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Direito Natural: aquele direito que valeria em todos os locais, onde seu
valor independe de valoração, pois deverá ter o mesmo valor para todos,
sendo entendido de cunho universal para alguns (Platão, Kant) e por outros
com a possibilidade de modificação pelo decurso do tempo (Aristóteles,
Habermas).
DO MUNDO GRECO-ROMANO À IDADE MÉDIA
Sócrates
Platão
Aristóteles
➢ A filosofia estóica, fundada por Zenão, marca o abandono da filosofia metafísica que
imperou entre os gregos até Aristóteles, voltando-se para intensas preocupações
práticas, ou seja, éticas6. Os estóicos identificavam a lei da natureza à lei da reta
razão: sendo racional, o homem deve viver de acordo com a lei da natureza, a sua
razão natural lhe dá a noção do justo e do injusto, o faz reconhecer as leis naturais. Só
haverá justiça quando a vontade humana se dirigir para os fins da natureza, que são
naturalmente bons e justos. Assim, o verdadeiro direito não é aquele que se
fundamenta em vontades arbitrárias, mas sobre as ideias morais inatas ao homem.
➢ O pensamento estóico teve grande influência em Roma, por várias razões. Roma
surgiu no auge do estoicismo entre os gregos e a filosofia estóica era a mais atrativa
para o pragmatismo romano, oferecendo soluções práticas para a vida; ademais, o
cosmopolitismo, que era um traço característico do estoicismo, casava-se bem com a
concepção romana do Império, entendendo-se já os homens como “cidadãos de um
Estado universal”.
A Lei eterna é causa de todas as demais leis, por diversas formas, ou seja:
Extensão : Todas as coisas criadas estão baixo a lei eterna. A razão desta
absoluta extensão da lei eterna é a universalidade do governo divino.
➢ Deus, enquanto Causa Primeira Universal de todas as coisas, autor de
suas essências, diferenças e manifestações do ser, conserva e conduz
toda sua obra o fim último ou Bem Comum, que é o próprio Deus. Assim,
nos parece evidente concluir que a lei eterna invade toda a obra da
criação. Portanto, todos os seres racionais como irracionais encontram-
se submetidos a lei eterna, se bem de maneira diferente.
➢ A tradição cristã entende a natureza como determinada pelo plano criador de Deus.
Tomás, por exemplo, subordina esta criação à lei eterna e a lei natural deverá ser
entendida como uma participação na lei eterna, por isso universal. O que há de
comum entre a lei eterna e o homem é a razão, o que, por sua vez, permite a
comunicação entre ambas ordens. Que o ser humano não possa alterar a
subordinação da lei natural à lei eterna parece necessário e óbvio. O problema que
Scotus vem enfrentar é se o próprio Deus estaria igualmente subordinado Em última
instância a pergunta é se a lei natural admite exceções e, mais ao fundo ainda, subjaz
a pergunta sobre a conexão entre os atos da vontade de Deus e a capacidade
humana de conhecer a lei natural através da razão
➢ Conceito de lei natural para Scotus: Em última instância a pergunta é se a lei natural
admite exceções e, mais ao fundo ainda, subjaz a pergunta sobre a conexão entre os
atos da vontade de Deus e a capacidade humana de conhecer a lei natural através da
razão