (Pp) é obtido pela
relação entre a capacidade do gerador (CA) e a irradiação global (H(,b)), aplicando-se
ainda um coeficiente de segurança. A expressão (9) é utilizada para esse fim.

CA
Pp  CSeg  (9)
H(  , b)

4.2 – Projeto elétrico de uma residência

Supõe-se:
 Utilização em cada cômodo de lâmpada fluorescente compacta.
 A geladeira, o ferro de passar e o chuveiro serão alimentados a gás, par que a demanda
de potência não se torne muito elevada.
 Todas as lâmpadas serão de corrente contínua, a 12 V.
 As tomadas da TV-receptor (antena parabólica), liquidificador e aparelho de som serão
de corrente alternada, a 110 V.

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Cargas que usarão o sistema fotovoltaico como fonte de alimentação:

Quadro 2 – Cargas de iluminação e as tomadas que utilizarão energia fotovoltaica para


funcionamento

Cômodo Número de lâmpadas Potência das lâmpadas Número de tomadas


Sala 1 11 W 2 – 90 W e 25 W
Cozinha 1 11 W 1 – 200 W
Banheiro 1 9W -
Quarto 1 9W -
Varanda 1 9W -
Área de serviço 1 9W -

Quadro 3 - Quadro de cargas da residência

Tempo de uso
Descrição Potência (W) (h/dia) Consumo (W.h/dia)
5 lâmpadas (9W/12 Vcc cada) 45 (5 lâmp.x 9 W) 1 45 (45 W x 1 h/dia)
2 lâmpadas (11W/12 Vcc cada) 22 (2 lâmp.x 11 W) 2 44 (22 W x 2 h/dia)
1 TV com receptor 99 (90 W x 1,1) 3 297 (99 W x 3 h/dia)
1 aparelho de som 27,5 (25 W x 1,1) 2 55 (27,5 W x 2 h/dia)
1 liquidificador 220 (200 W x 1,1) 0,1 22 (220W x 0,1 h/dia)
TOTAL 463 W.h

A potência das cargas alimentadas em corrente alternada foi multiplicada por 1,1
porque o inversor possui uma eficiência em torno de 90 %, portanto há 10% de perda. Daí
a necessidade de aumentar a potência das cargas, para efeito de cálculo, e, assim,
compensar esta perda. O consumo máximo de energia, requerido por essa residência será
de 463 Watts.hora.

a) Dimensionamento do painel solar:

CDE( W .h / dia )
NP = x( 1 + fo lg a )
EFP( W .h / dia. placa )
sendo:
NP ⇨ número de placas do painel, adimensional;
CDE ⇨ consumo diário de energia, em Watt.hora por dia;
EFP ⇨ energia fornecida por placa, em Watt.hora por dia por placa;
Folga ⇨fator de segurança, entre 20 e 30 % (0,2 a 0,3)
Supõe-se que o painel será composto por placas solares de 0,4 m 2 de área coletora.
Essa placa fornece, em média, 150 W.h/dia e, considerando uma folga de 25 %, calcula-se
o número de placas solares que deverão compor o painel.
463
NP = x( 1 + 0 ,25 )
150

NP = 3,86 ⇒NP = 4 placas de 0,4 m2 cada, irão compor o painel

b) Dimensionamento das baterias:

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Para cada placa de 0,4 m 2 instalada, recomenda-se utilizar uma bateria de 100 Ah,
logo para este exemplo, serão necessárias quatro baterias de 100 Ah.

c) Cálculo da autonomia do sistema:

Para se saber quanto tempo ele poderá funcionar sem a presença do sol, bastará
calcular o consumo de cada carga, em Ampères.hora, de acordo com o quadro de cargas.

Quadro 4 – Consumo das cargas em Ampères.hora

Tempo de Consumo
Descrição Potência (W) Corrente (A) uso (A.h/dia)
(h/dia)
5 lâmpadas
(9W/12 Vcc cada) 45 (5 lâmp.x 9 W) 3,8 (45 W/12 V) 1 3,8 (3,8 A x 1 h/dia)
2 lâmpadas 2
(11W/12 Vcc cada 22 (2 lâmp.x 11 W) 1,8 (22 W/12 V) 3,6 (1,8 A x 2 h/dia)
1 TV com receptor 3
(110 V) 99 (90 W x 1,1) 8,3 (99 W/12 V) 24,9 (8,3 A x 3 h/dia)
1 Aparelho de som 2
(110 V) 27,5 (25 W x 1,1) 2,3 (27,5 W/12 V) 4,6 (2,3 A x 2 h/dia)
1 Liquidificador 0,1
(110 V) 220 (200 W x 1,1) 18,3 (220 W/12 V) 1,8 (18,3 A x 0,1 h/dia)
TOTAL 38,7

Neste caso, já foi definido que serão utilizadas quatro baterias de 100 Ah cada,
perfazendo uma carga total de 400 Ah. Sabe-se que não se pode utilizar toda a carga do
conjunto de baterias, o máximo que se pode utilizar é 70 % dessa carga. Adotar-se-á uma
margem de segurança maior, ou seja, utilizar apenas 50% da carga da bateria, que
corresponde a 200 Ah.
A autonomia do sistema será obtida, utilizando-se a seguinte fórmula:
C arg a _ disponível ( A.h )
Autonomia =
Consumo _ diário( A.h / dia )
200 A.h
Autonomia = ; Autonomia = 5,2  5dias
38,7 A.h / dia
O sistema poderá funcionar, sem nenhum problema, durante cinco dias, sem a
presença do sol.
Na prática, esse tempo poderá se estender por mais dias, devido, basicamente a três
fatores, ou seja:
 nem sempre o consumo de energia corresponderá ao valor máximo previsto no quadro
de distribuição de cargas;
 a caga da bateria poderá ser consumida em até 70 %, sem afetar o sistema; e mesmo em
dias totalmente nublados é possível fornecer de 15 a 20 % de caga à bateria, devido `a
radiação difusa. Sendo assim, caso haja cinco dias totalmente nublado, o que
normalmente não acontece, ao final, o sistema terá armazenado carga para ser
consumida por mais um dia (20 % de carga em dias nublados, multiplicado por cinco
dias, equivalerá à carga de um dia de céu totalmente limpo).

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d) Dimensionamento do controlador de cargas:

O controlador de cargas é selecionado de acordo com a corrente eu será conduzida


do painel solar para a bateria. Sendo o painel formado por 4 placas, fornecendo cada uma,
em média, uma carga de 2,5 A.h, o controlador deverá suportar uma corrente de 10 A. O
controlador comercialmente encontrado, mais indicado será, para este caso, de 12 A.

e) Dimensionamento do inversor:

A potência do inversor deverá ser igual ou maior que a soma das potências de todos
os aparelhos que irão funcionar em corrente alternada. Este valor é extraído do quadro 3,
somando-se as potência das cargas alimentadas em corrente alternada (TV-receptor,
aparelho de som e liquidificador), cujo total é de 346,5 W, já considerando o acréscimo de
10 %, referente à eficiência do inversor. O inversor comercial que melhor atende a essa
situação será de 600 W.

f) Dimensionamento dos dispositivos de proteção:

A proteção contra curto-circuito e sobrecarga, em circuitos residenciais,


alimentados por energia solar, em corrente contínua, deve sr feita, utilizando-se fusíveis
tipo cartucho nos circuitos de corrente contínua, e disjuntores termomagnéticos nos
circuitos de corrente alternada. A proteção do circuito de iluminação será feita por fusível
cartucho e o circuito d tomadas será protegido por disjuntor termomagnético.
O dimensionamento do fusível de proteção é feito em função da corrente elétrica
que irá fluir pelo circuito. Para isso, bastará somar as potências das lâmpadas e dividir o
resultado pela tensão de alimentação que, neste caso, é de 12 V em corrente contínua, ou
seja:
Potência( W )
Corrente ( A ) =
Tensão ( V )

Sendo a potência das lâmpadas de 67 W e a tensão de alimentação de 12 Vcc, tem-


se:
67W
Corrente( A ) = ; corrente = 5,6 A
12V
A especificação do fusível deverá ser igual à corrente calculada ou de valor
comercial imediatamente superior e menor que a capacidade máxima de condução de
corrente do condutor. Nesse caso, será utilizado um fusível cartucho de 10 A.
Para se dimensionar o disjuntor de proteção do circuito de tomadas, de corrente
alternada, considera-se também que o seu valor deverá se maior que a corrente do circuito
e menor que a capacidade de condução de corrente do cabo. Esse disjuntor será instalado
após o inversor, portanto, não se consideram os 10 % de acréscimo da potência, dada a
eficiência do inversor. A potência total será de 315 W, de acordo com o quadro 4, e a
tensão será de 110 V. Portanto, a corrente máxima será de 2,6 Ampères, requerendo,
portanto, um disjuntor termomagnético de 10 A.
315W
Corrente( A ) = ; corrente = 2,8 A
110V

g) Dimensionamento dos condutores:

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Ramais que deverão ser dimensionados:


1) Ramal que vai do painel solar até o controlador de cargas: bastará saber o
comprimento desse ramal, bem como a corrente que ele irá conduzir. Nesse
caso, esse ramal terá 9 metros de comprimento e por ele fluirá uma corrente
máxima de 10 A. Portanto, os condutores positivo e negativo deverão
possuir uma bitola de 10 mm2.
2) Ramal que vai do controlador de cargas até o conjunto debaterias:
considerar a bitola dos condutores em função da potência e da tensão, para
uma distância máxima de 12 metros. Nesse caso, a distância entre as
baterias e o controlador será de 11 metros, a tensão de alimentação será de
12 Vcc, e a potência máxima será de 463 W (quadro 3).
3) Ramal que vai do controlador de cargas até o inversor: adota-se o mesmo
procedimento, considerando apenas as potências das cargas em corrente
alternada, mais a folga de 10 %, referente à eficiência do inversor. Neste
caso, esse valor é de 346,5 W. A bitola dos condutores deverá ser de 6 mm2.
4) Circuitos internos: devem possuir bitola de 2,5 mm2, dada a baixa potência
dos equipamentos que são utilizados.
5) Comandos das lâmpadas (condutores de ligação dos interruptores): deverão
possuir bitola mínima de 1,5 mm2.
Quadro 5 – Relação de materiais do sistema solar para fornecimento de eletricidade,
residência considerada, com energia solar.

Descrição Especificação
Lâmpadas 5 lâmpadas (9W/12 Vcc cada)
2 lâmpadas (11W/12 Vcc cada).
TV-receptor 1 TV a cores de 20 polegadas (60 W) com receptor de antena parabólica
(30W)
Aparelho de som 1 Aparelho de som “Microsystem” com potência de 25 W
Liquidificador 1 liquidificador de 200 W de potência
Painel solar 4 placas solares de 0,04 m2 de área interligadas em paralelo
Controlador de cargas 1 controlador de cargas com capacidade para 12 A
Inversor 1 inversor de 12 Vcc para 110 Vca e potência de 600 W
Baterias 4 baterias de 100 A.hora cada, interligadas em paralelo
Fusível 1 fusível cartucho com capacidade para 10 A
Disjuntor termomagnético 1 disjuntor termomagnético monofásico de 10 A (chave seccionadora do
circuito de iluminação);
1 disjuntor termomagnético de 10 A (proteção do circuito de tomadas)
Condutores elétricos 22 metros de condutor vermelho, com bitola de 10 mm2
22 metros de condutor azul ou preto, com bitola de 10 mm2
1 metro de condutor vermelho, com bitola de 6 mm2
1 metro de condutor azul ou preto, com bitola de 6 mm2
45 metros de condutor azul ou preto, com bitola de 2,5 mm2
45 metros de condutor branco, com bitola de 1,5 mm2

Obs: Para especificar o comprimento dos condutores elétricos, deve-se considerar um


acréscimo de 10 % sobre o comprimento necessário.
Este caso foi considerado que todas as cargas da residência poderão ser ligadas ao
mesmo tempo. Quando isso acontecer, a potência máxima do sistema será de 463 W e o

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consumo de energia será de 463 W.hora ou 0,463 kW.hora. Entretanto, para se ter melhor
controle do sistema e obter maior eficiência e segurança quanto ao consumo de energia,
principalmente em sistemas que requerem maiores potências, recomenda-se estabelecer um
quadro de distribuição de cargas, onde são definidos os horários em que cada carga será
ligada e desligada. Isso proporciona menor custo de implantação do sistema, pois os
componentes poderão ser dimensionados em função da maior demanda de potência que
ocorrerá em determinado horário.

V – MANUTENÇÃO DO SISTEMA

1 – Sempre que necessário, deve-se fazer a limpeza do painel solar. Para isso, deve-se
utilizar água e sabão. Esfregar com o pano limpo e macio a superfície do painel. Enxaguar
com água em abundância.
2 – Não deixar que árvores cresçam próximo do painel, pois galhos poderão cair sobre ele
e causar danos;
3 – Caso seja necessário erguer alguma edificação próxima do painel, certifique-se,
primeiro, de eu a mesma não irá sombreá-lo, em nenhuma época do ano;
4 – Caso as baterias não sejam do tipo selada, verifique mensalmente o nível da solução
das mesmas;
5 – Completar o nível da solução das baterias, quando necessário (baterias não seladas).
Para isso, utilize somente água destilada;
6 – Complete a solução das baterias somente até o nível recomendado, evitando excesso de
água;
7 – Após completar o nível, ajustar bem as tampas das baterias;
8 – Não deixar que o líquido da bateria entre em contato com qualquer parte do corpo, pois
ele é corrosivo e poderá causar ferimentos;
9 – Mantenha as baterias e os pólos sempre limpos, retirando sempre as oxidações
(zinabre) que venham a se formar nos pólos das baterias;
10 – Evite manusear as baterias, utilizando-se materiais metálicos para não haver riscos de
fechar contato entre os seus pólos;
11 – Nunca utilizar as baterias do sistema de fornecimento de energia solar para carregar
outras baterias;
12 – Nunca abrir o controlador de cargas;
13 – Não expor as baterias, o controlador de cargas e o inversor à umidade;
14 – Sempre que fizer manutenção no sistema, principalmente nas baterias, lavar as mãos
imediatamente com água e sabão em abundância;
15 – Procure utilizar o sistema com segurança e eficiência para que os resultados sejam
satisfatórios.

VI – ANÁLISE ECONÔMICA:

6.1 – Introdução

Um dos principais empecilhos para a difusão dos sistemas fotovoltaicos em larga


escala é o custo das células solares. Mas, estes estão decrescendo, tornando esta tecnologia
cada vez mais competitiva, além do que o custo das outras formas de geração está se
tornando mais real, sendo levado em conta fatores que eram anteriormente ignorados,
como a questão dos impactos ambientais.

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Especialistas afirmam, hoje, que a tecnologia de filmes finos poderá levar, no início
do século XXI, a um custo de 1 US$/Wp, aproximadamente ¼ dos preços praticados
atualmente no mercado internacional, para os módulos fotovoltaicos. Investimentos em
melhorias no processo de fabricação também auxiliarão na redução dos custos.
Sistemas de armazenamento e de condicionamento de potência têm sofrido grandes
impulsos no sentido de aperfeiçoamento e redução de custos.
Segundo o Cepel, a implantação de tecnologias de geração solar e eólica poderá
viabilizar a instalação de cerca de 15 MW nos sistemas isolados da Região Norte até 2005,
representando uma economia em óleo diesel de cerca de US$ 3 milhões / ano.
O uso comercial da energia solar ainda é extremamente inferior ao aproveitamento
dos outros recursos energéticos convencionais. O principal uso da energia solar, até mesmo
em países altamente industrializados, consiste no aproveitamento dos efeitos térmicos da
luz solar, com objetivo de produzir o aquecimento de água, o aquecimento de residências, a
secagem de produtos agrícolas etc.
A conversão da energia solar em energia elétrica, mediante ao uso de células
fotovoltaicas, já é comercialmente viável para pequenas instalações. Seu uso é
particularmente vantajoso em regiões remotas ou em zonas de difícil acesso. Os sistemas
de comunicação, e, de modo geral, todos os equipamentos eletrônicos com baixo consumo
de potência podem ser facilmente alimentados por células fotovoltaicas.
Devido às características difusas da energia solar, seu aproveitamento deve ser feito
localmente, para o abastecimento energético de residências ou de pequenas comunidades.
Acredita-se que os projetos de grande porte não sejam vantajosos para o aproveitamento de
energia solar. Por exemplo, supondo que toda a área do lago formado pela usina
hidrelétrica de Itaipu fosse coberta com fotocélulas e que esta tem uma eficiência de 10%,
a potência elétrica produzida seria igual a 1,8x1010 W com um custo de 13,5 trilhões de
dólares, enquanto que a potência produzida pela usina hidrelétrica é de 1,3x10 10 W com
um custo de apenas 15 bilhões de dólares.

6.2 – Análise da viabilidade econômica do sistema fotovoltaico numa vila da região


amazônica

6.2.1 - Introdução

O processo de crescimento econômico e industrial de um país está intimamente


relacionado ao consumo e à auto-suficiência de seus recursos energéticos. A energia é o
fator básico de produção de um país, determina os padrões da sociedade, mostrando uma
íntima e positiva correlação com o Produto Nacional Bruto - países ricos em geral,
apresentam altos níveis de consumo de energia.O Brasil não foge a esta regra, como em
todos os países do mundo, após a II Guerra Mundial apresentou crescentes índices de
utilização de energia, os quais são fatores de estreita correlação com o desenvolvimento
econômico.
Com a crise do petróleo nos anos 70, os governos de quase todos os países do
mundo sobrevieram com medidas de redução de consumo de produtos derivados do
petróleo e sua conseqüente dependência externa. No Brasil, apesar de algumas medidas de

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racionalização do consumo e de substituição da gasolina pelo álcool nos anos 80, pouco se
observou em tomadas de decisões e medidas práticas neste sentido.
O Brasil é um país que está em vias de desenvolvimento e é tido como um país rico.
É dependente dos produtos derivados do petróleo. Muitas regiões brasileiras, como o caso
da Região Amazônica, uma parcela de suas comunidades são supridas de forma precária,
com intervalos de atendimento que variam de 4 a 8 horas diárias, e outras em que este
serviço nem chega a se completar. A escassez de energia tem como resultante principal a
limitação do ritmo e das tendências de crescimentos econômico, social e humano.
A energia que abastece estas localidades é gerada, basicamente, em termelétricas,
que utilizam o óleo diesel como energético.

6.2.2 - Sistema Diesel

Diversos derivados do petróleo, dentre eles o óleo diesel, são utilizados como
fontes para geração de energia elétrica. A nível mundial, os derivados de petróleo
representam a quinta maior fonte primária utilizada, com 11% do total de energia elétrica
produzida.
No Brasil, o óleo diesel e o óleo combustível têm sido tradicionalmente usados na
geração termelétrica. Com a elevação dos preços do petróleo a partir de 1973, houve
significativo esforço governamental visando à redução do uso desses produtos, inclusive
pelo Setor Elétrico. Não obstante, de 1984 a 1986, com ênfase em 1986, o baixo índice
hidráulico verificado na Região Sudeste do Brasil obrigou a um aumento na geração das
termelétricas a derivados de petróleo, em complementação à geração hidráulica.
O óleo diesel é crítico na matriz energética brasileira, sobre o qual se apóia grande
parte do transporte de carga e coletivo de passageiros. Nesse sentido, utilizações adicionais
de diesel não devem ser estimuladas, independentemente de sua eventual rentabilidade.
Todavia, raramente se têm alternativas ao consumo de óleo diesel para geração de
eletricidade em sistemas elétricos isolados, particularmente os de menor porte, como as
pequenas comunidades da Região Amazônica. Isso implica em que este produto deverá
ainda ser usado por muito tempo como combustível em usinas térmicas. Razões
operacionais fazem com que ele seja ainda usado em pequena proporção nas termelétricas
a óleo combustível e a carvão mineral. Sua utilização futura para geração termelétrica
deverá ser mantida nos níveis mínimos possíveis.
O consumo do motor foi obtido usando as curvas de taxas de consumo de
combustível, a partir do valor de HR e do fator de carga calculado do motor.

Quadro 1- Características dos Motores:

Grupo motor-gerador STEMAC


Potência 48KW/53KVA
Rendimento (h) 39%

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Fator de Potência (fp) 0,8


Vida útil 30.000 horas
Custo unitário do grupo gerador
(incluído imposto e frete) $ 30.520,00
Depreciação (considerando 2 grupos geradores)
$5.494,00/ano

Obs: Para 18 horas de funcionamento diário o motor opera 6570 horas/ano. Os custos
relativos ao óleo lubrificante estão incluídos nos custos de manutenção.

Quadro 2: Parâmetros Utilizados para Análise no Sistema Diesel

Custo de manutenção 2% do inv. inicial


Custos Fixos 2% do inv. inicial
Fator de Carga (FC) 32/48 = 0,66
Consumo Específico(mc) [HR .P/PCI] 7,13 kg/h
Poder Calorífico Inferior (PCI) 42738 kJ/kwh
Consumo de óleo 46844 l. diesel/ano
Custo do óleo(bomba) $ 0,403/l
Custo do óleo( No local) $ 0,3695/l
Conta de óleo $17.308,00/ano
Tarifa $0,115/kwh
Receita anual $24.178,00
Depreciação $5.494,00/ano
Custo Anual – CAE $14.905,72

O método adotado para análise comparativa dos investimentos foi o método exato
do custo anual equivalente por ser uma alternativa mais esclarecedora, tendo em vista que
os projetos possuem vidas úteis diferentes.

Sistema Solar:
Marca: MSX64 SOLAREX.
Características: 20 conjuntos de 40 módulos, totalizando 800 painéis de 64 W de pico.
Potência: 51,2 KW de pico.
Banco de baterias: dimensionado para 200 kwh / 8 horas (capacidade útil - ciclo diário
máximo).
Potência do Inversor: 50 KW.

Devido à incidência solar ser praticamente constante, o Sistema fotovoltaico foi


projetado de modo a permitir um ajuste anual de inclinação de 5º, 10º e 15º.
O inversor de 60 KW ligado à saída do sistema de corrente contínua, constituído do
banco de baterias, que fornece 200 KWh em um período de descarga médio de 24 horas, e
dos módulos de painéis solares, entrega uma tensão de 240 volts AC para a subestação.
Esta, através dos transformadores elevadores de tensão, joga para a rede de distribuição
uma tensão de 16800 volts AC.

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O sistema é capaz de alimentar a carga durante o dia, diretamente dos módulos PV


e a noite através do banco de bateria.

Quadro 3: Parâmetros Utilizados para Análise no Sistema Solar


Custo dos Painéis $ 302.400,00
Custo do Inversor $ 64.800,00
Custo do Controlador de Carga $ 16.200,00
Custo do Banco de Baterias $ 75.000,00
Vida Útil 30 anos (exc. baterias)
Total do Investimento Inicial $ 428.800,00
Custos Fixos 1% do inv. inicial
Custos de Manutenção 0.0
Horas de operação anual 5418 horas
Receita anual $ 19.939,00
Depreciação:
1. Do Sistema $10.614,00/ano
2. Do Banco de Baterias $9.642,00/ano
Custo anual - CAE $ 39.901,25
Fonte dos Preços: Amazonas Energia Solar

Obs.: Não foram considerados os custos de obras civis, devido à similaridade para
quaisquer dos investimentos. Da mesma forma para os materiais de interligação e suporte.

6.2.3 – Considerações sociais e ambientais

Até recentemente os problemas de poluição do meio ambiente eram considerados


como específicos às nações desenvolvidas. As legislações e os instrumentos de proteção
são peculiares a cada país e estão se tornando cada vez mais severos.
A qualidade do ar tem sido e discussão em quase todas as grandes cidades do
mundo e também os danos provocados na natureza, tais como acidificação dos solos, morte
de rios e lagos, a atrofia das florestas e a extinção de certas espécies de animais e vegetais,
que apresentam uma ameaça à qualidade de vida do futuro.
Grande parte da poluição do mundo é causada pela queima de combustíveis fósseis
e a dificuldade de combatê-lo reside, em parte, na necessidade de instalações de
equipamentos especiais que envolvem altos custos.
A poluição do ar provoca umas das maiores preocupações ambientais atuais, sendo
objeto de regulamentação cada vez mais rígida.
Nos países industrializados, os grandes setores de atividade responsáveis pela
poluição do meio ambiente são, por ordem decrescente, os transportes rodoviários, as
indústrias, as termelétricas e o uso doméstico. Nas indústrias e termelétricas, a queima de
óleo ou carvão para a produção de calor ou de energia elétrica tem-se constituído na maior
fonte de emissão de SOx. A emissão de SOx pela queima do óleo combustível depende da
quantidade queimada e do teor de enxofre contido que pode chegar a um valor máximo
determinado por normas.
A falta de energia elétrica numa sociedade tem como conseqüência a existência de
assimetrias sociais nas condições e qualidade de vida, tais como: a permanência da
pobreza, a falta de oportunidade para o crescimento, o fluxo migratório para as grandes

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cidades e a descrença desta sociedade local no futuro. Os estilos de vida urbano são
realmente adotados como o modo de vida futuro.

6.2.4 – Conclusões da análise econômica:

Dentre as alternativas analisadas, para as condições de operação consideradas neste


trabalho, observamos os seguintes custos anuais equivalentes:

Sistema CAE ($) Variação


Diesel 14.905,00 100 (base)
Solar 39.925,00 268

Evidencia-se, pela tabela cima, que o sistema diesel, do ponto de vista econômico,
ainda é a melhor alternativa das três estudadas.
Ocorre que, para certas regiões, a questão não pode ser somente analisada tão
somente do ponto de vista econômico, em face das peculiaridade da região, tais como as
questões sociais e ambientais provenientes das tecnologias renováveis onde fatores
econômicos são importantes mas não deveriam se sobrepor aos valores social e ambiental
das tecnologias de energia renovável. Neste caso, o empreendimento é tão satisfatório para
as necessidades básicas da faixa mais pobre da população, que o critério humanitário
deveria dar lugar ao critério econômico.
Considerando os benefícios sociais e de auto-sustentabilidade do sistema na
comunidade, o seu uso torna-se uma alternativa viável para as localidades isoladas. No
entanto, é necessário a difusão desta tecnologia para criar uma cultura desta fonte e
aumentar o poder de influência sobre aqueles que gerenciam, decidem e financiam os
recursos necessários para sua implantação.
O custo unitário da energia elétrica obtida de sistemas fotovoltaicos calculados
pelas sistemáticas propostas ainda é bastante elevado (da ordem de dez vezes), em relação
ao custo da energia elétrica fornecida, por exemplo, a usuários a nível residencial
conectados à rede elétrica convencional. O forte investimento inicial em capital torna a
disseminação do uso destes sistemas muito difícil, principalmente para os usuários de
baixa renda em locais isolados, onde o uso desta alternativa seria mais adequada.

VII – CONCLUSÃO

A energia solar é a solução para levar a eletricidade a locais onde o acesso à rede
convencional é difícil, ou o fornecimento é feito de maneira precária. É cada vez mais
utilizada para a iluminação e comunicação rural, bombeamento de água e eletrificação de
cercas para gado. Postos de saúde, em locais isolados, também se beneficiam da Energia
Solar. Com a utilização de painéis solares, é possível abastecer refrigeradores para a
conservação, dentre outros.
A energia solar é aplicável em quaisquer circunstâncias, devido à sua modularidade,
portabilidade e simplicidade de instalação.
É uma energia limpa, pois a geração, a captação, a transformação e o
aproveitamento não envolvem nenhum tipo de poluição.

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Tem manutenção mínima, pois os módulos solares não sofrem nenhum tipo de
desgaste, nem consomem matéria-prima, no processo de captação da energia solar e
transformação para energia elétrica. Por isso, a manutenção se restringe apenas à realização
de limpezas, quando houver incrustações de material.
Tem vida útil prolongada e permite sua auto-suficiência energética.

ANEXO III

EMPRESAS DE CONSULTORIA E ENGENHARIA EM SISTEMA


FOTOVOLTAICOS

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1 - SOLTEC ENGENHARIA DE ENERGIA S.A. - SOLTEC

Departamento Técnico-Comercial.

Empresa importadora de componentes de sistemas fotovoltaicos (módulos,


controladores e bombas). Adquire componentes da indústria nacional, projeta e
terceiriza componentes e realiza a montagem de sistemas.

Informações complementares
Data de início das atividades na área de Energia Renovável: 1988.
Recursos Humanos: Graduados - 01.
Oferece cursos de Formação Básica.
Produtos e Serviços
Iluminação residencial e pública, bombeamento de água, sinalização de torres e bóias,
repetidoras de telecomunicações, recarga de baterias para cercas, veleiros,"motor-
homes".
Área(s) de atuação
Energia Solar Fotovoltaica; Iluminação Residencial; Iluminação Pública; Bombeamento
de Água; Sinalização Marítima; Telecomunicações; Cerca Elétrica
Contato/Endereço
Edson Schaewer Vieira - Engenheiro de Vendas Técnicas
Martin Jahns - Diretor
Rua Dr. João Inácio, 1116 - 2o. andar - Navegantes
90230-181 - Porto Alegre - RS - Brasil
Tel.: (051) 342-4586; (051) 337-1048 R. 21
Fax: (051)337-1811 R. 207

2 - TARCOM COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA - TARCOM

Distribuidora dos sistemas fotovoltaicos fabricados pela empresa americana


SOLAREX.

Informações complementares
Data de início das atividades na área de Energia Renovável: 1994
Recursos Humanos: Graduados - 03;
Produtos e Serviços
Projetos em bombeamento de água para as seguinte associações: Associação Claudino
Marques, Associação Japiense de Produtores e Associação Rural São Rafael.
Iluminação Pública, Residencial e instalação de aparelhos de TV nas seguintes
associações: Associação Comunitária dos Moradores de Serra Branca, Associação Rural
de São Rafael e prefeitura Municipal de Caruaru.
Área(s) de atuação
Brasil.
Contato/Endereço
André Luiz da Silva Leitão - Diretor

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Luiz Alberto Teixeira - Diretor


Av. Mal. Mascarenhas de Morais, 2809 - 3o andar - Imbiribeira
51170-002 - Recife - PE - Brasil
Tel.: (081) 471-3197, Fax: (081) 471-3197

FABRICANTES

1 - AMAZONAS ENERGIA SOLAR LTDA. - AES

Empresa voltada para divulgação e venda de sistemas fotovoltaicos de energia, para uso
em regiões não atendidas por energia elétrica convencional.

Informações complementares
Recursos Humanos: Graduados - 01 ; Nível médio - 01 ; Outros (Auxiliar Técnico) - 01
Produtos e Serviços
Projetos de iluminação residencial, iluminação pública, bombeamento de água, telefonia
rural, recepção de TV e refrigeração, em áreas rurais.
Área(s) de atuação
Energia Solar Fotovoltaica; Iluminação Residencial; Iluminação Pública; Bombeamento
de Água; Telefonia Rural; Recepção de TV; Refrigeração; Eletrificação Rural.
Contato/Endereço
Domingo Ferreira de Dios - Gerente
Aluízio José Daou Jr. - Projetista
Estrada do Contorno, 555 - Japiim
69068-030 - Manaus - AM - Brasil
Tel.: (092) 237-4200 Fax: (092) 237-4200

2 - CONSOL ENERGIAS ALTERNATIVAS LTDA. - CONSOL

É uma empresa preocupada com o desenvolvimento de projetos e atividades comerciais


(venda e manutenção) de sistemas fotovoltaicos e eólicos.

Informações complementares
Data de início das atividades na área de Energia Renovável: Agosto de 1994
Recursos Humanos: Graduados - 01; Nível Médio - 01; Mestres - 02.
Cursos: Técnico de Instalação em Sistemas Fotovoltaicos (em Formação).
Produtos e Serviços
Projetos em escolas, postos de saúde, telefonia rural, residências (iluminação),
bombeamento de água, iluminação pública, etc
Área(s) de atuação
Exclusivamente no projeto, instalação e comercialização de sistemas fotovoltaicos.
Contato/Endereço
Marcos Negreiros - Sócio
Leonardo Rodrigues - Gerente Técnico
R. Pereira Filgueiras, 1220 - Centro
60160-150 - Fortaleza - CE - Brasil
Tel.: (085) 254-7913, Fax: (085) 254-7913

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3 - DÉCADA ENGENHARIA LTDA - DÉCADA

Fabricante de materiais e sinalização de trânsito, prestadora de serviços de engenharia


de sinalização de trânsito, eletrificação industrial e predial, instalações elétricas e
construção civil.

Informações complementares
Data de início das atividades na área de Energia Renovável: Fevereiro de 1995.
Recursos Humanos: Graduados - 02.
Produtos e Serviços
Fabricação de aquecedor solar. Projeto, desenvolvimento e comércio de sistemas
fotovoltaicos industriais, residenciais e rurais.
Área(s) de atuação
Aquecimento solar e sistemas elétricos fotovoltaicos.
Contato/Endereço
Eng. Paulo de Assis Vieira - Diretor Comercial
Eng. Francisco de Assis Vieira Jr. - Diretor Administrativo
Rua Alagoas, 1314 sala 607 Funcionários
30130-000 - Belo Horizonte - MG - Brasil
Tel.: (031) 281-7330 Fax: (031) 281-4577

4 - SIEMENS S.A. - SIEMENS

Kwell-4

Informações complementares
Data de início das atividades na área de energia fotovoltaica: Janeiro de 1991
Recursos Humanos: Graduados - 04; Doutores - 01.
Oferece cursos de Energia Solar.
Publicações editadas
Photovoltaic Technology and System Design Training Manual/Technical Aprendix.
Área(s) de atuação
Hidrogeração/Turbogeração
Contato/Endereço
Rudy Muller e Jorge Luis J. Purgly - Gerente/Sistemas Fotovoltaicos
Mário Sérgio Cassoli Dias - Engenheiro
Av. Mutinga, 3650 - Pirituba
05110-901 - São Paulo - SP
Tel.: (011)836-2562/836-2693 Fax.:(011)836-2851/2812/2176

5 - SUMITOMO CORPORATION DO BRASIL/SOLEC - SCBR


SAOHZ

Produtos de Módulos Fotovoltaicos de 8 a 110W.

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Informações complementares
Data de início das atividades na área de Energia Renovável: 1976.
Assuntos Específicos
Fornecimento de módulos
Endereço/Contato
Gecimar de Souza - Chefe IRP/EXP
Av. Paulista, 949 - 13o. andar - Centro
CP: 3239 - CEP 01311-917 - São Paulo- SP
Telefone: (011)3179-4894/4800 - Fax: (011)3179-4921

VIII - BIBLIOGRAFIA:

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[1] JACKSON, W. M.; Enciclopédia Prática de Jackson; volume 5; Editora Brasileira


Ltda.; São Paulo, 1963.
[2] GTES, Grupo de Trabalho de Energia Solar, CEPEL – CRESESB; Manual de
Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos; Coleção Tópicos de Atualização em
Equipamentos Elétricos; Rio de Janeiro, Novembro, 1999.
[3] MACIEL, Nelson Fernandes; LOPES, Dermeval Saraiva; Energia Solar para o Meio
Rural – Fornecimento de Eletricidade, série Energia Alternativa, Manual nº
226;Viçosa, CPT, 1999
[4] CD ROOM; Cepel, Eletrobrás, CRESESB; Geração Solar e Eólica no Brasil
[5] SUZUDI, Carlos K.; PEREIRA, José Tomaz V.; Paper – Energia Solar e Produção de
Silício Metálico Baseado no Programa Qits (“Quartz Industrial Trade System”)
[6] Página da Internet; www.cresesb.cepel.br/abertura.htm
[7] NOGUEIRA, Carlos Alexandre dos Santos; Paper – Energização Solar Fotovoltaica
na Região do Alto Rio Solimões no Estado do Amazonas; Núcleo de Eficiência
Energética – NEFEN, Universidade do Amazonas

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